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Autor: Andréia Kennen
Gênero: Lemon, Romance, Universo Alternativo, Yaoi
Status: completa
Classificação: 18 anos
Resumo: Naruto e Sasuke, mesmo sendo um casal pouco convencional, sempre se esforçaram para viverem bem e como uma família comum. Contudo, o mal que assola as famílias comuns (a temerosa "Crise dos sete anos de casados")está rondando esse lar feliz. Será que eles irão conseguir vencer todos os obstáculos e manter o casamento?
Confiram![NaruSasu. +18. Presente de níver pra minha Blond-Hikari-nee-chan.]
A Crise dos sete
Capítulo 8
Revisado por Blanxe
Sasuke parou o carro diante do portão eletrônico do seu prédio, mas ao tentar acioná-lo com o controle remoto o mesmo não abriu. Retirou as pilhas, recolocou-as e tentou novamente, nada. Fazia alguns dias que o aparelho vinha falhando e, pelo que tudo indicava, tinha pifado de vez.
Achara que a situação vinha ironicamente a calhar aquele instante, já que havia começado uma fina garoa, típica da estação.
Não quis buzinar para o velho porteiro na guarita por dois motivos: não gostava de incomodar os vizinhos e o barulho, certamente, despertaria os de sono mais leve; segundo, porque sabia que o som assustaria o porteiro que costumava tirar cochilos naquele horário.
Desligou o motor do automóvel, parando também o movimento dos limpadores e então desceu do carro às pressas e se deteve diante da janela aberta e bem iluminada da guarita.
— Kuroshi-san! Kuroshi-san!
— Nani? — o velho se sobressaltou ao ouvir o chamado repentino, colocou a cabeça para fora da abertura e, olhando de um lado para outro, tentou localizar quem o chamava. Ao ver alguém parado, esfregou os olhos com os punhos e piscou algumas vezes, na tentativa de reconhecer o provável morador. — Sasuke-san? — perguntou, distinguindo a silhueta do rapaz. — O que houve?
— Meu controle está com defeito. Poderia abrir o portão, por gentileza?
— Ah, sim. É pra já. Mas... o que houve com o seu controle?
“Eu tenho cara de técnico pra saber?” — pensou, irritadiço.
— Não faço ideia, só não está funcionando.
— Não seriam as pilhas?
— Eu já as troquei, não é.
— Se quiser, deixe-o comigo que dou uma olhada.
Sasuke sentiu a veia na sua fronte latejar.
“Que velho sem noção...”
— Eu deixo com o senhor pela manhã — respondeu. — Por enquanto, só preciso que abra o portão. Seria possível? Estou ficando ensopado — ele justificou-se, sentindo a irritação adensar. E, com intuito de não dar margens para mais conversas, deu as costas ao homem e retornou ao veículo.
— Ah, sou ka... — o homem concordou, coçando a cabeça e voltando-a para dentro da guarita, um tanto chateado com a grosseria do morador. — Mas que rapaz mais mal-humorado. Esses jovens de hoje são tão impacientes! Depois os velhos que são os ranzinzas... — de repente, o senhor parou, amparando o queixo com uma das mãos, em uma pose pensativa. — Espere um minuto... Por que será que o Sasuke-kun está chegando tão tarde assim? Isso não é comum vindo dele que é tão pontual... Será que estaria em um encontro? Está muito bem arrumado... — coçou o queixo e só despertou dos seus devaneios com o barulho repentino de buzina. — Oh! Esqueci o portão! — exclamou para si mesmo, apertando o botão de comando no painel de controle, que fizera a grade deslizar.
Dentro do carro, Sasuke tentava conter o nervosismo. Havia perdido o restante da paciência e optara por buzinar de uma vez, já que o porteiro enrolava para abrir o maldito portão. Deu graças aos céus quando finalmente passou pela entrada e pode seguir para garagem destinada ao seu apartamento. Depois de descer, enquanto batia os pingos que molharam seu blazer, resmungava da falta de profissionalismo do homem.
— Deveriam contratar alguém mais treinado e não esse velho fofoqueiro... Ah! Mas eu vou formalizar uma reclamação junto ao síndico, isso eu vou.
Porém, assim que Sasuke entrou em seu lar, a irritação se amenizou dando lugar aquele outro sentimento que o assolara desde o momento que deixara o Hospital do Câncer: ver seus pequenos. Retirou o blazer úmido e o deixou sobre as costas do sofá, indo direto para o quarto das crianças. Ascendeu a luz ao entrar e notou as três camas ocupadas. Enfim, respirou aliviado.
Aproximou-se do mais velho, que dormia na cama de cima e retirou o fone que zumbia em seus ouvidos, aproveitando o contato para afagar os cabelos lisos do filho. Yoru e ele não tinham uma boa relação, o menino fora concebido em um momento turbulento da sua vida, aos quinze anos, obrigando-o a amadurecer de uma hora para outra. Por isso, pegava no pé dele de forma realmente irritante. Não queria ver o filho repetindo os mesmos erros que ele, o pai, cometera no passado e, por esse motivo, viviam em desavença. Enquanto Naruto, que costumava passar a mão na cabeça dele, era vangloriado como um ‘deus’. Todavia, por mais que vivessem em atrito, Sasuke o amava e tudo que fazia era pensando no bem e futuro dele, mesmo que o adolescente não compreendesse dessa forma.
“Um dia ele vai perceber...”, pensou consigo, abaixando-se até Bara na cama abaixo e sussurrando, após passar a mão na testa dela e retirar-lhe os fios loiros do rosto:
— Te amo, princesinha.
— Também te amo, papai. — ouviu a resposta em uma voz manhosa e sonolenta, que o fez sorrir.
— Não deveria estar dormindo?
— Acordei com um barulho de “bip-bip” lá fora. — ela respondeu preguiçosa, não percebendo a alteração na feição do pai ao lembrá-lo que teve de buzinar. — Mas eu estava meio acordada, não consegui dormir direito sem o beijo de boa noite do meu rei.
O moreno aumentou o sorriu.
— Por isso que vim te dar o beijo de boa noite, Hime-sama. — ele apertou o narizinho dela. — Mas é melhor a senhorita fechar esses olhinhos de cristais e se embrenhar no mundo dos sonhos assim que eu sair, porque se não, não irá recuperar as energias necessárias pra acordar bem para as aventuras de amanhã, não é?
— Verdade, Ouji-sama! — ela fechou os olhos, fazendo um pequeno bico com os lábios, na espera do beijo do pai.
Copiando o bico da filha, Sasuke depositou um beijo nos lábios dela e, após aconchegá-la melhor no edredom, desejou em um sussurro.
— Tenha bons sonhos, hime-sama.
— Obrigada, majestade. Você também.
Antes de sair do quarto, Sasuke afagou os cabelos rebeldes do gêmeo menino, que dormia profundamente, todo espalhado na cama abaixo de Bara e então saiu do quarto, fechando a porta.
...
No caminho para o seu quarto, pensava em como contar a Naruto o que Karin havia lhe proposto. Ainda estava chateado com ele e sentia a face dolorida do soco que levara pela manhã. Adentrou o cômodo, ascendeu a meia luz no interruptor ao lado da porta e viu o loiro espalhado na cama, idêntico ao gêmeo menino, deitado de bruços, descoberto e roncando alto. Fechou a porta atrás de si, sempre do seu jeito metódico. Depois disso, despiu-se do traje que usara para o jantar, voltando a pendurá-lo em cabides e guardando-o no armário, para só então, apanhar sua toalha, a roupa de dormir e ir para o banheiro.
Algum tempo depois, o moreno fitava a janela respingada da garoa que voltava cair. O silêncio do quarto era irrompido apenas pelo o ressonar alto do marido. Suspirou e fechou o computador que havia aberto para consultar o e-mail. Levantou-se com as mãos enfiadas no bolso do calção branco que vestira e parou perto da cama, admirando o loiro que dormia de boca aberta, sem camisa e a calça do pijama um pouco abaixada, mostrando a curva das costas e parte do bumbum.
Sasuke agachou-se até se acomodar sentado e de pernas cruzadas no carpete. Apoiou os braços sobre a cama e continuou contemplando o rosto do marido. Estava sem sono. Estendeu a mão até a testa dele e tentando não tocá-lo, correu os dedos apenas no ar, sobre o rosto, como se redesenhasse os traços que já conhecia perfeitamente bem. Então parou, recolheu a mão em punho e afundou o rosto entre os braços, tentando controlar aquele calor que o invadia, fazendo seu estômago revirar. Olhá-lo demais o excitava. Mas seria incoerente da sua parte acordá-lo para fazerem sexo se estavam brigados. Preferiu continuar lutando contra as reações do seu corpo e acabou ficando ali, sendo invadido por lembranças boas, — uma em especial —, a primeira noite que fizeram amor...
...
Naruto mantinha seus olhos claros e estatelados, fixos em Sasuke. O mais velho estava de joelho diante da mesinha do telefone, segurando o aparelho no ouvido. Do lado de fora caía uma chuva torrencial e fria que embaçava as janelas da casa.
Ao observar a curiosidade estampada na face do loiro, Sasuke apertou o comando de viva-voz no aparelho e devolveu o fone ao gancho. Enquanto assentia e resmungava afirmativamente para a voz entoada em ruído eletrônico no aparelho.
— Ficamos presos em Shibuya por causa da chuva forte. A avenida está intransitável. Iruka achou melhor dormirmos em um hotel que encontramos na estrada. Ou seja, só voltaremos a viajar amanhã pela manhã. Talvez, cheguemos em casa no horário do almoço. Não se preocupem conosco e durmam bem.
O último resmungo afirmativo de Sasuke se fez e antes que Kakashi desligasse, os dois garotos ouviram a voz do outro pai.
— Sasuke, é o Iruka. A energia está oscilando. Caso falte luz, tem lamparinas na dispensa da cozinha, no armário dos fundos. Dêem um jeito de se manterem aquecidos, entenderam? Vocês já jantaram?
— Yare, Yare, Iruka... Eles já não são crianças, vão saber se cuidar.
— Você é muito despreocupado, Kakashi. É claro que eles são crianças!
— Oyasumi, rapazes. Aproveitem a noite fria e chuvosa e durmam bem. Vamos desligar porque estamos usando o telefone fixo do hotel... Ja!
— Se cuidem! — gritou Iruka antes do tom de ligação encerrada se propagar pelo ambiente.
Sasuke apertou o botão, desligando o aparelho, e um silêncio incômodo se instaurou de repente, o qual só foi interrompido pelo alto estampido de um trovão que bramiu nos céus, fazendo ambos se sobressaltarem.
— Eu vou buscar as lamparinas — Naruto propôs, já dando as costas ao irmão e saindo da sala.
O coração do loiro batia forte no peito. Atravessou a cozinha rapidamente com o rosto em chamas. Fazia dois meses que Sasuke havia voltado para casa e que os dois haviam firmado um relacionamento. Contudo, ainda não tinham tido a coragem de contarem aos seus tutores, por isso, estavam namorando escondido. Apesar de Sasuke desconfiar que Kakashi já soubesse de algo, diferente de Iruka — que era mais distraído —, o tutor de Sasuke era um homem perspicaz e de inteligência aguçada.
Mas não fora esse detalhe que havia despertado seu nervosismo, e sim, o fato de que seria a primeira vez que ficariam sozinhos em casa... como namorados. E aquela constatação fizera Naruto lembrar-se do quanto vinha ansiando, há algum tempo, perder sua virgindade com o moreno. Ao pensar nisso, seu coração antecipou-se mais nas batidas frenéticas, além do calor fumegante que aquecia seu rosto, provavelmente, tingindo-o de um rubro intenso.
Ao contrário de Sasuke, que mesmo tendo uma pequena diferença de idade já tinha alguma experiência sexual, Naruto só sabia sobre sexo baseado na masturbação, que, aliás, compartilharam juntos algumas vezes; fora o ponto máximo que conseguiram chegar estando debaixo do mesmo teto que os pais. Porém, sempre conversaram sobre o assunto, Sasuke que era o mais resguardado e controlado dos dois, foi quem impôs as condições.
“Isso não é algo que devemos fazer de forma afoita ou de qualquer jeito. Faremos quando tivermos uma oportunidade de estarmos sozinhos...”
“Mas quando será isso, ‘ttebayo?!”, perguntou o loiro impaciente e frustrado.
“Kakashi e Iruka sempre viajam de férias; mesmo que seja uma única semana. Será o momento ideal.”
“Mas isso será apenas no final do ano, Sasuke!”
“Vai ter que aguentar até lá, Naruto. Eu não gosto de me sentir acuado ou em risco. Esse definitivamente não é um fator que me instiga, então, está fora de cogitação fazer sexo nos arriscando a sermos flagrados.”
“Mas podíamos fazer em outro lugar.”, ele ainda insistira, resmungando em um bico.
“E onde você sugere? No meio do mato? Não temos idade pra frequentarmos um motel, dobe!”
Naruto aumentou o bico, nitidamente emburrado. O que foi notado pelo adolescente moreno, que tentou amenizar a situação.
“Pense assim: se surgir uma oportunidade antes, faremos. Eu prometo.”
Novamente, o trovão cortou nos céus e as luzes da dispensa piscaram, fazendo Naruto retornar a realidade e apanhar as lamparinas. Desajeitado, juntou duas no peito e subiu as escadas rapidamente. A oportunidade surgira quatro meses antes do esperado. Porém, era uma situação inesperada para ambos. Kakashi e Iruka saíram pela manhã, informando que tinham um congresso para participarem na cidade vizinha, mas que estariam de volta antes do jantar. Sasuke fora para sua aula de idiomas do sábado e ele, para o treino de futebol. Por isso, nem pensaram que aquele seria “o dia”.
Entretanto, os pais estavam demorando a chegar e, depois do telefonema, descobriram que eles não voltariam àquela noite. O nervosismo de Naruto era tanto que ele sentiu o estômago se contrair ao chegar à cozinha e se deparar com o namorado terminando de lavar as louças do jantar. Sasuke vestia o short branco e uma camisa azul. Ao contrário dele, que já estava de pijama.
“Será que ele não se lembra mais do nosso acordo?”, o loiro se inquiriu em pensamento, colocando as lamparinas que já estavam carregadas de querosene sobre a mesa. Aqueles eram artigos ornamentais que Iruka havia adquirido em uma das viagens de férias, e era bem mais prático que as velas.
— Parece que a energia vai acabar mesmo, melhor ascender logo — Sasuke pediu.
— Tá com medo do escuro, Teme?! — o loiro não conseguiu evitar o deboche, tentando assim, quebrar aquela estranha tensão.
— Vê se sou eu o usuratonkachi...
— Seu... — Naruto abriu a boca para reclamar, mas sua reclamação foi engolida quando novamente o som de um estrondoso relâmpago cortou os céus fazendo a luz tremular algumas vezes e então, apagar-se de vez, engolindo tudo em uma densa escuridão.
— Sasuke? Cadê você?
Um novo trovão iluminou as janelas e o moreno viu o loiro com as mãos no ar, procurando-o. Sasuke suspirou e, aproveitando-se da claridade momentâneas dos relâmpagos, foi até a gaveta do armário e apanhou a caixa com fósforos; voltou para a mesa e ascendeu as lamparinas, ao mesmo tempo em que sentiu Naruto agarrá-lo com força por trás.
— O que é isso? Me solta, usuratonkachi!
— E- eu vou te proteger!
— Só se for de você mesmo! — ele desprendeu as mãos do loiro em volta do seu corpo e as empurrou, apanhando uma das lamparinas na mesa e direcionando-a para ele. — Pegue. Vamos conferir se todas as janelas e portas estão fechadas, depois vamos para o quarto. Sem energia o aquecedor foi desligado, esqueceu? Não vai demorar pra essa casa virar um gelo...
Naruto viu Sasuke passar por ele e contorceu os lábios no seu habitual bico de emburrado. Ele era bem mais mandão que os dois pais juntos em determinados momentos. Porém, percebeu que sua ansiedade fora trocada por uma irritação. Era óbvio que o namorado havia se esquecido da promessa. Inspirou fundo e fez o que fora pedido. Ao concluírem, os dois se encontraram no corredor que levavam aos quartos. Novamente aquele ardor no estômago atormentou o mais novo, ao perceber Sasuke estancar e fixar os olhos escuros nos seus.
— O- o- o que foi? — gaguejou a pergunta.
— Melhor dormirmos juntos.
Aquela afirmação fez Naruto parar de respirar por um instante.
— Vai ficar muito frio aqui dentro... — Sasuke prosseguiu tranquilamente. — Vamos dormir no seu quarto, já que tem o futon de casal no chão, a minha cama é de solteiro, não vamos ficar a vontade.
— Ha- hai... — Naruto assentiu, com o rosto ruborizado que não deveria estar tão evidente devido a pouca luminosidade das lamparinas.
— Certo. Vou escovar os dentes e pegar meu travesseiro. Te encontro lá.
Assim que Sasuke entrou no quarto dele, Naruto avançou pelo corredor. “Ele não se esqueceu! Não esqueceu!”, comemorava em pensamento e quase tropeçou ao fazer uma parada brusca na frente da porta do seu quarto. Lembrara que tinha algo preparado para aquele dia. Adentrou rapidamente o cômodo, juntou as roupas do chão e recolocou-as dentro do armário, tentando ajeitar um pouco a bagunça em meio a pouca claridade. Em seguida, abriu a última gaveta da sua cômoda, a de cosméticos, e buscou no fundo dela, escondido em uma caixa de colônia, a cartela com três camisinhas e o lubrificante que havia “surrupiado” das coisas dos pais.
— Será que ele vai querer usar isso...? — se perguntou, quando ouviu a porta de correr se abrindo.
— Quem usar o quê? — Sasuke inquiriu, fechando a porta, retirando as pantufas e deixando-as no canto da parede. Em seguida, jogou o travesseiro e o edredom que trouxera sobre o futon.
Naruto havia se paralisado, apertando as camisinhas na mão. Então, criando alguma coragem, virou-se para o moreno e ergueu o preservativo, sem ter coragem de vocalizar sua dúvida de forma clara, acreditando que seu gesto dissesse por si.
Sasuke aproximou-se dele com a lamparina e ergueu a luz na altura do rosto do loiro. Percebeu os preservativos, em seguida, espiou dentro da gaveta vendo aquele tubo diferente, o qual apanhou.
— Onde conseguiu isso? — o moreno quis saber, arregalando os olhos ao ler a inscrição no rótulo e perceber do que se tratava. — Não me diga que mexeu nas coisas do Kakashi e do Iruka?
O rosto de Naruto se pigmentou completamente e ele coçou a bochecha com o indicador, desviando seus olhos do ar investigativo de Sasuke.
— É... na verdade... bem, é que...
— Eu já entendi. — Sasuke cortou a gagueira do outro e soltou um suspiro. — Dobe, você acha mesmo que eles não vão sentir falta?
— Já faz tempo que eu peguei isso. Se eles ainda não perceberam, não vão perceber mais!
— Mas isso deve ser do estoque, eles não perceberam porque não precisaram ainda!
— Vou devolver no lugar depois, ‘ttebayo!
— Vai devolver o tubo aberto?
Sem saber mais o que argumentar, Naruto ficou em silêncio.
— Está bem, vou devolvê-lo no lugar agora mesmo... — o loiro concluiu, segurando o tubo e abaixando os ombros, acreditando que Sasuke estava criando empecilhos para não fazerem aquela noite. — Pelo jeito, a gente não vai mesmo precisar...
— Espere. — Sasuke o deteve, puxando o tubo de volta para si. — Pensaremos em como comprar outro e repô-lo no lugar depois.
Depois de dizer aquilo, o moreno olhou para as camisinhas.
— Eu não tenho nenhuma doença transmissível, apesar de não ter usado camisinha algumas vezes. Mas o Iruka me obrigou a fazer vários exames quando voltei pra casa, inclusive de sangue, quer que eu te mostre os resultados?
O rosto de Naruto fumegou.
— Eu só estou seguindo as regras que nos ensinam na escola! — se defendeu.
— Virgenzinho... — o mais velho balbuciou em deboche, dando um sorriso de lado, fazendo Naruto ficar ainda mais irritado e apanhá-lo pela gola da camisa.
— Temeee!!
O sorriso no rosto do moreno aumentou. Era divertido irritar o namorado. Porém, percebeu que estava sendo um pouco perverso, já que os olhos azuis claros, iluminados pela luz amarelada da lamparina, brilhavam lacrimejados. Sasuke resolveu dar trégua, deixou a lamparina sobre a cômoda e, com a mão livre, retirou as de Naruto da sua camisa.
— Não fique tão nervoso. — ele pegou os pacotes da mão dele e devolveu-os à gaveta, fechando-a em seguida. — Você está certo em querer usar preservativo. Essa é a atitude correta. Mas, vamos tentar sem camisinha hoje... — ele disse, dando as costas para o loiro e sentando-se no futon, após deixar o tubo de lubrificante do lado e retirar a camisa por cima da cabeça. — Sexo anal não deve ser nada fácil de fazer, melhor não tornarmos as coisas mais complicadas...
Naruto estremeceu ao ouvir Sasuke falar daquele jeito. Ele parecia tão seguro, usava até o termo correto e adulto. Sentiu-se ainda mais nervoso, principalmente, ao vê-lo se despindo, tendo finalmente a confirmação de que iriam mesmo fazer sexo naquela noite.
Os trovões voltaram a iluminar as vidraças da janela e, apesar da temperatura estar caindo, o loiro sentia um calor queimando-lhe a face devido ao nervosismo e a excitação.
Ajoelhou-se e aproximou-se do moreno no futon, retirou a camisa do pijama e ficou diante dele. Os dois ficaram em silêncio por um momento, contemplando um ao outro em uma admiração muda. Ouviam apenas o barulho da chuva trepidando do lado de fora, o ressonar cadenciado de suas respirações e os olhares sérios.
Sasuke foi o primeiro a erguer a mão na direção de Naruto e tocar o rosto dele fazendo uma carícia leve, segundos depois seu gesto foi repetido pelo loiro. Quando as mãos de ambos ganharam as nucas, eles forçaram a aproximação de seus rostos e aquele frio no estômago, provocado como se fosse a sensação do primeiro beijo, apossava-se dos dois da mesma forma intensa. O fato de serem do mesmo sexo tornava o sentimento deles algo diferente e, por isso, aquele sentimento de estarem infringindo as regras e fazendo algo errado em nome do que sentiam, acrescentava na adrenalina.
Os lábios se encontraram e se grudaram em um beijo quase que sufocante; as bocas se sobrepuseram e se engoliram com uma fome insana. Sasuke apertou o queixo de Naruto e forçou-o a abrir a boca para introduzir a língua de forma maliciosa, Naruto não só a recebeu como a sugou. O loiro sentiu que havia algo diferente. Aquilo não estava nem perto dos beijos que já haviam trocado: era mais sensual terem as línguas se tocando molhadas daquele jeito. Sentiu a virilha arder. As unhas de Sasuke desceram por seu peito, arranhando um dos mamilos. Não satisfeito, o moreno ainda segurou e torceu um dos pequenos bicos eriçados.
Naruto abriu a boca para ofegar e um fio de saliva escapou. Aquele toque fez sua ereção enrijecer ainda mais. O calor descontrolava suas ações. Não tinha certeza se Sasuke queria provar que sabia mais do que ele, todavia, o namorado estava conseguindo desestabilizá-lo e enlouquecê-lo. Foi empurrado para o futon e deitou-se, mas segurou firme na cintura do namorado, trazendo-o junto consigo, mantendo seus corpos pressionados. A boca do moreno largou a de Naruto e ele desceu a língua umedecida pelo pescoço, a enfiou dentro da orelha e sugou o lóbulo; enquanto Naruto se contorcia tentando segurar os gemidos.
— Você está tão duro... – Sasuke sussurrou rouco, esfregando o joelho na ereção.
— Ah... é que... você... está... ai... — o loiro não conseguiu completar a frase e Sasuke só se envaideceu mais por ser ele o responsável.
Sem se importar com a resposta, desceu a língua pela lateral do pescoço do loiro e mordiscou o ombro, então desceu para o tórax, prendeu a pele do peito de Naruto entre os dentes e a puxou.
Naruto soltou um chiado entre os dentes trincados ao mesmo instante que os relâmpagos se propagaram do lado de fora. Não teve tempo de se recuperar daquela mordida e logo sentiu seu mamilo esquerdo ser chupado e mordiscado, enquanto que com a outra mão, Sasuke estimulava o outro mamilo. Nunca pensara que aquela parte de seu corpo fosse tão sensível ao ponto de provocar toda aquela excitação.
O loiro também queria fazer algo; estava passivo demais... Queria dar prazer ao namorado da mesma forma que ele fazia consigo. Mas suas pernas não o obedeceram, tão trêmulas estavam. A boca de Sasuke continuou descendo, escorrendo pelo meio da sua barriga, enfiando-se dentro do umbigo, até chegar ao cós do pijama que foi puxado para baixo. Naruto segurou o gemido quando seu membro ereto foi libertado daquele aperto que se encontrava, chocando-se com a temperatura fria do quarto, fazendo um arrepio percorrer sua pele.
Sasuke se levantou e retirou seu short junto com a cueca, ficando totalmente nu também. Na sequência, afastou as pernas do loiro e voltou a se debruçar sobre o ventre dele, apanhando a ereção dele pela base e, após umedecer os lábios, tocou-a com a ponta da língua. Fez movimentos circulares sobre a glande e escorreu pela extensão, repetindo a ação, adorando perceber o quanto Naruto se contorcia. E quando a engoliu de vez, a sensação foi ainda mais gratificante, pois loiro retesou-se completamente embaixo de si.
Naruto cerrou os olhos com força quando sentiu o frio do ambiente ser substituído pelo calor úmido do interior da boca de Sasuke, agarrou os cabelos negros entre seus dedos e os apertou. Seu membro estava sendo engolido e sugado, e a cada sucção elevava o corpo do futon fazendo com que sua ereção se afundasse mais na boca do moreno, mesmo que não tivesse mais espaço. Aquela sensação era enlouquecedora. Estava prestes a gozar, quando algo fez sua atenção se dispersar, um dos dedos do namorado roçava sua entrada. Sua mente despertou, fazendo-o lembrar que realmente não haviam discutido aquele ponto: quem seria o passivo da relação? Mas, pelo desenrolar do ato naquele momento, o loiro imaginava que os papéis já estavam definidos. Mesmo tendo idealizado o contrário em suas fantasias.
Achou dolorida e incomoda aquela invasão, mas era por ele, pela pessoa que mais amava, então, no fundo, não queria se importar com aquilo. Estava disposto a deixar que ele guiasse a situação. Assim, entortou o pescoço para trás e deixou-se ser tomado novamente por aquela sensação perturbadora que fazia seu pênis latejar.
— Ah! Estou quase lá...! — Naruto anunciou, trincando os dentes e, sem saber ao certo o que fazer para adiar o momento, puxou os cabelos de Sasuke para cima, fazendo-o parar os movimentos e olhá-lo. — Eu vou gozar na sua boca se continuar, Sasuke... — alegou, arfante. — Eu quero que sinta prazer comigo, então, use logo o lubrificante e vamos até o fim.
O moreno que fez uma careta ‘graciosa’ na visão de Naruto, por ter tido seus cabelos puxado, passou a mão na boca, limpando o excesso de saliva que se acumulara, fazendo Naruto sentir a excitação crescer de um jeito que não imaginava que aumentaria. Sasuke tinha um rosto lindo e a pele dele brilhava pela luminosidade das chamas.
— Estava gostando de fazer isso?
O rosto do moreno, pela primeira vez, se pigmentou de um tom rosa, que deixou Naruto embevecido. Não era só a pele do rosto dele que brilhava, o peito e os mamilos também estavam arrepiados. Naruto estendeu as mãos e tocou um deles, acariciando e percebendo Sasuke tremer e entreabrir os lábios.
— Ei...
— Você também está tão excitado... — Naruto se aproximou do rosto dele, beijando-lhe o pescoço. — Me diz, Sasuke...
O moreno não queria confessar, mas a verdade é que o gosto do pré-gozo de Naruto em sua boca era tão bom que queria mesmo que ele tivesse gozado.
— Seu rosto está tão sexy... — Naruto sussurrou, sentindo uma vontade deliberada de lamber a pele dele e, se aproximando devagar, segurou o queixo dele com uma das mãos e virou o rosto para o lado, deixando livre para que escorresse sua língua naquela região.
Sasuke estremeceu.
— Dobe...
Naruto desceu as lambidas pelo pescoço para o peito, admirou como o pequeno bico do mamilo estava eriçado, tocou-o apenas com a ponta da sua língua e foi o suficiente para sentir Sasuke apertar seus ombros.
— Ai...
— São mesmo sensíveis, não são...?
— Lógico que... Ah! — Sasuke não teve tempo de responder, pois teve que se segurar pra não gritar e quando olhou Naruto, puxando seu mamilo com os dentes, sobrepôs a boca com uma das mãos. O ardor em sua virilha foi tão intenso que teve que debruçar sobre ele, agarrando os cabelos loiros, enquanto o sentia prosseguir com aquela tortura. Naruto pareceu ter adorado fazer aquilo, pois ele dedicou um bom tempo nos dois mamilos e quando se afastou, os olhos de Sasuke arregalaram-se e seus rosto fumegou de vergonha ao ver como haviam inchados, estavam avermelhados e brilhantes.
— Ficaram lindos...
— Seu usurantonkachi, como você ou-... — Mas o moreno não prosseguiu, pois no instante seguinte sua boca estava sendo tomada e o corpo prensado junto ao de Naruto que massageava seu membro.
Os corações de ambos batiam desenfreadamente. Naruto já sabia como agir: bastava deixar-se ser guiado por seus sentimentos e o desejo enlouquecedor que sentia de experimentar cada pedaço da pele do Sasuke. Quando o deitou sobre o futon e cobriu aquela pele branca de beijos, notou que a situação se revertera por si própria, em algum momento as pernas de Sasuke se abriram para si. Ele aproveitou-se do momento para romper o lacre do tubo de lubrificante e despejar o conteúdo viscoso sobre o membro ereto, até o líquido escorrer para o orifício mais abaixo, o qual adentrou em seguida com um dos dedos e passou a fazer movimentos de entrada e saída.
Naruto admirou-se daquela visão. Ter aquele Sasuke, sempre tão genioso, todo entregue daquela maneira, gerava uma sensação indescritível. E tinha certeza de que ele estava gostando, pois seus dedos estavam sendo apertados dentro dele.
— Dói? — perguntou, olhando-o em admiração.
Com um menear de cabeça, ele respondeu:
— Não muito...
— Está deslizando... Está tão quente e úmido... — Naruto não teve certeza se poderia perguntar, mas precisava. — Nah, Sasuke, será que posso... Posso entrar aqui? — concluiu, parando os movimentos dos dedos e fixando os olhos no rosto do moreno.
Sasuke contraiu a face quando Naruto refreou os movimentos. A verdade é que a sensação de dor havia desaparecido, dando lugar a algo diferente. Não era bem do jeito que tinha imaginado, porém, por mais vergonhoso que fosse, sentia-se ansiando por ter Naruto se movendo em si.
— Faça logo... — Sasuke disse, com o rosto ainda mais ruborizado. — Eu não aguento mais. Vou enlouquecer se não gozar.
— Me- mesmo? — o loiro ainda quis ter certeza, radiando uma alegria que deixara o moreno ainda mais envergonhado.
Sasuke, apoiado-se nos cotovelos, afirmou com a cabeça.
— Certo... — Naruto também assentiu, retirando os dedos lambuzados de dentro dele e passando-os em sua ereção, lubrificando-a. Em seguida, segurou a base com uma das mãos trêmulas e direcionou para o pequeno orifício, fazendo-a apenas roçar na região. — Ah... droga... Não estou conseguindo colocar... Estou tremendo muito...
— Deixa eu te ajudar. — Sasuke propôs, arqueando um pouco mais e, ficando apoiado somente em uma das mãos, usou a outra para esticar sua parte baixa, tentando abri-la mais para que Naruto pudesse penetrá-lo. A ajuda surtiu efeito, pois no momento seguinte, sentiu algo se encaixando.
— É... agora consegui. Vou empurrar.
— Devagar... — o moreno pediu, fazendo algumas caretas de dor ao senti-lo invadindo. — Espera. — falou, quando atingiu um ponto que o fez estremecer.
— O que foi? — Naruto perguntou ofegante.
— Acho que chegou ao limite.
— Mas nem está tudo dentro... e... está tão apertado.
— Eu sei... Mas se você se mexer mais...
— Eu vou machucá-lo?
— Hm.
— E como fazemos então, Sasuke? Tá pulsando. Eu preciso me mexer.
— Tá. Calma. Vai, mais vai devagar...
— Assim...
— Não, não... Calma, espera, espera... Eu estou dizendo pra esperar!
— Como, Sasuke?!
— Merda, Naruto! Calma. Sou eu quem estou por baixo, droga! Você não quer trocar de posição, quer?
Os dois pararam, um olhando para o outro.
— Não... Não quero trocar. Eu sempre quis exatamente dessa maneira. — Naruto afirmou, debruçando-se sobre o corpo do namorado e fazendo-o deitar-se. No processo, sentiu seu membro escorregar pra fora dele, mas logo voltou a recolocá-lo, empurrando-o de vagar. Gostou daquela sensação e a repetiu: ergueu-se novamente, fazendo a ereção sair e tornou a empurrá-la. — Ah... Nunca imaginei que seria tão bom estar dentro de você, Sasuke... — ele disse, repetindo o movimento de entrada e saída, percebendo que era esse movimento, que aumentava o calor e a excitação do seu corpo. — Mas é muito diferente dos meus sonhos... — o loiro parou, buscando respirar, notando que Sasuke além de ter parado de protestar pela dor, estava estranhamente ofegante.
O loiro saiu e enfiou-se novamente, tentando empregar mais força e velocidade a cada nova estocada. — Eu não fazia ideia de como é quente... — estocou de novo, fazendo Sasuke engolir um gemido. — e tão apertado... É muito melhor do que... Ann... imaginei...
— Naruto... — Os braços do moreno envolveram o pescoço do loiro e as bocas se encontraram em um beijo ainda mais sufocante. Sasuke prendeu a língua de Naruto na sua boca e a sugou a medida que movia o quadril de encontro às investidas dele. A sensação havia mudado. Apesar da dor inicial, agora sentia a necessidade de ser preenchido pelo volume dele e tocado na sua parte mais funda. — Mexa-se mais rápido. — pediu, soltando da boca dele. — Pode ir mais fundo...
— Posso mesmo, Sasuke? — o loiro sorriu ao ouvir aquilo, movendo-se, fazendo sua ereção deslizar até alcançar o limite dentro de Sasuke, onde golpeou algumas vezes. — É aqui?
— Ah! Aí mesmo... Eu vou gozar...
— Espera, vamos chegar lá juntos.
— Naruto... — o moreno apertou o lábio no dente.
Naruto percebeu o tremor que corria pelo corpo que estava possuindo. Seu membro latejava ao entrar e sair naquele espaço apertado. Estavam ambos no limite e sabiam que a qualquer momento desencadeariam um orgasmo intenso. O loiro então arrematou com mais força, encaixando sua ereção por completo dentro do moreno e aquilo foi o suficiente para sentir as paredes internas de Sasuke começarem a se contrair, ele estava gozando...
As pernas do moreno envolveram a cintura do loiro, prendendo seus movimentos. Mas Naruto apartou-as, para retirar o pênis e recolocá-lo, impondo mais força nos movimentos dificultados devido à resistência imposta pelo interior contraído. O membro do loiro atingiu o limite dentro do corpo de Sasuke mais uma vez. Quando aquela sensação de êxtase finalmente o tomou, não conseguiu refrear o desejo que o fizera mexer o quadril de forma a atingir ainda mais aquela região, prolongando o orgasmo do moreno.
Sasuke, desta vez, segurou o grito de êxtase, mordendo a mão fechada em punho, enquanto seu interior era preenchido pelo orgasmo quente que o membro pulsante de Naruto despejava em si. Ao mesmo instante que a sua própria ereção expelia sêmen lambuzando o tórax do Naruto.
Por alguns segundos, ficaram parados, sentindo o estremecer provocado por aquelas sensações que percorriam seus corpos; as respirações pesadas e o bater desenfreados dos corações. Naruto beijou o rosto de Sasuke com os lábios ressequidos e sentiu algo apertar ao perceber lágrimas nos cantos dos olhos negros.
— Tá doendo, muito?
— Vai doer na hora que sair...
— Quer que eu fique?
— Saia logo, baka!
Naruto puxou o membro pra fora de Sasuke de uma vez, e o viu tampar a boca com as mãos e abafar a exclamação. O seu orgasmo deslizou pra fora dele, lambuzando as pernas e o futon.
— Gomen?
— Não se desculpe, dobe!
— Quer que eu faça algo?
O moreno suspirou. O peito ainda subindo e descendo. A dor era intensa, mas a sensação que experimentara, fazia valer à pena.
— Só puxe o edredom e deite-se. Vai passar logo. Está ficando frio com seu corpo afastado do meu...
— Ah, certo! — Naruto assentiu, apanhando o edredom e cobrindo o corpo dos dois. Abraçou-se a Sasuke e gostou daquela sensação de estar abraçado ao corpo dele nu. — Quero estar assim com você pra sempre, Sasuke.
— Todo o sempre? — o outro perguntou, sentindo os olhos já fechando devido a exaustão. — Soou como votos de casamento.
— Mas um dia a gente vai se casar, eu prometo. — Naruto garantiu.
Sasuke riu, sentindo-o se aconchegar ainda mais ao seu corpo. Estava sem forças para contradizer aquela idiotice, por isso, deixou-se apenas sucumbir pela sonolência que chegava com força devido ao cansaço, enquanto o som da chuva que caía mais mansamente do lado de fora, embalava seus sonhos futuros.
...
Na manhã seguinte, Kakashi entrou no quarto e ficou observando os dois adormecidos embaixo do mesmo futon.
— Os encontrou, Kakashi?
— Sim... — respondeu e, antes que o marido entrasse, ele empurrou o tubo de creme lubrificante e as roupas pra debaixo dos cobertores. — Estão aqui no quarto do Naruto.
Sasuke abriu os olhos ao ouvir a voz do adulto e fez menção de se levantar quando o gesto do pai pedindo silêncio, o fez ficar parado no mesmo lugar.
— Continue fingindo estar dormindo. — Kakashi sussurrou.
Sasuke concordou e voltou a fechar os olhos. Logo, Iruka apareceu.
— Ah, então eles estão aqui.
— Sim.
— Dormiram juntos?
— Deve ter faltado energia, essa foi a melhor maneira de se protegerem do frio sem o aquecedor.
— Verdade — Iruka concordou, sorrindo. — Deveria faltar energia mais vezes, não acha? Assim, nem parece que os dois vivem em pé de guerra.
— Com certeza. — Kakashi concordou, envolvendo os ombros do marido com um dos seus braços, guiando-o para a porta. — Melhor deixá-los dormirem mais um pouco. Vamos preparar o café.
— Certo.
Sasuke, que já estava suando de nervoso, sentiu Naruto ao seu lado se remexer e esfregar os olhos, incomodado, provavelmente, com o calor que fazia durante a manhã.
— Ah, tá muito quente aqui, ‘ttebayo! — ele ergueu-se de repente e ainda esfregando os olhos, sentou-se no futon e empurrou os cobertores para longe, revelando seu corpo e de Sasuke nus. — Será que o aquecedor voltou a funcionar?
Quando Naruto finalmente se localizou no espaço e no tempo. Notou, o quanto estava encrencado, principalmente, ao se deparar com o ar de fúria do pai adotivo, o suspirar desolado de Kakashi, além da feição contrariada de Sasuke. Riu sem graça.
— Você não tem mesmo jeito, seu usuratonkachi...
...
Sasuke despertou ao ouvir o tocar da campainha. Olhou para o lado e percebeu-se sozinho na cama. Não se lembrava de ter se deitado, então, deduziu que só poderia ter sido o marido. Saiu do quarto após olhar as horas no relógio da cabeceira. Karin havia lhe dado a manhã de folga por tê-lo prendido até tarde da noite. Mesmo assim, sentia-se incomodado com aquele tipo de regalia. Se não estivesse mesmo cansado e se não precisasse conversar com Naruto sobre aquele problema, com certeza, não teria aceitado.
Na cozinha, Naruto preparava o café. Estava surpreso ao receber a visita da sua avó. Na verdade, conhecera a médica no orfanato no qual vivera quando criança. Ela foi a primeira pessoa que quis adotá-lo, mas a avaliação do assistente social constatou que ela não tinha estabilidade psicológica para cuidar de uma criança. A mulher tinha um histórico de tratamento contra dependência alcoólica, além de não ter marido, ter vício em jogos e ser de idade avançada.
Foi depois que teve a notícia de que não poderia ser adotado pela doutora Senju, que Naruto decidiu fugir e viver nas ruas, onde encontrou Iruka. O homem quis legalizar sua adoção, por isso, teve que retornar para o orfanato no qual ficou por pouco tempo, até a documentação ficar pronta. Nesse período, reencontrou a mulher que nunca parou de procurar por ele no lar de adoção. Porém, ela ficara enfurecida quando descobriu que um homossexual pudera adotá-lo e ela não.
Mesmo assim, Tsunade continuou mantendo o contato. Quando descobriu sobre o envolvimento dele e de Sasuke, ela foi totalmente contra e, muitas vezes, jogou na cara do pai adotivo de Naruto que a culpa era do ‘mau exemplo que ele dava’.
— Faz tempo que não vem me ver, baa-chan. — Naruto serviu duas xícaras com café e entregou uma para a avó de consideração. — Como anda o tratamento?
— Bem. — ela garantiu, sorrindo abertamente e apanhando a alça da xícara, elevando-a até a boca e bebericando o líquido. — Do jeito que eu gosto: forte e com pouco açúcar. Vai ser ótimo para espantar o sono depois da noite de plantão.
— Deveria vir depois de descansada.
— É que eu precisava falar com você sobre algo que me incomodou muito a noite inteira.
— Não me diga que é mais um daqueles seus pressentimentos bobos, baa-chan? — ele recostou-se a pia, soprando a fumaça que exalava da sua caneca de café.
A médica recolocou a porcelana na mesa e fixou firmemente seus olhos castanhos nos azuis diante de si, perguntando em seguida:
— Naruto, você sabia que o Sasuke tem mais uma filha?
Continua...
Notas finais do capítulo
Capítulo um pouco maior do que esperado. Feito com carinho! *--*E agora, minna, será que a baa-chan falou demais?? Será que essa Crise vai ter fim??Agradecendo SEMPRE todas as reviews que recebo! Espero vocês no próximo!!o/
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