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[Naruto] Promiscuous - Capítulo 5, escrita por Andréia Kennen

Capítulos: Prólogo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Epílogo
Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Status: Completa
Classificação:
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.

Promiscuous


Capítulo 5 – Disturbia


Revisado por Blanxe


“O que há de errado comigo?

Por que me sinto assim?

Estou enlouquecendo agora...”


O coração de Sasuke batia tanto, que não o permitia raciocinar direito. A única coisa que conseguia era olhar e, o que via, não era nada agradável: a boca do seu irmão quase engolindo a de Naruto e as mãos deste - que mais pareciam milhares de tentáculos - explorando o corpo que lhe pertencia.


“Como Itachi ousa a pôr essas mãos imundas no que é meu?”, inquiriu-se em pensamentos; sentindo seus dedos e lábios tremerem, na mesma proporção que as margens dos seus olhos ardiam. Fincou as unhas no carpete e começou a afiá-las como se fosse um felino insano preparando-se para atacar. Tentava, em vão, conter a onda elétrica que lhe aflorava os nervos.


Trincou os dentes e buscou respirar pelo nariz, mas quando viu o irmão arquear o corpo para desatar o cinto da calça e tirar o pênis para fora, seu exercício de autocontrole se esvaiu. Aquilo incandescera ainda mais a sua ira, principalmente, por ver Naruto ajudando o mais velho. Olhou para os lados a procura de algo que pudesse usar: “Preciso de uma arma!”, deduziu, girando o pescoço de um lado para o outro.


Porém, os gritos do loiro - que já era penetrado por seu irmão - o fizeram se paralisar e arregalar os olhos para o que via.


– Ai! Está doendo, Itachi-Sensei!


– Você não é acostumado, mas logo vai melhorar... – o outro o confortava, enquanto continuava se arremetendo para dentro dele.


Itachi apertou a língua pra fora da boca ao sentir a dificuldade na penetração, concluindo que Naruto não mentira ao alegar inexperiência, o que acabou lhe energizando mais. Afinal, há muito não desvirginava ninguém.


Na verdade, sendo um professor ainda jovem e boa pinta - uma vez ou outra -, era procurado por algum dos seus alunos que alegavam “serem puros” só para matarem a curiosidade de transar com um homem adulto. Foi assim que acabou ficando com Sai. No entanto, no momento do sexo, percebia a mentira e que estes já eram bem alargadinhos, o que acabava lhe desanimando.


Mas, agora estava tendo seu prêmio: sentia que Naruto era praticamente virgem, pois seu interior era demasiadamente apertado.


Arfou, extasiado. “Eu vou ter que me esforçar para não gozar antes de satisfazê-lo...” deduziu, tentando diminuir o ritmo com que o invadia.


Todavia, algo estranho aconteceu, Itachi sentiu seu longo rabo de cavalo ser agarrado e, com uma força quase sobrenatural, foi puxado para fora da cama. Mal teve tempo de se equilibrar no chão e levou um soco na face direita, que o jogou contra a parede. Antes que se recobrasse desse primeiro golpe, levou o segundo, e logo, duas mãos firmes se agarraram em seus fios compridos – que haviam se soltado do elástico que os prendiam - e bateram sua cabeça contra a parede.


– EU VOU TE MATAR, ITACHI-NII-SAN! – o urro enfurecido do irmão se fez audível - Vou matar você, eu juro!


Naruto saiu da cama, desesperado, e tentou segurar o corpo de Sasuke; impedindo-o assim, de continuar a besteira que estava fazendo.


– Pare, Sasuke! Está louco, cara! Vai matar seu irmão!


– Eu quero mesmo que ele MORRA! – esbravejou, soltando-se dos braços de Naruto e desferindo o terceiro soco contra a face do irmão.


Um filete de sangue escorreu pelo canto da boca de Itachi, que abriu um sorriso manchado de rubro para o caçula atormentado à sua frente. Achou graça de ver Sasuke todo envolto de fúria por causa de alguém; parecia um demente perturbado.


– Tá achando graça do quê, Nii-chan?!! – perguntou raivoso. - Eu disse pra não tocar no que é meu, não lhe disse?! – ele segurou, novamente, Itachi pelos cabelos e o bateu mais uma vez contra a parede. – Eu não disse?!!


– Para com isso, Sasuke! Porra! Tá machucando o seu irmão!


A face preocupada de Naruto que agarrava seu braço e tentava afastá-lo de Itachi, o fez se deter por algum tempo. Sua cabeça ainda não funcionava direito, a adrenalina era tanta que se afastou de Itachi, com as mãos trêmulas. Seus nervos estavam à flor da pele.


– Por favor, Sensei, saia! – Naruto pediu, de forma urgente, aproveitando-se da pausa de Sasuke.


Itachi, ao ver-se livre do ataque maníaco do irmão e daqueles olhos que pareciam querer extingui-lo da face da Terra, cuspiu uma bola de saliva e sangue no chão, e elevou a mão até o queixo, segurando-o e movendo-o de um lado a outro.


– Filho da puta... – Itachi xingou baixinho e sorrindo. Não esperava que Sasuke tivesse socos tão potentes. – Você vai me pagar, Sasuke-chan... – ele apontou para o irmão que agora passava as mãos nos cabelos e caminhava de um lado pra o outro no quarto. - Só não vou revidar na mesma moeda, porque sou contra a violência. Mas você vai me pagar e será em notas altas. – Itachi o ameaçou, cuspindo mais uma vez no chão para, em seguida, fechar a calça e deixar o quarto.


Após a retirada do mais velho, Naruto apanhou a bermuda e sua cueca do chão. Aquilo já era demais pra ele.


– Onde você pensa que vai? – ouviu Sasuke inquirindo-o, ainda com aquela voz sádica.


– Embora! – respondeu, determinado, terminando de vestir as duas peças e abaixando-se pra apanhar sua pólo. - Estou cansado de tanta loucura!


– A culpa é sua. – Sasuke sussurrou.


– Dane-se! Eu tô cheio dessa merda!


O Uchiha mais novo caminhou, mansamente, até o amigo e o impediu de continuar se vestindo, apanhando um dos seus punhos e apertando-o fortemente entre seus dedos. Naruto largou a camisa no chão e reclamou:


– O que é? Vai me socar também? Ou vai me estuprar como a primeira vez?


– Eu fiz muita merda, eu confesso! – Sasuke esbravejou, ainda com os olhos ardendo; mas segurando-se ao máximo para não chorar, continuou: - Eu fiz porque eu sempre fui louco por você, Naruto. Nunca consegui controlar, domar, ou alterar essa merda que sinto. Até que tive a sensacional ideia de querer te arrastar pro meu mundo promiscuo, é verdade. Achei que se você fosse como eu, eu conseguiria tê-lo da forma que bem entendesse. Só que eu percebi, quando vi o Itachi pondo as mãos em você como se fosse aqueles moleques nojentos que ele vive comendo por aí, o quanto me enganei!


– Solta meu pulso, Sasuke!


– Me ouve, primeiro. – Sasuke insistiu, lambendo os lábios e, engolindo em seco, prosseguiu: – Eu percebi que não quero você assim, Naruto. Eu te amo. Com você é diferente... Eu nunca vou conseguir enxergá-lo no meio dessa sujeira que eu vivo! Muito ao contrário do que você pensa, eu não tô a fim de sujá-lo porcaria nenhuma! Eu só queria que... Sei lá! Pensei em um bando de boiolice, dois caras namorando, entende? Idiota, eu sei… Viver um relacionamento florido com o melhor amigo como se fosse normal é algo muito fora do padrão. Além de tudo, como eu anunciaria isso pro seu pai? “Aê, senhor Minato vim aqui na sua casa hoje pedir seu filho em namoro!” Já pensou? Seu pai já me odeia, ele apontaria uma arma pra minha cabeça.


– Eu não sou uma menina que precisa da permissão do papai pra namorar, Sasuke! Não me confunda! – Naruto replicou, torcendo seu pulso, fazendo o amigo o largar. – Se eu te quisesse, não seria o meu pai quem iria me impedir. Só que está aí o grande problema: eu não te quero. Então, pra mim, nada em você interessa!


Naruto apanhou a camisa do chão e foi em direção da porta, mas antes de alcançar a maçaneta, Sasuke o deteve, segurando-o pelos ombros, virando-o e encostando-o rente a porta.


O loiro, desta vez, se surpreendeu ao ver o amigo apertando os lábios, não conseguindo mais deter as lágrimas, que agora escorriam no rosto de Sasuke com furor. “Sasuke Uchiha? O cara mais metido a durão que já vi na vida... chorando?” Naruto tentou vasculhar suas lembranças e encontrar um momento qualquer em seu passado que o fizesse lembrar-se de algo parecido, mas não conseguiu. Acabou encontrando um momento contrário, afinal, era ele o mais chorão.


– O que foi, Naruto? Por que tá chorando?


– Eu não tô chorando! – o pequeno Naruto esbravejou, passando a mão com forças no rosto e fungando o nariz.


– Ah, é? Tá lavando os olhos de dentro pra fora, então? – Sasuke brincou, agachando-se do lado dele.


– É que meninos não podem chorar, é o que papai sempre diz. Então, não posso dizer que choro. Você pelo menos nunca chora, né, Sasuke?


– Ah, quando a gente sente muita dor é impossível não chorar. - Sasuke desconversou, notando o tornozelo do colega roxo e a bicicleta caída de um lado, logo deduziu rapidamente: - Você tombou...


– Foi o Akamaru! – defendeu-se. – Ele e o Kiba estavam brincando no meio da rua, quando o besta do Akamaru entrou na minha frente. Eu fui desviar e caí. Depois o Kiba ficou rindo, dizendo que eu é que não sei andar de bicicleta. Eu só desviei pra não machucar o cachorro idiota dele!


Sasuke sorriu, se levantou, ergueu a bicicleta do amigo, e após apoiar o pedal desta no meio fio pra firmá-la em pé, apanhou um braço de Naruto, passando-o sobre seu ombro, e o ajudou a ficar em pé.


– Você é um bom garoto, Naruto. Primeiro, porque preferiu se ferir ao invés de machucar o Akamaru. Segundo, tenha certeza que se tivesse sido ao contrário, quem estaria chorando como um bebê, agora, seria o Kiba. Além disso, não precisa sentir vergonha de chorar. As pessoas que não tem medo de fazer isso na frente das outras, são mais fortes, sabia? Pois não tem medo de mostrar o que elas realmente são. Quando a mamãe era viva, ela costumava dizer: “quando alguém está chorando, ela está expondo sua alma e o seu coração pra quem quiser ver”.


– Ai! – Naruto sentiu uma pontada ao tentar apoiar o pé no chão, então, preferiu ficar em uma perna só, enquanto Sasuke aproximava a bicicleta e a segurava firmemente perto dele. - Não entendi muito bem o que quis dizer, mas, obrigado. – o loiro respondeu, ficando com o rosto todo corado.


Sasuke abriu um grande sorriso.


– Você fica muito kawai com o rosto todo vermelho.


– Hein?


– Nada. – o moreno balançou a cabeça negativamente. - Consegue sentar na garupa? Eu te levo.


– Consigo. Arigato, Sasuke...


A mente de Naruto retomou aquele momento. Algo dentro de si se quebrou ao ver o rosto banhado por lágrimas do amigo, ainda mais, ao lembrar-se daquela cena da infância. Sentiu o estômago se contraindo e, só então, pensou em como estava sendo injusto ao ter armado uma vingança pra ferir Sasuke, sem pelo menos pensar melhor no que o amigo significava pra si. Ferir logo ele, que sempre fora aquele que o protegeu, até mais do que um irmão mais velho o faria?


– Naruto...


– Sasuke, não chore.


– Estou parecendo uma biba, não é? – o moreno deduziu, envergonhado.


Naruto sorriu, desconsertado. Sentiu uma estranha vontade de tocar o rosto dele, de beijá-lo, de abraçá-lo, de fazê-lo para de chorar como muitas vezes ele fizera consigo, porém, no momento em que se decidiu, sentiu o celular vibrar no bolso da sua bermuda.


Não parecia adequado atender ao telefone naquele momento, mas sentiu um ímpeto de fazê-lo. Assim, retirou o aparelho do bolso e, após franzir o cenho para o número que aparecia no display, direcionou este ao ouvido e, com certo receio, atendeu:


– Hai?


A voz eufórica que lhe falava do outro lado da linha fez as entranhas de Naruto se embolarem. Era uma mistura de angústia e felicidade que nunca sentira antes. Agora parecia que era ele quem iria se comover a qualquer instante, começando a chorar como uma criança. Contudo, depois da voz lhe explicar o que havia acontecido de forma atropelada, está lhe deu uma informação que o fez tremer:


“Ela disse que precisa conversar com você urgentemente, é sobre o Sasuke. Vem para o hospital o mais rápido que puder...”


– Hai... – foi a única coisa que conseguiu sussurrar e, na sequência, desligou o aparelho.


Observou o rosto sério de Sasuke que havia parado o choro e o fitava preocupadamente. O moreno piscou - como se compreendesse do que a ligação se tratava -, limpou o rosto com as palmas das mãos e, em seguida, passou–as nas longas franjas, jogando-as para trás. Sem dizer uma palavra, cruzou os braços no peito, aguardou pela notícia.


Então, Naruto o informou:


– A Sakura acordou e... ela quer falar comigo.


...


Naruto desceu as escadas da casa dos Uchiha, pesadamente, e adentrou na sala a procura do seu sensei, o encontrando deitado no sofá, com uma bolsa de gelo na face.


– Já vai? – o homem perguntou, ao notar sua presença.


– Gomen, Sensei? Não queria que tivesse...


– Não esquenta. – O homem o interrompeu, forçando o corpo para frente, tentando ficar sentado e fitar o loiro. – Mas se quiser, podemos marcar pra continuarmos de onde paramos. Já que... pelo o silêncio que pairou depois que deixei o quarto, não rolou nada entre vocês.


– Ele não quer... – Naruto explicou, olhando admirado o rosto todo inchado e com manchas roxas, do seu mestre. Sasuke era um homem de dar medo quando ficava fora de controle. – Ele... disse que não quer me ter sem sentimento. – concluiu, balançando os ombros. – O Senhor tá mesmo legal?


– Claro. – o homem sorriu, desajeitado. – Vou sobreviver. Mas me diga, o que decidiram, então?


– Nada. – ele balançou os ombros mais uma vez, enfiando as mãos dentro do bolso da bermuda jeans e focando seus olhos no chão da sala, enquanto rastelava os dedos de um dos pés no tapete felpudo. – Quando íamos começar a conversar de forma mais amena, eu recebi um telefonema do hospital e era a Ino. Ela disse que a Sakura acordou e quer me ver urgente. Quando eu falei isso pro Sasuke, ele ficou petrificado por um tempo. Depois me deu as costas e se jogou na cama; falando que eu deveria ir vê-la logo.


– Hm... – o mestre resmungou, pensativo. – Ele não te disse mais nada?


Naruto negou com um menear de cabeça.


– Entendo. Então, vai lá campeão, acho que a gente só vai se ver na escola agora, não é?


– É. – Naruto confirmou, porém, antes de ir, quis tirar uma dúvida com o irmão mais velho de Sasuke. - Sensei, só uma coisa...


O mestre arqueou uma das sobrancelhas, esperando que ele se pronunciasse.


– O senhor falou sério quando disse que faria o Sasuke pagar pela surra que te deu?


Itachi sorriu. Deduzindo em pensamento: “Esses dois idiotas se amam mesmo... Até esse loiro ingênuo já está apaixonado por Sasuke, ele só não quer acreditar.” Então, fez uma careta de dor, devido ao incomodo que sentiu na face ao deslocá-la para rir, e o confortou:


– Naruto, eu e o Sasuke somos irmãos e, apesar dessas desavenças todas, nós nos amamos do nosso jeito. Acredite, não vou fazer nada de tão mal ao meu otouto.


– Arigato... – Naruto o agradeceu, sentindo-se mais aliviado; recebendo em troca, só outro sorriso, entre caretas.


Então, deixou a sala. E, após calçar os tênis que havia largado na soleira da porta, saiu da casa. Do lado de fora, apanhou a bicicleta que havia deixado no gramado, mas antes de ir embora, deu uma última olhada para a janela do quarto de Sasuke. Algo estranho lhe apertou o peito, aquela sensação... Era como se fosse a última vez que conversariam. Parecia uma despedida. Mas balançou a cabeça negativamente, tentando afastar aqueles pensamentos loucos da cabeça.


Por mais que estivesse chateado, ainda gostava de Sasuke.


Porém, precisava ver Sakura, pois sentia que, só depois da conversa que teriam, saberia que rumo tomar em relação à amizade dele e do Uchiha.


...


Itachi bateu na porta do quarto de Sasuke e adentrou o lugar antes de ouvi-lo dar a permissão de entrar. Então, viu o irmão debruçado na cama. Aproximou-se, puxando um dos pufes e sentou-se perto do leito.


– Só vim te dizer que Deus vai te perdoar por arrancar sangue e deformar a cara do seu irmão.


– Eu o perdi pra sempre, não é, Itachi? – o moreno mais novo perguntou com a voz abafada, por estar com o rosto enfiado no travesseiro. Ignorando completamente o dito do mais velho.


Itachi se remoeu internamente por ele lhe fazer uma pergunta tão amargurada, esquecendo-se de levar em consideração que o havia espancado. Mesmo assim, respondeu-lhe sincero:


– Sinto ter que lhe confirmar, maninho. Pelo tom de urgência, a garota rosa não deve ter se esquecido da briguinha que tiveram no bar antes dela ser atropelada. As nossas mentiras vão cair por terra. Ela vai abrir o bico. Porém, dá tempo de você ir até o hospital antes do loiro e calá-la com gás venenoso, o que acha?


– Deixe-me ficar sozinho, Itachi.


– Certo, dei minha sugestão sincera. – o homem bateu as mãos nas próprias coxas e se levantou. - Já que não terá mais chances com o loiro. Que tal pegarmos firmes nos negócios? Eu esqueço a surra que me deu e você atende dois professores amigos meus, que gostam de um belo traseiro branco. Um deles até me falou diretamente “se você arrumar um rapaz como seu irmão, eu pago o preço que for preciso.” Que tal? Aí ficamos quites.


Sasuke suspirou trêmulo, mas o irmão tinha razão: tinha que esquecer Naruto a partir daquele momento. Sakura iria dizer o que houve na noite do atropelamento e os dois provavelmente iriam se declarar, tomar conclusões do quanto ele – Sasuke Uchiha – era um mau caráter. Até que ambos se jogariam um nos braços do outro e viveriam felizes para sempre.


Mas era certo: nunca amaria ninguém da mesma forma que amava Naruto. Também, não queria correr o risco de que isso acontecesse de novo. Desta forma, a única solução, era continuar transando descompromissadamente e, ainda, ganhar dinheiro.


Ou seja...


– Vou me afundar na prostituição de vez. – respondeu ao mais velho. - É isso que quer de mim, não é, Itachi? Quer me fazer um puto profissional. Então, marque com quem quiser, eu vou. Só me deixa sozinho agora.


O mais velho sorriu vitorioso, pensando o quanto era fácil manipular o mais novo.


– Perfeito. Você não será só um “puto profissional”, querido maninho. E sim: “o puto profissional” mais requisitado dessa cidade. Iremos nadar na grana.


...


Fazia algum tempo que Naruto estava sentado na cadeira do lado do leito da amiga. O buquê de flores que trouxera fora cuidadosamente colocado em um vaso de água, junto com outras, por Ino; que os deixou sozinhos logo em seguida.


Naruto nunca fora um garoto de poucas palavras, mas se existia algo que o fazia ficar sem estas, era o ambiente hospitalar e as pessoas enfermas. Sakura apesar de ter-lhe dito que estava bem, de vez em quando ela fechava os olhos e ficava assim por alguns minutos. Como se o mero fato de respirar – sem a ajuda do aparelho - lhe causasse dores. Ainda tinha alguns conectores que pareciam medir sua pulsação. Além, do soro na mão direita.


Algo também era certo, o loiro estava muito constrangido. As lembranças da última noite, - onde fora possuído por Sasuke na frente dela – misturavam-se com as recentes. Onde ele, em uma tentativa frustrada e patética de se vingar do moreno, transara com o seu professor de Educação Física.


– Você está tão quietinho... – ela sussurrou, mexendo os dedos que descansavam do lado onde Naruto estava, como se fizesse um convite a ele, para segurar sua mão.


E foi o que o loiro entendeu e fez. Segurou a mão dela delicadamente entre as suas e lhe sorriu, tentando então, puxar algum assunto:


– Quanto tempo vai ficar aqui ainda?


– O médico disse que, no mínimo, cinco dias.


– Hm...


Naruto resmungou, não sabendo mais o que responder ou falar. Sentia-se estranho, acuado. Afinal, há pouco mais de uma semana atrás, daria o mundo para ficar sozinho ao lado da amiga, ou ainda, ser chamado para uma conversa a sós com ela.


Porém, agora estava ali, com a cabeça impregnada de dúvidas. “E tudo graças a quem? Sasuke, é claro!”, ele respondeu pra si mesmo. “Onde foi parar todo aquele sentimento intenso que eu tinha pela Sakura? Sempre tive certeza e repetia pra mim mesmo, que a amava incondicionalmente. Então, como é possível apenas uma transa... A droga de uma transa forçada, ser capaz de fazer oscilar esse meu sentimento?”


– Sua mente parece tão distante...


Naruto arregalou os olhos ao ouvir aquele comentário dito em um sussurro. Sentiu os dedos dela brincando com os seus e só então conseguiu - pela primeira vez na noite - admirar aquela face tão serena, dócil e bela diante de si. Sakura, mesmo com aquelas cicatrizes e manchas escuras no rosto, ainda era a garota mais linda que já conhecera. Não compreendia como seu coração podia ousar pôr em dúvidas, o sentimento que sempre teve por ela.


– Sakura...


– Naruto...


Os dois pronunciaram-se quase ao mesmo tempo, então, Naruto fez um sinal com a mão, dando permissão pra que amiga de madeixas rosa, falasse primeiro.


– É sobre o dia do acidente...


– Se você não quiser falar sobre isso agora, Sakura-chan. Eu vou entender.


– Não, Naruto. Eu quero. Eu preciso te contar o que aconteceu aquele dia. – ela sentiu os cantos dos olhos arderem, mas procurou inspirar e respirar de maneira cadenciada, decidida a conter o choro a qualquer custo. – No domingo que aconteceu o acidente, eu fui atrás do Sasuke naquele bar, onde ele gosta de jogar bilhar. Fui atrás de uma satisfação pelo que ele tinha feito a você... Quero deixar claro que não concordei com a forma que ele agiu.


Naruto abaixou os olhos e fitou os dedos dele unidos aos dela, como se aquilo fosse algo mais interessante do que o que ela dizia. Não queria que Sakura notasse o rubor que provavelmente pigmentava sua face. Então, o loiro a ouviu prosseguir:


– Eu nunca pensei ouvir de Sasuke o que ouvi naquele dia, Naruto.


De repente, o loiro ergueu seus orbes azuis e fitou fixamente os verdes da garota no leito. Será que ouvira direito “Sasuke estava no tal bar? Mas... o sensei não dissera que...?”. No entanto, a voz combalida da amiga, que agora ganhava acordes de choro, seguiu, fazendo sua atenção fixar-se nela novamente:


– Eu me enganei completamente com Sasuke, Naruto. Ele falou na minha cara que desejava me ver morta. Eu saí tão desesperada de dentro do bar naquela noite, que não prestei atenção na rua... – ela apertou os dedos do loiro entre o seus, e não conseguiu mais conter a força das lágrimas que banharam seu rosto; prosseguiu: - Você também, Naruto. Tem que se afastar dele, antes que ele o machuque mais do que já fez...


Naruto ficou estático por um tempo, observando Sakura limpar as lágrimas com as mãos, até que um enfermeiro – que entrou após dar algumas batidas na porta - quebrou seu estado de inércia. Viu o homem se aproximar com uma prancheta, lhe cumprimentar com um apertar no ombro, logo, voltar-se sorrindo para a paciente, fazendo-lhe perguntas de rotina e auferindo a pressão desta... Um processo que deveria ter durado em torno de cinco minutos.


Em seguida, ele saiu dizendo algo que ouviu, mas não assimilou. Logo, voltou a fitar a Sakura que secava o rosto com um lenço que o enfermeiro deixara com ela.


– Você tá legal?


– É... Estou. Só foi chato ter que inventar pro Tsugaya-san, que estava chorando porque estou sentindo que meu rosto está horrível... Você ficou tão estático.


– É muita informação.


– Você e ele estão se falando, Naruto? A mamãe disse que ele não veio nenhum dia me ver. Não que eu esperasse, mas... de repente, ele poderia ter vindo só pra se sentir melhor, ou se redimir da culpa, não sei...


– Depois daquele dia na casa da Ino, eu só falei com ele hoje.


– Mesmo? Que coincidência, né? Eu acordar justo hoje. Quantas grosserias e mentiras ele lhe contou?


“Só que me amava...”, Naruto remoeu aquela resposta dentro de si.


– Naruto?


– Não quero preocupá-la com o Sasuke agora. Você precisa descansar, pra se recuperar logo. – Naruto se levantou e a beijou na fronte. – Eu volto amanhã pra te visitar. Aí conversamos melhor, certo? – ele disse, abrindo um discreto sorriso, seguiu em direção da porta. – Oyasumi.


– Oyasumi, Naruto. – ela sussurrou.


Ao sair do quarto, Naruto se deparou com o olhar efusivo de Ino sobre si.


– O que foi?


– Só espera eu me despedir dela e pegar minha bolsa. Eu vou com você. – ela disse, se desencostando da parede onde estava.


– Vou esperar lá fora, o cheiro desse lugar tá me dando tontura.


– É, eu sei. Em mim também dá. Odeio hospitais. Me espera lá, então.


Ele concordou com um balançar de cabeça e seguiu no longo corredor. Do lado de fora, Naruto inspirou o ar da noite, tentando, afugentar o cheiro forte do lugar, que parecia está impregnado em sua roupa, na sua pele. Novamente, sentiu aquela dor de cabeça incômoda, estava perdido, não sabia mais que rumo tomar.


“Afastar de Sasuke?”


– Naruto! – Ino passou pela porta automática e foi de encontro ao loiro.


– Ino! – ele observou ela se aproximar e parar diante de si. – E aí, vamos?


– Eu a amo. – a garota declarou, repentinamente.


– Quê?! – o loiro exclamou, deixando um vinco se formar em sua testa.


– Eu amo a Sakura. – ela reafirmou e disparou a falar desenfreadamente. - E sei que você também a ama. Os dois são bons amigos. Só que eu não vou perder ela pra você. Pelo menos, não sem antes lutar. Eu sei que o Sasuke agora é carta fora do baralho. Mas você tem mais chances que qualquer um por causa dessa coisa de amizade de infância! Não sei mais o quê! Mas eu, mesmo chegando depois, também sou amiga dela desde criança, e eu também sempre a amei. Apesar de ter feito de tudo pra camuflar esse amor esquisito. Sabe, como é? Mas é o coração quem faz as escolhas! Ele manda na gente! Eu não consegui!


Naruto tentava acompanhar as palavras de Ino, mas ela lhe falava de uma forma tão rápida e atropelada, que não conseguia compreender.


– Ino, vai devagar, droga!


Ela parou, suspirou e fitou Naruto, enquanto agarrava com mais força a bolsa junto do peito, como se esse gesto pudesse lhe transmitir algum equilíbrio.


– Você já disse isso pra ela?


– Claro que não! – a jovem esbravejou, fitando o loiro com indignação. - Não é uma boa hora! Ela tá se recuperando ainda... Mas eu achei que você deveria saber que eu... estou na disputa.


Naruto, de repente, sentiu vontade de rir. Uma coisa era ouvir de um garoto que estavam competindo pelo amor de uma garota, outra bem diferente, era ouvir isso de outra garota. Acabou não aguentando e sorriu.


– Pronto! – ela bateu as mãos na cintura. – Tá rindo da minha cara, é? Você acha que não estou falando sério?


– Não é isso, Ino... Espera! É outra coisa que nem vem ao caso. Mas... eu nunca vou impedi-la de seguir em busca dos seus desejos. Acho legal assumir isso... que...


– Ama alguém do mesmo sexo?


– Também. Além do que, você tá querendo jogar limpo. Diferente de outras pessoas...


– Naruto, não é que eu esteja querendo me livrar de um rival, não. Longe de mim. Apesar de que, se acontecesse, viria bem calhar... Mas o caso é o seguinte, você e o Sasuke aquele dia... Cara, não sei. Mas eu senti que rolou uma química entre vocês, principalmente na hora que ele tava te fu...


Naruto tampou a boca de Ino.


– Se disser algo desse tipo aqui, em um lugar público, eu não sei do que sou capaz! – Naruto a ameaçou, sentindo o rosto abrasando de vergonha.


A menina resmungou, com a mão dele abafando sua voz, então, ele se afastou.


– Vamos andando, mas nada de falar besteira, Ino!


– Certo, certo... Não tá mais aqui quem falou. – ela começou a andar atrás dele. - Mas, desde quando você ficou tão sensível a certas expressões, Naruto? Acho que essa coisa de poder ser gay, tá mexendo com você, né não?


– Ino... EU, GAY?! – Naruto se virou e disse tão alto, que um trio de duas enfermeiras e um enfermeiro que passavam por perto, caiu na risada.


Ino também riu, achando graça do tom vermelho que ganhava todo o rosto dele, até as orelhas e parte do pescoço.


– A culpa é sua... – ele resmungou, entre os dentes cerrados.


– Veja o lado bom, aquele enfermeiro ficou te olhando.


– Inoooooooo...!


– Ah, Naruto! Relaxa... Eu também descobri que sou gay e não estou tendo tique nervoso por aí, né?


Assim, os dois seguiram andando. Apesar de constrangido, Naruto sentiu que aquela conversa mais descontraída com Ino, iria ajudá-lo de alguma forma.


Continua...






Notas finais do capítulo


See you next o/


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