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[Naruto] Dads Baby Boy - Capítulo 1, escrita por Andréia Kennen

Capítulos: 1 2 3 4 5 6
Autor: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Comédia, Lemon, Romance, Universo Alternativo, Yaoi
Status: Completa
Classificação: 18 anos
Resumo: Sasuke Uchiha, por ser filho de um investigador de casos especiais da polícia, nunca parou em nenhum colégio por muito tempo, contudo, era a primeira vez que ele estava em uma instituição só para meninos. E é nesse novo ambiente que ele irá se deparar com algo totalmente inesperado: uma paixão avassaladora pelo popular e mimado filho do diretor. Será que Sasuke conseguirá fazer com que Naruto, que se aproveita da sua beleza e status para se divertir conquistando e pisando nos sentimentos alheios, se apaixone por ele? Ou melhor: fazer com que ele mude? [Fanfic terminada. Seis capítulos. Yaoi. Lemon. +18. OOC. Comédia romântica. Presente pra minha filhota Ghaby-hina-chan]

Dad's Baby Boy

Capítulo I - A diferença que faz um “P.S”

Revisado por Blanxe

Aquele rapaz continuava me ignorando, enquanto mordia a ponta da caneta de um jeito obsceno: esfregando-a na língua que estava pra fora da boca. Desviei meus olhos “daquilo”, mas era automático, sem querer voltava a fitá–lo. Sabe quando tentamos não olhar algo, mas quanto mais você deseja não fazê-lo, mais sente um magnetismo sobrenatural o puxar para continuar olhando? Era essa a sensação que ele me transmitia.

Eu tinha a impressão de que ele estava fazendo aquilo de propósito, fingindo-se disperso enquanto ficava ali, passando a língua na caneta, a caneta na língua... Só pra chamar minha atenção.

Só de pensar que eu estava ali por causa dele, me dava nos nervos. Além do que, nem um “muito obrigado por salvar meu traseiro” ele me dispensara. Também não me importava, forcei meus olhos a se fixarem no vidro embaçado da janela, observando os flocos de neve que caíam naquele dezembro de inverno rigoroso.

Porém, era complicado evitar ver algo que está exatamente na sua frente. Fora que, não havia mais nada de interessante naquele ambiente, que deveria ter servido como sala de aula há um tempo, pois existia uma lousa disposta na parede atrás dele, uma mesa de professor e uns armários no lado direito onde guardamos nossos materiais. Contudo, as únicas cadeiras no local, eram as nossas. Provavelmente, colocadas exclusivamente para o nosso castigo.

Mas eu achei engraçado o alto-controle que ele tinha, pois, desde o momento que fomos alocados ali, ele não direcionou - nem uma única vez - os olhos para mim, enquanto eu não conseguia tirar os meus de cima dele.

Vai entender...

Queria eu ser capaz de ficar tão estagnado. Ele só se remexeu umas três vezes na cadeira, para trocar a posição das pernas e, antes de ficar fazendo o “boquete” na caneta, ele estava com a tampa desta enfiada no ouvido.

Ah, sim... Esqueci de nos apresentarmos. Ele: Uzumaki Naruto. Eu: Uchiha Sasuke. O que temos em comum? Absolutamente nada, a não ser, a infelicidade de dividirmos a mesma classe de aula do terceiro ano do ensino médio e agora, a mesma sala de detenção.

Fui transferido para essa bendita escola fazem menos de dois meses. É odioso ficar mudando de instituição de ensino o tempo todo, mas devido ao serviço do meu pai, - investigador de casos especiais da polícia -, é necessário estarmos sempre nos movimentados de acordo com as ocorrências.

A nossa família é de classe média, formada por três entes: Eu – Uchiha Sasuke - de dezessete anos, só estudo; meu onii-san, Uchiha Itachi, de 22 anos, que já trabalha como auxiliar do meu pai; e, por fim, meu velho, Uchiha Fugaku.

A Kaasan?

Bem... O nome dela era Mikoto. Isso mesmo: “era”. Ela morreu assassinada quando eu ainda era um bebê. Depois da morte dela - causada por um bandido o qual meu pai levantara provas pra colocá-lo na cadeia -, o velho ficou neurótico e passou a não parar no mesmo lugar por muito tempo: quando ele termina um caso, nós nos mudamos. Exatamente por receio de que venha acontecer – com um de nós - o que houve no passado com a Kaasan.

Será que vocês conseguem imaginar o quanto sou superprotegido?

Certo, mas voltando ao momento atual. Era a primeira vez que estávamos em Tóquio e também, a primeira vez que eu estava de detenção. O que eu fiz pra ser detido? Queria eu entender!

Mas acreditem, foi por uma boa ação. Eu não sei o que deu em mim para socar o Hyuuga na hora que ele puxou o cabelo daquele garoto (sim, o mesmo fingindo que eu não existo bem na minha frente) e o fez beijar o chão. Agora o vendo tão indiferente, penso que deveria tê-lo deixado apanhar. Fora que o maldito Neji ainda teve o disparate de me perguntar o que eu tinha com ele!

O que eu tinha com ele? Como assim o que eu tinha com ele? Livrar o garoto de uma surra no meio da sala de aula é motivo para se ter alguma coisa com ele? E que coisa ele se referia?

Oh, Droga! Os gritos daquele lunático ainda estão ecoando na minha cabeça: “Fique sabendo que ele anda dando pro Gaara do terceiro C também, esse daí é um vagabundo que não vale o chão que pisa, Uchiha! Abra teus olhos, cara!” .

É, eu havia decidido: Não queria saber o que o Hyuuga quis dizer com “dando pro Gaara do terceiro C também...”. Afinal, em menos de três meses eu estaria fora dali, seria transferido pra outra cidade, para outra escola e àquele fim de tarde monstruoso - véspera das festividades de fim de ano - seria apenas uma lembrança longínqua na minha mente.

Afinal, eu não tenho porque saber da vida de ninguém. Não gosto de fazer amizades para não criar vínculos... Pra quê criar vínculos, se eu sei que não irão durar? A amizade que eu tenho com o meu irmão basta para mim. Estou sendo sincero: meu irmão é o meu melhor amigo, por mais carrancudo que ele seja.

Porém, era a primeira vez que eu estava frequentando um colégio só para meninos. Era estranho. Eu achei que não seria visto como o popular, afinal, eram as garotas que faziam a minha fama. Desta forma, em um lugar onde não tem garotas, isso não deveria ocorrer. Estou certo?

Era o que eu pensava também.

No entanto, eu comecei a receber cartas e mais cartas... Nunca li nenhuma! Sempre depositei tudo no lixo sem abri-las. Não queria saber o que os meninos queriam me dizer e ponto final.

Quando eu frequentava o colégio misto, ficava com uma garota ou outra. Também se enganam aqueles que estão pensando aí, que eu sou algum tipo de cafajeste e que me aproveito da situação pra colecionar meninas. Não, mesmo. Eu sempre aviso as gatas que querem ficar comigo, sobre a minha situação e o porquê de não poder firmar compromisso. Boa parte até que me entende...

Algumas não.

Foi o caso da Sakura, a garota de uns três colégios atrás. Mesmo sabendo que não duraria, ela disse que havia se apaixonado e que me esperaria. Bem, até hoje ela me manda cartas, e-mails, SMS...

Soltei um suspiro breve ao me lembrar dela.

Sakura foi uma das garotas mais bonitas que eu já havia ficado, tenho que confessar que ainda penso em nossos momentos juntos...

Bem, eu tenho que deter meus pensamentos agora, pois percebi algo estranho: o tal garoto havia parado de engolir a caneta e estava finalmente me encarando. Franzi as sobrancelhas pra ele. O que eu tinha feito? Eu não podia suspirar?

Então, eu o vi soltar um “Humpf” e virar a cara.

Que vontade de esganá-lo! Agora eu entendia o Neji. Digo, eu o entendia em partes. Aquele garoto era muito... muito... muito o quê mesmo? Não consigo achar a palavra. Provocador? Sim, momentaneamente essa vai servir. Ele parece fazer questão de irritar as pessoas com sua presença. Um ar de... mimado? Não sei bem se ele era mesmo mimado ou não. Mas aquele “Humpf” pro ar e aquele empinar de nariz, me fez vê-lo assim.

O pior de tudo, ainda não o descrevi... Esperem! Antes de qualquer coisa, eu vou me descrever. Então, eu sou um típico japonês, exceto pela minha pele muito clara. Tenho cabelos lisos e negros, com franjas cumpridas que estão sempre caindo nos olhos. A cor das minhas íris é negra e se mistura com as pupilas tornando tudo uma única esfera. Me consideram bonito porque tenho um rosto... Como posso dizer sem ficar estranho? Ah, andrógino. Pelo menos é a palavra que os modistas usam. É um termo pra dizer que o meu rosto é um tanto feminino. Mas já quero deixar claro: só o rosto. Eu não tenho nada de mulherzinha.

Sou sério. Tenho um porte físico bem trabalhado, porque sempre gostei de esportes como: futebol, basquete, natação. Assim, eu não sou feio, mas também nunca me achei “o” lindo, pra levantar tanta euforia por onde passo. Mas, isso também não vem ao caso.

Agora ele. O que era aquele menino? Primeiro: ele é mestiço. De que nacionalidade? Não faço a mínima idéia. Mas os cabelos dele são loiros, bem desarrumados, se não dizer espetados pra cima. A pele era aquele moreno bronzeado. É mais baixo do que eu, se eu meço 1,71, ele deve ter algo como 1,65 ou 1,66. É bem magro, diferente de mim que tenho alguns músculos.

Mesmo assim, o uniforme do colégio lhe caía muito bem. Apesar de que, estava sempre desalinhado. A camisa para fora da calça com os primeiros botões abertos e a gravata - que vivia desamarrada -, pendurada no pescoço, talvez, fosse para mostrar aquele cordão preto que dava duas voltas em seu pescoço e tinha como pingente três pedras verdes.

Um visual um tanto relaxado, mas que combinava com ele. Bem ao contrário do que eu sou. Eu gosto de andar alinhado, perfumado, cabelos penteados... Er... Se alguém me chamar de “Mauricinho” ou “Metrossexual” vou mandar ir para aquele lugar! Eu só gosto de me sentir bem comigo mesmo e, também, é bom para manter o charme Uchiha, entendem?

Enfim, além de tudo isso, havia o mais intrigante: ele tinha o mais lindo par de olhos azuis que eu já vira na vida. Na realidade, eu nunca vi ninguém de olhos azuis de perto, a não ser pela televisão.

Ah! A Sakura que eu mencionei tinha olhos verdes bem claros, mas descobri que eram lentes. Ela tinha uma aparência bem moderninha, sabem? Até mechas rosa nos cabelos ela usava. Mas os olhos dele são verdadeiros, dá pra notar por serem tão límpidos. Era de um azul estupendo! Tal como um céu ensolarado de verão? Certo, a comparação foi brega. Mas é isso.

Agora, ele começou a balançar as pernas embaixo da mesa. Hm... Primeiro sinal de impaciência? Pelo menos, era uma reação menos monótona. Eu acho que estou chateado com ele, mais do que o meu eu normal permitiria. Mas eu tenho meus motivos! Primeiro: nunca me expus por ninguém. Segundo: nunca fui tão ignorado.

Será que ele fazia questão de fingir minha não-existência porque eu o havia defendido? Ou era porque ele tinha aquela beleza excêntrica tão incomum a nossa etnia que o fazia se achar o último biscoito recheado do pacote?

Não sei.

Mas pensar nisso me enervava.

Lembrei que, na sala de aula, eu sentava no fundo por causa da minha altura. Ele sentava para fazer bagunça e não parava de trocar recadinhos entre os meninos. Algo que eu notei desde que cheguei à escola também, é que ele é bem popular. Ou era. Até eu chegar. Será que é por isso que ele não gosta de mim? Por ter roubado seu posto?

Bem, vocês devem estar se perguntando: “Por que diabo eu fico me auto-inquirindo e tentando imaginar o pensamento alheio, ao invés de questionar direto ao causador de tudo, já que ele está tão perto?”. Então eu vos respondo: eu tenho meu orgulho. Se ele não tomar a iniciativa de falar comigo, eu nunca o farei. Até porque, eu fiz um favor a ele! Evitei que perdesse alguns dentes e, acima de tudo, amassasse a fuça bonitinha que tem. Assim, o mínimo que eu merecia, era um agradecimento.

Achei que aquela coisa de castigo estava bem demorada. Nos mandaram pra detenção depois que a aula acabou, ou seja, às dezesseis horas. Agora já eram dezoito horas - acabei de conferir no display do celular. Duas horas de detenção não são suficientes?

Então, ouvi um estalo alto que me fez sobressaltar. A porta estava sendo aberta. Ótimo! Já não era sem tempo. Porém, o olhar do loiro para quem entrava atrás de mim – onde estava à porta do lugar -, me fez duvidar de que fosse algum mestre. Logo, aquela figura irrompeu o lugar e foi pra cima dele.

– Naruto, você está legal? – o rapaz com a cabeça de tomate perguntou, agachando-se diante dele. Bem, não me interessava à conversa dos outros, por isso, virei o rosto pro outro lado. Afinal, havia me enganado, não era nenhum professor. Era algum coleguinha do meu companheiro de cárcere.

– Estou sim, Gaara. – ele respondeu e, só então, eu percebi que ele tinha uma voz até bonita.

Mas espera... Gaara?! De repente a minha mente apitou e a falta de desinteresse esvaeceu, dando lugar a uma curiosidade sem tamanho. Então, aquele era o tal do terceiro C que Neji mencionara? Passei a fitá-los com curiosidade. Foi aí que percebi algo diferente: o tal do Gaara estava agachado na frente dele e com as duas mãos bem dispostas sobre as coxas do loiro, e pior... ele estava esfregando as mãos nele?

– Aquele maldito, Neji! Eu vou socar a cara dele! – este ameaçou furtivo.

Mas o loiro manteve-se calmo e explicou:

– Não precisa, já fizeram isso. – ele fez questão de olhar por cima do ruivo, direcionando sua alfineta pra mim.

Pronto! Era o que me faltava! Pra me agradecer: não, nem sequer um mísero olharzinho, agora pra me apontar, me acusar, ele olhava! Era o cúmulo. Se arrependimento matasse... Ah, esqueci de mencionar, o Hyuuga não estava ali conosco porque foi para enfermaria depois do cruzado de esquerda que dei nele.

O tal Gaara apenas me dispensou uma espiadela sobre o ombro e logo voltou a olhar o loiro.

– E o que você me diz da pergunta que te fiz antes do idiota do Neji nos interromper? – ele fez esse questionamento que – pra mim - fora totalmente enigmático, mas que provavelmente fora o motivo que fez o Hyuuga entrar na sala de aula puxando o Naruto pelo braço e o arremessar no chão.

– Vou repetir o que disse antes, Gaara: não gosto que de ser monopolizado. Eu não sou um objeto. Gosto de ficar livre pra poder ficar com quem eu quiser.

Ah, que belo filósofo de beira de esquina! Que merda era aquela que ele estava tentando dizer para o vermelhinho?

– Então, a sua resposta é...? – o outro ainda parecia incrédulo.

Eu não estava entendendo porcaria nenhuma. Resposta do quê? Alguém, me ajude!

– Quer mesmo que eu diga?

– Pô, Naruto! – o outro de repente se levantou aparentemente exaltado, colocando as mãos na cintura em sinal de pura indignação. – O que eu preciso fazer pra você entender que estou falando sério?! Me dê uma chance, pô!

Opa, opa. O garoto tocou no rosto dele de uma forma estranha depois de dizer aquilo. Além disso, ele... o estava acariciando? Meu, comecei a sentir algo estranho, era um embrulho no estômago. Eles estavam perto demais, foi então que o mesmo gelo que caía do lado de fora ganhou o meu âmago de repente. O ruivo o beijou? Na minha frente? Dois homens?

– HAM! HAM! – sim, esse pigarro foi meu. Pouca vergonha na minha frente, depois de ter brigado por aquele maldito e de estar com a bunda quadrada de tanto ficar sentado ali na detenção, não! Eu não iria aceitar.

O loiro foi quem deu ponto final no beijo, espalmando a mão no peito do ruivo e o empurrando.

– Vai embora, Gaara! – ele meio que ordenou. - Eu não tô mais a fim. – complementou.

Eu percebi o vermelhinho contorcer a face e se afastar em silêncio. Antes de sair, me direcionou um olhar desdenhoso. Sabe como se eu fosse uma caca feita pelo cachorro no chão limpo da sala? Cara, que raiva daquilo. Aí, só ouvi o barulho da porta batendo com força atrás de mim.

Olhei para aquele garoto, e querem saber? Dane-se que estou de detenção e o meu orgulho. Eu queria saber que droga tinha sido aquilo.

– Qual é, Loiro? Que merda foi essa? Você não é homem, não, porra?! Como você deixa outro garoto te lascar um beijo desse jeito?! – eu quis saber, realmente ofendido. Cara, às vezes eu sou patético. O que eu tinha haver com a preferência sexual dos outros?

Bem, ele se levantou e veio na minha direção. Tá. Sabem quando sentimos vontade de correr, mas as pernas ficam moles e não nos obedece? Pois é, foi essa sensação que tive. Ele se aproximou muito rápido, pôs a mão no meu ombro e aproximou a boca da minha como se fosse me beijar! E eu? Sei lá, cara! Só prendi a respiração fiquei vislumbrado àquele rosto.

Deus do céu! Como ele tinha um rosto bonito! Vocês não têm ideia! É muito mais bonito de perto. Foi então que percebi que ele também era perfumado; um perfume embriagante. Eu fiquei sem ar. Prendi minha respiração e senti o traidor do meu coração disparar. Sim, era um traidor! Afinal, ele nunca bateu daquele jeito por garota nenhuma. Por que haveria de se mostrar assanhadinho por um garoto?! Logo um garoto?!

– O que você disse, Uchiha? – ele de repente perguntou, sussurrando em cima de mim. E que hálito quente e perfumado ele tinha. Oh, céus! As minhas pernas, as minhas pernas estavam formigando, e eu precisava respirar! Mas não conseguia fazê-lo com ele tão perto.

– E- e- eu- eu-.... – Ok. Concordo com quem está pensando aí que eu sou um idiota, mas eu devo aparentar. Afinal, dei uma de machão querendo justificativa do por que ele deixou outro homem beijá-lo e agora estava tremendo todo. Ainda mais, por alguém que eu só meti a lenha desde que sentei aqui.

Mas eu estava confuso! É muito fácil julgar quando se está de fora. Que sensação infernal era aquela que eu estava sentindo? Eu vi um sorrisinho maroto desenhar nos lábios dele e quase senti vontade de rir. Cara, ele tá rindo da minha cara de imbecil e eu queria rir também?

Ah, bem. Se tiver alguém de menor por aí, faça o favor de se retirar agora. A coisa vai ficar feia. Sabem por quê? Eu quero! Eu preciso! Eu necessito agarrá-lo! Devorá-lo. Comê-lo. Fazê-lo gritar. Fazê-lo MEU.

Assim, conforme eu pensava essas baboseiras desconexas, TODAS referentes a sexo, mais esse desejo insano e demoníaco nascia em mim.

Ele desceu o apoiador de caderno e começou a abrir a própria camisa, enquanto mantinha aquele sorriso pervertido sobre mim. Seus olhos claros pareciam enxergar minha alma, ler os meus pensamentos. Rapidamente a camisa dele foi ao chão. Como eu o imaginei, ele era magro demais. A calça de cós baixo acentuava sua cintura, dando quase pra confundir com a de uma garota... Eu disse quase, eu sei que ele não é uma garota! Senti vontade de segurá-lo ali e fazê-lo sentar-se no meu colo.

Porém...

Eu não conseguia me mexer. Estava paralisado, inerte! Lutando contra um vendaval adverso de arrepios que me assolavam. Então, eu o vi passar as mãos no tórax e, em seguida, lamber as pontas do indicador e do dedo do meio e passar a ouriçar os mamilos rosados. Oh, Buda! Deuses do Olímpo! Qualquer um! Algum santo! Tenham dó de mim, por favor! Estou clamando! Me ajudem!

É... parece que ninguém vai me ouvir mesmo. O garoto virou de costas que, devido à calça baixa, deu pra ver o vãozinho da bunda amostra. Assim, o percebi desatando o cinto, e descendo a peça de roupa, se livrando dela e dos sapatos.

Ai, ai... Agora eu estava ferrado. Olhei a porta atrás de mim. Era a única coisa racional que consegui pensar: se alguém entrasse e o visse daquele jeito nu, diante de mim.

Tá, ele fez um strip-tease. Arrancou todo o uniforme. Estava nuzinho como veio ao mundo. E que bunda perfeita era aquela que este maldito-anjo-loiro-do-inferno tinha! Porra!

E agora o que viria? Nem tive tempo de pensar, pois ele se virou. Evitei olhar aquilo que o fazia igual a mim e prendi o ar novamente, ao percebê-lo próximo de novo.

– Você me quer?

Er... Eu queria? O que eu haveria de querer em um homem?

– Você estava me comendo com os olhos desde que fomos colocados aqui. Nem conseguiu disfarçar... – a voz dele era tão indecente quanto todo o resto. Ele estava acariciando meu queixo agora, descendo seus dedos finos pela minha face. Era um carinho malicioso, gostoso... Hm.

– Escuta, cara! Eu não sou esse tipo que está pensando. – Eu ainda tinha algum pingo de orgulho e decência dentro de mim. Tinha que pôr pra fora. Até parece que me deixaria dominar desta forma.

– Ah, é? – ele abriu a boca nesse “é” mostrando a língua pelos lábios entreabertos que me deu vontade de puxar com os dentes.

Filho da puta! Neji tinha toda razão, eu soquei o cara errado! Deus, me perdoa?!

– É. – eu respondi meneando a cabeça em um sim firme. Vi–o esboçar aquele sorriso de lado de novo e... bem. Ele apalpou meu membro por cima da calça e, mantendo os olhos fixos em mim, concluiu:

– Mas parece que isso aqui está dizendo ao contrário... – mordi meu lábio inferior. Desgraçado! Segurei os ombros dele firme entre meus dedos fazendo questão de depositar força. – O que você quer?

Ah, aqueles olhos risonhos! Debochados! Por que ele está fazendo isso? Ele estava querendo me enlouquecer, é isso?

– Olha isso aqui... – e eu olhei, que droga! Ele estava esfolando o próprio pênis com os dedos. Virei o rosto e fechei os olhos com força, ele continuou me provocando: – Estou louco por você desde que o vi entrar na sala pela primeira vez.

Dane-se! Dane-se! Dane-se! Eu não quero saber!

– Eu coloquei um monte de cartas embaixo da sua carteira... – Ele, de repente, me informou, enquanto subia em meu colo, os meus dedos afrouxaram do ombro dele e ele continuou falando enquanto, desatava minha gravata. - Marcando encontro no terraço, no armário, no banheiro, em qualquer lugar que pudéssemos foder... Era só nisso que eu conseguia pensar, em como você deve ser bom no sexo.

Ele ainda tem a cara de pau de dizer “só nisso”!

Espera, era ele o remetente das cartas?! Eu ouvi certo?

Então, ele jogou minha gravata no chão. Eu ainda não conseguia falar, ele passou a desabotoar minha camisa.

– Faz tempo que não fico com alguém, só porque não paro de pensar em você... – ele me explicou como se eu quisesse saber! Agora ele exagerou, começou a passar a língua pelo meu queixo e a subiu até o meu ouvido. E, após enfiá-la ali, sussurrou dentro dele: - Você perguntou o que eu quero, não é? – comecei a suar frio, a mão dele agora acariciava a parte do meu peito que havia descoberto. – Eu quero que me coma...

Não podia ser!

– Você não pode estar falando sério... – eu comentei.

– Mas estou. – ele confirmou. – É só nisso que venho pensando ultimamente. Mas... como você nem se deu ao trabalho de ler as minhas cartas, eu desisti. Tentei voltar para os meus ex-ficantes, que começaram a brigar entre eles. – o loiro justificou, depositando beijos pelo meu pescoço e descendo pelo peito, até que escorregou para o chão e ficou debruçado sobre meu ventre. - Confesso que hoje me surpreendi quando você atacou o Neji. – ele explicou, me olhando, para logo depois, passar a língua nos lábios e abrir minha calça.

– Espera! – segurei a mão dele tentando impedir. Tá, ele parou. Mas eu não sei o que dizer! O que dizer quando se é atacado por um gay? E o pior... quando seu corpo parece estar gostando do ataque? Me deixar levar? Pôxa! Malditas mentes pervas yaois! Que inferno, me dêem uma resposta mais condizente! Ok. Ele continuava me esperando. – Eu não sou gay... – Ah! Que beleza, cara, até doeu em mim a minha falta de coerência.

– Hm... Então esse tesão é? – ele apontou pro bendito do meu volume apertado na calça.

– Ah, dane-se! Quer pagar boquete, então paga. Mas não vou fazer isso em você.

Ele sorriu.

– Idiota... – sussurrou, antes de tirar meu pênis pra fora da calça. Cara, e como ele estava grande. Tive até que apertar os olhos só de sentir os dedos do loiro tocando-o e tirando pra fora.

– Ai...

– Eu nem comecei ainda, mas pelo jeito não vai ter muita graça.

– Cala a sua boca e faz logo. – O que querem? Estou sem paciência, não imaginam o quando é doloroso ficar com essa coisa dura.

– Grosso! – ele resmungou.

– É... você conseguiu deixá-lo assim... – Pois é... eu não perdi a oportunidade de fazer essa piada infame e ainda dei um risinho idiota.

Ele me lançou aquele olhar de desdém do outro ruivo, umedeceu os lábios e enfiou tudo na boca de uma única vez.

Bem... Já ouviram marmanjo gemer como um desvairado? Não? Nem querem? Então, tampem os ouvidos.

– Ah! Deus do céu! Ah... você é bom! Ai, ai, ai! Caramba... Ah... Ei, ei, ei... eu vou gozar na sua boca... Ahhhh! – minha nossa, o que ele sabia fazer com a boca era de outro mundo. Nunca nenhuma garota fez tão bem. Ele engolia tudo, massageava com a língua, segurava firme. Eu estava prestes a estourar quando ele parou, lambendo os lábios.

– Porra, por que parou?! – reclamei, óbvio. Meu pau ainda estava duro de vontade de se aliviar.

– Acho que já está bom... – ele disse.

Não, eu não tinha ouvido aquilo. Mas ele estava falando sério, se afastou de mim e começou a buscar as roupas dele no chão. Então, eu me levantei.

– Como assim: “está bom”?!

– Alguém pode entrar.

– Foda-se! Comece o que terminou.

– Você quis dizer “termine o que começou”?

Levei as mãos nos meus cabelos, e os baguncei em sinal de desespero.

– Você me entendeu! – esbravejei.

– Não tô a fim. – ele respondeu, lambendo as pontas dos dedos. – Mas confesso que ele tem o gosto bom, quem sabe outro dia eu continuo.

– Vai continuar agora! – mandei, com uma voz de macho imponente. Macho pede boquete pra outro?

– Não-tô-a-fim. – ele silabou, sentando-se sobre a mesa do professor, apanhando a camisa e abanando-a com a intenção de vesti-la.

Agora quem iria matá-lo era eu.

– Tá de brincadeira com a minha cara, não é? – eu o segui, ainda sentindo o meu membro latejando dolorido. Cara, como aquilo doía.

– Termine sozinho! Use as mãos, oras.

Respira Sasuke, respira!

– Eu quero... Você disse... Eu... – Tá eu não conseguia formular uma réplica, estava muito nervoso.

– Coloca isso pra dentro e se arrume alguém pode chegar.

Sim, eu decidi: vou matá-lo e vai ser agora. Avancei pra cima dele como nunca fiz com ninguém na minha vida, arranquei as roupas que ele tinha pegado do chão e, o segurando pelos cabelos, virei–o de costas e o joguei sobre a mesa de professor. Fiquei admirando aquele rabinho arrebitado.

– O que está fazendo, seu estúpido! – ele se debateu.

– Estúpido? Você não viu nada, baby... – molhei meus dedos com saliva e introduzi naquele pequeno buraquinho que piscava. Debrucei em cima dele e, enquanto o preparava, lambi suas costas, seu pescoço, a orelha. Foi tão excitante quando ele protestou:

– Annnn... pare!

– Nem pensar. – Caramba, como aquela região era apertada, até parece que ele nunca havia dado antes. Impossível, claro. Neji já havia confirmado o que eu não quis entender no começo. Ele provavelmente já havia feito com a maioria dos garotos boa pinta da escola. Então, eu seria mais um na lista dele. – Agora eu vou fazer aquilo que você queria, certo?

– Eu não quero! Me solta! Não faça! Não faça! Ei?! Espere! Eu não estava falando sério! – falando sério ou não, eu não queria mais saber. Não se brinca com um Uchiha desse jeito.

Enquanto ele clamava pra eu parar, mais vontade eu sentia de meter nele. Foi o que fiz. Direcionei a cabeça do meu falo na entradinha apertada e forcei pra dentro.

Nossa! Que sensação boa. Quanto mais ele protestava e se apertava dizendo que não queria, com mais força eu tinha vontade de meter.

– Pareeee!

– Eu sei que você gosta disso! – eu falei, forçando meu membro a se enterrar mais. Afinal, era muito apertado, muito mesmo. Mas suando e com muito esforço consegui chegar ao fundo. E, quando cheguei, ui! Que sensação magnífica! Passei a tirar e a colocar com força. As mãos dele apertavam o beiral da mesa.

Eu enfiei as mãos nos cabelos rebeldes dele, cheirei suas costas, escorri língua pelo ombro e a nuca dele. Percebi que ele se ouriçou todo quando passei a língua naquela região sensível atrás do pescoço, então, me mantive ali. Ah, e como ele protestou então...

– Assim não! É golpe baixo! Ai, ai! Pare, Uchiha! Eu sou... Ahhhhhh! – eu mordi a nuca e um fio de saliva escorreu pela boca aberta dele. Enfiei dois dedos dentro dela e tentei virar o pescoço pra provar daquela língua.

– Tira a língua pra fora, vai... – ele estava tão excitado que o fez, então o beijei, sugando sua língua, enquanto continuava me movendo.

As minhas mãos? Passei a alisar os mamilos, descia e masturbava o pênis dele, e voltava a segurar aquela carne branca da bunda dele. Enchia mão, abria as duas partes, retirava meu membro e enfiava de novo. Ele gritava, arfava descontroladamente.

Meti, e como meti! Sem dó, nem pena. Afinal, ele merecia pior. Aquele maldito abusado. Porra, foi ele quem me provocou!

Então, em uma última estocada, quando depositei mais força, fazendo minha ereção se enterrar bem no fundo, percebi o loiro arquear o dorso pra trás e contrair toda a sua parede anal, apertando tanto meu membro dentro de si, que explodi. Trinquei os dentes pra não gritar, mas ele não pôde fazer o mesmo e vociferou, com o corpo todo tenro:

– AHHHHHHHHHHHH!!

Eu consegui senti cada músculo do meu companheiro de detenção se contraindo do orgasmo, até minha mão foi banhada pelo sêmen dele. Depois, ele se deixou abater na mesa, e eu caí sobre ele. Ainda sentindo meu pênis aquecido naquele confinamento.

Era sorte ou azar, a escola já estar vazia e alguém ter nos esquecidos no castigo. Senão, poderiam ter nos ouvido.

Após conseguir regularizar a respiração, resolvi me retirar de dentro dele. Foi aí que a coisa complicou e eu senti um remorso infernal me abater. Meu pênis saiu sujo de sangue, da mesma forma que o meu orgasmo saiu tingido de vermelho. Cara, que merda eu tinha feito?! O garoto era virgem?

– Você...

– Eu tentei te dizer. – ele falou.

– Mas por que, porra?! Por que me provocou daquele jeito?

– Esquece... Ai... – ele tentou se levantar e conseguiu, ficou de pé diante de mim enquanto o líquido escorria pelas pernas. Foi uma visão bem estranha. Então, ele confessou: – Foi bom. Apesar de estar queimando agora. – reclamou, fazendo uma careta e sorrindo com os olhos marejados. – Eu sempre provoco, mas ninguém nunca teve coragem. Já haviam me dito se algum dia alguém não suportaria, eu ia ter o que mereço.

– Eu assumo a responsabilidade! Eu namoro com você. – Ah, sim. Eu estava ficando maluco. Propondo namoro a alguém do mesmo sexo.

Ele riu e esfregou o rosto, deixando-o mais vermelho. Cara! Nunca senti tanto remorso como estava sentindo naquele instante. Ele fungou, parecia que estava evitando chorar, o que lhe deixou com uma feição tão de criança inocente, que aumentou meu sentimento de culpa.

– Eu sei que você é o filho do policial investigador de casos especiais e que não para em lugar algum. Não precisa me prometer essa baboseira de namoro. – ele disse, abaixando-se para apanhar as roupas; vestindo a cueca, depois a calça, sem se preocupar em limpar o gozo misturado ao sangue nas pernas. Depois, ainda em pé, calçou os sapatos e vestiu a camisa.

Mas, como assim ele sabia da minha vida? Eram informações sigilosas, que nem eu podia falar a ninguém.

– Como você sabe disso? – fiquei curioso, claro.

Ele abriu um grande sorriso, e terminou de abotoar a roupa.

– É melhor se alinhar também... – ele me avisou, logo em seguida o barulho de uma música irritante irrompeu o ambiente, ele pegou a mochila que estava no armário e retirou de dentro de um dos bolsos o smartphone e o direcionou no ouvido dizendo: – Sim, toosan. Uhum. Isso mesmo. Pois é. De novo. Gomen? Ok. Eu te explico, sim. Certo. – ele desligou.

– O quê?

– Meu pai, está vindo me apanhar. É melhor fechar sua camisa e colocar essa coisa que já tá murcha pra dentro.

– Ah! Claro. – Eu o fiz rapidamente, aproveitando pra limpar as mãos sujas de gozo na parte interna da barra da minha calça.

Foi, quando ouvimos o barulho da porta se abrindo e um homem loiro, muito bem vestido de terno, entrou no lugar com uma pasta na mão e o celular na outra.

– Anjo?

– Toochan?

– Então, você é o Uchiha? – o homem de repente se voltou pra mim.

– Sim... – eu meio que sussurrei, estava sem forças alguma. Havia acabado de forçar uma transa com um garoto que era virgem e agora estava diante do pai dele?

– Namikaze Minato, diretor. – ele se apresentou e, claro, eu fiquei petrificado. - Está livre do castigo. – ele me falou e complementou: – Espero que tenha aprendido a lição, e você também, não, anjo? – perguntou, voltando-se sorrindo para o garoto.

Foi então que notei como eles eram semelhantes.

– Nada de brigas entre seus colegas de sala novamente, Naruto! – o pai-diretor finalizou com a advertência.

– É... Eu acho que desta vez eu aprendi, sim, pai. – ele respondeu, abaixando a cabeça.

– Espero... E tem que largar de andar desalinhado. Olha só suas roupas! Você é o filho do diretor da escola, não ande desse jeito. E... – ele farejou o ambiente. – Que cheiro esquisito é esse? Não me é estranho...

Ah, sogrão! Nem queira saber! É só o meu orgasmo, misturado com o sangue do seu filho que acabei de violentar.

– Acho que não estão limpando essa sala direito, pai. – eu não acreditei, o loiro estava livrando meu traseiro?

– Falarei amanhã mesmo com o pessoal da limpeza. – o mais adulto disse em um tom claro de que iria dar nesses “uma comida de rabo”. - Vamos, sua mãe me ligou e pediu que eu o leve para jantar na casa dela. Já estamos mais que atrasados.

– Certo.

– Até mais, Uchiha. – o homem se voltou pra mim, se despedindo.

– Até, senhor. – minha voz saiu muito, mais muito baixa. Se eu tivesse orelhas de neko com certeza agora elas estariam baixas, e se eu tivesse um rabo, ele estaria entre as pernas.

O pai colocou a mão no ombro do filho e o encaminhou para fora. Eu suspirei, amargurado. Cara, como me senti amargurado! Era por isso que ele sabia quem eu era. Por ser filho do diretor, deve ter acesso fácil as fichas dos alunos. Suspirei desconsolado. Sei lá, me deu uma vontade esquisita de chorar, não queria que tivesse sido daquela forma.

Eu estava sentindo remorso, algo ruim pelo que fiz a ele. Puts! Só de me lembrar que fiquei pensando mal o tempo todo do loiro, mas no fim, fui eu o idiota paspalho quem o violentou! Me sinto o ser mais imundo do mundo!

Peguei a mochila no armarinho, coloquei nas costas e, quando estava saindo, ouvi aquela musiquinha estridente e chata que escutei no celular dele, então notei o aparelho na mesa dos professores. Não era uma chamada e sim uma SMS. Ele havia esquecido o smarthphone. Abri e li a mensagem.

“Vou pensar no seu pedido idiota de namoro. Me devolve o celular, amanhã. Estarei te esperando no terraço. Uzumaki.”

Senti um alívio no peito. Não por ter que namorar um cara, mas por ele não estar tão chateado comigo. Respondi a mensagem enquanto deixava a sala.

“Vou tentar ser o melhor namorado que já teve. Prometo ser mais gentil nas próximas transas. Obrigado por me dar uma chance. Uchiha.” – enviei e saí do prédio saltitante.

Saltitante?

Sim, saltitante. Qual é pessoal? Nunca sentiram uma euforia boa dentro de vocês quando achava que tudo estava desabando, mas de repente termina certo?

Saí correndo pra rua e para a neve que caía. Vi o carro do meu irmão que estava estacionado na frente do colégio, me aproximei do mesmo, bati no vidro e ele o abriu.

– Achei que ficaria a vida inteira de detenção. – ele resmungou, do seu jeito mal-humorado de sempre. - Que merda você fez, afinal?

– Depois eu te conto, destrava a porta. – Eu pedi, dando a volta pra entrar pelo lado do passageiro do carro, mas de repente, um veículo que mais parecia uma limusine, freou do meu lado bruscamente, a porta se abriu e eu nem tive tempo de reagir, recebi um golpe certeiro na face e outro no estômago do homem loiro que havia conhecido há pouco. Caí segurando a barriga e, pensem na dor que eu senti.

– TOOCHAN! YAMERO! – era voz do Naruto, consegui abrir os olhos e o vi puxando o braço do diretor tentando levá-lo pra longe de mim.

Meu irmão desceu do carro assustado e veio ao meu encontro no chão:

– Sasuke, o que houve?! – ele me perguntou, mas em seguida se voltou para o diretor com as sobrancelhas franzidas. - Você é maluco, senhor! – ele se levantou, se pondo na frente do homem. – Por que está espancando o meu irmão?!

Mas o homem, que estava com a face contraída, apenas se desviou do meu irmão e apontou o dedo direto pra mim, dizendo em um tom claro e ríspido:

– Quero você e seu pai na minha sala amanhã de manhã. Teremos uma conversa muito séria, Uchiha! – o homem praticamente me ameaçou e voltou para o carro. – Vamos, Naruto!

– Ha- hai... – o loiro assentiu com a cabeça e, enquanto o pai dele entrava no carro eu me sentei. Então, ele andando de costas, me sussurrou: – Idiota, o celular que mandei a mensagem era dele. Não precisava ter respondido.

– Ah, tá... - Eu abri a boca, compreensivo. Logo em seguida, o carro saiu em disparado novamente. Mas custava ele ter acrescentado um "PS" (1)? Como eu iria adivinhar que ele não tinha outro celular ?

– Quem é aquele, Sasuke?! – ouvi a pergunta do meu irmão, que oferecia a mão para me ajudar a levantar. - Dá pra explicar que merda você fez para aquele doido querer te surrar? – eu aceitei a ajuda e fiquei de pé.

Mas eu estava tonto e dolorido ainda. Não consegui responder as perguntas nervosas do meu irmão. Estava encrencado, sim. Mas de certa forma, havia ficado contente com a minha gafe. Eu sentia que ela iria me trazer benefícios. Afinal, Naruto queria de alguma forma fugir do compromisso quando disse que “iria pensar” no meu pedido de namoro. Mas, pelo tom de ofendido do pai dele... Talvez ele nos obrigasse a assumir um relacionamento sério?

Ou não.

Meu Deus, eu sou um idiota ou o quê?! Ele não é uma garota, Sasuke Uchiha! No mínimo o pai dele vai se vingar de mim, me expulsando por ter transado com o filho dele dentro da escola... Elevei as minhas mãos na cabeça e a apertei em sinal de desespero. Estava literalmente ferrado!

Então ouvi meu irmão esbravejar:

– Sasuke, já que não vai me responder, pare de ficar fazendo essas expressões de débil mental e entra na porra do carro, antes que eu comece a espancá-lo também! – ele gritou, já entrando no lado dele e dando partida no motor.

Arregalei os olhos e obedeci, claro. Meu irmão sabe ser assustador quando está bravo.

Bem, vou explicar a ele o que houve, rezar pra não levar outra surra e esperar pelo dia de amanhã. Mas eu sei, meus problemas estão apenas começando.

Continua...

Notas:

1- P.S - Post-Scriptum ou P.S (do Latim, significa literalmente "escrito depois"), originariamente, indicava algo que julgasse necessário acrescentar a uma carta após o seu encerramento (fecho, assinatura etc). Com o tempo, foi-se percebendo que esta fórmula, além de servir para corrigir os lapsos de memória ou simplesmente informar que haviam ocorrido alterações depois que se havia dado a carta por concluída. (leia mais na fonte: Wikipédia)

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