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[Sailor Moon] Despertar § 5 – Ao Despertar, escrita por Anita

Capítulos: 1 2 3 4 5
Autor: Anita
Fandom: Sailor Moon Classic
Gênero: romance, aventura, drama, em capítulos
Status: completa
Resumo: Serena acorda para descobrir que está no meio de uma floresta, envolvida em um jogo de sobrevivência com um grupo de teatro de que ela sequer lembra a existência. Logo descobre que até suas amigas podem estar entre as vítimas. Ela precisa se juntar a Darien e escapar de lá o mais rápido possível. Fic publicada em celebração aos dez anos do Olho Azul.



Notas Iniciais:
Esta história se passa no meio da fase classic, em algum momento antes de se descobrir a identidade de Tuxedo Mask e foi inspirada em Battle Royale. Publicada em homenagem aos 10 anos do site Olho Azul, HTTP://olhoazul.50webs.com



Olho Azul 10 anos Apresenta:
Despertar



Capítulo 5 – Ao Despertar

  Quando acordei, meus olhos estavam quase grudados pelas lágrimas secas e meu corpo estava suado. A roupa de meu corpo estava esgarçada como se eu a houvesse puxado por horas seguidas. Meu corpo também havia se dobrado em posição estranha.

  Eu estava em casa.

  Na minha cama.

  Pisquei algumas vezes, ajeitando-me sobre o colchão, então levantei sem sono. Estava cansada. Minha mente estava exausta. Notei ainda que havia uma mancha de sangue no lençol e nas minhas roupas. Minha menstruação parecia haver descido toda durante aquela noite.

  Peguei o lençol e fui ao banheiro. Pus tudo na lava-roupa e a liguei enquanto tomava um banho. Aquele mal estar não era apenas devido à cólica, mas esta o fazia piorar.

  Ao retornar ao quarto, olhei pela janela, uma lua crescente iluminava o céu e a rua estava deserta. Eram apenas três horas da manhã, eu poderia dormir por muito mais tempo antes de ter que ir à escola e mesmo assim sabia que o melhor era realmente acordar. Não queria arriscar novo pesadelo.

  Fiquei naquela posição até amanhecer. Não queria pensar, mas o silêncio não me permitia cumprir esse desejo e comecei a rever as imagens horríveis daquele sonho. E, enquanto naquela ilha eu tivera toda a certeza de ser um sonho, agora segura em meu quarto eu me pergunto se aquela não era a minha recompensa por ganhar o jogo. E se todos houvessem morrido e apenas eu houvesse podido retornar. Não, né? Todos estavam bem, certo?

  Tentei ligar para minhas amigas e nenhuma das casas atendeu. Usei o comunicador e nada. Nem Lua estava por perto para me ajudar.

  Mesmo com o corpo todo dolorido devido à cólica menstrual, vesti meu uniforme e saí de casa para o colégio. Se ao menos uma delas estivesse lá, iria querer dizer que nada fora real. Alguém tinha que estar lá!

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Pela primeira vez na minha vida, acho eu, eu fui a primeira chegar à sala naquele dia. Talvez houvesse sido a primeira em todo o colégio. Foram apenas alguns minutos até a turma começar a chegar, mas parecia o ponteiro do relógio parecia até uma corda se enroscando em meu pescoço a cada movimento sem que Molly ou Ami ou Lita aparecessem. Não que as duas últimas fossem da minha sala.

  Então, Molly entrou. Observei-a caminhar absorta em pensamentos até sua carteira e sentar-se lá sem parecer haver me visto. Corri até ela e o susto que lhe deu era evidente.

- Serena! – brigou comigo.
- Molly, você está bem!
- Quê? Por que não estaria? – perguntou, franzindo a testa.

  Ri nervosa. Não fazia diferença, ela não precisava saber de nada. O que importava era que todos estavam bem. Ami, Lita, Rei, Andrew... Darien. Pensar nele apertou meu coração enquanto eu me lembrava de seu corpo tão pequeno e gelado em meu colo. Por um momento, pensei em Yukie, a garota que eu só conhecia em sonhos.

- Eu tive um sonho realmente estranho esta noite... – Molly interrompeu meus pensamentos ao continuar a falar.
- Sonho? Um pesadelo? – Minha voz tremeu um pouco. Não desejava aquilo a ninguém.

  Molly sorriu e balançou a cabeça.

- Na verdade, sonhei que era namorada de um garoto lindo chamado Kouji.

  Assenti, sorrindo-lhe de volta. Aquele era um bom sonho, ao menos. Mas ela prosseguiu:

- Bem, um homem veio e o matou e acabei morrendo abraçada a ele. Mas sabe, foi bastante romântico morrer assim por alguém. Ele me protegeu até o fim. – Seu rosto ficou bastante vermelho.

  Eu tentei continuar feliz pelo sonho, mas aquilo me chocara um pouco. Seria coincidência que ela estivesse me dando informações parecidas com o que eu sonhara? Preferi não pedir detalhes. Ela estava feliz de alguma forma, ao menos.

  Durante o almoço procurei Ami e Lita, apesar da primeira na parecer se lembrar de nenhum sonho específico naquela noite, Lita comentou achar que havia sonhado com um ex-namorado e com a provável atual dele. Ela os havia visto outro dia em uma rua comercial e fora apresentada à menina, mas nem lembrava seu nome. Também não tinha muita certeza de que fora o sonho. Deixei para lá, minha insistência começara já a deixá-la desconfiada.

  Molly havia se lembrado de algo. Ami nada, Lita sonhara com algo não relacionado. Aliás, quantos ex-namorados alguém poderia ter? Nunca a vira com um atual sequer. Realmente, ela era um mistério e eu estava feliz em poder estar com elas novamente.

  Aproveitei o almoço também para ligar para Rei pelo comunicador. Ela se resumiu a dizer que sonhara que eu era uma inútil, mas aí acrescentou que pensando bem, sequer era um sonho isso e desligou.

  Restava Andrew.

  E Darien... Meu coração apertou mais uma vez ao pensar nele. Molly era a única que parecia haver tido o mesmo sonho e, ao mesmo tempo, eu não tinha nem certeza disto. O que garantia que aquele que me beijara e salvara minha vida para morrer no meu colo era mesmo Darien e não um homem que eu criara naquele ambiente estranho?

  Eu não queria que ninguém realmente houvesse estado ali. Vê-los morrer na minha frente já fora traumático, não gostaria de imaginar o quão doloroso havia sido realmente morrer. Por outro lado, meu coração batia forte só de pensar em Darien, seria o mesmo que ele me haver esquecido caso ele não houvesse sonhado o mesmo que eu. Nossa relação nem existia até aquele sonho. Voltar ao zero neste momento... Como alguém como eu poderia fazê-lo olhar em minha direção?

- Serena, espera! – Lita me segurou pelo ombro. – Vamos juntas pro salão, Andrew está lá, né? – Ela sorria despreocupada.

  Concordei.

  Ao chegarmos, meu coração flutuou ao ouvir Andrew nos cumprimentar. Ele parecia bem. Não importava se ele havia sonhado alguma coisa, decidi eu naquele momento, preferi deixar o assunto para trás.

  Pedi algumas fichas e comecei a jogar.

- Que barbaridade. – Pouco tempo depois, ouvi Andrew comentar, mas não comigo. – Ao menos, já o identificaram e prenderam, né? – Um silêncio que me fez imaginar se afinal aquilo era comigo.

  Eu virei para notar que havia uma pequena televisão ligada atrás do balcão onde Andrew estava e o mesmo estava virado para ela, tampando a tela da minha visão. Aproximei-me curiosa com o que poderia ter gerado aquele comentário.

- Desistiu de se esforçar pra perder no jogo, cabecinha de vento? – Darien estava bem ali ao meu lado, com um livro aberto rabiscado nas páginas.
- Ah, Serena, você viu isso? – perguntou Andrew ao me perceber ali e apontou para a pequena tela.

  Uma escola deserta era exibida e a imagem voltou para o repórter que se encontrava na frente de uma pequena casa, falando. A notícia tinha como legenda “massacre no ginásio de Osaka”. No canto acima se noticiavam dezessete mortos e um ferido.

- Nossa... – Serena disse distraída.
- Pois é. Eles acabaram de identificar quem o fez também e ele nem é menor de idade nem nada. – Andrew permanecia olhando a tela, de onde o repórter seguia com os detalhes do caso. – Ele os atacou com uma lança de madeira feita em casa. Como um adulto entra com isso em um colégio cheio de crianças!?
- Lança de madeira? – Darien olhou do livro que estava lendo.
- Cruel, não? Ele também tinha outras armas caseiras e chegou a roubar uma faca da cantina, mas o principal foi a lança.

  Eu não queria imaginar o quanto um golpe daqueles doía. Não quando isso havia tirado a vida de tantos amigos bem na minha frente. Podia não ser real, mas era tal qual fosse. E pensar assim, trouxe-me novamente a consciência de que um homem que me beijara estava bem ao meu lado. Lembrei-me de nossa última conversa, quando ele confessara sempre haver gostado de mim e fiquei vermelha.

- Quê? – Darien mexeu-se ao meu lado, esticando o corpo sobre o balcão para mais perto do aparelho.
- É, ele mesmo.

  Em um gesto parecido com o de Darien, porém com muito mais urgência e menos elegância, joguei-me sobre o balcão quando vi o rosto do suposto homicida.

- Noboguchi Akio? – ouvi Darien murmurar para si mesmo perto de meu ouvido o nome escrito no inferior da tela.

  Meu corpo gelou. Osaka era longe o bastante de onde eu morava para eu nunca cruzar com aquele sujeito em minha vida, porém, ainda que com apenas uma imagem gravada dele em uma televisão, eu comecei a tremer, lembrando-me de seus olhos frios.

- Serena... Tudo bem? – ouvi a voz distante de Andrew perguntar, foi o que me fez perceber que eu estava chorando.

  Meu primeiro impulso foi o de gritar, mas apenas baixei a cabeça e prossegui com um choro menos contido.

- Serena. – Senti a mão quente de Andrew sobre minha cabeça. – Vamos ao quarto aqui do lado descansar. Acho que você é mais sensível que eu imaginava, né?

  O som da televisão sumiu.

  Um calor me envolveu, trazendo a familiar sensação de que diminuía a dor, como se estivesse flutuando enquanto envolta por um escudo de calor. Assim fui conduzida a uma pequena salinha com uma cama no meio, na qual já havia estado uma vez em que desmaiara de fome.

- Está tudo bem, Andrew, eu cuido dela. – A voz de Darien estava bem a meu lado, enquanto ouvi um “okay” distante com a voz de Andrew.

  Levantei os olhos ainda desfocados de chorar para perceber que Darien me sentara na cama e fechara a porta. Agora, ele se sentava em uma cadeira ao lado e cruzava as pernas.

- Darien?
- Está melhor? Realmente, só uma cabeça de vento para chorar por uma coisa dessas. É triste, mas não faz muita diferença, né? – Ele se levantou e o vi pôr água em um copo, que foi logo entregue a mim.
- Você não entenderia, - disse a verdade, sem forças para fingir estar brava como eu normalmente ficaria antes do sonho.
- Quer ouvir algo interessante?

  Assenti, ainda bebendo a água gelada.

- Esta noite sonhei com esse Noboguchi.
- Quê? – Meu coração pulou em ritmo estranho.
- Pois é. Eu ainda não tinha visto essa notícia, digo, acabou de acontecer esta manhã, né?

  Assenti mais uma vez, agora apertando com força o copo já vazio.

- Você não acredita, né? – Darien sorriu, levantando-se para tirar meu copo. – Quer mais?

  Balancei a cabeça, apesar de minha boca estar seca. Então, respondi:

- Eu acredito.

  Darien não escondeu a surpresa ao se sentar na cadeira.

- Bem, foi um sonho estranho. – Ele riu para depois juntar as mãos e cobrir a boca com os dedos enquanto descansava o queixo nos polegares.

  Assim ficou por um longo momento de silêncio no qual eu mesma não podia deixar de pensar se não poderia haver sido o mesmo que o meu. Havia chances, certo? Molly havia sonhado algo parecido ao menos. Só que ela não parecia lembrar os detalhes tão nitidamente. As meninas, se sonharam com algo, sequer lembravam, à exceção de Lita que apenas sonhara com o ex-namorado.

  Mais uma vez, ele se levantou e disse:

- Acho que já está melhor, né? – Virou-se para a porta, já com a mão na maçaneta. – Não posso ficar perdendo meu tempo com uma cabeça de vento.

  Inspirei o ar como se pudesse subtrair coragem dele.

- Vamos, corta essa, - disse, mas ele continuou na mesma posição de antes, apenas parado. – Se considerasse estar aqui perder tempo, teria deixado Andrew vir comigo.
- Era bem o que você queria, né? E ele tinha o salão, não podia ficar aqui.
- Claro que podia, era só você vigiar se havia clientes. E, bem, tocaria a campanhia sempre que alguém entrasse, dá pra ouvir daqui.

  Ainda de costas, Darien soltou um som de risada.

- E por que eu mentiria sobre estar ocupado? Você me viu com o livro.
- Porque um salão de jogos é o melhor lugar do mundo para estudar, né?
- Não é como se eu precisasse prestar tanta atenção e, enquanto isso, posso passar um tempo com o Andrew.
- Você também podia ter trazido o livro para cá. Sinceramente, Darien, você precisa ser mais sincero com o que pensa.

  Ele enfim se voltou em minha direção e se aproximou da cama no centro do pequeno quarto.

- Eu sonhei com uma ilha em que pessoas se matavam e no final eu morri bem nos seus braços. Acha que depois disso é fácil pensar no livro que tenho que ler para minha prova de amanhã? – Quando Darien terminou um resumo do meu sonho, ele suspirou. Justo quando achei que aquele silêncio indicava que era hora de eu falar alguma coisa, ele prosseguiu: - Sabe, não é só isso.

  Balbuciei um “não?”, mas ele não pareceu notar.

- Eu sonhei que enquanto eu morria havia mesmo um quilômetro de palavras que eu ainda não havia te dito e eu não conseguia ordenar tudo para te falar. A pior sensação não foi nem eu estar quase morrendo enquanto Noboguchi estava bem ali, afiando uma estaca, que eu havia feito, para te matar. E esta já havia sido ruim o bastante. A pior foi a asfixia que essas palavras me provocavam na garganta sem que eu as conseguisse expressar naqueles últimos momentos, deitado em seu colo. Você precisa de mais? Bem, nem agora eu ainda consigo dizer tudo. Não que adiante. Não estamos quase para morrer em uma ilha estranha para você prestar atenção. E Andrew está bem ali, do outro lado da porta.

  Eu sabia que meus olhos esbugalhados podiam ser interpretados mal; contudo, não conseguia qualquer outra reação. Nem minhas palavras queriam sair.

- Sinto muito, acho que ver o cara que quase te matou no meu sonho ainda vivo não me fez bem também, - disse-me, com uma mão na cabeça.
- Espera, - pedi, pois com certeza ele ia me deixar sozinha após dizer tudo aquilo.
- Eu acho que é melhor eu ir, cabeça de vento. Sua doença tá passando pra mim.
- Tem uma coisa que quero te perguntar faz tempos.
- A mim?
- Sim... É mais como uma promessa que você ainda não cumpriu.
- Eu te fiz alguma promessa?
- Algo assim. Há alguns dias. – Segurei com força a barra da minha saia do uniforme. – Você me disse que se sentia “egoísta a ponto de pensar que ainda bem que”. Ou algo assim. Mas nunca me disse o resto. Ainda bem que o quê? Você apenas prometeu me contar depois. Então, acho que é uma boa hora. – Sorri, mas não conseguia olhá-lo nos olhos. Este era um ponto do sonho que me havia intrigado apenas por algum tempo, a resposta para o que Darien me dissera ao me encontrar, justo após Ami morrer, evidenciara-se em seus gestos.

  Darien pareceu pensar por um tempo até seus olhos se expandirem e seu rosto ficar vermelho.

- Mas isso... – balbuciou antes de baixar a cabeça. – Isso estava no meu sonho. Você... Como? – Seu rosto havia ficado vermelho tanto pelo nervoso quanto pelo embaraço.
- Na verdade, isso estava no meu sonho, - expliquei.

  Isto não o acalmara. Invés, Darien apenas parecia mais incomodado.

- Então, você sabe de tudo, não é? Do que eu...

  Assenti, um alívio tomando meu peito ao ouvir seus sentimentos confirmados. Aquele pesadelo não fora apenas um sonho, então, pensava eu, enquanto me levantava da cama, em direção a Darien.

- Mas não se preocupe. – Ele virou o rosto para outro lado. – Eu não vou incomodá-la com nada disto. Também não dá mais para brincarmos de cão e gato, né? Mas... eu... ainda devo estar por aqui. Se você não se incomodar.

  Franzi minha testa e parei de pé em frente a ele. Àquela distância, eu ainda não podia beijá-lo a menos que ficasse na ponta dos dedos. Mas com tudo o que ouvia, não havia como fazê-lo.

- Mas Darien, do que está falando?
- Sobre... o que sinto. Não posso negar, mas não irei impor a você. É o que quero dizer. Desconsidere o sonho, por favor. Eu entendo que aquela foi uma situação... bem, aquilo sequer aconteceu.
- Bem... eu também estava lá, certo? – Era maldade minha pensar que aquela expressão desconcertada que ele me exibia era fofa? Entretanto, eu não aguentava mais manter todo aquele espaço entre nós dois. Implicar um com o outro havia se tornado um costume de outra vida para mim. Por isso, ergui-me com toda a força e pus meus lábios sobre os dele.

  Foi um beijo desajeitado. Não parecia meu primeiro, eu já conhecia aquele território bem o bastante para poder considerar aquele meu primeiro beijo, mas bem que podia ter sido, tão atrapalhada eu agi. Após o choque inicial, eu me desequilibrei e meu corpo caiu sobre o dele. Mas Darien me segurou tão firme como eu sabia que ele o faria e me beijou também.

  Ficamos juntos, abraçados por um longo momento. Era tal como se o sonho houvesse sido real e, a qualquer hora, algo nos pudesse acontecer. Ao mesmo tempo, eu sentia que tudo estaria bem, desde que permanecêssemos assim.

  Saímos do salão de jogos, tentando disfarçar nossa proximidade e caminhamos lado a lado pela rua, tomando um ar fresco.

- Aquela não é sua amiga?

  Olhei ao redor ao ouvir a pergunta de Darien, mas não vi ninguém que eu conhecesse.

- Onde? Que amiga?
- A do sonho, Yukie. E acho que a Lita também, mas ela tá de costas, não tenho certeza.

  O nome me fez entrar em choque, a sensação ainda em minhas mãos de quando lhe arranquei a espada que lhe mantinha viva. Voltei-me para onde Darien indicava e, do outro lado da rua, estava um casal conversando com uma menina alta que devia ser Lita mesmo. Enquanto eu não tinha certeza sobre esta, percebi assustada que os dois à frente se tratavam de Jun’ichi e Yukie e o sonho da Lita me voltou à mente, sobre um ex-namorado e a atual dele.

  E sorri.

- É ela mesmo. – Havia um alívio em meu coração ao vê-la não apenas bem, mas enfim com o garoto de quem tanto gostava.
- Não vai lá cumprimentar?
- Melhor não. Fica pra outro dia. – Preferi não explicar que nunca havia encontrado Yukie antes para não assustar Darien ainda mais após vermos sobre Noboguchi em Osaka.

  No fundo, comecei a imaginar se isso não teria sido algum plano do Negaversus que haja dado errado. Eu queria muito acreditar assim como Darien que tudo não passara de um pesadelo, um dos piores de minha vida, mas todas aquelas pessoas que eu nunca vira na vida e ainda as lembranças que pareciam presentes de uma forma ou de outra em todos não deixava que eu me enganasse. Não tinha como saber que plano fora aquele, ou até como eu o frustrara, o que era para me deixar com medo. Todavia, eu estava bem. Eu estava com aquele que sempre estaria ao meu lado, não importava o que fosse. Eu podia ser a pessoa mais medrosa e chorona do mundo que meu herói, Darien, iria sempre me salvar e me apoiar. Como eu poderia temer algo tão menor que nosso amor como o Negaversus? Uma coisa era certa: aquele pesadelo me fizera notar que eu era forte o bastante para vencer. E quando isto não bastasse, eu ainda tinha minhas amigas, eu ainda tinha o Darien.

  Parei de pensar no assunto, não valia a pena tentar compreender quando tudo sempre ficaria bem, desde que eu estivesse bem. Estendi minha mão e Darien entendeu meu sinal, segurando-a com firmeza, como se para confirmar. Seguimos caminhando pela rua.

FIM!

Anita, 08/04/2012

Notas da Autora:

Bem, aí está o final! Foi difícil fazer um final feliz pra essa história hein? Por mais que o sonho tivesse sido o plano desde o início (juro que tentei dar dicas, como as histórias de fundo não faziam sentido se você começasse a perguntar demais), quando você vê a coisa com tudo já escrito... é bem mais difícil do que parece. Isto é sempre, mas desta vez foi mais ainda. Tinha mutio mais conflito a se resolver do que eu imaginava. A Yukie mesmo que era simplesmente pra ser uma personagem desconhecida de todo mundo, pra todos se fazerem a mesma pergunta que a Serena, acabou tendo bastante participação. O Jun'ichi então nem se fala. Ele ganhou nome! E o Noboguchi igualmente. Ainda assim, foi uma turminha de que gostei até onde podia, claro.

Aliás, esse ataque do Noboguchi no final, eu me inspirei em um que de fato ocorreu em Osaka há alguns anos, por isso acabei pondo Osaka. Também pra deixar aquela coisa meio estranha de "por que sonhei com um cara que com certeza nunca encontrei?"

No final, como todos desconfiaram, foi mesmo um plano do Negaversus, mas que deu errado. Não encontrei espaço para maiores detalhes, achei melhor não mexer no formigueiro e me concentrar em construir o mundo do sonho simplesmente. Desculpas a quem estava esperando algo mais complexo, eu realmente sou autora de romances, não consigo sequer pensar em coisas assim, durante todo o tempo tudo com que me preocupava era como pôr os dois juntos mesmo depois que a sensação fosse de que nada realmente acontecera.

Mas tô falando demais, né? Melhor me despedir e falar do meu próximo projeto. Minha ideia inicial era emendar, mas como tô com uns probleminhas na fic que eu preciso acertar e venho emendando fic demais e, por fim, tô cheia de coisa pra estudar na vida real, achei melhor não. Mas a fic tá sendo feita! Ainda sem título ela é uma realidade alternativa quando a Serena já está na faculdade. Mas não é realmente um romance universitário. Bem, talvez seja um pouco, mas né? Eu acabei de sair da faculdade, essa é meu universo, rs. Mas acho que nenhuma cena se passa na faculdade. :x Ah não, tem umazinha, a Serena almoçando com a Mina no refeitório. Acho que é isso.

Ela vai seguir um pouco o estilo de Sem Voz, Peço por seu Calor e de Como Se Lavado de Meu Peito. Exceto que a Serena já tem namorado e ele não é o Darien. Sei, sei, não é óooo o que grande tema, mas é um tema que eu não costumo usar em fics, esse de estar com alguém e acabar gostando de outro. Outro tema que pretendo tentar explorar é o bullying no emprego, mas acho que isso já estava em Como se Lavado, né? Outra coisa que não venho feito muito é usar histórias paralelas. No máximo eu tento fazer uma, uma e meia dependendo, rs. Desta vez, acabei estruturando de forma que houvesse mais umas três ou quatro. Aí todas as inners: Ami, Rei, Lita e Mina vão ter participações além de serem apenas confidentes da Serena ou algo assim. Como são tantas histórias, elas não devem aparecer muuuito, mas aparecerão. Já que era AU, eu abri a fic logo com uma cena da Serena com a Mina :D Kurai Kiryu vai gostar, né? Ainda assim, o foco será a fase classic. Eu adicionei as starlights como personagens, mas apenas elas foram importadas, porque eu tava precisando de intercambistas. xD Quase que usei o Jedite, mas aí pus elas.

Err, chega de fazer notas de uma fic em outra. Já até perdi os leitores antes de pedir o principal: comentários! Deixem comentários por favor, tá? Tô esperando...E deixo agradecimentos a todos os que me apoiaram durante a publicação: Kurai Kiryu, Laarc, Izabela, Mariana, Nemui, fan serenaXdarien, loka anime, Mayara e Marcy Bolger. Foi muito importante para mim que o hajam feito, cada comentário realmente me impulsionou bastante nesta história. Espero vê-los novamente. Obrigada por tudo. (chorei agora aqui) Sério, esta não foi uma ideia que eu esperava ser realmente lida. Foi aquela coisa doida de tô lendo tanto um manga que já tô sonhando com ele (therefore!), por isso ver todos acompanhando no FFnet, no Olho Azul, no Twitter, no Facebook! Uma ideia tão doida, tão sem muito fundamento! Ainda mais com este final, mas isso ainda tenho que esperar pra ver se alguém sobreviveu a ele. Houve quem me alertasse muitos anos atrás quando fiz a primeira parte o quanto isso era furada, mas eu tive que fazer pé firme; era a minha ideia, poxa. Mesmo assim, espero vê-los novamente. Eu me esforçarei para merecer os comentários de vocês da próxima, tá?

E até lá!

2 comentários:

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