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[Naruto] Promiscuous - Capítulo 8, escrita por Andréia Kennen

Capítulos: Prólogo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Epílogo
Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Status: Completa
Classificação:
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.


Promiscuous

Capítulo 8 – Day N Night

Revisado por Blanxe


“Dia e noite eu me reviro e estresso a minha mente, a procura de paz.

Eu não tenho o que é preciso para manter esse jogo.”


A cabana era velha, de madeira lascada, suja e fedia a mofo. Estava localizada em uma área bem afastada do centro urbano, em uma reserva ecológica. Provavelmente, a construção fora algum ponto de descanso para os vigias da área no passado, mas há muito, parecia abandonada.

Shikamaru foi quem indicara o lugar, explicando que o pai o levava para explorar a floresta ao lado, e que, muitas vezes, se abrigaram de chuvas inoportunas ali.

A algema que utilizaram para prender os braços de Sasuke em volta de uma das pilastras de madeira que sustentavam o teto do local, fora conseguida por Gaara em um sexy shop. O jovem Uchiha estava totalmente apagado, com uma fita adesiva tapando a boca e alheio a discussão abrasada que se formava entre os integrantes do seu grupo de sequestradores:

– Cara, nem pensar eu enfio meu pinto nele! Eu tenho dó de mim! Um garoto de programa? Vai saber quantas doenças ele tem?!

– E existe preservativo para quê, Kiba? – Nara resmungou, com um revirar de olhos.

– Então bota você o preservativo e fode ele, Shikamaru!

– Iie, tô fora! – o outro negou, desencostando-se da parede e cruzando os braços na frente do rosto, enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro. – Eu tenho minha loira. Mesmo se não tivesse, eu não faria isso com um cara. A ideia idiota de retaliação foi sua, faz você.

– Gaara, você é o gay! – Kiba apontou para o ruivo, que tinha uma pose pensativa: a mão no queixo e o olhar distante. Mas ao ser apontado pelo colega, sobressaltou, arregalando seus olhos verdes água para aquela declaração dele.

– Por que eu sou gay, eu como qualquer porcaria? – replicou, ofendido - Tá brincando com a minha cara, é, Inuzuka? Além disso, eu tenho namorado. Mesmo eu estando em abstinência por ele estar longe, eu não o trairia. E, também, esse aí não faz meu tipo. – o ruivo fechou a feição, cruzando os braços no peito.

Sem escolha, os três olhares se voltaram para a única esperança deles: o gordinho que vasculhava o fundo do saco de salgados, à procura de alguma batata seca sobrevivente. Ao perceber-se observado, o menino ergueu os olhos para os amigos e não deixou de achar graça do que estes estavam propondo.

– Ah? Ha, ha, ha! – Chouji gargalhou, achando engraçado só de imaginar-se fazendo algo do tipo. – Nem! Eu não corto pra esse lado, não, minna! Nem olhem pra mim. Mesmo se eu cortasse, eu só como carne de primeira, de preferência, churrasco e bem passado!

Todos suspiraram ao mesmo tempo, frustrados.

– Além do mais... – Gaara chamou a atenção deles. – Esse aí já deve ser tão arrombado que, diferente do Naruto, não vai sentir dor nenhuma ao ser estuprado. É capaz até de gostar.

Os outros três fizeram uma cara de repulsa ao se imaginarem fazendo algo prazeroso com o Uchiha e Chouji, até sobrepôs as mãos na boca, sentindo que o embrulhar no seu estômago, queria fazê-lo botar pra fora todas as guloseimas que comera no caminho para chegarem ali.

– Pra quê o trouxemos em um lugar tão isolado? – Kiba irritou-se. - Se não vamos fazer nada?

– Vamos só largar ele aí por alguns dias. Acho que esse já será um castigo de bom tamanho: amarrado, passando fome, sede e frio. Depois a gente informa, anonimamente, a localização dele pra polícia e alguém vem o resgata.

– É... parece um bom plano. – Gaara concordou com um menear de cabeça.

– Mas, minna, e se ele não aguentar e morrer de fome ou de sede?!

– Ah, Chouji! Não seja ingênuo! – o Inuzuka esbravejou. - Não vamos deixá-lo aqui durante um mês, no máximo duas semanas!

– ‘Tá louco, Kiba?! – Shikamaru chamou atenção dele - Três dias é o máximo. Vamos deixá-lo passar essa noite, já que ele tá entregue mesmo e nem vai sentir e mais amanhã. Depois - no terceiro dia – um de nós ficará encarregado de ligar para polícia e falar sobre o paradeiro dele.

– E o que faremos com o carro?

– Melhor largamos o carro aqui. – Gaara sugeriu. – Naquela avenida por aonde viemos, tem um ponto de lotação; é melhor irmos andando até lá e pegarmos um ônibus.

– Então vamos nessa, antes que fique tarde.

– Certo!

O grupo começou a deixar o local. Gaara ficou por último e, antes de sair, deu uma última olhadela para o jovem que estava preso, não deixando de pensar no que o primo lhe falara:


“No entanto, confesso que sinto algo, é verdade. E esse algo me faz querer perdoá-lo e tentar resgatá-lo, antes que ele adentre mais esse mundo em que ele vive...”

– Tentar resgatá-lo... – o rapaz retirou a chave das algemas do bolso e jogou-a a uma distância que se Sasuke se esforçasse, conseguiria alcançar com os pés. – Agradeça ao meu primo por você não sofrer mais do que merece, Uchiha.

– Vamos, Gaara! – ouviu o grito esganiçado de Kiba do lado de fora.

– Estou indo. – respondeu e saiu, levando consigo a última luz do lugar, afundando o corpo amarrado e desacordado, em uma total penumbra.

...

Ino terminava de armazenar as coisas de Sakura dentro de uma bolsa de bagagem. A melhor amiga havia recebido alta e, enfim, iria terminar de se recuperar em casa. Naquela noite, a mãe dela – mais aliviada com o estado da filha – dissera que iria permanecer em casa para preparar o quarto da filha e retornaria só no dia seguinte pela manhã, para apanhá-la.

A loira ficara ainda mais feliz quando a senhora Haruno lhe pediu, gentilmente, que fizesse companhia a sua “Pequena Flor” - como ela melosamente a chamava - para não deixá-la dormir sozinha. Concordara sem pestanejar nem esconder o timbre de euforia na resposta. O que deixou a mãe da amiga levemente surpresa, porém, satisfeita. Entendia – de certa forma - o quanto sua Flor era importante para jovem Yamanaka.

Aproveitando-se da visita de Naruto e Gaara, Ino pediu licença ao trio e foi de táxi até sua residência para apanhar roupas de dormir, escovas de dente e de cabelo, e tudo mais que julgou necessário para passar uma noite fora de casa. Por estar em uma ala particular, Sakura tinha o quarto com tantas regalias que mais parecia uma suíte de um hotel de classe média: havia um banheiro e uma cama sobressalente para visitas, onde a mãe estava dormindo desde que ela fora liberada da UTI.

Ao retornar, não deixou de ficar contente pelo loiro e o ruivo não demorarem a ir embora, e assim, não tomarem mais tempo da sua primeira noite a sós, com a amiga “ressuscitada”, como costumava dizer, já que Sakura, após escapar daquele acidente, praticamente nascera de novo.

Enquanto a adolescente de cabelos rosa tomava banho, a loira se propusera fazer suas malas. A mãe havia trazido muitas coisas da casa dela, mesmo o lugar fornecendo roupas de banho, cama e de dormir. Apetrechos femininos, tais como xampus, creme para cabelo, para corpo, maquiagem, além de roupa íntima... Ino corou, ao apanhar aquela peça tão pequena e de renda vermelha que, além de transparente, era só um fiozinho minúsculo na parte de trás; nunca imaginou que Sakura usasse peças tão ousadas, e também, jamais esperou que seu coração bateria tanto ao segurar algo que ela conhecia muito bem.

Apesar de que, teve ciência que não fora o fato de segurar algo íntimo da amiga nas mãos que fizera seu coração dar pulos, e sim, a visão que sua mente pervertida desenhara: a dona da peça, vestida somente com ela. A loira sorriu bobamente, sentindo a textura da renda entre seus dedos, enquanto sua imaginação continuava fluindo.

Sakura, que deixava o banheiro com a toalha nos cabelos, viu a colega de costas, retirando as coisas da cômoda e organizando-as na bolsa. De roupão, sentou-se na cama, enquanto desenrolava o tecido felpudo dos cabelos para terminar de enxugá-los. Estava muito chateada com tudo que lhe acontecera, mas, por outro lado, estava extremamente feliz com as atitudes de Ino: a amiga vinha se dedicando tanto a si que até a constrangia.

– Obrigada, Ino...

– AHHHH! – O susto que a loira sofrera, ao ouvir a voz inesperada de Sakura atrás de si, fora tão intenso, que a fez desequilibrar e cair sentada no chão.

Sakura, que se assustara com o grito da amiga, ao se recuperar, abaixou-se até ela, desalinhando o roupão que vestia, e para ajudá-la a se levantar estendeu-lhe uma das mãos.

– Ino, daijoubu?!

– Hai, hai! Você... Você saiu tão de mansinho do- do ba- banheiro... – a loira gaguejava, apertando a peça que tinha consigo, enquanto sacudia a cabeça de um lado a outro, negando a ajuda para não ter que abrir a mão e mostrar o que segurava. – Eu estou bem, eu levanto sozinha!

Sakura crispou as sobrancelhas, segurou os ombros da amiga tentando fazê-la parar de se mexer e olhar para si.

– Pare, Ino! Está me deixando nervosa. Quer que eu chame um enfermeiro?

– Não! – a menina gritou e, ao tentar evitar que a colega se levantasse, acabou abrindo a mão e deixando a calcinha que estava apertada em sua mão mostrar-se; sua face corou instantaneamente. – Ah... Isso não é nada do que você ‘tá pensado, Sakura, isso é...

Sakura retirou a lingerie das mãos dela e deixando o corpo pesar sobre as pernas dobradas no piso, sentiu uma estranha tristeza lhe abalar.

– Foi o Sasuke quem me deu isso.

Ino, que até então estava com um semblante nervoso por ter sido pega em flagrante, de repente, sentiu-se frustrada por não ter conseguido causar uma má impressão na colega. Olhou Sakura e, aquele semblante triste que ela fazia ao lembrar-se do cafajeste do ex-namorado, intensificou a sua raiva pelo Uchiha.

Apesar de sentir-se combalida com a mágoa da garota que amava, Ino não conseguiu desviar os olhos do roupão aberto, que mostravam parte dos seios pequenos que ela tinha e por onde escorriam alguns pingos de água do cabelo molhado. Subiu o olhar para o pescoço, a face, e percebeu que ainda haviam umas poucas manchas arroxeadas em sua pele. Dominada pelo desejo de animá-la, segurou o queixo dela com a sua mão e elevando-o, a fez levantar o rosto.

– Erga essa cabeça, Sakura. – Ino pediu. - O idiota do Uchiha nunca te mereceu. Não faça essa carinha tão entristecida por causa daquele crápula.

– Sabe, Ino... – Haruno passou a mão nos olhos, afastando as pequenas lágrimas que ameaçavam nascer nas margens dos seus olhos. – Eu andei pensando muito sobre tudo que aconteceu. Esse meu “nascer de novo” me fez repensar minhas atitudes. Tenho que confessar: eu também errei.

Os olhos de Ino cresceram de tamanho ao ouvir aquilo.

– Sakura?

– Eu percebi o quanto venho sendo egoísta. – ela prosseguiu, ignorando a surpresa da melhor amiga. - Até hoje, eu só pensei em mim e no que eu sentia pelo Sasuke. Eu o amava tanto, o desejava tanto, que deixei esse desejo de tê-lo me consumir e me cegar sem levar em consideração os próprios sentimentos dele. No fundo, eu sempre soube que ele não me amava, mesmo assim, eu quis forçá-lo a ficar comigo, usando dos meios que fossem necessários.

A loira desviou os olhos do rosto da amiga, abaixando-os e repousando-os nas pernas dela e nas mãos que se entrelaçavam e se apertavam nervosamente. Sentiu uma pontada agonizante no peito e engoliu seco, imaginava o quanto deveria ser complicado para ela, confessar aquilo.

Então, a ouviu soltar um suspiro e dar continuidade.

– Também não posso me enganar dizendo que fui iludida, porque o Sasuke nunca deixou aparentar que sentia algo por mim. Muito ao contrário, ele tentava, em vão, esconder os ciúmes que sentia de mim com o Naruto.

– De qualquer forma, ele não tinha o direito de te usar para tentar se aproximar do Naruto e fazer o que fez.

– Não deixo de me sentir culpada por isso também, Ino. Se eu não tivesse me intrometido no meio deles, o Sasuke poderia ter agido diferente. Ele se enfiou na droga desse mundo promíscuo para tentar sufocar o que sentia pelo Naruto. Só que eu, ao invés de ter percebido e ter tentado resgatá-lo, não! Eu o incentivei a manter-se nele, e ainda, para ter uma oportunidade de tê-lo, me afundei nesse mundo também!

Sakura não conseguiu mais segurar a ânsia do choro e, sem que quisesse, dois fios de lágrimas – um de cada lado da face – deslizaram por seu rosto.

– Eu fui tão idiota, Ino! Tão burra! Egoísta! Com isso eu acabei fazendo mais pessoas sofrerem. Veja o que houve com o Naruto...

– Vendo desse jeito, mesmo não querendo, tenho que concordar que você é uma burra. – ela afirmou, sorrindo, notando a amiga também lhe sorrir em meio a face que já estava coberta pelas lágrimas. – Mas se for assim, eu também sou uma anêmona! O Naruto é um jumento! E o Sasuke é o pai das burradas! – a loira riu mais abertamente, arrancando uma gargalhada da amiga.

– Ino... não me faz rir.

– Boba, você fica mais linda rindo do que chorando.

– Mas pareço mais idiota ao rir e chorar ao mesmo tempo. E por que você se auto-xingou? Você é uma das mais transparentes do grupo.

– Iie... – ela negou, balançando a cabeça. – Há muito tempo estou esperando uma oportunidade pra declarar meus sentimentos omitidos por uma pessoa. Mas... como essa pessoa gostava de outra... – ela inspirou profundamente. – Eu resolvi fazer como o Uchiha, manter esse sentimento guardado. Porém, eu percebi o quanto mal isso faz. E, antes que eu violente alguém por aí, ou me jogue na frente de um carro, vou me declarar, mesmo sabendo que não tenho chances... Acho que se essa pessoa, só de me entender e me deixar ficar do lado dela como amiga, já será suficiente para mim...

– E, quem é esse sortudo? Não me diga que ama o Naruto? Já que você parece não gostar mais do Sa...

– É você, anta! – Ino foi direta.

– Hã?

– Eu te amo, Sakura. – a loira foi firme ao reafirmar a declaração e, olhando dentro dos olhos verdes da amiga, continuou: – Desde que nos conhecemos, quando você foi falar comigo pela primeira vez e eu senti algo... apertar aqui, sabe? – a menina apontou o peito. – Eu nunca vou ser um Sasuke Uchiha, ‘tô ciente disso. Nem quero retribuição. Só queria que soubesse o quanto é importante... para mim.

– Ino... eu não... – Sakura não soube exatamente o que responder; cerrou o tecido do roupão entre os dedos. Era estranho ouvir uma declaração vinda de alguém do mesmo sexo. Mas, de repente, algo quente brotou dentro de si. Lembrou-se rapidamente da dedicação da amiga, de como ela sempre fora carinhosa consigo, dos momentos em que riram e se divertiram juntas.

Um rubor aqueceu a face da jovem de cabelos róseos. A vontade de chorar cessou. Algo idiota passou por sua cabeça: imaginou-se o próprio Naruto ouvindo a declaração vinda do Sasuke, e aquilo lhe fez sorrir mais abertamente.

– Ótimo! Você não tá me levando a sério! – Ino indignou-se ao ver a colega rir. – Por que ninguém acredita em mim?!

– Baka! Não é isso. – Sakura balançou as madeixas rosa de um lado a outro e, ainda sorrindo docemente, pegou a mão da amiga entre as suas e depositou um beijo carinhoso no dorso desta; voltando a olhá-la nos olhos, disse sinceramente: – Arigato, Ino.

– Não vai me rejeitar? Me chutar? Me esmurrar?! Sentir nojo?!

– Ah... bem... – a rosada franziu o cenho ao lembrar-se da amiga com a sua lingerie sexy nas mãos. – Er... Acho que... Teremos que ir por partes, devagar, para que eu me acostume com a ideia.

Ino que estava com as bochechas avermelhadas, ficou mais séria.

– Como?

– Eu tô sem namorado, você também. Então, se tiver a fim, a gente pode tentar ficar juntas, né? Tentar. Se você quiser.

– Sakura, não precisa.

– Ino... – a amiga de cabelos rosa aproximou-se do rosto da loira. – Eu posso ser uma garota bem liberal. Eu quero, de verdade, tentar compreender como um amor gay funciona. Se você estiver disposta a me ensinar, claro. – Ela pegou a mão que estava na sua e direcionou-a para dentro do hobby aberto, fazendo-a pegar em seu seio. – Algo assim?

O calor que a loira sentiu entre seus dedos, espalhou-se pelo corpo inteiro, fazendo-a arfar.

– Saku- Saku- Sakura... O quê... – a loira não teve tempo de dizer mais nada, pois os lábios da rosada tocaram os seus.

A mente da jovem Yamanaka ficou em branco por alguns segundos ao sentir a maciez daqueles lábios que se moviam sobre os seus. Ao se recuperar do susto, envolveu o pescoço da amiga sentindo um desejo intenso de tê-la mais perto de si. Aprofundou-se no beijo e foi empurrando-a lentamente para o chão, até sobrepor o corpo dela com o seu, parando de beijá-la para admirar o rosto afogueado.

– Sakura, você sabe mesmo o que está aceitando?

– Sim. – esta afirmou. - Os sentimentos mais puros e verdadeiros que alguém já dedicou a mim. Não quero ficar com mais ninguém que não me deseje.

– Mas você também não é obrigada a ficar com alguém que não ame.

– Eu sei. - ela concordou. - Por isso, estou aceitando ficar do lado de alguém que gosto de verdade e admiro. Prefiro dar uma chance para uma pessoa por quem eu sinta algo, do que ficar dando tiros no escuro, não é?

Ino sorriu; estava tão feliz, que em meio a um sorriso escancarado, as lágrimas derramaram dos seus olhos azuis, molhando o rosto de Sakura.

– Ino, não chore!

– Eu não consigo, estou tão feliz!

– Baka! Tá parecendo uma nuvem de chuva, gotejando em cima de mim. – ela puxou o rosto da colega para que ficasse rente ao seu. – Obrigada de novo... – sussurrou. - Por estar comigo e por continuar comigo.

– Eu é quem agradeço por você me dar uma chance. – Ino passou a costa da mão no rosto, limpando-o e então, sorrindo para a amiga embaixo de si, se posicionou melhor entre as pernas dela e perguntou: – Mas e agora? Vamos transar aqui no Hospital? As suas palavras me pegaram de surpresa e me deixaram com um baita tesão...

Do lado de fora do quarto, o enfermeiro que começava fazer as rondas no corredor se deteve com a mão na maçaneta do quarto com a placa escrita: “Haruno” ao ouvir uns gritos estranhos vindos de dentro do mesmo:

– Inooooooooooooo!! Eu disse que deveríamos ir com calma! Eu ainda não me recuperei! Vamos!! Tire seus dedos daí, agoraaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!

– Só se me prometer que vai usar aquela calcinha sexy para mim...

– Inooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!

...

Na residência dos Uchiha, mesmo depois de ter ouvido tudo que o professor lhe contou, Naruto ficou esperando pelo amigo. Na verdade, agora sentia a ânsia de conversar com Sasuke aumentando.

Prostituição?

Aquela informação tamborilava em sua mente, fazendo seu nervosismo aumentar. De acordo com o sensei, os dois não receberam nenhuma herança com a morte dos pais, somente dívidas adquiridas por uma empresa falida.

A pensão destes e o salário de Itachi eram insuficientes para se manterem no nível social o qual viviam. Assim, Sasuke que estava disposto a não mudar do residencial, se propôs a vender o corpo. Ao ouvir aquilo, Naruto sentiu-se culpado. O amigo, provavelmente, não queria se mudar por sua causa.

Itachi entrou na sala, vestido apenas com uma calça de pijama preta, uma toalha nos ombros, os pés descalço e os longos cabelos molhados soltos, sentou-se no sofá de três lugares e ligou a televisão com o controle.

– Você não quer mesmo jantar, Naruto? Se quiser, eu peço algo pelo telefone.

– Estou sem fome, sensei, eu agradeço. Não precisa se incomodar comigo.

– Certo.

– O Sasuke costuma demorar tanto quando sai pra fazer essas coisas?

– Hm... – resmungou o jovem de longos cabelos, passando a mão no rosto recém barbeado, ficando pensativo por um momento.

A verdade era que, o programa fora marcado às quinze da tarde e já eram quase onze da noite. Seus amigos professores não pareciam ter tanto vigor assim para manterem Sasuke até uma hora daquelas, além do que, sabia o quanto Iruka era ciumento e Kakashi um tremendo mão de vaca.

– Na realidade, pode ser que ele tenha passado em outro lugar. Você tentou ligar para ele novamente?

– Sim. Mas continua dando sinal como se estivesse desligado ou fora da área de cobertura.

– Hm... Ele nunca deixa o celular desligado. Pode ser que esteja descarregado.

– Pode ser... – Naruto apoiou as mãos nos joelhos e se levantou. - Eu falei pro papai que estaria à meia noite em casa, melhor eu ir.

– Vou pegar uma camisa e te acompanho. – Itachi fez menção de se levantar, mas Naruto o impediu.

– Nem precisa, sensei. Eu não sou uma garota que precisa de escolta. Eu já o incomodei demais por hoje. Será que pode avisar que estive aqui e gostaria de falar com ele? – o loiro tentou forçar um sorriso.

– Claro. Eu aviso.

– Certo, boa noite, Itachi-sensei.

– Boa noite, Naruto.

Do lado de fora, ao sair, Naruto, novamente, sentiu aquela sensação ruim lhe comprimir o peito. Aquela mesma que parecia dizer que nunca mais veria Sasuke na vida. Achou estranho seu professor estar tão sério; no habitual ele daria um meio sorriso e falaria “Até, Campeão”. Ou ainda, faria alguma piada obscena, como pedir para dormir com ele ou algo do tipo. Não que estivesse esperando por aquilo, mas, se ele estivesse agindo assim, poderia imaginá-lo no seu humor normal.

Todavia...

Itachi parecia preocupado.

Naruto deu um breve suspiro, enfiou as mãos dentro do bolso do casaco, tentando aquecê-las; a temperatura costumava cair mais durante a madrugada. De repente, direcionou seus olhos para o céu e admirou em vê-lo sem nuvens e repletos de estrelas.

Saiu andando a passos arrastados, como se quisesse atrasar-se ali por mais um instante. Ao chegar na calçada, o farol de um carro vindo em sua direção, fez seu coração aumentar o compasso, tanto, que sentiu o ar faltar e um calor abrasar sua face. No entanto, o veículo que vinha silencioso - tanto no ronco do motor, quanto no aparelho de som - o desanimou. Logo, vira o Mercedes preto passar direto por si.

Sentiu-se infinitamente tolo por agir como se fosse uma garota ansiosa por cruzar com o cara que está afim. Decidindo que poderia conversar com Sasuke no dia seguinte, aumentou os passos rapidamente, até disparar em uma corrida de volta para casa.

Dentro da residência que ficara para trás. Itachi fechou a cortina ao perceber que o barulho de carro que ouvira estava longe de ser o do irmão. Tentou ligar novamente para Sasuke do seu celular, e, mais uma vez, ouviu a chamada ser direcionada para a caixa de mensagem. Procurou na lista do aparelho outro número e estranhou ao ouvir a voz sonolenta do colega de serviço ao lhe atender:

“Doushite, Itachi? Está tarde...”

– Só quero saber que horas meu irmão saiu daí, Kakashi?

“Hã? Horas? Nem sei... era umas três e meia. Ele ficou muito pouco. O Iruka detestou a ideia. Nem concluímos o programa e o filho da mãe ainda me arrancou uma grana antes de sair.”

– Sério?

“Sim. Ele não chegou em casa ainda?”

– Ainda não. Sei que eu não preciso me preocupar, meu irmão sabe se cuidar, o problema é que ele está de carro, sabe... acidente...

“Ligue na emergência, se aconteceu algum acidente eles vão te informar. Apesar de que, ele saiu daqui murmurando que iria a um bar sujo não sei aonde.”

– Ah... – Itachi deixou um respiro de alívio sair do seu peito. – O Taka. Obrigado, Kakashi. Desculpe incomodar.

– Não foi nada, Itachi. Agora deixa eu voltar para cama, o Iruka ainda está emburrado, até dormiu de calça. Boa noite.

– Boa noite. Arigato.

...

Na residência Uzumaki.

Naruto abriu a porta com a sua cópia da chave. Viu um facho de luz que vinha da sala e deduziu que alguém estava lhe esperando acordado. Concluiu em sua mente que só poderia ser uma pessoa. Engoliu em seco e respirou brevemente.

Era hora de abrir o jogo com seu pai?

Não queria fazê-lo antes de conversar com Sasuke, e tinha medo da reação do seu velho: que ele denunciasse o amigo para polícia, o mandasse para um colégio interno, ou o trancasse no quarto impedindo de ver o moreno.

– Está fugindo de mansinho, Naruto? – a voz que veio da sala, fez um arrepio percorrer suas costas.

– Acordado ainda, pai? – perguntou de onde estava.

– Entra aqui, quero conversar com você.

Aquele pedido causou um revirar em todo o interior do mais novo. Mas, tentou manter-se calmo, enquanto adentrava a sala. Viu seu pai sentado na poltrona de descanso, vestido com um hobby, um copo de bebida nas mãos e algo que lhe parecera um livro, repousado sobre as pernas. Ele provavelmente estava nervoso ou ansioso, já que não era comum vê-lo bebendo em dia de semana.

– Oyaji?

– Senta aqui perto de mim. – o mais velho pediu, em tom de ordem.

Indo na direção que o pai lhe apontara – o sofá de frente a ele - Naruto obedeceu em silêncio. Respeitava muito o pai. Era um homem imponente, de status, que sempre lhe parecera decidido. Quando ele dizia algo, cumpria. Entendia o porquê do primo pensar que o pai não gostasse de gays: ele sempre parecera um homem bem machista. Por isso, foi difícil acreditar quando a mãe lhe contara sobre aquele detalhe da adolescência deles.

O loiro se acomodou diante do pai como ele lhe pedira, fixando seus olhos naquele semblante que se parecia muito com o seu próprio. Era uma réplica do mais velho. Mas não tinha quase nada da personalidade dele, talvez, se parecesse intimamente com a mãe.

– Veja... – o pai de repente lhe falou, debruçando-se para frente e colocando em seu colo o álbum fotográfico, o qual imaginara ser um livro. – As duas moças nessa foto são: sua mãe e a Mikoto, a melhor amiga dela. Esse aqui, com a cara emburrada, era o meu melhor amigo, Fugaku. E esse aqui, com um sorriso idiota no rosto, sou eu...

Naruto percebeu que a voz do seu pai se engasgara ao concluir as apresentações. Estava vendo coisas, ou vira os olhos do seu velho brilhando? Porém, a curiosidade do motivo da comoção dele fora maior, assim, voltou seus olhos rapidamente para o impresso fotográfico que ele lhe mostrara e então, algo o chocou.

O grupo estava diante de uma bela paisagem, todos com roupas de frio, elegantemente vestidos, diante de uma casa, ou um chalé, havia folhas secas que despencavam das árvores. A mãe estava linda, sorridente, com sua longa cabeleira vermelha presa em um rabo de cavalo, a cabeça reclinada para o lado, apoiando-se no ombro da jovem morena, um sorriso singelo, a face levemente corada... Linda.

Mas o que chamou atenção do mais novo, na verdade, fora os dois homens. O primeiro estava de lado, com o rosto bastante vermelho, a cara emburrada como se não quisesse ter tirado a foto. Ele tinha o rosto parecido com o de Itachi e os cabelos de Sasuke. Ao lado deste, encontrava-se o pai; a semelhança consigo ainda mais evidente. Se a foto não estivesse um pouco envelhecida poderia ser confundida com uma sua facilmente. O loiro tinha um sorriso aberto, sinal de vitória em uma das mãos e a outra, a outra mão... O adolescente sentiu seu âmago contrair-se, ao notar a mão do pai entrelaçada firmemente a do amigo.


Continua...


Notas finais do capítulo

O próximo capítulo vai rolar em ritmo de flashback. =D
Reviews?
See you next o/

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