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[Naruto] A Crise dos Sete - Capítulo 5, escrita por Andréia Kennen

Capítulos: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Extra 1 Extra 2 Epílogo
Autor: Andréia Kennen
Gênero: Lemon, Romance, Universo Alternativo, Yaoi
Status: completa
Classificação: 18 anos
Resumo: Naruto e Sasuke, mesmo sendo um casal pouco convencional, sempre se esforçaram para viverem bem e como uma família comum. Contudo, o mal que assola as famílias comuns (a temerosa "Crise dos sete anos de casados")está rondando esse lar feliz. Será que eles irão conseguir vencer todos os obstáculos e manter o casamento?
Confiram![NaruSasu. +18. Presente de níver pra minha Blond-Hikari-nee-chan.]

A Crise dos Sete

Revisado por Blanxe

Capítulo V

— Yoru-chan! Yoru-chan, vem me ajudar ‘tebba yo!!

— Eu quero ver o documentário sobre as formigas cabeça vermelhas!

— Eu quero ver o capítulo novo do anime, sua idiota!

Naruto relaxou os ombros, fechou a torneira da pia, abaixou o fogo dos legumes que estavam fervilhando em uma panela no fogão, secou as mãos no avental e saiu da cozinha com intuito de ir chamar o enteado para ajudá-lo com o jantar. No caminho, passou pela sala, para tentar apaziguar a disputa dos gêmeos pelo controle da televisão.

— Será que os dois não podem entrar em um acordo?

— Otou-chan, esse desenho idiota que o Hi-chan quer ver passa todo dia! — a gêmea menina argumentou com uma voz manhosa. — O documentário sobre as formigas vermelhas, só vai passar hoje! — concluiu, batendo o pé no carpete.

— Mas esse capítulo do Pokemon é novo! — Hikari rebateu.

— Mas ele vai repetir logo! — a menina contra-atacou, decidida.

— Esse documento idiota também! — ele replicou novamente.

— Não é documento, seu burro! É documentário!

— Quem é burro, sua olhuda!

— Otouchannnnnnnn!!

— Ah, Kami-sama, me ajuda! — Naruto tomou o controle das mãos das crianças e desligou a televisão. ­ — Se os dois não entrarem em acordo agora, ninguém vai assistir nada.

— Mas, otou-chan...

— Nada de choro, Bara! Dez minutos pra cada, revezadamente. Joguem papel, pedra ou tesoura para ver quem começa.

— Mas a gente vai ver tudo cortado...

— Quando reprisar, vocês assistem inteiro! É melhor do que ficarem nessa guerrinha. Daqui a pouco os dois programas acabam e vocês não viram nada.

— É verdade! — a menina concordou, olhando para o irmão já com as mãos escondidas nas costas. — Vamos logo, Hi-chan! Seu lerdo!

O pequeno revirou os olhos, a sugestão estranha do pai. Mas concordou, só para não dar o gosto a Bara de derrotá-lo. Desta forma, ficou de frente pra irmã com o punho fechado.

— Melhor de três. — Ele falou.

— Pedra, papel, tesoura! — falaram os dois pequenos ao mesmo tempo.

Naruto sorriu satisfeito, então deixou o controle sobre o sofá e foi para o quarto deles, chamar o enteado.

Entrou sem bater, como era acostumado, e viu o menino na cama de cima da treliche. O gêmeo menino concordara em ceder a cama de cima para o irmão mais velho, e passou para a cama rente ao chão, anexa a da gêmea menina. No entanto, era um arranjo temporário, até decidirem o que fariam quanto ao problema de espaço.

Aproximou-se do garoto que estava de costas e deitado de bruços com as pernas entrelaçadas e balançando no ar. Ele também estava com os fones nos ouvidos. “É por isso que ele não me ouve...”, Naruto pensou consigo mesmo. Abriu a boca para chamá-lo, mas os seus olhos se arregalaram para o que visualizara na pequena tela do netbook. A imagem da pessoa com quem ele conversava no comunicador instantâneo parecia ser transmitida ao vivo, via webcam e estava focada na parte baixa de um homem adulto que vestia apenas a cueca; percebeu que o desconhecido tinha uma das mãos dentro da peça íntima, a qual ele fazia movimentos e com a outra mão ele começava a abaixar a peça, buscando certamente, expor o órgão que, pelo volume, estava evidentemente ereto.

Naruto exasperou-se:

— O que é isso, Yoru-chan?!

O garoto sobressaltou ao ouvir o grito e perceber a presença do padrasto atrás de si. Em um gesto automático, fechou o computador portátil, sentou-se na cama, retirou o fone dos ouvidos e fitou o homem com os olhos arregalados e o coração disparado.

“Tô ferrado!”

— Abra essa porcaria... — Naruto exigiu, já apanhando ele mesmo o computador e o abrindo, mas a tela já havia entrado descanso. — Ligue isso! — ordenou.

O garoto apertou o botão para reiniciar e assim que o sistema inicializou não havia mais nada na tela principal. Naruto olhou para o garoto como se procurasse respostas.

— Quando fecha, o computador desliga. — respondeu a pergunta muda do padrasto.

— Quem era aquela pessoa, Yoru?!

— Eu não sei... — ele respondeu, fazendo um ar de desentendido. — Um colega da minha escola passou o meu e-mail pra ele... Eu não sabia que esse cara iria fazer isso, Naruto-otou-san!

— Quantos anos esse desgraçado têm? Qual é o nome dele?!

— Eu não sei! Não tivemos tempo de conversar, ele de repente ligou a webcam e disse que iria me mostrar algo interessante... então começou a aparecer aquilo...

— E quem é esse garoto da sua escola que passou seu e-mail pra ele?! Por que ele faria isso?!

— Ele não revelou o nome da pessoa que passou o e-mail, só disse que era um conhecido meu...

— Mas você não tem nem ideia de quem tenha sido?

— Do que vai adiantar levantar especulações, Naruto-otou-san? Eu não tenho certeza. Além do mais, eu vou sair daquela escola, não é?

Naruto olhou para o rosto do garoto e arqueou as duas sobrancelhas, então ordenou:

— Bloqueie esse cara agora.

— Eu já ia fazer isso... — ele resmungou e, rapidamente, abriu o programa e entrou em status offline. Buscou na lista de nomes um escrito “Mr. P”, mas Naruto o impediu de concluir, segurando seu braço.

— Antes de bloqueá-lo, coloque o e-mail dele em um papel pra mim.

— Mas, Naruto... Não vai adiantar você falar com ele.

— Eu não vou fazer isso. Esse cara pode ser um desses tipos que gostam de assediar e molestar crianças. Eu vou levar o e-mail dele pro senhor Yamato do prédio; ele é policial, e vai saber melhor o que fazer do que eu.

­ — Ah... Certo... — o garoto balançou os ombros. Então obedeceu: apanhou a mochila que estava no canto da cama, pegou uma caneta e arrancou um pedaço da folha do seu caderno e anotou o e-mail, depois o entregou ao padrasto. Após ter a confirmação do loiro de que poderia prosseguir com o que ele pedira, bloqueou o usuário e o excluiu. Em seguida, virou o computador na direção padrasto.

Naruto deu uma olhada nos outros nomes. Não havia ninguém com apelidos e nem imagens suspeitas, na realidade, Yoru tinha poucos contatos, bem diferente da lista de Sasuke.

— Melhor assim... E da próxima vez, Yoru, não adicione um estranho. Está cheio de caras maus intencionados nessa internet. Eu sempre ouço casos do tipo no noticiário. Quando seu pai Sasuke souber, ele vai...

— Naruto, não! — o menino de repente gritou, com os olhos verdes arregalados. — Por favor, não diga isso para o meu pai! Por favor! Eu nunca mais vou adicionar nenhum estranho! Do jeito que o meu pai é chato, ele vai fazer uma tempestade e pode até me devolver pra minha mãe... — o garoto juntou as mãos, implorando.

O loiro suspirou; não gostava quando Yoru o chamava pelo primeiro nome e muito menos, quando ele o olhava com aquela cara de choro. Mas não achava correto esconder algo daquela gravidade do Sasuke. Todavia, pelo que tudo indicava e pela reação, a história dele não saber o que estava fazendo parecia verdadeira; o enteado era inocente. Sentiu uma dor de cabeça condensar na sua fronte. Tinha dois filhos pequenos, não havia lidado com os problemas da adolescência e nem pensava que lidaria tão cedo, afinal, tinha ainda uns seis ou sete anos pela frente até que os gêmeos entrassem nessa fase.

Tentou relaxar e buscar na sua memória algo parecido com aquilo na sua época de rebeldia e pensar melhor em qual atitude tomar. Não imaginava que seria tão complicado estar do lado adulto. Mas de algo se lembrava bem: odiava quando os pais adotivos não lhe davam um voto de confiança, alegando que com aquela idade não era capaz ter responsabilidades, discernir o que era certo e errado, e nem tomar decisões maduras.

— Vamos fazer assim... — ele aproximou-se do garoto que estava sentado na beirada da cama e repousou as mãos sobre os ombros dele. — Eu vou te dar um voto de confiança desta vez e vou acreditar na sua promessa. Mas, Yoru... se você quebrar esse voto, será difícil de reconquistar minha confiança novamente, entendeu? Nem que me implore com esses olhões de Neko chorão de novo, eu não vou me deixar comover...

O menino sentiu um alívio ganhar seu peito e um sorriso desenhou-se em seus lábios ao ouvir aquilo. Sabia que Naruto só estava agindo de forma zelosa, como a maioria dos pais fazia, mas ficara feliz por ele ter se preocupado tanto e, principalmente, por ter lhe dado aquele voto de confiança, o que talvez indicasse que o mais velho estava começando a vê-lo de forma mais adulta.

“Se ele desconfiar que fui eu quem encontrei aquele cara em um site da internet e o adicionei porque eu quis, com certeza a confiança que ele acabou de depositar em mim vai por ralo abaixo...”

— Eu prometo... — concordou em sussurro.

— Beleza! Agora desce daí, vem me ajudar na cozinha, ou o jantar não vai ficar pronto hoje.

— Ajudar a cozinhar? Mas eu não sei nada sobre isso...

— Ninguém nasce sabendo, tudo se aprende... – O loiro respondeu, dando as costas e saindo do cômodo.

O adolescente pulou para o chão e seguiu o padrasto. A sua curiosidade referente a sexo estava mais aflorada a cada dia que passava. Já havia buscado muitas informações, vira vídeos, filmes, imagens, quadrinhos, tudo que pudesse instruí-lo. Sabia exatamente como o sexo de ambas as formas — heterossexual e homossexual —, funcionava. Também já sentira prazer se masturbando, e era algo que realmente gostava de fazer por ser algo muito bom. Nem imaginava como ficaria muito tempo sem se tocar, já que não tinha um quarto só para ele naquela casa.

“Contudo, estou cansado da teoria...”, pensou, enquanto reparava nas costas do loiro e na faixa de suor que destacava em sua camisa de cor creme. Já sabia que sentia muito mais atração por corpos masculinos, o que indicava que sua opção sexual era mesma por pessoas do mesmo sexo, por isso, ansiava em experimentar o sexo de verdade. Mordeu o lábio inferior e sorriu maliciosamente ao imaginar o padrasto fazendo os serviços domésticos sem a camisa. Mas havia acabado de passar por um momento tenso com ele, por isso, precisava repensar suas estratégias e agir de forma mais moderada.

...

Sasuke adentrou a área fechada onde ficava o condomínio da sua superior. De início, Karin havia marcado de se encontrarem no apartamento dela próximo a universidade, mas por algum motivo, ela mudara de ideia, pois o endereço que o Kabuto havia lhe fornecido — dizendo ser a mando dela — era outro. Ficou surpreso ao perceber que ali era um residencial de classe média alta onde tinham várias construções parecidas; o tipo de imóvel que almejava para família, a qual a aquisição, no momento, estava totalmente fora da realidade e do orçamento deles.

Estacionou o carro diante do número indicado no endereço e, antes de descer, retirou de um pacote o gravador portátil que havia acabado de comprar. Karin estava redondamente enganada se pensava que estava lidando com algum tipo de ignorante. Iria adquirir as provas necessárias para fazê-la desistir da ideia idiota de tê-lo a força, caso contrário, abriria um processo por assédio.

“Após gravar sua ‘proposta’, vou mostrar a ela que não se brinca com Sasuke Uchi-...” de repente, o professor deteve o próprio pensamento e buscou seu reflexo no retrovisor interno do carro, admirando parte do seu rosto ainda inchado. Lembrou-se que a briga estúpida entre ele e o marido fora gerada por ter dito que tinha deixado seu orgulho de lado quando abandonou o nome “Uchiha” e adotou o “Uzumaki”. Fazia muito tempo que haviam deixado de se entender através de pancadas. Mesmo assim, sentia que seu casamento estava por um fio e se continuasse daquela forma, acabariam tendo que...

“Pedir o divórcio.”

Sasuke franziu o cenho ao pensar naquela possibilidade. Havia se acostumado com Naruto e a família que construíram. Nem parecera que no início de tudo tivesse sido contra a união do tutor com o pai adotivo do loiro. Não aceitara Naruto, a princípio. Na escola mantinha distância dele e se alguém descobria que moravam juntos, tratava de justificar que ele e o pai adotivo estavam vivendo de favor na casa de Kakashi e que este era amigo do outro homem.

Mas o loiro também não fora bem aceito na escola, no começo. Naruto fora um moleque de rua, sem modos, além de hiperativo, por isso, ele aprontava com os professores, se tornou o palhaço da sala, e era chamado de “idiota e relaxado”. Diferente dele, Sasuke era respeitado e popular por pertencer aos melhores clubes da Konoha School.

No entanto, ao perceber que o “novo irmão” era tão importante no colégio, Naruto passou a agir com intento de alcançá-lo e superá-lo, e conseguir assim arrancar elogios dos colegas também. Todavia, suas tentativas o tornavam ainda mais patético e desrespeitado.

Contudo, Sasuke fora se habituando às mudanças que a convivência com Naruto havia trazido para sua vida. Antes era um garoto carrancudo e amargurado por ter perdido toda família cedo e, principalmente, pelo irmão mais velho — que deveria ter assumido a responsabilidade de cuidar de si —, tê-lo abandonado com um estranho e simplesmente desaparecer no mundo, sem deixar rastros e sem dizer os motivos.

Mas foi quando viajaram para colônia de férias pela primeira vez, que aconteceu o incidente que despertou algo diferente neles, ou talvez, apenas instigou algo que já existia.

Não soube ao certo o que o impulsionou naquele dia, apenas agiu ao ver que Naruto estava em uma situação de risco. O loiro não sabia nadar e caiu nas corredeiras onde iriam praticar canoagem; sem parar pra analisar a situação, pulou na água e conseguiu alcançá-lo, mas, pelo fato dele se debater demais, acabou perdendo o controle e foram arrastados pela correnteza até se chocarem contra um aglomerado de rochas no meio do riacho onde havia galhos de árvores presos. Sentiu que algo atingira suas costas, porém estava mais preocupado com Naruto que batera a cabeça e desacordara, do que com sua própria dor. Naquele momento, só pensava em salvá-lo. Conseguiu encontrar uma forma de se segurar com uma das mãos e com a outra, fez de tudo para segurar Naruto até que viesse a ajuda.

Dizem que é em momento de desespero que se descobre sua verdadeira força e teve que admitir que naquele instante não soubera de onde saíra tanta disposição para lutar contra as forças das corredeiras. Por sorte, o socorro não demorou a vir e os instrutores responsáveis por eles fizeram um cabo de força e conseguiram alcançá-los. Pediu que primeiro levassem Naruto. Depois vieram salvá-lo e só quando viu o espanto na face do homem que viera resgatá-lo, que se preocupou com seu estado.

“Sasuke, você vai ter que aguentar firme, vai doer um pouco...” o mestre lhe disse e em seguida, ouviu um estalo de galho se partindo atrás de si. A dor fora tão aguda que quase desmaiou; só não se deixou abater porque ainda queria saber do estado do Naruto. Fora levado para a margem e deitado de bruços, e quando finalmente recebeu a notícia de que o loiro estava fora de perigo e que já recobrava a consciência, foi que a adrenalina se dissipou e deu lugar a dor lacerante que vinha das suas costas.

“Não vamos retirar o galho porque a hemorragia pode aumentar, Sasuke. Terá que aguentar firme até chegarmos ao médico...” o instrutor lhe pediu.

Tentou concordar com um meneio de cabeça, mas a dor era tão intensa que preferiu continuar imóvel e se esforçando para não chorar. A única coisa que recordara bem antes de desmaiar, foi de ver Naruto chorando na sua frente, gritando desesperado, enquanto os professores tentavam acalmá-lo e tirá-lo de perto de si.

“Eu não pedi pra que você fizesse isso, idiota! Por que, Sasuke?! Você disse que não gostava de mim! Eu também não gostava de você! Por que se arriscou desse jeito por mim então?!”

“Como eu vou saber...”, sussurrou em resposta. “Eu realmente não gostava de você, seu usura-... usuratonkachi... Mas meu corpo, apenas se moveu...”

Depois daquilo, desmaiou. Passou por uma cirurgia, mas se recuperou rápido e não teve sequelas, apesar dos médicos terem dito que por muito pouco o galho não atingira um órgão vital. Naruto fora visitá-lo quando estava de repouso no hospital, mas não lhe dirigira uma palavra. Apenas o encarou com aqueles grandes olhos azuis furtivos, e com um ar endurecido. Ele sempre fora muito bobão, fora estranho vê-lo tão sério.

“Eu vou sobreviver, idiota. Não seja tão bebê chorão...” o provocou e sorriu debochado, tentando vê-lo agir no seu normal. Contudo, ele não o fizera, apenas crispou os punhos e em silêncio deixou o quarto.

Os dias se passaram, ambos retomaram suas atividades e, aos poucos, a rotina. Mesmo assim, algo havia mudado entre eles: havia um constrangimento velado que os impediam de se olharem nos olhos. Além do que, Naruto se tornara ainda mais obstinado em superá-lo.

“Eu irei superar você, Sasuke! Eu irei provar que posso ser melhor! E ainda irei salvá-lo!”

“Tente, se for capaz, gatinho chorão...”

Mesmo assim, quanto mais ele tentava, em mais enrascadas e brigas se metia e acabou tendo que salvá-lo dos problemas várias vezes, algo que se tornou rotineiro. Até se divertia em vê-lo tremendo de nervosismo, praguejando e chorando por não ser capaz de superá-lo.

Mas tinha que confessar: Naruto era determinado. Ele passou a buscar ajuda de outros professores ou até mesmo dos pais deles para se tornar melhor nos esportes e nas matérias escolares, já que, para fazer parte dos clubes esportivos, os alunos também tinham que ter boas notas. Até kendô ele começou a praticar, entretanto, no que se destacara mais fora mesmo o futebol. Quando menos imaginou, Naruto já estava chamando mais atenção que ele na escola. Aquilo começou a despertar em si certa irritação, que só fora amenizada, quando começou as competições inter-escolares daquele ano.

Os alunos visitantes que chegavam vinham conhecê-lo, dizendo já terem ouvido falar da fama do garoto prodígio Uchiha Sasuke. Até mesmo os estudantes de séries superiores queriam enfrentá-lo na competição. Naruto intervinha, perguntando eufórico se eles também não tinham ouvido falar dele, e quando os garotos o ignoravam, ele ficava ainda mais enraivecido, enquanto sua vaidade era mais inflamada.

Porém, fora nos momentos que os jogos começaram a acontecer que notou: algo estava errado. Naruto começou a vencer as modalidades da competição uma atrás da outra. Venceu de Kiba na corrida; Lee no jiu-jutsu; e vencera até Neji, que era um dos melhores alunos e favorito ao campeonato nacional juvenil de caratê.

Enquanto que ele conseguira apenas uma medalha de prata no xadrez, pois ninguém era capaz de vencer a genialidade do Shikamaru, e uma de bronze em Natação, onde Naruto também ficara com a de ouro. Pelo menos, ele sabia que no kendô ninguém poderia superá-lo, Naruto tinha muitas dificuldades e, mesmo se ele fosse para a final consigo, o venceria e mostraria que ainda era o melhor. Porém, não imaginava que o pior aconteceria: não conseguira passar pelo desafiante vindo de outra escola, chamado Sabaku no Gaara e custou a acreditar que estava fora da competição pelo primeiro ano desde que entrara na Konoha School.

Acabou perdendo o juízo e comprou briga com o tal Gaara fora do colégio, mas não imaginava que o garoto fosse do tipo psicótico e este, mesmo depois de tê-lo vencido, não parou de golpeá-lo. Se não fosse a intervenção de Naruto, com certeza o tal Gaara teria acabado com sua vida. Pois, só mais tarde, souberam que ele tinha um distúrbio e que se tornava violento quando alguém o ameaçava. Por isso, ele praticava esportes: era uma forma de tratamento para extravasar seu problema, mesmo assim, tinha que ser sobre supervisão.

Por causa do incidente, não houve o final da competição de kendô, porém, Naruto se tornara popular e o mais irritante de tudo: conseguira respeito e a amizade das pessoas que ele havia derrotado; inclusive de Neji e o tal do Gaara. Aquilo despertou em si uma inveja corrosiva. Não, não ficara nem um pouco feliz pelo reconhecimento daquele que deveria chamar de irmão. Foi nesse momento que o desafiou para a briga; algo que, ao contrário do que imaginava, deixou Naruto satisfeito.

A reação de confiança do loiro fora recebida por Sasuke como uma afronta, e a briga dos dois saiu das dimensões normais. Nenhum deles poupara esforços para vencer, e a desavença só não teve um final mais drástico, porque Sakura, que naquela época era loucamente apaixonada por Sasuke, se intrometeu, chamando os professores para apartarem a briga.

Depois do sermão dos dois “pais” dos jovens, Sasuke tomara uma decisão: não iria mais morar debaixo do mesmo teto que aquele garoto e acabou fugindo de casa.

Conseguiu abrigo na casa de um ex-conhecido do irmão, um homem chamado Orochimaru. Sabia que ele não era alguém de confiança e que revendia material ilícito. Mas não se importara, a única coisa que queria era estar longe de Naruto. Foi quando se tornou um verdadeiro rebelde, parou de frequentar a Konoha School e começou a trabalhar para o Orochimaru. A única pessoa que descobrira seu paradeiro fora Sakura, através de uns garotos barra-pesada do colégio. De qualquer forma, ela não o encontrara com intento de auxiliar os familiares dele, e sim, por interesse próprio. A garota estava apaixonada e ele acabou se envolvendo, gerando a gravidez prematura.

Sasuke terminou de prender o gravador no tornozelo, grudando-o com uma fita, então o cobriu com a meia e abaixou a barra da calça.

A única coisa que conseguiu com aquela fuga fora se afundar em mais e mais problemas. Orochimaru queria apenas usá-lo como preceptor de drogas, sabia disso, mesmo assim, quis ficar ao lado do homem. Já Naruto e os dois homens adultos responsáveis por ele, não deixaram de procurá-lo por instante algum. Mas foi Naruto quem o encontrou após quase seis meses, graças ao fora que dera em Sakura.

“Você a engravidou, seu inconsequente!”, foi à primeira coisa que Naruto jogou na sua cara quando chegou ao esconderijo ao lado da jovem que não parava de chorar.

Mas estava tão fora de si que não dera ouvidos ao que diziam, muito menos quando o loiro tentava lhe confessar algo ao qual não conseguia encontrar as palavras exatas e com a ajuda de Orochimaru, conseguiu fugir da dupla mais uma vez.

Ficou fora de casa por quase um ano, Naruto continuou perseguindo-o de forma obstinada. Até que conseguiu encontrá-lo, mas, desta vez, se surpreendera com a persistência do loiro. Naruto disse que o levaria de volta, nem que para isso precisasse quebrar as suas duas pernas e seus dois braços. E, em meio à discussão, ele finalmente conseguira confessar o que o movia...

“EU TE AMO, SEU ESTÚPIDO! Eu quero que volte pra casa! Tudo que fiz até agora foi querendo te alcançar! Nunca fiz nada querendo te afastar... Eu queria que você me reconhecesse; que me aceitasse e que, principalmente, entendesse os meus sentimentos! Não continue sendo tão egoísta, Sasukeeee!! Volte pra casa... Me deixa cuidar de você... Me deixa amá-lo... Por favor...”

Sasuke saiu do carro, acionou o alarme e alinhou a roupa. Sentia o peito comprimido após aquelas lembranças. Olhou para a casa da Karin de forma dispersa. Naruto não o conquistou. Na realidade, o loiro sempre estivera em seu coração. Mas aquilo que sentia por ele o assustava; doía. Toda vez que o encarava, que o via diante de si, sentia-se fraco... Desde que o conhecera ele se tornara sua maior fraqueza. Manter-se distante dele, era manter-se estável, forte. Estar ao lado dele significava desequilíbrio. Por isso demorou tanto a se entregar; odiava sentir-se desestabilizado.

Naquele momento, quando viu a pessoa que se tornara sinônimo de tormento para si, prostrado de joelhos aos seus pés e gritando em lágrimas que o amava, não conseguiu conter aquela invasão de sensações. Estava cansado de seguir por caminhos tortuosos. Queria um pouco de tranquilidade, de felicidade... Ter uma família novamente e, por esses motivos, resolveu deixar-se guiar pelo que sentia e entregou-se a um amor que não achava que perduraria por tanto tempo.

Mas.... ficou muito feliz ao perceber que estava enganado. Durou e durou muito mais do que imaginara.

Naruto, para fazê-lo feliz, se desdobrou, se mostrou carinhoso, afetuoso e dedicado; sempre se esforçando ao extremo para levar o compromisso deles com seriedade.

Quanto a ele?

A cada dia que se passava se via mais aficionado em cada detalhe daquele homem. Seu sorriso, seu olhar, seus beijos, suas carícias, suas palavras, seu corpo, seu sexo... Tudo em Naruto mexia com a mais ínfima fibra do seu corpo. Fora assim que descobrira ser um ciumento doentio. Tinha ciúmes até das sombras que o rodeavam. Mas, diferente do marido, o orgulho não permitia agir da mesma forma espontânea e demonstrar suas inseguranças, seus sentimentos, por isso, tinha úlcera, era mal-humorado e sempre quando discutiam, trazia a tona os pontos fracos de Naruto, só pelo prazer de enfurecê-lo, mesmo que para si, aquilo não diminuía em nada o que sentia por ele.

Sorriu de canto e atravessou o pequeno portão metálico, parando diante da porta de vidro fumê; analisando seu reflexo e ajeitando novamente a roupa. Tinha certeza de algo: se alguém tivesse que pedir o divórcio, não seria ele. Não dispunha da coragem necessária para suprimir o que sentia e pedir a separação. Porém, se conhecia muito bem e, caso Naruto viesse a fazê-lo, nem que sofresse de depressão posteriormente, se apegaria ao seu orgulho e aceitaria a condição de forma fria e amena; mesmo que o marido viesse a julgar seus sentimentos depois.

Por isso, precisava lutar para que tal momento jamais chegasse.

Interrompeu seus pensamentos, pois mesmo sem tocar a campanhinha, viu um vulto se aproximando da porta pelo lado de dentro. Não demorou muito para o patamar se abrir e então surgir aquele homem alto, de cabelos alaranjados, usando um avental de cozinha e com uma espátula em uma das mãos. Ficou admirado da estatura e do físico dele, parecia um lutador.

— Reparei que um carro estava parado há muito tempo à frente da nossa casa... — ele se explicou, de um jeito calmo. — Como ninguém tocou a campanhinha vim verificar se de repente tinha alguém com problemas mecânicos, o carro poderia ter enguiçado...

Sasuke engoliu em seco e franziu o cenho. “Nossa casa? Não sabia que a Karin tinha parentes morando com ela. Será que aquele desgraçado do Kabuto me pregou uma peça? Melhor eu confirmar se é aqui mesmo...”, pensou.

— Por um acaso, é aqui a residência da senhora Kari-...

— Sim — ele o interrompeu, confirmando. — Eu sou Jugo, o marido dela. Posso ajudá-lo?

“Quê?! Marido?!”

Continua...

Notas finais do capítulo

Então, a Karin é casada...

E agora? O que será que ela pretende? Ou o Kabuto aprontou alguma com o Sasuke e ele caiu como um patinho? ♥

Ou... será que ela pretende sugerir um joguinho de sexo a três? hã? :D

Né, né! Façam suas apostas, que no próximo capítulo a história começa a esquentar...

Falando em Aposta... Quem tiver a fim de uma jogatina sem compromisso e de caras "Dourados" bancando os sedutores... Peguem os seus níqueis no guichê e dêem uma passadinha lá na minha fic nova: "A Aposta" de Saint Seiya!

;D

Reviews alimenta a alma faminta dessa escritora e a anima a trabalhar mas rápido nas atualizações, né? A fic tem 49 leitores e nem metade está deixando reviews... :(

Vejo vocês no próximo! o/




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