Capítulos: Prólogo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Epílogo
Autor: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Lemon, Mistério, Romance, Suspense, Terror, Tragédia, Universo Alternativo, Yaoi
Classificação: 18 anos
Status: Completa
Resumo: Sinopse: Japão, 1890, transição do período Edo para Era Meiji, um jovem brilhante e recém formado investigador é incumbido de um caso estranho em um povoado afastado do grande centro urbano do país. Descrente da causa que estava motivando a série de assassinatos no tal vilarejo, ele segue para o local, certo de que iria desmascarar algum falsário psicopata, e ganharia, enfim, seu lugar de destaque na policia da capital. Contudo... Queria o destino que o mal que aterrorizava aquela região, não fosse uma mera crendice popular. [ItaNaru. Shota. Yaoi. + 18. Drama. Terror. Suspense. Sobrenatural. Lemon.]
Redenção
Capítulo I
Revisado por Blanxe
“- ESCUTA - disse o Demônio,
pondo a mão sobre minha cabeça.
– A região de que falo é uma lúgubre região da Líbia,
às margens do rio Zaire e ali não há repouso nem silêncio.”
(Silêncio - Edgar Allan Poe)
— Nii-san? Nii-san, ‘tteba yo!! Acorde!
Itachi ouvia aquela voz em seu subconsciente, enquanto seu corpo era sacolejado. As pálpebras pesavam não o permitindo descerrar os olhos. Alguém estava lhe chamando de “Nii-san”, mas não parecia a voz de seu otouto.
— Sasuke... Sasuke... é você? – murmurou, erguendo uma das mãos e apalpando um rosto que roçava próximo ao seu. Sentiu o hálito quente que emanava dos lábios daquela pessoa se deslocar e a face fugir do seu toque, mas, antes que perdesse totalmente o contato, soergueu-se subitamente e segurou com força a pequena mão que descansava sobre seu peito.
Abriu os olhos e, mesmo com a visão embaçada, conseguiu enxergar aquelas íris tão azuis lhe admirarem, arregaladas. O pequeno, que teve sua mão presa, não reclamou da força que impunha, apenas fez para si uma careta de dor.
O pano úmido que cobria a testa do investigador escorregou e caiu em seu colo. Uma forte tontura o assolou, fazendo-o fraquejar e voltar a se deitar. A pequena mão desvencilhou-se facilmente da sua e o menino saiu correndo; deixou o quarto. Pôde acompanhar os passos apressados se distanciarem no chão de madeira.
Não lhe importava, afinal, não era seu caçula, era apenas uma criança qualquer.
Sentiu um ardor no peito e no estômago ao lembrar-se da sua incapacidade de salvar Sasuke da besta que os atacou. O que faria da vida sem seu irmão? Será que ele havia sido mesmo devorado?
A dor condensou em sua cabeça, fez uma breve massagem com as pontas dos dedos. Não era o momento para perder a razão... Ainda não. Havia um trabalho a cumprir e também, a esperança não estava de toda perdida. Não encontrara o corpo de Sasuke decepado como aconteceu com os cavalos e o cocheiro, desta forma, talvez, existisse uma esperança de encontrá-lo vivo. Precisava se apegar àquele fino fio, para cumprir com suas obrigações.
Naquele momento, o oficial Uchiha tomara uma importante e determinada nota mental: iria matar aquele yokai de qualquer maneira. Mesmo que custasse ou durasse sua vida toda.
Assim, guardando as aflições dentro de si para remoê-las no momento apropriado, tentou sentar-se na cama e identificar onde estava. Sentiu uma fisgada dolorida na perna esquerda ao ousar movimentá-la embaixo do lençol amarelado que o encobria. Descobriu-se e constatou o motivo da dor: havia, certamente, torcido o tornozelo ao cair na floresta. Não pôde ter certeza da gravidade do ferimento, pois sua perna estava enfaixada até o joelho.
Arrastando-a, conseguiu se sentar, apoiando as costas na grande cabeceira de madeira talhada atrás de si. Percebeu que vestia algo como um camisão feito de um tecido de baixa qualidade, pois, assim como os forros de cama, estava com manchas encardidas deixadas pelo tempo, além dos rasgos em várias partes.
Observou o local onde estava abrigado; era um cubículo de tão pequeno. Cheirava a madeira podre e úmida. Havia ali, duas camas de solteiro: aquela onde estava e a outra, ao lado da sua; ambas separadas por um corredor que não tinha nem meio metro de distância. Existia um criado-mudo entre os dois leitos, sobre ele, uma jarra de água e um copo com que parecia ervas no fundo.
No chão, uma bacia com mais plantas medicinais. O investigador também notou o que lhe parecera um roupeiro com duas repartições no canto direito do quarto. Uma das portas estava torta e ruída.
A janela era da mesma madeira escura e velha dos móveis, do chão e das paredes. Ela estava fechada por dois talhos grossos, sustentados por ferrolhos, que formavam uma cruz. Havia pouca luminosidade no quarto, que vinha das frestas nas paredes.
Atrás de si, notou algo estranho: uma grande cruz entre as camas. Era a única peça produzida de uma matéria diferente naquele ambiente, um metal prata reluzente. Ainda tinha um rosário pendurado na cabeceira da outra cama e uma bíblia, no compartimento abaixo do criado-mudo.
A outra cama estava desarrumada. Tudo lhe levava a crer que era da criança que saíra assustada e correndo para longe de si. Lembrar-se do pequeno de olhos claros o fez recordar mais uma vez do irmão e da noite que passara. Tampou a boca com ambas as mãos ao sentir a ânsia de vômito chegando. Inspirou profundamente pelo nariz, até sentir os pulmões inflarem ao máximo, então, soltou o ar devagar pela boca.
Necessitava manter o equilíbrio. Apertou a cabeça e percebeu que a mesma também estava enfaixada. Seus cabelos longos estavam soltos, caindo-lhe nas costas e em partes dos ombros. O ardor em suas pálpebras estava aumentando, denunciando aquilo que sua mente negava-se a crer: que perdera Sasuke para o sobrenatural. Não podia acreditar naquilo. Não queria sofrer por antecipação, mas havia algo em seu peito dizendo que não o recuperaria mais.
Soluços abafados fizeram seu corpo balançar, não queria chorar, chorar era admitir a morte do mais novo, entretanto... estava chorando. Esfregou os olhos quando ouviu passos novamente, desta vez, mais pesados, podia ser o adulto responsável pela criança que deixara o recinto há pouco.
Era bom. Precisava conversar com alguém, saber que lugar era aquele. Quem o socorrera e, principalmente, se este alguém havia encontrado vestígios que o levasse ao seu ente mais novo.
A porta se abriu e um homem, vestido com uma batina marrom, entrou sorridente pela porta.
— Boa tarde, meu jovem — o moreno o cumprimentou, indo em direção à janela e retirando a madeira através dos ferrolhos para abri-la.
A claridade que invadiu o quarto foi tão intensa, que o investigador ergueu um dos braços na frente do rosto para proteger a visão fragilizada, até que esta se acostumasse com o ambiente iluminado.
— Onde estou? — era a pergunta que mais ansiava saber naquele momento.
— Na minha humilde casa, irmão. — o homem anunciou, parecendo verdadeiramente contente em dizer aquilo. - Meu nome é Umino Iruka, mas pode me chamar somente de Iruka.
— Irmão? — Itachi descobriu os olhos, mantendo-os meio-cerrados. Não entendera o motivo daquela nomeação tão íntima.
— Sim, somos todos filhos de Deus, então, somos irmãos perante Ele — elucidou, ainda com seu ar bem-humorado.
— Estou em uma igreja? — Itachi impressionou-se, aproveitando para avaliar melhor aquela pessoa diante de si.
O tal Iruka parecia bem jovem ainda; tinha cabelos castanhos, presos no alto da cabeça, a batina marrom tinha mangas longas, um cordão com uma cruz no pescoço e uma cicatriz horizontal sobre o nariz, que se alongava nas duas bochechas, completando aquela aparência de homem simples e religioso.
— Aqui é o terreno de um seminário —Iruka explicou, despertando a atenção do hóspede. – Estamos um pouco afastados da vila... Sabe, para formar padres é necessário manter certa distância das coisas mundanas e um retiro dentro da floresta foi a melhor opção encontrada. Infelizmente, não temos muito adeptos ao cargo de sacerdote de Deus ultimamente. Eu sou o único que vive aqui...
“O único?”, Itachi desconfiou. Mas, e a criança loira que vira ao despertar? A mesma que saíra correndo do quarto assustado.
— Sim, eu entendo... O único adulto você quis dizer?
— Hã? — o rapaz de tez morena juntou as sobrancelhas, demonstrando-se evidentemente confuso com aquele questionamento. — Bem, sou o único adulto sim. Talvez, não o único morador...
Itachi nem esperou o rapaz concluir o pensamento e sentiu um alívio tomar seu peito: não estava vendo coisas. Porém, aquela sensação durou pouco, até o homem concluir seu pensamento.
— Afinal, Deus está sempre conosco, não é?
O Uchiha sentiu seus nervos aflorarem; aquele papo de “Deus” já o estava irritando, além do que, aquele homem só podia estar brincando consigo. Havia visto uma criança ao acordar e agora ele lhe dizia que vivia naquele lugar sozinho. Como ele conseguia dizer-se servo do céu e lhe mentir tão descaradamente daquele jeito? Ou, ele não sabia que havia uma criança ali?
Era impossível...
Contudo, aprendera na academia que não podia “levantar hipóteses para os suspeitos”, era a mesma teoria do dito popular que dizia para não colocar palavras na boca de alguém. Era necessário deixar que as evidências fluíssem de forma natural. Se o homem não mencionara a criança, havia inúmeras hipóteses do motivo, como por exemplo, um sequestro. Não podia esquecer-se que estava atrás de um bandido, assassino, fosse ele humano ou não.
— Sim — acabou por concordar, suspirando brevemente. — Entenda, padre, não sou um homem muito religioso. Ainda mais, depois da noite que tive.
— Mesmo assim, não pode deixar de crer em Deus, meu jovem — o seminarista advertiu e se aproximou, sentando-se na cama vazia e desfazendo o sorriso leve que tinha no rosto. Pelo estado que encontrara aquele rapaz, imaginava o tipo de noite que havia passado. — Quer me contar o que houve?
— Se eu soubesse ao certo, padre, lhe diria.
— Não se lembra?
— Lembro-me em partes. Mas ainda é muito confuso. Estava viajando junto com o meu irmão caçula, quando fomos atacados por algo na estrada.
— O demônio... — Iruka sussurrou.
Aquele comentário fez arrepiar a pelugem escura do braço do Uchiha.
— Não existem... — Itachi não concluiu sua fala, pois teve a boca abafada pelas mãos do futuro padre que agora o admirava com os olhos estatelados.
— Não provoque aquilo que não conhece, meu jovem! — ele pediu, com a feição totalmente transtornada.
Para Itachi, não lhe parecia mais o homem alegre e tranquilo de minutos atrás.
— Todos que pronunciaram essa frase, de uma maneira bizarra e extremamente brutal, perderam suas vidas, seus amigos e seus entes queridos.
Certo de que o hóspede o compreendera, lentamente, o homem destapou a boca do rapaz, permitindo-o se manifestar, de maneira cuidadosa.
Porém, Itachi permaneceu em silêncio, observando-o com um olhar assombrado. Não deveria ser comum ver um padre com medo de um demônio, não era? A fé no Deus Todo Poderoso, deveria ser suficiente para acreditar que estariam a salvos dentro de uma morada divina.
— Per- perdoe-me? — o seminarista desculpou-se gaguejante, ao se dar conta de sua gafe. — Você... deve estar pensando que essas não são as palavras corretas de um futuro padre. – o homem disse, quase como se tivesse lido os pensamentos do seu hóspede. - Estou envergonhado. Terei que orar muito pedindo perdão ao Pai pela minha falta de fé e postura.
Após dizer isso, o seminarista se levantou, ergueu seus olhos para o crucifixo gigante na parede e após fazer três vezes seguidas o sinal da cruz, murmurou palavras que Itachi não conseguiu identificar. Provavelmente, alguma oração de perdão. Ao terminar, sem voltar-se para o rapaz no leito, seguiu em direção da porta, avisando:
— Melhor eu ir preparar algo para você comer. Deve estar faminto, aproveite para descansar mais um pouco. Mais tarde conversaremos.
— Padre?! — O Uchiha o chamou em um grito, antes que ele deixasse o quarto. — Meu irmão está perdido naquela floresta, eu preciso sair daqui. Se eu conseguir chegar ao vilarejo poderei entrar em contato com a capital e pedir reforços. Existe algum meio de transporte que possa me levar até o vilarejo?
Sem querer, o padre sorriu debochadamente.
— Irá pedir ajudar de quem, meu rapaz? Você acha mesmo que os nossos governantes estão preocupados com as pessoas que morrem nesse lugar? Há muito paramos de clamar pela ajuda de outros, que além de não nos fornecer auxílio, subestimam o povo desta região nomeando-nos de “fanáticos religiosos e malucos”.
Itachi não teve tempo de argumentar, pois o homem saiu do quarto totalmente ao contrário de quando entrara. O que estava acontecendo, afinal? Por que tudo parecia tão estranho e sobrenatural. Deus? Demônio? Existem mesmo?
E o irmão? E aquela criança? Onde haviam ido parar?
Novamente aquela dor insuportável na fronte. Sentiu o corpo pesando, escorregou as costas pela cabeceira até deitar-se, repousou as mãos entrelaçadas sobre o peito, tal como os mortos, preparados para seu descanso final. Cerrou os olhos com dificuldade e passou a inspirar e respirar de forma cadenciada; tentou captar algum tipo de som do lado de fora. Pássaros cantando, cachorros latindo, vento soprando as folhas das árvores... Nada.
Aquele lugar parecia morto. Até mesmo a luz do sol que lhe parecera tão ofuscante a momentos atrás, agora entrava fosca pela janela, após desviar-se das frondosas árvores da floresta.
Silêncio... Aquele silêncio era perturbador. Sentiu algo. Novamente um arrepio correu seus braços. Estava sendo observado. Mais uma vez... Era a mesma sensação de quando fora observado pelo demônio na floresta. Da mesma forma que ele o farejara ao derrubá-lo.
“Lembrei-me daquela poesia que li na faculdade...”
— “Escuta... — disse o demônio, repousando a mão sobre minha cabeça...”.
Itachi prendeu a respiração ao sentir uma mão pequenina tocar sua testa. Estava ficando louco? Seu coração precipitou-se no peito e era a única coisa que conseguia ouvir. Precisava saber quem era... Descerrou seus olhos negros e deparou-se novamente com aquela face infantil de olhos tão azuis. Lera uma vez, que os anjos eram loiros e tinham lindos olhos azuis. Aquilo seria um anjo, sorrindo tão abertamente para si?
Desta vez, tocou a mão em sua testa com cuidado, para que ele não se sobressaltasse. Sim, era a textura final de uma pele, era feito de carne e osso como identificara da primeira vez, não havia nada de incomum ou sobre-humano. Era uma criança de verdade.
— Diga-me, quem é você?
— Diga-me, quem é você?
O investigador sentiu vontade de sorrir. A criança, após remedá-lo, abriu um sorriso ainda mais escancarado para si. Novamente, ergueu o dorso da cama, encostando-se o suficiente para observar melhor aquele pequeno, deveria ter a idade do seu irmão, ou menos, pois era menor.
Tocou o rosto dele. Dedilhando-o com delicadeza. O menino não recuara. Ele tinha estranhas marcas na bochechas, três de cada lado do rosto, e da mesma dimensão. Eram cicatrizes? Quem fizera aquilo com ele? Seria o seminarista? Aquele homem lhe parecera um tanto perturbado.
— Eu me chamo Uchiha Itachi — informou para o mais novo e perguntou: — Como se chama, pequeno?
— Naruto.
— Naruto?
— É. Naruto.
— Só?
Ele levantou os ombros como se não entendesse o que aquele homem queria a mais.
— Precisa de mais?
— Bem... É que herdamos os sobrenomes dos nossos pais. Você não tem pais?
— Pais, não. Eu tenho o Iruka-sensei. Mas ele diz que não pode ser meu pai de verdade. — o menino informou, colocando as duas mãos na boca, como se fosse contar um segredo para Itachi, aproximou-se do ouvido dele e sussurrou: — Sabe por quê? — O mais velho negou com uma balançar de cabeça, então ele sorriu mais abertamente e contou: — Porque padres não podem ter filhos.
— Quem disse?
— O Iruka-sensei, ué! — respondeu com certo tom de irritação, como se aquilo fosse óbvio. — Ele disse que são os mandamentos de Deus. — acrescentou, batendo as mãos na cintura.
— Então, ele cria você escondido?
— Não sei... É? Escondido do quê?
— Das outras pessoas. Ou você conhece mais pessoas fora ele?
O menor elevou uma das mãos no queixo e ficou pensativo por um segundo, para logo, responder de um jeito faceiro.
— Conheço!
— Quem?
— Uchiha Itachi! — disse quase eufórico, apontando para o homem sentado no leito.
Itachi aumentou o sorriso no rosto ao ser mencionado como única pessoa que o garoto conhecia fora o padre, então, repousou a mão em cima da cabeça daquela criança e fez uma breve carícia nos fios, que pareceu agradar ao pequeno.
Não, teve certeza: aquele menino não lembrava em nada o irmão. Sasuke era mimado, antipático, metido a inteligente. Não era tão inocente como um garoto que fora privado do convívio com os outros. Podia-se dizer que aquela criança era verdadeiramente pura, pois além de tudo, vivia em um monastério, longe das coisas mundanas, como o padre mesmo enfatizara.
“Eu imaginei que aquele seminarista fosse maluco, mas não tanto. Como ele tem coragem de criar uma criança de forma tão isolada?”
— Dói? — o garoto perguntou de repente, fazendo-o sobressaltar.
— Meus ferimentos?
Naruto negou a pergunta do adulto, com um sacudir de cabeça, então, apontou o próprio peito.
— Aqui.
— Meu coração? — Itachi quis ter certeza, repetido o gesto do menor e colocando a mão sobre seu peito.
— É. — ele confirmou, olhando-o atentamente. — Dói, não dói?
— Como sabe que meu peito dói? — Itachi quis saber, ficando cada vez mais preocupado com aquela conversa.
— Porque você perdeu o Sasuke.
O investigador sentiu algo gelar por dentro. O quê aquela criança estava dizendo? O que ele sabia? Como... O Uchiha não teve tempo para pensar em mais hipóteses, a criança subiu na cama e acomodou-se em seu colo, abraçando-o com força e encostando a cabeça em seu peito.
Então, com sua voz abafada, elucidou:
— Eu ouvi você chamando por ele quando estava de olhos fechados... — Sem imaginar, Naruto fez com que o investigador se aliviasse. — Vai passar, eu vou cuidar de você.
O Uchiha não queria chorar, entretanto, estava ficando difícil suportar aquela dor intensa que o assolava por dentro, que até mesmo uma criança desconhecida, conseguia enxergar. As lágrimas faziam força para sair, e ele fazia força para contê-las. Havia prometido a si mesmo, que chorar, seria crer que Sasuke estava morto. E tinha que guardar alguma esperança.
Afagou os fios loiros e sentiu os pequenos braços em volta do seu corpo lhe apertarem mais forte. Aquele garoto tinha algo de diferente... Algo que, ao mesmo tempo em que lhe causava um temor, lhe fazia sentir-se bem. Desceu as mãos para nuca dele e o chamou.
— Naruto?
— Hã? — o garoto ergueu a face para olhar o mais velho.
— Obrigado.
Itachi ganhou novamente aquele sorriso grande para si e o viu esfregar o rosto no seu camisão, afagando-o, e responder animadamente:
— Eu gostei de você desde quando te vi, nii-san. Quero que fique aqui comigo!
Continua...
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