Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Status: Completa
Classificação:
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.
Promiscuous
Capítulo 2 - Bad Romance
Revisado por Blanxe
– Fomos assaltados! – exclamou Sasuke, vociferando a primeira desculpa que conseguiu formular.
O homem estagnado na entrada da casa franziu as sobrancelhas, incrédulo ante a afirmação do amigo do filho, afinal, viviam em um condomínio fechado. Não que tal fato fosse impossível de ocorrer, no entanto, nunca ouvira falar de assaltos ali dentro antes.
Naruto olhou para Sasuke ao seu lado, ainda mais aturdido que o pai. “O que o Sasuke está tentando fazer? Enfartar o meu velho? Já não basta o que ele fez comigo?” – pensou irritado, voltando os olhos para a feição do pai que agora cruzara os braços no peito e concluiu: - “Pronto! Ele não acreditou, tenho certeza! Eu conheço os gestos do papai quando ele está desconfiado”.
– Como é que é, Sasuke? Foram assaltados?
– Quer dizer... – O moreno vacilou, percebendo que sua desculpa foi altamente impensada. Mesmo assim, tentou se corrigir: - Digo, foi só uma tentativa, Minato. Não chegamos a ser roubados de verdade.
– Me chame de Uzumaki-san, Sasuke. – o pai de Naruto pediu e ainda acrescentou:– Sabe que não gosto desse seu tom informal comigo.
– Ah, é. – o rapaz coçou a cabeça e suspirou:– Desculpe, é que... o senhor é muito jovem, eu não me acostumo.
– Isso não vem ao caso. O que está querendo dizer com tentativa de assalto? Estamos em um condomínio de alto luxo, muito bem vigiado. Não há como assaltantes passarem pela segurança, tem?
– Na verdade, não. – concordou ele. - Mas, acho que era algum tipo de entregador. Ele estava saindo de motocicleta, quando estávamos chegando de carro. Então, ele nos abordou com uma arma e pediu para passarmos o celular, a carteira. Aí eu acelerei o carro, sabe, minha máquina é potente... – ele sorriu, mas diante da feição ainda séria do pai do amigo, desfez o sorriso e prosseguiu: – E bem, pelo retrovisor eu vi que ele ficou com medo de nos seguir, acho que a arma era de brinquedo, não sei o que houve. Aí, ele saiu disparado com a moto de entrega rumo a saída. O Naruto ficou assustado e pediu para eu trazê-lo pra casa.
Naruto estava atônito.
“Além de tudo eu saio como o “florzinha medroso” da história? Vem bem a calhar ao momento”.
Mas estava evidente: o pai era um homem esperto, ele jamais cairia naquele disparate e seu silêncio provava isso.
– Vamos até a polícia dar queixa e abrir um boletim de ocorrências. Se isso aconteceu hoje, pode voltar a acontecer mais tarde, precisamos nos resguardar.
Naruto soltou os ombros. Não acreditava naquilo.
“Meu pai é idiota ou o quê?” – ele pensou.
– Eu vou sozinho, Uzumaki-san. Não perdemos nada, mas o Naru não tá legal, e... bem... acho que ele precisa descansar. Ou melhor, vou pedir pro meu irmão ir comigo.
– É, tudo bem, então. – confirmou o homem, contorcendo os lábios de um lado para o outro, pensativo.
– Bem, então vou indo. – Sasuke anunciou, batendo as mãos. – Boa noite, Naruto. Você vai ficar legal? – perguntou, repousando a mão sobre o ombro do loiro e apertando-o levemente. Contudo, o amigo repeliu o toque, puxando o ombro de volta para si e, após resmungar um “boa noite”, passou pelo pai na porta e entrou dentro da casa.
O Senhor Uzumaki – antes de entrar e acompanhar o filho – encarou o jovem Uchiha, seriamente, e o alertou:
– Só um conselho, Sasuke. Não reaja a assaltos. Perca a carteira e a merda do celular. Essas coisas não valem a vida de vocês. Se o tal cara tivesse com uma arma de verdade ou carregada, poderia ter disparado.
– Mas então ele não sairia daqui, não estou certo? – argumentou. - Não agi sem pensar, Uzumaki-san. Afinal, a guarda, depois de ouvir um tiro, não deixaria qualquer um sair sem ser interrogado antes. E acho que ele foi esperto o bastante para pensar o mesmo que eu. Por isso nos deixou fugir.
O homem loiro sorriu de lado, pensando consigo: “Sasuke é esperto. E a facilidade que esse garoto tem para inventar desculpas esfarrapadas e argumentá-las de forma inteligente, é o que mais me irrita nele”.
– Tem razão. – o homem concordou, querendo por fim naquela conversa. - Boa noite.
– Boa noi...
O pai fechou a porta na cara do rapaz. Não gostava de Sasuke, era fato. O menino ter sido criado sem as rédeas e o cabresto que os pais impunham, faziam dele um inconsequente e, desta forma, uma verdadeira ameaça ambulante ao seu filho inocente. E se não fosse a simpatia que a esposa Kushina tinha por ele e a amizade de anos com seu filho, já teria dado um jeito de afastá-lo de Naruto.
O homem ouviu o ronco exagerado do motor do Honda do jovem lá fora e o barulho lhe aflorara ainda mais os nervos. O carro havia sido modificado – “tunado” o termo novo que os jovens usavam – e este era outro fato que Minato não aprovava. Aquilo para ele se chamava: agir fora da lei. Afinal, para quê um automóvel potente para andar no trânsito diariamente?
Quando o barulho do veículo desapareceu, o homem fitou o rosto do filho que o aguardava no pé da escada. Naruto o esperara, pois, o filho o conhecia, e sabia que iria querer tirar aquela história a limpo. Assim, jogando o roupão aberto para trás, repousou ambas as mãos na cintura e fitou o filho com um semblante nada amigável.
– Ele estava mentindo, não é, Naruto?
– Estava. – Naruto não fez questão nenhuma de defender o colega hipócrita. Estava com verdadeiro ódio de Sasuke.
Minato imaginava.
– O que houve realmente? Porque os dois brigaram? – ele quis saber.
– Pai... – Naruto inspirou, tentando evitar iniciar uma crise de choro. Precisava se concentrar. Gostava do pai e confiava nele. Contudo, não podia dizer ao seu velho o que tinha acontecido naquela noite. Aquilo não. Seria humilhante demais. - Dá pra pular o papo de pai e filho, só por hoje? Prometo que converso melhor amanhã. Agora eu estou cansado, chateado, quero só a minha cama.
– Foi por causa da Sakura, não é?
– Pai...
– Só me responde isso, Naruto. Eu sei que é por causa dela. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde os dois iriam acabar se pegando por causa desse namoro deles.
– E se foi?
O homem suspirou.
– Tá, tudo bem. – Ele se conformou por hora. Afinal, o filho confiava em si, ele tinha lhe falado a verdade e era isso que importava. – Vai descansar, amanhã conversamos.
Naruto o agradeceu mentalmente e, sem dizer mais nada, subiu as escadas rapidamente, entrou no seu quarto e se trancou.
Ainda com a cabeça fervilhando, o loiro mais velho também seguiu para o seu quarto. Ao entrar, viu a esposa lendo seu romance de cabeceira. Assim como ele, Kushina havia despertado no momento que o carro de Sasuke parou na frente da casa deles. Portanto, ela preferiu não se meter no assunto dos homens.
– E então, amor? – ela perguntou, fechando o livro e devolvendo-o ao criado-mudo ao lado da sua cama.
– Sasuke. Ele é o problema, Kushi.
– Amor...
– Não, vida. Eu sei o que vai me falar: “ele é um bom menino”. Não a culpo por não ver maldade nele, você é uma mulher muito dócil. Mas, querida, ele foi criado sem pais. Ele não mede consequências dos seus atos.
– Minato, ele não foi criado sozinho. Sasuke tem um irmão mais velho que é muito responsável. É formado! É professor do nosso filho. Um menino muito respeitável.
– Irmãos não são pais, Kushi. São amigos, são cúmplices.
– Quer dizer que você não é amigo do seu filho?
– Sou. Mas, além de tudo, sou o pai que deseja o bem dele! – disse, mas logo se deteve. Estava cansando e sabia que o assunto Uchiha tiraria ainda mais o seu sono. Decidiu por uma pedra sobre o assunto, pelo menos, naquele momento. - Não vamos discutir, Kushi. Estou exausto. Amanhã será um novo dia e eu conversarei seriamente com o Naruto e então, saberei exatamente o que houve.
– Isso, meu amor. – concordou a mulher, apanhando a mão dele e puxando-o para que ele viesse se deitar ao lado dela. - Agora vem, vem descansar essa sua cabeça esquentada.
...
Na casa dos Uchiha.
Sasuke entrou batendo a porta da casa, jogou a chave do carro na mesinha perto da porta e passou a mão nas franjas que lhe caíam nos olhos. Em seguida, as depositou na cintura e uma careta de indignação se formou em sua face. Suspirou enfadonho. Não acreditava que havia dado tudo errado.
Chutou o pé da mesa, tentando extravasar a sua raiva.
Entrou na sala e ascendeu a luz e não se surpreendeu ao ouvir o irmão – que estava sentando no sofá - soltar um urro de prazer.
– Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh! Delícia! – o menino que o estava chupando de repente ergueu a cabeça, mostrando seu rosto todo lambuzado pelo gozo do mais velho.
Sasuke conhecia aquele garoto de cabelos negros e curtos, e de pele muito pálida. Revirou os olhos para cima. Não acreditou no que estava vendo.
– Voltou cedo pra casa, Cinderela?
– Você vai acabar sendo preso por enrabar seus alunos. – Esbravejou e saiu bufando.
– O que deu nele, sensei?
– Inveja, Sai. – O rapaz de cabelos compridos sorriu, segurando o rosto do menino e passando a língua na boca dele, lambendo um pouco do próprio sêmen. – Você tinha que se ver assim, tá lindo.
– Sério?
– Sério. Merecia até ficar registrado. Agora vai tirando a roupa e se posicionando aí, que eu já volto.
– Certo. Não demora, sensei.
Ele guardou o membro dentro da calça, subindo o zíper. Em seguida, pulou o sofá.
– Não demoro.
...
No quarto do irmão, o Uchiha mais velho foi entrando após dar umas batidas de leve no batente aberto.
– E aí? Você chegando antes do sol raiar, em uma noite de sábado, significa que a coisa não foi boa, não é?
– Deu errado, falou?! É isso que quer ouvir? A merda do seu plano idiota deu errado.
– Errado? Impossível. – o irmão duvidou. - Você não deve ter conseguido pegá-lo.
– Consegui, Itachi! Esse foi o problema: você estava errado! Ele não gostou e, ainda por cima, fico revoltado!
O mais velho riu de lado.
– Então você não fez direito, não comeu como deveria.
– Claro que fiz, porra! – Sasuke praguejou. Estava chateado, cansado, revoltado e o irmão ainda vinha lhe contradizendo.
– Tirou sem ele gozar...
– Cara, você é surdo! Eu tô falando que ele gozou, é porque gozou! Eu sei o que estou falando porque eu conh... – o mais novo se refreou ao perceber o que iria falar.
E então, viu o mais velho rir da cara dele.
– Você conhece a sensação, eu sei. – o irmão fez questão de concluir o raciocino dele, gargalhando abertamente. – Afinal, você já deu pra mim, né? – o mais velho o lembrou. – E recorda como você gritava gostoso pedindo mais quando eu metia?
Sasuke suspirou, olhou de um lado a outro. Tinha hora que queria esganar Itachi; ele era muito inconveniente. Então, após ele findar a risada de gozação, aproximou-se de si, maliciosamente, e deslizou as mãos por seu tórax, exposto pela camisa aberta.
– Quer relembrar os velhos tempos? – Itachi inquiriu, persuasivo, passando a língua entre os dentes, sentindo seu membro se ouriçando de desejo.
– Vai se ferrar, Itachi! – Sasuke o repeliu, empurrando-o, e ficou ainda com mais raiva ao ver seu mais velho gargalhando novamente. – Eu sei como é a sensação de se gozar por trás. Tá feliz? Então eu digo, ele gozou, ok? Mesmo assim, não deu certo. Ele saiu de lá desesperado, pior que uma virgem ofendida.
– Eu disse que se deixasse comigo, iria prepará-lo pra você.
– Você NÃO! – Sasuke gritou, não reconhecendo seu próprio timbre de voz. - Já te falei, Itachi! Você come quem quiser... Mas se tocar no Naruto, eu acabo... Juro por tudo que é mais sagrado, que eu acabo com sua vida.
– Ui... Que meda! - O outro levantou às mãos, fazendo pose de bandido se rendendo. – E desde quando acredita em coisas sacras, Sasuke? Daqui a pouco começará a frequentar as igrejas aos domingos...
– Saia!
– Beleza, Cinderela. – bateu as mãos. - Vou deixar você fazer as coisas do seu jeito, então. Quero ver como vai consertar a merda que fez. Eu falei pra você... – Itachi o apontou. - faz ele te querer primeiro. Brinca, vai com jeito, não deixa a ansiedade te tomar. Mas pelo jeito você deve ter forçado, e Sasu, quando força a barra, é fim da linha.
– Sai daqui! – o menino o empurrou para fora do quarto, espalmando as mãos no peito do mais velho. – Vai lá foder e me deixa em paz, saco! – urrou, batendo com força a porta na cara deste.
Mesmo assim, ainda ouviu a voz abafada do mais velho, debochando:
– Não dou dois dias para você vir pedir a minha ajuda com o rabo entre as pernas. Há! Há! Há! Há!
Sasuke espancou o enfeite da penteadeira, fazendo-o voar e bater na parede. Sentou-se na cama e segurou sua cabeça com ambas às mãos.
– Merda, o que eu fiz?!
...
Domingo, por volta das 17 horas.
– Tem certeza que ele vai estar nesse lugar, Sakura? – Ino andava rápido para alcançar os passos apressados da colega.
– Não tem outro lugar, Ino. Já procurei em toda a parte. Liguei pra ele um bilhão de vezes. Ele simplesmente não me atende.
– Mas, Sakura, esse lugar é horrível.
– Acredite, é o tipo de lugar que ele gosta de vir para se refugiar.
– Ainda bem que é de dia. Eu não viria nessa parte da cidade à noite, nem com escolta policial.
– É só andar rápido e não olhar para os lados.
– Certo, estou tentando. – Ino disse, enquanto abraçava os próprios braços. - E o Naruto? Conseguiu falar com ele?
– Também não. O pai dele disse que ele estava indisposto.
– Sakura, você tá grilada com o Sasu, né? Vai terminar com ele?
– Que pergunta cheia de interesse é essa, hein? – Sakura indagou sorrindo e viu a amiga lhe retribuir um sorriso encabulado.
Sakura sabia que apesar de Ino ter àquele jeito pervertido de ser, ela e a família eram pessoas bondosas. A menina é a primeira mais rica do grupo deles, seguida bem depois por Sasuke. Filha única de pais separados, ela optou por morar com o pai desde criança.
O senhor Yamanaka, é o dono majoritário da maior frota de transporte fluvial do Japão. Um empresário ocupado, que vivia viajando mundo a fora para tratar dos negócios. E exatamente por esse motivo, Ino desde muito pequena, aprendeu a se virar sozinha.
Com a mãe, ela não tinha muito contato, desde que a mulher decidira separar-se do pai para casar-se com o primo do Imperador japonês.
A mãe era uma mulher bela, contudo, gananciosa e que só pensava em status. E como ela não conseguira fama ao lado do senhor Yamanaka, não pensou duas vezes em aceitar os cortejos do jovem de sangue real, quando se viram pela primeira vez em um jantar formal de negócios do marido.
Agora a mulher morava no bairro de Ginza, um dos mais nobres da cidade, exatamente onde se encontrava todos os templos, residências e palacetes da nobreza. E, podia-se dizer que ela estava no lugar que sempre almejou. Desde então, até esqueceu-se que dera luz a uma menina.
Mas, Ino fingia não se importar com a indiferença da mãe. E Sakura sabia que era exatamente isso: fingimento. Na verdade, a libido aguçada da amiga, era uma forma desta suprir a carência que sentia por não ter a atenção dos pais.
As duas se tornaram amigas ao se conhecerem ainda pequenas, Sakura já morava no condomínio fazia três anos quando Ino surgiu. No começo, a achou estranha. Sempre a via brincando sozinha com as bonecas, na varanda da casa. Um dia se aproximou e perguntou se podia compartilhar da brincadeira. Assustou-se bastante quando a pequena loira respondeu de uma forma bem efusiva: correndo em sua direção e lhe abraçando com força.
Mas logo, com o decorrer do tempo, as brincadeiras da princesinha mudaram e se tornaram “diferentes”. Como ela passava muito tempo sozinha, assistia tudo quanto era seriado na televisão a cabo. E, a maioria destes, inapropriados para sua idade. E o resultado foi que aos nove anos, ela já queria conhecer os meninos de um jeito adulto. Saber como era beijar, abraçar e até mesmo, como era ficar junto com eles daquela forma mais íntima e sem roupas.
Começou com a brincadeira de “verdade ou desafio” e o desafio culminava sempre em beijo ou deixar que os meninos passassem a mão em uma parte do seu corpo. Mas logo ela parou de achar graça no jogo. Não parava de falar do assunto que, até então, causava arrepios na amiga de cabelos rosa: o sexo.
E talvez se as duas não fossem tão amigas e se Sakura não a freasse tanto, ela teria perdido a virgindade mais cedo. Mas, depois que a fase de desespero por Sasuke passou. Ino resolveu dar uma chance para um rapaz chamado Shikamaru, um dos garotos mais inteligentes da escola. E foi com ele com quem ela perdeu a virgindade aos quatorze anos.
Pois bem, o namoro também não durou. Ela foi trocada por uma aluna nova chamada Temari. Depois dessa desilusão, pode-se dizer que ela “despirocou” de vez. E, após passar por um período depressivo, anunciou aos quatro ventos que não iria nunca mais se apaixonar. E realmente foi o que aconteceu. Ela passou a ficar com quem lhe desse na teia, sem se importar se estavam lhe chamando de vulgar ou não.
Contudo, Sakura às vezes sentia pena da amiga. Apesar dela gostar de brincar de seduzir, era ruim se fechar totalmente para o amor. Algo parecido com outro alguém que conhecia muito bem, o próprio namorado: Sasuke.
Ao concluir seus pensamentos, Sakura puxou a mão da amiga e ambas atravessaram a rua, parando de frente ao que parecia a entrada de algo que Ino não queria nem saber o que era. Ela gostava de jogos de sedução, sim. Mas, acima de tudo, gostava de segurança. Dava-lhe frio nas entranhas quando pensava em assaltos, sequestros e abuso sexual. Tudo culpa dos benditos noticiários que sempre mostravam lugares horrendos, fedidos e sujos como cativeiros. E os bandidos então? Na sua maioria eram velhos, sem dentes e maltrapilhos.
Inspirou com dificuldade ao ver as paredes pichadas e as pessoas esquisitas que andavam naquele lugar. Então, ouviu a amiga afirmar o que não queria saber:
– É aqui.
– Ai amiga... – Ino sentiu um arrepio correr seus braços e os esfregou com mais força. – Desculpa? Mas eu não entro aí nem a pau.
– Tudo bem, Ino. Eu sei que você não gosta de lugares desse tipo. Me espera por aqui, eu não vou demorar.
– Sakura, será que ele está mesmo nesse lugar? – a loira ainda tinha esperança de fazê-la desistir daquela caçada ao namorado. – E não é arriscando entrar aí sozinha?
– Eu conheço o Sasuke como a palma da minha mão, Ino. Relaxa. E esse lugar não é perigoso, não nesse horário. Eu já vim aqui com ele. E também, veja daquele lado. – Sakura apontou para a direção oposta que elas estavam, e mostrou para a colega loira a prova: um carro Honda Civic da cor prata, com os adesivos iguais ao do carro do namorado.
– Ah, é o carro dele, com certeza. Ninguém mais no mundo usa àqueles adesivos com os olhos da Bad Boy.
Sakura sorriu.
– Vou entrar, então.
– Boa sorte, e olha Sakura. – a jovem segurou o braço dela, fazendo-a prestar atenção em si. - Se você demorar, eu ligo para polícia.
A garota de cabelos rosa riu mais abertamente do exagero da amiga.
– Não se preocupe, Flor. – Sakura deu um selinho na amiga, tentando acalmá-la. - Vou sair antes de escurecer, prometo.
– Ok.
Ino viu a colega passar pela pequena portinhola de madeira e sumir.
Lá dentro, Sakura passava por um corredor estreito e abafado que tinha um odor forte. Até parecia cheiro de urina que se misturava com o de bebida e fumaça de cigarros, que vinham do estabelecimento mais adiante.
Sentiu um enjoo atacar o estômago, mas tentando respirar só pela boca, continuou. Até alcançar a entrada, que estava vigiada por aquele rapaz de aparência esquisita, magro demais, cabelos pratas e dentes afiados como se fossem caninos.
– Oi, Sakura-chan. – ele a cumprimentou com sua voz esganiçada. - Há quanto tempo.
– O Sasuke? – ela inquiriu, séria.
– Opa! Como vou saber do bonitão? Ele é seu namorado e não meu, Boneca.
– Quero saber onde o encontro aí dentro.
– Tom de patroa...
– Não se faça de desentendido, Suigetsu. Eu preciso falar com ele, agora.
– E eu com isso?
A menina continuou olhando sério pra ele, cruzou os braços no peito e começou a bater os pés, demonstrando impaciência.
– Eu posso esperar aqui até ele sair. Ou... eu posso ligar pra polícia também, dizer que eu fui... molestada aqui dentro? – ela ameaçou, e continuou: - E aí, já pensou como esse bar chuleiro vai ficar quando os tiras chegarem?
– Você é chata, hein, garota.
– Você me conhece.
– Ele tá na área nos fundos...
– Obrigado! – ela passou por ele, dando-lhe uma “ombrada”.
– E com a patroa... – ele acrescentou, rindo debochado ao fazê-la estancar.
Mas Sakura não se deixou cair na provocação, abriu a porta do lugar, aguçando os ouvidos com o som alto que vinha de dentro e entrou.
– Idiota! – ela sussurrou.
– Gostosa!- ele replicou o sussurro, mordendo os lábios e admirando o traseiro desta, bem delineado pela calça jeans justa ao corpo.
E depois de vê-la desaparecer pisando duro pra dentro do bar, exclamou sozinho:
– Oh, meu Deus! Me faz rico e bonito na próxima encarnação!
...
Sakura adentrou a área do bar. Ventiladores no teto tentavam expurgar o calor e o cheiro forte do ambiente, mas parecia impossível. Não estava lotado como já vira outras vezes quando veio junto com Sasuke. Havia apenas uns gatos pingados nas pequenas mesas espalhadas pelo salão. Mas ainda era cedo, sabia que o público do lugar começava a chegar por volta das nove da noite.
No pequeno palco, no fim do salão, uma banda preparava os instrumentos para o que seria o show da noite. Ignorou tudo aquilo e passou pela porta de cortina de contas, adentrando outro corredor. Este, por sua vez, era mais limpo. O barulho de música alta, gritos, risadas se miscigenavam em um único zumbido, que não tinha significado nenhum para jovem que continuou andando.
Passou por algumas portas semi-abertas, de onde vinham gemidos. Ela riu de lado. Karin ainda fazia questão de dizer que aquele lugar não era um prostíbulo e que apenas “emprestava” alguns quartos aos amigos.
Não podia dizer muita coisa, afinal, foi em um daqueles quartos horríveis que perdeu a virgindade com Sasuke, e o pior, se ela não tivesse dado uma mãozinha, talvez não estivessem juntos hoje. Contudo, sabia que a mulher era louca por ele e que na ocasião ela só a ajudou por acreditar que dividiram o mesmo homem, somente entre elas.
“Vamos tê-lo só para nós, não é Sakura?”, ela lhe perguntou naquela ocasião. E teve que concordar.
Entretanto, nunca mais, nem ela e nem o namorado puseram os pé naquele covil. E por isto, já devia imaginar o quanto Karin estava furiosa consigo. Era claro que não tinha intenção nenhuma de ficar dividindo Sasuke com outras, por isso, fez a ele uma proposta: ser a melhor garota que ele já tivera.
E, nesse acordo, ele ditaria as regras. E ela, como a “melhor namorada”, faria tudo que o namorado pedisse. Em troca disso, o moreno não a trairia com outras. Há não ser, se tivesse seu consentimento. Contudo... O que acontecera na noite passada, jamais passara por sua mente. Estava sentindo-se muito culpada pelo que houve com Naruto e, por isso, tinha que tirar satisfação com o Sasuke e se redimir com o amigo loiro.
Chegou à parte reservada do lugar e, após suspirar tomando coragem, abriu a porta e entrou no salão que, apesar de refrigerado por ar-condicionado, ainda estava abafado. Fechou a porta atrás de si e correu os olhos rapidamente pelos ocupantes dali, tentando avistar Sasuke. O ambiente era escuro, iluminado apenas por uma luz fosca e avermelhada no teto. Tinha muita gente, alguns estavam entorno das quatro mesas de sinucas, jogando. Outros, sentados no balcão do bar bebendo.
Havia também vários casais se agarrando nos sofás espalhados rente as paredes. O barulho de gente conversando ao mesmo tempo não a permitia pensar direito. Foi andando devagar quando o som alto de uma melodia dançante em inglês rompeu a atmosfera, fazendo as pessoas se aglomerarem nos poucos espaços vazios da sala, passando a movimentarem seus corpos de forma sinuosa ao ritmo da batida.
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance (Presa em um romance ruim)
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance (Presa em um romance ruim)
Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance (Quero o seu romance ruim)
Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance (Quero o seu romance ruim)
Apesar da dificuldade para atravessar o amontoado de dançarinos, Sakura prosseguiu, enquanto repelia as mãos que a tocavam ousadamente, da mesma forma que gesticulava “não, eu não tô a fim de dançar” quando alguém entrava requebrando na sua frente.
Assim, conseguiu chegar ao fim do salão, e lá encontrou o namorado, na última mesa de sinuca, jogando com a Karin. A ruiva, dona daquele estabelecimento, estava vestida com um short preto muito curto, meias da mesma cor que iam até a metade das cochas e um top branco.
Sakura viu Sasuke errar a jogada e praguejar alto, enquanto Karin lhe devolvia o copo de bebida e lhe batia no peito, dizendo algo que não conseguiu ouvir devido ao som alto.
Então, viu a mulher se debruçar sobre a mesa, empinando o traseiro na direção do moreno de forma evidentemente oferecida, enquanto mirava a bola, preparando a tacada. E a menina não se surpreendeu ao perceber que o namorado não deteve o impulso de acariciá-la naquela região, conforme ela pedia com seu gesto vulgar. Então a viu reagir satisfeita ao toque, esfregando mais o taco entre os dedos e mordiscando o lábio inferior.
I want your drama
(Eu quero o seu drama)
The touch of your hand
(O toque da sua mão)
I want your leather-studded kiss in the sand
(Eu quero o seu couro enfeitado, beijo na areia)
I want your love
(Eu quero o seu amor)
Love, love, love I want your love
(amor, amor, amor, eu quero o seu amor)
You know that I want you
(Você sabe que eu quero você)
And you know that I need you
(E você sabe que eu preciso de você)
I want it bad, your bad romance
(Eu quero um romance, seu romance ruim)
Sakura ficou observando-os por algum tempo. Percebeu a mulher acertar a bola preta na caçapa do canto da mesa. Sabia que, de acordo com as regras do bilhar, aquilo findava a partida fazendo da ruiva a vencedora. Então foi capaz de ouvir, mesmo com a música alta, a boca suja do namorando, gritando:
– Porra, você é muito boa nisso, ruiva!
Era óbvio, Sasuke estava bêbado. Afinal, nem a tinha notado ali, ainda. Ele tomou mais um grande gole da bebida, depois largou o copo e o taco de lado para se encaixar a mulher que havia sentado de pernas abertas na mesa de sinuca. Ele segurou a cintura desta e encostou seu ventre no dela. A mulher, por sua vez, retribuiu o gesto, jogando os braços sobre os ombros dele e abraçando-o com as pernas.
Então, Sakura resolveu entrar no campo de visão da dupla, antes que o namorado beijasse aquela mulher asquerosa na sua frente. Aproximou-se da mesa e estagnou do lado dos dois. E viu, o namorado abrir aquele sorriso bêbado ao vê-la.
– Sakura-chan, você por aqui? – perguntou o moreno.
Já a ruiva, ajeitou os óculos de aros negros no rosto e, não se intimidando com a chegada da namorada do cara a quem estava agarrada, a cumprimentou:
– Oi, Sakura? Resolveu aparecer para brincar?
– Precisamos conversar, Sasuke. – a jovem ignorou a outra. Olhando diretamente para o namorado.
– Não, não precisamos. – ele desencostou-se da mulher na mesa, desvinculando do abraço desta, e voltou a apanhar o copo de bebida, mas no momento que iria levá-lo a boca, Sakura o tomou da sua mão. – Que merda está fazendo, Sakura?! Me dá a minha bebida!
– Eu disse que precisamos conversar! – ela bateu o copo, devolvendo-o a mesa.
– Dane-se! Não tô afim!
– É assim, Sasuke? É assim que vai me tratar?
– Sakura, acabou, tá legal? – anunciou o Uchiha, sem rodeios. – Para mim, chega! Cansei de você. Dá o fora! – ele fez gesto com a mão como se a tivesse enxotando.
Sakura crispou suas sobrancelhas claras. Não acreditou no que estava ouvindo. Ele estava terminando consigo ali? Naquele lugar horroroso? Daquele jeito? Na frente daquela mulher? Ela olhou de canto de olhos e viu Karin rindo abafadamente. Sentiu raiva.
– Sasuke você está bêbado. Não sabe o que está falando.
– Sakura, me ouve. Eu tô bem. Esse copo de uísque aí que você tirou de mim, é o terceiro do dia. Estou bem o suficiente pra dizer sem arrependimentos: está tudo acabado entre nós.
– Vamos... conversar lá fora. – ela pediu com a voz vacilante, não conseguindo conter a ânsia do choro.
Sasuke coçou o nariz, passou a língua nos lábios, suspirou e sorriu.
– Cara! Eu odeio garotinhas mimadas que não entendem o que a gente fala. – ele olhou a outra mulher, que ainda estava na mesma posição, como se estivesse aguardando os dois terminarem a conversa para continuar de onde haviam parado. – Viu, Karin? É por isso que só quero mulheres experientes a partir de agora, por favor, não me faça fazer esse tipo de escolha de novo, sacou?
A mulher sorriu satisfeita e fez um “sim” com a cabeça, para ira da jovem de cabelos rosa.
– O que eu te fiz, Sasuke?! – Sakura perguntou em um grito. – Até agora eu fiz tudo que você me pediu. O que...
– Que saco! Vai crescer, Sakura! Quando você for adulta, me procura! Eu não tô a fim de ouvir sermão vindo de você. Se o Naruto não quer falar comigo a culpa é sua. E é por isso que estou terminando com você.
– Minha, Sasuke?! – ela apontou pra si mesma, não se aguentando de indignação. – Por que a culpa é minha?!
– Sua sim. – ele reafirmou. - Se você tivesse ficado no banheiro, ou se não tivesse feito essa cara de “Meu Deus, isso é um absurdo!” na hora que você me viu fodendo ele, o Naruto não se sentiria mal e a gente estaria de boa hoje e quem sabe, fazendo planos para a próxima orgia... Mas, não! Você foi aparecer com essa sua cara de garota inocente chocada! E ainda ele pediu pra você dar o fora e você ficou lá! E agora o que aconteceu? Ele, que é muito mais importante para mim do que você, não quer nem olhar na minha cara. Então, faz um favor pra mim, Sakura: morra!
Os olhos da menina arderam ao ouvir aquilo, e seu coração disparou no peito. Não conseguia acreditar que Sasuke estava falando todas aquelas coisas para si. Mas ela sentiu um nó entalar em sua garganta e lhe prender as respostas que ele merecia ouvir. E a única coisa que pensou era que precisava sair dali rapidamente. Agora ela tinha certeza. Havia feito a escolha errada! Tinha se dado de corpo e alma para alguém sem pudor, sem valor e que não dava a mínima pra ela.
Precisava deixar aquele lugar, fora o único objetivo que traçara no momento. E assim, sem raciocinar direito, correu, enquanto sentia as lágrimas aflorando de seus olhos.
Saiu desvairadamente, esbarrando em tudo e em todos. Tropeçou, caiu de cara no chão, levantou-se, passou as costas das mãos no rosto e voltou a correr.
Ino nem identificou de imediato o furacão que passou por si. Só viu que a amiga saiu como uma louca para a rua, praticamente se atirando na frente do carro que vinha em alta velocidade. Um baque assustador se fez e a menina de cabelos rosa voou por cima do capô do veículo e tombou no asfalto, enquanto o carro fugia cantando pneu.
A loira abriu a boca, sentindo as pernas cambalearem e não conseguiu se mover. Encostou-se na parede suja atrás de si e chorando desesperadamente, gritou:
– Sa… Sa… SAKURAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance (Presa em um romance ruim)
Continua…
Nota final:
Notas finais do capítulo
Já sei: finais de capítulos com acidentes são muito clichê. Mas em Obsessão não cheguei a consumar o acidente, e estava com ânsia de fazê-lo aqui, então fiz. ;)
Sei que vocês vão pensar que a Sakura nem mereceu e que o Sasuke é um monstro. Mas é essa a ideia.
E agora? Será que vem drama pela frente? Imaginem como o Naruto irá se sentir quando descobrir o que aconteceu com a Sakura.
Querem saber como vai ser?
Então, review-me. E logo, logo o próximo capítulo sairá. ;)
Quero deixar um agradecimento especial à minha amiga Blanxe, que se ofereceu gentilmente para betar meus textos de Naruto.
Eu sou beta de alguns textos dela, e aproveito o espaço para indicar as fics que ela escreve. E não vou indicar nenhuma em especial não, podem ler todas as fics dela. É isso mesmo que entenderam: todas. Leiam sem medo. Não irão se arrepender. A Blanxe é boa de verdade.
Mas a minha favorita dela é uma OroNaru. (Isso mesmo que leram) e acreditem, é de deixar de pernas bambas, tem uns lemons simplesmente extasiantes.
Acho que agora é só. ;)
See you next! o/
;*
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