Autor: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Comédia, Lemon, Romance, Universo Alternativo, Yaoi
Status: Completa
Classificação: 18 anos
Resumo: Sasuke Uchiha, por ser filho de um investigador de casos especiais da polícia, nunca parou em nenhum colégio por muito tempo, contudo, era a primeira vez que ele estava em uma instituição só para meninos. E é nesse novo ambiente que ele irá se deparar com algo totalmente inesperado: uma paixão avassaladora pelo popular e mimado filho do diretor. Será que Sasuke conseguirá fazer com que Naruto, que se aproveita da sua beleza e status para se divertir conquistando e pisando nos sentimentos alheios, se apaixone por ele? Ou melhor: fazer com que ele mude? [Fanfic terminada. Seis capítulos. Yaoi. Lemon. +18. OOC. Comédia romântica. Presente pra minha filhota Ghaby-hina-chan]
Dad’s Baby Boy
Capítulo 4 – O Contador de história
Revisado por Blanxe
As minhas bochechas foram apertadas, meus cabelos foram bagunçados e ganhei até dois prendedores para as minhas longas franjas... Aonde diabos o Itachi havia arrumado prendedores coloridos em formato de borboletas?
– Eu sempre quis ter uma imoto... – ele declarou, de repente, sentando-se na minha cama com o notebook aberto em páginas de roupas femininas. Será que eu precisava responder que eu havia notado? - Eu acho que o violeta vai pegar bem em você, não acha, Sasuke? Vestidos de noivas brancos já são algo ultrapassado...
Eu não acreditava no que estava ouvindo. Será que meu irmão tinha noção do quanto estava sendo nonsense? Eu nunca pensei que ele ficaria tão feliz por eu - seu único e querido irmão caçula -, ter se revelado homossexual. Será que eu deveria ficar animado com o esse aparente “apoio” dele? Ou desconfiado?
– O que você acha desse, Sasu? – perguntou, virando a tela do notebook pra mim.
– Itachi, eu não sou um travesti! – acabei explodindo. Afinal, vestido cheio de rosas roxas? Além de tudo é brega! - Eu sou gay, tá legal?! Gay! Eu não sou uma garota para usar vestido! E pra sua informação, eu sou o ativo da relação.
– E qual é a diferença? – ele perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.
Agora eu fiquei encabulado. Como eu iria explicar para um “não gay” que o ativo é o que enfi... digo, fica por cima?
– Onii-san, você quer mesmo saber?
– Espera. – ele pediu, fazendo uma pose pensativa. – Esta me dizendo que a “moça” é o garoto que você está afim?
Ufa! Ainda bem que ele não é ingênuo.
– Bingo, onii-sama!
– Não pode! – ele exasperou-se, dando um pulo da cama e vindo na minha direção. Então, apertou meu queixo e o virou de um lado e do outro, analisando meu rosto, então, reafirmou: - Não tem como, Sasuke! Olha esse rostinho de boneca que você tem. E esse cabelo com franjas longas caídas na testa? E essas sobrancelhas e unhas bem feitas? – ele soltou do meu queixo. – Você tem que ser o não-ativo.
Mamãe, você me perdoa seu eu matar seu filho mais velho agora?
– Ué?! Eu só acho falta de higiene andar com as unhas quebradas e cumpridas, oras!
– Por isso que digo, essa coisa de ser metrossexual é o mesmo que ser meio-homossexual...
Suspirei pesadamente, largando os ombros, enquanto sentia a veia na minha fronte latejar.
– Itachi, deixa eu arrumar as minhas coisas em paz, por favor? – eu decidi apelar para o lado compreensivo dele. Era certo: eu já não estava mais feliz com aquele apoio.
– Mas, otouto... Você? Comendo um cara? – Ao fazer esse questionamento, ele colocou a mão no queixo e ficou me analisando mais uma vez, agora de cima embaixo. Eu devo ter sido alguém muito ruim na vida passada para merecer passar por tudo isso. - Não, Sasuke. Não dá pra imaginar...
– É melhor não imaginar mesmo! – esbravejei, cansado daquelas insinuações. Como assim eu não pareço ser seme? E ele? O Itachi tem a mesma feição que eu! Só é um pouco mais velho. E pior: ele tem cabelos cumpridos e eu não!
– Esse cara o qual você está afim, é mais feminino que você?
– Eu não sou feminino, Itachi! E o Naruto muito menos! Ele é... O Naruto é... Ele é muito... Muito...
“Sexy” era a palavra que eu queria dizer, mas diante daquele olhar furtivo do Itachi sobre mim, larguei mão. Com certeza viria outro comentário sórdido depois de eu confessar algo do tipo. Voltei a vasculhar o armário e retirar as minhas coisas.
– Você está mesmo a fim desse garoto, não é?
– Estou. – afirmei categoricamente, tentando fazê-lo compreender que não estava mais querendo conversa.
– Mas, pelo que estou notando, você não tem certeza que ele sente o mesmo?
– Hm...
– Então, porque está indo morar com ele?
– Ah, nii-san! Eu já lhe disse caramba! Estou indo porque não tenho opção. O papai me expulsou de casa. Me expulsou! Eu não tenho pra onde ir. O diretor ofereceu a casa dele para passar um tempo até o senhor Fugaku esfriar os nervos. Mas o pai dele é muito estranho... Tenho certeza que ele me odeia. Tenta convencer o velho a me deixar ficar?
– Pra quê? Isso aqui será uma paz sem você.
– Eu também te amo, Itachi-nii-san. – afirmei sarcástico, claro.
Mas de repente, aconteceu algo muito, mais muito estranho mesmo. Meu irmão se aproximou de mim novamente, com um semblante muito sério, retirou o cabide que eu estava segurando na mão e o jogou na cama. Então, foi se aproximando de mim até me prensar contra a porta do guarda-roupa. Tá, eu estremeci. O que significava aquilo?
– Sasuke... Eu acho que o papai fez certo sabe por quê? – só meneei a cabeça negativamente e ele concluiu: - Um gay bonito como você é a mesma coisa que uma garota atraente. Você, lindo do jeito que é, será um verdadeiro tormento para mim nessa casa... É sério... Vai morar com seu sogro e com seu amado, é melhor. – ele disse isso em um tom sussurrado, retirando a língua para fora da boca e correndo a ponta dela pelo meu rosto – Eu te amo...
Um arrepio de pavor percorreu os meus braços e quando eu senti o joelho dele roçando o meio da minha perna, e a boca dele se aproximando da minha... Mandei parar tudo! Espalmei minhas mãos no peito dele e tentei afastá-lo.
– Que merda você tá fazendo, Itachi?!
– Me despedindo com um beijo?
– Quê?! – gritei e o empurrei com força.
Catei a mala que estava fechada, e a outra que estava aberta de qualquer jeito. Enquanto saía do quarto às pressas, partes das minhas coisas iam ficando pelo caminho. Que se dane! Incesto? Nem morto! Não beijo o Itachi nem amarrado, o desgraçado tem hálito de cebola...
– Espere, Sasuke! Vamos nos despedir.
– Fique longe de mim, onii-san! Ou eu vou contar tudo pro papai!
Isso funcionava quando éramos crianças.
O diretor que estava esperando encostado no carro, ao me ver andando apressado e sobrecarregado, veio ao meu encontro, pegando uma das malas e colocando-as dentro do porta-malas do carro.
– O que houve? Vocês brigaram?
– Algo parecido. Vamos rápido, por favor, senhor! – eu pedi já entrando do lado do passageiro e travando a porta. Poderia falar que o Itachi não tomou o remédio dele hoje, e não estava muito certo da cabeça...
– Suas cuecas ficaram no caminho, Sasuke!
Ha, ha! Não preciso delas!
– Vamos, senhor!
– Sasuke, espere! Não escolhemos a cor do seu vestido ainda!
O diretor entrou do lado do motorista e arrancou. Eu não sei se eu dava graças aos Céus por estar escapando do momento de surto do meu irmão, ou ficava ainda mais preocupado. Me encolhi ao perceber o semblante do diretor contraído; ele com certeza achava que eu vinha de uma família de doentes mentais.
Fiquei preocupado. Não sabia o que seria de mim daqui para frente. Nunca pensei que passaria por toda essa reviravolta na minha vida em tão pouco tempo. Morar na casa de estranhos? Suspirei, então ouvi o homem loiro ao meu lado soltar um suspiro também.
– Não fique tão tenso. Seu pai logo irá perceber a bobeira que está fazendo...
– Espero, senhor. Eu espero.
Quando eu cheguei à “humilde” residência do diretor, mais uma surpresa: notei de cara que aquilo não era uma casa e sim, um palácio! Fiquei impressionado. Existiam residências tão grandes assim no nosso país? Quando passamos pelo portão automático, o carro seguiu um percurso por um extenso corredor de árvores frondosas. Naquele terreno vi até um lago, e um pequeno heliporto.
Quanto um diretor de escola ganhava, afinal?
O veículo fez o contorno em um chafariz redondo, que tinham duas enormes estátuas ao centro. A primeira era do deus Netuno, um homem túnica e longa barba, com um tridente na mão do qual jorrava água através das três cerdas. Ao lado dele, a representante da fertilidade e da beleza, se a minha memória não me traía, era Vênus, sua nudez não mais exposta devido as longas madeixas. A bela mulher de curvas sinuosas estava em pé sobre uma concha como se ela fosse a jóia rara do recipiente.
O carro parou, e como se já soubesse da nossa chegada, um homem alto, muito magro, de rosto fino, nariz empinado e muito bem vestido com fraque e luva, veio ao encontro do veículo e abriu a porta.
– Seja bem vindo de volta, my lord. – o empregado falou para o patrão. Em seguida, abriu a minha porta.
– Obrigado, Alphonse. – o senhor Minato respondeu. - Leve as malas desse jovem para...
– Mina-chan!! – o grito repentino veio da porta que se escancarou. E aquela figura esquisita, vestida como se fosse um eremita e de longos cabelos brancos, veio ao nosso encontro. – Como ficaram as coisas? Estava tão preocupado! E quem é...
– Otou-chan, você não disse que estava de viagem marcada? – o diretor o interrompeu, parecendo realmente assustado.
– Depois da sua discussão com Naruto ontem, claro que resolvi ficar!
– Pai, eu disse...
– Não venha tentar se livrar do seu velho pai, Mina-chan! Eu também sou responsável pelo meu neto. Cadê o Naruto? E quem é esse garoto?
– Pai, eu não quero você se intrometendo mais na criação do meu filho. Nada me tira da cabeça que você o traumatizou nessas suas viagens idiotas! Aonde já se viu levar uma criança para um bordel?! Agora o garoto criou aversão de mulheres...
– Não seja ingrato, meu filho! Você e essa mania de sempre reverter as coisas ao seu favor. Você sabe muito bem que o levei para viajar enquanto você insistia em salvar seu casamento!
– Pai... não vamos falar essas coisas agora. – o loiro pediu, entre dentes cerrados. Deixando claro que não queria discutir problemas de família na frente de um intruso, no caso, eu.
– Vai ficar fugindo dessa conversa até quando, Mina-chan? – o homem mais velho ainda insistiu. - Meu neto só é assim porque é carente do amor dos pais egoístas que o colocaram no mundo! Se não fosse por mim, esse menino viveria sozinho! Não me culpe pelo que ele se tornou...
Finalmente, eu começava a entender algumas coisas... A expressão altiva do homem loiro se transformou de um adulto cheio da razão para um filho pequeno que levou bronca do pai por não cuidar direito do seu bichinho de estimação. Fiquei em silêncio; não iria me intrometer na discussão, na verdade queria ouvir mais.
O loiro, com o rosto um tanto avermelhado - provavelmente, por ter sua atenção chamada na frente de um estranho, que além de tudo era seu aluno - se voltou com uma voz menos imponente para o mordomo, que já retirava as minhas malas do carro, e pediu:
– Hospede-o na casa dos fundos junto com o meu pai, Alphonse.
– Sim, my lord.
– E, pai, conversaremos mais tarde e, em particular. – ele frisou o último termo, para em seguida, entrar novamente no carro e sair rapidamente.
– Ele acabou de lhe deixar na minha responsabilidade e se esqueceu até de nos apresentar... Ha, ha, ha, ha! Esse Mina-chan não tem jeito... – o homem coçou sua espessa cabeleira e gargalhou abertamente.
O que eu fiz? Engoli em seco. Aquele homem era alto e, apesar de aparentar ter uma idade avançada, tinha um físico saudável. O melhor era permanecer na minha.
– Tudo bem, acho que a culpa é minha também. – ele anunciou de repente, e logo acrescentou: - Eu deixei a minha ex-esposa, que Kami-sama a tenha, criar o Minato como um príncipe. Agora não posso exigir dele que seja um bom pai, se eu mesmo não fui. – ele esticou a mão na minha direção, apresentando-se: - Sou Jiraya, escritor, andarilho, pai daquele mal-educado e avô do loiro pelo qual está apaixonado... Você é Sasuke Uchiha, estou certo?
– Hai... – Eu fiquei impressionado dele me conhecer e, além de tudo, saber que eu estava apaixonado pelo Naruto.
– Você é exatamente como o Naruto me descreveu. Venha, vamos entrar! – ele me chamou, jogando os braços grandes sobre meus ombros e me fazendo andar. - Aguenta com as malas, Alph?
– É “Alphonse”, meu senhor. – o mordomo resmungou. - E mesmo que não aguentasse, eu faria o serviço sozinho, sou muito bem pago para isso.
– Ha, ha, ha, ha! Até os empregados são malcriados! Já disse pra relaxar um pouco, Alph!
– É “Alphonse”, meu senhor.
Não sei ao certo, mas eu gostei do Jiraya-san. Senti que através dele poderia conhecer Naruto de verdade. Ele era diferente, não parecia pertencer aquele lugar luxuoso.
Não entramos pela porta principal, fizemos o contorno pela lateral da residência e enquanto caminhávamos. Fomos mantendo um diálogo amistoso. O meu medo inicial do tamanho dele virou fumaça, estava até me sentindo a vontade.
– Você deve estar se perguntando o que um velho estranho como eu está fazendo no meio desta família, não é? – ele perguntou, ao entrarmos na casa que ficava nos fundos da mansão. Era pequena, mas não deixava de ser bonita e bem mobiliada.
Na verdade, aquela era a pergunta que estava presa na minha garganta, mas não questionei para não parecer grosseiro. Afinal, ele não combinava em nada com aquele lugar e também, não parecia parente dos loiros. Então, assenti em um resmungo.
– Hm...
– Então, sente-se, porque vou narrar a minha história meu jovem... E ela é bem longa. Ha, ha, ha...
Ele realmente narrou. Uma longa história. Eu vou resumir, para não ficar muito chato. O Senhor Jiraya disse que ele sempre gostou muito de viajar, para poder ter inspiração para escrever seus livros. Contudo, se encantou mais pela Europa onde morou um longo tempo. Principalmente pelas histórias mitológicas em Roma, na Grécia e nos castelos ingleses.
Em um belo dia ensolarado quando ele cavalgava em seu cavalo... Certo, ele é exagerado. Cavalo?! Tá, parecia que eu estava ouvindo a narração do conto do Dragão e a Princesa, enfim. Continuando, ele disse que na sua passagem pela Áustria, conheceu Elizabeth. Uma bela e jovem de longos cabelos loiros e olhos azuis, tais como um anjo. Os dois se apaixonaram perdidamente, viveram um romance de contos de fadas e desse romance gerou-se um fruto: Minato-san. O pai do meu príncipe.
Caramba a linhagem do Naruto parece nobre, exceto pelo avô estranho que ele tem. Então, prosseguindo... Os pais da menina, que eram ricos, obrigaram os dois a se casarem, mesmo não aceitando o marido da filha, que era pobre e não-nobre. Contudo, o senhor Jiraya não se adaptou a vida da nobreza, queria continuar suas explorações mundo a fora e após discutir com a esposa, saiu da mansão onde viviam e ganhou a estrada. De vez em quando, ele voltava para rever a mulher e o filho. Mas não ficava muito e logo voltava a viajar.
Porém, depois do aniversário de doze anos do pequeno, ficou por um longo período sem visitá-los, algo em torno de três anos, só retornou, quando recebeu a notícia de que Elizabeth sofria de uma doença terminal. Voltou às pressas para a Áustria, mesmo assim, não chegou a tempo de vê-la viva. O remorso o tomou e ele decidiu que a partir daquele momento, iria tomar conta do filho, mesmo contra a vontade dos avós. Mudou-se com ele para o Japão, e teve que atender algumas regalias do adolescente nobre que não queria morar nas casas do estilo do Japão.
Além da mansão ao estilo europeu-inglês que foi obrigado adquirir, teve que aguentar o fascínio do filho pelo colégio interno onde estudou. O menino decidiu – com dezesseis anos - que se tornaria dono do lugar. Foi o que aconteceu, após se graduar, com o dinheiro dos avós maternos, adquiriu a instituição a qual passou a administrar. Casou-se com uma colega de faculdade e teve o primeiro filho. Parecia tudo perfeito e o senhor Jiraya acreditou que era o momento de voltar para as suas viagens e a escrever.
Entretanto, quando voltou da primeira viagem, para o aniversário de seis anos do neto, percebeu que o casal estava em crise. Kushina, a esposa de Minato, fora escolhida a dedo: era uma jovem bela, mestiça, filha de pessoas bem sucedidas. Porém, ela alegava que Minato não a amava, que dava mais atenção ao filho do que ela. Assim, o velho Jiraya teve a grande ideia: deixá-los curtir um momento a sós, para acertar as coisas, por isso, levou Naruto para viajar consigo.
Quando retornaram, estava tudo na mais perfeita harmonia novamente. Então, ele pôde voltar a viajar sozinho. Mas, não demorava muito para o filho ligar falando para levar o neto para viajar de novo... Aquela rotina passou ficar cansativa. Naruto precisava estudar e o velho acabou ignorando os repetitivos pedidos do filho por algum tempo. Quando retornou ao Japão, depois de um longo tempo, descobriu que a mulher o havia abandonado...
Agora, a narração continua com ele.
– Nas minhas viagens eu tentei desvendar o mistério do Naruto e descobrir porque “ele” era o fator perturbador do casamento dos pais. Mas, notei que não havia nada de errado. Naruto era só um menino comum, brincava, passeava, era curioso. Nada de errado. Então, decidi ficar por um tempo morando com eles. Fui até a Kushina e tentei tirar algo dela, mas a mulher não queria conversa e disse algo que me deixou preocupado:
O Naruto faz birra porque ele queria usar minha maquiagem, colocar meus sapatos, minhas jóias, e se coubesse, até os meus vestidos e o Minato ao invés de dizer “não”. Dizia “Claro, filhinho. Você vai ficar tão bonitinho”... Que pai, HOMEM, acha isso “bonitinho”, senhor Jiraya? Nenhum daqueles dois é normal! Quero um tempo longe deles e do senhor também!
É, eu estava começando a ficar preocupado. Havia algo de muito errado ali. Olhei no relógio e percebi que o dia havia passado rápido. Naruto já deveria estar chegando da escola com o pai. Mas eu queria ouvir o restante da história.
– Então, o que o senhor fez quando a senhora Kushina lhe disso isso?
– Ficou claro pra mim que Naruto era gay. Só precisava conversar com o Minato sobre o assunto. Aí, veio a surpresa maior: quando fui mencionar o fato para ele, pronto, o homem se retraiu. Disse que não, de forma alguma, que o filho dele era homem. Sentiu-se ofendido. E pior, fechou-se para o assunto. Virou uma concha!
– Então?
– Então... Eu fui tirar as dúvidas com o Naruto. Ele era o “x” do problema. Mas, nem precisei pressioná-lo, o garoto, diferente do pai, se abriu feito um livro. Afirmou, sem medo algum, que era mesmo gay e que era fanático por sexo. Além de tudo, disse coisas que me deixaram de cabelo em pé.
– Como o quê?
– Ah, filho. São coisas que não devem ser dita por um terceiro. Vai soar ruim. Eu disse tudo que eu acho que deveria saber, se quiser mais, terá que descobrir sozinho ou com ele. Mas, me diga uma coisa: vocês vão se casar, não é? Diga que sim, pelo amor de Deus! O Naruto precisa de alguém para lhe por rédeas. E um casamento é a melhor coisa!
– Eu ainda não sei...
O velho se levantou. Pronto! Era o que me faltava. Mais um falando de casamento? Se eles soubessem que o Naruto não parece nem um pouco a fim de compromisso sério.
– Sei que é muita coisa no momento, Sasuke. – o senhor Jiraya falou. - Pelo que percebi você é sério. Será um bom homem para o meu neto. Eu sinto isso.
Eu deveria ficar feliz com aquilo?
– Vou preparar algo para comermos. Se quiser tomar um banho, sinta-se a vontade.
– Hai. Obrigado, senhor.
– Não me chame assim... Pode me chamar de vovô Jiraya.
– É como o Naruto lhe chama?
– Nada, aquele garoto abusado me chama de “velho pervertido”. Só porque gosto de andar nos bordeis da vida, ha, ha, ha, ha! – ele saiu gargalhando para a cozinha.
Segui para o quarto de hospede e entrei no banheiro. Tomei um banho na água temperada, nem fria, nem quente, lavei a cabeça, precisava me aliviar. Eu até queria analisar com cuidado tudo que foi me dito, mas minha cabeça ficou em branco. Saí do quarto com a toalha nos ombros, sentei com a perna dobrada no sofá e fiquei admirando a sala bem arrumada. Só uma escrivaninha no canto estava mais bagunçada, com vários livros abertos. Havia fotos nas paredes e na estante, era o senhor Jiraya em vários lugares diferentes. Em algumas delas, tinha ele e o Naruto.
De repente, ouvi um barulho de interfone na cozinha, o velho atendeu.
– Sim, querido. Está aqui, sim. Só um pouco. – aquela fala fez meu estômago gelar. Pelo jeito, era o loiro, e ele queria falar comigo. – Sasuke, é o Naruto. Quer falar com você.
Na mosca!
Agora era manter a calma, não? Mesmo depois de ouvir tanta informação e estar com a cabeça latejando, o frio no meu estômago se condensou, era quase uma pedra de gelo. Respirei fundo. Levantei com as pernas formigando e fui até o local, peguei o fone que o senhor Jiraya me estendia e direcionei com cuidado no ouvido. Do outro lado, ouvi uma respiração pesada.
– Alô?
– Adivinha onde estou com as mãos?
Ah, merda! Aquele garoto era louco ou o quê? Era só ouvir a voz dele que meu coração, meu corpo e minha mente perdiam a sanidade...
Não consegui responder.
– Hein... Ahh... – Ele gemeu, era certo que estava se estimulando. - Meu avô está do seu lado, não é? Você ficou excitado com a minha pergunta e a minha voz e não sabe como responder, certo? Então, só responda: “sim” ou “não”... Ok?
Eu engoli seco.
– Sim...
– Ahhh... – ele gemeu de novo e mais alto. Ah, céus! O velho vai ouvir. – Preciso de você aqui para me ajudar... Você gostaria de estar com as mãos no lugar das minhas agora?
E como eu queria! Comecei a suar frio, sentindo o tremor da excitação me abalar. Será que o senhor Jiraya não poderia se retirar por um momento? Aquele olhar curioso dele sobre mim estava me deixando pouco à vontade! Além do que, eu estava de calça pijama, droga! Ele iria perceber a alteração no meu membro a qualquer momento. Virei de lado, tentando sair da visão dele e respondi:
– Sim...
– Hmmm... – ele gemeu novamente e fez um chiado com os lábios. – Então vem aqui... O papai saiu, ele tem um jantar de negócios. Estou no piso superior, no quinto quarto do lado esquerdo, não precisa bater é só entrar... Estou te esperando...
– Hai...
– Só mais uma coisa, Sasuke...
Ai, Deus! Meu nome dito por ele é tão sensual!
– Hã?
– Vem logo, ou eu vou gozar antes de você colocar essa coisa grande, que deve estar endurecida e pingando, dentro de mim...
Ai, ai, ai! Céus, como eu aguento isso? Ouvi ele gargalhar maliciosamente do outro lado da linha e desligar. Demônio!
Atrapalhado, tentei colocar o telefone no suporte da parede, mas acabei deixando o objeto cair e ficar pendurado pelo fio.
– E então o que ele disse?! - o velho me contornou para ficar de frente comigo e eu virei para o outro lado, enquanto puxava o fio para repor o fone no lugar certo.
– Na- nada... disse que quer... que quer... falar comigo. – respondi gaguejante, recolocando o objeto na parede.
– Ótimo! Dois noivos devem se... – ele me contornou de novo, virando para o meu lado e mais uma vez, eu girei para o lado oposto.
– Deus do céu, garoto! – o ouvi esbravejar. - Qual é o seu problema? Por que está evitando me olhar?!
– É que meu pijama está rasgado, senhor! Digo, Jiraya-ojii-san! E eu não tinha percebido!
- Ah, é só isso... Então vai se trocar e vai logo falar com ele...
– Hai, hai! Estou indo... – aproveitei a deixa pra sair logo de perto daquele homem.
– Entre pela porta da cozinha. Deve estar aberta inda.
– Hai!
Nunca pensei em ficar tão ansioso em ter algo. Minha cabeça dava voltas, minhas entranhas se reviravam, meu peito queimava e o órgão entre as minhas pernas, latejava. Eram tantas sensações em simultâneo que não conseguia nexo para pensar direito. Já era noite, mas o calor da euforia, não me deixava perceber o quanto estava frio. Nem havia colocado casaco.
Como senhor Jiraya havia me dito, entrei pela porta dos empregados, que se encontrava aberta. Atravessei a cozinha gigantesca. Estava tudo vazio, silencioso e limpo. Entrei no amplo saguão da casa e subi a escada de dois em dois degraus. Cheguei ao corredor e segui a esquerda, como foi me orientado, entrei na quinta porta, sem bater, e percebi que havia alguém murmurando na cama. Havia um som ambiente gostoso e o quarto estava escuro.
Desci a calça. Retirei a camisa por cima da cabeça. Estava tão excitado que não pensei em mais nada, toquei no tornozelo na cama e o loiro se sobressaltou, rapidamente, me coloquei entre suas pernas e o segurei pelos cabelos da nuca, não esperando ele me provocar mais, o beijei com intensidade enquanto ia procurando direcionar meu membro em sua entrada. Ele relutava. Vagabundo... Gostava de fazer joguinhos.
Quando encontrei a pequena passagem, enfiei meu sexo com tudo dentro dele, do jeito que ele gostava. Ouvi resmungar entre os lábios prensados. Forcei mais o beijo para não deixá-lo protestar. Aquele perfume embriagante estava adentrando meu cérebro. Friccionei meu ventre ao dele, massageando seu membro, conforme ia entrando e saindo. Senti algo de diferente... Os braços dele tentavam me afastar, busquei os punhos e os prendi na cabeceira acima do leito, foi quando senti algo de errado: a penetração estava dificultosa, o orifício anal estava muito contraído e comprimia meu pênis dentro dele. Por que ele estava dificultando?
Soltei da boca dele e pedi:
– Para de se contrair. Vou acabar te machucando, fora que não aguento mais, eu... vou... gozar... – informei, adentrando-o mais ao fundo e estocando-lhe naquela região várias vezes, até que atingi o clímax. - Ahhh! Ahhhh! – Que sensação magnífica.
Enquanto arfava com o coração acelerado, meu sêmen era expelido com força para dentro dele. Logo, senti algo mais prazeroso, a contração no interior do meu loiro iniciando-se e prolongando o meu próprio orgasmo, arremeti mais algumas vezes para ajudá-lo a gozar.
Contudo...
Nosso momento de prazer e euforia duraram muito pouco. Ouvi o arrastar de uma porta e a luz central do quarto foi acesa. Não consegui me mover. Os espasmos do prazer ainda percorriam todos os meus músculos. A claridade repentina havia ofuscado meus olhos, mas quando os reabri, me choquei com a pessoa detida ao lado de cabelos molhados, braços cruzados e hobby.
Olhei para o Naruto abaixo de mim, e quase fui capaz de enxergar um brilho maléfico iluminando aquelas belas esferas azuis. O que diabo ele estava querendo fazer comigo? Já havia percebido que ele gostava de transar em lugares estranhos e arriscados. Mas, no quarto do pai, enquanto o homem estava no banho?! Qual era o propósito? Aquilo era ultrapassar todos os limites da perversão! Estava cansado daquele joguinho!
Saí de cima dele com a cara fechada. Busquei uma almofada para tampar o dito e joguei o lençol sobre o Naruto. Antes que começasse a sessão “Vamos crucificar o Sasuke!” eu tentei me explicar.
– Senhor, eu...
– Por que você continua fazendo isso comigo, meu filho? – de repente, o homem me interrompeu, fixando seus orbes tremulantes no loiro mais novo, que havia se sentado no leito e se encostado na grande cabeceira. O senhor Minato parecia que iria se derramar em lágrimas a qualquer momento. O que estava acontecendo ali, afinal? Que capítulo importante desta novela eu tinha perdido? – Não precisa continuar esfregando na minha cara que todos os homens do mundo podem tê-lo, Naruto. A minha resposta continuará sendo a mesma: “não”. Eu sou o seu pai. E continuarei sendo só o seu pai, por mais que você não queira me ter como tal.
Após ouvir aquela chamada de atenção – que pelo tom, para mim nem foi uma grande bronca – percebi Naruto esturrar, chutar o lençol que o encobria para o lado e descer da cama nu. Em seguida, abaixou-se, apanhou as roupas que estavam jogadas no carpete do quarto, colocou-as debaixo do braço e, antes de sair totalmente nu, se deteve na porta e disse de forma ferina:
– Covarde... – então, deixou o recinto batendo a porta.
Eu percebi que o senhor Minato estava trêmulo, com a face vermelha, e os lábios apertados, forçando-se para não deixar-se lamentar. Naquele instante, eu senti meu peito doer. Estava tudo tão claro que eu só não entenderia se não quisesse. Eu havia sido usado para provocar ciúmes na pessoa pela qual Naruto era realmente apaixonado, ou seja, o próprio pai.
Continua...
Capítulo 4 – O Contador de história
Revisado por Blanxe
As minhas bochechas foram apertadas, meus cabelos foram bagunçados e ganhei até dois prendedores para as minhas longas franjas... Aonde diabos o Itachi havia arrumado prendedores coloridos em formato de borboletas?
– Eu sempre quis ter uma imoto... – ele declarou, de repente, sentando-se na minha cama com o notebook aberto em páginas de roupas femininas. Será que eu precisava responder que eu havia notado? - Eu acho que o violeta vai pegar bem em você, não acha, Sasuke? Vestidos de noivas brancos já são algo ultrapassado...
Eu não acreditava no que estava ouvindo. Será que meu irmão tinha noção do quanto estava sendo nonsense? Eu nunca pensei que ele ficaria tão feliz por eu - seu único e querido irmão caçula -, ter se revelado homossexual. Será que eu deveria ficar animado com o esse aparente “apoio” dele? Ou desconfiado?
– O que você acha desse, Sasu? – perguntou, virando a tela do notebook pra mim.
– Itachi, eu não sou um travesti! – acabei explodindo. Afinal, vestido cheio de rosas roxas? Além de tudo é brega! - Eu sou gay, tá legal?! Gay! Eu não sou uma garota para usar vestido! E pra sua informação, eu sou o ativo da relação.
– E qual é a diferença? – ele perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.
Agora eu fiquei encabulado. Como eu iria explicar para um “não gay” que o ativo é o que enfi... digo, fica por cima?
– Onii-san, você quer mesmo saber?
– Espera. – ele pediu, fazendo uma pose pensativa. – Esta me dizendo que a “moça” é o garoto que você está afim?
Ufa! Ainda bem que ele não é ingênuo.
– Bingo, onii-sama!
– Não pode! – ele exasperou-se, dando um pulo da cama e vindo na minha direção. Então, apertou meu queixo e o virou de um lado e do outro, analisando meu rosto, então, reafirmou: - Não tem como, Sasuke! Olha esse rostinho de boneca que você tem. E esse cabelo com franjas longas caídas na testa? E essas sobrancelhas e unhas bem feitas? – ele soltou do meu queixo. – Você tem que ser o não-ativo.
Mamãe, você me perdoa seu eu matar seu filho mais velho agora?
– Ué?! Eu só acho falta de higiene andar com as unhas quebradas e cumpridas, oras!
– Por isso que digo, essa coisa de ser metrossexual é o mesmo que ser meio-homossexual...
Suspirei pesadamente, largando os ombros, enquanto sentia a veia na minha fronte latejar.
– Itachi, deixa eu arrumar as minhas coisas em paz, por favor? – eu decidi apelar para o lado compreensivo dele. Era certo: eu já não estava mais feliz com aquele apoio.
– Mas, otouto... Você? Comendo um cara? – Ao fazer esse questionamento, ele colocou a mão no queixo e ficou me analisando mais uma vez, agora de cima embaixo. Eu devo ter sido alguém muito ruim na vida passada para merecer passar por tudo isso. - Não, Sasuke. Não dá pra imaginar...
– É melhor não imaginar mesmo! – esbravejei, cansado daquelas insinuações. Como assim eu não pareço ser seme? E ele? O Itachi tem a mesma feição que eu! Só é um pouco mais velho. E pior: ele tem cabelos cumpridos e eu não!
– Esse cara o qual você está afim, é mais feminino que você?
– Eu não sou feminino, Itachi! E o Naruto muito menos! Ele é... O Naruto é... Ele é muito... Muito...
“Sexy” era a palavra que eu queria dizer, mas diante daquele olhar furtivo do Itachi sobre mim, larguei mão. Com certeza viria outro comentário sórdido depois de eu confessar algo do tipo. Voltei a vasculhar o armário e retirar as minhas coisas.
– Você está mesmo a fim desse garoto, não é?
– Estou. – afirmei categoricamente, tentando fazê-lo compreender que não estava mais querendo conversa.
– Mas, pelo que estou notando, você não tem certeza que ele sente o mesmo?
– Hm...
– Então, porque está indo morar com ele?
– Ah, nii-san! Eu já lhe disse caramba! Estou indo porque não tenho opção. O papai me expulsou de casa. Me expulsou! Eu não tenho pra onde ir. O diretor ofereceu a casa dele para passar um tempo até o senhor Fugaku esfriar os nervos. Mas o pai dele é muito estranho... Tenho certeza que ele me odeia. Tenta convencer o velho a me deixar ficar?
– Pra quê? Isso aqui será uma paz sem você.
– Eu também te amo, Itachi-nii-san. – afirmei sarcástico, claro.
Mas de repente, aconteceu algo muito, mais muito estranho mesmo. Meu irmão se aproximou de mim novamente, com um semblante muito sério, retirou o cabide que eu estava segurando na mão e o jogou na cama. Então, foi se aproximando de mim até me prensar contra a porta do guarda-roupa. Tá, eu estremeci. O que significava aquilo?
– Sasuke... Eu acho que o papai fez certo sabe por quê? – só meneei a cabeça negativamente e ele concluiu: - Um gay bonito como você é a mesma coisa que uma garota atraente. Você, lindo do jeito que é, será um verdadeiro tormento para mim nessa casa... É sério... Vai morar com seu sogro e com seu amado, é melhor. – ele disse isso em um tom sussurrado, retirando a língua para fora da boca e correndo a ponta dela pelo meu rosto – Eu te amo...
Um arrepio de pavor percorreu os meus braços e quando eu senti o joelho dele roçando o meio da minha perna, e a boca dele se aproximando da minha... Mandei parar tudo! Espalmei minhas mãos no peito dele e tentei afastá-lo.
– Que merda você tá fazendo, Itachi?!
– Me despedindo com um beijo?
– Quê?! – gritei e o empurrei com força.
Catei a mala que estava fechada, e a outra que estava aberta de qualquer jeito. Enquanto saía do quarto às pressas, partes das minhas coisas iam ficando pelo caminho. Que se dane! Incesto? Nem morto! Não beijo o Itachi nem amarrado, o desgraçado tem hálito de cebola...
– Espere, Sasuke! Vamos nos despedir.
– Fique longe de mim, onii-san! Ou eu vou contar tudo pro papai!
Isso funcionava quando éramos crianças.
O diretor que estava esperando encostado no carro, ao me ver andando apressado e sobrecarregado, veio ao meu encontro, pegando uma das malas e colocando-as dentro do porta-malas do carro.
– O que houve? Vocês brigaram?
– Algo parecido. Vamos rápido, por favor, senhor! – eu pedi já entrando do lado do passageiro e travando a porta. Poderia falar que o Itachi não tomou o remédio dele hoje, e não estava muito certo da cabeça...
– Suas cuecas ficaram no caminho, Sasuke!
Ha, ha! Não preciso delas!
– Vamos, senhor!
– Sasuke, espere! Não escolhemos a cor do seu vestido ainda!
O diretor entrou do lado do motorista e arrancou. Eu não sei se eu dava graças aos Céus por estar escapando do momento de surto do meu irmão, ou ficava ainda mais preocupado. Me encolhi ao perceber o semblante do diretor contraído; ele com certeza achava que eu vinha de uma família de doentes mentais.
Fiquei preocupado. Não sabia o que seria de mim daqui para frente. Nunca pensei que passaria por toda essa reviravolta na minha vida em tão pouco tempo. Morar na casa de estranhos? Suspirei, então ouvi o homem loiro ao meu lado soltar um suspiro também.
– Não fique tão tenso. Seu pai logo irá perceber a bobeira que está fazendo...
– Espero, senhor. Eu espero.
...
Quando eu cheguei à “humilde” residência do diretor, mais uma surpresa: notei de cara que aquilo não era uma casa e sim, um palácio! Fiquei impressionado. Existiam residências tão grandes assim no nosso país? Quando passamos pelo portão automático, o carro seguiu um percurso por um extenso corredor de árvores frondosas. Naquele terreno vi até um lago, e um pequeno heliporto.
Quanto um diretor de escola ganhava, afinal?
O veículo fez o contorno em um chafariz redondo, que tinham duas enormes estátuas ao centro. A primeira era do deus Netuno, um homem túnica e longa barba, com um tridente na mão do qual jorrava água através das três cerdas. Ao lado dele, a representante da fertilidade e da beleza, se a minha memória não me traía, era Vênus, sua nudez não mais exposta devido as longas madeixas. A bela mulher de curvas sinuosas estava em pé sobre uma concha como se ela fosse a jóia rara do recipiente.
O carro parou, e como se já soubesse da nossa chegada, um homem alto, muito magro, de rosto fino, nariz empinado e muito bem vestido com fraque e luva, veio ao encontro do veículo e abriu a porta.
– Seja bem vindo de volta, my lord. – o empregado falou para o patrão. Em seguida, abriu a minha porta.
– Obrigado, Alphonse. – o senhor Minato respondeu. - Leve as malas desse jovem para...
– Mina-chan!! – o grito repentino veio da porta que se escancarou. E aquela figura esquisita, vestida como se fosse um eremita e de longos cabelos brancos, veio ao nosso encontro. – Como ficaram as coisas? Estava tão preocupado! E quem é...
– Otou-chan, você não disse que estava de viagem marcada? – o diretor o interrompeu, parecendo realmente assustado.
– Depois da sua discussão com Naruto ontem, claro que resolvi ficar!
– Pai, eu disse...
– Não venha tentar se livrar do seu velho pai, Mina-chan! Eu também sou responsável pelo meu neto. Cadê o Naruto? E quem é esse garoto?
– Pai, eu não quero você se intrometendo mais na criação do meu filho. Nada me tira da cabeça que você o traumatizou nessas suas viagens idiotas! Aonde já se viu levar uma criança para um bordel?! Agora o garoto criou aversão de mulheres...
– Não seja ingrato, meu filho! Você e essa mania de sempre reverter as coisas ao seu favor. Você sabe muito bem que o levei para viajar enquanto você insistia em salvar seu casamento!
– Pai... não vamos falar essas coisas agora. – o loiro pediu, entre dentes cerrados. Deixando claro que não queria discutir problemas de família na frente de um intruso, no caso, eu.
– Vai ficar fugindo dessa conversa até quando, Mina-chan? – o homem mais velho ainda insistiu. - Meu neto só é assim porque é carente do amor dos pais egoístas que o colocaram no mundo! Se não fosse por mim, esse menino viveria sozinho! Não me culpe pelo que ele se tornou...
Finalmente, eu começava a entender algumas coisas... A expressão altiva do homem loiro se transformou de um adulto cheio da razão para um filho pequeno que levou bronca do pai por não cuidar direito do seu bichinho de estimação. Fiquei em silêncio; não iria me intrometer na discussão, na verdade queria ouvir mais.
O loiro, com o rosto um tanto avermelhado - provavelmente, por ter sua atenção chamada na frente de um estranho, que além de tudo era seu aluno - se voltou com uma voz menos imponente para o mordomo, que já retirava as minhas malas do carro, e pediu:
– Hospede-o na casa dos fundos junto com o meu pai, Alphonse.
– Sim, my lord.
– E, pai, conversaremos mais tarde e, em particular. – ele frisou o último termo, para em seguida, entrar novamente no carro e sair rapidamente.
– Ele acabou de lhe deixar na minha responsabilidade e se esqueceu até de nos apresentar... Ha, ha, ha, ha! Esse Mina-chan não tem jeito... – o homem coçou sua espessa cabeleira e gargalhou abertamente.
O que eu fiz? Engoli em seco. Aquele homem era alto e, apesar de aparentar ter uma idade avançada, tinha um físico saudável. O melhor era permanecer na minha.
– Tudo bem, acho que a culpa é minha também. – ele anunciou de repente, e logo acrescentou: - Eu deixei a minha ex-esposa, que Kami-sama a tenha, criar o Minato como um príncipe. Agora não posso exigir dele que seja um bom pai, se eu mesmo não fui. – ele esticou a mão na minha direção, apresentando-se: - Sou Jiraya, escritor, andarilho, pai daquele mal-educado e avô do loiro pelo qual está apaixonado... Você é Sasuke Uchiha, estou certo?
– Hai... – Eu fiquei impressionado dele me conhecer e, além de tudo, saber que eu estava apaixonado pelo Naruto.
– Você é exatamente como o Naruto me descreveu. Venha, vamos entrar! – ele me chamou, jogando os braços grandes sobre meus ombros e me fazendo andar. - Aguenta com as malas, Alph?
– É “Alphonse”, meu senhor. – o mordomo resmungou. - E mesmo que não aguentasse, eu faria o serviço sozinho, sou muito bem pago para isso.
– Ha, ha, ha, ha! Até os empregados são malcriados! Já disse pra relaxar um pouco, Alph!
– É “Alphonse”, meu senhor.
Não sei ao certo, mas eu gostei do Jiraya-san. Senti que através dele poderia conhecer Naruto de verdade. Ele era diferente, não parecia pertencer aquele lugar luxuoso.
Não entramos pela porta principal, fizemos o contorno pela lateral da residência e enquanto caminhávamos. Fomos mantendo um diálogo amistoso. O meu medo inicial do tamanho dele virou fumaça, estava até me sentindo a vontade.
– Você deve estar se perguntando o que um velho estranho como eu está fazendo no meio desta família, não é? – ele perguntou, ao entrarmos na casa que ficava nos fundos da mansão. Era pequena, mas não deixava de ser bonita e bem mobiliada.
Na verdade, aquela era a pergunta que estava presa na minha garganta, mas não questionei para não parecer grosseiro. Afinal, ele não combinava em nada com aquele lugar e também, não parecia parente dos loiros. Então, assenti em um resmungo.
– Hm...
– Então, sente-se, porque vou narrar a minha história meu jovem... E ela é bem longa. Ha, ha, ha...
Ele realmente narrou. Uma longa história. Eu vou resumir, para não ficar muito chato. O Senhor Jiraya disse que ele sempre gostou muito de viajar, para poder ter inspiração para escrever seus livros. Contudo, se encantou mais pela Europa onde morou um longo tempo. Principalmente pelas histórias mitológicas em Roma, na Grécia e nos castelos ingleses.
Em um belo dia ensolarado quando ele cavalgava em seu cavalo... Certo, ele é exagerado. Cavalo?! Tá, parecia que eu estava ouvindo a narração do conto do Dragão e a Princesa, enfim. Continuando, ele disse que na sua passagem pela Áustria, conheceu Elizabeth. Uma bela e jovem de longos cabelos loiros e olhos azuis, tais como um anjo. Os dois se apaixonaram perdidamente, viveram um romance de contos de fadas e desse romance gerou-se um fruto: Minato-san. O pai do meu príncipe.
Caramba a linhagem do Naruto parece nobre, exceto pelo avô estranho que ele tem. Então, prosseguindo... Os pais da menina, que eram ricos, obrigaram os dois a se casarem, mesmo não aceitando o marido da filha, que era pobre e não-nobre. Contudo, o senhor Jiraya não se adaptou a vida da nobreza, queria continuar suas explorações mundo a fora e após discutir com a esposa, saiu da mansão onde viviam e ganhou a estrada. De vez em quando, ele voltava para rever a mulher e o filho. Mas não ficava muito e logo voltava a viajar.
Porém, depois do aniversário de doze anos do pequeno, ficou por um longo período sem visitá-los, algo em torno de três anos, só retornou, quando recebeu a notícia de que Elizabeth sofria de uma doença terminal. Voltou às pressas para a Áustria, mesmo assim, não chegou a tempo de vê-la viva. O remorso o tomou e ele decidiu que a partir daquele momento, iria tomar conta do filho, mesmo contra a vontade dos avós. Mudou-se com ele para o Japão, e teve que atender algumas regalias do adolescente nobre que não queria morar nas casas do estilo do Japão.
Além da mansão ao estilo europeu-inglês que foi obrigado adquirir, teve que aguentar o fascínio do filho pelo colégio interno onde estudou. O menino decidiu – com dezesseis anos - que se tornaria dono do lugar. Foi o que aconteceu, após se graduar, com o dinheiro dos avós maternos, adquiriu a instituição a qual passou a administrar. Casou-se com uma colega de faculdade e teve o primeiro filho. Parecia tudo perfeito e o senhor Jiraya acreditou que era o momento de voltar para as suas viagens e a escrever.
Entretanto, quando voltou da primeira viagem, para o aniversário de seis anos do neto, percebeu que o casal estava em crise. Kushina, a esposa de Minato, fora escolhida a dedo: era uma jovem bela, mestiça, filha de pessoas bem sucedidas. Porém, ela alegava que Minato não a amava, que dava mais atenção ao filho do que ela. Assim, o velho Jiraya teve a grande ideia: deixá-los curtir um momento a sós, para acertar as coisas, por isso, levou Naruto para viajar consigo.
Quando retornaram, estava tudo na mais perfeita harmonia novamente. Então, ele pôde voltar a viajar sozinho. Mas, não demorava muito para o filho ligar falando para levar o neto para viajar de novo... Aquela rotina passou ficar cansativa. Naruto precisava estudar e o velho acabou ignorando os repetitivos pedidos do filho por algum tempo. Quando retornou ao Japão, depois de um longo tempo, descobriu que a mulher o havia abandonado...
Agora, a narração continua com ele.
– Nas minhas viagens eu tentei desvendar o mistério do Naruto e descobrir porque “ele” era o fator perturbador do casamento dos pais. Mas, notei que não havia nada de errado. Naruto era só um menino comum, brincava, passeava, era curioso. Nada de errado. Então, decidi ficar por um tempo morando com eles. Fui até a Kushina e tentei tirar algo dela, mas a mulher não queria conversa e disse algo que me deixou preocupado:
O Naruto faz birra porque ele queria usar minha maquiagem, colocar meus sapatos, minhas jóias, e se coubesse, até os meus vestidos e o Minato ao invés de dizer “não”. Dizia “Claro, filhinho. Você vai ficar tão bonitinho”... Que pai, HOMEM, acha isso “bonitinho”, senhor Jiraya? Nenhum daqueles dois é normal! Quero um tempo longe deles e do senhor também!
É, eu estava começando a ficar preocupado. Havia algo de muito errado ali. Olhei no relógio e percebi que o dia havia passado rápido. Naruto já deveria estar chegando da escola com o pai. Mas eu queria ouvir o restante da história.
– Então, o que o senhor fez quando a senhora Kushina lhe disso isso?
– Ficou claro pra mim que Naruto era gay. Só precisava conversar com o Minato sobre o assunto. Aí, veio a surpresa maior: quando fui mencionar o fato para ele, pronto, o homem se retraiu. Disse que não, de forma alguma, que o filho dele era homem. Sentiu-se ofendido. E pior, fechou-se para o assunto. Virou uma concha!
– Então?
– Então... Eu fui tirar as dúvidas com o Naruto. Ele era o “x” do problema. Mas, nem precisei pressioná-lo, o garoto, diferente do pai, se abriu feito um livro. Afirmou, sem medo algum, que era mesmo gay e que era fanático por sexo. Além de tudo, disse coisas que me deixaram de cabelo em pé.
– Como o quê?
– Ah, filho. São coisas que não devem ser dita por um terceiro. Vai soar ruim. Eu disse tudo que eu acho que deveria saber, se quiser mais, terá que descobrir sozinho ou com ele. Mas, me diga uma coisa: vocês vão se casar, não é? Diga que sim, pelo amor de Deus! O Naruto precisa de alguém para lhe por rédeas. E um casamento é a melhor coisa!
– Eu ainda não sei...
O velho se levantou. Pronto! Era o que me faltava. Mais um falando de casamento? Se eles soubessem que o Naruto não parece nem um pouco a fim de compromisso sério.
– Sei que é muita coisa no momento, Sasuke. – o senhor Jiraya falou. - Pelo que percebi você é sério. Será um bom homem para o meu neto. Eu sinto isso.
Eu deveria ficar feliz com aquilo?
– Vou preparar algo para comermos. Se quiser tomar um banho, sinta-se a vontade.
– Hai. Obrigado, senhor.
– Não me chame assim... Pode me chamar de vovô Jiraya.
– É como o Naruto lhe chama?
– Nada, aquele garoto abusado me chama de “velho pervertido”. Só porque gosto de andar nos bordeis da vida, ha, ha, ha, ha! – ele saiu gargalhando para a cozinha.
Segui para o quarto de hospede e entrei no banheiro. Tomei um banho na água temperada, nem fria, nem quente, lavei a cabeça, precisava me aliviar. Eu até queria analisar com cuidado tudo que foi me dito, mas minha cabeça ficou em branco. Saí do quarto com a toalha nos ombros, sentei com a perna dobrada no sofá e fiquei admirando a sala bem arrumada. Só uma escrivaninha no canto estava mais bagunçada, com vários livros abertos. Havia fotos nas paredes e na estante, era o senhor Jiraya em vários lugares diferentes. Em algumas delas, tinha ele e o Naruto.
De repente, ouvi um barulho de interfone na cozinha, o velho atendeu.
– Sim, querido. Está aqui, sim. Só um pouco. – aquela fala fez meu estômago gelar. Pelo jeito, era o loiro, e ele queria falar comigo. – Sasuke, é o Naruto. Quer falar com você.
Na mosca!
Agora era manter a calma, não? Mesmo depois de ouvir tanta informação e estar com a cabeça latejando, o frio no meu estômago se condensou, era quase uma pedra de gelo. Respirei fundo. Levantei com as pernas formigando e fui até o local, peguei o fone que o senhor Jiraya me estendia e direcionei com cuidado no ouvido. Do outro lado, ouvi uma respiração pesada.
– Alô?
– Adivinha onde estou com as mãos?
Ah, merda! Aquele garoto era louco ou o quê? Era só ouvir a voz dele que meu coração, meu corpo e minha mente perdiam a sanidade...
Não consegui responder.
– Hein... Ahh... – Ele gemeu, era certo que estava se estimulando. - Meu avô está do seu lado, não é? Você ficou excitado com a minha pergunta e a minha voz e não sabe como responder, certo? Então, só responda: “sim” ou “não”... Ok?
Eu engoli seco.
– Sim...
– Ahhh... – ele gemeu de novo e mais alto. Ah, céus! O velho vai ouvir. – Preciso de você aqui para me ajudar... Você gostaria de estar com as mãos no lugar das minhas agora?
E como eu queria! Comecei a suar frio, sentindo o tremor da excitação me abalar. Será que o senhor Jiraya não poderia se retirar por um momento? Aquele olhar curioso dele sobre mim estava me deixando pouco à vontade! Além do que, eu estava de calça pijama, droga! Ele iria perceber a alteração no meu membro a qualquer momento. Virei de lado, tentando sair da visão dele e respondi:
– Sim...
– Hmmm... – ele gemeu novamente e fez um chiado com os lábios. – Então vem aqui... O papai saiu, ele tem um jantar de negócios. Estou no piso superior, no quinto quarto do lado esquerdo, não precisa bater é só entrar... Estou te esperando...
– Hai...
– Só mais uma coisa, Sasuke...
Ai, Deus! Meu nome dito por ele é tão sensual!
– Hã?
– Vem logo, ou eu vou gozar antes de você colocar essa coisa grande, que deve estar endurecida e pingando, dentro de mim...
Ai, ai, ai! Céus, como eu aguento isso? Ouvi ele gargalhar maliciosamente do outro lado da linha e desligar. Demônio!
Atrapalhado, tentei colocar o telefone no suporte da parede, mas acabei deixando o objeto cair e ficar pendurado pelo fio.
– E então o que ele disse?! - o velho me contornou para ficar de frente comigo e eu virei para o outro lado, enquanto puxava o fio para repor o fone no lugar certo.
– Na- nada... disse que quer... que quer... falar comigo. – respondi gaguejante, recolocando o objeto na parede.
– Ótimo! Dois noivos devem se... – ele me contornou de novo, virando para o meu lado e mais uma vez, eu girei para o lado oposto.
– Deus do céu, garoto! – o ouvi esbravejar. - Qual é o seu problema? Por que está evitando me olhar?!
– É que meu pijama está rasgado, senhor! Digo, Jiraya-ojii-san! E eu não tinha percebido!
- Ah, é só isso... Então vai se trocar e vai logo falar com ele...
– Hai, hai! Estou indo... – aproveitei a deixa pra sair logo de perto daquele homem.
– Entre pela porta da cozinha. Deve estar aberta inda.
– Hai!
...
Nunca pensei em ficar tão ansioso em ter algo. Minha cabeça dava voltas, minhas entranhas se reviravam, meu peito queimava e o órgão entre as minhas pernas, latejava. Eram tantas sensações em simultâneo que não conseguia nexo para pensar direito. Já era noite, mas o calor da euforia, não me deixava perceber o quanto estava frio. Nem havia colocado casaco.
Como senhor Jiraya havia me dito, entrei pela porta dos empregados, que se encontrava aberta. Atravessei a cozinha gigantesca. Estava tudo vazio, silencioso e limpo. Entrei no amplo saguão da casa e subi a escada de dois em dois degraus. Cheguei ao corredor e segui a esquerda, como foi me orientado, entrei na quinta porta, sem bater, e percebi que havia alguém murmurando na cama. Havia um som ambiente gostoso e o quarto estava escuro.
Desci a calça. Retirei a camisa por cima da cabeça. Estava tão excitado que não pensei em mais nada, toquei no tornozelo na cama e o loiro se sobressaltou, rapidamente, me coloquei entre suas pernas e o segurei pelos cabelos da nuca, não esperando ele me provocar mais, o beijei com intensidade enquanto ia procurando direcionar meu membro em sua entrada. Ele relutava. Vagabundo... Gostava de fazer joguinhos.
Quando encontrei a pequena passagem, enfiei meu sexo com tudo dentro dele, do jeito que ele gostava. Ouvi resmungar entre os lábios prensados. Forcei mais o beijo para não deixá-lo protestar. Aquele perfume embriagante estava adentrando meu cérebro. Friccionei meu ventre ao dele, massageando seu membro, conforme ia entrando e saindo. Senti algo de diferente... Os braços dele tentavam me afastar, busquei os punhos e os prendi na cabeceira acima do leito, foi quando senti algo de errado: a penetração estava dificultosa, o orifício anal estava muito contraído e comprimia meu pênis dentro dele. Por que ele estava dificultando?
Soltei da boca dele e pedi:
– Para de se contrair. Vou acabar te machucando, fora que não aguento mais, eu... vou... gozar... – informei, adentrando-o mais ao fundo e estocando-lhe naquela região várias vezes, até que atingi o clímax. - Ahhh! Ahhhh! – Que sensação magnífica.
Enquanto arfava com o coração acelerado, meu sêmen era expelido com força para dentro dele. Logo, senti algo mais prazeroso, a contração no interior do meu loiro iniciando-se e prolongando o meu próprio orgasmo, arremeti mais algumas vezes para ajudá-lo a gozar.
Contudo...
Nosso momento de prazer e euforia duraram muito pouco. Ouvi o arrastar de uma porta e a luz central do quarto foi acesa. Não consegui me mover. Os espasmos do prazer ainda percorriam todos os meus músculos. A claridade repentina havia ofuscado meus olhos, mas quando os reabri, me choquei com a pessoa detida ao lado de cabelos molhados, braços cruzados e hobby.
Olhei para o Naruto abaixo de mim, e quase fui capaz de enxergar um brilho maléfico iluminando aquelas belas esferas azuis. O que diabo ele estava querendo fazer comigo? Já havia percebido que ele gostava de transar em lugares estranhos e arriscados. Mas, no quarto do pai, enquanto o homem estava no banho?! Qual era o propósito? Aquilo era ultrapassar todos os limites da perversão! Estava cansado daquele joguinho!
Saí de cima dele com a cara fechada. Busquei uma almofada para tampar o dito e joguei o lençol sobre o Naruto. Antes que começasse a sessão “Vamos crucificar o Sasuke!” eu tentei me explicar.
– Senhor, eu...
– Por que você continua fazendo isso comigo, meu filho? – de repente, o homem me interrompeu, fixando seus orbes tremulantes no loiro mais novo, que havia se sentado no leito e se encostado na grande cabeceira. O senhor Minato parecia que iria se derramar em lágrimas a qualquer momento. O que estava acontecendo ali, afinal? Que capítulo importante desta novela eu tinha perdido? – Não precisa continuar esfregando na minha cara que todos os homens do mundo podem tê-lo, Naruto. A minha resposta continuará sendo a mesma: “não”. Eu sou o seu pai. E continuarei sendo só o seu pai, por mais que você não queira me ter como tal.
Após ouvir aquela chamada de atenção – que pelo tom, para mim nem foi uma grande bronca – percebi Naruto esturrar, chutar o lençol que o encobria para o lado e descer da cama nu. Em seguida, abaixou-se, apanhou as roupas que estavam jogadas no carpete do quarto, colocou-as debaixo do braço e, antes de sair totalmente nu, se deteve na porta e disse de forma ferina:
– Covarde... – então, deixou o recinto batendo a porta.
Eu percebi que o senhor Minato estava trêmulo, com a face vermelha, e os lábios apertados, forçando-se para não deixar-se lamentar. Naquele instante, eu senti meu peito doer. Estava tudo tão claro que eu só não entenderia se não quisesse. Eu havia sido usado para provocar ciúmes na pessoa pela qual Naruto era realmente apaixonado, ou seja, o próprio pai.
Continua...
Notas finais do capítulo
Dads Baby Boys está chegando ao final.Como eu disse, a história seria pequena. Mas como de costume, eu erro nos meus cálculos, disse que seriam em torno de quatro capítulos, mas a fic será estendida por mais dois. Contudo, eu prometo: o próximo será o penúltimo.
Terminando essa história, que foi um presente de níver pra minha filhota Ghaby. Vou dar início a uma outra, também presente de aniversário, mas, desta vez, para Hikari-nee-chan. Prepararem-se para um NaruSasu muito melodramático. Desta vez eu prometo que quem vai sofrer é o Naru. Mais do que ele sofre na série original por esse bendito Uchiha. Afinal, que doce o Sasu tem que eu não tenho? Ok! Não respondam.
Será que as esperanças do Sasuke-chan chegaram ao fim? Ou ainda existe uma luz no fim do túnel para o moreno?
Eu também acho que esse Naruto tá merecendo uma boa surra... Quem concorda comigo levanta a mão! o/
See you next! o/
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