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[Naruto] Redenção - Prólogo, escrita por Andréia Kennen

Capítulos: Prólogo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Epílogo
Autor: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Lemon, Mistério, Romance, Suspense, Terror, Tragédia, Universo Alternativo, Yaoi
Classificação: 18 anos

Status: Completa
Resumo: Sinopse: Japão, 1890, transição do período Edo para Era Meiji, um jovem brilhante e recém formado investigador é incumbido de um caso estranho em um povoado afastado do grande centro urbano do país. Descrente da causa que estava motivando a série de assassinatos no tal vilarejo, ele segue para o local, certo de que iria desmascarar algum falsário psicopata, e ganharia, enfim, seu lugar de destaque na policia da capital. Contudo... Queria o destino que o mal que aterrorizava aquela região, não fosse uma mera crendice popular. [ItaNaru. Shota. Yaoi. + 18. Drama. Terror. Suspense. Sobrenatural. Lemon.]

Agradecimentos especiais a todos que ajudaram a levantar meu ânimo com suas reviews carinhosas no final de Promiscuous, e principalmente, a Blanxe, por acreditar que eu posso me superar. Thank you!!

Redenção

Prólogo

Revisado por Blanxe

“Naquele vilarejo, vive o demônio...”

Aquela frase ainda retumbava na cabeça do jovem investigador, que diferente do irmão mais jovem, não conseguia pegar no sono. O trepidar e o ranger das rodas da carruagem naquela estrada de chão acascalhado propagava um barulho irritante.

“Só mesmo Sasuke e suas despreocupações de pré-adolescente, para conseguir dormir com toda essa tranquilidade em uma viagem tão incômoda como essa...” o rapaz observou, admirando o irmão ressonando, movendo o rosto de um lado a outro de acordo com o sacolejar do veículo.

Cruzou as pernas e sorriu discretamente. Sorrir não era algo do feitio daquele jovem, mas lembrar-se do porque estava seguindo para aquela região, lhe divertia.

“Cinco anos estudando na academia mais renomada da Europa para ser imposto a isso...”

Para o jovem investigador, Uchiha Itachi, era evidente a ação dos seus superiores, que tinham “protegidos” a zelar. Era filho de um dos maiores investigadores de Edo – Uchiha Fugaku -, o qual morreu em exercício da sua função, certamente, herdara a genialidade do pai, o que inibiria o destaque daqueles que precisavam de indicação para subir.

“Encaminhar-me para resolver o caso de assassinatos em série de uma cidadezinha no meio do nada, povoada por pessoas que dispõe de pouca cultura, é uma jogada e tanto para manter-me afastado das atenções dos políticos...”

“Demônio... Humpf!”, o investigador desdenhou, dando um meio sorriso. “Eu não sou homem de acreditar nessas lendas. Existem demônios sim, mas não sobrenaturais como todos pensam, com chifres, cauda e um tridente... Mas sim, seres idênticos a nós que são capazes das piores atrocidades. Mas, se pessoas estão morrendo, eu irei capturar esse demônio.”

O investigador abriu um pouco a cortina para tentar enxergar algo do lado de fora e saber a que altura da viagem estava, porém, não viu nada. Só havia breu e uma densa neblina. Fora difícil encontrar um condutor que quisesse guiá-los até aquele vilarejo.

“Como as pessoas são tolas! Demônios não existem!”

Ao concluir esse pensamento, o relinchar dos cavalos e o parar abrupto, fizeram o oficial impulsionar-se pra trás e bater a fronte no interior da carruagem. Ouviu a voz alterada do condutor do lado de fora gritando desesperado, tentando conter os animais assustados. Olhou Sasuke e admirou-se do que viu: o irmão havia só se esparramado mais no banco, mas continuava em sono profundo.

— Deus do céu! Será que ele tomou uma poção mágica pra dormir? – resmungou, descendo da carruagem com a mão na testa, para averiguar o que provocara o susto nos bichos. — Já que estamos no mundo dos contos de fadas, onde até em demônios se acreditam, tudo pode acontecer.

Olhou para o assento do cocheiro e notou este com olhar apavorado e o dedo trêmulo em riste apontando para o meio da estrada. O senhor estava pálido e tremia compulsivamente com as rédeas em uma das mãos; os cavalos ainda relinchavam, trotando incomodados, mas estavam contidos.

— O que houve?

Claro que sua pergunta fora em vão, o homem nunca iria respondê-lo no estado de choque que se encontrava. Apertou os olhos em direção da densa neblina — que mais parecia uma fumaça — e deu alguns passos a frente. Estava ouvindo um rosnado? Seriam lobos? Retirou sua arma da cintura e aproximou-se, sorrateiramente, quando sentiu um cheiro forte invadir suas narinas. Não precisou esforçar-se para identificar que o odor era familiar: sangue.

E muito sangue.

Passou a mão no nariz, tentando afastar o cheiro. Engoliu em seco. O barulho dos rosnados ficaram ainda mais alto. Estreitou mais os olhos à medida que se aproximava com a arma em punho. Um tremor estranho o assolou, fazendo com que seu coração disparasse. Seria medo do desconhecido? Não era um homem de amedrontar-se tão facilmente.

Pensou em perguntar quem estava ali, mas teve a impressão de que se fizesse, seria atacado por algo. Logo a sua visão conseguiu distinguir alguma coisa, era como um véu alaranjado no meio da neblina branca. Sentiu um arrepio. O barulho do grunhido cessou. Seja lá o que estava ali, percebera sua chegada, e o mais incômodo: estava lhe observando.

O jovem investigador estacou. Apesar da madrugada fria, sentiu o suor escorrendo por sua face. Enfiou o dedo na gola da camisa e tentou afrouxar o cachecol envolto do pescoço.

De onde vinha aquele mormaço?

Passou a mão na testa, tentando limpar a umidade que deixava seus poros, quando sentiu algo estranho: a textura rusguenta do líquido rubro que saía do seu ferimento. Não tinha notado que estava sangrando e, de repente, foi assolado por denso receio: se aquilo parado no meio da estrada era algum tipo de fera selvagem, por mais que este não o enxergasse devido à escuridão e a neblina, ele o farejaria.

Meneou a mão com a intenção de levá-la até a testa para limpá-la, porém, uma intensa claridade fumegou e um urro alto e agonizante rompeu a noite silenciosa. Algo o abateu, derrubando-o no chão, e a arma escorregou para longe. A queda fizera bater a parte detrás da cabeça provocando uma forte tontura.

O que quer que fosse aquilo, estava com as patas afundadas no seu peito. Era pesado, forte e o estava farejando. Sentiu o cheiro de sangue ainda mais forte e então, algo úmido e áspero escorreu por seu rosto. Prendeu o ar no peito e cerrou os olhos com força. Sentiu medo de encarar o sobrenatural. Estava sendo imposto a uma prova por ter duvidado da existência deste.

O calor que a fera emanava era tão infernal, que desejara estar totalmente despido naquele momento. Algo correu por seus lábios, parecia a língua áspera e morna da criatura, sentia presas roçando sua pele, um rosnar, as patas de tamanho desproporcional, pressionando o peso sobre si. O que seria aquilo? Por que não conseguia abrir os olhos e encarar que errara. Havia duvidado do demônio e o próprio viera ao seu encontro.

Devia sentir-se honrado?

— Itachi-nii-san?! – a voz do caçula encheu os ouvidos do jovem abatido, fazendo-o lembrar que ali não era o momento da sua morte, tinha alguém a proteger.

“Sou o único ente vivo que resta para o Sasuke, não posso...”

— Itachi-nii-san!! – a voz ecoou mais alto. – Me responda?! Onde você está?!

— Volte pra carruagem, Sasuke!!

Tudo aconteceu muito rápido. Itachi sentiu o peso da fera desaparecer de cima de si. Abriu os olhos e não conseguiu identificar o que viu, afastando de quatro e aos pulos. Não… não era humano. O gelo consumiu seu âmago.

— Itachiiiiiiiiiiiiii!!!

— SASUKE! Eu disse pra entrar na carruagem!

— Eu estou dentro da carruagem! O que é isso que está me rodeando?!

Um urro monstruoso ecoou por todo lugar. Ouviu-se batidas enfurecidas do que parecia investidas contra a carruagem. Um relinchar horripilante dos cavalos... E, de repente, tudo silenciou. Todos os sons se cessaram. O investigador saiu do transe; tinha que agir, fazer algo, salvar o irmão. Agachou-se rente ao chão e tateou em busca da arma.

— ITACHIIII-NII-SANNN!

— Estou indo, Sasuke! – respondeu, exasperado. – Eu nunca acreditei em deuses, mas se vocês existem, por favor, me ajude! Eu estou implorando... – murmurava, trêmulo, enquanto procurava a arma. — Monstro do inferno, deixe meu irmão em paz e venha atrás de mim!!

Itachi se levantou, desistindo de encontrar a arma. Se a fera ainda estava faminta se daria a ela. Seu instinto protetor o fazia agir de forma insana:

— Venha me devorar! Meu irmão ainda é uma criança, monstro! Você não irá se satisfazer com ele, eu tenho mais carne!

Itachi aproximou-se da carruagem e viu os cavalos destroçados, a cabeça dos animais assim como a do cocheiro haviam sido decepadas. Estremeceu. Não ouvia mais os gritos do irmão.

O pavor lhe consumia, fazendo seus olhos arderem e o ar pesar em seu peito, temia em ver o irmão na mesma situação que o cocheiro. Rodeou a carruagem, até a porta de entrada. Os vidros das pequenas janelas estavam destroçados e havia sangue para todos os lados.

Seu tremor aumentou, tanto, que as lágrimas escorreram por seu rosto com uma facilidade que jamais imaginara.

Ouviu um farfalhar de folhas e galhos sendo quebrados. Seria o animal se afastando? Não deixaria aquele bicho sumir levando seu único irmão. Abriu a carruagem e buscou sua bolsa, encontrou a lanterna e, sem pensar duas vezes, embrenhou-se desesperadamente em meio à floresta.

Quanto mais andava, mais o desespero do Uchiha aumentava. A coragem era totalmente impulsionada por sua ira. Com a pouca claridade da lanterna, conseguiu ver destroços da roupa do irmão, um pedaço do casaco que ele vestia; mais sangue. Apertou a peça nas mãos e apressou-se.

O jovem estava nervoso. Havia vivido inúmeras simulações de perigo, de sequestro, de incêndio, mas nunca, nunca pensou que se depararia com algo daquele tipo. Jamais em seus anos de estudos, fora apresentado algo daquela natureza.

Porque estava acontecendo aquilo com ele?

— Devolva meu irmão, MONSTRO! – gritou e quase foi capaz de ouvir uma risada estranha. O que era aquilo? Animas podiam rir? — Ele é a única coisa que me resta... Leve a mim! Não a ele. Ele não queria vir. Eu o arrastei! Por favor, devolva-o!!

Novamente, a risada que mais parecia um resmungo sádico fora ouvida. Estava distante? Ou seria delírio seu?!

Não viu a árvore tombada, acabou tropeçando. Foi ao chão, sua lanterna escorregou e desapareceu em meio à densa folhagem. Não tinha mais luz. Não tinha mais forças. A dor no tornozelo não o permitiu levantar. Voltou a cair. Gritou:

— SASUKEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!

Estava perdendo seu único irmão para um demônio?

— Devolva... – pediu, e antes de desfalecer, Itachi teve certeza que vira aqueles olhos vermelhos de pupilas invertidas faiscando sobre si. O mesmo calor, o mesmo cheiro forte de sangue. – Sasuke?

— Sasuke? — a fera lhe sussurrou de volta.

Estava brincando consigo? Após devorar seu pequeno irmão, vinha debochar de si? E por qual motivo o demônio não o atacava também?

O japonês sentiu as pálpebras pesarem e por mais que quisesse buscar forças para se levantar, estava muito ferido para isso. Não conseguiu. Só murmurou, enquanto tudo se tornava cada vez mais escuro.

— Perdoe-me, Sasuke, perdoe-me?

Continua...


Notas finais do capítulo


Yo, minna-san! o/

Então, as férias acabaram. =)

Essa é uma das fanfics que fiz a proposta naquela enquete no final de Obsessão Fatal, mas como a SasuNaru (Promiscuous) foi a mais votada na época, eu a lancei e a concluí primeiro, antes de dar vida a esse trabalho.

Redenção será mais um desafio para mim como escritora, gosto de me colocar a prova e abordar temas diferentes. Assim, esse enredo será um pouco mais pesado que OF; como já devem ter notado por esse prólogo. Religião, mitos, mortes, demônios, shota e um amor aparentemente impossível... E o romance onde entra? Bem, o romance acontecerá aos poucos, bem aos poucos mesmo, terão que ter paciência.

Mesmo assim, espero contar com o apoio daqueles que já me presenteiam com seus comentários amáveis. Claro que, novos leitores, sempre são bem vindos.

4 comentários:

  1. fanfic, vilarejo shotacon naruto itachi yaoi, " oi eu amor yaoi de itachi e naruto com drama suspense e misterios e.com trauma estup "beijos

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  2. Oi iai adoro fanfic yaoi. De naruto e itachi drama misterio trauma estup

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  3. Olá, Yuuki! Espero que goste da fic. Obrigada por comentar. ;D

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