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[Naruto] Dads Baby Boy - Capítulo 3, escrita por Andréia Kennen

Capítulos: 1 2 3 4 5 6

Autor: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Comédia, Lemon, Romance, Universo Alternativo, Yaoi
Status: Completa
Classificação: 18 anos
Resumo: Sasuke Uchiha, por ser filho de um investigador de casos especiais da polícia, nunca parou em nenhum colégio por muito tempo, contudo, era a primeira vez que ele estava em uma instituição só para meninos. E é nesse novo ambiente que ele irá se deparar com algo totalmente inesperado: uma paixão avassaladora pelo popular e mimado filho do diretor. Será que Sasuke conseguirá fazer com que Naruto, que se aproveita da sua beleza e status para se divertir conquistando e pisando nos sentimentos alheios, se apaixone por ele? Ou melhor: fazer com que ele mude? [Fanfic terminada. Seis capítulos. Yaoi. Lemon. +18. OOC. Comédia romântica. Presente pra minha filhota Ghaby-hina-chan]


Dad's Baby Boy
Capítulo 3 - Expulsão ou... Expulsão?!
Revisado por Blanxe

Nem tinha terminado a minha contagem regressiva e o grito exasperado do meu velho, estremeceu as estruturas do prédio. Devemos correr para os abrigos?

– O SENHOR ESTÁ BRINCANDO COM A MINHA CARA?!

 O diretor, perto do loiro mais novo - que pelo jeito não me pertenceria mais -, desfez o belo sorriso que tinha nos lábios ao quase ficar surdo com o berro do “senhor educação”.

– Pai... – eu pensei em interromper a discussão, antes que a sala virasse um ringue, mas fui acuado com um novo grito:

– Cale a boca, Sasuke!

“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, não é isso que dizem por aí?

– Eu?! Maluco? – O diretor perguntou em um tom irônico, saindo de perto de Naruto e apontando o dedo em riste para o meu velho. Caramba, meu pai odeia que façam isso. – Escuta aqui, meu senhor! Seu filho que é um desorientado que não sabe controlar o próprio instinto sexual. E sou eu quem é o maluco?!

– Primeiro: não aponte esse dedo na minha cara que eu não sou um moleque! Segundo: tem noção da idiotice que está insinuando?!

– Eu não estou insinuando nada! – ele esbravejou, estufando o peito. - Estou afirmando que...

– YAMERO!

De repente, esse grito alto fez com que os dois adultos estagnassem, na realidade, até eu me paralisei. Era a voz do meu lindo loiro.

– Otou-chan, eu já te falei que não tô a fim de namorar esse cara! E o que aconteceu entre a gente não foi abuso, o Uchiha fez o que eu pedi!

Espera um momento! Eu não gostei dessa parte. Principalmente, o jeito dele me chamar de “Uchiha”. Isso foi tão formal que fez um nó se atar na minha garganta.

– Quê?! – Meu pai, depois de olhar o diretor e o filho, se voltou com os olhos fulminantes para mim, o que fez minhas entranhas congelarem. Pai nosso que estais... – Sasuke, esse garoto e o pai dele estão tentando dizer o que eu estou mesmo entendendo?

Er... Depende, né, velho. Se o senhor está entendendo que eu tive a transa mais intensa da minha vida com alguém do mesmo sexo… Bingo, está certo!

– Otou-san, eu estava tentando explicar...

– Então você não sabe que seu filho é gay?!

O maldito diretor atravessou a minha explanação. Ótimo! Ele precisava mesmo gritar? Por que ele não coloca a pergunta em um outdoor luminoso?

– Meu filho?! Gay???

Ai minhas entranhas...

– Sim. Eu deduzi que você soubesse, afinal, o que foi aquele papo de que “meu filho só fez o que fez por um grande razão”?

– Eu estava me referindo a briga dele na sala com outro garoto!

– Que se danem essas brigas idiotas! Eu lá iria chamá-lo aqui por causa de algo tão banal e que acontece o tempo todo dentro de uma instituição que só tem meninos?

O senhor Uchiha juntou as mãos nos cabelos e os bagunçou. Outro mau sinal.

– Mas que porra! Era disso que eu estava falando!

– Então...  – o diretor murmurou, e ambos, tanto o loiro mais alto, quanto o mais baixo voltaram-se para mim. Eu soltei os ombros juntamente com um suspiro. Vencido. Eu era o réu, certo? Será que me dariam chance de defesa agora?

– Pai, eu transei com o filho do diretor na sala de detenção.

Bem, a reação do meu velho foi mais rápida do que eu imaginava. Depois de sentir um punho pai golpeando a minha face, caí de traseiro no chão. Desorientado, senti aquele perfume que conseguia me deixar mais zonzo do que eu estava, adentrando minhas narinas. Abri meus olhos e vi meu pai na minha frente sendo segurando por trás pelo Namikaze-san.

– Eu não admito! Um filho meu tem que ser homem, Sasuke! Homem! Que porra é essa de pegar outro garoto?! Eu vou te matar seu filho da...!

Pelo menos ele se deteve antes de xingar a mamãe. E bem, ser morto por ele era o que eu estava esperando desde o início.

– Uchiha-san, controle-se! Mantenha a compostura, homem! Naruto, vamos! Tire esse garoto daqui, rápido! Eu não consigo segurar esse touro por muito tempo. E tranque a porta ao sair, você tem a cópia, não tem?

– Tenho! – ele assentiu, segurando um dos meus braços e me puxando pra ficar de pé. – Vou levá-lo para enfermaria, vamos.

Vai ser bom adiar os momentos da forca por algum tempo. Pelo menos, terei tempo de me despedir do meu loiro.

– Espere! Eu não acabei com você ainda, Sasuke! Se não for aqui, será mais tarde!

– Vamos conversar só nós dois, mantenha a calma, Uchiha!


...

Enquanto nos afastávamos, os gritos do meu pai ainda latejavam na minha cabeça. Eu sabia que ele teria um treco colorido quando soubesse da verdade. Afinal, o senhor Uchiha é o tipo de homem a favor da família convencional, e toda vez que passava algo sobre homossexualismo na televisão ou no jornal, ele resmungava: “o mundo está acabado mesmo! Que pouca vergonha.”

Enfim, eu não estava sendo exagerado quando disse que seria morto e a minha vida só não teve fim graças a ele... Ah... que perfume bom! Estávamos caminhando bem juntinhos. Ele passou meu braço por cima dos ombros, enquanto que, com a outra mão, abraçou a minha cintura. Eu nem estava mais tão tonto. Mesmo assim, fingia debilidade só pra manter a aproximação.

Os corredores da escola já começavam a ficar movimentados, boa parte dos alunos passava nos observando, com curiosidade.

– Já trocou de namorado de novo, Naruto-kun?! – Aquele garoto de tez ainda mais pálida que a minha parou bem na nossa frente e fez essa pergunta, com um sorriso forçado no rosto. Aquele ali eu não conhecia. Mas percebi que o loiro franziu as sobrancelhas para ele. – Achei que estava namorando o Neji... Digo, o Gaara. – Ele balançou a cabeça em um sinal de negação e então, continuou com a ironia: – Não, não, na verdade era o...

– Vai se danar, Sai! – ele foi interrompido pelo loiro. - Chispa do caminho!

– Oh! Não é que ele sabe falar que nem homenzinho quando quer?

– Ei! – eu o chamei, me desvencilhando do loiro e me mostrando saudável. Aquilo pra mim foi demais, segurei aquele desgraçado cara-pálida pelo colarinho e o bati na parede. – Não interessa quem foram os outros! Agora ele é MEU namorado, entendeu? Então, comece a tratá-lo com mais respeito ou vai ter que ter um plano dentário muito bom pra cuidar dos vãos que irão ficar na sua boca depois que eu te esmurrar...

– Uhhh... É dos brutos que ele gosta mais, sabia? – ele sibilou em deboche.

– Ah! Seu idiota... – ergui meu punho pra acertar aquele palhaço, mas fui detido pelo loiro.

– Será que você acha que não está encrencado demais pra fazer isso?

– Mas... eu... só... estava... – fiquei desarmado.

– Não ligue pro que esse idiota diz! Ele só é outro frustrado por não ter a chance que queria, não é, Sai?

– Humpf! – O tal Sai resmungou, afastando minhas mãos do colarinho dele e então, endireitando a roupa, e, como se nada tivesse acontecido, ajeitou a mochila no ombro e seguiu caminhando pelo corredor.  – Se iluda, Uchiha, pois é assim que ele gosta. Quanto mais apaixonado e iludido o cara ficar por ele, mas esse aí vai se divertir...

Era impressão minha, ou tinha algo de real naquelas palavras? O mesmo ar ofendido que vi no Gaara, no Neji, agora estava vendo no Sai?! Espera aí, para tudo! Tem algo de estranho. Será que afirmação do Hyuuga estava certa, afinal?

– Vamos... – ele me chamou, mas... eu precisava tirar aquilo a prova, então, me mantive parado e ele quis saber o porquê:  – O que houve?

– Com quantos caras você já saiu nessa escola?

Achei que a pergunta fosse, realmente, ofendê-lo. Mas não, ele só balançou os ombros, pois o dedo indicador no queixo, revirou os olhos pra cima e ficou pensativo por um instante, então, me respondeu displicentemente:

– Hmm... Não sei ao certo. Acho que já me perdi nas contas. - ele abriu um grande sorriso. – Por quê? Você acabou de dizer que isso não importa.

É, eu estava errado. Aquilo importava sim. Eu estava prestes a ser morto pelo meu velho por causa de um garoto “corrimão”? Eu nunca namorei uma garota fácil na vida, agora estava a fim de um cara?

– Então, me responde sério: você era virgem?

– Ah... Sim... – eu estava prestes a soltar um suspiro de alívio com a resposta, mas a vontade durou pouco. Pois, logo em seguida, ele concluiu. – Eu era virgem sim, há uns... três anos atrás eu acho.

– Puta merda! Mas você sangrou?

– E você acha que eu tenho hímen pra ser rompido, baka?! Sangrou por causa da sua brutalidade. Mas, eu até que gostei do jeito que você fez. Doeu sim, mas foi bom.

Eu o matava? Ou agarrava ali mesmo? Ainda bem que os corredores já estavam se esvaziando. Santa mãezinha, aquilo era o próprio demo! Ele meu chamou de bruto e ignorante mesmo assim, estava ficando excitado, que inferno!

– Você disse que sempre provocava, mas que nunca ninguém teve coragem de concluir. – eu argumentei. Ainda me lembrava da nossa conversa.

– Tsc. Foi só uma mentirinha... – ele piscou, segurou a minha mão e me puxou para sala da enfermaria, que já estava ali perto.

Cínico! Filho da mãe! Eu quero matá-lo... Entretanto, ao entrarmos no ambiente que estava vazio, ele me empurrou para a maca até eu cair deitado. Depois, trancou a porta atrás de si e foi subindo em cima de mim, enquanto abria os botões do meu uniforme.

Senti como se tivesse uma pedra de gelo gigante no meu estômago.

– O que está fazendo?

– Ué? O que parece? Cuidando de você, meu paciente... – ele sussurrou de forma sensual. Puts! Meu membro endureceu tão rápido que chegou a doer. Eu quero muito entrar dentro dele novamente, mas... Ah, querem saber? Que se dane! Eu estava com o pescoço na forca de qualquer jeito.

Segurei o rosto dele firmemente entre as minhas mãos e o puxei de encontro ao meu.

 - Você é tão sexy...

– E você é tão bonito... – ele respondeu em um murmúrio, fazendo meu rosto afoguear. Que olhos maravilhosos ele tinha.

Suas mãos hábeis procuraram o zíper da minha calça e retiraram o órgão latente para fora, enquanto ele massageava fazendo os movimentos de “vai e vem” com a mão fechada, eu comecei a gemer. Ele me censurou, alertando:

– Pssssiuuu... Vão nos ouvir.

Oh! Agora que ele pensou nisso?! Caramba imaginem-se no meu lugar: o maior fruto de desejo fazendo algo desse tipo com você? Eu iria gozar muito rápido. Mordi meus lábios. Queria beijá-lo, mas não conseguia encontrar nexo.

– Quer fazer comigo o que fez ontem?

– É... Bem...

A dúvida me consumiu apesar do meu corpo saber exatamente qual era a resposta. Estávamos na escola. Meu pai estava fulo da vida e trancado em uma sala com o pai dele. Não era normal sentir tanta excitação em um momento como aquele.

– Então vamos... – ele decidiu por nós dois. Saiu de cima de mim, pulou para o chão, baixou as calças e se livrou da camisa por cima da cabeça mesmo. Como ele tinha tanta facilidade em ficar pelado assim?

Ele sabia mesmo o que queria, fui um idiota achar que aquela tentação fosse virgem. Mas, isso era ruim ou não? Ele me faria sofrer como todos pareciam jogar na minha cara? Como?

– Posso? – Naruto me despertou do transe. Ele já estava em cima mim novamente e com a mão segurando meu órgão, tentando encaixá-lo na sua entrada sem nenhum preparativo. Que droga... Eu morro de tesão ou morro assassinado por dois pais ensandecidos!

Senti minha ereção sendo afundada dentro do loiro. Foi tão erótico que fechei os olhos com força e gemi abafadamente.

– Ahhhh...

– Não feche os olhos, quero olhando-o para mim. – ele pediu.

Porra! Se eu mergulhar naquele límpido azul-claro, com certeza, eu vou me perder. No entanto, como eu poderia negar um pedido vindo dele? Reabri os olhos devagar e então, senti meu coração disparar ao contemplar aquela face toda coberta por um tom avermelhado. Naruto era extremamente belo e excitante. E eu? Estava ficando cada vez mais fascinado por ele.

– Você... – eu mordi meus lábios. Não sabia o que dizer. Mas estava louco para gritar.

– Eu...? – e ele contraiu meu pênis mais dentro dele, de propósito, incitando-me a não manter a lucidez enquanto meus desejos estavam sendo levados ao ápice. – Não consegue falar enquanto sente seu membro que está me rasgando por dentro... Sente como ele está atingindo no meu fundo, tá sentindo? Você não tem ideia do quanto isso é...Ai... delicioso.

Ah, tá. Eu sou obrigado a suportar tanta provocação, calado?

– Por favor, vai devagar ou... eu... antes que... digo, você... Ahhhh!

– Vai gozar antes de mim?

Sim, merda! Já estava quase saindo.

– É!

– Se você fizer isso... eu vou te castigar mais. – ele sussurrou e alcançou meus lábios, e finalmente nos beijamos. E que boca deliciosa! Que beijo quente, úmido, bom. Minhas mãos desceram para nuca dele, ajudando-o a intensificar os movimentos, comecei a mover meu quadril de encontro ao dele, fazendo-o cavalgar em cima de mim.

Descerrei meus olhos novamente e pude ver os dele, azuis, tão perfeitos, tão claros, também semicerrados me encarando, a face corada, um tremor o assolando. Talvez ele não quisesse demonstrar, mas ele também estava de alguma forma, louco por mim. Eu pude sentir. Ou era por que ele estava prestes a entrar em êxtase?

Alguns segundos depois dos nossos corpos se embalarem no ritmo frenético em busca de saciar a ânsia do orgasmo, chegamos ao ápice praticamente juntos. Os dentes deles juntaram no meu lábio inferior e enquanto sentia o ardor da mordida, era agraciado pelo pulsar do meu órgão que jorrava para dentro dele minha semente. Da mesma forma que a contração no íntimo dele o fazia continuar rebolando sobre mim em busca de prolongar mais aquela sensação tão extrema que já se desfazia, abatendo de cansaço nossos corpos.

Enquanto ele respirava com a cabeça no meu peito, eu acariciei seus fios loiros. Talvez, fosse o momento ideal pra botar um pouco de pressão.

– Naruto, você não respondeu ainda se quer namorar sério comigo. Você quer?

– Se você sobreviver, é, quem sabe.

– Quem sabe, não. Eu quero uma resposta séria.

– Está parecendo meu pai falando pro seu para você me assumir. Larga de idiotice. Está bom do jeito que está. Pra quê vamos firmar compromisso se você logo irá mudar de cidade?

– Se for esse o problema, eu peço pro meu pai me deixar ficar aqui!

– Vai pedir amancipação?

– Você quis dizer “emancipação”?

– É, isso.

– É uma ideia a qual eu não tinha pensado ainda.

– Pelo que eu percebi, seu pai é mais bronco que o meu.

– O velho é. Estou ferrado. Mas, por você vale à pena.

– Será que valho? Sou uma pessoa que vivia saindo com um e com o outro. Trocando de namorado de mês em mês. Sou mal-falado pelos corredores da escola. Quer mesmo namorar um cara desse tipo?

Que perfeito! Ele não me ajuda em nada?!

– Eu disse agora pouco e volto a afirmar: não importa quem foram seus outros. Desde que agora, você fique só comigo.

Eu acho que consegui falar bonito. Mas era verdade! Ao mesmo tempo em que tinha receio do que os outros diziam sobre ele, eu sentia mesmo, dentro de mim, que valia a pena lutar pelo que eu estava sentindo.

Não era só pelo sexo... Tá, estou mentindo, era pelo sexo também. Vamos respeitar, é bom demais! Mas, sei lá, eu sinto algo diferente por ele. Uma ligação. Como se ele pertencesse de verdade a mim. Tenho vontade de levá-lo pra casa, dormir na mesma cama que ele todas as noites, andar de mãos dadas na rua... Tantas coisas idiotas e românticas. Talvez isso seja o que chamam de “amor”.

 Mas, não sei. Naruto parecia com dúvidas se ele me queria e aquilo me feriu muito.

– Você gosta de outro? – eu nem sei por que eu fiz a droga dessa pergunta, afinal, eu não queria ouvir aquela resposta.

O silêncio dele foi torturante.

– Naruto? Você gosta, não é?

Como eu sou patético. Ele não me respondeu. Levantou a cabeça do meu peito e saiu de cima de mim, com um semblante desanimado. Ele não gostou que eu o estivesse pressionando? Ele buscou as roupas no chão, vestiu-se e então falou pra que eu fizesse o mesmo.

– Estamos perdendo os primeiros tempos de aula.

Senti algo arder, mais arder mesmo, dentro do peito. Ele estava me rejeitando? Ele gostava de outro? Não foi ele quem disse que estava a fim de mim desde quando eu entrei na escola? Ou era mesmo só atrás de transar que ele estava? Eram tantas questões que me vinham à mente, mas que eu não tinha coragem de vocalizar. Nunca tinha sentido vontade de chorar por ninguém na vida. Mas, naquele momento, o engasgo na minha garganta, queria me fazer fraquejar.

Ele deixou a enfermaria antes que eu me alinhasse, nem sequer me olhou ou me chamou para irmos juntos para sala. Não podia aceitar que as coisas terminassem daquele jeito, afinal, estava com a vida ameaçada por causa dele!

Me limpei rapidamente com algumas gazes que encontrei em uma bandeja sobre uma mesinha do lado da maca, joguei na lixeira e quando estava guardando o “dito” pra dentro da calça, um pigarro me alertou que alguém estranho entrara pela porta que ele havia deixado aberta. Era o enfermeiro.

– Gomenasai! – gritei, sentindo o ardor da vergonha queimar a minha face.

– Saia logo daqui! – o homem exigiu, nervoso, ajeitando os óculos de aros grossos e escuros na face. – E avise ao Naruto que a minha enfermaria não é motel! Se ele trouxer mais algum namoradinho aqui este ano eu vou falar com o pai dele!

Enquanto o homem ameaçava, foi me empurrando pra fora e, ao terminar, bateu a porta com força.

Ótimo! Que droga era aquela? Onde eu estava amarrando meu burro, afinal? Como assim “trazer mais algum namoradinho aqui esse ano”? Faltam algumas semanas pro ano acabar. Andei rapidamente pelos corredores, soltando baforadas pelo nariz. Certo, acabei adquirindo o mau costume do meu velho. Ao virar à direita, na extensão que levava para a minha sala, o vi chegando à porta da nossa classe. Corri e o alcancei antes que entrasse, segurei o braço dele, mas ele o puxou de volta.

– Quer me largar! – gritou, irritado.

– Que merda eu fiz de errado, Naruto?! – acabei perguntando no mesmo tom enervado. Eu realmente queria entendê-lo.

A porta da sala se abriu e o professor, com a mão na cintura, surgiu com uma cara de poucos amigos.

– Já falei com o seu pai, Naruto! Você está proibido de ficar fazendo escândalo com os seus...

– Tá! Eu já sei! – ele interrompeu o professor de forma bem malcriada, então se voltou pra mim. – A gente conversa depois, tá legal? – ele passou pelo mestre na porta e caminhou pisando duro até sua carteira onde despejou a mochila de qualquer jeito, não se importando com os olhares de recriminação que os seguiam.

– Filhinho de papai... – o professor resmungou, e fez um sinal para mim para que eu entrasse logo.

Será que era mesmo isso? Naruto era algum tipo de garoto mimado demais pelo pai? Pensando bem, eu achei aquele homem, o pai dele, muito estranho. Mas eu me decidi: não importava o que havia de misterioso em volto dele, eu não serei tratado como os outros. Eu sinto que sou diferente. E sou.

– Uchiha, vai ficar devaneando aí até quando? Eu quero continuar a aula.

Alguns risos abafados se formaram a minha volta, e a minha cara deve ter virado um pimentão. Que ótimo! Estou chamando a atenção mais do que e o de costume... Saco!

Quando abaixei as orelhas e estava indo para a minha carteira, a porta se abriu novamente e meu nome foi vociferado!

– Uchiha, pode vir aqui no corredor um instante. – era a voz do pai do Naruto. Espera, o diretor queria falar comigo? De novo? Será que ele tinha amansado a outra fera pelo menos?

Deixeis os olhares dos meus colegas curiosos para trás e fui para o corredor. Já esperando por outro soco. Mas, ao invés disso, recebi um apertão no meu ombro. Ergui os olhos para o diretor e comecei a me preocupar de verdade: será que meu pai havia morrido enfartado?

– O seu pai está muito nervoso.

– Ele está bem?

– “Bem” não é a denominação mais certa. Mas, ele vai ficar. Entretanto, ele disse que não tem mais um filho caçula. Pediu para você ir apanhar suas coisas no loft onde estão hospedados, pois ele não quer ter nem o desprazer de cruzar com você quando estiver voltando do trabalho.

Meu queixo foi ao chão. Eu não estava sendo expulso do colégio, mas estava sendo expulso de casa?

Continua...




Notas finais do capítulo

Yooo, minna-san! o/

Viram? Esse capítulo não demorou tanto, não é? Vou tentar continuar postando os capítulos o mais rápido que eu puder.

Agradeço todas as reviews!!

See you next! o/

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