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[Naruto] Promiscuous - Capítulo 3, escrita por Andréia Kennen

Capítulos: Prólogo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Epílogo
Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Status: Completa
Classificação:
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.

Promiscuous

Capítulo 3 - Boom, Boom, Pow!

Revisado por Blanxe

Sasuke estava largado no sofá da sala de sua casa, com os pés descalços encima da mesinha, uma bolsa de gelo na testa, o copo de uísque repousado em cima da barriga, a garrafa do álcool ao pé do sofá - provavelmente, para tornar a reposição da bebida mais rápida -, e a calça semi-aberta, transparecendo parte da sunga branca.

Além disso, havia ligado o aparelho de som no último volume, fazendo a música em inglês do grupo norte-americano Black Eyed Peas - o preferido do seu automóvel –, propagar um estrondo quase ensurdecedor por todo o ambiente quando seus vocalistas cantavam o trecho: “Boom, boom, boom!”.

Itachi adentrou a casa, usando demasiada força para bater a porta de entrada ao fechá-la, tentando assim, chamar atenção do caçula. Entrou na sala e a primeira coisa que fez foi ir até o Micro System e desligá-lo; sentindo àquele zunido incômodo no ouvido pela ausência repentina do alto volume.

No entanto, Sasuke não se movera de onde estava. Itachi caminhou até onde ele estava jogado, arrancou a bolsa de gelo que estava enfiada na cara dele e gritou:

– Acorda, vagabundo!

– Que merda, Itachi!

– Eu é que tenho que dizer: Que merda é essa?! É quase uma da tarde, pombas! Quantos dias mais você pretende matar aula?! Já faz uma semana que sua namoradinha se acidentou e, desde então, você não moveu a bunda desse sofá! E além de tudo fica enchendo a cara durante o dia.

– Não enche meu saco... – ele resmungou, tampando os olhos com as mãos.

– Ela não morreu, Sasuke, ok?! A garota tá viva! Não tem porque você está nessa deprê!

– Estou pouco me lixando se ela está viva ou não...

– Cala a porra da sua boca, Playboyzinho! – Itachi ordenou, apontando o dedo ameaçadoramente para o irmão - Você só anda fazendo besteira atrás de besteira!

Sasuke sentiu o nervosismo – que foi adensado pelo álcool– lhe ganhar, e levantou-se, tentando controlar a vertigem. Assim, replicou ferinamente ao irmão:

– Desde quando virou o irmão puritano que sabe o que faz, hein, Itachi? Ah, vai se ferrar! Quem pensa que é para querer me dar lição de moral, seu pedófilo! Por que não vai pro inferno?!

Itachi não vacilou em desferir um soco na face esquerda de Sasuke, que o fez cair no sofá e tombar junto com o móvel para trás.

– PORRA! – Sasuke apoiou-se de quatro no chão e socou o piso, sentindo o gosto do sangue misturando-se a sua saliva.

– Acorda pra vida, maninho! Estamos falidos! Você sabe disso. Toda essa casa, as coisas que temos; tudo é fachada. Papai e mamãe deixaram pra nós uma herança de dívidas. E eu não ganho lá essas coisas pra poder manter o estilo de vida que você leva! Acorda Cinderela, a vida não é um conto de fadas, não!

Sasuke moveu o queixo de um lado a outro.

– Acho que você deslocou meu maxilar.

– Eu não teria essa sorte. – o mais velho retirou um papel de dentro do bolso e o jogou embolado do lado do irmão no chão. – É trabalho.

Sasuke arregalou os olhos no momento que viu o impresso amassado, o apanhou e desdobrou rapidamente. Como esperava, um gelo invadiu seu estômago ao ver o nome escrito.

– Não! – esbravejou para o irmão. - Eu não vou mais fazer essa porcaria! Você disse que não precisaríamos! Que tínhamos conseguido uma bolada suficiente para nos mantermos por um bom tempo!

– Acontece que acabou, Sasuke.

– Quê? – ele franziu as sobrancelhas. - Está brincando?!

– Não, maninho. Já disse: Estamos na pindaíba! – o outro informou, calmamente. - Mas eu negociei com o cara. Ele veio com um papo de que iria ofertar só a metade, porque você tinha crescido. Mas aí eu argumentei, disse que você não fez com mais ninguém, que era praticamente virgem... E adivinha? Ele ficou mais interessado ainda e quer te ver. Ofereceu o triplo da grana da última vez.

– NÃO! Esquece! Eu não vou! Aquele cara é doente, nojento!

– Ou é isso, ou vendemos seu carro.

– Meu carro, Itachi?! Por que justo o meu carro?

– Porque você gastou maior parte da grana naquela joça! Ou é o carro, ou vamos parar no olho da rua!

– INFERNO! Era o que me faltava! – ele resmungou, levando as mãos nos cabelos, e apertando a cabeça. - E por que só eu que tenho que me vender?

– Ele quer um bebê, Sasuke, e eu já passei da idade de brincar de “filhinho” e “papai”. Se não quiser fazer, podemos mendigar para a família dos seus amigos, que tal? Pedir uma grana emprestada e dizer que os Uchihas são um bando de pobre. Ha! Ha!

– Desgraçado! – o mais novo levantou-se com o semblante contraído, ficando de frente ao mais velho, peitando–o com um ar desafiador, como se ele fosse o verdadeiro culpado por toda a sua desgraça.

– Sasu, tá em suas mãos. – o irmão respondeu, espalmando as duas mãos no peito dele, não se importando com a cara de Pitty-boy que ele fazia. - Eu não me importo de ir morar em um lugar que o meu dinheiro dê pra pagar. É você quem gosta de alto-luxo. No papel está marcado o horário e o local que ele quer te ver. E também, tem a quantia que ele vai te pagar em espécie, grana viva. É com você, Otouto! – Itachi riu, dando um apertão no queixo de Sasuke e, mandando-lhe um beijo no ar, se afastou.

– Matte yo, Itachi!

– Quê? – o mais velho se deteve ao colocar o pé esquerdo na escada. Mas não se voltou para Sasuke, apenas o olhou sobre o ombro.

– O Na- Na- Naruto? Ele foi à escola hoje?

– Por que você não esquece esse garoto, acha mesmo que ele vai querer ver sua cara depois de tudo que houve?

– Eu preciso saber como ele está...

– Ele não está indo à aula, assim como você. Então, não tenho como saber.

– Você é o professor dele, deve ter ouvido alguma justificativa.

– Sim, ele não está indo porque não anda passando bem. Bem como você?

Itachi viu o caçula inspirar profundamente e torcer os lábios em um bico de um lado para outro: Era a mesma cara que ele fazia quando criança para tentar segurar o choro. Ficou com pena. Então, retornou até ele, sorriu e lhe sugeriu:

– Faz o seguinte: Se você aceitar fazer o trabalho, eu vou à casa dos Uzumaki como professor e vejo qual é a situação deprimente em que ele está.

– Não, isso...

– Sasuke... – Itachi o interrompeu, depositando o dedo indicador nos lábios dele. – O que acha que eu faria a ele na frente dos pais? Pensa que sou idiota? Eu não vou me queimar na frente dos Uzumaki. Relaxa!

– Itachi... - Sasuke afastou o dedo do irmão, querendo dizer algo, mas estava com receio.

– Hm?

– Você disse que se quisesse o Naruto, conseguiria conquistá-lo. Você... Você conseguiria fazer ao contrário? Conseguiria fazê-lo me aceitar?

– Você está doente por aquele garoto.

– Só me responde. – ele pediu, calmamente.

– Vai fazer o trabalho?

– Se disser que sim, eu faço.

Itachi sorriu.

– Claro que consigo, vou fazê-lo comer na palma da sua mão. Mas terá que me ouvir e parar de meter os pés pelas mãos! Sacou?

– Certo. Mas ele não pode saber que eu...

– Sasu, meu irmão! – o mais velho o interrompeu novamente. – Fica frio! Eu não meto os pés pelas mãos; quem faz isso é você.

– Tá.

– Vai tomar um banho, você tá podre de álcool. – disse Itachi, dando uns tapinhas no rosto amassado do caçula e complementou: - E Sasu, vai mais ajeitado, nada de ir com essa panca de rebelde. O cara quer comer um garotinho Uke bonitinho, não um Boyzinho metido a machão.

– Vai toma...!

Itachi o calou com um beijo na boca. Em seguida, afastou-se dele fazendo cara de nojo e cuspindo no chão.

– Argh! Tu tá com um bafo... Que nojo! – ele subiu as escadas correndo e esfregando as mãos na boca, deixando um irmão ainda mais desolado na sala.

...

No Hospital de Tóquio, Sakura saíra da Unidade de Terapia Intensiva e havia sido transferida para um quarto. Isso significava que ela já estava fora de perigo, contudo, não acordara do coma.

Alguns dos colegas da escola passaram a ir visitá-la todos os dias, após a liberação dos médicos que acompanhavam o caso. Porém, a mãe da jovem sentia falta de Ino. As duas eram melhores amigas desde infância.

Todavia, sabia que a jovem Yamanaka ficara em estado de choque por ter presenciado o acidente da filha. Mesmo assim, uma semana era tempo o suficiente para ela se recuperar. Não entendia porque a menina adiava tanto a visita.

A senhora Haruno pedia à Naruto – que vinha todos os dias, mesmo não podendo ver a filha – para passar na casa de Ino e avisar que já estava liberada a visita. No entanto, o loiro sempre chegava no dia seguinte com a mesma resposta: “Sinto muito, Haruno-san. Ela disse que ainda não está se sentindo bem...”

Era algo estranho; até mesmo os policiais tentaram conversar com a menina para saber o que ocasionou o acidente, mas a loira se recusava a atender quem quer que fosse e, até mesmo, falar o que estavam fazendo em uma região perigosa como aquela.

Naruto era outro que respondia apenas o básico: “Eu não sei” ou “Eu não faço a menor ideia”. E ainda tinha o namorado: Sasuke. O garoto dissera que a vira somente na noite anterior ao acidente e que ambos haviam discutido por ciúmes, levando em consideração o termino do namoro. Só.

Mas a senhora Haruno sabia que existiam mais coisas ali. Eram adolescentes e, normalmente, os jovens não confiavam tudo aos pais.

Através do vidro do quarto, a mulher acompanhava Naruto observando o semblante adormecido da filha. Uma vontade adversa de chorar tomou o seu peito de mãe. Sempre quis que a filha namorasse o jovem Uzumaki. O menino pertencia a uma família de boa índole: o pai era banqueiro, com grande influência política, além de ser acionista de grandes empresas; A mãe, Kushina foi economista e trabalhou no mesmo banco que o marido, e agora, era uma exímia dona de casa; dedicada completamente as atividades doméstica.

Não conseguia entender o que a filha vira no garoto Uchiha, um menino com uma feição andrógina e de trejeitos estranhos. “Afinal, para quê usar sempre calça tão justa ao corpo e de cós tão baixo? Além daquelas camisas de tamanho menor ao físico. E aquele cabelo cumprido no rosto, caindo-lhe nos olhos? E o carro barulhento? Os brincos? E as jóias?”. Para senhora Haruno, o irmão mais velho dele era ainda pior. Pois, além de cabelo cumprido, já o vira com as unhas pintadas. Era evidente que àqueles dois não eram de confiança. Sobretudo, tinha o acidente dos pais...

A mulher concluíra: Sasuke Uchiha estava longe de ser uma boa companhia para jovens de família como sua filha e o herdeiro dos Uzumaki. Pensando consigo mesma, ela lembrara que havia sido contra o namoro da filha e do Uchiha no começo, mas por algum motivo, o marido não dera importância e suas desconfianças se amenizaram. Agora, estavam naquela situação.

“Preciso conversar com o pai do Naruto”, foi o que a mulher deduziu. “O filho deles também corre risco. Intuição de mãe não falha! E eu sei que a minha pequena Rosa está nesse estado por causa daquele menino, que nem se dá ao trabalho de ligar perguntado qual é o estado dela...”, a mãe se lamentou, suspirando profundamente.

A senhora Haruno deteve seus pensamentos ao perceber que o menino loiro depositava um beijo na fronte da filha: Estava se despedindo. Limpou a pequena lágrima que ameaçava cair e sorriu ao ver Naruto vindo em sua direção.

– Haruno-san, eu já vou. – ele anunciou, parando diante de si.

– Filho, você parece tão abatido. – ela observou, com seu olhar analítico de mãe. - Está com tantas olheiras, pálido.

– Estou bem, Haruno-san. – o loiro afirmou e explicou-se: - É só um pouco de insônia.

– Deveria tomar algum remédio. Aproveite que estamos em um Hospital e veja um médico. – ela sugeriu, solícita. - Não será bom para minha filha vê-lo tão combalido quando acordar.

– Err... – Naruto não soube bem como fugir; a verdade era que não sentia nem um pouco de ânimo para esperar por um exame. Pensou em uma desculpa qualquer, e respondeu: – Eu vou marcar pelo convênio do papai, Haruno-san. Mesmo assim, eu agradeço.

– Que bom. E não esqueça...

– Eu sei. – ele a interrompeu, forçando-se a sorrir. - Eu passo na casa da Ino, pode deixar. – afirmou, desejando logo pôr um fim naquela visita torturante.

– Obrigada, Naruto-kun. Você está sendo um anjo. – os olhos da mulher se avermelharam, e ela acabou por abraçá-lo, deixando que as lágrimas corressem por seu rosto.

Naruto imaginava o quanto deveria ser difícil para uma mãe ver a filha naquele estado. Estava ficando cada vez mais difícil segurar a emoção também. Acabou deixando algumas lágrimas escaparem, enquanto sua cabeça estava elevada acima da senhora, afinal, ela era bem mais baixa que ele, e assim, não o presenciaria chorando.

Algum tempo depois, ele conseguiu deixar o Hospital.

...

Naruto desceu para a rua e tomou um táxi. Em poucos minutos já estava dentro do condomínio. Passou direto à frente da casa de Sasuke e viu o Civic largado no gramado, mostrando que o amigo estava em casa. No entanto, não queria falar com ele – não antes de conversar com a Ino.

Ino estava escondendo algo, tinha certeza. Só precisava saber se esse “algo” estava relacionado com o que Sasuke dissera: Que não vira Sakura no dia do acidente... Se ele estivesse mentindo sobre àquele fato, não seria responsável por seus atos. O táxi que já estivera ali várias vezes, parou à frente da casa da loira, sem esperar a ordem do passageiro.

O loiro por sua vez, puxou uma nota alta do bolso e pagou a corrida. Após agradecer ao homem, saiu sem esperar pelo troco.

Atravessou rapidamente o gramado da casa da amiga. Diante da porta de entrada, apertou a campanhinha e esperou. Contudo, assim como nos dias anteriores, não teve nenhuma resposta. Ela continuava fugindo de si. Mas por quanto tempo? Será que ela estava esperando a Sakura acordar? E se ela nunca mais voltasse? O coma sendo um dos piores estados clínicos, era o único que os médicos não podiam dizer quando o paciente retornaria.

– Eu sabia... Sabia que você a machucaria, Sasuke! – o rapaz falou para si mesmo, repentinamente, socando o batente da porta. - E eu fui o culpado por tê-lo deixado colocar as mãos nela...

Ao concluir aquilo que latejava em sua cabeça desde quando soubera do acidente, Naruto não aguentou e caiu de joelhos no piso de taco da varanda e, sem tentar segurar mais, permitiu que o choro contido banhasse seu rosto. “Não tinha porque ela está naquela região se não estivesse atrás do Sasuke! É o bar favorito dele. Ele é até íntimo da dona! Sasuke o que você fez para ela? O que você fez, TEME!”

– Naruto? – O chamado vindo detrás do jovem, o fez cessar o lamento

O loiro sabia a quem pertencia àquela voz e, após limpar o rosto esfregando-o com as costas das mãos, se levantou e virou-se para ver seu professor de Educação Física, que também era o treinador do time de basquete e, acima de tudo, irmão de Sasuke.

– Sensei?

– Não vai mais para escola, Campeão? – o homem perguntou, olhando-o seriamente nos olhos.

– Pois é... – Naruto tentou sorrir em meio ao rosto avermelhado devido ao pranto. Fungou e levou a mão na nuca, em seu gesto corriqueiro de constrangimento, e a coçou. – Eu não estava me sentindo bem...

– Eu imagino. – O Uchiha mais velho suspirou, relaxando o semblante antes contraído pela junção das sobrancelhas, causada pela estranheza por tê-lo encontrado ali. – Eu acabei de vir da sua casa e sua mãe me disse que não estava. – ele prosseguiu. – Então, vim ver o que havia acontecido com outra das alunas do colégio que anda faltando muito... Não esperava vê-lo aqui.

– A Ino não está. – Naruto o avisou, ignorando o restante dito por ele. Gostava de seu professor, mas o fato dele ter uma ligação sanguínea com Sasuke e até mesmo por ter a aparência dele, fazia-o lembrar o quanto queria socar o amigo. E reter essa sensação, para que o treinador não percebesse, lhe causava um ardor agonizante no peito. Desviou os olhos para o chão e crispou os punhos, tentando não explodir. Itachi não tinha culpa de nada.

– Que pena, mas a minha viagem não foi totalmente perdida, pelo menos o encontrei.

– Amanhã eu vou para escola, Sensei.

– Relaxa, Campeão! Eu não vim aqui para cobrá-lo, só queria saber como estava. Eu sei o quanto deve estar sendo uma barra para você o que aconteceu com a Haruno. O Sasuke também não está legal. Na verdade, nem do quarto ele anda saindo. Afinal, a menina era a namorada dele, não é?

– Ela não morreu, Sensei. – Naruto ergueu os olhos para encarar os de seu mestre. – Não a mencione no passado.

– Não quis dizer que ela “era namorada” porque morreu, Naruto. E sim, que ela era “namorada” do Sasuke e agora não é mais. Os dois terminaram.

– Terminaram? – o loiro sentiu o coração acelerar ao ouvir aquilo. - Quando?

– Sim. Na noite anterior ao acidente, por telefone. Ela estava brava com ele, não sei exatamente o motivo, já que ele não quis me falar. – o rapaz aproximou-se e sentou nos degraus de madeira que levavam a varanda da casa Yamanaka, repousou os cotovelos nos joelhos e entrelaçou as mãos, para em seguida continuar explicando: – Eu ouvi um pouco da conversa, o Sasuke disse que estava arrependido do que tinha feito e que ela precisava perdoá-lo, mas Haruno parecia irredutível. Depois que desligou, ele subiu para o quarto e não saiu mais.

– Sensei... – Naruto sentou-se ao lado dele. – Parece fora de contexto esta história, se foi ela quem terminou, o que a Sakura estaria fazendo naquele bar atrás do Sasuke?

– Talvez tenha se arrependido e quisesse reconsiderar. Ela ligou várias vezes no domingo lá pra casa e o Sasuke não quis atendê-la; disse para eu falar qualquer coisa. Então, eu tive a ideia idiota de dizer que ele tinha saído pra encher a cara. Acho que ela imaginava onde, não é?

– Acho que sim... – o loiro respondeu, pensativo. – Então, ele não estava mesmo naquele bar?

– Não, Naruto. Ele estava em casa. Trancado no quarto, como está agora. Mas... Ele está se sentindo culpado. E eu também estou. Afinal, se eu não tivesse dito à ela...

– A culpa não é sua, Uchiha-sensei. – Naruto o confortou.

– Eu acho que ele fez uma burrada bem grande, pra fazer a Sakura terminar com ele, não acha? A garota era simplesmente fascinada por ele. Eu não entendo.

Naruto se encolheu. Ele – Uzumaki Naruto – era o motivo. Porém, não podia dizer o que houvera ao seu sensei. Até entendia Sasuke por não ter contado. Então, fora isso que acontecera. Sentiu-se péssimo por ter pensado o pior do melhor amigo. O que ele fizera consigo, ocorrera num impulso de momento. E, mesmo assim, para tê-lo feito significava que ele desejava aquilo há algum tempo. Como consequência, agora estava sofrendo terrivelmente.

– Bem, Campeão! – o professor apertou o ombro do aluno ao percebê-lo muito quieto. – Acho que os amigos deveriam ficar juntos em uma hora como essa. Sasuke não quis te ligar; disse que você o culparia. O que não entendi, afinal, por que o melhor amigo dele não o compreenderia, não é? E logo você, a pessoa quem ele enche a boca pra elogiar e dizer que sempre foi muito mais que um amigo... Não é?

– É... – Naruto respondeu em um sussurro, engolindo em seco em seguida. – Sensei, eu posso ir vê-lo hoje à noite?

Itachi sorriu, interpretando confusão.

– Desde quando precisa de permissão pra visitar nossa casa? Ela é sua também, Naruto.

– Obrigado, sensei. Eu vou. Por volta das dezenove.

– Certo, vou preparar alguma coisa e aviso o Sasuke. – ele disse, se levantando. – Até, Campeão!

– Obrigado, sensei. Até mais tarde.

“Sasuke...”, Naruto suspirou, sentindo um frio na barriga lhe invadir.

...

Em uma mansão, do lado extremo de Tóquio...

– Você não está relaxado, Sasuke-kun...

– É... Você também não estaria se estivesse na minha posição... Ai! – ele trincou os dentes ao sentir o homem de aparência quase ofídia, socar-lhe mais adentro o vibrador. – A sua coisa não sobe mais, precisa mesmo enfiar essa merda em mim?!

– Você ficou uma criança malcriada... – o homem replicou, passando a língua na parte interna da coxa do rapaz, que estava deitado de pernas abertas sobre seu leito. – E também, eu não sou tão jovem. Não disponho mais do vigor que um rapaz como você possui.

Sasuke apertou os olhos, tentando esquecer-se da dor que sentia. O abominável daquela situação não era nem o fato de estar sendo molestado novamente por àquele maldito pedófilo amigo do irmão, mas sim, pela aparência repugnante que ele tinha.

Orochimaru era magro demais, tinha uma pele azulada e o rosto chupado da idade– deveria ter bem mais de cinquenta anos. Mas nem queria ter certeza. Até suas mãos já estavam enrugadas. A única coisa que ele tinha de bonito, ainda, eram os cabelos lisos e cumpridos, que margeavam o limite da cintura, e os olhos de um mel tão intenso, que chegava a ser dourado.

Mesmo assim, não eram atrativos suficientes para fazê-lo sentir-se atraído por um velho. Era o cúmulo da humilhação ter que se submeter a ele, novamente. Quando tinha doze anos, o irmão praticamente o vendera para “Aquilo”, mas nem imaginava o que ia acontecer. Foi praticamente violentado, apesar de que, o homem não o ferira externamente. Passou quase um mês – todo o período de férias de verão - na mesma mansão onde estava naquele instante.

Foram os piores dias da sua vida.

No entanto, o homem foi paciente, deixava-o brincando durante o dia, lhe levava para passear no shopping, lhe comprava roupas, brinquedos, o levava no cinema; para tomar sorvete... E ainda tinha o disparate de lhe apresentar-lhe como neto, para as mulheres que vinham mimá-lo dizendo: “que kawai!”. À noite, quando retornavam para a mansão, pedia que ele tomasse banho e fosse se deitar na cama com ele, mas com um detalhe: totalmente sem roupa. Nesse momento, ele passava a lhe tocar em todas as partes, lambê-lo, beijá-lo, estimulá-lo de alguma forma... Até que começou a parte torturante: a introdução dos dedos.

Implorara que ele não o fizesse, mas o homem ficava fora de si, não ouvia, continuava a fazê-lo. Seu lamento – o seu pranto infantil – causava-lhe desmedido êxtase, tanto, que ele sempre gozava somente pelo prazer de molestá-lo. No dia seguinte, agia novamente como se fosse um avô atencioso. As últimas semanas daquelas férias foram as mais horripilantes de todas, pois foi quando ele passou a pedir que chupasse seu membro murcho até que crescesse o suficiente para introduzi-lo em si.

Sasuke sentiu arrepios de repudia lhe dominar, ao lembrar-se daquilo. O pior fora o irmão. Depois que chegara à sua casa, ficou uma semana de cama e o mais velho irritado, disse que como Orochimaru não havia sido capaz de fazer a coisa da forma certa, que ele lhe mostraria que àquilo tinha um lado gostoso, passando a fazê-lo dormir consigo.

Claro que com Itachi fora totalmente diferente; o irmão era bom no que fazia. Ao contrário de si, Itachi sempre preferiu o sexo masculino. Por isso, ele tinha experiência e usou tudo o que tinha para enlouquecê-lo; o levar as nuvens, fazê-lo gritar insanamente por mais. Mesmo sendo apenas um moleque de doze anos.

Gemeu ao lembrar-se da boca do irmão tocando sua pele e, então, seu membro que estava sendo babado por “aquela coisa”, enfim mostrou alguma reação. Decidiu manter–se com os olhos fechados, lembrando-se de Itachi e de como suas mãos percorriam cada parte do seu corpo sabiamente, depositando beijos leves e ferinas mordiscadas.

– Annn... – soltou um gemido e apertou os olhos. Agora sim, o desconforto daquele maldito aparelho estava desaparecendo. Mordeu o lábio inferior e passou a movimentar o quadril para cima, fazendo seu sexo ir de encontro à boca daquele homem.

“Itachi! Vai! Assim!”, desejava ele, dentro da sua mente. Levou as suas mãos até os fios lisos e cumpridos do ser que o sugava e pôde, então, confundi-lo ainda mais. Era como os longos cabelos do mais velho.

– Ah, delícia! Assim! Vai... – passou a se remexer, esfregando as costas na cama.

O milionário - que sentia as mãos do jovem empurrarem sua cabeça de forma a engolir mais o membro deste - arregalou os olhos assustado. O pênis do jovem havia crescido demasiadamente e já não cabia mais na sua boca. Tentou largar a ereção dele e sorriu ao vê-lo se remexendo na cama de um lado a outro. Finalmente, conseguira despertá-lo.

Retirou o aparelho, ouvindo-o protestar um “não” gemido e sorriu.

– Sei que está gostando, mas agora que está preparado, já posso fazê-lo, Sasuke-kun. – ele avisou, mesmo assim, o garoto não abrira os olhos. Teve suas dúvidas se era ali mesmo que a mente dele estava, mas isso também não lhe importava. Havia pagado um preço bem alto para possuí-lo outra vez, e faria a quantia valer à pena.

Assim, Orochimaru direcionou a cabeça de seu sexo no orifício do menor e, devagar, foi empurrando-o para dentro dele. Não foi tão difícil, pois a espessura do seu membro não era a metade do aparelho que usara para alargá-lo, e, por isso, conseguiu chegar ao fundo dele facilmente. Não tinha mais forças e o problema cardíaco não lhe permitia fazer muito esforço, sendo assim, precisava vencer a resistência. Ao sentir–se confortável no ambiente morno e ainda apertado do garoto, passou a estocá-lo.

Sasuke tentou esquecer a voz que ouvira antes de ser penetrado e continuou centrado na ilusão do irmão lhe possuindo. Sentia o membro entrando e saindo de dentro de si e fez seu trabalho: Moveu-se, gemeu, se contraiu e, quando o jorro tépido do outro lhe preencheu, o apertou dentro de si com mais força e foi dominado pela pulsação do orgasmo.

“Itachi... Espero que cumpra o que me prometeu!”

...

Sasuke chegou ao lar e seguiu direto para área de serviço. Largou a chave e a carteira na mesa da cozinha, ao passar pelo cômodo. Já no espaço que era uma varanda fechada, arrancou toda a roupa – inclusive a cueca – e as enfiou dentro do incinerador do lixo. Jogou o produto inflamável e ligou o aparelho. Deixou a área, sem se importar em procurar algo pra se cobrir.

Foi até a sala e adentrou o espaço do pequeno bar, onde apanhou sua garrafa de uísque e tomou um gole do líquido na boca desta. Limpou o excesso que escorreu pelo queixo com as costas da mão e depositou o vidro em cima do balcão. Logo, ouviu passos abafados na escada de madeira e a voz do irmão e do outro rapaz conversando.

– Minha mochila ficou na sala, Sensei!

– Vai apanhá-la, então, Sai-chan.

Sem se importar com o jovem que iria adentrar a sala, Sasuke apanhou um balde de gelo no frigobar, colocou a garrafa embaixo do braço, pegou um copo e saiu. O moreno de tez pálida, ao vê-lo, abriu um grande sorriso e o cumprimentou:

– Boa tarde, Sa... su... ke... kun? – Sai, ao notar o irmão caçula de seu professor como veio ao mundo, arregalou os olhos e entreabriu os lábios. Sua face corou imediatamente, mas não conseguira desviar o olhar do baixo ventre dele, por mais que tentasse.

Sasuke, por sua vez, sorriu de lado, dada a reação abobada do outro, afinal, seu físico era melhor que do irmão. Parou ao lado dele e, com as costas da mão que segurava o copo, levantou o queixo do garoto para o lugar.

– Não fique me secando desse jeito, você nem viu ele acordado... – o moreno sorriu enviesado e passou pelo outro, deixando-o atônito.

Itachi, ao perceber que o amante estava demorando, decidiu entrar na sala e encontrou-se diretamente com o irmão mais novo totalmente nu. Este, não parou para olhá-lo, passou esbarrando em seu ombro e subiu direto pelas escadas.

Itachi franziu as sobrancelhas e entortou o pescoço para admirar as nádegas brancas do caçula, indo e vindo embaladas pela subida.

– Sasuke?

– O cheque está em minha carteira na mesinha. – ele respondeu, sem cessar os passos. – Te espero no meu quarto...

Itachi riu e tratou de despachar Sai, que havia ficado curioso com o que vira. Mas o professor apenas disse que, de vez em quando, o irmão tinha um surto de esquizofrenia e gostava de andar pelado pela casa. Logo depois, o empurrou para fora.

Sozinho, Itachi apanhou a carteira de Sasuke - aonde ele dissera que estava o ordenado - e conferiu o valor do cheque. Beijou a lâmina e a dobrou com cuidado guardando-a no bolso detrás da calça.

Em seguida, subiu as escadas correndo e entrou eufórico no quarto do caçula que havia se deitado de bruços. Itachi não dispensou a oportunidade de dar um tapa na bunda do irmão e, então, subir em cima dele, beijando-o a face.

– Fez um bom trabalho, né, maninho? O valor tá até acima do esperado.

– Me deixa! Só quero saber quando você vai começar a agir?

– Está me subestimando, Otouto... – o moreno sussurrou e percebeu que o irmão ainda estava sensível da tarde de prazer, pois a pelugem fina do ombro dele se ouriçara.

– O que quer dizer? - Sasuke lhe perguntou, tentando não se prender a pressão do corpo do mais velho acima do seu.

– Estou dizendo para você recuperar as energias. Ele está vindo.

Sasuke arregalou os olhos e tentou se virar.

– Sai de cima de mim! – ele ordenou e o outro obedeceu, sentando–se na cama, vendo o irmão imitá-lo, fazendo umas caretas.

– Faz tempo que não usa, né? O buraquinho enferruja.

– Vai se foder!

– Só se for com você... – ele sugeriu, segurando o queixo dele.

– Para! Itachi, que inferno! – Sasuke deu um safanão na mão do irmão. - O que você disse? O Naruto está vindo aqui, agora?

– Agora, exatamente, não. Daqui à uma hora mais ou menos. Dá tempo da gente dar uma, o que acha? – Itachi sugeriu, lambendo o rosto do mais novo.

– Sai, Itachi! – Sasuke o empurrou, fazendo–o cair fora da cama. – Eu já disse que não curto ser a mulherzinha, falou?! Eu ainda estou todo esfolado daquele maldito!

– Ele usou brinquedinhos com você, foi? Porque àquele pinto murcho que ele tem, não deve nem fazer cócegas mais... – Itachi riu. Mas quando ele viu o irmão abrir a boca para lhe afrontar, o barulho da campainha fez com que a fechasse. – Opa! Acho que me enganei. Ele já chegou.

Sasuke desceu da cama rapidamente e olhou pela janela para confirmar se era mesmo o loiro. Então, seu coração acelerou loucamente. Não achava que Itachi estivesse falando sério. Sorriu e seus olhos até lacrimejaram ao ver só o topo dos cabelos dourados e espetados daquele que amava insanamente.

– É mesmo ele… Naruto...

Continua...





Notas finais do capítulo


Nota final:



Sim, eu sei! Estou MUITO atrasada! Gomen, né?



Mas agora vou pegar o ritmo e não irei demorar tanto para a próxima atualização.



Obrigada por todas as reviews (se não respondi, vou responder ainda hoje!). Eu não esperava que Promiscuous atingisse a mesma margem de reviews e leitores de Obsessão Fatal, e, sinceramente, estou surpresa. (._.) Fico muito feliz com isso. Obrigada, mais uma vez!



Vou tentar postar um novo capítulo antes de Natal, por isso, não vou desejar boas festas agora.



Em resposta, as respostas de vocês sobre o comentário que fiz no final do capítulo passado, eu me inspirei pra fazer um artigo sobre a beleza do Sasu-chan. (Estou sendo irônica? Ah, quem sabe... Só lendo pra descobrir. ~) E assim, os convindo a ler e a deixarem seus comentários. Está no meu blog: http://andreiakennen.blogspot.com/ .



Reviews?



See you next! o/

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