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[Saint Seiya] Lágrimas - Capítulo 3, escrita por Linanime

Capítulos: 1 2 3 4
Autor: Linanime
Fandom: Saint Seiya
Gênero: Romance, Ação, Drama (Tragédia), Aventura
Classificação: 14 anos
Status: Completa
Resumo: Estranhos desaparecimentos estão ocorrendo ao longo de todo o globo terrestre. A polícia não consegue identificar os suspeitos. Uma agência de detetives especiais entra em cena e uma agente em especial descobre um link entre os desaparecidos: todos eram alunos da academia de Atenas e suas filiais, uma instituição voltada à educação de descendentes


Capítulo 3 - Treinamento, descobertas e desapontamentos.

Já estava quase na hora que marcara com Marika, mas ela não estava com vontade de lutar. Toda vez que tentava, suas mão ficavam paralisadas com a lembrança do passado. Marika estava lá, lutar com ela lhe traria péssimas recordações. As duas juntamente com os demais seriam professores e deveriam ensinar aos jovens a serem cavaleiros e amazonas, isso não era bom. Tandara precisa encontrar as informações que precisava e escapar daquele local o mais rápido possível. Só o fato de estar naquela academia já lhe trazia a mente as lembranças que ela levou tanto tempo para suprimir.

—Acho melhor eu ir antes que ela envie um esquisito para me buscar! Fala Tandara saindo vagarosamente de seu quarto.

Tandara caminha pelos corredores, haviam várias estátuas enfeitando a escola. Alguns quadros dos lendários cavaleiros estavam pendurados nos diversos corredores. A Academia possui seis andares, o quartos dos professores ficava no quinto andar, os alunos não podiam ir ao sexto. O restante era composto de salas de aula e laboratórios, no exterior ficavam as quadras e no subsolo o campo de treinamento de cavaleiros e amazonas. Mais afastado do terreno ficava o antigo coliseu, lá era o loca onde os professores usavam para treinar ou levavam alunos mais avançados durante os treinamentos.

—Fico pensando se ainda tem armaduras para satisfazer os sonhos de tantos jovens! Suspira Tandara.

Se todos os professores possuíam armaduras, então muitos dos que sonhavam em possuir uma não iriam alcançar esse objetivo. Ela já havia investigado em vários lugares, mas não havia sinal dos jovens desaparecidos. Precisa achar a masmorra onde os traidores ficavam, talvez fosse melhor ela deixar-se ser tratada como traidor para descobrir a localização deste local, mas se isso acontecesse ela não poderia voltar.

—Essa missão está mais difícil do que eu imaginava!

Continua caminhando até chegar ao coliseu onde Marika a esperava impaciente. Para seu azar Drew estava no local radiante e o garoto comercial de creme dental, digo, Leo também estava no lá. Ela observa o local, Kaji não se encontrava ali, quem seriam os outros professores? Teriam mais mulheres no local além dela e Marika?

—Você está atrasada, Tatá! Fala Marika séria percebendo sua aproximação.

—Isso já está me enchendo. Vou passar o tempo inteiro tendo que dizer que meu nome é Tandara? Fala a jovem irritada.

—Ficou com medo de mim, TATÁ? Fala Marika irônica.

—Não. Mas seu almoço deve ter sido primeiro que o meu, afinal, novatos comem por último e você já deve ser bem velhinha aqui, não é? Fala Tandara com o mesmo tom de ironia.

As duas ficam encarando-se por um tempo. Tandara trajava um blusa de mangas compridas, estilo social masculina na cor preta e uma calça azul marinho, também parecendo ser um modelo masculino. Marika vestia-se com uma calça justa cinza e uma camiseta azul claro, pelo visto ela esperava não sujar-se muito nesse treino com Tandara. Marika fica analisando sua oponente, quando foi que aquela mulher tornou-se tão masculina e rude? A Tandara que conhecia era meiga e feminina, um pouco doce e ingênua demais, as duas não pareciam a mesma pessoa.

—Lembrem-se que é um treinamento. As duas ficam muito tensas quando perto. Não é uma batalha de ida ou morte então poupem de utilizar qualquer habilidade danosa. Fala Drew sério.

Tandara observa-o por um tempo, então aquele era o real Drew, sério e concentrado? Mais interessante que o maluco por flores que a chama de botão de rosa. Se ela tinha entendido bem ele era um cavaleiro de ouro, nesse caso ele iria interferir se as duas partissem para a agressão ao invés de apenas treinamento.

—Não se preocupe! Falam as duas em coro.

—Botão de rosa tome cuidado com a Marika. Vocês podem ter treinado juntas quando pequenas, mas agora ela está muito mais forte! Fala Drew.

—Maníaco das flores, não me chame de botão de rosa ou eu também não lhe chamarei pelo nome. Fala Tandara com um meio sorriso na face.

—Não me chame de maníaco, botão de rosa! Sou maníaco apenas pela sua beleza! Fala Drew com a face ligeiramente corada.

—Voltou a ser a maluco de sempre! Falam Marika e Tandara ao mesmo tempo.

As duas afastam-se um pouco para começar o treinamento. Marika desconfiava que Tandara não estivera treinando suas reais habilidades, então, iria devagar para depois saborear uma merecida vitória contra esta. Corre para atendar acertar socos e chutes em Tandara, mas ela tenta desviar e contra atacar. As duas são arremessadas para trás, a intensidade dos socos acertados por ambas foi grande.

—Então, você tem um nível aceitável, mesmo tendo fugido da academia quando criança! Fala Marika

—Eu não fiquei sentada chorando esperando que tudo se resolvesse enquanto eu crescia! Fala Tandara calmamente.

—Ela fugiu? Pensa Drew ficando sério.

—Drew Tandara é uma traidora que conseguiu fugir da academia há muito tempo e retornou agora. Segundo o mestre ela fugiu com nove anos e só foi encontrada agora, com 24. A diretora da academia, a grande mestra das amazonas Karen falou que não havia problemas ela vir para o santuário. Até o momento não encontrei indícios de traição nela. Falou Leo que acabara de chegar ao local.

—Estão confiando nela o suficiente para deixá-la aqui! Mas porque aceitar alguém que deveria ter desaparecido há muito tempo? Pergunta Drew.

—Oras, porque ela foi a única que aquela armadura aceitou! Fala Leo com um sorriso misterioso na face.

—Como eu previa, meu botão de rosa irá tornar-se uma linda flor! Fala Drew.

—Pensei que você já soubesse de tudo! Eu esqueço boa parte do que não me interessa nas reuniões! Fala Drew envergonhado.

Ambos voltam a atenção para a luta, as duas estavam equiparadas nos socos e chutes, mas Marika não usara nem metade de suas habilidades até o momento. Marika então começa a acelerar, ficando com movimentos que Tandara começara a não perceber mais. A jovem estava enferrujada enquanto sua adversária continuou o treinamento. Tandara é arremessada para trás com um chute certeiro na cabeça, que foi defendido com a mão para diminuir o impacto. Tandara segura o local onde o chute pegou em sue braço, estava dolorido e por pouco não quebrara os ossos dos local.

—Marika isso é um treinamento! Fala Leo ficando preocupado com a situação.

—Garoto comercial de creme dental, isso não foi nada. Acha que um chute assim iria me derrubar! Fala Tandara com um meio sorriso.

—Você me irrita! Fala Marika.

—Botão de rosa é melhor parar! Fala Drew preocupado.

—Não interfiram! Falam as duas preparando-se para atacar novamente.

Elas começam a enfrentar-se com sucos e chutes cada vez mais rápidos. Marika surpreende-se, afinal, como Tandara conseguia acompanhá-la agora? Não iria dar-se por vencida para essa nova Tandara, talvez para a que conhecia ela jogasse a toalha, mas essa era irritante. Concentra-se posicionando as mãos num formato específico.

—O formato usado pela amazona de cobra? Pensa Tandara.

—Marika NÃOOOO... Gritam os rapazes em vão.

Marika salta e faz um meio parafuso com o corpo, diversas agulham surgem e são projetadas no adversário. Tandara tenta desviar, mas elas vinham de todas as direções.

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Tandara começa a lembrar-se do passado ao receber o ataque de Marika. A voz daquela pessoa chamando-a, o voz de choro de uma criança. Ela estava correndo com o borrão de uma outra criança, parecia segurar-lhe a mão.

—Tatá, a Marika está chorando de novo! Fala a voz doce de suas lembranças.

As duas correm pelos corredores da academia chegando aos fundos da escola. Entre as árvores estava a figura de uma criança muito parecida com Marika, esta chorava tentando cobrir os rosto para que ninguém veja, mas as marcas de água escorrendo por suas pequenas mãos eram a prova do pranto dela.

—Marika porque está chorando? Pergunta a voz doce daquela pessoa.

—Eu não consigo dominar a técnica da amazona de cobra... Fala Marika entre soluços.

—E por que você tem que dominar essa técnica? Pergunta Tandara confusa.

—Eu sou descendente da Shaina, a mestre disse que eu irei usar a armadura dela, mas eu não consigo ser como ela, dominar aquelas técnicas é muito complicado... Fala Marika com os olhos vermelhos de tanto chorar.

—Olha para você! Seus corpo está todo marcado por esse treinamento insano e seu coração está ferido pelas desilusões sofridas. Você não é um modelo espelhado para ser igual aquela pessoa. Você é a Marika e não a Shaina. Seja você mesma, se não consegue usar as técnicas dela, crie as suas. Não deixem que te machuquem ainda mais dizendo descendente disso e descendente daqui, nós somos humanos, temos nossa personalidade e caráter e não robôs para sermos os nossos antepassados. Fala Tandara com palavras sinceras.

Marika olhou-a confusa e as lágrimas aos poucos foram sendo substituídas por um sorriso tímido. A próxima cena que se passa em suas memórias é uma criança sorridente mostrando a nova técnica da amazona de cobra, as agulhas envenenadas.

—Tata eu consegui! Fala Marika correndo para onde Tandara estava.

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—Marika o que você fez? Falam os rapazes assustados.

—Isso não irá matá-la, não deve ter feito nem cócegas! Fala Marika calma.

—Marika você sabe que ela não andou tendo treinamento adequado. Fala Drew sério.

Os três olham para Tandara que encontrava-se caída com a blusa destruída pelo ataque, não deveria ser capaz de levantar-se por um tempo depois de receber aquela carga de veneno. A jovem levanta a cabeça aos poucos, os olhos estavam marejados por lágrimas e mais doces que o normal, aqueles eram os olhos da Tatá que a Marika conheceu, os mesmo olhos de quando mostrou essa técnica pela primeira vez a companheira.

—Você realmente consegui, Marika! Diz Tandara meigamento.

—Tatá... Fala Marika surpresa.

Drew e Leo ficam com a face ligeiramente rubra observando aquela nova Tandara a sua frente. Ela balança a cabeça como se quisesse voltar a realidade. Sorri de lado como se tivesse voltado a ser a Tandara de sempre, os garotos ficam desapontados. Ela olha para Marika, com o tom meio bravo, fala que agora deteria que ficar de camiseta já que Marika havia acabado com a blusa que ela utilizava por cima.

—Eu sabia que meu otão de rosa era magnífico! Fala Drew reparando no corpo da jovem.

—Cala a boca e pare de me olhar com esses olhos! Fala Tandara irada.

Pela primeira vez ela não estava com roupas totalmente masculinas. Usava uma camiseta lilas, justa no corpo mostrando os detalhes femininos que as antigas roupas não mostravam, incluindo corpo magro e a cintura fina. Ela se prepara para lutar, agora era sério.

—Pare de olhar para meu botão de rosa, Leo! Fala Drew atrapalhando a concentração das garotas.

—Eu não estava olhando no sentido que você pensou! Fala Leo envergonhado.

—Calem a boca! Falam as duas sérias.

Elas começam a se atacar, Marika não ia perder para essa Tandara. Elas arremessa a adversária longe e usa sua outra técnica, vários socos repleto de cosmoernegia envenenado. Se Tandara consegue se mexer após ser atingida por tantas agulhas, depois de passar por esses golpes, não iria poder dar aulas quando estas voltassem. Tandara prepara-se para defender-se, consegue desviar de alguns socos, mas os demais atingem seu corpo.

—Marika você exagerou! Fala Leo.

—Isso é para ela aprender que é inferior a mim.

Eles ouvem uma risada e quando olha para Tandara ela começava a erguer-se com um meio sorriso na face. Marika fica com os olhos arregalados, se ela se lembrava bem Tatá tinha a mania de deixar os outros baterem primeiro para ela analisar os movimentos alheios e somente depois atacava com força total. Aquele misterioso brilho que pairava sobre os olhos da companheira reapareceu, segundo Karen, era com esses olhos que ela previa os próximos golpes dos oponentes e contra atacava.

—Você está fazendo aquilo de novo?! Fala Marika surpresa.

—Certos hábitos nunca mudam! Fala Tandara.

Tandara levanta-se rapidamente e acerta um chute voador em Marika que é arremessada para trás. Segue-se alguns socos e chutes que a oponente não consegue defender, Tandara estava cada vez mais rápida! Marika e Tandara acertam socos simultâneos e são arremessadas para trás, só que Tandara desequilibra e iria cair para fora do coliseu, num pequeno barrando. Ela tenta parar, mas percebe que não consegue, espera então o impacto no chão. Sente algo quente e mais macio encontrar-se com sua face, abre os olhos e encara percebendo tratar-se de uma pessoa com um sorriso gentil.

—Leo? Pensa ela.

Ela nunca o chamaria pelo nome na frente do mesmo, mas em seus pensamento era o nome dele que vinha. Observa que aquele sorriso gentil era diferente, era mais caloroso. Os cabelos eram longos e loiros, lisos, a pele era clara e quando este abre os olhos ela percebe ser um azul intenso. Segundo seus estudos havia um cavaleiro assim há muito tempo, o de virgem, mas se aquele não era um fantasma dessa pessoa, seria o atual?

—Você está bem,senhorita? Pergunta gentilmente o estranho.

—Botão de rosaaaaaa! Fala Drew.

—Ah, você é o botão de rosa do Drew! Muito prazer, eu sou Narumi! Fala ele sorrindo.

Aquele sorriso era tão calmante, tão gentil que preenchia completamente o vazio existente no espaço. A face de Tandara fica levemente rubra até que seus olhos percebem a energia a volta daquele rapaz, energia que pertencia a um cavaleiro em especial.

—Cavaleiro de Câncer! Fala ela.

Todos surpreendem-se, Narumi apenas sorri um pouco mais, aquele era o poder daquela pessoa. Era a primeira vez que ele via isso acontecer. O rapaz ajuda Tandara a manter-se de pé e encerra o treinamento. As duas já estavam feriadas o suficiente. Tandara e Marika marcam de retornar a cidade para comprar outras coisas.

—Vocês perceberam, ela soube identificar quem Narumi era! Fala Kaji que eles não viram chegar.

—Isso é estranho! Esse é o tal poder misterioso que ela possui? Pergunta Leo.

—Não sei! Fala Kaji.

—Estar com ela é no mínimo interessante! Fala Drew.

Ele desejava aproveitar cada minuto na companhia de seu botão de rosa, para ter o prazer de a ver florescer. Leo fica admirado, certas habilidades nunca desapareciam, por mais que tenha ficado sem usá-las. Acompanha os demais, iria ter uma reunião dos atuais cavaleiros de ouro para conversar sobre o ocorrido.

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—Tatá você continua muito forte! Fala Marika enquanto caminhavam.

—Não pensei que fosse dizer isso. Como conheço você, imaginei que fosse guardar somente para você! Fala Tandara sorrindo.

—Cala a boca! Fala Marika constrangida.

As duas caminham caladas, era estranho estar ao lado de Tandara novamente. Marika lembra-se de como elas davam-se bem antes da fuga de Tandara. Mas não poderia culpá-la, já que ela presenciou todo o ocorrido e soube um pouco do passado da mesma quando conversava com aquela pessoa. Olha para Tandara de canto de olho, aquela mulher forte ao seu lado não se parecia com a meiga Tatá que ela conheceu.

—O que pretende comprar? Pergunta Tandara.

—Um buque de flores rosas! Fala Marika ficando com um semblante triste.

Tandara para, então Marika iria comprar uma recordação para aquela pessoa. Ela devia fazer isso todo ano. Não é que Tandara tenha esquecido completamente já que sempre comprava um cartão e tinha uma caixa cheia deles em sua casa, sempre nessa data que se aproximava.

—Eu compro cartões de aniversário! Fala Tandara caminhando novamente.

Tandara observa um movimento estranho na loja de vestidos localizada naquela rua. As pessoas estavam correndo assustadas e então ela visualiza o ladrão, este estava armado e os demais em pânico. Faz menção de correr até o local, Marika segura seus braços perguntando se ela estava louca. Tandara diz que elas precisam fazer alguma coisa, do que adiantava ficar horas treinando, ter uma armadura, ser descendente de cavaleiro e não poder ajudar as pessoas dos bandidos que estavam cada vez melhor armados?

Marika solta os braços e Tandara, não sabia que ela era uma agente e ver um assalto não era algo que Tandara conseguisse deixar passar tão facilmente. Ela anda devagar escondendo-se atrás de um poste de energia. O assaltando começa a correr ameaçando as pessoas que estavam na loja, Tandara coloca o braço na frente e o bandido recebe um forte impacto na direção do tórax. Observa quem fizera isso, uma mulher ou um homem? Já que a pessoa vestia-se de forma masculina. A pessoa tenta acertá-lo com chutes e socos tentando desarmá-lo. Ele afasta-se um pouco e tenta atirar, mas a pessoa desvia rapidamente, Tandara não iria deixá-lo escapar. Ela segura as mãos do bandido que luta para não deixar a arma cair. Os dois ficam muito próximos e ele a xinga de alguns nomes sujos, ela não se importa apenas precisava tirar a arma dele. Ela briga com o assaltante até que este não conseguindo segurar a arma por muito tempo atira e deixa o objeto cair. A bala segue uma linha reta acertando a perna de Tandara transpassando-a. A mulher acerta dois socos fortes fazendo o homem desmaiar.

Marika chega nesse momento, fora chamar a polícia. Observa o impacto da bala e o sangue começar a escorrer pela ferida aberta na perna de Tandara. O que elas não tinham visto foram os comparsas do bandido. Eles percebendo que seu companheiro fora apanhado, tentam atirar em Tandara que consegue desvia por pouco, já que sua perna estava ferida e sua velocidade ficou prejudicada. Marika tenda pegar um dos assaltantes, mas se mostrasse suas reais habilidades todos iriam saber da existência dos cavaleiros e amazonas e isso era proibido pelos superiores.

—Se não houvesse tantas testemunhas! Pensa Marika.

Eles atiram várias vezes antes de fugir, uma dessas balas iria acertar uma jovem na loja de vestidos quebrando o vidro que havia na vitrine. Tandara percebe a trajetória da bala, vira aquela mulher encomendando um vestido de casamento, ela não podia ser ferida e perder a chance de realizar aquele sonhos. E se a ferida fosse letal? Ignora a dor e tenta alcançar a bala pulando na frente do vidro que se quebra quando seu corpo, levando pelo impacto da bala quebra o vidro.

—TATÁAAAA... Grita Marika quando percebe o que Tandara fizera.

O flash back de um meigo sorriso, olhos assustados e a queda de alguém passam na mente das duas, sangue corria pelo chão e o grito desesperado das duas ecoa em suas mentes.

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—Pegamos esses! Fala Leo para o policial a sua frente.

—O que é aquele alvoroço? Pergunta Drew apontando na direção do barulho da sirene de ambulância.

—Uma jovem foi ferida seriamente nesse assalto! Fala o policial.

—Como é essa jovem? Pergunta Leo apreensivo.

—Uma que trajava roupas masculinas! Fala o policial vendo os garotos correndo para o local.

Leo e Drew chegam a tempo de ver Marika entrar na ambulância, então a pessoa feria fora mesmo Tandara. Não poderiam acompanhar as garotas, foram avisar ao diretor.

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—Quanta imprudência! Fala o diretor para Tandara quando esta ganhara alta do hospital.

—Não podia ver aquilo acontecer e ficar quieta! Fala Tandara séria.

—Você ficou muito ferida, como irá dar aulas amanhã? Pergunta o diretor em tom hiperativo.

—Eu posso ir! Fala ela tentando levantar-se da cama, mas mal conseguindo pela dor.

A bala acertara suas costas e transpassara um dos pulmões. Os pontos ainda era recentes e a dor quase não a deixava dormir. Alguns duvidavam que ela sobreviveria, mas ela era dura na queda. O diretor suspira, menciona que ela não poderia dizer a ninguém o que iria acontecer ali, para todos, ela ainda estava machucada. Um rapaz sério entra no quarto de Tandara, os cabelos eram negros com mechas vermelhas, os olhos eram avermelhados, ele vestia-se todo de preto, com piercing na orelha e nariz. Nos olhos uma sombra negra denunciando tratar-de de um gótico pank.

—Essa pessoa irá curar suas feridas, então tire a blusa! Fala o diretor num tom de ordem.

—Nunca! Fala Tandara colocando as mãos cruzadas sobre os peitos e ficando com a face vermelha.

—Não deixe ele ver o corpo do meu botão de rosa! Fala Drew sério aparecendo na porta, uma aura estranha estava ao redor dele.

—Eu vou apenas curar as feridas dela! Fala o rapaz encarando Drew.

Marika aparece e tenta convencer Tandara, não conseguindo muito resultado. Uma mulher de longos cabelos azulados, vestida de negro no mesmo estilo da rapaz aparece, era uma amazona de nome Hikari, provavelmente a namora do rapaz em questão. Ela fala seriamente e ameaça arrancar a blusa de Tandara a força se ela não o fizesse logo. Tandara pede aos homens para se retirar do local, deita-se na cama após retirar a blusa e colocar um short, o rapaz entra sendo vigiado por Drew. Tandara sente uma forte energia emanando das mãos dele e percorrendo seu corpo, uma dor começa a surgir e ela tenta suportar.

—Descendente dos cavaleiros de Áries, deixe sua energia fluir juntamente com a minha e a ferida será fechada! Sente a voz do rapaz em sua mente já que este não mexera os lábios.

—Você é telepata? Pergunta ela mentalmente.

—Sim. Sou descendente do jovem discípulo de Mu juntamente com descendentes de

Shaka. Estranhamente herdei essa habilidade telepática. Fala o rapaz mentalmente.

Então existia outro descendente de cavaleiros de Áries além dela? Deixa sua energia fluir juntando-se com a dele, a dor foi desaparecendo e as feridas causadas pela bala desapareceram.

—Você é o atual cavaleiro de virgem! Fala Tandara olhando para o travesseiro.

—Sim. Sou o oposto dos antepassados que você estudou. Fala ele saindo do quarto.

—Isso não é relevante. Cada pessoa é ela mesma e não um espelho do passado. Fala Tandara fazendo o rapaz olhá-la novamente.

—Rhyu, foi um prazer finalmente encontrá-la! Fala ele calmo.

—Finalmente? Pensa Tandara.

Não havia mais tempo para perguntar, ele já havia saído. Ela pede a Drew para se retirar porque ela ia trocar-se e não queria um garoto observando-a. Ele fala que sim e vira-se para ir embora.

—Drew! Chama Tandara.

Ele olha para trás e observa um belo sorriso, ela diz que aquela era a real personalidade dele, era muito melhor que a que ele mostrava todo dia. Drew sorri, o botão de rosa dele estava começando a florescer, em breve uma linda flor, ou para os demais, uma linda mulher iria aparecer.

—Tandara você já percebeu que consegue identificar quem é a pessoa a sua frente pela energia dela, desde pequena? Fala Marika entregando uma blusa a Tatá.

—Não entendi! Fala Tandara virando-se para a morena.

—Quando nós eramos crianças, você sabia quem eu era, quem aquela pessoa era, isso sempre acontece quando seus olhos brilham. Você identificou quem o Narumi era e agora esse esquisito. Você sempre acerta. Nunca parou para pensar nesse seu estranho poder? Fala Marika.

Tandara olha assustada para Marika, não queria lembrar das memórias relacionadas àquela pessoa, mas isso que a morena disse tinha algo de verdade. Tandara não sabia que seus olhos brilhavam, contudo um poder diferente a envolvia e ela sempre podia identificar a cosmoenergia das pessoas dizendo que tipo de cavaleiro ou amazona eles eram. Suspira, por mais que ela fugisse aquela armadura estava liga a ela bem como essas habilidades estranhas.

—Quando eu vou poder ser normal? Sussurra Tandara socando a parede.

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—Leo você quer ajuda para se recuperar? Fala Rhyu ao chegar na entrada da escola.

—Ela está bem? Pergunta ele, mal conseguia sair do local onde estava sentado.

—Sim. Sua preocupação é admirável. Ir me procurar e trazer-me até aqui, enfrentar a briga que eu estava envolvido para que ela acabasse mais rápido, deve gostar muito dela! Fala Rhyu sorrindo.

—Não é o tipo de sentimento que está imaginando! Fala Leo com a face enrubescendo.

—Sei! Mas cuidado com o seu coração,ele pode estar te enganando! Fala Rhyu.

—O que quer dizer com isso? Pergunta Leo confuso.

—Eu finalmente pude ver aquela pessoa, estou muito contente. —diz Rhyu apesar de não demostrar sinais de felicidade — Você confia nela o que significava que não precisamos nos preocupar. Agora eu vou ter que ficar e ajudar com as aulas, já que me trouxe até aqui. Você nem consegue se mexer... Fala o rapaz cutucando Leo.

Isso era verdade, ele gastara toda sua energia percorrendo o espaço até a Austrália para trazer Rhyu até ali e cuidar das feridas de Tandara. Quando ele finalmente chegou caiu sentado na entrada e não conseguia mover-se. Ia precisar de uma ótima noite de sono e mais um tempo para sua energia voltar ao normal, mas pelos menos, ela estaria bem. Sorri enquanto Rhyu o levantava para ajudá-lo a ir até o quarto. O moreno observa a face de Leo que vai tomando a tom avermelhado com os novos pensamentos que inundam sua mente.

—Ele realmente não percebeu ainda! Pensa Rhyu.

—O coração das pessoas é um quebra cabeças estranho. As vezes nem nós conseguimos montar o nosso próprio, então, como ajudar as demais pessoas? Diz alguém na mente de Rhyu.

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Já fazia algum tempo desde a última notícia de Tandara. O chefe ficara ansioso, não havia tido outros desaparecimentos desde então. Tina corre apressada, recebera uma carta de Tandara escrita com a tinta especial que somente as duas conheciam. Nela havia informações, até o momento ela não encontrara nada.

—Ela enviou isso junto com alguns presentes! Fala Tina sorrindo.

—Ela ainda não conseguiu nada! Será que tem algo a ver com aquela academia? Fala o chefe suspirando.

—Chefe a Tatá vai descobrir se houver alguma ligação, eu confio nela! Fala Tina sorrindo.

—Tandara descubra logo antes de outras crianças desapareçam. Pensa o chefe.

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O diretor chamara todos os professores para o salão principal, onde os novos alunos estavam reunidos. Tandara caminha vagarosamente seguindo Leo, não o vira desde seu acidente. Para um bobo alegre super simpático ele fora meio frio dessa vez. Ela adentra no local, uma espécie de auditório, com várias cadeiras e pessoas assentadas. Observa os professores presentes, lá estavam Marika, Drew, Kaji, Narumi, Rhyu, a mulher que o acompanhou e algumas pessoas que ela não conhecia. Quando a figura de Leo chegou o alvoroço foi geral, as meninas o admiravam porque era bonito, os meninos porque era muito forte. O diretor pede silêncio, Tandara fica pensativa, Marika falara da estranha capacidade dela identificar as pessoas, mas ela ainda não sabia quem o menino comercial de creme dental era, isso a intrigava.

—Fazendo sucesso como sempre, Leo! Fala Narumi gentilmente.

—Não é que eu queira! Fala Leo constrangido.

—Garoto comercial de creme dental... Sussurra Tandara.

—Tatá eu soube pelas crianças que vocês dois estavam namorando durante a prova!Fala Marika alfinetando a companheira.

Leo fica completamente vermelho lembrando-se das cenas durante a aplicação da prova. Drew fica furioso ao ouvir a frase de Marika e fuzila Leo com o olhar. Rhyu observa a cena impassível como sempre, mas encara o garoto envolvido no boato com um olhar estranho, parece que o coração de Leo começara a ficar sincero quanto a alguns sentimentos.

—Nunca. É algo impossível de acontecer. O garoto arco-iris é todo seu, pode levar para passear. Fala Tandara seriamente.

—Isso não foi o que ouvimos! Fala Marika alfinetando um pouco mais.

—Nós dois não podemos coexistir no mesmo espaço, ele me mataria com todo esse brilho! Fala Tandara secamente.

Marika começa a sorri estranhamente. Drew acalma-se, Narumi dá um tapinha nas costas de Leo, afinal, o garoto ficara desapontado com o comentário de Tandara, mais do que ele mesmo esperava. Já sabia que ela não gostava da personalidade dele, mas aquelas palavras estavam doendo tando. Ele olha a figura da jovem, como sempre vestida de forma masculina. Suspira, era impossível para ele alcançar o coração dela. Com esse pensamento ele coloca as mãos na cabeça assustado e começa a balançar a cabeça chamando a atenção de todos.

—Aconteceu algo, Leo? Pergunta Narumi que estava próximo a ele.

—Não, eu só estava lembrando de algo! Fala ele envergonhado.

—Até quando você não vai admitir esse sentimento, Leo? Pensa Rhyu.

As apresentações terminam e os alunos devem andar com seu respectivo professor para conhecer a sala de aula. Tandara caminha rapidamente, conhecia muito mal a sala onde ficaria e as crianças perguntavam muitas outras coisas sobre a escola e armaduras. Ela friamente mandou elas esperarem. Elas ficaram caladas enquanto caminhavam.

—Meu botão de rosa, suas alunas estão tão quietas! Fala Drew com aquela personalidade que Tandara odiava.

—Eu não sou um botão de rosa, maníaco das flores! Fala Tandara séria fazendo as alunas rirem de Drew.

—Ela sempre consegue amedrontar a todos, termine com ela, grande Leo! Fala um garoto.

Tandara reconhece que aquela garotinho esperto estivera na sala onde ela aplicou a prova. Ele era pequeno, provavelmente possuía entre 7 e 8 anos, cabelos castanhos e olhos chocolate, a pele era um pouco bronzeada. Leo fica sem graça e tenta explicar, Tandara continua séria perdendo a paciência com o garoto arco-iris.

—Escuta aqui, pentelho, eu e o garoto comercial de creme dental não temos nada e estamos a anos luz de ter. Cuidado para não bancar o espertalhão comigo, esse seu joguinho, eu já zerei faz tempo. Fala Tandara friamente.

—Tinha que ser uma velha assustadora! Fala o garoto irônico.

Tinha que admitir o garoto era bom, mas não chegava aos seus pés. Isso ela ia mostrar a ele, mas Leo atrapalha segurando o braço do menino e falando seriamente com ele. Tandara fica surpresa, a face do loiro estava marcada por um sentimento que ela já vira em algum lugar, tristeza ou decepção? Não conseguia identificar.

—Não importa o que eu fça, nunca poderei alcançar o coração dela! Pensa Leo.

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Já fazia duas semanas que as aulas começaram, ela conheceu seus alunos e continuava com a fama de mulher assustadora, pelo menos os boatos relacionados a Leo pararam. Ela conheceu uma jovem de outra turma, tinha 11 anos, o nome dela era Doce, isso mesmo, a mãe deveria ser viciada em coisas doces. As amigas a chamavam de docinho, como uma menina superpoderosa com personalidade de lindinha, ela era gentil e meiga, como aquela pessoa e por incrível que pareça se apegou a Tandara e vivia procurando-a para tudo.

Tandara investigou várias vezes, não existia nada na academia que estivesse ligado aos desaparecimento, já fora investigar até as masmorras. Ela enviou essas informações ao chefe, dizendo que ficaria mais um tempo para tentar localizar os culpados. O chefe permitira. No momento ela estava indo a sala onde os professores reuniam-se, após sair dali iria treinar junto com Leo e Narumi.

—Olá Tatá, finalmente chegou! Fala Marika irônica.

—Meu lindo botão de rosa! Fala Drew oferecendo uma flor.

—Meu nome é Tandara! Fala ela por fim sentando-se.

—Você não tinha que ir treinar com os garotos? Pergunta Marika.

—Precisava conferir para ver se a garota chiclete não deixara nada para mim! Fala Tandara.

Pela primeira vez, Doce não deixou nada para ela, isso era estranho. Sai daquela sala para encontrar-se com os rapazes, no caminho pergunta as garotas sobre Docinho, elas mencionam que a jovem arrumara um namorado e agora só pensava nele, estava afastando-se das demais.

—Isso é estranho, nessa idade, namorado? Pensa Tandara.

Iria investigar esse envolvimento mais a fundo, afinal ela era uma detetive.

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—Não adianta, já tentei me fazer de másculo na frente dela e isso não chamou a atenção de Tandara para mim! Diz Leo suspirando.

—Então você finamente descobriu que esta apaixonado, Leo? Pergunta Narumi gentilmente.

—E-E-E-Eu nãoooo! Fala Leo gaguejando.

—Deixo vocês sozinhos por enquanto, então, boa sorte! Fala Narumi desaparecendo.

—NARU.... Tenta gritas Leo parando quando viu a figura de Tandara aproximar-se.

—Algum problema? Pergunta ela calma.

—Não. Bom então vamos treinar? Fala Leo levantando-se tentando espantar os pensamentos.

Tandara senta-se ao lado de Leo e olha fixamente para ele deixando-o envergonhado. Ela pergunta onde estava Narumi? Ele inventa uma desculpa falando que ele fora investigar um caso, várias pessoas entravam na academia com intenções ruins, queriam roupas as armaduras e vendê-las para obter dinheiro, afinal ouro puro naquela quantidade era sinal de muitos zeros na conta da pessoa. Tandara coloca a mão na cabeça, algo que ela fazia com frequência enquanto pensava. Leo fala que era complicado confiar plenamente nos alunos, muitos só manifestavam suas intenções depois de algum tempo, as vezes, até próximo a formatura. Eles eram presos e julgados, sendo enviados para cumprirem pena nas prisões humanas, extra cavaleiros e seu santuário. Se eles eram tão rígidos no quesito confiança, então, isso significava que não confiavam nela, por isso, não assistia as reuniões secretas na sala do grande mestre. Ela olha para o garoto, no fundo dos olhos claros dele.

—Vocês confiam em mim? Pergunta ela séria.

—Claro! Fala Leo sem pensar.

—Por quê? Eu também sou estranha e fugi da academia voltando somente agora! Fala Tandara confusa.

—Porque eu confio em você! Se eu não confiasse você estaria encrencada. Tenho esse senso, se eu não confiar em alguém é porque ela tem desejos impuros no coração! Fala Leo calmamente.

—Você está mais estranho que o normal, garoto comercial de creme dental! Fala Tandara colocando a mão na testa dele.

Leo é pego de surpresa, ele não esperava essa reação dela. Não poderia dizer que estava estranho porque ela não saia de seus pensamentos e coração, que cada palavra que ela falava dizendo que eles não tinham nada machucou mais que facas atravessando seu coração. Ele não podia assumir isso perto dela, não até ter certeza que ela sentia o mesmo por ele. Tandara percebe que ele vagava por pensamentos, ela não lia mente, ou pelo menos não fazia isso sem permissão. Deposita um beijo suave na bochecha do rapaz e levanta-se.

—Volta ao normal logo, não gosto do Leo confuso! Fala Tandara sorrindo.

O rapaz é pego de surpresa novamente, coloca a mão inconscientemente no local sentindo seu rosto ficar quente. Narumi estivera observando e chega chamando Tandara para que ela não visse a reação de Leo.

—Ela falou meu nome?! Pensa Leo não conseguindo sair do lugar.

Drew observava os dois e não gostou muito de Leo ter recebido um beijo de seu botão de rosa. Aproxima-se com uma rosa na mão, toca as pétalas e elas começam a circundar seu corpo brilhando e depois usa-as para atingir o oponente, era sua espiram de pétalas de rosas.

—O que está fazendo, Drew? Pergunta Leo que desviara do golpe.

—Nós estamos disputando a mesma coisa, meu botão de rosa! Fala Drew preparando-se para atacar novamente.

Ele estava certo, pelo visto já percebera o interesse de Leo, não restava mais dúvidas, os dois iriam disputá-la a moda dos cavaleiros. Que vencesse o melhor e o outro iria desistir.

O chão na academia treme e todos ficam amedrontados, os professores correm sabiam que aquilo era briga entre cavaleiros. Narumi deixa Tandara e corre na direção da briga, Colocando-se entre os rapazes. Tandara observa os dois assustada, ela acabara de deixar Leo no local, qual o motivo dessa briga? Os outros professores chegam tentando segurá-lo, mas eles desviavam para se confrontar um pouco mais a frente. A velocidade era incrível, porém não usavam habilidades especiais, apenas socos e chutes, Leo para o chute de Drew com o braço e atinge-o com uma rasteira, Drew coloca as mão no solo e utiliza suas forças para dar dois mortais para trás parando de frente para Leo. Eles estavam sérios e com a face irada.

—Parem agora! Querem destruir a cidade? Pergunta o diretor chegando ao local.

Eles não ouviam, continuavam batendo-se e desviando de quem tentava separá-los. Os hematomas começam a aparecer, cortes sangravam e eles não paravam de se enfrentar. Tandara percebe que a energia dos dois pertencia a cavaleiros de outro, Drew era o cavaleiro de peixes e Leo, era o cavaleiro de que?

—Eles vão usar as habilidades de cavaleiro! Fala Kaji tentando segurar Leo.

Se isso acontecesse o dano causado a terra e as demais coisas seria grande. Tantara fica furiosa, como eles podiam envolver-se numa briga sem sentido e colocar em risco todos os demais? Ela não sabia que ela era o motivo daquele confronto. Ela concentra-se, os demais percebem uma forte energia que circundava o corpo da jovem fazendo seus cabelos voarem com a intensidade, ela abre os olhos irados e anda em direção aos cavaleiros que brigavam.

—PAREM AGORA! SE VOCÊS FERIREM ALGUÉM COM ESSA LUTA EU NUNCA IREI PERDOÁ-LOS! Grita Tandara fazendo os dois chocarem-se com sua energia.

Eles observam-na, não ser perdoado por ela era ruim, deveriam parar antes que ela não olhasse mais na face deles. Abaixam a cabeça enquanto ouvem um sermão dos demais. Tandara apenas observa, de onde tirara aquele poder imenso?

—Vocês são amigos, não devem brigar assim! Fala Tandara seria.

—Temos um motivo! Fala Leo emburrado.

—Qual? Pergunta Tandara friamente.

—É nosso motivo, botão de rosa! Fala Drew emburrado.

Os demais olham para ela, a garota era muito lerda, não percebeu mesmo que o motivo era ela e ainda vinha com sermão. Pobres rapazes, era melhor eles serem diretos da próxima vez. Eles tinham que lembrar da possibilidade dela ter um namorado, ela comprou coisas masculinas na loja e enviou para um endereço, ela poderia ser comprometida.

—Não vou desistir! Falam os garotos mentalmente.

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Já fazia uma semana que Tandara não via Doce na escola, duas semanas desde a briga entre Leo e Drew se passou. As meninas falaram que Docinho estava somente no quarto, parecia doente e para piorar ia ter uma festa na escola. Desse jeito ela não poderia investigar o estranho e misterioso namorado de Doce.

—Professora você vai usar aqueles vestidos fofos? Perguntam as meninas no campo de treinamento.

—Ela ficaria horrorosa neles! Fala o garoto que era o pé no sapato de Tandara.

—Tyerri sossega! Fala Leo sério.

—Não tenho esse tipo de roupa e nem vou gastar meu dinheiro com algo assim, seria desperdício. Concordo com o pentelho, não fico bem nessas coisas! Fala Tandara séria.

As meninas não poderiam aceitar aquilo. Um baile ou uma festa, uma garota deveria estar bem vestida em qualquer ocasião. Como a professora poderia ficar sempre assim, desleixada com a aparência dela. Leo e Drew estavam interessados nela, mas mesmo assim ela fingia que não sabia (ela não sabia mesmo, tinha outras preocupações) e não se arrumava para que eles ficassem abismados. Isso era imperdoável.

—Professora Tatá... Chamam as meninas.

—Meu nome é Tandara! Fala ela friamente.

—Você tem que ir, a gente arruma um vestido! Dizem as meninas saindo correndo porque a aula já acabara.

—Elas não sabem meu tamanho! Sussurra Tandara.

—Deve ser porque você só usa roupas largas! Fala Marika aproximando-se.

—Cala a boca! Fala Tandara séria.

—Meu lindo botão de rosa num vestido feminino, isso seria inexplicável! Drew parecia sonhar acordado.

—Volta para o mundo real Drew! Fala Tandara friamente.

Tandara olha fuzilante para Leo, se ele falasse algo de vestido iria arrumar briga com ela. Ele apenas sorri de canto, fazendo com que a garota ficasse confusa, nunca o vira com aquela expressão. Tandara pede as amigas de Doce para avisarem caso algo acontecesse, vai para seu quarto calmamente, não havia chances das meninas conseguirem um vestido para a festa dessa noite. Adentra no local e surpreende-se ao ver a caixa sobre sua cama e mais surpresa ainda quando ver o vestido dentro da caixa.

—É aquele vestido da loja! Como elas conseguiram? Ou não foi elas? Sussurra Tandara.

Sente uma presença que desparece rapidamente. Marika vai ao quarto de Tandara e fica boquiaberta ao ver o vestido, não fora ela quem comprara com certeza, e provavelmente as meninas também não, ele era muito caro. Marika vestia um modelo negro, sem mangas, justo no corpo e com uma abertura que ia da metade da coxa até os pés. Os cabelos estavam solto com uma presilha do lado. As meninas a convenceram a ir arrumar Tandara, nem que fosse um pouco.

Tatá resolve colocar o vestido e deixar Marika mexer nos seus cabelos, pelo menos naquele momento, ela tentaria ser uma garota comum.

Em um outro local alguém estava no próprio quarto sorrindo. Esperava que os rapazes gostassem do presente que lhes proporcionaria naquela noite.

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O salão principal estava bem ornamentado, muita comida organizada na grande mesa e os alunos e professores arrumados estavam se banqueteando e conversando.

—A mulher assustadora resolveu não vir hoje! Fala Tyerri chateado.

—Não fale dela assim! Fala Leo aproximando-se.

—Ela tinha que vir! Fala Tyerri afastando-se do professor.

—Desse jeito nosso plano não vai dar certo! Fala outro garoto.

As portas do salão abrem-se revelando a figura de Marika para o desapontamento das crianças. Rhyu apenas olhava para a porta, Leo e Drew ficaram cabisbaixo, ela realmente não viria. Suspiram, Marika olha para eles e gargalha, abrindo a porta novamente revelando a figura de Tandara, com os cabelos soltos, as extremidades foram presas na parte de trás da cabeça com uma presilha em forma de rosa que viera junto com o vestido, não era um presente de Drew apesar da forma. O vestido caíra como uma luva e a deixou como uma princesa ou uma ninfa. Os garotos de Leo estavam sem palavras, a mulher era bonita. Leo e Drew ficam com a face vermelha sem conseguir dizer uma palavra sequer, ela estava perfeita.

—Você está muito bonita hoje, botão de rosa do Drew! Fala Kaji aproximando-se de Tandara.

—Meu nome é Tandara! Fala ela friamente.

Marika a chama para beber algo e comer, elas ficam na mesa enquanto os enamorados de plantão não tiravam os olhos dela e não conseguiam aproximar-se. A noite estava muito divertida, Tandara devia aceitar os convites de Tina de vez em quando, iria lembrar-se disso quando voltasse. Os professores ficam juntos e observam as crianças, uma movimentação começa a se formar, parecia uma briga entre meninos e meninas.

—O que está acontecendo? Pergunta Tandara friamente.

—Elas não querem aceitar a brincadeira, apostaram, agora tem que cumprir! Fala Tyerri.

—Qual foi a aposta? Pergunta Marika.

—Um beijo! Fala outro garoto.

—O QUÊ? Falam todos professores presentes.

—Estávamos brincando com a garrafa, se a pessoa não respondesse a pergunta a punição era um beijão de cinema, ela não respondeu! Fala Tyerri apontando para uma garota.

—Gracinha! Fala Tandara.

—Era muito constrangedora professora Tatá! Fala ela escondendo o rosto.

—É Tandara. E que beijão de cinema é esse, vocês são crianças, pirralho! Fala Tandara tentando livrar Gracinha.

—Se ela não pagar, alguém tem que pagar! Fala Tyerri desafiadoramente.

—E quem iria pagar? Pergunta Rhyu já imaginando a resposta.

—Os professores! Fala Lily e Diana que estavam ouvindo tudo.

—O QUÊ?! Falam Tandara, Leo e Drew que estava inconformado.

—Aposta é aposta, se eles não cumprirem, porque vocês dois, A-D-U-L-T-O-S, não cumprem! Fala Diana séria frisando a palavra adulto.

Leo fica apavorado, ele tentou livrar-se da situação e Tandara também, mas ela percebeu que não teria jeito. Suspira, segura o braço de Leo e fala para ele terminar logo com isso. Leo fica vermelho dos pés a cabeça, como ela poderia ficar tão séria? Encosta seus lábios nos dela rapidamente e afasta-se não tendo como ficar mais vermelho.

—Assim não vale, é beijo de cinema e não selinho, Grande Leo! Fala Tyerri.

—Quantos anos você tem, pentelho? Não fique imaginando coisas assim! Fala Tandara séria.

—Bom professores, cumpram logo isso! Fala Marika alfinetando.

—Menino arco-iris vou ter que tomar a inciativa? Fala Tandara calma.

—É constrangedor! Fala Leo sendo olhado pelos garotos de plantão e fuzilado por Drew que queria tomar seu lugar.

—Porque vocês não vão para a salinha ali — Fala Kaji apontando para a porta no lado oposto do salão —Assim o Leo não terá desculpas. Só para ter certeza Marika e eu vamos vistoriar! Termina ele com um sorriso estranho na face.

—Vamos logo, garoto comercial de pasta de dente! Diz Tandara.

Leo achava que ela estava calma, mas era somente aparência, na verdade estava tremendo e desejando que alguém a salvasse. Drew tenta impedir, os demais o seguram, era algo necessário pelas crianças. Os dois adentram na sala, Kaji faz sinal de OK com a mão, estava cumprida a aposta, as crianças festejam, Drew reclama e Leo sai da sala com a face vermelhíssima. Tandara estava calma, contudo algo em seu íntimo dizia que as coisas iam piorar.

—Professora, Docinho sumiu faz dois dias! Fala uma das amigas da jovem chegando ao salão.

—Como assim? Pergunta Tandara.

—Encontramos essa carta no quarto dela, a mãe dela está apavorada e reclamando com o diretor! Fala a garota entregando a carta.

Tandara fecha os olhos pensativa, corre para fora e observa a mãe desesperada chorando e questionando o diretor. A menina desaparecera como pó e ninguém sabia de nada. Ela observa as lágrimas da mãe e lembra-se de suas próprias lágrimas a um tempo atrás. Ela iria achar Doce, custe o que custar. Os alunos são mandados para a cama e os professores reunidos, ninguém sabia da menina. Tandara observava uma espécie de GPS em sua mão, o diretor chama a atenção dela, era algo importante saber como entraram na escola e como a garota sumiu.

—Eu sei onde ela está! Fala Tandara secamente.

—Como Pergunta o diretor.

—Coloquei um localizador nela no dia em que o maníaco das rosas e o garoto comercial de creme dental brigaram, neste aparelho está a localização dela! Fala Tandara mostrando o objeto.

—O QUÊ? Falam todos surpresos.

—O garoto arco-iris disse que ele saberia se alguém tinha desejos impuros e assim a pessoa não seria de confiança para todos. Eu não tenho desejos impuros, mas não disse metade da verdade. Sou um detetive, vim aqui investigar o desaparecimento das crianças cujo único link era com essa academia. Imaginei que vocês eram culpados, descobri que não, mas ainda faltava encontrar o culpado. Desculpem, estou indo atrás de Doce, já contatei meu chefe. Fala Tandara séria e virando-se para sair da sala.

—Como você pode? Fala Leo segurando seu braço

—Eu confiei em você, mas és apenas uma traidora no final das contas! Fala Leo alterado.

—Não sou traidora, você não me entenderia, Leo. Eu sou a garota que trás destruição e catástrofes onde quer que eu pise. Eu sou o simbolo de má sorte, Você jamais entenderia as feridas que trago em meu coração! Fala Tandara com os olhos marejados e puzando o braço.

—Como entender você? Desconfiou de nós, veio aqui para nos espirar, nos trair. Eu amei você! Fala ele com pesar na voz.

—Eu não tenho tempo para perder aqui. Vocês nunca confiaram em mim, faziam suas reuniões secretas, falavam de mim pelas costas e para vocês eu não sou ninguém, apenas a escolhida pela SIRENA! MAS DEIXA EU DIZER UMA COISA, EU NÃO SOU SIRENA, EU SOU TANDARA, TANDARA ESTÁ ME OUVINDO. A GAROTA QUE TRÁS MÁ SORTE! Diz Tandara alterando a voz no fim e saindo correndo chorando

—EU TE ODEIO, GAROTA QUE TRÁS MÁ SORTE! EU TE ODEIO TANDARAAA! Grita Leo com as lágrimas saindo da face.

Tandara corre sem olhar para trás, mas seus olhos estavam embaçados pelas lágrimas. Ela gostou de ficar naquele ambiente, mesmo eles não confiando nela. Mas se permanecesse por mais tempo iria atrair destruição para eles. Cada sorriso, cada momento foi substituído pelo eu te odeio de Leo. Ela não servia para ser amada. Chega ao local cansada porque fora a pé e reconhece pessoas da agencia, acha que estavam prendendo os criminosos, mas eram os envolvidos. Ela fica na mira de dois atiradores, lá estava Doce sendo carregada por um homem que trabalhava na mesma agencia que ela. Eles achavam que ela iria deixar isso assim.

—Pétalas de rosa explosivas! Fala alguém sendo seguido por várias explosões em volta das pessoas que tinham Tandara sobre a mira.

Drew estava a suas costas, ela surpreende-se. Marika acerta alguns com suas agulhas envenenadas enquanto Tandara corria e lutava com o homem que estava com Docinho. Ele joga a garota no chão e usa técnicas velozes contra ela, ele era descendente de cavaleiro e estava usando isso para o lado mau. Ela afasta-se e tenta localizar aquela pessoa com os olhos fechados desviando do soco que lhe fora desferido, mas não do chute. Concentra-se mais um pouco e seu corpo começa a levitar, sua energia toma forma maleável e se espante na forma sólida atingindo o oponente apenas com diversos cristais, ele não conseguiria correr com as pernas feridas.

—Prismas de Sirena! Fala ela ao abrir os olhos.

Ele esbraveja e tenta acertá-la com socos. Era tarde demais, os cavaleiros da academia deram conta dos aliados e ele não iria conseguir lutar. Os funcionários de sua agencia chegam e começam a deter as pessoas, os representantes da academia Atenas estavam escondidos. Marika era a única no local e pela expressão não tinha notícias boas.

—Tatá, a garota está morta! Fala Marika tristemente.

Tandara toma um choque, não pode ser, ela correi tanto e não conseguira salvar

Doce? Marika chorava, eles foram ali para salvar um aluno da academia e não conseguiram. Tina aproxima-se e toca o ombro de Tandara, ela não chorava como os demais. Ela caminha até a garota e abraça-se como o corpo da garota, mais uma vez ela perdia alguém importante, mais uma vez seus esforços não foram recompensados.

—Eu realmente só trago desgraças as pessoas que eu amo! Fala Tandara triste sem lágrimas.

O diretor aproxima-se, pede para todos se afastarem que ele precisava conversar com Tandara. Chega vagarosamente vendo a tristeza na face da amazona, sofrimento e feridas sendo repassadas em sua mente, a angustia transpassada em suas mãos trêmulas. Toca o ombro da mulher a sua frente sendo encarado por olhos distantes.

—Por que eu não posso chorar, por mais triste que esteja? Fala Tandara num sussurro.

—Porque as lágrimas da Sirena são poderosas, capazes de curar qualquer mal. Encontre em seu interior as poderosas lágrimas da sereia, as lágrimas de seu sofrimento passado e deste agora! Fala o diretor.

Sempre a sirena, sempre ela. Tandara começa a lembrar de coisas dolorosas, sofrimentos, perdas e dor que estavam em seu intimido. Em seus olhos começam a formar-se princípios de lágrimas, mas apenas quatro gotas caem. As gotas convertem-se em uma espécie de pó brilhante que libera uma grade quantidade de energia e ilumina o lugar.

—Tatá... Fala Tina querendo aproximar-se do lugar.

Um dos bandidos tenta feri-la com um tiro, mas a bala não chega a destinatária é interceptada por um homem, um homem de cabelos loiros longos e um belo par de olhos azuis tranquilizantes.


 

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