Autor: Andréia Kennen
Gênero: Lemon, Romance, Universo Alternativo, Yaoi
Status: completa
Classificação: 18 anos
Resumo: Naruto e Sasuke, mesmo sendo um casal pouco convencional, sempre se esforçaram para viverem bem e como uma família comum. Contudo, o mal que assola as famílias comuns (a temerosa "Crise dos sete anos de casados")está rondando esse lar feliz. Será que eles irão conseguir vencer todos os obstáculos e manter o casamento?
Confiram![NaruSasu. +18. Presente de níver pra minha Blond-Hikari-nee-chan.]
A Crise dos 7 - Fase 2 (A separação)
Capítulo 11
Revisada por Blanxe
— Dando continuidade à matéria do professor Massato, hoje irei falar sobre as ramificações da Zoologia e suas subdivisões. Mais especificamente, o ramo da Entomologia. De acordo com a definição, Entomologia é a ciência que estuda os insetos; suas relações com o homem, as plantas, os animais e o meio-ambiente. Dentro da Entomologia, temos também subdivisões de estudos para cada tipo de espécime. Alguém saberia me dizer quais são?
O professor parou de escrever no quadro e comtemplou a sala que permaneceu em absoluto silêncio.
— Vamos lá pessoal, ninguém aqui assiste ao Discovery Channel?
— Sensei, assistir eu até assisto. O problema é me lembrar de todos aqueles nomes técnicos — argumentou um dos alunos, sentado na primeira fileira.
Sasuke suspirou, decepcionado. Eram jovens que queriam se tornar biólogos, no entanto, não sentia neles a paixão que via na pequena Bara, que era capaz de gravar todos aqueles “nomes técnicos” com facilidade, mesmo que não soubesse pronunciá-los corretamente.
Estava prestes a voltar para o quadro e listar os nomes quando algo chamou sua atenção: um pequeno braço se ergueu na última fileira do auditório. Achou que estava vendo coisas, afinal, o braço era tão pequeno que não dava para ver de quem era. Mas deduziu que poderia ser algum estudante de baixa estatura e apontou na direção do braço levantado.
— Você, com o braço erguido, sabe a resposta?
Automaticamente, todo o grupo se voltou para onde o professor apontava. A mão estava visível, mas havia um rapaz alto na fileira da frente que impedia a visão do restante da sala, a garota ao lado dele tomou a providência e o empurrou, fazendo-o se abaixar, para em seguida, seu rosto se iluminar em deslumbramento com o que via; ascendendo a curiosidade do restante da sala.
— Oh! Que kawai!
— O quê foi, Ayanami?! — outra jovem perguntou, olhando por cima do garoto que ainda estava abaixado. — É mesmo, que linda! Como essa coisa fofa entrou aqui?
“Kawai? Linda? Coisa fofa?”, Sasuke sentiu a veia na sua testa latejar imaginando do que se tratava. Largou sua apostila na mesa e subiu as escadas no meio do auditório, indo até o pequeno alvoroço que se formava em torno da visitante misteriosa. Então, confirmou aquilo que já esperava: era a filha.
Bara, que deveria estar sobre a vigia de Kabuto na coordenação, estava sendo agarrada e apertada pelas suas alunas.
— Da onde saiu essa menina tão linda?
— Eu também quero ver!
— Que olhos lindos ela tem.
— Bara?! — o professor exclamou, após abrir caminho entre os alunos que formavam uma barreira em torno dela.
A filha, que estava vestida com uma bata branca de estampa de flores no peito, legue rosa, sapatos e uma tiara nos cabelos — agora curtos —, observou o homem adulto com um sorriso, enquanto balançava as pernas tranquilamente embaixo do banco.
— É que aquele o tio Kabuto é muito chato... — ela justificou, antes do pai vocalizar algum questionamento. — Ele queria que eu ficasse sentada o tempo todo. Então, eu vim assistir a aula do papai.
— PAPAI?! — a interrogação em uníssono dos jovens encheu o ambiente.
— Sensei, essa menina que mais parece uma boneca inglesa é sua filha?
Sasuke apertou a fronte com dois dedos, fazendo uma massagem ao sentir a dor latente na região se condensar.
— Hai! Eu sou a filha do papai. — a loirinha foi quem confirmou, totalmente à vontade com a atenção que recebia.
— Bara, esse lugar não é pra você... — Sasuke balbuciou, mantendo a massagem na testa. Ele imaginara que não daria certo levar a filha, que havia dotado a hiperatividade do pai biológico, para universidade. Mas, como era sábado e fora chamado de última hora para cobrir a falta de um professor, não teve escolha.
— Professor, não tem nada demais nessa aula. — uma das alunas comentou, abraçando a menina e fazendo Sasuke se sobressaltar com aquele avanço. — Deixe-a assistir, eu cuido dela.
— Eu quero assistir a aula sobre os insetos, tou-chan... — Bara pediu, com os olhos brilhando em lágrimas e contorcendo os lábios em um bico, que fez metade dos alunos em volta suspirar.
— Sensei, por favor. Não vai fazer essa menina linda chorar, né?
— Além disso, ninguém merece ficar na companhia do Kabuto-sensei, muito menos uma garota fofa como ela.
— Tá, tá. — Sasuke concordou, imaginando que o grupo caíra muito fácil na persuasão da filha, pois sabia muito bem que uma das poucas coisas que Bara fazia era chorar. Hikari, o menino, sempre fora o mais sensível. Já a menina, por mais que não fosse sua de verdade, enxergava nela traços evidentes da sua própria personalidade. — Preciso voltar à aula, comporte-se então.
— Hai! — ela assentiu com a cabeça também.
— Então, voltando à questão...
Quando Sasuke retomou a frente da sala, percebeu que a filha estava novamente com o braço erguido. Como não tinha jeito, deu a ela o direito de resposta e não ficou surpreso quando Bara respondeu corretamente, mesmo que silabando pausadamente, o nome de todas as ramificações que era responsável pelo estudo de cada tipo de insetos.
Não se sentia a vontade em definir aquele sentimento pela menina como ‘preferência’, gostava do casal de gêmeos igualmente. Mas com Bara poderia dizer que havia mais afinidade. Ela era fascinada por insetos e lagartos. E acreditara que o gosto despertara pelo fato dos dois terem aquela proximidade desde cedo. Muitas vezes a pequena dormira em seu colo enquanto revisava provas, trabalhos, ou ainda montava as aulas na faculdade. Quando levou o casal de gêmeos ao petshop pela primeira vez, para escolherem um animalzinho de estimação, não se surpreendeu ao ver a menina vidrada no recipiente de acrílico onde um camaleão corria de um lado para o outro, mudando de cor conforme o ambiente a sua volta, enquanto Hikari se encantava com os hamsters.
Agora a menina tinha o “M-13”, o camaleão que ela escolhera naquele dia, e um besouro chifrudo, o qual encontrou no jardim da casa dos avós, e que o adotara com o nome de R-16. Os nomes ela retirara dos seus documentos de faculdade: “M-13” eram as médias trimestrais e “R-16” era um relatório sobre os acadêmicos. Os números se referiam à data de entrega dos mesmos.
Sasuke sorriu ao perceber a sala mais desperta depois da participação da filha e prosseguiu com a explicação após afirmar que a resposta dela estava correta.
No final da aula, ao sair com Bara no colo, ainda houve uma pequena aglomeração de alunas em torno dos dois. Achou estranha aquela aproximação, pois seus alunos sempre o acharam carrancudo e estressado, por isso não se aproximavam. Até preferia ser visto daquela forma, pois evitava intimidades e conseguia manter-se imparcial e profissional com eles. Porém, graças à Bara, aquela barreira foi quebrada facilmente. A maioria que o cercara eram garotas que tinham os rostos levemente corados e se despediam da loirinha, chamando-a de “Bara-chan” e pedindo para que ela as visitasse mais vezes. Animada com a atenção, Bara respondeu que da próxima vez iria tentar trazer o “Hi-chan” junto. Quando as meninas souberam que ela se referia ao irmão gêmeo, perdeu mais quinze minutos tentando despistar-se do “tietismo” das alunas.
— Era bem mais fácil quando elas tinham medo... — ele resmungou, entrando na sala da coordenação com uma expressão cansada e notando Kabuto completamente à vontade em sua antiga mesa, folheando uma revista. — Pelo jeito, já terminou a verificação dos lançamentos de notas no sistema? — perguntou, colocando a filha no chão, que saiu correndo em direção ao armário onde ela havia guardado a mochila e os brinquedos.
— Isso é serviço do secretário de curso, e agora eu sou o vice-coordenador interino. — respondeu, sem sair da posição que estava. — Ou seja, não é mais minha função verificar se os professores lançaram ou não as notas.
Sasuke fechou os olhos e mentalizou uma contagem regressiva até dez. Fora o que seu psicanalista havia orientado quando se deparasse com uma situação de extremo estresse.
Teria um final de semana tranquilo na companhia dos filhos, mesmo que tivesse ocorrido aquela adversidade de ter que cobrir a ausência de um dos professores, exercendo uma função que já não era mais a sua. Porém, não podia exigir o mesmo comprometimento de outros. Pedira um secretário novo para o RH, mas os estagiários não chegavam a completar um mês na coordenação e pediam demissão.
Desconfiava que o motivo era aquele bem à sua frente. Kabuto não estava facilitando desde que assumira como coordenador, após o afastamento de Karin, mas não iria dar a ele o gostinho de conseguir desestabilizá-lo, pois, vê-lo surtar e abandonar o cargo parecia ser exatamente o plano do colega.
Decidindo que ele mesmo verificaria os lançamentos das notas em casa, quando tivesse um tempo, apanhou suas coisas e a da filha e saiu, ainda ouvindo-o desejar um “bom fim de semana”.
...
— Estou com fome... — Bara reclamou para o pai, que estava tendo dificuldade pra prender o cinto de três pontas da sua cadeirinha de elevação no banco traseiro do carro. — Deixa que eu faço, otou-chan. — a menina falou, afastando as mãos dele e prendendo ela mesmo o cinto. — Viu? Eu já sei fazer.
Sasuke sorriu e, por um instante, pensou em como o tempo passara rápido depois que se tornara pai. Já tinha um filho adolescente e a cada semana que passava os caçulas pareciam um pouco mais esticados e independentes. Os dois fariam sete anos no dia 12 daquele mês; haviam ingressado no ensino fundamental naquele ano e logo não precisariam mais usar aqueles acentos para criança no carro.
— Otou-chan? Doushite? — Bara o questionou, pendendo o pescoço para o lado.
— Nada não. — ele levantou-se, balançando a cabeça e afastando a distração. — O papai também está com fome. Vou ligar para o Naruto e saber como Hi-chan está, aí iremos almoçar, tudo bem?
— Hai! — ela respondeu eufórica. — Posso escolher onde?
— Pode. Vai pensando enquanto eu faço a ligação...
— Okay!
Sasuke fechou a porta do veículo e se afastou. Apanhou o celular no bolso, hesitou por um instante antes de fazer a ligação, sempre que tinha que falar com o loiro sentia aquele nervosismo que fazia seu estômago revirar. Era uma sensação irritante, a qual não conseguia evitar. Na verdade, piorava toda vez que o tom de chamada se alongava por mais de três toques, como estava acontecendo. Quando imaginou que a ligação seria encaminhada para a caixa de mensagem, ouviu o toque ser interrompido. Prendeu a respiração, mas ao invés daquela sensação de ansiedade esvanecer, ela deu lugar para uma ainda pior: raiva.
Um terrível mau humor apossou-se do moreno ao ouvir que a voz que lhe atendera não era de Naruto.
— Nani?
— Quem está falando? — Sasuke procurou saber, não escondendo o tom ríspido.
— Com quem quer falar? — a voz rebateu petulante, imediatamente.
O moreno sentiu a veia em sua testa pulsar ao ter a pergunta repelida. Apertou o aparelho em suas mãos com tanta força que achou que o quebraria ao meio. “Dane-se a contagem até dez!”, exclamou em pensamento, desistindo de ser tolerante.
— Como com quem? Se eu ligo no celular de alguém é porque eu quero falar com o dono do número para o qual estou ligando, isso é óbvio!
— Ih... Pelo nível de ignorância, já sei quem é. Só um minuto... — o atendente falou, forçando o tom de voz afeminado, não fazendo questão de abafar o telefone ao perguntar: — Amor, é seu éx, vai atendê-lo?
— Agora não dá, Sasori. Pede pra ligar mais tarde.
— Ele... — Sasori iniciou a resposta, mas foi cortado.
— Passa-o-telefone-para-o-Naruto-AGORA!
Sasuke ouviu o garoto suspirar, mas ele fez o que pediu.
— Amor, ele quer falar com você... a-go-ra. — silabou a última palavra, debochando do adulto ao telefone.
— Não tem como eu atender. Pergunta o que ele quer.
— Ele pediu pra você dizer o que...
— PASSA PARA O NARUTO!
Sasuke não conseguiu ouvir direito o que aconteceu ao fundo, demorou um pouco, mas logo ouviu a voz de Naruto.
— Alô?
— Nunca mais peça para esse moleque imbecil atender o seu celular, Naruto! — advertiu ao loiro em tom alterado. — Você não sabe com quem está brincando, eu não tolero esse tipo...
— Quem está brincando aqui, Sasuke? — fora a vez do moreno ser cortado. — O Hi-chan acabou de ser medicado e está dormindo. Eu estou carregando ele no colo, por isso pedi que o Sasori atendesse meu celular. Afinal, o que você quer?
Os pensamentos de Sasuke se embaralharam, não conseguiu responder prontamente. Era a preocupação com o filho doente, a fome da filha que o esperava no carro, os problemas da universidade e o que mais lhe tirava o foco: o fato de Naruto estar tão “próximo” de alguém ao ponto de deixá-lo atender seu celular. Por mais que ele houvesse justificado e estivesse falando em um tom de voz baixo como se não quisesse acordar o gêmeo, não conseguia deixar de imaginar que ele pedira para o garoto ruivo atender seu telefone de propósito, com a intenção de afrontá-lo.
Mas, tentou lembrar-se das palavras do psicanalista, inspirou e espirou pausadamente e voltou ao foco da ligação.
— Eu só quero saber como está o meu filho.
— Eu já disse: está dormindo. Acabou de fazer inalação e tomou medicamentos. A pediatra pediu um Raio-X e ela constatou que é bronquite. Ele vai ficar de cama tomando antibiótico por alguns dias.
— Bronquite? Quer dizer que meu filho não está andando bem agasalhado?
— Teme... — fora a vez do homem ao telefone, controlar seu nervosismo. — A médica disse que é por que ele esteve resfriado esses dias, os pulmões já estavam fracos e contaminados... Não venha insinuar que não estou cuidando bem dos gêmeos.
— Como não, Naruto? O que parece é que essa bronquite é o resultado do agravamento do resfriado, que não deve ter sido tratado adequadamente. Mas claro, eu sei que dar atenção para duas crianças não é nada fácil, ainda mais quando se arruma uma terceira...
Sasuke ouviu o loiro pigarrear contrariado do outro lado e, de alguma forma, aquilo lhe causou um grande contentamento. Abriu um sorriso satisfeito. Fazia muito tempo que ele queria jogar aquela verdade na cara do Naruto, e o momento não podia ter sido o mais apropriado.
— Otou-chan, estou com fome! — a loirinha chamou sua atenção, colocando a cabeça para fora da janela do carro.
— Estou indo, Bara — Sasuke respondeu, abafando o celular na blusa. Em seguida, voltou a recolocar o aparelho na orelha para concluir a conversa com o ex-marido: — Vou levar a Bara para almoçar, mais tarde passo aí pra ver como Hi-chan está.
E desligou, sem esperar a resposta.
...
Após Sasuke praticamente desligar o telefone na cara de Naruto, o loiro recolocou o celular no bolso e apanhou o filho dos braços de Sasori, percebendo o quanto ele se esforçava para segurar o menino adormecido.
— Pode me dar ele...
— Ele é bem pesadinho, né? — Sasori comentou, sacudindo os braços que ficaram adormecidos devido ao esforço, para em seguida ajeitar a alça da bolsa que carregava com os pertences dele e do menino nos ombros.
O ruivo não obteve uma resposta do loiro. Notara também a mudança imediata de humor de Naruto e deduziu que foram as palavras ferinas do ex-marido dele. Toda vez que Naruto falava com Sasuke, transformava-se em outra pessoa: um adulto normal, estressado e mal-humorado. Mas não tinha o direito de reclamar, o loiro lhe esclarecera desde o início do relacionamento que Sasuke sempre estaria presente por causa dos gêmeos.
Por isso, Sasori não podia se dar ao luxo de reclamar. Era somente a segunda fase do jogo, ele havia ganhado a primeira; se começasse com cobranças exageradas, perderia pontos e acabaria dando espaço para o ex-marido empatar a partida e ir para o tira-teima. Mas estava decidido a não deixar aquilo acontecer.
“Eu me recuso a perder! Não vou deixar todo o meu esforço em conquistar o Naruto ir pelo ralo. Nem que aquela bicha velha do ex-marido sapateie em cima desse corpitcho aqui, eu não vou desistir!”, Sasori se autodeterminou em pensamento, crispou os punhos e apertou o passo, alcançando Naruto, que já entrara no prédio e seguia pelo corredor onde ficava o apartamento.
Assim que entrou em casa, o loiro foi direto para o quarto dos gêmeos, com a intenção de acomodar o filho embaixo dos cobertores.
Sasori foi para cozinha.
— Deixa que eu preparo o almoço — ele se propôs.
— Arigato...
— Otou-chan, cadê a Bara? — Hikari perguntou com uma voz manhosa, depois de ser colocado na cama e ter o calçado retirado pelo pai. — Eu quero a Bara. E o meu onii-san? O senhor avisou o Yoru-nii-san que eu estou doente?
— A Bara foi passar o fim de semana com o Sasuke e o Yoru com a Sakura. — Naruto respondeu, aconchegando o menino embaixo dos cobertores.
— Por que eles foram passear se eu tô doente? E se eu morrer?
Naruto suspirou. Hikari era muito manhoso no cotidiano, mas doente ele chegava a ficar melancólico e dramático.
— Você não vai morrer — o loiro garantiu, acariciando os cabelos rebeldes do filho. — É só comer direitinho e tomar os remédios que logo ficará bom.
— Mas a Midoriko-nee-chan morreu... — o garoto lembrou ao pai, fazendo-o arregalar os olhos. — Ela também estava muito doente... — continuou, esfregando os punhos sobre as pálpebras fechadas, enquanto fungava e tossia.
Naruto ficou pensativo por um momento ao ser lembrado daquele caso. A filha de Karin estava em estado terminal, por isso, a morte fora inevitável. De certa forma, foi um choque para seus dois pequenos que, por mais que tivessem convivido pouco tempo com a menina, fora o suficiente para se apegarem a ela e tê-la como uma irmã de verdade.
O pai olhou o filho com o rosto ainda mais vermelho devido à esfregação e sentou-se na beirada da cama.
— O caso da Midoriko-chan foi diferente, Hi-chan. Ela estava doente há muito tempo e os médicos não tinham mais o que fazer; não havia mais remédio que pudesse curar a doença dela. Mas o seu caso tem cura, se você descansar, tomar os medicamentos corretamente e não cuspi-los, se alimentar bem, logo estará brincando de novo.
— Mas eu quero a Bara e o meu onii-san... — o menino ainda insistiu.
— A Bara não pode ficar perto de você enquanto estiver doente. Você não quer que ela fique de cama também, não é? O Yoru estará aqui amanhã à tarde. — Naruto ajeitou os cobertores dele e se levantou. — Agora descanse, vou trazer algo para você comer.
— Estou sem fome... — o garoto resmungou.
— Você precisa comer, Hi-chan! — Naruto exasperou-se, impaciente.
Ele nunca fora a melhor opção para cuidar das crianças quando ficavam doentes, sempre entrava em desespero, até mais do que eles. Era totalmente o contrário de Sasuke, que conseguia manter-se frio e agir calmamente.
— Não grita comigo, otou-chan... Eu tô doente... Eu quero meu onii-san! Eu quero meu pai Sasuke! Eu quero a Bara!
Hikari entrou em crise de choro e Naruto elevou as duas mãos na cabeça, afundando-as na cabeleira loira, desesperando-se ainda mais. Sentiu-se cansado. Havia passado a noite inteira acordado com o menino passando mal; ficara a manhã inteira no hospital, fora obrigado a ouvir a ignorância de Sasuke ao telefone e agora aquilo...
— Pare de chorar, Hikari... — o loiro pediu, passando a mão no rosto do menino e limpando o excesso de lágrimas. — Por favor, pare... — Naruto não conseguiu suportar e acabou entrando em uma crise de choro junto com o filho.
Sasori entrou no quarto com a bandeja e uma tigela de ramen e surpreendeu-se ao ver pai e filho em prantos.
— Mas o que está acontecendo aqui?
...
Depois de ser convencido pelo ruivo a deixar com ele a tarefa de dar comida para Hikari, Naruto foi tomar banho. Sabia que os filhos ainda não aceitavam o novo relacionamento. Era normal, crianças eram ciumentas em relação aos pais. Naquele aspecto, Hikari lembrava muito o Sasuke quando pequeno, o ex-marido demorou a aceitar ele e o tutor Iruka como membros da sua família. E, apesar de Bara ser a mais apegada com o moreno, ela fora a primeira a se acostumar com a presença do ruivo. Já Hikari, agia de forma oposta a da menina, fazia questão de rejeitá-lo. Mas imaginava o motivo: o sentimento do mais novo não passava do reflexo dos sentimentos de Yoru, que simplesmente declarara-se inimigo mortal de Sasori.
Naruto suspirou, despindo-se e largando as roupas pelo chão enquanto seguia para o banheiro anexo ao quarto. Ao adentrar o local, foi direto para o box, abriu a válvula do chuveiro e enfiou a cabeça debaixo da água fria.
“Nunca mais peça para esse moleque imbecil atender o seu celular, Naruto!” — ao mesmo tempo em que Sasuke o deixara feliz com aquela fala, ele o desanimara, já que não conseguia distinguir se eram ciúmes devido ao fato do ex-companheiro ainda sentir algo por ele, ou se era simplesmente o ego dele falando, por ter sido trocado por alguém mais jovem. “Mas claro, eu sei que dar atenção para duas crianças não é nada fácil, ainda mais quando se arruma uma terceira...”
O loiro crispou os punhos com força e bateu-os contra a parede de azulejo. Tinha ciência de que havia tomado uma decisão precipitada sobre Sasori. Fora motivado pela raiva que estava sentindo de Sasuke, a pressão de Ino e os dias na bebedeira.
O barulho da porta do banheiro se abrindo retirou-o dos seus pensamentos. Naruto fitou o ruivo que entrara com as suas peças de roupas juntadas ao peito e o viu colocá-las dentro do cesto de roupa suja, para só então perceber que a blusa dele estava suja de comida.
— O que houve? Foi o Hikari?
— Pois é... — o garoto confirmou, repuxando os lábios de um lado a outro. — Mas não foi... — Sasori se deteve ao ver Naruto abrir a porta do box e estender a mão para alcançar a toalha pendurada no suporte na parede.
— O que vai fazer?
— Vou falar com o Hi-chan. Ele não pode fazer isso com você e muito menos ficar sem comer!
— Fica calmo. — o ruivo pediu, ficando com o rosto vermelho ao ter que espalmar as mãos sobre o peito molhado de Naruto. — Eu já limpei tudo. Servi outro prato de comida e já convenci o pequeno “Trollzinho” doente a comer. A essa altura ele já deve estar dormindo. — o ruivo passou a mão no rosto do loiro e sorriu gentilmente, mesmo que por dentro estivesse estremecendo do nervoso que Hikari fizera-o passar. — Sweet honey, já falei pra confiar um pouco mais em mim, né? Você precisa relaxar...
Sasori deu um passo para trás e retirou a camisa por cima da cabeça, expondo o corpo magro e os mamilos com pircings, desabotoou o short vermelho e o retirou pelos pés junto com a roupa íntima. Deixou as peças sobre a tampa do cesto e, voltando a espalmar as mãos no peito do loiro, o empurrou de volta para dentro do box, até ele encostá-lo a parede. Não demorou muito e Naruto estava arfando, tentando desligar sua mente dos problemas e aproveitar do sexo oral que recebia. Mas ainda era impossível não pensar em Sasuke. Sua mente era sua pior inimiga e o traía de forma covarde.
Bastava fechar os olhos e...
Sasori sentiu as mãos de Naruto segurar o seu rosto e puxá-lo até suas bocas se encontrarem, sentiu os lábios quentes e a língua dele vasculhando sua boca. Seu membro enrijeceu. Logo foi virado para parede, onde se apoiou e empinou o traseiro o máximo que pôde para receber o volume do mais velho. Não demorou a penetração começar, fazendo seu coração disparar. Doía muito no começo, mas era questão de algumas investidas e logo estaria desejando que ele o atravessasse com a força das estocadas.
Não conseguiu conter os gemidos exagerados de prazer ao sentir o orgasmo chegando, mas sua voz foi abafada pela mão do loiro.
— Não tão alto... — Naruto sussurrou no ouvido do ruivo.
Sasori concordou com um menear de cabeça e prendeu o lábio inferior nos dentes, evitando vocalizar os gritos de prazer que se entalavam em sua garganta. Naruto estava chegando ao clímax, pois sentiu as investidas dele se tornarem mais intensas, tanto, que o barulho da virilha do amante se chocando contra suas nádegas ressoava no pequeno ambiente como se fossem tapas. Retesou-se quando sentiu o pênis dele golpear repetidas vezes sua próstata e não foi mais capaz de se segurar. As contrações do orgasmo o atingiram com tanta intensidade fazendo seu membro espirrar sêmen no azulejo da parede.
Ofegante, Naruto saiu de dentro de Sasori e foi para debaixo do chuveiro, deixando-se ser lavado pela a água gelada. O ruivo sentiu o orgasmo quente escorrer por suas pernas e virou-se para observar o loiro, aproveitando da água com olhos fechados. Por um instante, sentiu algo apertar em seu peito.
O ruivo suspirou e engoliu a vontade de chorar. Havia sido bom, porém, percebeu que Naruto só fizera daquela forma tão intensa, porque deveria estar pensando em Sasuke. Os olhos fechados eram a maior prova de que ele usara seu corpo pra fazer sexo com o ex-marido o qual ele não conseguia tirar da cabeça. Quis esbofeteá-lo ao pensar naquilo, mas este desejo se dissolveu tão rápido quanto surgiu ao sentir os braços do mais velho envolvendo o seu corpo.
Segundos depois, estava dividindo a ducha com ele. Perdeu-se mais ainda quando Naruto lhe abriu aquele grande sorriso e segurou seu queixo, admirando-o com aquelas esferas azuis claras e imensas. Quanto deu por si, o beijo estava acontecendo, devagar, molhado e excitante, embaixo da ducha fria. Não foi capaz de condensar o ritmo frenético em que seu coração disparou, muito menos, conter o calor que aqueceu seu rosto ao perceber que seu sexo havia se “animado” novamente.
— O que foi? — Naruto perguntou, ao ver o namorado encolhendo-se e escondendo a parte íntima com ambas as mãos.
— Nada!
— Hã? Não me diga que... — Naruto arregalou os olhos. — Ah... É bom ser adolescente, né? Já está pronto pra outra?
— Não, Naruto-san! Pare! A culpa é sua por ficar...
— Otou-chan!
Naruto e Sasori se paralisaram ao mesmo tempo ao ouvir a voz de Bara irromper de dentro do quarto.
— Você está tomando banho? — a pergunta fora acompanhada de batidas na porta do banheiro. — O papai Sasuke está aqui. Ele veio ver o Hi-chan.
O loiro voltou-se para Sasori com a respiração suspensa, mas não precisou vocalizar a pergunta, pois o ruivo justificou-se rapidamente.
— Eu esqueci a porta aberta... Achei que...
— Psiu. — ele cochichou, fazendo o gesto de silêncio para ele. — Ela vai te ouvir.
— O Sasori-chan está aí com você, otou-chan?
— O papai já vai sair do banho, princesa.
— Eu ganhei um brinde do MacDonald, quero mostrar pro otou-chan e pro Sasori-chan...
Sasori viu Naruto estapear a própria testa. Mas precisava manter o controle por ambos. Assim, ele abriu o box, apanhou a tolha pendurada no suporte na parede, se secou, jogou a toalha para Naruto, vestiu a roupa, e enquanto o loiro se atrapalhava enrolando a toalha na cintura, ele abriu a porta do banheiro e sorriu pra menininha que esperava sentada no chão.
— Oi, Bara-chan. Cadê o brinde que você ganhou?
— Aqui, Sasori-chan!
— Oh! Que Kawai, né? Vamos sair da porta pro papai passar? Ele precisa trocar de roupa, depois você mostra o brinquedo.
— Hai! — ela assentiu, dando a mão para o rapaz e se erguendo do chão.
Naquele pouco tempo em que estava fazendo parte daquela família, Sasori aprendeu que a filha de Naruto era tão teimosa quanto ele, e que certamente não sairia da porta enquanto não visse o pai. Além disso, não tinham porque os dois se esconderem, estavam namorando. Mas, prometera a Naruto que não dificultaria as coisas entre Sasuke e ele, por isso, achou melhor despedir-se.
— Estarei lá na casa da Chyo-baa. Me liga quando seu éx tiver ido embora. Ja ne!
Assim que a porta do quarto se fechou, Naruto esmurrou o ar. Já imaginava o quanto ouviria de Sasuke se ele cruzasse com Sasori saindo do quarto que fora deles com os cabelos molhados.
— Merda!
Continua...
Capítulo 11
Revisada por Blanxe
— Dando continuidade à matéria do professor Massato, hoje irei falar sobre as ramificações da Zoologia e suas subdivisões. Mais especificamente, o ramo da Entomologia. De acordo com a definição, Entomologia é a ciência que estuda os insetos; suas relações com o homem, as plantas, os animais e o meio-ambiente. Dentro da Entomologia, temos também subdivisões de estudos para cada tipo de espécime. Alguém saberia me dizer quais são?
O professor parou de escrever no quadro e comtemplou a sala que permaneceu em absoluto silêncio.
— Vamos lá pessoal, ninguém aqui assiste ao Discovery Channel?
— Sensei, assistir eu até assisto. O problema é me lembrar de todos aqueles nomes técnicos — argumentou um dos alunos, sentado na primeira fileira.
Sasuke suspirou, decepcionado. Eram jovens que queriam se tornar biólogos, no entanto, não sentia neles a paixão que via na pequena Bara, que era capaz de gravar todos aqueles “nomes técnicos” com facilidade, mesmo que não soubesse pronunciá-los corretamente.
Estava prestes a voltar para o quadro e listar os nomes quando algo chamou sua atenção: um pequeno braço se ergueu na última fileira do auditório. Achou que estava vendo coisas, afinal, o braço era tão pequeno que não dava para ver de quem era. Mas deduziu que poderia ser algum estudante de baixa estatura e apontou na direção do braço levantado.
— Você, com o braço erguido, sabe a resposta?
Automaticamente, todo o grupo se voltou para onde o professor apontava. A mão estava visível, mas havia um rapaz alto na fileira da frente que impedia a visão do restante da sala, a garota ao lado dele tomou a providência e o empurrou, fazendo-o se abaixar, para em seguida, seu rosto se iluminar em deslumbramento com o que via; ascendendo a curiosidade do restante da sala.
— Oh! Que kawai!
— O quê foi, Ayanami?! — outra jovem perguntou, olhando por cima do garoto que ainda estava abaixado. — É mesmo, que linda! Como essa coisa fofa entrou aqui?
“Kawai? Linda? Coisa fofa?”, Sasuke sentiu a veia na sua testa latejar imaginando do que se tratava. Largou sua apostila na mesa e subiu as escadas no meio do auditório, indo até o pequeno alvoroço que se formava em torno da visitante misteriosa. Então, confirmou aquilo que já esperava: era a filha.
Bara, que deveria estar sobre a vigia de Kabuto na coordenação, estava sendo agarrada e apertada pelas suas alunas.
— Da onde saiu essa menina tão linda?
— Eu também quero ver!
— Que olhos lindos ela tem.
— Bara?! — o professor exclamou, após abrir caminho entre os alunos que formavam uma barreira em torno dela.
A filha, que estava vestida com uma bata branca de estampa de flores no peito, legue rosa, sapatos e uma tiara nos cabelos — agora curtos —, observou o homem adulto com um sorriso, enquanto balançava as pernas tranquilamente embaixo do banco.
— É que aquele o tio Kabuto é muito chato... — ela justificou, antes do pai vocalizar algum questionamento. — Ele queria que eu ficasse sentada o tempo todo. Então, eu vim assistir a aula do papai.
— PAPAI?! — a interrogação em uníssono dos jovens encheu o ambiente.
— Sensei, essa menina que mais parece uma boneca inglesa é sua filha?
Sasuke apertou a fronte com dois dedos, fazendo uma massagem ao sentir a dor latente na região se condensar.
— Hai! Eu sou a filha do papai. — a loirinha foi quem confirmou, totalmente à vontade com a atenção que recebia.
— Bara, esse lugar não é pra você... — Sasuke balbuciou, mantendo a massagem na testa. Ele imaginara que não daria certo levar a filha, que havia dotado a hiperatividade do pai biológico, para universidade. Mas, como era sábado e fora chamado de última hora para cobrir a falta de um professor, não teve escolha.
— Professor, não tem nada demais nessa aula. — uma das alunas comentou, abraçando a menina e fazendo Sasuke se sobressaltar com aquele avanço. — Deixe-a assistir, eu cuido dela.
— Eu quero assistir a aula sobre os insetos, tou-chan... — Bara pediu, com os olhos brilhando em lágrimas e contorcendo os lábios em um bico, que fez metade dos alunos em volta suspirar.
— Sensei, por favor. Não vai fazer essa menina linda chorar, né?
— Além disso, ninguém merece ficar na companhia do Kabuto-sensei, muito menos uma garota fofa como ela.
— Tá, tá. — Sasuke concordou, imaginando que o grupo caíra muito fácil na persuasão da filha, pois sabia muito bem que uma das poucas coisas que Bara fazia era chorar. Hikari, o menino, sempre fora o mais sensível. Já a menina, por mais que não fosse sua de verdade, enxergava nela traços evidentes da sua própria personalidade. — Preciso voltar à aula, comporte-se então.
— Hai! — ela assentiu com a cabeça também.
— Então, voltando à questão...
Quando Sasuke retomou a frente da sala, percebeu que a filha estava novamente com o braço erguido. Como não tinha jeito, deu a ela o direito de resposta e não ficou surpreso quando Bara respondeu corretamente, mesmo que silabando pausadamente, o nome de todas as ramificações que era responsável pelo estudo de cada tipo de insetos.
Não se sentia a vontade em definir aquele sentimento pela menina como ‘preferência’, gostava do casal de gêmeos igualmente. Mas com Bara poderia dizer que havia mais afinidade. Ela era fascinada por insetos e lagartos. E acreditara que o gosto despertara pelo fato dos dois terem aquela proximidade desde cedo. Muitas vezes a pequena dormira em seu colo enquanto revisava provas, trabalhos, ou ainda montava as aulas na faculdade. Quando levou o casal de gêmeos ao petshop pela primeira vez, para escolherem um animalzinho de estimação, não se surpreendeu ao ver a menina vidrada no recipiente de acrílico onde um camaleão corria de um lado para o outro, mudando de cor conforme o ambiente a sua volta, enquanto Hikari se encantava com os hamsters.
Agora a menina tinha o “M-13”, o camaleão que ela escolhera naquele dia, e um besouro chifrudo, o qual encontrou no jardim da casa dos avós, e que o adotara com o nome de R-16. Os nomes ela retirara dos seus documentos de faculdade: “M-13” eram as médias trimestrais e “R-16” era um relatório sobre os acadêmicos. Os números se referiam à data de entrega dos mesmos.
Sasuke sorriu ao perceber a sala mais desperta depois da participação da filha e prosseguiu com a explicação após afirmar que a resposta dela estava correta.
No final da aula, ao sair com Bara no colo, ainda houve uma pequena aglomeração de alunas em torno dos dois. Achou estranha aquela aproximação, pois seus alunos sempre o acharam carrancudo e estressado, por isso não se aproximavam. Até preferia ser visto daquela forma, pois evitava intimidades e conseguia manter-se imparcial e profissional com eles. Porém, graças à Bara, aquela barreira foi quebrada facilmente. A maioria que o cercara eram garotas que tinham os rostos levemente corados e se despediam da loirinha, chamando-a de “Bara-chan” e pedindo para que ela as visitasse mais vezes. Animada com a atenção, Bara respondeu que da próxima vez iria tentar trazer o “Hi-chan” junto. Quando as meninas souberam que ela se referia ao irmão gêmeo, perdeu mais quinze minutos tentando despistar-se do “tietismo” das alunas.
— Era bem mais fácil quando elas tinham medo... — ele resmungou, entrando na sala da coordenação com uma expressão cansada e notando Kabuto completamente à vontade em sua antiga mesa, folheando uma revista. — Pelo jeito, já terminou a verificação dos lançamentos de notas no sistema? — perguntou, colocando a filha no chão, que saiu correndo em direção ao armário onde ela havia guardado a mochila e os brinquedos.
— Isso é serviço do secretário de curso, e agora eu sou o vice-coordenador interino. — respondeu, sem sair da posição que estava. — Ou seja, não é mais minha função verificar se os professores lançaram ou não as notas.
Sasuke fechou os olhos e mentalizou uma contagem regressiva até dez. Fora o que seu psicanalista havia orientado quando se deparasse com uma situação de extremo estresse.
Teria um final de semana tranquilo na companhia dos filhos, mesmo que tivesse ocorrido aquela adversidade de ter que cobrir a ausência de um dos professores, exercendo uma função que já não era mais a sua. Porém, não podia exigir o mesmo comprometimento de outros. Pedira um secretário novo para o RH, mas os estagiários não chegavam a completar um mês na coordenação e pediam demissão.
Desconfiava que o motivo era aquele bem à sua frente. Kabuto não estava facilitando desde que assumira como coordenador, após o afastamento de Karin, mas não iria dar a ele o gostinho de conseguir desestabilizá-lo, pois, vê-lo surtar e abandonar o cargo parecia ser exatamente o plano do colega.
Decidindo que ele mesmo verificaria os lançamentos das notas em casa, quando tivesse um tempo, apanhou suas coisas e a da filha e saiu, ainda ouvindo-o desejar um “bom fim de semana”.
...
— Estou com fome... — Bara reclamou para o pai, que estava tendo dificuldade pra prender o cinto de três pontas da sua cadeirinha de elevação no banco traseiro do carro. — Deixa que eu faço, otou-chan. — a menina falou, afastando as mãos dele e prendendo ela mesmo o cinto. — Viu? Eu já sei fazer.
Sasuke sorriu e, por um instante, pensou em como o tempo passara rápido depois que se tornara pai. Já tinha um filho adolescente e a cada semana que passava os caçulas pareciam um pouco mais esticados e independentes. Os dois fariam sete anos no dia 12 daquele mês; haviam ingressado no ensino fundamental naquele ano e logo não precisariam mais usar aqueles acentos para criança no carro.
— Otou-chan? Doushite? — Bara o questionou, pendendo o pescoço para o lado.
— Nada não. — ele levantou-se, balançando a cabeça e afastando a distração. — O papai também está com fome. Vou ligar para o Naruto e saber como Hi-chan está, aí iremos almoçar, tudo bem?
— Hai! — ela respondeu eufórica. — Posso escolher onde?
— Pode. Vai pensando enquanto eu faço a ligação...
— Okay!
Sasuke fechou a porta do veículo e se afastou. Apanhou o celular no bolso, hesitou por um instante antes de fazer a ligação, sempre que tinha que falar com o loiro sentia aquele nervosismo que fazia seu estômago revirar. Era uma sensação irritante, a qual não conseguia evitar. Na verdade, piorava toda vez que o tom de chamada se alongava por mais de três toques, como estava acontecendo. Quando imaginou que a ligação seria encaminhada para a caixa de mensagem, ouviu o toque ser interrompido. Prendeu a respiração, mas ao invés daquela sensação de ansiedade esvanecer, ela deu lugar para uma ainda pior: raiva.
Um terrível mau humor apossou-se do moreno ao ouvir que a voz que lhe atendera não era de Naruto.
— Nani?
— Quem está falando? — Sasuke procurou saber, não escondendo o tom ríspido.
— Com quem quer falar? — a voz rebateu petulante, imediatamente.
O moreno sentiu a veia em sua testa pulsar ao ter a pergunta repelida. Apertou o aparelho em suas mãos com tanta força que achou que o quebraria ao meio. “Dane-se a contagem até dez!”, exclamou em pensamento, desistindo de ser tolerante.
— Como com quem? Se eu ligo no celular de alguém é porque eu quero falar com o dono do número para o qual estou ligando, isso é óbvio!
— Ih... Pelo nível de ignorância, já sei quem é. Só um minuto... — o atendente falou, forçando o tom de voz afeminado, não fazendo questão de abafar o telefone ao perguntar: — Amor, é seu éx, vai atendê-lo?
— Agora não dá, Sasori. Pede pra ligar mais tarde.
— Ele... — Sasori iniciou a resposta, mas foi cortado.
— Passa-o-telefone-para-o-Naruto-AGORA!
Sasuke ouviu o garoto suspirar, mas ele fez o que pediu.
— Amor, ele quer falar com você... a-go-ra. — silabou a última palavra, debochando do adulto ao telefone.
— Não tem como eu atender. Pergunta o que ele quer.
— Ele pediu pra você dizer o que...
— PASSA PARA O NARUTO!
Sasuke não conseguiu ouvir direito o que aconteceu ao fundo, demorou um pouco, mas logo ouviu a voz de Naruto.
— Alô?
— Nunca mais peça para esse moleque imbecil atender o seu celular, Naruto! — advertiu ao loiro em tom alterado. — Você não sabe com quem está brincando, eu não tolero esse tipo...
— Quem está brincando aqui, Sasuke? — fora a vez do moreno ser cortado. — O Hi-chan acabou de ser medicado e está dormindo. Eu estou carregando ele no colo, por isso pedi que o Sasori atendesse meu celular. Afinal, o que você quer?
Os pensamentos de Sasuke se embaralharam, não conseguiu responder prontamente. Era a preocupação com o filho doente, a fome da filha que o esperava no carro, os problemas da universidade e o que mais lhe tirava o foco: o fato de Naruto estar tão “próximo” de alguém ao ponto de deixá-lo atender seu celular. Por mais que ele houvesse justificado e estivesse falando em um tom de voz baixo como se não quisesse acordar o gêmeo, não conseguia deixar de imaginar que ele pedira para o garoto ruivo atender seu telefone de propósito, com a intenção de afrontá-lo.
Mas, tentou lembrar-se das palavras do psicanalista, inspirou e espirou pausadamente e voltou ao foco da ligação.
— Eu só quero saber como está o meu filho.
— Eu já disse: está dormindo. Acabou de fazer inalação e tomou medicamentos. A pediatra pediu um Raio-X e ela constatou que é bronquite. Ele vai ficar de cama tomando antibiótico por alguns dias.
— Bronquite? Quer dizer que meu filho não está andando bem agasalhado?
— Teme... — fora a vez do homem ao telefone, controlar seu nervosismo. — A médica disse que é por que ele esteve resfriado esses dias, os pulmões já estavam fracos e contaminados... Não venha insinuar que não estou cuidando bem dos gêmeos.
— Como não, Naruto? O que parece é que essa bronquite é o resultado do agravamento do resfriado, que não deve ter sido tratado adequadamente. Mas claro, eu sei que dar atenção para duas crianças não é nada fácil, ainda mais quando se arruma uma terceira...
Sasuke ouviu o loiro pigarrear contrariado do outro lado e, de alguma forma, aquilo lhe causou um grande contentamento. Abriu um sorriso satisfeito. Fazia muito tempo que ele queria jogar aquela verdade na cara do Naruto, e o momento não podia ter sido o mais apropriado.
— Otou-chan, estou com fome! — a loirinha chamou sua atenção, colocando a cabeça para fora da janela do carro.
— Estou indo, Bara — Sasuke respondeu, abafando o celular na blusa. Em seguida, voltou a recolocar o aparelho na orelha para concluir a conversa com o ex-marido: — Vou levar a Bara para almoçar, mais tarde passo aí pra ver como Hi-chan está.
E desligou, sem esperar a resposta.
...
Após Sasuke praticamente desligar o telefone na cara de Naruto, o loiro recolocou o celular no bolso e apanhou o filho dos braços de Sasori, percebendo o quanto ele se esforçava para segurar o menino adormecido.
— Pode me dar ele...
— Ele é bem pesadinho, né? — Sasori comentou, sacudindo os braços que ficaram adormecidos devido ao esforço, para em seguida ajeitar a alça da bolsa que carregava com os pertences dele e do menino nos ombros.
O ruivo não obteve uma resposta do loiro. Notara também a mudança imediata de humor de Naruto e deduziu que foram as palavras ferinas do ex-marido dele. Toda vez que Naruto falava com Sasuke, transformava-se em outra pessoa: um adulto normal, estressado e mal-humorado. Mas não tinha o direito de reclamar, o loiro lhe esclarecera desde o início do relacionamento que Sasuke sempre estaria presente por causa dos gêmeos.
Por isso, Sasori não podia se dar ao luxo de reclamar. Era somente a segunda fase do jogo, ele havia ganhado a primeira; se começasse com cobranças exageradas, perderia pontos e acabaria dando espaço para o ex-marido empatar a partida e ir para o tira-teima. Mas estava decidido a não deixar aquilo acontecer.
“Eu me recuso a perder! Não vou deixar todo o meu esforço em conquistar o Naruto ir pelo ralo. Nem que aquela bicha velha do ex-marido sapateie em cima desse corpitcho aqui, eu não vou desistir!”, Sasori se autodeterminou em pensamento, crispou os punhos e apertou o passo, alcançando Naruto, que já entrara no prédio e seguia pelo corredor onde ficava o apartamento.
Assim que entrou em casa, o loiro foi direto para o quarto dos gêmeos, com a intenção de acomodar o filho embaixo dos cobertores.
Sasori foi para cozinha.
— Deixa que eu preparo o almoço — ele se propôs.
— Arigato...
— Otou-chan, cadê a Bara? — Hikari perguntou com uma voz manhosa, depois de ser colocado na cama e ter o calçado retirado pelo pai. — Eu quero a Bara. E o meu onii-san? O senhor avisou o Yoru-nii-san que eu estou doente?
— A Bara foi passar o fim de semana com o Sasuke e o Yoru com a Sakura. — Naruto respondeu, aconchegando o menino embaixo dos cobertores.
— Por que eles foram passear se eu tô doente? E se eu morrer?
Naruto suspirou. Hikari era muito manhoso no cotidiano, mas doente ele chegava a ficar melancólico e dramático.
— Você não vai morrer — o loiro garantiu, acariciando os cabelos rebeldes do filho. — É só comer direitinho e tomar os remédios que logo ficará bom.
— Mas a Midoriko-nee-chan morreu... — o garoto lembrou ao pai, fazendo-o arregalar os olhos. — Ela também estava muito doente... — continuou, esfregando os punhos sobre as pálpebras fechadas, enquanto fungava e tossia.
Naruto ficou pensativo por um momento ao ser lembrado daquele caso. A filha de Karin estava em estado terminal, por isso, a morte fora inevitável. De certa forma, foi um choque para seus dois pequenos que, por mais que tivessem convivido pouco tempo com a menina, fora o suficiente para se apegarem a ela e tê-la como uma irmã de verdade.
O pai olhou o filho com o rosto ainda mais vermelho devido à esfregação e sentou-se na beirada da cama.
— O caso da Midoriko-chan foi diferente, Hi-chan. Ela estava doente há muito tempo e os médicos não tinham mais o que fazer; não havia mais remédio que pudesse curar a doença dela. Mas o seu caso tem cura, se você descansar, tomar os medicamentos corretamente e não cuspi-los, se alimentar bem, logo estará brincando de novo.
— Mas eu quero a Bara e o meu onii-san... — o menino ainda insistiu.
— A Bara não pode ficar perto de você enquanto estiver doente. Você não quer que ela fique de cama também, não é? O Yoru estará aqui amanhã à tarde. — Naruto ajeitou os cobertores dele e se levantou. — Agora descanse, vou trazer algo para você comer.
— Estou sem fome... — o garoto resmungou.
— Você precisa comer, Hi-chan! — Naruto exasperou-se, impaciente.
Ele nunca fora a melhor opção para cuidar das crianças quando ficavam doentes, sempre entrava em desespero, até mais do que eles. Era totalmente o contrário de Sasuke, que conseguia manter-se frio e agir calmamente.
— Não grita comigo, otou-chan... Eu tô doente... Eu quero meu onii-san! Eu quero meu pai Sasuke! Eu quero a Bara!
Hikari entrou em crise de choro e Naruto elevou as duas mãos na cabeça, afundando-as na cabeleira loira, desesperando-se ainda mais. Sentiu-se cansado. Havia passado a noite inteira acordado com o menino passando mal; ficara a manhã inteira no hospital, fora obrigado a ouvir a ignorância de Sasuke ao telefone e agora aquilo...
— Pare de chorar, Hikari... — o loiro pediu, passando a mão no rosto do menino e limpando o excesso de lágrimas. — Por favor, pare... — Naruto não conseguiu suportar e acabou entrando em uma crise de choro junto com o filho.
Sasori entrou no quarto com a bandeja e uma tigela de ramen e surpreendeu-se ao ver pai e filho em prantos.
— Mas o que está acontecendo aqui?
...
Depois de ser convencido pelo ruivo a deixar com ele a tarefa de dar comida para Hikari, Naruto foi tomar banho. Sabia que os filhos ainda não aceitavam o novo relacionamento. Era normal, crianças eram ciumentas em relação aos pais. Naquele aspecto, Hikari lembrava muito o Sasuke quando pequeno, o ex-marido demorou a aceitar ele e o tutor Iruka como membros da sua família. E, apesar de Bara ser a mais apegada com o moreno, ela fora a primeira a se acostumar com a presença do ruivo. Já Hikari, agia de forma oposta a da menina, fazia questão de rejeitá-lo. Mas imaginava o motivo: o sentimento do mais novo não passava do reflexo dos sentimentos de Yoru, que simplesmente declarara-se inimigo mortal de Sasori.
Naruto suspirou, despindo-se e largando as roupas pelo chão enquanto seguia para o banheiro anexo ao quarto. Ao adentrar o local, foi direto para o box, abriu a válvula do chuveiro e enfiou a cabeça debaixo da água fria.
“Nunca mais peça para esse moleque imbecil atender o seu celular, Naruto!” — ao mesmo tempo em que Sasuke o deixara feliz com aquela fala, ele o desanimara, já que não conseguia distinguir se eram ciúmes devido ao fato do ex-companheiro ainda sentir algo por ele, ou se era simplesmente o ego dele falando, por ter sido trocado por alguém mais jovem. “Mas claro, eu sei que dar atenção para duas crianças não é nada fácil, ainda mais quando se arruma uma terceira...”
O loiro crispou os punhos com força e bateu-os contra a parede de azulejo. Tinha ciência de que havia tomado uma decisão precipitada sobre Sasori. Fora motivado pela raiva que estava sentindo de Sasuke, a pressão de Ino e os dias na bebedeira.
O barulho da porta do banheiro se abrindo retirou-o dos seus pensamentos. Naruto fitou o ruivo que entrara com as suas peças de roupas juntadas ao peito e o viu colocá-las dentro do cesto de roupa suja, para só então perceber que a blusa dele estava suja de comida.
— O que houve? Foi o Hikari?
— Pois é... — o garoto confirmou, repuxando os lábios de um lado a outro. — Mas não foi... — Sasori se deteve ao ver Naruto abrir a porta do box e estender a mão para alcançar a toalha pendurada no suporte na parede.
— O que vai fazer?
— Vou falar com o Hi-chan. Ele não pode fazer isso com você e muito menos ficar sem comer!
— Fica calmo. — o ruivo pediu, ficando com o rosto vermelho ao ter que espalmar as mãos sobre o peito molhado de Naruto. — Eu já limpei tudo. Servi outro prato de comida e já convenci o pequeno “Trollzinho” doente a comer. A essa altura ele já deve estar dormindo. — o ruivo passou a mão no rosto do loiro e sorriu gentilmente, mesmo que por dentro estivesse estremecendo do nervoso que Hikari fizera-o passar. — Sweet honey, já falei pra confiar um pouco mais em mim, né? Você precisa relaxar...
Sasori deu um passo para trás e retirou a camisa por cima da cabeça, expondo o corpo magro e os mamilos com pircings, desabotoou o short vermelho e o retirou pelos pés junto com a roupa íntima. Deixou as peças sobre a tampa do cesto e, voltando a espalmar as mãos no peito do loiro, o empurrou de volta para dentro do box, até ele encostá-lo a parede. Não demorou muito e Naruto estava arfando, tentando desligar sua mente dos problemas e aproveitar do sexo oral que recebia. Mas ainda era impossível não pensar em Sasuke. Sua mente era sua pior inimiga e o traía de forma covarde.
Bastava fechar os olhos e...
Sasori sentiu as mãos de Naruto segurar o seu rosto e puxá-lo até suas bocas se encontrarem, sentiu os lábios quentes e a língua dele vasculhando sua boca. Seu membro enrijeceu. Logo foi virado para parede, onde se apoiou e empinou o traseiro o máximo que pôde para receber o volume do mais velho. Não demorou a penetração começar, fazendo seu coração disparar. Doía muito no começo, mas era questão de algumas investidas e logo estaria desejando que ele o atravessasse com a força das estocadas.
Não conseguiu conter os gemidos exagerados de prazer ao sentir o orgasmo chegando, mas sua voz foi abafada pela mão do loiro.
— Não tão alto... — Naruto sussurrou no ouvido do ruivo.
Sasori concordou com um menear de cabeça e prendeu o lábio inferior nos dentes, evitando vocalizar os gritos de prazer que se entalavam em sua garganta. Naruto estava chegando ao clímax, pois sentiu as investidas dele se tornarem mais intensas, tanto, que o barulho da virilha do amante se chocando contra suas nádegas ressoava no pequeno ambiente como se fossem tapas. Retesou-se quando sentiu o pênis dele golpear repetidas vezes sua próstata e não foi mais capaz de se segurar. As contrações do orgasmo o atingiram com tanta intensidade fazendo seu membro espirrar sêmen no azulejo da parede.
Ofegante, Naruto saiu de dentro de Sasori e foi para debaixo do chuveiro, deixando-se ser lavado pela a água gelada. O ruivo sentiu o orgasmo quente escorrer por suas pernas e virou-se para observar o loiro, aproveitando da água com olhos fechados. Por um instante, sentiu algo apertar em seu peito.
O ruivo suspirou e engoliu a vontade de chorar. Havia sido bom, porém, percebeu que Naruto só fizera daquela forma tão intensa, porque deveria estar pensando em Sasuke. Os olhos fechados eram a maior prova de que ele usara seu corpo pra fazer sexo com o ex-marido o qual ele não conseguia tirar da cabeça. Quis esbofeteá-lo ao pensar naquilo, mas este desejo se dissolveu tão rápido quanto surgiu ao sentir os braços do mais velho envolvendo o seu corpo.
Segundos depois, estava dividindo a ducha com ele. Perdeu-se mais ainda quando Naruto lhe abriu aquele grande sorriso e segurou seu queixo, admirando-o com aquelas esferas azuis claras e imensas. Quanto deu por si, o beijo estava acontecendo, devagar, molhado e excitante, embaixo da ducha fria. Não foi capaz de condensar o ritmo frenético em que seu coração disparou, muito menos, conter o calor que aqueceu seu rosto ao perceber que seu sexo havia se “animado” novamente.
— O que foi? — Naruto perguntou, ao ver o namorado encolhendo-se e escondendo a parte íntima com ambas as mãos.
— Nada!
— Hã? Não me diga que... — Naruto arregalou os olhos. — Ah... É bom ser adolescente, né? Já está pronto pra outra?
— Não, Naruto-san! Pare! A culpa é sua por ficar...
— Otou-chan!
Naruto e Sasori se paralisaram ao mesmo tempo ao ouvir a voz de Bara irromper de dentro do quarto.
— Você está tomando banho? — a pergunta fora acompanhada de batidas na porta do banheiro. — O papai Sasuke está aqui. Ele veio ver o Hi-chan.
O loiro voltou-se para Sasori com a respiração suspensa, mas não precisou vocalizar a pergunta, pois o ruivo justificou-se rapidamente.
— Eu esqueci a porta aberta... Achei que...
— Psiu. — ele cochichou, fazendo o gesto de silêncio para ele. — Ela vai te ouvir.
— O Sasori-chan está aí com você, otou-chan?
— O papai já vai sair do banho, princesa.
— Eu ganhei um brinde do MacDonald, quero mostrar pro otou-chan e pro Sasori-chan...
Sasori viu Naruto estapear a própria testa. Mas precisava manter o controle por ambos. Assim, ele abriu o box, apanhou a tolha pendurada no suporte na parede, se secou, jogou a toalha para Naruto, vestiu a roupa, e enquanto o loiro se atrapalhava enrolando a toalha na cintura, ele abriu a porta do banheiro e sorriu pra menininha que esperava sentada no chão.
— Oi, Bara-chan. Cadê o brinde que você ganhou?
— Aqui, Sasori-chan!
— Oh! Que Kawai, né? Vamos sair da porta pro papai passar? Ele precisa trocar de roupa, depois você mostra o brinquedo.
— Hai! — ela assentiu, dando a mão para o rapaz e se erguendo do chão.
Naquele pouco tempo em que estava fazendo parte daquela família, Sasori aprendeu que a filha de Naruto era tão teimosa quanto ele, e que certamente não sairia da porta enquanto não visse o pai. Além disso, não tinham porque os dois se esconderem, estavam namorando. Mas, prometera a Naruto que não dificultaria as coisas entre Sasuke e ele, por isso, achou melhor despedir-se.
— Estarei lá na casa da Chyo-baa. Me liga quando seu éx tiver ido embora. Ja ne!
Assim que a porta do quarto se fechou, Naruto esmurrou o ar. Já imaginava o quanto ouviria de Sasuke se ele cruzasse com Sasori saindo do quarto que fora deles com os cabelos molhados.
— Merda!
Continua...
Notas finais do capítulo
Tem uma novidade, vou tentar responder as reviews conforme elas forem chegando.Vou ver se consigo!
Até o próximo! o/
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