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[Sailor Moon] Despertar § 3 – A Calmaria, escrita por Anita

Capítulos: 1 2 3 4 5
Autor: Anita
Fandom: Sailor Moon Classic
Gênero: romance, aventura, drama, em capítulos
Status: completa
Resumo: Serena acorda para descobrir que está no meio de uma floresta, envolvida em um jogo de sobrevivência com um grupo de teatro de que ela sequer lembra a existência. Logo descobre que até suas amigas podem estar entre as vítimas. Ela precisa se juntar a Darien e escapar de lá o mais rápido possível. Fic publicada em celebração aos dez anos do Olho Azul.


Notas Iniciais:
Esta história se passa no meio da fase classic, em algum momento antes de se descobrir a identidade de Tuxedo Mask e foi inspirada em Battle Royale. Publicada em homenagem aos 10 anos do site Olho Azul, HTTP://olhoazul.50webs.com



Olho Azul 10 anos Apresenta:
Despertar


Capítulo 3 – A Calmaria

  Havíamos encontrado mais uma pessoa envenenada pelo caminho. Apesar de Darien haver sugerido que a enterrássemos, seu próprio braço estava sangrando muito para a sugestão passar daquilo. Continuamos a caminhar, à procura dos outros e também do rio. Precisávamos de água e o ferimento de Darien mais ainda.

-Tem certeza de que não está doendo? - perguntei pela enésima vez. Havíamos enfim encontrado a água, e Darien lavava seu braço. Apesar de sempre balançar a cabeça em resposta negativa, seu rosto se contorcia só em pensar em mais água ali.
- Acho melhor eu pegar aquelas frutas, comemos delas ontem, não foi?
-Sim...
-Já sei! Por que não toma banho enquanto eu as colho?
-Não. Noboguchi está por aí e também não posso prever o que mais vai aprontar. Sinceramente, você podia ter fugido, chutado, socado... Gritar!? Isso não é arma alguma!
-Mas ele era grande e feio...
-Mesmo assim!
-Darien... Continua sangrando.
-Vai parar. Digo, já faz umas duas horas que está assim; tem que parar!
-Você ainda vai ter sangue para si mesmo, né?
-Não seja tão boba. Está até fazendo bico. Eu é que deveria estar com a sua cara depois do que me aprontou. Eu quase enfartei quando aquele monstro foi pra cima de você. Nem acreditar que a idiota estava bem ali, eu pude. "Deve ser ilusão por causa da dor", era nisso que eu pensava quando você deu aquele grito.
-Ah! Viu! Está doendo. Eu sabia... - Corri até seu lado e peguei em seu braço. Parei, então, e me perguntei o que poderia ser feito.
-Vá colher suas frutas e pare de pensar no que não há solução. Estamos com o estômago vazio demais pra isso. Só não vá muito longe, eu odiaria que algo lhe acontecesse.
-É, aposto que Andrew cumpriria sua promessa e te puxaria o pé à noite pra vida toda!
-Muito além disso. Não teria comparação com o que seria te perder por um descuido meu, Serena.

  Parei com a mão em seu ombro e tentei compreender o que aquelas palavras significavam. Não tinha como não entender, mas não poderia ser o que passava pela minha cabeça, certo? Contudo, estávamos falando do Darien, por que ele iria querer dizer algo assim de mim? Era o calor! Devia estar afetando todo mundo, inclusive meu coração, que batia tanto enquanto eu me afundava em seus olhos azuis que não paravam de me encarar. Muito calor, certamente.

-Acho que vou derreter... - comentei, como que para disfarçar o rubro de minha bochecha, - Não aguento mais este lugar.
-Melhor assim do que com chuva. Podemos ouvir melhor os sons.
-Odeio isso! Quero ir pra minha casa e ficar mofando na frente do ventilador... Parecemos estar no meio de uma guerra.
-Não se preocupe; eu já disse que vou te proteger. - Pegou a minha mão e a apertou bem forte na sua, gelada da água do rio.
-E quem o fará por você? Darien, ele é um monstro!
-Não pense mais nessa história e vá colher frutas.

  Abaixei minha cabeça, fazendo cara de choro. De repente, estava me sentindo paparicada como uma criança e aquilo me incomodava. Mesmo assim, decidi não resistir e fui buscar o que comer ali perto. Ao me afastar, olhei para trás e percebi que Darien fabricava armas parecidas com as de Noboguchi. Sacudi a cabeça e gritei em meu coração para acordar logo daquele sonho.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Ao final do dia, Darien conseguiu acender a fogueira da forma que Yukie havia tentado antes. Ri um pouco ao me lembrar daquela menina que eu mal conhecia e que ficara comigo mesmo quando o tal homem que nos pusera neste terrível lugar tentara me deixar para- bem, para o que fosse que me aconteceria.

-Feliz? - o rapaz perguntou, sentando-se a meu lado.
-Estava pensando na Yukie e nos outros.
-Amanhã vamos procurá-los. Se Noboguchi estava atacando Andrew, quer dizer que escaparam. Quanto aos demais... Quem nos resta?
-Molly, Rei... E mais alguns.
-Mais dois, Kouji e outro de que não me lembro, na verdade desses só me lembro dessas amigas suas.
-Eu também. De qualquer forma, é isso. Não parece que estamos chegando ao final de algo horrível?
-Não, se formos escrever, estamos no meio. - Pegou uma pedra próxima e começou a riscar a terra. - Temos nós dois e os outros três. Também há Noboguchi. Nisso há seis pessoas. E aí restam mais esses quatro, contudo, um dos homens já morreu; o que nos deixa com quase metade: nove.

  Tremi, notando que não estávamos no fim e mal entráramos no começo. Alguém mais teria pensado como Noboguchi? Em que ele próprio estava pensando? Olhei para Darien, quem observava o fogo, como que tentando ler alguma instrução do que fazer em seguida. Em vez de aquela cena ter aumentado meu desespero, de certa forma, trouxe-me alento: ele era tão humano quanto eu, alguém em quem eu poderia confiar e que me entenderia. Não ficaria abandonada naquele pesadelo.

-O que foi? - Seus olhos se voltaram do fogo e ficaram interrogando os meus.
-Estou feliz por estar contigo e não com alguém que poderia ser outro Noboguchi.
-Ah...
-Sem jeito por quê? – Ri de sua reação, quase fofa.
-Essa confiança em mim... Digo, qualquer um pode pirar que nem aquele. Eu acho que o raciocínio é: todos vão morrer, menos um; se eu for o causador da morte, pelo menos garantirei minha sobrevivência. Se é que há algum tipo de raciocínio por trás dos assassinatos.
-É.
-Não te assusta que isso também passe pela minha cabeça? Eu não havia te dito isso por medo de que fugiria de mim...
-Darien, seu método de raciocínio era para ser muito mais frio que esse. Se bobear, você deve estar esperando o Noboguchi matar todo mundo e se suicidar de culpa.
-Agora, você me horrorizou. Pensa tão assim de minha pessoa?
-"Horrorizei"? Até sua escolha de palavras é falsa, senhor Chiba.
-Não consegui pensar em qualquer outra com igual intensidade que descrevesse meu sentimento apropriadamente.
-Ai, desisto, me perdi em "intensidade"... Estamos no meio da floresta, aqui "mim Jane" já está muito bom.
-Mas o papel de Tarzan é meu, - declarou rindo. Pareceu haver se arrependido da brincadeira, mas eu não entendi por quê. Não devia estar acostumado a se descontrair tanto, devia ser isso. Não poderia nunca ser algo como o que eu pensara horas antes; Darien não insinuaria um "e eu sou a Jane", né? Optei por não perguntar nada e deixar passar. A piada havia sido boa e pronto.
-Estou com sede... - comentei, mudando de assunto. - Vou beber do rio e já volto.
-Por favor, não demore.
-Pare de se preocupar tanto. Com meu supergrito, nenhum Noboguchi ousará se aproximar, ho ho ho!
-Certo...

  Levantei-me e segui pelo caminho escuro. Estávamos do lado da margem, mas meu medo daquela escuridão fez parecer uma eternidade. A água refrescou minha garganta; os pensamentos sobre Darien me tomaram muito mais energia do que supunha. Não podia me esquecer de que toda aquela delicadeza comigo tinha a ver com a promessa que fizera a Andrew, e também porque eu era uma garota e ainda bem mais nova; qualquer um se apiedaria, certo? No fim, ele só me via como a uma criança; talvez até estivesse me achando bastante corajosa depois de tudo o que houvera.

  Entrei no rio bem devagar, até que a água batesse em meus joelhos. Comecei a me jogar água pelas partes descobertas do corpo e também no rosto. A noite estava um tanto fria, todavia, mesmo aquela água me ajudava a espairecer. Uma dormência começou a me tomar conta; todo o cansaço daqueles dias me envolveram enquanto eu pedia que a água levasse aquela sujeira de mim. Ver Ami e Andrew mortos fora demais. Imaginar que não mais os encontraria sorrindo em minha direção era doloroso.

-Serena? - Darien me gritava. Disse-lhe que ia beber água e me estava banhando... Acabara por preocupá-lo à toa.
-Estou aqui... - respondi, mas sua forma já surgira entre as árvores, iluminada pela lua.
-Ah, desculpa! - Ameaçou voltar, mas pedi que ficasse. Sua companhia me fazia esquecer aquelas imagens horríveis, ou quando não o lograva, pelo menos atenuava a dor que me provocavam. - Está com medo? – perguntou-me, sentando-se na beira do rio.
-Um pouco. Mas devo já estar anestesiada demais para sentir isso.
-Sabe, eu estava pensando: se andarmos o mais reto que pudermos e encontrarmos o mar, podemos arriscar a sorte, né?
-Mas eles não teriam nenhum tipo de prevenção? No manga que li-
-O cara disse que sim, mas seria bom pelo menos encontrar o mar, né?
-Tem razão.
-Vamos ficar a vida toda aqui, Serena, um dia eles vão desistir de nos "criar" como formigas e aí a gente arrisca.
-Está pensando em matéria de anos!?
-Encarando tudo; sim.
-Minha barriga ronca só em pensar em mais um dia com essas frutinhas vermelhas!
-Bem, pescaremos, caçaremos...
-Ainda assim!
-Ou vamos morrer. Essas são as opções, e eu garanto que quem escolhe a sua sou eu.

  Reconheci a inutilidade do que tentava argumentar e suspirei. Um vento frio soprava fazia um tempo, mas só naquele momento eu o senti. Minha pele se arrepiou toda, enquanto a minha saia dançou na mesma direção com a água do rio.

-Está com frio?-perguntou-me; sua voz parecia estável e segura de si.
-Bastante, não foi uma boa ideia eu me lavar a esta hora.
-É, vai acabar pegando um resfriado. - Estendeu-me a mão para me ajudar na saída.

  Fiquei com um pouco de vergonha, por pensar em como aquela cena era romântica, mas ainda assim aceitei. Desejei um pouco tropeçar justo ali e cair livre em seus braços quentes. Ao mesmo tempo, implorei aos meus membros que não o fizessem: não era hora para esses pensamentos, e eu não precisava de mais combustível para um clima estranho com ele.

-Pensei que iria dar um tropeção... - comentou, enquanto eu ajeitava a parte molhada de minha pobre saia.
-Tomei cuidado: já pensou se me molho toda com esse frio!? - menti, tentando dar tapas na minha cabeça por pensamentos errados.
-Eu te seguraria.
-Rá! Aposto que eu é que te traria junto n'água.
-Acho que eu riria se eu não estivesse falando tão sério...

  Virei meu olhar para ele, espantada, tentando ler sua expressão naquele escuro. Por mais que eu me esforçasse, era impossível; contudo, ele de fato não parecia brincar.

-Tenho tentado te dizer algo assim faz tempo. Quanto mais o tempo passa e as desgraças aumentam, mais eu sinto que devo fazê-lo naquele momento. Vai que acordaremos amanhã com uma daquelas armas atravessando nosso pescoço!? - Suas mãos me puxaram pelos ombros e eu me sentia tão surpresa com aquilo que, sem forças, fui cair livre em seus braços, ainda mais quentes que eu imaginara antes. Certo, lá se iam meus esforços em deter minha imaginação fértil. - Eu odiaria morrer sem nunca ter sabido como são seus lábios... - Seus dedos direitos subiram até minha boca e começaram a contorná-la, sem tocar em minha pele.

  Aquilo me deixava ansiosa. Eu sentia o calor fugindo ao longe e esperava por sua aproximação, mas nunca me tocava. O que estava acontecendo? Por que ele estava me fazendo aquilo? Ficara doido ou era de verdade?

-Não vai dizer nada? - continuou. - Fuja do assunto, pule, grite, diga pelo menos não... Seus olhos me encarando dessa forma estão ilegíveis. Não sei nem se está com medo.

  Os dele brilhavam muito, pareciam até iluminar mais a noite... Ao contrário do que me dizia dos meus, eles me diziam tanto. Porém, como eu poderia saber se eu interpretava certo? Aquele brilho queria realmente dizer que não passava de uma brincadeira de mal gosto?

-Se não reclamar, eu vou te beijar, Serena; porque está tão perto...! Sabe, é agora ou nunca. Não sei se passarei de amanhã.

  Não consegui abrir a boca, porque seus dedos ainda estavam ali, e tudo em que pensava era que se eu fizesse qualquer forcinha poderia tocá-los. Respirei fundo e me disse que ainda poderia dizer que fora um acidente. Quando estava pronta para, pelo menos, tocar sua mão com minha boca, fora algo diferente que eu sentira.

  Era macio e quente... Encaixava-se perfeitamente ali, como se fosse parte. A sensação estava causando explosões de calor no meu peito e me tirava ainda mais a força das pernas. Fechei meus olhos e me entreguei àquele escudo que me protegeria de tudo. Mesmo quando seus fios de cabelo tocavam minha testa, causava alguma reação extremada de tão sensível que eu ficava durante aquele beijo.

  Por fim, ele separou seus lábios, deixando-me uma sensação de estar satisfeita e, ao mesmo tempo, de querer mais. Acima disso, de achar que não aguentaria mais nada, que nada melhor poderia existir em qualquer mundo.

-Está com medo? - perguntou-me, estendendo um dedo até tocar minha bochecha, - Eu- eu sinto muito! Por te fazer chorar, sinto muito!
-Não, Darien, não é o que está pensando, - falei com o pouco de voz que me restava. - De jeito nenhum eu poderia me sentir mal perto de você...-expliquei, mas em seguida senti-me ficar muito quente por tudo aquilo. Mesmo escuro, tive medo que aquele rapaz pudesse ver minha expressão e soubesse como eu me sentia; aquilo me parecia tão íntimo que eu mesmo não suportaria a vergonha de ver meu reflexo. Pus as mãos no meu rosto e, sem mais pensar, fugi. Pelo menos, naquela noite, eu não suportaria nada além; já havia atingido o paraíso máximo e aquelas emoções ainda pareciam transpirar por meus poros.

  Dormi abraçada no cheiro bom que Darien me deixara ao me tomar em seus braços.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Acordamos ainda abraçados. Eu ao menos acordei exatamente por estar sentindo muito calor, apesar de minha roupa já estar bastante rasgada para permitir que o ar circulasse melhor por meu corpo. Darien estava bem ali, com os olhos azuis enormes em cima de mim. Meu rosto queimou instantaneamente e senti o impulso de me afastar. Contudo, aquela posição, um abraçado ao outro, não fora acidental. Realmente dormimos assim.

- Bom dia. – Ele sorriu, ajeitando meu cabelo.
- Bom... dia. – Era difícil até dizer um cumprimento tão pronto quanto aquele. Eu já havia me lembrado do que estava fazendo ali, ou ao menos lembrado o que já sabia no dia anterior. Continuava sem fazer ideia de que grupo de teatro era aquele.

  Levantamo-nos sem pressa, e Darien me beijou levemente os lábios.

- Vamos seguir em frente, - disse, abraçando-me por um momento, antes de apertar minha mão e começar a andar.

  Nove pessoas. Era o que me passava à mente. Yukie, Jun’ichi, Lita, Noboguchi, Rei, Molly, um homem desconhecido, Darien e eu. Terminei a chamada percebendo que nada garantia que aquelas nove ainda estavam vivos. E, ao pensar assim, Darien jogou seu corpo para a minha frente como se fosse um escudo.

  Joguei-me para o lado no mesmo momento para ver melhor o que lhe causara essa reação. Era uma poça de sangue.

- Não tem ninguém, - disse, aliviada.

  Darien, em seguida, apontou para algo mais à frente. Um tronco de árvore, manchado com mais sangue.

- Isto não parece ser antigo. – Darien tocou no local. – Deve ser de hoje. Acho que o caminho é único... A mata é bem densa para qualquer outro. – Observou a floresta que as afastava do rio que vínhamos seguindo.
- Vamos procurar essa pessoa, né?
- Eu não sei, Serena.
- Mas, Darien! Você disse que procuraríamos Lita e os outros.
- Eu prometi? – Sua expressão era ausente, eu não conseguia entender sua intenção com a pergunta.

  Nem lembrava o bastante para responder.

- Sim, - menti.

  Darien baixou a cabeça.

- Está bem, vamos seguir esta pista. Quem seja está bastante fraco. – Ele voltou a segurar minha mão, com bastante mais força.

  Não demorou muito até descobrirmos a provável fonte daquele sangue. Darien parou inerte, sem nem mesmo me escorar como fizera antes. Dei alguns passos à frente, como se para ter certeza do já inegável. Caídos ao chão, talvez abraçados tal como Darien e eu dormíramos e acordáramos tão felizes, o casal dormia com uma expressão pacífica. Para sempre.

  Uma ânsia de vômito me tomou e eu pulei sobre o corpo pálido de Molly, ainda um pouco quente. Suas mãos e os braços também estavam vermelhos de sangue. A roupa também estava bastante suja na saia do uniforme.

- Ele matou outra amiga minha, Darien... – disse com lágrimas me cegando.
- Acho que não.
- Mas... É a Molly, não é?
- Quero dizer... Ele não a matou.
- Ela está viva? – Senti como se meu coração houvesse parado.

  Darien me olhou surpreso. Então, virou o rosto para longe.

- Sinto muito, não foi isso que eu... – Suspirou e se ajoelhou até o casal. – Veja este pedaço de madeira que a atingiu. Esta posição... E mais. Perceba o rapaz. É um ferimento muito similar. E deve ter sido profundo para o tanto de sangue que vimos pelo caminho. Acho que ele foi atingido pela arma. Quando Molly o viu morto, retirou e...
- Como pode dizer algo assim!? – berrei. Então, senti minhas pernas perderem a força e a visão escurecer. Odiava a percepção de que estava com fome em um momento como aquele.
- Sinto muito, Serena. – Darien, ainda agachado, pôs a cabeça nos braços por um momento.  

  Percebendo que eu provocara aquele desespero, abracei-o com muita força.

- Vamos logo. Vamos voltar ao rio, - disse, beijando sua cabeça até que ele voltou os olhos para mim.

  Isto não durou muito, logo Darien levantou-se em um repente.

- Há mais sangue adiante. – Apontou para várias gotas respingadas sobre as folhas no caminho.

  Eu não queria seguir para descobrir quem mais seria, mas ele já andava naquela direção, seguindo a promessa que eu lhe mentira haver sido feita. Agarrei em seu braço, como se o próximo corpo pudesse ser o dele.

  Não era.

  Jun’ichi estava caído pálido poucos minutos além de onde encontráramos Molly e o homem que eu não conhecia. Diferente de minha amiga, porém, o rapaz de quem Yukie gostava tremeu.

- Jun’ichi! – gritou Darien, ajoelhando-se a seu lado.
- Ele ...eve aqui. – Jun’ichi estava com os olhos desfocados e ficou olhando ao redor por um tempo até levantar a mão. Darien ia pegá-la quando o outro recusou com movimento brusco. Ele estava apontando. – Vão...

  Olhei para Darien, que parecia me consultar. Mordi meu lábio inferior e fechei por um instante meus olhos com bastante força. Voltei-me para a direção que Jun’ichi apontara e comecei a andar sem olhar aquele corpo ainda vivo pela última vez.

- Yu...ie – Ouvi-o dizer para Darien, enquanto eu segurava as lágrimas. O resto saiu em um suspiro. Não devia ser o último de Jun’ichi, mas eu não conseguiria ouvir mais nada.

  Darien logo me seguira, sem comentar se entendera a última mensagem.

Continuará...

Anita

Notas da Autora:

Conforme mencionei, a partir deste capítulo começa o conteúdo realmente novo desta fic, escrito em 2012. Até então estávamos com algo que eu aaaaacho que escrevi em 2007, mas nem tenho certeza. Mas não importa quando foi feito, né? E sim que continue caminhando. E continuará, não se preocupem. Eu garanto que esta fic será terminada e será terminada logo, por isso não percam a chance de publicar enquanto não termina, rs.

Muitos agradecimentos a todos que estão lendo, principalmente pra Nemui, Kurai, Mariana, Izabela e Laarc. Não sabem como fico feliz em receber cada comentário! Sei que começou bastante fora do gênero que prometi que seria, mas aí está, o romance por que eu tanto vinha trabalhando. Vale a pena adiar, tudo fica mais gostoso. É por isso gostamos tanto de uma sobremesa, né?? Às vezes, é o prato principal, na minha opinião, rs.

Agora a história saiu do meio e entraremos na reta final. O próximo capítulo vai pegar! Sério, ele tá tãaaaaaao cheio de detalhe pra escrever! Vocês já viram pelas baixas na cena final que o início e o meio deste terceiro capítulo foi é o momento de calmaria pro casal, né? Acabou, calmaria só no fim, isso se alguém ainda estiver vivo, ho ho ho. Tá, não sou tão malvada, trabalharei duro para que tudo fique bem, Só não posso dizer que farei o mesmo com relação a ser fácil pra eles. A sobremesa só vem ao final!

Muito obrigada novamente a todos e espero vê-los no próximo capítulo. :D

4 comentários:

  1. "Eu odiaria morrer sem nunca ter sabido como são seus lábios..."
    Mamo-chan é o único que pode dizer coisas bregas assim e me fazer continuar amando-o como sempre KKKK /FATO
    Adorei as cenas românticas entre os dois, tão cuti cuti >.<
    E essa fic continua matando mais gente do que epidemia de dengue aqui no Rio rs
    Havia me esquecido que essa fic era pra ser lida qui no Olho Azul, burra, não? Mas abafa, estarei aqui da próxima vez.
    Tomara que eles achem a Mako-chan, com a Ami-chan e a Naru não me importo muito, mas don't you die on me *violet* Mako-chan!
    Como de costume, ansiosa por mais!
    Kisses <3

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    Respostas
    1. Acho que o Darien tava meio breguinha demais nesse capítulo, isso sim xD Mas acho que se tivesse escrito isso ontem ele falaria essas coisas assim mesmo então né fazer o quê xD

      Muito obrigada pelo comentário aqui também T_T E realmente não precisa acompanhar por aqui! xD Aqui é quase para arquivamento que pra qq outra coisa apesar de eu sempre tentar publicar aqui de maneira inédita, por isso até este momento ainda há cenas neste capítulo que não estão no ffnet e só entrarão na sexta-feira.

      E éeee... a matança continuou aqui também XD E não posso prometer que mais gente não vá dar tchau no próximo capítulo... Prepare-se :( Mas prometo sim que o final que tenho previsto aqui é de que vai ficar tudo bem! Até onde possa ficar, claro :D

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  2. Oiii Anita Você é demais... Adoro suas fics das Sailor Moon nunca pare de escrever... Não vejo a hora da próxima Fic. Ate Mais!!!

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    Respostas
    1. Muito pbrigada pelo comentário e pode deixar que não pretendo parar de escrever não :D E agradeço a visita ao Olho Azul, o site tá numa pausa imprevista, mas devo retomá-lo em agosto! (Quando pretendo conseguir lançar minha nova fic longa de Sailor Moon!!!)

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