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[Original] Desculpe-me, Eu Te Amo - Capítulo 3, escrita por Linanime

Capítulos: 1 2 3 4 (completa)
Autora: Linanime
Fandom: História Original
Gênero: Drama, Romance, Angústia, Humor.
Classificação: 12 anos
Status: Completa
Resumo: Elise é uma jovem um pouco diferente dos demais de sua idade: ela aprecia ler livros, poemas e ouvir músicas em um toca-discos, enquanto os demais ficam enfurnados em redes sociais utilizando aparelhos tecnológicos. Neon é um rapaz superficial que vive apenas de aparências, e é considerado o garoto mais desejado da escola. Sendo diferentes, seria quase impossível que eles interagissem. Porém, uma professora resolve fazer um projeto diferente na escola. Elise teme o pior, já que possui um segredo que tenta esconder com todas as suas forças.

Nesse terceiro capítulo, o sentimento que preenche o coração é a felicidade, ou melhor, a felicidade de um personagem em particular. Será um sentimento bom misturado com outros.

Agradeço a todos que lerem e comentarem! Isso me deixa muito feliz.



Capítulo 3 - Felicidade: Um sentimento que preenche todos os espaços do coração


Neon retorna para a casa de Elise, fora muitas descobertas em um só dia. Elise sorria, isso a deixava bonita, tinha uma fobia super estranha por isso só tinha o toca discos no quarto, ficava bem de cabelos soltos.

E aí, diário?

Hoje foi um dia cheio. Ajudei a dona desse quarto, ela tem fobia a tecnologia. Eu queria pregar uma peça nela, mas não consegui, ela estava tão frágil, tão sei lá qual palavra usar para definir. Quando ela me abraçou foi tão bom. Acho bom não comentar nada, seu caderno fofoqueiro. Por via das dúvidas irei levá-lo comigo, vai que ela lê nas entrelinhas. Mas foi bom demais, nunca fui abraçado dessa forma, como se ela dependesse apenas de mim, eu fosse muito importante para ela naquele momento. Nunca ninguém precisou de mim da forma que Elise precisou hoje.

Não pense que sou sentimental ou algo do tipo, entendeu, caderno idiota? O que eu estou fazendo conversando com um pedaço de papel. Aff, preciso ligar para o Andrei. Irei usar essa fraquesa dela para me vingar dela pela mordida, não pense que sou bonzinho.

Então estou indo, a Isa acabou de me chamar para o jantar. Não sei o que vai ser hoje, estive ajudando a nerd estranha até tarde, depois passei no asilo para ajudar um pouco, leio para uma senhora que não enxergar. Aff ao quadrado eu disse que não voltaria lá, porque fui perder meu tempo? Estou ficando louco, só pode!

Neon vai para a sala de jantar, nesse dia eles teriam um assado especial para comemorar Neon ter ajudado Elise, uma salada que ele nunca vira e um arroz com tonalidade diferente. Não havia comida mais saborasa que aquela, porque era preparada com amor por uma mãe dedicada a fazer a família feliz, totalmente diferente da comia fria que comia em casa. Suspira corando um pouco quando percebe ser observado pelos pais de Elise.

—Obrigada por salvar Elise, Neon. Não espalhe essa fobia estranha dela, por favor. Ela não suportaria. Diz a mãe de Elise sorrindo.

—Vou tentar! Falou ele sem jeito.

Após o jantar ele vai até a biblioteca e pega um livro, precisa ler para entender como a vida de Elise funcionava, pega alguns papeis dentro do livro, eram algumas estrofes sem autor. Poderia ser de autoria de Elise?

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Querido diário

Hoje eu estou mais calma e não vou sujar suas páginas com minhas lágrimas. Neon teve aqui e me salvou da torre do castelo assombrado. Tirou aqueles objetos pavoros daqui. No fundo ele não é uma pessoa má, mas se eu tivesse vivido aqui desde que nasci talvez fosse como ele. Um lugar sem amor, os pais nem se preocupam com ninguém além deles mesmo.

Meu príncipe por um dia! Vou ter que me esforçar nas atividades diárias, já que ele não faz nada além de jogar video game, estar nas redes sociais e ir ao shopping. Tenho que conseguir uma forma dele não contar a ninguém sobre minha fobia, ou serei motivo de riso na escola. Não iria conseguir suportar.

Hoje finalmente acho que irei dormir. Boa noite!

Elise fecha o diário e o guarda dentro da bolsa, finalmente iria descansar. Precisava se esforçar para que Neon não contasse seu segredo. O mês seria muito tumultuoso.

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No final de semana Elise foi ao asilo e observou Neon lendo para a senhora Maria que gostava tanto de literatura, porém seus olhos já não eram capazes de distinguir as letras, eram apenas manchas a sua frente. Ele estava dedicando-se muito a leitura, Elise ajudou um pouco, limpando quartos, ajudando nos banhos das senhoras idosas. Riu quando Neon saiu do local reclamando e dizendo que não voltava mais.

—Ele diz isso todos os dias. Apesar de estar aqui porque vocês trocaram de lugar, ele sempre volta e parece que agora sua leitura melhorou muito. Maria tem dormido mais feliz, acha a voz do rapaz muito bela. Diz uma idosa conhecida de Elise.

—Fico feliz. Estava preocupada de Neon destratar vocês, ele não é muito delicado com as coisas e pouco gentil. Mas vivendo naquela casa, onde tudo é superficial, não me admira que ele tenha uma personalidade vazia também. Fala Elise calmamente.

—Vamos mostrar a ele que existem lugares onde possamos ser felizes! Falou a senhora.

Elise corre para alcançar o garoto, ele estava impaciente. Eles ajudam no canil dando banho nos cachorros, ajudando a cortar o pelo e limpar os locais onde ficavam. Bolinho acaba se afeiçoando a ele. Essa era uma cadelinha vira lata, pelo claro e manchas marrons pelo corpo, ela não possuía as patas trazeiras funcionais, tinha uma espécia de carrinho que funcionava como cadeira de rodas, não enxergava também, mas era tão alegre como um cachorro perfeito. Bolinho fora machucada por seu antigo dono que a lançou na parede e jogou água fervente no bichinho, não morrera por pouco, mas perdera o movimentos das pernas e a visão. Ninguém que adotava os cachorros do local levava bolinho para casa, isso era triste e a pobrezinha entrou em um quadro de depressão. Por algum motivo ela gostou de Neon, fora uma das poucas pessoas que ela gostora até hoje. A cadelinha fica toda feliz ao sentir o chero ddele, quando o rapaz a pega no colo, ela lambe a face dele, as mãos e tudo mais que conseguia alcançar.

—Ela gosta de você! Fala Elise sorrindo.

—Cala a boca nerd! Fala ele envergonhado.

Comentaram com a morena que Neon pretendia adotar bolinho assim que o mês acabasse e ele retornasse a própria casa, talvez ele continuasse a ajudar ali depois que tudo acabasse. Elise ficaria feliz se ele continuasse a trazer felicidade para os pequenos animais. Eles foram então para o orfanato ajudar a cuidar das crianças, dar banho, alimentar, brincar com elas. Eles almoçaram naquele lugar, com pratos plásticos e talheres de mesmo material, apesar de não serem ricas, não terem família, aquelas crianças eram felizes, coisa que Neon sempre desejou ser. Observou Elise lendo para as crianças menores enquanto jogava futebol com os meninos maiores, ela parecia se divertir muito com tudo que fazia, não estava com medo, mesmo que dentro do local existisse alguma tecnologia.

Eles ajudam casas de pessoas que Elise conhecia, quitandas, vários lugares, essa era a atividade que Neon tinha para fazer durante todo o mês e durante a semana. Andrei ligava para ele todo dia para saber como as coisas estavam ocorrendo, seu amigo estava mais contente, sua expressão estava mais calma, relaxada e seu sorriso era real não mais uma máscara.

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—Neo para onde você vai depois daqui! Pergunta Andrei no portão da escola.

—Para o asilo! Fala Neon.

—Eu vou contigo! Hoje ela vai? Pergunta Andrei.

—Não. É a segunda semana, disse para ela parar de fazer as atividades que faz normamelmente. Foi difícil, mas no final ela aceitou! Falou Neon.

—Neo, você sabe de algo, não é? Algo que Elise tema e por isso você consegue convence-la sempre! Fal Andrei.

—Sim! Ela tem uma fobia estranha. Não vou espalhar porque não quero ver a mãe dela triste, eles são pessoas boas, não vou decepcioná-los. Falou Neon sorrindo.

—Fico feliz que você tenha encontrado outras pessoas importantes para você! Fala Andrei.

Os jovens dirigem-se ao asilo, não imaginavam que sua conversa foi ouvida por Ambre, agora ela iria descobrir qual a fobia de Elise e usar isso para se vingar. Neon protegia a inimiga de Ambre sempre que alguém com aparelho celular se aproximava, mesmo que ninguém tivesse notado, a loira juntou os pontinhos. Ela era loira, mas ser burra era outra história. Para ter certeza, ela só ia precisar testar sua teoria.

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Neon e Andrei chegam ao asilo calmamente, mas uma senhora estava parada na porta e sua face estava meio triste. Neon preocupou-se um pouco, aquela mulher sempre estava próxima a Maria, a senhora idosa que gostava de sua voz durante a leitura. Ele aproxima-se não falando nada apenas olhando para a mulher. Andrei movimenta-se mais rapidamente para alcançar o amigo.

—Meu jovem, ela está internada no momento. Passou mal durante a noite e foi levada ao hospital, tememos que esses sejam os últimos dias de vida de Maria. Fala a mulher tristemente.

—Ela está muito ruim? Pergunta Neon apreenxivo.

—Os médicos não nos deram muitas esperanças. Ela pediu para dizer a você que está bem, que ela gostaria de ouvir sua bela voz novamente lendo algo de sua escolha. Falou a mulher com lágrimas nos olhos.

—Quando eu posso ir ao hospital? Pergunta Neon angustiado.

—Amanhã! Os médicos nos pediram para voltar apenas amanhã para uma visita. Escolha algo para ler para ela, Maria gosta da sua forma de ler, seria bom nesses momentos de crise. Fala a mulher com doçura na voz.

—A senhora acha que será mesmo um fim? Pergunta Andrei.

—Não sabemos, meu jovem, mas devemos esperar o pior. Falou a mulher suspirando.

Eles entram no asilo, Neon não conseguiu desempenhar suas tarefas corretamente, pensava na senhora que sempre o ouvia, mesmo quando ele chegou naquele local revoltado por ter que ajudar, que lhe ensinou o gosto pelos bons livros literários e pelas poesias. No fundo ele gostou dessa experiência, porém nunca falou para ela como se sentia. O tempo estava começando a fechar, Andrei acompanha o amigo que fora ao orfanato ajudar as crianças, hoje ele tinha que ir a cozinha para preparar o lanche delas, Andrei apenas observava a mudança que o principe frio da escola sofreu, agora ele parecia mais humano. A tristeza de saber que alguém estava doente não fazia com que a felicidade que lhe preenxia o coração nessas semanas que passou no lugar de Elise desaparecesse. O jovem sorria verdadeiramente para cada criança que passava, brincava com elas era muito divertido.

—Neo, onde iremos agora? Pergunta Andrei.

—Tenho que visitar bolinho, mesmo não sendo o dia de ajudar no canil. Fala Neon pensativo.

—Bolinho? Pergunta um loiro muito curioso.

—É uma cadelinha imperfeita do canil, eu quero adotá-la quando o mês acabar. Será minha companhia naquela casa fria onde moro. Falou Neon com um sorriso completo na face.

Os jovens chegam ao canil e Neon faz um afago na cadelinha mencionada. Andrei ficou contente ao ver como os dois se davam bem juntos, uma cadelinha que sofreu na mão de um dono cruel e um garoto que sofreu numa familia cruel. Neon agora estava repleto de sentimentos bons, sua casca vazia estava ganhava conteúdo, estava ficando completamente preenxida. Eles saem do local, Neon precisa encontrar um livro para ler para Maria, tinha que passar na livraria, seria um presente para ela.

—Olha Neo, Elise está naquela livraria! Fala Andrei apontando.

—Ela não perde o hábito! Suspira Neon.

Os rapazes chegam de mancinho, a garota estava tão distraída observando os livros que nem percebera a aproximação. Neon e Andrei se posicionam em lados oposto e falam Bu no ouvido de Elise. A garota muito assusta dá um salto e olha para trás, olhos arregalados, expressão de pavor e a mão no peito, o coração estava acelerado.

—Nunca vi face mais ilária! Fala Andre gargalhando.

—HaHa, muito engraçado! Fala Elise irônica.

—Para nós dois foi, Elise! Falou Neon tentando segurar o riso.

—O que fazem aqui? Pergunta Elise tentando se recompor.

—Isso eu deveria estar perguntando senhorita! Vim procurar um livro para ler para dona Maria, ela está hospitalizada. Falou Neon.

—Não sabia porque alguém me proibiu de ir ao asilo. Falou Elise.

—Não vamos brigar, ajude-o a encontrar um livro adequado! Falou Andrei.

—Procure na sessão de fantasia e contos, Maria gosta de finais felizes! Falou Elise.

Neon entrou e começou a procurar, nunca escolhera um livro sozinho antes e ter dois pares de olhos curiosos observando-o não ajudava muito. Ele olha para trás furioso enquanto Andrei e Elise disfarsavam parando em uma prateleira próxima.

—O casalsinho vai ficar me seguindo? Pergunta Neon ironico.

—Não, estamos em um encontro e por isso estamos no mesmo lugar que você! Fala Andrei brincando.

—Aff! Fala Neon voltando a procurar.

A capa de um livro chama a sua atenção, possuía um casal de mascaras em uma espécie de festa, o anel que o garoto tinha no dedo possuía um brasão muito interessante. Ele decidiu levar este e foi até o balcão realizar a compra. Elise e Andrei ainda o observavam atentamente.

—Por que escolheu esse? Pergunta Andrei.

—Gostei da capa! Falou Neon.

Elise fica observando-os, porém isso acaba quando uma pessoa usando um celular android esbarra nela, a jovem temerosa fica estática sem conseguir mover um músculo. Neon e Andrei aproximamm-se dela, só para ter certeza Andrei pega seu video game portátil no bolso e coloca nas mãos de Elise, o medo estampado na face dela já explicava muita coisa.

—Andrei pare com isso! Fala Neon sério.

—Você tem medo de coisas tecnológicas Lise! Fala Andrei sorrindo.

—Lise? Perguntam dois jovens pasmos.

—Não gostou do apelido, não? Não vou contar a ninguém Lise, não se preocupe. Falou Andrei sorrindo.

—Obrigada! Falou Elise sorrindo envergonhada.

—Ela tem um sorriso muito bonito! Fala Andrei somente para Neon ouvir.

—Ficou interessado? Pergunta Neon rindo.

—Deixo essa para você! Falou Andrei rindo também.

Eles apenas não viram a loira dos pesadelos de Elise observando a cena e depois pagando a pessoa que esbarrou em Elise. Agora ela tinha um trunfo nas mãos e a nerd ia pegar.

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E ai diário

Hoje eu fiquei triste ao saber que Maria está hospitalizada. Quero que ela continue me enchendo por muito tempo pedindo para ler aqueles livros melosos e repletos de felizes para sempre. Escolhi um livro para ler amanhã na visita, imagina só é a história de um príncipe que se apaixona por um plebéia, que clichê! Mas a garra que ele luta pelo amor que tinha pela garota foi muito bonito. Quê? Esqueça que eu escrevi isso, como estou usando caneta não vou apagar.

Ah sim, Bolinho está cada vez mais arteira, se tivesse as patas traseiras em perfeitas condições não sei o que seria capaz de fazer. Hoje nós vamos ter lasanha no jantar, isso mesmo, lasanha. Ajudei a Isa a fazer o recheio, uma cada de vegetais e uma com carne e queijo, parece ter ficado muito bom. Você não vai acreditar, mas ela fez o macarrão da lasanha também, essa mulher é incrível!

Estou morrendo de fome, o cheiro que está entrando aqui está muito bom. Não vou suportar muito tempo. Deixa-me ir lá ajudar a por a mesa para saborear a refeição o mais cedo possível.

Fui

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Querido diário

Hoje eu desobedeci Neon e fui a livraria. Quase dei um infarto ao ser surpreendida por ele. Pensei que estava perdida e que meu segerdo seria revelado a toda escola. Mas ele me ajudou quando Andrei descobriu, acho que ele não é mais o príncipe da escola, ele é um garoto normal.

Fiquei triste ao saber que Maria está doente, irei visitá-la junto com todos amanhã. Espero que eu consiga ter amigos tão bons quando Neon tem. Andrei parece ser uma pessoa muito boa, nunca tinha percebido esse lado dele. Comprei um livro hoje, estou louca para começar a ler. Então estou indo.

Elise termina de escrever, cola um adesivo e escreve alguns versos. Antes de ler o livro ela escreve uma carta que deixaria para Neon quando fosse embora e também cartas para seus pais e parentes, era muito bom escrever. Sorrindo a jovem dedica-se a sua escrita.

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Ambre estava em seu quarto digitando uma mensagem no celular. Nela dizia tudo sobre Elise e alertava a todos na escola sobre a estranha fobia que a menina possuía, quando o mês acabasse, a escola inteira iria aprontar com a nerd.

Hi honey

Aqui sou eu, Ambre, tenho um babado fortíssimo para contar.

Não tem a nerd Elise, então ela possui fobia a tecnologia, por isso ela é tão estranha e sempre quer escrever tudo a mão. Cruzes, ela nem deve ter computador.

Vamos fazer uma confusão quando a mês finalmente acabar, mostrar a ela o lugar de uma nerd. Quem está comigo, confirme a mensagem. Levem tudo que for possível, vamos deixá-la em pânico.

Bjsssss

O telefone rosa choque todo decorado com pedras brilhantes da loira não parou de tocar naquela noite, toda a escola estava sabendo do motin, menos duas: Andrei e Neon. Não ia deixar aqueles dois acabarem com sua vingança.

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Neon acorda cedo, já estava acostumado a ajudar Isa nas tarefas domésticas. Três vezes por semana vinha uma moça ajudar na limpeza e lavagem das roupas. Nos outros dias eram eles que faziam as tarefas. Ajuda a colocar a mesa do café, lavar a louça, comprar algumas pequenas coisas que seriam necessárias ao almoço daquele dia. Durante o dia ele não iria a nenhum lugar, somente a tarde iria sair, ir ao hospital visitar Maria. Estava fugindo da lista de tarefas, mas era importante.

—Hoje eu voltarei um pouco tarde. Vamos visitar dona Maria que está no hospital, irei passar no canil para ajudar na limpeza e também a levar o estoque de ração que chega hoje. Fala Neon enquanto pegava suas coisas para sair.

—Tudo bem querido! Manda lembranças minha a Maria, ela é sempre tão gentil. Leve esses biscoitos para ela e essas frutas. Diz Isa depedindo-se do rapaz.

Aquela mulher era tão gentil, como Neon desejava que sua mãe fosse dessa forma. Chega ao asilo e surpreende-se ao ver Andrei e Elise junto dos idosos do local. Eles também queriam ver Maria. Vão para o hospital, os médicos disseram que as visitas de Maria poderiam ser durante todo o dia, Neon seria o último a ir ter com ela, já que a leitura demandava tempo e todos queriam falar com ela.

—Tenho que avisar que ela provavelmente não passará de hoje! Fala o médico com a senhora que dera a notícia a Neon.

—Entendo! Já avisou aos familiares dela? Pergunta a senhora.

—Sim. Eles não virão, já pagaram pelo enterro e todas as burocracias, mas não virão vê-la. A senhora vai avisar a todos? Pergunta o médico.

—Não falarei aqueles jovens, não quero trazer tristezas antes da hora para eles. Deixe que tudo acontença. Falou a senhora.

Todos os idosos que visitaram Maria sabiam que ela estava morrendo, apenas Neon, Andrei e Elise não sabiam de nada. O dia ia findando e as cores anunciavam o por do sol. Neon entra assim que Elise e Andre saem, enquanto ele estava dentro do quarto, os jovens recebem a notícia de que a senhora Maria não passaria daquele dia. A chuva começa a cair, como se os céus chorassem tanto quanto os amigos de Maria. Elise sai, precisa contar aos seus pais, Maria fora uma senhora muito amada por eles.

—Fico feliz de você ter vindo, meu jovem! Fala a senhora com uma voz fraca.

—Trouxe um livro que eu mesmo escolhi para ti. Posso ler? Pergunta Neon calmamente.

—Por favor! Fala a senhora.

Foi um baile organizado pela alta sociedade, um baile de máscaras, não poderiam mostrar os rostos até o momento que tivesse o anúncio. Ela fora a única que despertou a atenção de Leo que estava vestido como um principe de contos de fadas com uma longa capa. A moça trajava um vestido rodado cheio de camadas na cor branca com detalhes azuis claros. A máscara não revelava detalhes de sua face, seus longos cabelos estavam soltos formando cachos perfeitos descendo em cascata pelas costas da jovem. Ele encantou-se com a voz da jovem e gostou muito da conversa que estava tendo com ela. Porém a garota precisava ir e ele não veria seu rosto. Retira seu anel do dedo e o coloca no colar que a jovem trazia dizendo que assim ele poderia saber quem ela era após a festa. Num ato impulsivo ele a puxa para si e levanta um pouco a máscara tocando os lábios dela com os seus num beijo delicado. A garota assustada, não teve uma reação, fica parada perplexa, sendo chamada logo em seguida. Ela corre, enquanto o jovem fica pensando quem era a garota por quem se interessara.

Neon continua lendo a história enquanto a mulher apenas sorria. Ele fica contente, parecia que Maria gostou da história. A chuva caía pesadamente enquanto todos esperavam pelo rapaz que tardava em sair do quarto.

—Foi uma bela história Neon! Falou a senhora.

—Concordo, mas esse príncipe é meio louco. Como ele pode se apaixonar assim, sem nem ao menos saber se ela era bonita?! Fala Neon sorrindo.

—Ele apenas amava a personalidade dela mais que a beleza. Ela não estava interessada na posição dele, no dinheiro que possuía. Até tentou se afastar dele quando soube que era um príncipe. Ele queria mostrar que existia algo além da posição, que os sentimentos dele eram verdadeiros e todos pertenciam a ela. Fala a senhora.

—Não sei se teria a coragem dele. Ele abandonaria tudo pelo amor, tudo por ela. Ele queria ser feliz mesmo que tivesse que deixar sua coroa. Falou Neon refletindo.

—Você está amadurecendo, meu rapaz. Assim como o príncipe, agora só falta a menina correta. Falou Maria sorrindo um pouco.

—Neon, prometa-me que assim como Leo você irá fazer o seu melhor pela sua felicidade, mesmo que tenha que desistir de tudo que você tem e foi até hoje? Fala a mulher tocando a face do rapaz.

—Maria, eu mudei. Vocês me mostraram que existe um sentimento que pode preenxer o vazio que existia no meu coração. Mesmo que não sejamos ricos, podemos ser felizes. Obrigada por me mostrar a literatura e me fazer apaixonar por ela. Não quero esquecer nenhum desses momentos e não quero perder esse sentimento. Eu prometo. Falou ele com amor na voz.

—Fico feliz. Eu não abandonei minha posição pela felicidade, deixei o amor da minha vida partir. Fui infeliz e agora estaou no asilo abandonada por todos. Nenhum dinheiro irá te trazer a felicidade se não estiver perto daqueles que você ama. Não cometa o mesmo erro que eu, não fique nessa sociedade vazia regida por regras medíocres que somente nos jogam na escuridão da solidão e tristeza. Você era como eu, fico feliz de ter feito a diferença na sua vid...

A mulher não termina a frase. As mãos começam a descer da face do rapaz. Os aparelhos apitam como loucos e um último suspiro é dado por aquela pessoa. Maria estava morta. Neon fica parado perplexo, as lágrimas começam a brotar de seus olhos, caindo em cascata.

—MARIAAAAAAAAA! Grita ele, mas não havia como trazê-la de volta.

Os médicos entram e a senhora amiga de Maria segura o jovem abraçando-o dizendo que já sabiam disso. Os familiares dela não se importavam, mas eles iriam dar a ela um enterro adequado cercado por aqueles que tanto a amavam. Neon não parava de chorar, saiu do hospital com dificuldade sendo arrastado por Andrei. Chegou ao canil e abraçou Bolinho e o amigo, ele não conseguia deter as lágrimas, aquela mulher fora importante em sua vida, ele não queria perder mais nada importante, nada que conquistou nesse mês tão especial em sua vida.

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Elise avisa seus pais sobre os acontecimentos e vai embora. Estava chorando muito enquanto caminhava na rua, não queria que isso tivesse acontecido com Maria, ela era tão gentil e especial. Ela caminha na chuva protegida por um guarda-chuva. Ela não sabia que fora seguida por Ambre desejosa de vingar-se durante o trajeto da morena.

Elise ouve gritos e fica assustada ao ver alguns homens segurando a loira, eles estavam tirando fotos dela com estruturas tecnológicas que não eram câmeras. Ambre chorava, mas eles não a deixariam ir. Iam conseguir dinheiro com as fotos da bela jovem e com o resgate que pediriam aos pais dela. Elise não se mexe pela grande quantidade de aparelhos tecnológicos no lugar, mas não poderia deixar Ambre naquela sitiação.

—Eu chamei a polícia, acho bom se entregarem. Fala Elise empurrando um dos homens que segurava Ambre.

A loira chuta o outro na região sensível masculina e começam a correr, a chuva deixava as roupas pesadas e eles pareciam ser mais rápidos que elas. Elas param atrás de uma árvore escondendo-se. Ambre pega o celular e liga para o primeiro número da lista.

—Socorro, estamos sendo perseguidas! Fala no telefone.

—Ambre? Pergunta a voz do outro lado do telefone.

Ela não responde por que os homens as avistaram e Elise estaav assustado com o telefone. Segura na mão da morena e começam a correr novamente, o salto de Ambre quebra fazendo com que ela caía no chão. Nehum carro parava para ajudar e não havia pedestres a quem recorrerem.

—Elise foge! Fala Ambre angustiada.

—Não vou deixar você aqui! Falou a morena com angustia na voz.

—Por quê? Eu sempre perturbo você na escola e faço coisas ruins contigo! Fala Ambre assustada.

—Jamais deixaria uma pessoa que precisa de ajuda sozinha, eu vou ficar! Fala Elise convicta.

Os homens as alcançam e seguram Elise pelo cabelo. Ambre torcera o tornozelo e não iria conseguir correr. A loira acerta quem a segurava com as unhas, mas como o outro puxava o cabelo de Elise com força Ambre percebeu que não adiantava lutar.

—Agora teremos dois resgates! Falou o terceiro homem sorrindo.

Ledo engano deles, foi acertado com um soco bem forte dos braços de um rapaz loiro. Ambre havia ligado para Andrei, com os gritos e a voz de Elise ele logo percebeu que existia algo errado. Neon mesmo muito triste acompanhou o amigo e agora estavam lutando com os bandidos. Ao ouvir o barulho do carro de polícia um dos criminosos segura Elise para usar como escudo, ela o morde com todas as forças e ele a lança para longe, porém na direção da rua e estava vindo um carro no momento.

—NÃOOO! Gritam todos.

Neon corre abraçando Elise sentindo apenas o impacto do metal aquecido do capuz do carro contra seu corpo, depois o frio do vidro do parabrisas, fecha os olhos e apenas deseja que a garota em seus braços não sofra nada.

—Não quero perder mais nada que seja importante para mim hoje.

Continua...

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