Autor: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Comédia, Lemon, Romance, Universo Alternativo, Yaoi
Status: Completa
Classificação: 18 anos
Resumo: Sasuke Uchiha, por ser filho de um investigador de casos especiais da polícia, nunca parou em nenhum colégio por muito tempo, contudo, era a primeira vez que ele estava em uma instituição só para meninos. E é nesse novo ambiente que ele irá se deparar com algo totalmente inesperado: uma paixão avassaladora pelo popular e mimado filho do diretor. Será que Sasuke conseguirá fazer com que Naruto, que se aproveita da sua beleza e status para se divertir conquistando e pisando nos sentimentos alheios, se apaixone por ele? Ou melhor: fazer com que ele mude? [Fanfic terminada. Seis capítulos. Yaoi. Lemon. +18. OOC. Comédia romântica. Presente pra minha filhota Ghaby-hina-chan]
Dad's Baby Boy
Capítulo 2 – Reunião de pais
Revisado por Blanxe
Acordei pela manhã com meu membro latejando. Era algo fora do normal, nunca, desde o início da minha puberdade, pensei que teria tantos sonhos eróticos com um ser do mesmo sexo e em uma única noite. O orgasmo que eu havia sentindo no dia anterior, ao possuir o filho do diretor, fora tão intenso, tão arrebatador, que meu corpo não conseguia esquecer.
Ah, sim, o bendito órgão entre as minhas pernas também não. Afinal, era ele quem ficava “animadinho” só em minha mente recordar da textura que aquela pele sedosa tinha...
Não posso ficar pensando tantas sandices! Eu estou prestes a ter minha existência extinta da face da Terra pelo pai dele e só consigo pensar em fazer sexo com Naruto novamente. Seus olhos azuis... Seus lábios macios, sua pele bronzeada...
Ah, não! De novo, não! Tá ficando duro... Que merda! Melhor sacudir a cabeça e me mexer, antes que a vontade de me masturbar seja maior.
– Hora de me arrumar para escola! - falei animado, chutando o edredom para fora da cama e seguindo para o banheiro anexo ao quarto. “Ainda bem que está frio, assim, evito ficar enrolando no banho e pensando em fazer aquilo”.
– Pronto! – me olhei no espelho, alguns minutos depois, orgulhoso do que via. - Só falta a gravata. Mas... Aonde foi parar a bendita gravata do uniforme? – perguntei para mim mesmo, reabrindo meu closet. - Por que na hora de sair tudo some? Existe alguma lei da natureza que dita essa maldita regra?! Sim, só pode. Eu tenho três gravatas de uniforme! Três! E não encontro nenhuma!
Saí do meu quarto e passei correndo para o outro lado da minha casa. Bem, não é bem uma casa, é um loft. Mas como estou apressado, eu explico depois.
Bati na porta do quarto do meu irmão.
– Onii-san, já está acordado?!
A porta se abriu e aquela cópia minha, um pouco mais adulta, com cara de que “não teve sonhos tão bons quanto os meus”, me atendeu.
– Se eu tivesse dormindo como eu iria respondê-lo, Sasuke? - ele fez questão de me alfinetar, mal-humorado.
Bem, a cara dele estava assustadora, mas eu precisava de ajuda, então, precisava falar com jeitinho:
– Será... Por um acaso... Sem querer te acusar... Você viu as gravatas do meu uniforme?
– Eu uso uniforme escolar?
– Não.
– Eu sou algum executivo?
– Er... Não.
– Eu tenho cara de quem gosta de usar gravatas por hobby?
– Não.
– Eu vivo em uma masmorra onde eu precise de gravatas pra fazer uma corda e assim fugir pela janela?
Ele já estava exagerando.
– Hm...
– Então, Sasuke? Preciso mesmo responder essa pergunta estúpida à uma hora dessas da manhã?!
Ele bateu a porta na minha cara, não me dando nem oportunidade a réplica. Nossa! Tão delicado quanto a porta que bateu!
– Poderia responder só “eu não vi” como os irmãos normais fazem! – Saí resmungando e pisando duro. Tá, meu irmão é um verdadeiro chato. Nem conto o quanto.
– Sasuke, você não disse que tenho que acompanhá-lo na sua escola hoje? O que você está fazendo andando como uma barata tonta de um lado para o outro aí em cima?!
Eu gelei ao olhar para baixo e ver meu pai estacado com as mãos na cintura e a expressão contrariada. Meu pai não é um homem que ri muito, sabem? Deve ser falta de sexo. Afinal, dizem por aí que falta de sexo é a causa maior do mau-humor humano.
– Tô indo, tô indo, otou-san!
Saí correndo novamente, vou ter que ir sem gravata. Entrei no quarto e peguei a minha mochila. Antes de deixar o ambiente, dei mais uma avaliada no reflexo no espelho. É, até que a ausência de gravata tinha dado um charme especial ao meu look, fiquei com cara de rebelde, algo assim.
Sorri de lado e deixei o quarto.
Então, essa é a parte complexa. Apesar de que, meu pai não gosta muito de conversas quando está ao volante: “preciso direcionar toda minha atenção no trânsito, para não causar acidentes” é o que ele sempre diz. Então, eu não precisaria antecipar os motivos que estavam me levando à guilhotina naquele momento, certo?
– Filho, o que houve na escola para eu ser chamado de repente?!
Errado! Claro, só em meus sonhos o senhor Uchiha Fugaku não iria querer saber o motivo pelo qual foi chamado, pela primeira vez em sua longa vida, na direção da escola do seu filho mais perfeito. Tá, não teve graça. Eu não sou perfeito... Mas estou beirando o “quase”.
– Sasuke?! – ele me chamou, agora, em um tom bem ríspido.
Será que não dava pra pular a parte ruim da história e ir direto para “os viveram felizes para sempre”?
Era hora de tentar enrolá-lo. Contudo, o percurso de casa até o colégio, não é tão curto assim, que dê pra enrolar facilmente. Bem, o que eu podia dizer? Pense, Sasuke, pense! Falar a verdade?
– Eu me meti em uma briga!
Eu sei, não é totalmente a verdade, mas não chega a ser uma mentira, não é mesmo? Só estou omitindo alguns fatos, por enquanto.
– Briga?! Desde quando você se mete em brigas? Qual foi o motivo?
Ha, ha! Se ele souber o motivo, eu serei castrado.
– Ah, pai! Eu vi um colega da minha sala sendo brusco com outro e tentei ajudar o que estava sendo agredido. Foi só.
– Você tentou consertar a brutalidade do agressor, sendo bruto também?!
É impressão minha ou esse papo tá ficando confuso?
– Eu acho que não tenho noção da minha própria força?! – perguntei, desenhando um sorriso amarelo nos lábios.
Então, vi meu pai demonstrar alguns sinais de quando ele estava verdadeiramente irritado: seus lábios contorceram-se em um bico e ele soltou algo como uma baforada pelo nariz. Muito esquisito! Mas eu sei, como filho que já presenciou essa reação centenas de vezes, que essa era forma dele controlar sua raiva.
– Eu não acredito! – ele esbravejou, por fim, batendo as mãos no volante. – Você sabe o quanto é problemático ficar procurando escola para vocês?
Ele fala “vocês” só para dar mais ênfase na bronca, mas meu irmão já não estuda faz um tempinho. Também não vem ao caso. Encolhi meus ombros e continuei ouvindo com as orelhas baixa. Nesse momento o melhor é ficar em silêncio.
– Se você for expulso, Sasuke, eu não vou encontrar outra escola para você antes do início do ano!
A minha cara deve ter realmente ficado muito séria, pois meu pai olhou para mim, com uma feição preocupada. Na realidade, não me chateei pelo fato de ficar sem estudar as últimas semanas do ano; minhas notas eram boas, não seria prejudicado. Porém, e quanto a mim e o Naruto? A ideia de não vê-lo mais é que me deixou preocupado.
– Eu vou conversar com o diretor... – meu pai elucidou do nada, com a voz mais amena, como se estivesse se compadecido da minha feição entristecida.
Eu até poderia agradecê-lo por tentar implorar por minha vida... Quero dizer, permanência naquela escola, se fosse só a briga o motivo que iria gerar minha expulsão, porém, aquele diretor lunático, jamais iria me perdoar depois de saber o que fiz ao filho dele, a não ser, que Naruto tenha tentado livrar a minha pele.
E agora?
Eu fico como naquele filme: “A espera de um milagre”? Ou... me entrego pro velho de vez? Talvez, por ser réu primário, eu possa cumprir a pena em regime semi-aberto.
– Pai...
– Não se preocupe, filho! – ele me interrompeu, repousando a mão sobre meu ombro e dando um aperto que não foi tão leve assim. – Uma escola só de garotos deve ocorrer brigas o tempo todo; conversando, resolveremos tudo. Tenho certeza que o diretor vai aliviar a sua barra.
Eu preferiria que ele não fosse tão legal. Como vou contar a parte ruim, se ele está tão solícito comigo? Pô, velho! Está tornando as coisas difíceis.
– Otou-san...
– Chega de conversas! Preciso direcionar toda minha atenção no trânsito, para não causar acidentes.
Estava demorando...
...
Eu até tentei puxar o assunto novamente com ele no caminho do estacionamento até o prédio, e assim, acrescentar a parte que envolve o filho do diretor. Mas, ele não deu brecha. Só pediu pra eu “apertar” o passo, pois ele precisava resolver aquele assunto logo, para não se atrasar – mais do que já estava – para o trabalho.
Entramos na administração e uma senhorinha gorda de óculos se levantou para nos atender, após assuar o nariz vermelho como um tomate em um lenço de papel. Argh! Que coisa mais nojenta... Certo... Isso não foi um comentário nada masculino... Kami-sama, eu sou mesmo gay!
– Sou o senhor Uchiha, pai do aluno Sasuke Uchiha, eu fui chamado pelo diretor. – meu velho tentava falar com a mulher, quando o som de passos estalados no piso de ladrilho, fizeram meus ouvidos se aguçarem.
– Bom dia. – O homem loiro mais velho desejou secamente ao entrar no recinto. Não esperando por respostas, passou por todos na pequena recepção e adentrou a sala atrás da mesa da secretária, deixando o ambiente impregnado com aquele perfume inebriante.
Meu coração parou por um segundo ao vê-lo entrar repentinamente, mas logo, recomeçou as batidas quando vi, no encalço do pai, o loiro mais novo, com um perfume muito parecido com o do outro, se não dizer, o mesmo.
Ele seguiu o rastro do mais velho, sem sequer, direcionar um único olhar pra mim. Nenhuzinho, nem um mísero, nem um pequeninho... Passou de cabeça baixa. Aquilo era um mau sinal. O ar sério e impaciente do loiro pai, também era sinal de que eu estava literalmente ferrado.
– Como são seus nomes mesmos? - a secretária perguntou mais uma vez, depois de ficar algum tempo esfregando o nariz.
– Uchiha, minha senhora. – meu pai respondeu, novamente, perdendo a paciência. Será que aquela velhota não tinha noção de que minha pele estava para ser arrancada e ela estava ajudando a adensar os maus ânimos?
– Vou anunciá-los, aguarde um momento. – ela nos informou e se arrastou para dentro da saleta. Ela nem precisava ter tanta pressa.
– Mande-os entrar e vai procurar um médico pra cuidar desse resfriado, Shiharo-san! – o grito abrupto me fez congelar. Certo. Já não é só impressão que aquele homem acordou de cuecas viradas. Ele está mesmo irritado.
Será que dava tempo de fugir para o Alasca?
A senhorinha voltou para recepção.
– Pode entrar senhor Uchi... Uchi... Uchi... Como é mesmo seu nome?
– Deus do céu, mulher! Procure um médico pra memória também. – meu pai resmungou, passando por ela e indo em direção a porta aberta. – Venha, filho!
Eu precisava mesmo ir?!
– Sasuke!!
É. Infelizmente, precisava.
Meu pai não é um homem diplomático, muito menos, amistoso. Por isso, ele nem cumprimentou o diretor que estava sentado em uma cadeira de couro almofadada atrás de uma ampla mesa de vidro cinza e já foi se acomodando no assento na frente dele.
Eu fechei a porta atrás de mim e fiquei parado atrás do meu pai. Naruto também estava em pé, perto da janela, com os braços cruzados no peito e os olhos azuis fixos no vidro embaçado. Respirei brevemente, então, tive coragem de olhar o diretor-sogro, que estava, por uma bela coincidência, também me encarando, com um ar assustador.
Desviei os olhos para o chão e o ouvi ele se dirigir ao meu responsável:
– Senhor Uchiha, serei breve. – iniciou de forma seca, fazendo minhas entranhas revirarem. – Seu filho já disse qual o motivo por eu ter lhe chamado?
– Sim, falou.
Meu pai também sabe ser categórico... O problema, é que não falei tudo ainda, não deu tempo. Fiquei curioso com o silêncio que se sucedeu, ergui meus olhos para observar a reação do loiro adulto, que estava com seus orbes azuis – tão belos e iguais aos do Naruto – arregalados, em sinal de surpresa.
– Falou? - ele perguntou, um tanto incrédulo, juntando as sobrancelhas.
Meu pai meneou novamente a cabeça em sinal positivo, fazendo com que o diretor entrelaçasse os dedos um no outro e repousasse as mãos sobre o vidro fumê da mesa, reclinando seu corpo na direção do otou-san.
– Então, o que me diz sobre o ato de brutalidade do seu filho?
– Não acha que está exagerando, senhor... – o meu velho consultou o nome da plaquinha em cima da mesa e emendou: – Namikaze?
Puts! Se eu pudesse estapeava minha testa. Estou sentindo que o clima vai esquentar.
– Eu? Exagerando? – a voz do outro ganhou um timbre ainda mais incrédulo. - Então está de acordo com as atitudes do seu filho?
– De acordo, não. – o velho deixou claro. - Eu sou um policial, não aprovo má conduta de nenhuma forma. Mas, aqui entre nós, meu caro. Você já foi adolescente, eu também. Isso é uma escola que só tem meninos, coisas desse tipo devem acontecer o tempo inteiro, não?
Ai, Deus! Meu pai nem imagina, mas acabou de foder com a minha vida. Cara, a feição do diretor tornou-se realmente assustadora, o homem contraiu a face, ergueu-se da cadeira e bateu os punhos fechados no tampão de vidro, encarando meu pai de maneira muito, mais muito severa, mesmo.
– Como ousa a dizer na minha cara, que esses tipos de coisas acontecem o tempo inteiro na minha escola, senhor Uchiha?! - o loiro gritou, totalmente transtornado. - O que está achando que essa instituição é?! Algum tipo de...
– Está sendo sensível demais, Namikaze... – meu pai também se levantou, interrompendo-o e fazendo sinais com as mãos para que o homem se acalmasse. - Para quê todo esse estresse? Só quero resolver o problema da forma mais tranquila possível. Está bem. Não quis ofender sua a escola, só estou dizendo que meu filho cometeu um erro por ser homem e ter sangue quente correndo nas veias. Mas entenda, eu nunca fui chamado na escola por algo do tipo, Sasuke é um rapaz exemplar. Se ele chegou a esse ponto, foi motivado por uma grande razão. Eu disse antes e repito: não concordo com a forma que ele agiu, e deve sim, pagar pelo erro. Só acho que podemos entrar em um acordo, sem que o senhor tenha que expulsá-lo.
Eu engoli em seco. Meu coração estava disparado.
Mamãe, tá me esperando aí no céu? Acho que vou partir pra outra vida nesse exato momento.
Porém... ao contrário do que eu imaginava, o senhor Minato desfranziu suas claras sobrancelhas, jogou o blazer aberto para trás, ficou ereto e repousou as mãos na cintura. Após apertar os lábios, ficou imóvel por alguns segundos, provavelmente, pensando. Ele olhou para o filho, que até o momento e assim como eu, não se manifestara, depois voltou seus olhos azuis para mim, suspirou e anunciou:
– Concordo. Não sou do tipo de homem que resolve as coisas de cabeça quente. Eu... pensei muito sobre o assunto a noite passada, conversei demoradamente com o meu filho, tentando entender a atitude do seu e... Existem coisas que, como pais, não têm como intervirmos... Um bom exemplo é as escolhas de nossos filhos...
Eu quero um buraco pra enfiar minha cabeça. Era nítido que a conversa do homem estava fazendo nexo para mim, mas, provavelmente para o velho, nem um pouco.
– Exatamente.
O senhor Uchiha concordou?
– Bem... – o diretor prosseguiu. - Eu tenho que dar meu braço a torcer e admirar sua conduta como pai; é invejável. Primeiro, por aceitar, de mente tão aberta, o que o seu filho é. Já que no meu caso, há muito, eu tento contornar e fingir que não vejo. Segundo, por ter vindo aqui, junto com ele, admitir que o que Sasuke fez foi errado.
– Hm...
Eu dei um passo para trás depois do resmungo do meu velho. Os olhos de Naruto agora me encaravam com desconfiança. Por favor, terminem logo com essa tortura, me sinto em um tribunal, aguardando a sentença de morte.
– Agradeço os elogios. – o velho respondeu sincero. - Eu tento ser um bom pai e até tive que assumir o papel de mãe cedo, já que minha esposa faleceu faz algum tempo. – papai comentou, em um timbre de voz calmo, então se voltou para o loiro a sua frente e continuou: - Imagino, pelo andar da conversa que Sasuke não será expulso pelo que fez?
– Não.
– Ótimo! – meu pai finalmente sorriu. O que me deixou com mais medo ainda. - Qual será a punição dele? Garanto que ele fará qualquer coisa, cumprirá detenção, tarefas extras, qualquer coisa que o senhor determine.
– Gostei da resposta, Uchiha-san. Gostei do bom humor também. – o homem caminhou na direção de Naruto e repousando as mãos nos ombros dele, sorriu discretamente: - Meu garoto não é uma menina, todavia, não irá engravidar, por isso, não vamos forçar um casamento. Mas, eu acho, sinceramente, que se o seu filho assumir um relacionamento sério, agindo de forma mais respeitosa com o meu, vou tentar passar uma borracha nesse começo tão desastroso.
Eu fechei meus olhos e comecei a rezar. Afinal, estaria morto em dez segundos, digo 9, 8, 7, 6...
Continua...
Capítulo 2 – Reunião de pais
Revisado por Blanxe
Acordei pela manhã com meu membro latejando. Era algo fora do normal, nunca, desde o início da minha puberdade, pensei que teria tantos sonhos eróticos com um ser do mesmo sexo e em uma única noite. O orgasmo que eu havia sentindo no dia anterior, ao possuir o filho do diretor, fora tão intenso, tão arrebatador, que meu corpo não conseguia esquecer.
Ah, sim, o bendito órgão entre as minhas pernas também não. Afinal, era ele quem ficava “animadinho” só em minha mente recordar da textura que aquela pele sedosa tinha...
Não posso ficar pensando tantas sandices! Eu estou prestes a ter minha existência extinta da face da Terra pelo pai dele e só consigo pensar em fazer sexo com Naruto novamente. Seus olhos azuis... Seus lábios macios, sua pele bronzeada...
Ah, não! De novo, não! Tá ficando duro... Que merda! Melhor sacudir a cabeça e me mexer, antes que a vontade de me masturbar seja maior.
– Hora de me arrumar para escola! - falei animado, chutando o edredom para fora da cama e seguindo para o banheiro anexo ao quarto. “Ainda bem que está frio, assim, evito ficar enrolando no banho e pensando em fazer aquilo”.
– Pronto! – me olhei no espelho, alguns minutos depois, orgulhoso do que via. - Só falta a gravata. Mas... Aonde foi parar a bendita gravata do uniforme? – perguntei para mim mesmo, reabrindo meu closet. - Por que na hora de sair tudo some? Existe alguma lei da natureza que dita essa maldita regra?! Sim, só pode. Eu tenho três gravatas de uniforme! Três! E não encontro nenhuma!
Saí do meu quarto e passei correndo para o outro lado da minha casa. Bem, não é bem uma casa, é um loft. Mas como estou apressado, eu explico depois.
Bati na porta do quarto do meu irmão.
– Onii-san, já está acordado?!
A porta se abriu e aquela cópia minha, um pouco mais adulta, com cara de que “não teve sonhos tão bons quanto os meus”, me atendeu.
– Se eu tivesse dormindo como eu iria respondê-lo, Sasuke? - ele fez questão de me alfinetar, mal-humorado.
Bem, a cara dele estava assustadora, mas eu precisava de ajuda, então, precisava falar com jeitinho:
– Será... Por um acaso... Sem querer te acusar... Você viu as gravatas do meu uniforme?
– Eu uso uniforme escolar?
– Não.
– Eu sou algum executivo?
– Er... Não.
– Eu tenho cara de quem gosta de usar gravatas por hobby?
– Não.
– Eu vivo em uma masmorra onde eu precise de gravatas pra fazer uma corda e assim fugir pela janela?
Ele já estava exagerando.
– Hm...
– Então, Sasuke? Preciso mesmo responder essa pergunta estúpida à uma hora dessas da manhã?!
Ele bateu a porta na minha cara, não me dando nem oportunidade a réplica. Nossa! Tão delicado quanto a porta que bateu!
– Poderia responder só “eu não vi” como os irmãos normais fazem! – Saí resmungando e pisando duro. Tá, meu irmão é um verdadeiro chato. Nem conto o quanto.
– Sasuke, você não disse que tenho que acompanhá-lo na sua escola hoje? O que você está fazendo andando como uma barata tonta de um lado para o outro aí em cima?!
Eu gelei ao olhar para baixo e ver meu pai estacado com as mãos na cintura e a expressão contrariada. Meu pai não é um homem que ri muito, sabem? Deve ser falta de sexo. Afinal, dizem por aí que falta de sexo é a causa maior do mau-humor humano.
– Tô indo, tô indo, otou-san!
Saí correndo novamente, vou ter que ir sem gravata. Entrei no quarto e peguei a minha mochila. Antes de deixar o ambiente, dei mais uma avaliada no reflexo no espelho. É, até que a ausência de gravata tinha dado um charme especial ao meu look, fiquei com cara de rebelde, algo assim.
Sorri de lado e deixei o quarto.
...
Então, essa é a parte complexa. Apesar de que, meu pai não gosta muito de conversas quando está ao volante: “preciso direcionar toda minha atenção no trânsito, para não causar acidentes” é o que ele sempre diz. Então, eu não precisaria antecipar os motivos que estavam me levando à guilhotina naquele momento, certo?
– Filho, o que houve na escola para eu ser chamado de repente?!
Errado! Claro, só em meus sonhos o senhor Uchiha Fugaku não iria querer saber o motivo pelo qual foi chamado, pela primeira vez em sua longa vida, na direção da escola do seu filho mais perfeito. Tá, não teve graça. Eu não sou perfeito... Mas estou beirando o “quase”.
– Sasuke?! – ele me chamou, agora, em um tom bem ríspido.
Será que não dava pra pular a parte ruim da história e ir direto para “os viveram felizes para sempre”?
Era hora de tentar enrolá-lo. Contudo, o percurso de casa até o colégio, não é tão curto assim, que dê pra enrolar facilmente. Bem, o que eu podia dizer? Pense, Sasuke, pense! Falar a verdade?
– Eu me meti em uma briga!
Eu sei, não é totalmente a verdade, mas não chega a ser uma mentira, não é mesmo? Só estou omitindo alguns fatos, por enquanto.
– Briga?! Desde quando você se mete em brigas? Qual foi o motivo?
Ha, ha! Se ele souber o motivo, eu serei castrado.
– Ah, pai! Eu vi um colega da minha sala sendo brusco com outro e tentei ajudar o que estava sendo agredido. Foi só.
– Você tentou consertar a brutalidade do agressor, sendo bruto também?!
É impressão minha ou esse papo tá ficando confuso?
– Eu acho que não tenho noção da minha própria força?! – perguntei, desenhando um sorriso amarelo nos lábios.
Então, vi meu pai demonstrar alguns sinais de quando ele estava verdadeiramente irritado: seus lábios contorceram-se em um bico e ele soltou algo como uma baforada pelo nariz. Muito esquisito! Mas eu sei, como filho que já presenciou essa reação centenas de vezes, que essa era forma dele controlar sua raiva.
– Eu não acredito! – ele esbravejou, por fim, batendo as mãos no volante. – Você sabe o quanto é problemático ficar procurando escola para vocês?
Ele fala “vocês” só para dar mais ênfase na bronca, mas meu irmão já não estuda faz um tempinho. Também não vem ao caso. Encolhi meus ombros e continuei ouvindo com as orelhas baixa. Nesse momento o melhor é ficar em silêncio.
– Se você for expulso, Sasuke, eu não vou encontrar outra escola para você antes do início do ano!
A minha cara deve ter realmente ficado muito séria, pois meu pai olhou para mim, com uma feição preocupada. Na realidade, não me chateei pelo fato de ficar sem estudar as últimas semanas do ano; minhas notas eram boas, não seria prejudicado. Porém, e quanto a mim e o Naruto? A ideia de não vê-lo mais é que me deixou preocupado.
– Eu vou conversar com o diretor... – meu pai elucidou do nada, com a voz mais amena, como se estivesse se compadecido da minha feição entristecida.
Eu até poderia agradecê-lo por tentar implorar por minha vida... Quero dizer, permanência naquela escola, se fosse só a briga o motivo que iria gerar minha expulsão, porém, aquele diretor lunático, jamais iria me perdoar depois de saber o que fiz ao filho dele, a não ser, que Naruto tenha tentado livrar a minha pele.
E agora?
Eu fico como naquele filme: “A espera de um milagre”? Ou... me entrego pro velho de vez? Talvez, por ser réu primário, eu possa cumprir a pena em regime semi-aberto.
– Pai...
– Não se preocupe, filho! – ele me interrompeu, repousando a mão sobre meu ombro e dando um aperto que não foi tão leve assim. – Uma escola só de garotos deve ocorrer brigas o tempo todo; conversando, resolveremos tudo. Tenho certeza que o diretor vai aliviar a sua barra.
Eu preferiria que ele não fosse tão legal. Como vou contar a parte ruim, se ele está tão solícito comigo? Pô, velho! Está tornando as coisas difíceis.
– Otou-san...
– Chega de conversas! Preciso direcionar toda minha atenção no trânsito, para não causar acidentes.
Estava demorando...
...
Eu até tentei puxar o assunto novamente com ele no caminho do estacionamento até o prédio, e assim, acrescentar a parte que envolve o filho do diretor. Mas, ele não deu brecha. Só pediu pra eu “apertar” o passo, pois ele precisava resolver aquele assunto logo, para não se atrasar – mais do que já estava – para o trabalho.
Entramos na administração e uma senhorinha gorda de óculos se levantou para nos atender, após assuar o nariz vermelho como um tomate em um lenço de papel. Argh! Que coisa mais nojenta... Certo... Isso não foi um comentário nada masculino... Kami-sama, eu sou mesmo gay!
– Sou o senhor Uchiha, pai do aluno Sasuke Uchiha, eu fui chamado pelo diretor. – meu velho tentava falar com a mulher, quando o som de passos estalados no piso de ladrilho, fizeram meus ouvidos se aguçarem.
– Bom dia. – O homem loiro mais velho desejou secamente ao entrar no recinto. Não esperando por respostas, passou por todos na pequena recepção e adentrou a sala atrás da mesa da secretária, deixando o ambiente impregnado com aquele perfume inebriante.
Meu coração parou por um segundo ao vê-lo entrar repentinamente, mas logo, recomeçou as batidas quando vi, no encalço do pai, o loiro mais novo, com um perfume muito parecido com o do outro, se não dizer, o mesmo.
Ele seguiu o rastro do mais velho, sem sequer, direcionar um único olhar pra mim. Nenhuzinho, nem um mísero, nem um pequeninho... Passou de cabeça baixa. Aquilo era um mau sinal. O ar sério e impaciente do loiro pai, também era sinal de que eu estava literalmente ferrado.
– Como são seus nomes mesmos? - a secretária perguntou mais uma vez, depois de ficar algum tempo esfregando o nariz.
– Uchiha, minha senhora. – meu pai respondeu, novamente, perdendo a paciência. Será que aquela velhota não tinha noção de que minha pele estava para ser arrancada e ela estava ajudando a adensar os maus ânimos?
– Vou anunciá-los, aguarde um momento. – ela nos informou e se arrastou para dentro da saleta. Ela nem precisava ter tanta pressa.
– Mande-os entrar e vai procurar um médico pra cuidar desse resfriado, Shiharo-san! – o grito abrupto me fez congelar. Certo. Já não é só impressão que aquele homem acordou de cuecas viradas. Ele está mesmo irritado.
Será que dava tempo de fugir para o Alasca?
A senhorinha voltou para recepção.
– Pode entrar senhor Uchi... Uchi... Uchi... Como é mesmo seu nome?
– Deus do céu, mulher! Procure um médico pra memória também. – meu pai resmungou, passando por ela e indo em direção a porta aberta. – Venha, filho!
Eu precisava mesmo ir?!
– Sasuke!!
É. Infelizmente, precisava.
...
Meu pai não é um homem diplomático, muito menos, amistoso. Por isso, ele nem cumprimentou o diretor que estava sentado em uma cadeira de couro almofadada atrás de uma ampla mesa de vidro cinza e já foi se acomodando no assento na frente dele.
Eu fechei a porta atrás de mim e fiquei parado atrás do meu pai. Naruto também estava em pé, perto da janela, com os braços cruzados no peito e os olhos azuis fixos no vidro embaçado. Respirei brevemente, então, tive coragem de olhar o diretor-sogro, que estava, por uma bela coincidência, também me encarando, com um ar assustador.
Desviei os olhos para o chão e o ouvi ele se dirigir ao meu responsável:
– Senhor Uchiha, serei breve. – iniciou de forma seca, fazendo minhas entranhas revirarem. – Seu filho já disse qual o motivo por eu ter lhe chamado?
– Sim, falou.
Meu pai também sabe ser categórico... O problema, é que não falei tudo ainda, não deu tempo. Fiquei curioso com o silêncio que se sucedeu, ergui meus olhos para observar a reação do loiro adulto, que estava com seus orbes azuis – tão belos e iguais aos do Naruto – arregalados, em sinal de surpresa.
– Falou? - ele perguntou, um tanto incrédulo, juntando as sobrancelhas.
Meu pai meneou novamente a cabeça em sinal positivo, fazendo com que o diretor entrelaçasse os dedos um no outro e repousasse as mãos sobre o vidro fumê da mesa, reclinando seu corpo na direção do otou-san.
– Então, o que me diz sobre o ato de brutalidade do seu filho?
– Não acha que está exagerando, senhor... – o meu velho consultou o nome da plaquinha em cima da mesa e emendou: – Namikaze?
Puts! Se eu pudesse estapeava minha testa. Estou sentindo que o clima vai esquentar.
– Eu? Exagerando? – a voz do outro ganhou um timbre ainda mais incrédulo. - Então está de acordo com as atitudes do seu filho?
– De acordo, não. – o velho deixou claro. - Eu sou um policial, não aprovo má conduta de nenhuma forma. Mas, aqui entre nós, meu caro. Você já foi adolescente, eu também. Isso é uma escola que só tem meninos, coisas desse tipo devem acontecer o tempo inteiro, não?
Ai, Deus! Meu pai nem imagina, mas acabou de foder com a minha vida. Cara, a feição do diretor tornou-se realmente assustadora, o homem contraiu a face, ergueu-se da cadeira e bateu os punhos fechados no tampão de vidro, encarando meu pai de maneira muito, mais muito severa, mesmo.
– Como ousa a dizer na minha cara, que esses tipos de coisas acontecem o tempo inteiro na minha escola, senhor Uchiha?! - o loiro gritou, totalmente transtornado. - O que está achando que essa instituição é?! Algum tipo de...
– Está sendo sensível demais, Namikaze... – meu pai também se levantou, interrompendo-o e fazendo sinais com as mãos para que o homem se acalmasse. - Para quê todo esse estresse? Só quero resolver o problema da forma mais tranquila possível. Está bem. Não quis ofender sua a escola, só estou dizendo que meu filho cometeu um erro por ser homem e ter sangue quente correndo nas veias. Mas entenda, eu nunca fui chamado na escola por algo do tipo, Sasuke é um rapaz exemplar. Se ele chegou a esse ponto, foi motivado por uma grande razão. Eu disse antes e repito: não concordo com a forma que ele agiu, e deve sim, pagar pelo erro. Só acho que podemos entrar em um acordo, sem que o senhor tenha que expulsá-lo.
Eu engoli em seco. Meu coração estava disparado.
Mamãe, tá me esperando aí no céu? Acho que vou partir pra outra vida nesse exato momento.
Porém... ao contrário do que eu imaginava, o senhor Minato desfranziu suas claras sobrancelhas, jogou o blazer aberto para trás, ficou ereto e repousou as mãos na cintura. Após apertar os lábios, ficou imóvel por alguns segundos, provavelmente, pensando. Ele olhou para o filho, que até o momento e assim como eu, não se manifestara, depois voltou seus olhos azuis para mim, suspirou e anunciou:
– Concordo. Não sou do tipo de homem que resolve as coisas de cabeça quente. Eu... pensei muito sobre o assunto a noite passada, conversei demoradamente com o meu filho, tentando entender a atitude do seu e... Existem coisas que, como pais, não têm como intervirmos... Um bom exemplo é as escolhas de nossos filhos...
Eu quero um buraco pra enfiar minha cabeça. Era nítido que a conversa do homem estava fazendo nexo para mim, mas, provavelmente para o velho, nem um pouco.
– Exatamente.
O senhor Uchiha concordou?
– Bem... – o diretor prosseguiu. - Eu tenho que dar meu braço a torcer e admirar sua conduta como pai; é invejável. Primeiro, por aceitar, de mente tão aberta, o que o seu filho é. Já que no meu caso, há muito, eu tento contornar e fingir que não vejo. Segundo, por ter vindo aqui, junto com ele, admitir que o que Sasuke fez foi errado.
– Hm...
Eu dei um passo para trás depois do resmungo do meu velho. Os olhos de Naruto agora me encaravam com desconfiança. Por favor, terminem logo com essa tortura, me sinto em um tribunal, aguardando a sentença de morte.
– Agradeço os elogios. – o velho respondeu sincero. - Eu tento ser um bom pai e até tive que assumir o papel de mãe cedo, já que minha esposa faleceu faz algum tempo. – papai comentou, em um timbre de voz calmo, então se voltou para o loiro a sua frente e continuou: - Imagino, pelo andar da conversa que Sasuke não será expulso pelo que fez?
– Não.
– Ótimo! – meu pai finalmente sorriu. O que me deixou com mais medo ainda. - Qual será a punição dele? Garanto que ele fará qualquer coisa, cumprirá detenção, tarefas extras, qualquer coisa que o senhor determine.
– Gostei da resposta, Uchiha-san. Gostei do bom humor também. – o homem caminhou na direção de Naruto e repousando as mãos nos ombros dele, sorriu discretamente: - Meu garoto não é uma menina, todavia, não irá engravidar, por isso, não vamos forçar um casamento. Mas, eu acho, sinceramente, que se o seu filho assumir um relacionamento sério, agindo de forma mais respeitosa com o meu, vou tentar passar uma borracha nesse começo tão desastroso.
Eu fechei meus olhos e comecei a rezar. Afinal, estaria morto em dez segundos, digo 9, 8, 7, 6...
Continua...
Notas finais do capítulo
Yo, minna-san!Finalmente estou fazendo atualização desta fic. Sei que o tamanho do capítulo não compensou a demora, mas, pelo menos consegui inspiração pra fazê-lo, hai? xD
Vou tentar desenrolar esse trabalho mais rápido a partir de agora.
Agradeço imensamente a todos que deixaram reviews no primeiro capítulo.
Então o que acharam? Será que Sasu está mesmo prestes a passar desta pra melhor?
Deixem seus comentários!
See you next! o/
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