Autora: Linanime
Fandom: História Original
Gênero: Drama, Romance, Angústia, Humor.
Classificação: 12 anos
Status: Completa
Resumo: Elise é uma jovem um pouco diferente dos demais de sua idade: ela aprecia ler livros, poemas e ouvir músicas em um toca-discos, enquanto os demais ficam enfurnados em redes sociais utilizando aparelhos tecnológicos. Neon é um rapaz superficial que vive apenas de aparências, e é considerado o garoto mais desejado da escola. Sendo diferentes, seria quase impossível que eles interagissem. Porém, uma professora resolve fazer um projeto diferente na escola. Elise teme o pior, já que possui um segredo que tenta esconder com todas as suas forças.
Esse capítulo trará o amor e suas duas faces: uma que traz alegrias e outra que traz tristezas.
Agradeço a todos que lerem e comentarem! Isso me deixa muito feliz.
Capítulo 4 - Amor: uma faca de dois gumes. Um sentimento que traz felicidade, mas que também pode levar a profundas tristezas.
Elise foi protegida por Neon, então não sofreu muito arranhões, mas o garoto não parecia muito bem. Estava inconsciente, os policiais prenderam os criminosos e chamaram a ambulância. Elise chorava, fora tudo culpa dela em parte, se ele não a protegesse, isso não teria acontecido. Andrei estava perplexo e sem palavras, as gotas de chuvas que percorriam sua face se misturavam com as lágrimas.
—Neo! Fala o loiro.
O rapaz move um pouco a mão, o motorista que estava assustado começa a acalmar-se com isso. Era sinal que o jovem estava vivo. Neon abre os olhos, lindos olhos azuis e olha para a jovem de joelhos perto de seu tórax, Elise cobria os olhos com as mãos e mesmo em meio a água da chuva ele tinha certeza que ela chorava. Toca levemente as mãos dela fazendo com que os orbes castanhos avermelhados apareçam, sorri, ela estava com uma expressão muito fofa de preocupação.
—Eu estou bem! Diz um pouco fraco.
—Não está não, foi atropelado! Falou Elise preocupada.
—Se estou dizendo que estou bem é porque estou nerd! Falou Neon frio.
—Vai ir para o hospital! Falou Elise começando a ficar brava.
—Nem nos seus mais lindos sonhos! Falou ele irônico.
—Eles estão brigando! Sussurra Ambre.
—Já estou começando a me acostumar com isso! Fala Andrei mais calmo.
—Você vai sim para o hospital! Diz Elise batendo no abdomem do rapaz.
—Ai ai ai aiaaiaiaiaiaiaiai! Fala Neon com expressão de dor.
Elise fica muito preocupada e sem saber o que fazer olha para todos os lados. Ambre também preocupada tenta aproxima -se, Andrei nada faz, conhecia a verdadeira personalidade do príncipe da escola. Levanta-se um pouco tocando a face de Elise levemente, ele só estava brincando, mas ao deixar ela preocupada começou a sentir-se um pouco mal.
—Eu disse que estava bem lembra? Fala ele docemente.
Elise não queria mais discutir com ele, se falasse algo isso ia crescer novamente, então ela deita a sua cabeça nas mãos dele recebendo o carinho que ele lhe dava. Isso surpreendeu o rapaz, Neon esperava que ela fosse ficar brava e brigar com ele novamente, a face do rapaz fica rubra, porém isso não pode ser observado pela chuva forte. A jovem olha para ele novamente e abraça-o fortemente, fora um abraço tão caloroso que Neon nunca sentira na sua vida anterior a esse mês.
—Eu quero que você fique muito melhor! Fala ela docemente.
O coração do rapaz não acostumado com tais ações, tal tom de voz e tais palavras começa a bater mais rápido, ele não sabe que atitude tomar, apenas fica naqueles braços tão calorosos desejando que o tempo parasse para aproveitar muito mais. A ambulância chega levando os quatro jovens para o hospital, acabando com o clima tão agrádavel para Neon.
São feitos vários exames, liberando Elise, Andrei que nada sofreram de grave, Ambre teria o pé imobilizado e seus pais já estavam vindo buscá-la, Neon deveria ficar em observação, não sofrera nada grave, mas sofreu um grande impacto, sorte que o carro estava devagar devido à chuva, mesmo assim, era melhor mantê-lo no hospital. Como esperado, seus pais não viriam fazer-lhe companhia, sabia que estaria sozinho naquela noite. Ele estava com febre no momento, não pelos ferimentos, mas pela forte chuva que pegou e estar com o emocional abalado pela perda de Maria naquele dia. Já estava muito tarde, Elise e Andrei já deviam estar em casa, então ele estava sozinho como sempre. Pega um bloquinho que estava próximo a sua cama e um lápis para escrever.
E ai diário, hoje não escrevo em suas páginas.
O dia foi horrível e eu estou com febre então escreverei pouco. Fico feliz de Elise estar bem, sabia que a vida que estou levando esse mês era boa demais para ser verdade. Como sempre estou doente e sozinho, às vezes penso se não seria melhor deixar de existir já que não faria falta a ninguém.
Ele coloca o bloquinho embaixo do travesseiro. Isso sempre aconteceu antes, sempre sozinho mesmo doente, pelo menso tinha o “diário” como confidente. Até que era bom ter isso nas tarefas que Elise colocara para o mês. Ele suspira, esperava que a enfermeira viesse logo lhe medicar e abaixar aquela febre, já estava tendo alucinações. Imaginou ver alguém em seu quarto andando de um lado para outro como se estivesse preocupada, sentiu uma mão em sua cabeça e sentia algo pesado sobre suas pernas.
—Você vai ficar bem, querido! Fala uma voz calorosa que ele se acostumou a ouvir.
—Isa? Pergunta Neon confuso.
—A infermeira já está vindo para lhe dar o remédio. Elise está dormindo apoiada na sua cama. Se estiver incomodando, avise-me, a tirarei dai.
Foi a primeira vez que Neon teve pessoas cuidando dele por toda a noite, que não dormiram bem pela preocupação. Foi a primeira vez que ele acorda após uma noite doente e recebe um belo sorriso, de duas mulheres muito especiais. Isa leva Neon para casa, ele surpreendeu-se por ela saber dirigir. Elise teve que ir para a mansão fria e vazia, já que tinha que cumprir as tarefas de Neon. Ele foi paparicado como nunca, com direito a ter a comida levada ao seu quarto e uma mãe seguindo todos os seus passos.
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—Neo tem certeza que você está bem? Pergunta Andrei na outra semana, já era a terceira da mudança de vida.
—Vai me perguntar isso até quando? Pergunta Neon irônico.
—Até eu ter certeza que você está bem! Fala o loiro rindo.
—Eu estou bem, ainda triste pelo enterro de Maria. Não consigo acreditar que os familiares dela não foram, só havia as pessoas do asilo, Elise e família e nós dois. Diz o moreno tristemente.
Era verdade, não fora ninguém no enterro, eles não sabiam como poderiam haver pessoas assim. Neon até imaginava, já que seus pais pertenciam a mesma sociedade em que Maria fora criada e sempre exigiam dele obediência cega. Se ele tenatsse se rebelar provavelmente pagaria muito caro. Só teria mais duas semanas na vida de Elise antes de voltar para seu tormento, então estava se dedicando ao máximo no asilo, no canil, no orfanato e ajudando a todos os outros da lista. Ajudava Isa em casa, já tinha aprendido a cozinhar um pouquinho, a fazer carrinho de madeira e massa de biscuit. Ele caminha com Andrei, nesse dia ele iria apenas ao shopping pegar uma encomenda para Isa numa loja e o restante do dia seria de folga. Eles caminham até a loja e pegam um terno que seria para o marido de Isa, depois ficam olhando as lojas e compram algumas roupas. Passam numa loja de perfumaria e cosméticos e Neon compra um perfume para Isa, compra uma gravata para o pai de Elise e continua seu trajeto pelo shopping.
—Olha Neon, joias! Fala Andrei apontando para uma joalheiria.
—Interessado? Pergunta Neon brincalhão.
—Preciso de algo para minha gatinha! Falou Andre sorrindo envergonhado.
—Gatinha? Pergunta um surpreso Neon.
—É, tenho que fazer uma média para ver se ela se interessa por mim. É a Mel, lembra dela, aquela que nós conhecemos quando criança e que tinha um tombo por você? Fala Andrei sorrindo.
—Ah Melody, a morena de olhos pretos e pele clara! Acho que você tem quedas por morenas! Falou Neon rindo também.
—Fica quieto! Falou Andrei entrando na loja.
Eles começam a olhar várias peças, Andrei escolhe um barcelete de brilhantes, possuía algumas pedras semi precisosas rosadas e alguns fragmentos de diamante misturado ao ouro que formava o material. Neon fica apenas observando até que encontra um colar bem simples formado por uma corrente de ouro, com algumas pedras bem pequenas espassadas no material, um pingente de ouro branco no formato de um casal embaixo de um guarda chuva, era pequeno, porém muito bonito. Neon pensou que seria um presente simples, Elise lhe veio a mente, iria levar para presenteá-la quando se encontrassem novamente no final da quarta semana, seria sua partida da casa dela e ele queria deixar alguma lembrança dele junto a ela.
—Acho que alguéme está meio abalado por uma garota! Fala Ancdrei brincalhão.
—Haha, ela é uma amiga. Gosto dela como gosto de você! Falou Neon irônico.
—Sei, sei! Espero que a gente nunca se case! Fala Andrei correndo para não ser atingido pelo amigo.
Era verdade que Elise fazia seu coração acelerar, mas isso era devido ao excesso de carinho que sentia naquele lar e quando estava com ela, Elise era uma amiga e não uma pretendente a namorada.
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Neon continua com suas atividades, ajuda nas vendas próximas a casa, aprendeu a escrever cartas e seu diário estava com várias páginas preenxidas. Estava tendo maior gosto por leitura e começou a deixar trechos de coisas que gostava no diário. Encontrava com Elise três vezes na semana, eles estavam terminando os presentes para as crianças do orfanato. Era uma vida que ele gostaria que durasse para sempre, era tão bom os momentos que passava com ela.
—Elise o que você pretente fazes com essa lã azul? Pergunta ele quando saíam da loja que vendia esse tipo de material.
—As rendas são para dar acabamento nas bonecas de lã, as linhas para costurar as saias, as lãs rosa para fazer outras bonecas, tem algo contra bonecas azuis? Fala ela sorrindo.
—Não, nada! Fala ele ajudando a carregar o material com o qual fariam biscuit.
Eles foram até a cozinha misturar os materiais numa bacia grande, Neon aproxima-se pelas costas de Elise, coloca as suas mãos na massa para ajudar a misturar, foi então que percebeu que ela estava tão perto e foi ele quem diminuira à distância. Constrangido e sem saber como agir, fica mais desconfortável quando seus braços e mãos se tocam e quando ela relaxa um pouco mais o corpo, parecia confortável.
—Neon, acho que a massa já está no ponto. Diz olhando para cima e sorrindo.
—Sim! Fala ele com a face começando a esquentar.
—Eu vou buscar a anilina para colorir, divida a massa em partes! Falou Elise.
Somente depois foi que ela lembrou que a desculpa não foi tão boa, afinal a massa precisava descançar por vinte e quatro horas antes de colorir. A face da garota fica meio vermelha, por algum motivo o desconforto dele passou a ser o desconforto dela. Sorte que Neon separou a massa e a colocou para descançar. Elise retorna a cozinha e surpreende-se ao ver que ele havia preparado leite quente para ambos tomarem com alguns biscoitos que Isa tinha feito no dia anterior.
—Vamos comer! Falou ele.
Ela balança a cabeça afirmativamente. Estava melhor já que a atmosfera estranha tinha desaparecido. Termina o lanche e vai para casa, já haviam feito os detalhes nas bonecas e carrinhos, agora ela precisava terminar algumas bonecas que faltavam.
E ai diário
Hoje passei um tempo bom fazendo coisas artesanais com Elise, a semana que vem já é a última, queria que esse tempo não acabasse. Quero ver a cara que ela vai fazer quando eu der o colar. Fiquei meio estranho com a aproximação de hoje, mas ela é minha amiga e apenas minha amiga. Não quero que ela se afaste de mim ao pensar que tenho outro tipo de pensamente, coisa que eu não tenho ouviu? Não tenho mesmo! Esqueça estou discutindo com um caderno, ninguém merece.
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Elise chega a casa, sobe para o quarto assustada. Cruzara com mãe de Neon que nem se deu ao trabalho de cumprimentá-la, estava mais preocupada com os enfeites que colocava. Ela pega seu diário e coloca o material sobre a cama, ia escrever logo antes que esquecesse.
Querido diário,
Hoje o dia foi bem divertido, acho que Neon é bom em trabalhos manuais, nunca imaginei isso. Estou meio triste por ter mentido para ele, sou amiga devo contar tudo, mas a lã azul é para fazer um cachecol para ele, um azul bonito, mas não tanto quanto os olhos dele. Escolhi a cor que mais se aproximava. Se eu contasse, ele ia descobrir não é? É um segredo, darei quando a semana que vem terminar!
Elise termina de escrever e vai acabar as bonecas que faltavam. Só mais um pouco e retornaria a sua casa, esperava que Neon continuasse seu amigo depois que tudo terminasse. Ela pega algumas folhas para começar seu relatório da mudança de vida, afinal só mais uma semana e ele deveria ser entregue.
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Já era a última semana da troca de vida, Neon estava meio triste que tudo tivesse acabado, mas Isa prometeu que ia ligar para ele e mandar biscoitos para o rapaz, além de deixar o convite para visitar a casa quando desejasse. Nesse dia em especial ele estava na fazenda de um senhor, dono de um pequeno hortfruit perto da casa de Elise. O homem pediu ajuda para colher os vegetais e trabalhar a terra para a nova plantação. Andrei estava ajudando assim como Elise e para sua surpresa Ambre.
—Não quero ficar devendo nada a você, Elise! Falou ela envergonhada.
—Obrigada por ajudar! Falou Elise sorrindo.
Fora a primeira vez que Ambre a via sorrir, era um sorriso muito bonito e gentil, ela poderia observar esse sorriso mais vezes. Os rapazes fazem o trabalho pesado, retirando os vegetais que exigiam maior esforço. Faltava pouco então posteriormente já poderiam começar a arar a terra. O calor estava grande, então eles retiram a camisa que estava coberta de suor mostrando o físico privilegiado que as garotas da escola davam tudo para observar.
—Ambre o que foi? Pergunta Elise vendo a loira com a face vermelha e babando.
Ambre aponta na direção dos garotos, eles ficavam mais bonitos cobertos de suor e sem camisa. Ambre suspira enquanto Elise começa a rir, chamando a atenção dos rapazes.
—Posso saber qual a graça? Perguntam os dois.
—Nada. Fala Elise cobrindo a boca para reprimir o riso.
—Fala logo senhorita! Fala Andrei e Neon em coro.
—Ambre está babando pelo físico de vocês! Falou Elise rindo.
Ambre fica vermelha e tenta disfarsar, mas agora até ela ficou curiosa quanto ao motivo da morena ficar rindo.
—E qual é a graça Elise? Pergunta Ambre curiosa.
—É somente o fato de você ficar assim por ver os dois sem camisa. Se for para ver corpo é só fazer medicina. Não tem do que se surpreende. Fala ela brincando.
Neon e Andrei se entreolham. Ela estava menosprezando o corpo deles, sabiam que era brincadeira então iriam brincar um pouco também. Andrei segura Elise jogando-a sobre os ombros e depois correndo até um lago próximo, joga a jovem dentro da água. Neon sabia que ela não sabia nadar, Isa já havia entregado a filha a algum tempo. Elise pensa que não vai conseguir sair da água e fica meio assustada, senti mãos fortes a segurarem e levar para cima, bem próxima ao rosto do moreno. Os dois ficam se olhandom por um tempo, Neon não imaginava que a ação faria com que seu coração acelerasse, ela estava tão perto, ele queria mais perto, mais perto e mais perto. Andrei observava o amigo aproximar-se cada vez mais de Elise, parecia que estava a ponto de fazer algo, quando a garota bate no peito dele falando que levou um susto muito grande.
—Desculpe, desculpe, queriamos apenas brincar com você! Falou Neon sorrindo.
—Nossa eu achei que vocês iam se beijar! Fala Ambre.
Neon fica confuso e meio assustado, e se Elise pensasse o mesmo e começasse a evitá-lo? Olha para a morena em seus braços e para Ambre novamente. Tinha que fazer algo para retirar a tensão que estava no ambiente. Aproxima-se de Elise e dá um beijo na testa dela, surpreendendo-a.
—Bom Ambre agora teve um beijo! Falou ele sorrindo.
—Agora você dá um nele e um em mim Elise e a gente termina o jogo! Fala Andrei sorrindo.
Elise beija a bochecha de Neon e a de Andrei quando saiu da água. Caminha na frente com Ambre enquanto os rapazes vinham mais atrás, Neon olhando para a figura feminina que andava molhada com as roupas um pouco mais justas, Andrei apenas observava.
—É se continuar assim seus olhos irão cair e seguir sozinho! Fala ele rindo muito.
—Cala a boca! Fala Neon envergonhado.
Terminam as tarefas e vão para suas casas, Neon lembra Elise que tinham que ir ao orfanato no próximo dia para entregar as lembranças, a festa ia acontecer a noite. Andrei se auto convida, ouviu que Isa ia fazer o bolo e que teriam vários doces. Neon o convida então a enrolar alguns doces se queria ir à festa. Seria o último dia que veria Elise antes de mudarem de vida. Não se veriam nesse processo de troca, o próximo encontro seria na escola.
E aí diário
Cara você não vai acreditar, eu tinha intenção de beijar Elise como a Ambre falou. Ela estava lá molhadinha, com uma face super fofa, nos meus braços e tão perto, tudo que eu queria era beijá-la. Não era na testa como aconteceu, era numa parte muito mais interessante. No que eu estou pensando, você é um caderno pervertido sabia? E não fique ai me olhando, a culpa é sua e não minha. Caderno idiota. Estou novamente bringando com um caderno. Elise é só amiga Neon, você não quer afastá-la, lembre-se disso.
“Nunca troque uma amizade verdadeira por um amor incerto. (Autor Desconhecido)”
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Elise sorri, faltava pouco para ir embora daquela mansão gelada, finalmente voltaria ao seu lar. Termina o presente de Neon, ia entregar na festa do orfanato.
Querido diário,
Finalmente terminei o cachecol que queria dar a Neon e o chaveiro de biscuit, é um bonequinho que os garotos gostam e está presente em video game. Perguntei a Andrei, fiz um para ele também. Neon é um bom amigo, mas nem sei como dizer isso, é como se eu estivesse desconfiando dele e tudo o mais, achei que ele ia me beijar hoje nos lábios. Ainda bem que não aconteceu. Não sei como reagiria naquela situação, foi automático bater nele para quebrar o clima. Ai ai!
“E quando você se vê diante do nada, você percebe que falta algo pra completar o seu vazio.”
Cola um adesivo e reflete sobre o verso escrito. Será que Neon conseguiu preenxer o vazio que existia em sua vida com felicidade?
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Neon, Andrei, Elise e Isa passaram a maior parte da tarde terminando de preparar os doces. Depois foi arrumar a mesa da festa no orfanato para somente quase à noite poderem tomar um banho e arrumar-se. Foi muito divertido ver as crianças felizes, brincando de várias coisas. Pularam corda com as meninas, brincaram de pique esconde, pique pega e sabe se lá o nome dos outros piques e das outras brincadeiras. Estavam exaustos de tanto correr de um lado para outro com as crianças. Elas continuavam brincando e correndo com salgadinhos e pipoca na mão, os demais estavam sentados repondo a energia e fôlego.
Andrei trajava uma camisa polo de mangas verde escuro e uma bermuda marrom, ambas de marca famosa, Elise não se importava. Neon também usava uma bermuda na cor preta e uma camisa de botões de mangas curta completamente aberta já que estava com uma camiseta branca por baixo. A camisa era azul claro e no momento cheia de marcas de mãos de crianças. Elise usava um vestido simples de mangas japonesas preto, justo no busto e mais folgado no restante do corpo, ele ia até um pouco acima dos joelhos, Neon achou a garota mais bonita da festa. Os cabelos estavam presos em um coque e como ele queria colocar a mãos em alguns cachos que pulavam fora do arranjo!
—Molinha! Fala Andrei pegando um cacho.
Isso incentivou Neon a fazer o mesmo e sentir a maciez do cabelo dela. Andrei o conhecia bem demais, tinha que admitir. O bolo é cortado e todos comem, Andrei comenta que o moreno estava certo, Isa cozinhava bem demais, dexando Neon completamente envergonhado. Neon puxa Elise pelo braço enquanto todos estavam distraindo-se com as crianças que jogavam estalinhos no chão, leva-a até próximo a uma árvore, não percebendo que ela escondia algo em suas costas assim como ele. Olha bem no fundo dos olhos castanhos avermelhados dela, ele se perdia naquele olhar curioso dela que a deixava ainda mais irresistível para ele.
—Isso é para você! Fala ele entregando o embrulho.
Ela sorri curiosa e entrega a ele o presenta que ela trouxera até o local. Ambos abrem os presentes, Neon reconhece no cachecol a lã azul que Elise escolhera naquele dia, estava bem feito com detalhes brancos em toda a extenção, a garota era boa em trabalhos manuais. Elise surpreende-se com o colar, era simples, bonito e tinha um casal muito fofo.
—É para lembrar o dia da chuva? Pergunta ela sorrindo.
—Sim! Ele tinha que dizer algo.
Engole em seco, o sorriso dela era cativante demais. Seu coração estava querendo pular de seu peito, mas ele tinha que parar isso. Oferece-se para colocar o colar no pescoço dela e teve a oportunidade única de sentir o cheiro do cabelo dela e o perfume que o corpo emanava, era um cheiro bom, semelhante a uma fruta no cabelo e uma fragância fraca e delicada exalava do corpo. O jovem não conseguia para de olhar para o pescoço exposto da jovem, uma vontade insana de tocar o local com os lábios estava começando a dominá-lo. Ele tinha que sair do transe ou iria perder uma amiga.
—Neon, obrigada! Fala ela docemente com a face corada que ele não viu.
Pega a mão dele e começa a puxá-lo de volta para onde todos estavam. Ele fica feliz que ela tivesse feito isso, ele não estava mais no comando de seu próprio corpo e pensamentos, eles pertenciam a morena nerd, fôbica que nem ao menos lhe possibilitaria mandar mensagens por e-mail ou celular.
—Adeus! Fala ele para ela quando estava retornando a casa.
—Nos vemos na escola! Fala ela sorrindo.
Fora um momento muito feliz, Neon dorme sonhando com a felicidade que teve nesse mês, termina seu relatório antes de voltar a casa, leva consigo o caderno diário, muitos segredos estavam alí e ele não ia deixar o fofoqueiro contar tudo.
Todos voltam a suas casas, suas vidas normais, porém tudo nesse mês deixaria marcas profundas em todos os participantes.
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E ai diário
Voltei para a vida miserável que eu levava. Meus pais me ameaçaram para eu não querer criar asas e voar para um lugar diferente. Estou preso a eles e devo obedecer para não ser punido. Eles querem que eu mantenha a imagem de príncipe na escola, mas não quero ficar longe de Elise. Isso é o melhor, se eu tentar ir contra essa imagem ou minha turma eles irão machucar a única que se tornou tão importante na minha vida. Não sei o que eles estão tramando, mas não posso fazer nada pelo bem de Elise.
Era para tudo continuar como estava ou melhorar, era para todos serem pessoas melhores com o retorno às aulas. Elise esperava encontrar com seu amigo ansiosa, Neon era alguém especial para ela agora. Mas ao chegar ao portão da escola todas as lembranças boas, toda a alegria desaparece. A turma em peso, se não era a escola, estava com seus aparelhos modernos, um grupo prontamente se coloca a suas costas e ela entende que eles estavam ali para atormentá-la. Ela fica apavorada, eles a cercam e começam a aproximar os objetos dela, ela não consegue mexer-se tamanho o pânico e as lágrimas começam a surgir na sua face. Essa era a vingança da escola por Ambre.
A loira chega ao pátio e assusta-se, lembrou que havia planejado isso contra Elise, mas tinha desistido ao ver que a morena era uma boa pessoa, ela esqueceu-se de cancelar tudo e agora Elise pagava por seu erro. Corre para chamar Neon e Andrei, falando o que estava acontecendo, fica perplexa ao ver que Neon não fazia nada apenas observava e como todos ria da condição de Elise. A jovem olha para ele e suas lágrimas não são mais de medo, são de tristeza. Ela confiou nele e ele não mudara nada.
—Neo? Pergunta Andrei confuso.
—A escola se revoltou contra a nerd! Falou Neon frio.
—Esse não é você Neon! Fala Andrei assustando o amigo por ter dito o nome inteiro.
Andrei sai correndo, socando quem estivesse no caminho. Ameaçaram-no de isolamento do restante do grupo. Ele sorriu dizendo que não se importava. Coloca Elise nos ombros, a garota parecia não estar viva, corre da multidão para dentro da escola passando por Neon e Ambre, Elise nem sequer movia a face.
—Parem! Fala Ambre angustiada.
Eles não mais a ouviriam, iriam usar aquilo contra Elise o máximo que podiam. Naquele dia ela não assistiu às aulas com todos, Andrei não entregava o local onde a jovem escondera-se. Ao findar a aula, o loiro segura o braço de Neon, impedindo que ele fosse embora.
—Neo, preciso falar contigo agora, siga-me! Fala o loiro sério.
Neon segue Andrei até a pilastra que fica entre a biblioteca e a sala de aula deles, pergunta o que Andrei desejava falar de tão importante que não poderia esperar. Andrei olha para a pilastra e então Neon percebe a figura da morena, que acabara de ser ridicularizada pela escola, aparecer. A face repleta de tristeza e uma mistura de outros sentimentos, os olhos vermelhos de tanto chorar, tão vermelhos quanto no dia que a encontrou escondida no seu closet. O rapaz afasta-se um pouco, desejava fugir daquele local, suas pernas não o obedeciam.
—O que isso significa Andrei? Pergunta Neon.
—Eu pedi ao meu amigo esse favor! Fala Elise com a voz repleta de tristeza.
Neon olha para a garota novamente, as lágrimas começaram a brotar novamente. Como defesa para ela não se aproximar ele segura o celular. Ela lhe avisa que não precisa de escudo, ela seria breve. Foi então que Neon percebeu que ela estava com a mão direita sobre o peito, estava segurando algo, o colar que ele lhe dera na festa, que serviria de lembraça dele, sua marca positiva na vida dela. Ela puxa com força ferindo seu pesço, o metal fica marcado com o sangue da ruptura que fora feita na pele clara de Elise. Joga na direção do rapaz colidindo com o tórax rígido dele e cai no chão, alguns elos foram danificados com a atitude da garota. Neon não conseguiu manter a face impassivel, estava espantado, estava angustiado e sem poder fazer nada.
—EU ODEIO VOCÊ! Grita Elise saindo correndo em seguida.
Neon fica com os olhos arregalados, vendo aquele objeto que ele desejou tanto ver em Elise, vendo a jovem correr para longe e com aquelas palavras repetindo-se em seus ouvidos como um eco. Andrei abaixa-se e pega o colar, abre a mão esquerda do amigo e deposita o objeto.
—Eu pensei que você gostava dela! Mas eu percebo que você nunca a mereceria! Fala Andrei saindo também deixando Neon sozinho.
O rapaz fica naquele lugar até que alguns funcionários o avisam que já estava na hora dele ir embora. Um corpo sem vida caminha até o portão e entra no carro, uma casca vazia chega a casa, apenas corpo presente, a mente de Neon estava repleta pelas palavras de Elise e Andrei, pela cena na escola, pelo seu coração que foi completamente despedaçado naquele dia.
—Mestre Neon não está bem! Ele consegue ouvir alguns criados dizerem ao retirar a refeição intacta colocada em seu quarto.
Ele estava jogado na cama olhando para o colar. Trancou a porta para que ninguém entrasse e deixa as lágrimas reprimidas descerem, angustiado começa a quebrar vários objetos do quarto fazendo com que os empregados tentassem entrar desesperadamente.
E ai diário
É a primeira vez que você fica manchado com minhas lágrimas, é a primera vez desde meus quatro anos que eu choro também. Não pude fazer nada por Elise, aquelas palavras dela estão doendo muito. Eu te odeio, eu te odeio, não para de repassar na minha cabeça.
Não tenho forças para escrever. Eu não quero que ela me odeie, não quero que ela me odeie, mas o que eu posso fazer. Diário, eu não posso fazer nada para meus pais não a machucarem, você sabe disso. Por favor, me diga que estou vivendo um pesadelo, que ela gosta de mim ainda, que ela vai me olhar sorrindo amanhã e não com aqueles olhos tristes dizendo te odeio.
Eu não quero mais existir se ela não estiver ao meu lado, porque eu realmente a quero como amiga, eu a amo!
“Amar como eu te amo é só uma vez na vida!”
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Querido diário,
eu queria ser amiga dele. Eu queria que ele fosse feliz e ele me despresou daquela forma. Andrei foi me salvar e ele não fez nada. Não dá para mudar o príncipe da escola, que vive numa casa fria e não passa de uma casca. Eu o odeio, eu tenho que odiar, então por que meu coração está doendo tanto, parece que foi despedaçado. Neon me devolva minha fellicidade! Não importa que todos fiquem me ridicularizando, mas porque você fez isso comigo?
“Algumas pessoas não sabe o quanto as palavras machucam, até chegar o ponto de ser afligidas por elas.”
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Os dias passaram, com o principe da escola aéreo e Elise não frequentando as aulas. Neon não sabia onde ela se escondia, sempre que o carro do pai dela chegava, todos se preparavam para atacá-la. O príncipe da escola estava desatento, uma semana sem ver a morena que não saía de seus pensamentos foi demais para ele. Neon observa que Andrei estava com um gravador durante toda a aula e ficava trocando fitas, isso era muito antigo, nos tempos atuais ninguém mais usava isso. Isso só poderia significar que pertencia a Elise.
—Andrei, isso é para ela? Pergunta Neon tristemente.
—Sim! Ela não pode vir às aulas, mas também não quer repetir! Fala Andrei calmo.
—Quando você irá se encontrar com ela? Pergunta Neon com espectativa.
—Tenho restrições para lhe dar informações Neo! Ela me pediu para lhe entragar alguns objetos seus que ficaram na casa dela. Não quer nenhum fragmento do homem que a decepcionou por perto. Acho que ela ia atirar em você, por fim decidiu me pedir! Falou entregando uma bolsa com os materiais.
—Seria menos doloroso! Fala Neon com tristeza.
—Menos doloroso?! Você está recebendo o que merece! Fala Ambre que estava prestando atenção na conversa até então.
—Não vou dizer que está errada! Fala ele levantando-se.
—Nem ao menos irá tentar pedir desculpas? Fala a loira esperançosa.
O rapaz não responde apenas vai embora. Ele já não saia como antes, não dava atenção as garotas como antes, vivia aéreo durante a maior parte do tempo, apenas em casa ele não estava desatento, porque sua consciência o acusava pelo cheiro da garota que ficou em seu quarto, pelos objetos que lembravam dela. Não havia lugar que não dissesse Elise, nada estava como antes, tudo estava muito pior. Ele vai até o shopping caminhando, queria distrair, não queria ir para casa e lembrar de todo sofrimento que tem passado. Suspira, queria que seu coração voltasse à forma que era, mas os fragmentos estavam na escola, no local onde recebeu de volta o presente que escolheu com tanto carinho e ouviu as piores palavras de sua vida.
—Eu te odeio! Fica repetindo na mente do rapaz.
Vai a livraria e começa a olhar o que estava a mostra sem muita espectativa, se ela estivesse ao seu lado estaria muito mais contente. Um livro de poesias do período ultraromantico tratando de sofrimento chamou sua atenção, ele compra juntamente com alguns livros de conto e romance. Tudo a lembrava, ele caminha tristonho até que seu celular toca, era do canil perguntando quando ele iria buscar Bolinho, afinal já estava tudo pronto, todos os documentos necessários, só faltava o novo dono ir pegá-la. Neon sorri, a primeira vez nessa semana, ele tinha se esquecido da cadelinha e pelo menos um pouquinho, poderia ter novamente o gosto da felicidade. Felicidade essa que pareceu desaparecer no momento em que coloca os pés no canil e observa ao longe a figura da morena de seus pensamentos, ajudando a cuidar dos bichinhos. Ele caminha devagar, conversa com a diretora do canil e vai até o lugar onde Bolinho ficava para pegar seu bichinho de estimação. Elise estava parada quando ele passou e ficou como uma estátua sem movimentos ou emoções na face, como se ele nunca tivesse passado pelo local. Ele suspira, havia uma atmosfera pesada formando-se no canil e isso era ruim para os bichinhos, então ele resolveu sair dali o mais rápido possível.
—Bolinho! Chama Neon.
A cadelinha estava encolhida no canto, mas ao sentir o cheiro do rapaz e ouvir sua voz, começa a correr para todos os lados, estava muito feliz. Neon tinha certeza que se ela pudesse mexer o rabinho ele estaria balançando muito rapidamente. Pega o animal que começa a morder sua mão e onde conseguia alcançar com a boca. Neon sorri, um sorriso meio triste e quando abraça Bolinho algumas lágrimas teimosas começam a sair de seus olhos. Ele enxuga o rosto e vai embora, não queria causar sofrimentos a mais ninguém. Passa numa casa de animais e compra coisas para Bolinho, cama, comida e outros materiais necessários, afinal ela ficaria no quarto dele, se saisse alguém poderia encontrá-la e seus pais provavelmente a mandariam embora.
E ai diário,
Estou um pouco feliz hoje, finalmente sou dono da Bolinho. Ela quase mordeu meu quarto inteiro, escondeu-se embaixo da cama, roeu os móveis, foi muito engraçado. Se ela fosse perfeita, o que mais ela poderia aprontar? Isso me fez sorrir e meu coração vazio e quebrado sentiu-se preenxido pela felicidade novamente, mesmo que por pouco tempo. Não há nenhuma ferida que um cachorro não consiga ajudar a curar, eu acho.
Encontrei Elise hoje, depois de uma semana finalmente pude ver o rosto dela novamente. Por um lado fiquei contente por outro muito triste. Ela nem sequer me olhos, fui completamente ignorado. Ela não sabe o quanto estou sofrendo com tudo isso, mas não posso dizer nada. Pelo menos ainda posso observá-la nos locais aonde ela vai com frequência. Será que um dia ela irá olhar para mim sorrindo novamente?
Lágrimas caem dos olhos do rapaz. Ele abraça a cadelinha que dormia tranquilamente. As palvras que escrevia só lhe trazia pensamentos ruins e sofrimentos.
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Querido diário,
Hoje Andrei gravou as aulas para mim. Pelo menos eu posso saber o que está sendo dado nas disciplinas. Hoje novamente eu fiquei na biblioteca, não tem como eu ser vista sem que as pessoas tentem me humilhar. Eu tenho culpa de ter medo de tecnologia? Fobia é um medo que não se explica, então porque todos me atacam?
Neon estava no canil, deve ter ido buscar Bolinho. Eu não sei, não quis olhar para a face dele. Porém não resisti e olhei quando ele estava com a cadelinha no colo e sorrindo, eu fiquei feliz por ele estar feliz e triste porque ele não é tão bom quanto eu imaginava. Eu estou chorando agora assim como chorei naquele momento, ele ainda tinha lágrimas de crocodilos, ele acha mesmo que eu vou acreditar que aquela pedra de mármore tem sentimentos? É impossível para eu acreditar nele, tem que ser. Mesmo assim, mesmo com toda essa dor, eu desejo que ele seja feliz.
Amanhã será um tormento novamente, todos estão me esperando. Como eu queria ser forte para enfrentar todos e erguer a cabeça. Não sei quanto tempo eu vou suportar isso!
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Um mês sem ver Elise na escola, Neon suspirava observando a professora falar algo que para ele não tinha importância. Andrei continuava gravando as aulas para Elise e Ambre ficava olhando para o rapaz culpando-o. Ele encontrou cartas que Elise tinha escrito enquanto estava na sua casa, eram para ele e ele apenas sofria mais, aquelas palavras gentis e calorosas sempre eram substituídas pelas palavras dolorosas: eu te odeio. Ele teve a oportunidade de ler lindos poemas que ela acabou esquecendo, ela tinha muito talento e possuía uma letra muito bonita. Neon passou a escrever para ela além do diário, ele deu uma a Andrei paar entregar a Elise, mas ela devolveu. Então passou a escrever e deixar guardadas numa caixa, quem sabe um dia ela não as aceitaria.
Nesse tempo sem ela leu poemas ultraromanticos, falavam realmente de muitos sofrimentos, por amor e por várias outras formas de sentimentos. Ele gostou muito de canção do exílio e ele mesmo fez uma paródia com o nome de Elise.
—Nessa escola tem garotas belas e um pouco gentis, mesmo que se esforcem jamais vão me agradar. Apenas uma menina, que para mim foi a Luz, infelizmente seu sorriso não está mais aqui para me acalmar! Fala o rapaz, estava pensando, mas foi alto o suficiente para Andrei ouvir.
—Não permita Deus que eu morra sem que eu fale com Elise, sem que eu veja o sorriso que sempre vem me iluminar! Termina Neon.
—Lindo poema, onde você encontrou? Brinca Andrei sorrindo.
—Cala a boca! Fala Neon envergonhado.
—Parece de um garoto apaixonado! Fala Andrei sorrindo.
—Apaixonado nada! Fala Neon sério dessa vez.
Andrei observa o amigo novamente e acompanha-o dessa vez. Será que Neon realmente não entendia o que estava sentindo? Eles encontram um carro parado na porta, era a mãe de Elise, ela desejava falar com Neon. Pediu para acompanhá-la. Neon fica um pouco apreensivo, mas segue Isa. Ela leva-o juntamente com Andrei até uma cafeteria no centro da cidade.
—Eu queria perguntar por que você entregou o segredo de Elise? Fala Isa enquanto toma o chá que pediu.
—Eu? Pergunta Neon surpreso.
—Sim, porque se não foi você foi o seu amigo. Como ele tem ajudado muito Elise, creio que não foi ele. Fala Isa calmente.
—Eu não fiz nada! Fala Neon firmemente.
—Isso é verdade, ele não contou a ninguém sobre a fobia de Lise. Deve existir alguém mais que sabia disso! Fala Andrei pensativo.
—Fico feliz, eu tinha certeza que não tinha sido você Neon. Elise pensou que fosse, mas eu sabia que não. Você não é esse tipo de pessoa, mesmo não sabendo bem o motivo que o levou a não querer ajudá-la naquele momento. Falou Isa.
—Ambre! Falam os garotos ao mesmo tempo.
—O quê? Pergunta Isa confusa.
—Só pode ter sido Ambre que fez isso. Mas o motivo ainda é incerto, achei que ela estava gostando de estar com Elise! Fala Neon.
—Nós vamos interrogá-la! Quando tivermos algo entraremos em contato com a senhora. Fala Andrei.
Isa agradece, os garotos vão embora e ligam para uma amiga de Ambre descobrindo que ela estava no shopping comprando uma bolsa. Chegam à loja que lhes informaram, pedem as amigas para sair um momento e olhan-na com acusação, se ela não contasse logo eles teriam que perguntar. A loira começa a chorar, sabia muito bem o que eles queriam.
—Fui eu, eu contei a todos sobre Elise e organizei o motim. Quando ela me salvou eu fiquei tão feliz que me esqueci de cancelar, depois que todos souberam não quiseram mais me ouvir. Eles não ligam mais para o que eu falo, só querem ridicularizá-la. Fala a loura cheia de culpa.
—Deve desculpar-se com Elise e não conosco. Falam Andrei e Neon ao mesmo tempo.
—Eu farei! Fala a loira ainda chorando.
Neon meio que ficou mais contente, seria menos uma coisa ruim para Elise culpá-lo, mesmo sem poder contar o motivo que o fez não ajudá-la. Ele suspira, queria tanto que ela sorrisse para ele sinceramente como antes. Volta à escola juntamente com Andrei, o loiro vai para a biblioteca sendo seguido pelo moreno, ele sabia que Elise estaria por lá, então começou a andar nas prateleiras contrárias olhando alguns clássicos da literatura, pareciam muito bons. Ele jamais teria a coragem do guarani, a força presente no livro Senhora, jamais seria como qualquer um deles. Parecia-se muito mais com o jovem do livro Iracema, não percebeu que fizera Iracema sofrer tanto até o momento em que perdeu a mulher de sua vida, não dava mais para chorar, ela jamais voltaria.
—Perder a mulher da minha vida? Pergunta-se Neon.
—Talvez! Responde o senhor que ficava na biblioteca.
—Eu só estava pensando alto! Fala o rapaz envergonhado.
—Eu sei! Iracema é um livro muito bom e triste, o jovem perdeu a mulher da vida dele, depois começou a lamentar-se, mas era tarde demais. Seria bom que ele tivesse percebido antes, pedido desculpas e a levado com ele, fazendo-a feliz para sempre como nos contos de fada. Fala o senhor sorrindo.
Neon fica pensativo, aquilo pareceu uma indireta. Ele não era como aquele rapaz, ele não estava fazendo a mulher que o amava sofrer, ou estava? Elise era apenas uma amiga, não era? Jamais teria sentimentos assim por ele, jamais o veria como um homem. Ele sai da biblioteca muito confuso, estava começando a sentir incomodado pelas palavras daquele senhor e pela aproximação de Andrei e Elise. Ela não brigava mais quando o loiro a chamama de Lise, Neon ficava sempre afastado, existia um abismo entre eles. Para no local onde Elise lhe atirou o colar, soca a parede em angustia.
—Ela é somente amiga, ela é somente amiga, ela é somente amiga! Começa a repetir para si.
—Não é! Fala a voz conhecida de seu melhor amigo.
—Neo você sequer percebe que ela é muito mais do que isso. Você se sacrificaria dessa forma por uma amiga? Você estaria sofrendo tanto por uma amiga? Você choraria por apenas amiga? Você voltaria a esse local, com essas lágrimas e essa dor estampada na face se Elise fosse apenas uma amiga? Fala Andrei.
—Pare de me deixar confuso. O que você sabe? Fala o rapaz angustiado.
—Mel me contou que seus pais vão apresentá-la como sua noiva. Ela falou que você não vai desobedecer então deve ter um motivo. Seus pais são ricos e influentes, eles te ameaçaram, eles estão usando sua fraqueza, uma garota que se tornou tão especial para você que machucá-la doerá menos que ser rejeitado por ela. Fala Andrei sério.
—Como você pode saber tanto? Fala Neon.
—Eu te conheço, está estampado na sua face. Você não iria fazer tanto mal a ela porque você se importava com ela, a protegia, foi atropelado por ela. Você fica aéreo, balbucionando poemas com o nome de Elise, escreve cartas, sente o coração acelerado e você acha que eu não percebia os olhares que você depositava sobre a figura dela. Você acha que eu não sei que você vai aos locais que ela frequenta escondido só para ver o rosto dela? Fala Andrei sorrindo.
—Você estava me seguindo também! O que eu faço? Fala Neon confuso.
—Isso só você pode decidir. Fala Andrei calmo.
—E acho bom decidir logo, eu pedi desculpas a Elise hoje. Ouvi na diretoria os pais dela falando que vão transferí-la para uma escola de freiras sem tecnologia, ela não aguenta mais esse sofrimento. Quando perguntei sobre isso, ela falou que seria o melhor. Não me culpou pelo que fiz, então não culpará você também! Fala Ambre que acabara de chegar ao local.
—Meus pais vão fazer algo ruim com Elise se eu não obedecê-los, não existe salvação. Prefiro ser infeliz a ver ela se ferindo por minha causa! Falou Neon dirigindo-se ao portão da escola.
—E você já não a feriu o bastante? Fala Ambre.
Ela estava certa, ele já tinha feito Elise sofrer demais. Mas não tinha forças para lutar contra seus pais. Sobe ao seu quarto e abraça Bolinho, sua única fonte de alegria.
E aí diário
Meus pais estão planejando anunciar meu noivado com Melody na festa que terá essa semana. Eu não posso fazer nada para não ferir Elise. Hoje eu descobri que estou apaixonado por ela, não eu a amo e por isso quero me sacrificar. Mas já a fiz sofrer e estou tão confuso? Quero que ela me perdoe, quero estar com ela, porém e se meus pais fizerem algo? O que eu posso fazer?
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Neon deixa as lágrimas cairem e começa a andar angustiado pelo seu quarto quebrando tudo, assustando Bolinho. Os empregados batem na porta tentando faze-lo parar, ameçam contar para os pais dele. Ele esbarra em algo caído no chão, o livro que leu para Maria, o príncipe que enfrentou tudo pela plebéia.
—Eu prometi a Maria que não ia me deixar sucumbir nessa sociedade! Lembra-se Neon.
Eu não prometi a Maria no dia que ela morreu que eu ia ser feliz, diário. Eu ia ter a felicidade que Maria não conseguiu, porque não lutou pelo amor que possuiu.
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Querido diário
Hoje eu também não apareci na escola para que todos me vissem. Já não estou aguentando mais, meus pais vão me mandar para uma escola de freiras onde é proibido tecnologia. Ambre ouviu isso e veio me perguntar se era verdade, também me pediu desculpas por ter espalhado que eu tenho fobia a tecnologia. Eu fiquei super feliz, ela é uma boa pessoa. Falando em boa pessoa, hoje Neon estava na biblioteca, ele estava vasculhando livros e falando sobre Iracena, acho que ele realmente não mentiu no período que esteve aqui. Eu desejo que ele volte a ser o Neon que eu conheci nesse mês em que ele ocupou meu lugar, o garoto sorridente.
Sei que ele é de alta sociedade e seus pais não gostaram muito dele estudar numa escola para “pobres”, esse foi o máximo de liberdade que ele conseguiu. Será que os pais dele tem algo a ver com o fato dele ter sido tão cruel comigo na escola? Eu espero que sim, não queria mudar de escola e ir para longe sem perdoá-lo.
Diário tenho um segredo a confessar, Andrei me entregou uma carta de Neon a algum tempo atrás e eu li, claro que não vou falar com ele sobre isso. Eu fiquei comovida com as palavras da carta, mas ele continua sendo o príncipe da escola e eu a nerd com fobia a tecnologia, então nós vivemos em mundos completamente diferentes, tenho que me conformar com isso. Nunca conseguirei me tornar amiga de Neon, o príncipe da escola.
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Neon tentou falar com Elise durante três dias indo ao local onde ela costumava frequentar, mas a garota o ignorou. Ele não tinha como pedir perdão ou sequer discursar sobre o sentimento que ele descobriu ter por ela. A jovem fingia que ele não estava ali, até mesmo no momento que ele tentou segurar o braço dela. Era realmente inútil.
—Se eu for infeliz amanhã, a culpa é sua Elise! Fala ele saindo do asilo.
Elise fica confusa e pergunta a Andrei sobre o evento que teria no próximo dia. O loiro falou que era uma festa da alta sociedade e que lá seria anunciado o noivado de Neon e Melody, a garota que Andrei fora interessado um dia, mas ele percebeu que ela era superficial e que não o merecia. Elise abaixa a cabeça triste, Neon seria infeliz por causa dela? Por quê?
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O belo moreno de olhos azuis trajava um terno de gala preto, com gravata preta e blusa preta. Sua mãe questionou o motivo dele estar vestido assim, ele respondeu ser porque hoje ele estava indo para a forca. Era uma festa de alta classe, com taças de cristal repleta de espumante, a comida era petiscos feitos por chefes de países diferentes. Melody estava radiante, com um vestido vermelho sem mangas e firme no busco marcando os seios fartos e delineando os quadris largos.
—Vamos à varanda? Pergunta Melody convidando Neon.
—Sim! Fala o rapaz frio.
Todos na festa sabiam que hoje teria um grande anúncio e o casal em questão estava indo para a varanda, provavelmento trocar beijos. Os pais reunem os amigos e já estavam comentando sobre o evento quando Melody passa correndo chorando por eles.
—Mel o que está contecendo? Recomponha-se. Fala sua mãe.
—Ele... Diz a jovem entre lágrimas.
—Ele o que? Pergunta sua mãe aflita.
—Eu disse a ela que estou recusando o noivado. Eu jamais me envolveria com a garota que despresou e machucou meu melhor amigo, mesmo ele gostando muito dela. Fala Neon friamente.
—Neon você não vai cancelar nada, é uma ordem! Fala o pai de Neon.
—Tudo bem, me deserde! Fala o jovem saindo do local.
Neon corre para não ser alcançado, pega sua moto que pedira para ser guardada no local essa manhã e vai para casa. Sabia que ia levar um sermão, ser ameaçado, mas não desistiu, ele queria mais que tudo ser feliz e não seria com Melody que conseguiria isso.
—Mesmo que você me evite eu vou fazer você me ouvir, Elise! Fala o jovem ao chegar a casa.
E ai diário
Hoje eu estou tão feliz como faz tempo que não fico. Disse umas verdades a Melody, que ela era futil, exibida, não me gradava nem mesmo se ela tirasse completamente a roupa ali na minha frente. A personalidade ruim dela era superior a vã beleza externa. Ela ficou arrasada, deu pena ver as lágrimas, mas não podia deixar barato. Ela humilhou Andrei porque ele é de classe inferior a dela, mesmo ele sendo apaixonado por ela . Isso aconteceu ontem, lembra?
Tenho que arrumar um plano para pedir desculpas a Elise amanhã, fazer com que ela me ouça e dizer a ela tudo que eu sindo, esse sentimento que preenxe meu peito. Eu a amo, diário, amo muito. Sem ela minha existência fica sem sentido, eu só penso nela. Se há uma chance de eu ser feliz é ao lado dela.
Liguei para Andrei, Ambre e Isa, eles falaram que vão me ajudar. Se eu não fizer isso amanhã não conseguirei mais porque ela vai embora para uma escola muito distante.
Deseje-me sorte!
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Último dia de Elise na escola, ela estava na diretoria lendo um livro. A professora terminara de corrigir os relatórios e pediu para que ela lesse o dela antes de partir para outra escola. Elise começa lendo cada palavra e então identifica que não era o dela, era sobre ela. Neon em página alguma comentou sua fobia, mas aquelas palavras tão bonitas e cheias de sentimentos fizeram-na chorar, chorar muito, muito, muito. A visão ficou embaçada e ela abraça seus joelhos aos prantos. Queria tanto que aquele Neon ainda existisse.
A professora comenta para ela ouvir que Neon armara confusão na festa de alta classe, falando que não casaria com Melody, uma garota futil e superficial. Fugira da festa e pedira para ser deserdado. Os pais ainda estavam tentando encontrá-lo. Ela então lembra que não o vira na escola nesse dia.
—Nem ao menos pude despedir-me dele! Fala a garota tentando fazer as lágrimas pararem.
Uma música começa a tocar do lado de fora, era uma melodia calma e reconfortante, uma melodia que Elise era apaixonada, ela era uma das poucas pessoas que possuía o disco com aquela música. Olha pela janela que dava no corredor e surpreende-se, havia no chão seu nome escrito com pétalas de rosas vermelhas. Um balão estava parado próximo com uma faixa escrita, desculpe-me e se olhasse para baixo via o nome escrito com as pétalas de rosa. Avista sua mãe e pai no portão, eles estavm sorrindo enquanto a garota assustada deixava as lágrimas continuarem a cair.
—ELISE! Grita uma voz conhecida.
—Neon? Fala uma confusa Elise.
Olha para baixo e observa o autor do chamado sorrindo. Ele estava diferente, parecia o Neon do mês em que estava no lugar dela, o Neon que escreveu as palavras emocionantes que acabara de ler.
—Eu sou um idiota, mauricinho, machuquei você várias vezes. Não te protegi quando você precisou de mim... Fala o rapaz.
Neon fala uma lista enorme de defeitos que ele possuía, as muitas vezes em que ele fez Elise sofrer, a magoou e muitas outras coisas que ele fez. Elise começa a rir, ele não precisava fazer esse testamento.
—Elise desculpe-me... Fala Neon sorrindo.
—Você precisa de tudo isso para pedir desculpas? Pergunta Elise sorrindo.
—Não. Isso é para mostrar a você que eu sou uma pessoa muito ruim. E para dizer outra coisa, EU TE AMO! Grita Neon principalmente as últimas palavras.
Elise fica perplexa, o garoto estava dizendo que a amava, mas era como amiga? Ela desce até o pátio e ele segura em suas mãos falando que ele não queria ser amigo dela, porque ele desejava uma posição diferente, ele a amva como uma mulher e queria ser o namorado dela. Enquanto a jovem ficava sem palavras com um olhar assustado os pais de Neon chegam e observam a cena.
—Eu espero que ele seja rejeitado! Fala a mãe de Neon.
—Virgínia, você continua tão amarga! Fala Isa.
—Oras se não é Isa, aquela menina ali é sua filha? Pergunta Virgínia.
—Sim! Fala Isa sorrindo.
—Então minha vingança contra você seria deixar Neon com aquela garota! Falou Virgínia.
As mães dos jovens não se entendiam desde quando adolescentes, o pai de Elise era para ser noivo de Virgínia, mas o rapaz fugiu abandonando tudo para casar com Isa a mulher que amava. Elise não sabia, mas o livro que ela leu no início da semana na qual aconteceu a mudança de vidas era a história da vida de sua mãe, o nome fora mudado para preservar os envolvidos. Os pais do jovem não aceitaram o matrimônio e o deserdou, Virgínia nunca perdoou Isa e iria se vingar deixando sua filha entrar no mundo do qual o pai de Elise fugiu. Virginia tentou educar seu filho com base no medo para que ele nunca se aventurasse a cometer o mesmo erro, mas pelo visto não tinha dado muito certo.
—Virgínia, criar o rapaz num ambiente hostil só serviu para deixa-lo amargurado e triste, se você tem amor de mãe bem no fundo de seu ser vai perceber que a felicidade é o maior presente que você poder dar a ele! Fala Isa.
—Não quero ouvir nada que venha de você, Isa. Porém levar a sua filha para meu mundo parece muito reconfortante. Diz a mulher sorrindo ironicamente.
As duas ficam encarando-se, o clima fica tenso e parece que vão acabar brigando naquele local. Os esposos chegam para evitar o pior, já que Neon tinha feito sua confissão e Elise não respondia, era melhor observar todo o acontecimento ao invés de brigar.
—Como? Sussurra uma confusa Elise.
—Se eu soubesse a resposta eu daria. Eu só sei que você não sai de meus pensamentos, saber que te fiz chorar despedaça meu coração, seu sofrimento é a pior das dores para mim. Meu coração acelera quando estou perdo de você e sua existencia é a minha fonte de vida. Eu não estou falando coisa com coisa, mas eu te amor Elise! Fala o jovem com a face completamente rubra.
Todos que estavam na escola ficam observando a cena, os dois próximos, o príncipe da escola trajando um cachecol azul e uma blusa de mangas branca, calça preta e tênis. Poderia ter caprichado mais no visual e ter vestido-se como um príncipe real.
—Eu gosto de tudo em você. Sua paixão por literatura e poesia, sua letra, sua voz, seus versos, sua mania de escrever em diário, a maneira como você sorri quando ajuda alguém, suas músicas antigas, sua fobia a tecnologia...
Neon é atrapalhado por um coro de suspiros dados pelas meninas, elas já estavam murmurando para Elise pular logo nos braços do garoto, elas não aguentavam mais o suspense. Se fosse com elas, ele não teria tempo de falar metade porque elas tascariam um beijo bem dado nele. Elise fica muito vermelha, foi nesse momento que ela percebeu que todos estavam assistindo, olha um pouco para cima e encontra-se com lindos olhos azuis que esperavam ansiosos por alguma palavra.
—Eu desculpo você! Fala ela com aquele sorriso que somente ela sabia dar e que deixava o coração de Neon batendo muito rápido.
Ele sabia que aquela não era uma resposta a seus sentimentos, mas ele estava feliz que ela o desculpou e sorriu para ele. O eco das palavras te odeio começou a desaparecer da cabeça dele, agora o sorriso da jovem inundava todos os pensamentos que tinha.
—Eu desisti de tudo que eu tinha. Não quero mais nada, se isso me fizer fazê-la sofrer. Tudo que eu preciso é do seu sorriso. Irei protegê-la de tudo que lhe dá medo, é uma promessa! Fala Neon carinhosamente.
As meninas novamente suspiram bastante, Elise fica ainda mais envergonhada. Não esperava que ele fizesse tanto por ela, tentando falar algo é atrapalhada pelos pais de Neon que disseram para ele desistir de desistir de tudo, eles não deixariam.
—Você é nosso único filho e terá que assumir as responsabilidades da família. Não vá pensando que está livre de tudo, agora cresça e vire um homem digno, para que nós nos orgulhemos, do contrário vamos atormentar seu namoro, casamente e perturbar seus filhos! Falou a mãe dele sorrindo misteriosamente.
Neon sorri, assustando-se logo em seguida com um abraço bem apertado de Elise. Ela diz que sempre acreditou que não fora ele quem entregou seu segredo, ela apenas queria saber o motivo dele ter sido tão frio. Ela estava tão feliz que ele não era mais o príncipe superficial da escola. Mesmo que isso não fosse a resposta que ele esperava após sua confição, o rapaz fica muito feliz, e meio incomodado por ela estar tão perto. A vontade incontrolável de beijá-la aparece, o perfume dela, a presença dela causava esse efeito nele, um efeito que ele não sabia como controlar.
—Se você desejar eu posso ser seu príncipe. Fala ele aproximando a face cada vez mais da de Elise.
Neon sente algo encostar na sua boca, não era o que ele esperava então sua mente volta a raciocinar, era um biscoito que Elise segurava toda contente, dizendo que fora ela mesmo que fizera dessa vez e queria que ele experimentasse. O rapaz meio contrariado come o que lhe fora oferecido sorrindo e dizendo que estava muito bom.
Foi então que Ambre, vendo que não sairia muita coisa daquele encontro, aparece dizendo para que os pais de Elise não a transferissem. Andrei e Neon falam a mesma coisa, prometendo defender a morena de todos que desejassem o mal dela. Os pais de Elise sorriem e perguntam a filha se ela desejava ficar. Ela sorri, aquele sorriso meigo que poucos conheciam, falando que somente naquele espaço ela poderia ser feliz.
—Escute garoto, não ache que vou entregar minha filha para você facilmente! Fala o pai de Elise.
—Nem eu quero! Fala o rapaz sorrindo
—Como? Perguntam todos surpesos.
—Eu quero conquistar a sua confiança e mostrar para o senhor que posso fazê-la muito feliz. Fala Neon sorrindo.
—Como você pode amar alguém em um mês? Pergunta o pai de Neon.
—Dê-me a chance, Elise, e eu vou mostrar a eles, como pode-se amar uma pessoa em um mês! Falou Neon virando-se para Elise.
—Ele é meio confuso às vezes, jovem. Ele está perguntando se você deseja ser a namorada dele? Puxou isso dá mãe! Mas eu sei como você pode amar algum em bem menos tempo, não é Matheu? Fala o pai de Neon olhando para o pai de Elise.
O homem sorri enquanto a filha fica completamente vermelha, bem mais do que já esteve. O pai de Neon era realmente objetivo, pegou-a de surpresa.
—Filha ele está esperando sua resposta! E respondendo a sua, Lucka, sim eu sei! Falou Matheu sorrindo.
Elise balança a cabeça afirmativamente, seria muito bom Neon tentar conquistar seu coração, apesar de sua mãe e seu diário confidente já terem absoluta certeza que ele já pertencia ao rapaz. Neon lhe devolve o colar que ela jogou nele, fora concertado e estava parecendo novo. Coloca carinhosamente no pescoço dela, lugar de onde nunca deveria ter saído.
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E aí diário
Já perdi a conta de quantos de você eu já tenho em casa. Meus pais não implicam mais com meu namoro. Já faz 3 anos que eu pedi Elise para ser minha namorada e eu sou o homem mais feliz do mundo por ela ter aceitado. Em breve terminaremos o ensino médio, meus pais ainda me dão bronca por eu ter dirigido antes de tirar a carteira na festa em que rejeitei o noivado com Melody, mas fazer o que né?
Ah daqui a pouco eu vou escapar um pouco, vou visitar a minha amada, será que ela aceita mais um pedido meu nesse final de terceiro ano? Eu acho que ela vai preferir terminar a faculdade primeiro, eu é que não aguento mais esperar.
Então fui!
Neon termina de escrever essas palavras e saiu de fininho de casa para seus pais não perceberem sua saída. Bolinho estava dormindo mais que o de costume, ele começou a achar que a cadelinha estava um pouco velha e mal acostumada. Não se importava, se dependesse dele, iria mimá-la até o fim da vida de Bolinho.
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Querido diário
Estou muito feliz que a formatura será nesse final de semana, nem acredito que finalmente estou terminando o Ensino Médio. Estou muito feliz. Acho que Neon está um pouco incomodo atualmente, será porque eu vivo recusando as tentativas dele em roubar um beijo meu?
Não sei o que fazer, já faz três anos que estamos juntos e ainda fico nervosa, eu gosto muito dele, pedi para que esperasse até o fim do Ensino Médio e ele esperou, agora eu tenho que cumprir. Fico meio nervosa, mas eu realmente amo ele.
Elise fica vermelha. Ela estava muito feliz junto de Neon, ele sempre a protegia das pessoas com novas tecnologias e escrevia cartas para ela. Nessa semana Ambre lhe presenteou com um aparelho que recebe mensagens, ele estava apitando enquanto Elise se encolhia, ela tinha muito medo daquela coisa. A mãe de Elise chega e pega o aparelho para ler as mensagens para a filha. Setenta eram de Ambre querendo marcar para elas se arrumarem para a formatura, uma de Andrei para marcar um encontro quadruplo, já que ele também estava namorando e uma de Neon.
—O que Neon diz mãe? Pergunta Elise curiosa.
—Estou na sua janela! Fala Isa saindo de fininho do quarto.
Elise não sabe como, mas Neon conseguiu uma escada e estava parado na sua frente sorrindo. Ela o chama de maluco, afinal estava frio e era o segundo andar. Ele usava o cachecol azul que ela lhe dera, trazia algo escondido nas costas.
—Eu precisava falar com você! Fala o rapaz sorrindo.
—Meu pai vai te matar por estar na minha janela! Fala ela sorrindo também.
—Eu sei, mas está muito tarde para bater na porta, seus pais já devem estar dormindo. Fala ele fazendo biquinho.
—Fale! Diz Elise sorrindo docemente.
—Eu amo esse sorriso! Fala o rapaz carinhosamente.
—Era isso? Fala Elise brincando.
—Não! Elise quer casar comigo? Fala o rapaz sério.
A jovem assusta-se, não esperava uma proposta dessas tão perto da formatura, afinal eles eram jovens ainda e casamente era uma coisa muito séria. Olha novamente para Neon que parecia estar muito angustiado, afinal a garota acabara de afastar-se surpresa, temia que ela lhe respondesse negativamente. Tenta afastar esses pensamentes e acaba por se desequilibrar na escada, Elise corre para ajudá-lo segurando-o pelos ombros para que ele recuperasse o equilíbrio.
—Eu vou cair, não vai me dizer nada? Fala ele segurando as mãos dela, parecia que ia retirá-las do seu ombro para Elise não cair junto com ele.
Ela fica completamente vermelha, segura fortemente as mãos dele, estavam frias, lágrimas brotam em seus olhos castanhos avermelhados, ela olha bem no fundo do oceano azul que lhe observava.
—Eu te amo! Fala ela sorrindo.
O rapaz sorri de volta e impulsionado um pouco para frente na intenção de não cair puxa a face feminina para mais perto da sua e sela os lábios dela com os seus, fazia muito tempo que ele desejava sentir aquele sabor. Não fora nada do que ele imaginou, beijar Elise foi muito superior, estava sentindo várias coisas misturadas, sentimentos, emoções, tudo junto. Abre os olhos quando se separa da mulher de sua vida e pode ver como ela ficou mais envergonhada do que já estava.
—Eu te amor, Elise. Sei que você já me falou que era para esperar, como conheço seus princípios sei que não faria algo semelhante com um simples namorado, mas agora eu sou seu noivo. Fala ele sorrindo.
Coloca as mãos no bolso e retira uma caixinha, Elise abre e encontra um anel lindo, ele era de ouro branco com detalhes rosados, diamantes em forma de coração, pequenos ao longo da estrutura e uma peça em ouro dourado com uma pedra de diamente rosa na forma de coração terminava o presente. Era lindo e dentro estava escrito.
—Eu te amo e vou amar para sempre! Repetiu as palavras Neon.
Acariacia a face de Elise, ela descança a cabeça nas mãos do rapaz. Ele precisa ir antes que o pai dela aparecesse, mas ficaria evidente sua visita quando ele olhasse para as mãos da filha e visse o anel. Sabia que ainda precisava voltar a casa dela para fazer um pedido apropriado, mas isso ficaria para outro dia. Aproxima a face feminina da sua novamente com delicadesa, Elise só percebe quando ele já estava muito próximo para que ela conseguisse se esquivar, fica muito vermelha novamente e apenas sente os lábios frios dele encontrarem os seus quentes, apesar da diferença de temperatura aquele beijo tinha um sabor muito especial: era o sabor do amor que os unia!
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