Autora: Linanime
Fandom: História Original
Gênero: Drama, Romance, Angústia, Humor.
Classificação: 12 anos
Status: Completa
Resumo: Elise é uma jovem um pouco diferente dos demais de sua idade: ela aprecia ler livros, poemas e ouvir músicas em um toca-discos, enquanto os demais ficam enfurnados em redes sociais utilizando aparelhos tecnológicos. Neon é um rapaz superficial que vive apenas de aparências, e é considerado o garoto mais desejado da escola. Sendo diferentes, seria quase impossível que eles interagissem. Porém, uma professora resolve fazer um projeto diferente na escola. Elise teme o pior, já que possui um segredo que tenta esconder com todas as suas forças.
Notas da Autora
Bom esse é o segundo capítulo da fanfic, espero que gostem!!
Capítulo 2 - Medo: um sentimento que massacra o corpo e retira toda a força
Elise levanta-se da cama, andava pela casa como se fosse um zumbi, com fortes marcas de olheiras. Não comenta nada durante o café, mas seus pais tinham certeza que isso tudo era por causa da troca de vida que ocorreria nesse dia.
—Então querida, quem foi a sortuda com quem você trocará de lugar? Pergunta sua mãe tentando animar o ambiente.
—Um monstro! Fala secamente Elise.
—Ah filha ela não deve ser tão ruim, quem sabe no final não ficam amigas?! Fala sua mãe com um sorriso amarelo na face.
—Não existe ela, é ele. Nome: Neon! Diz Elise mais secamente ainda levantando-se e subindo ao quarto.
Pega roupas que coloca em uma mala e seu diário, deixa uma lista de coisas que faz no mês para o rapaz que ocuparia seu lugar na casa e um caderno em branco para que ele escrevesse seu próprio diário. Não deixaria seus segredos mais profundos serem descobertos tão facilmente por Neon. Desce apressadamente e vai andando para a escola, não queria carona do pai hoje, não queria nada hoje, apenas um buraco para se esconder.
Chega à escola branca como cera, parecia ter visto um filme de terror, mas o filme começava naquele momento. Foi cercada por todas as fãs de Neon que tentavam fazer com que ela desistisse de trocar de lugar com ele e escolhesse outra pessoa. Elise tenta falar que ela tentou evitar esse evento, a professora não havia aceitado e agora ela teria que morar na casa do mauricinho por um mês inteiro. Um frio percorre sua espinha pela aproximação de tantas garotas furiosas e pelo pensamento de viver na casa de Neon.
—Acho que agora já chega meninas. Fala um professor.
—Ainda não, professor, tenho que colocar a nerd de volta no lugar dela. Fala Ambre.
—E o que pretende fazer? Pergunta Elise.
As amigas de Ambre derrubam em Elise dois frascos de tinta de tecido e um balde de água. Todos começam a rir, incluindo o loiro mais desejado de toda a escola porque a expressão da morena fora impagável. Ambre gargalha perante sua vitória, porém Elise ficara furiosa. Um bicho acuado sem local de escapatória geralmente ataca seu agressor.
—Vamos meninas, já terminamos por aqui! Fala Ambre rindo.
—Não acabou não, você me paga sua loira de farmácia! Fala Elise com raiva na voz.
Ela parte para cima de ambre sujando-a com a tinta que escorria de seu corpo, passando as mãos no rosto da loira manchando sua pele alva e suas roupas de grife. As duas caem no chão enquanto Elise continuava sujando a patricinha que ficava gritando que aquilo era nogento. Pessoas chegam tentando separar, mas Elise não deixa os cabelos de Ambre, continua segurando-os firme em seus dedos.
—Solte-a sua maluca! Gritam as amigas de Ambre.
—Não! Fala Elise soltando-se de quem a segurava e pulando em cima de Ambre novamente.
Um bande de água fria é jogado nas duas fazendo com que elas olhem para cima, era Neon e não parecia gostar da confusão tanto quando todos os outros. Andrei lhe entrega mais um balde que ele joga nas duas novamente. Isso não foi suficiente para que Elise parasse de puxar os fios loiros ou parasse de tentar manchar a patricinha. Neon segura Elise por trás colocando um dos braços em volta do pescoço dela enquanto Andrei tentava segurar Ambre, a loira ficou furiosa por não ter sido ajudada por Neon. Elise não perde a chance e como o braço do rapaz passa perto de sua boca, desprotegido que estava, crava seus dentes na pele tão desejada pelas meninas da escola com muita força, Neon grita de dor e ela não solta o local.
—Sua cadela! Grita ele.
Elise solta o braço do rapaz tendo um pouco de sangue escorrendo pelo canto de sua boca, a mordida fora profunda. O garoto fica possesso de raiva, como ela ousava mordê-lo daquela forma?
—Não mexa comigo DESCOLADO! Fala Elise raivosa.
—Espero que não pegue raiva desse animal! Fala Neon furioso aproximando-se dela.
—Bate. Nada pode piorar meu dia além do desprazer que já tive nessa semana. Mas bate com força se quiser, porque se for fraco eu vou morde de novo. Falou ela grunhindo com os dentes cerrados.
Neon começa a rir, ela fez igual a um pequeno cachorro que se sentia acuado. O cabelo completamente desarrumado devido a tinta, toda suja de azul e vermelho, dava apenas para ver os olhos a única parte não corada pela brincadeira de mal gosto de Ambre.
—Está rindo de que idiota? Fala Elise mais furiosa.
—Jamais bateria numa garota. E você está parecendo um chihuahua assustado. Só falta um lacinho, seja uma boa garota! Fala dando uns tapinhas na cabeça dela.
Ela fica furiosa com a atitude dele, mas no final não fala mais nada ficando vermelha com a ação do rapaz. Os três foram intimados a ir à diretoria devido ao tumuldo e as jovens, é claro, ao chuveiro para tirar toda aquela tinta do corpo. Ambre corre até Neon e tenta abraça-lo, ele apenas evita colocando as mãos para a frente completamente esticadas segundando a cabeça de Ambre.
—Neon meu cabelo está molhado, sujo, minha pele está pegajosa, minha unha quebrou e meus salto também. Diz Ambre chorosa.
—E o que eu tenho com isso? Pergunta o rapaz.
—Console-me! Fala ela manhosa.
—Eu? Você vai me sujar dessa forma, não me toque! Fala o rapaz sério.
—Torci meu tornozelo! Fala ela fazendo carinha de dor.
O rapaz suspira, pelo visto ia ter que se sujar. Neon segura a loira no colo e a leva como uma princesa até a enfermaria para olhar o tornozelo. O trajeto até o banheiro ela ia ter que se virar para fazer sem ele. Quando estava deslocando-se para o vestiário aonde iria se trocar encontra Elise parada em frente ao vestiário feminino, a sorte de todos era a troca de vida então tinham roupas extras. Ele encara-a nos olhos, dizendo com isso um mudo você me paga. A jovem suspira, seu maior pesadelo estava para se concretizar.
A água calma cai removendo toda a sujeira, toda mancha, menos as marcas profundas em seu coração. Elise troca-se, mas não consegue parar de pensar nessa mudança repentina na sua vida. Lágrimas começam a cair de seu rosto e seu coração fica apertado.
—Por que isso tinha que acontecer comigo? Por quê? Fala a jovem em meio às lágrimas.
A bela loira de seus pesadelos estava ouvindo e pensando. Existia um segredo tão grande que a nerd queria esconder e ela ia descobrir. Assim teria sua vingança. Ambas vão à diretoria e recebem como punição o restante da semana sem poder pisar na escola. Esse nem era um castigo tão grande, porque na próxima semana eles só iriam à escola uma vez a cada semana para entregar alguns trabalhos, porque a mudança de vida tinha que ser completa sem a escola atrapalhando. Ambas saem da diretoria e vão para a sala. Os professores só falam dessa mudança que eles fariam, que seria bom entender como os outros vivem.
—Vocês estão preparados para assumir as responsabilidades de outro? Pegunta a professora que fez essa confusão.
—NÃO! Respondem em um coro os alunos.
—Que pena. Mas terão que fazer isso hoje. Seria interessante vestir as roupas de seu companheiro, então, até o final dessa aula todos terão que se manterem vestidos como sua dupla. Diz a sorridente professora.
—Como se as roupas de uma garota coubessem numa garoto do tamanho do Neo! Fala Andrei rindo.
—Não se preocupe, ela irá vestir as roupas do Neon, ele vai vestiar algo do clube de teatro para ficar igual a uma garota. Diz a professora sorrindo de felicidade.
—Eu também te odeio! Falou Neon ironico e frio.
Essa era uma das faces do principe da escola que ninguém conhecia, exceto seu melhor amigo Andrei. Todos mudam de roupas e retornam a aula, a professora não consegue parar de rir enquanto as meninas fazem um sonoro ohhh quando Neon entra. O rapaz estava sério porque teria que se vestir como uma garota e aparecer assim ridículo na frente de todos. Usava uma camiseta azul claro e uma sai longa aberta dos lados na cor preta. Tentaram maquiá-lo, porém ele foi contra. As meninas ficaram tristes com a atitude dele. Para finalizar estava usando uma sandália de salto alto, o rapaz mal conseguia deslocar-se. A professora ri tanto da figura do jovem que ele fica levemente ruborizado, Andrei não se aguenta e gargalha, apesar dele estar usando um vestido de oncinha sem alça. Neon vendo a figura patética do amigo começa a gargalhar também.
—Meau eu sou um gatinho! Fala Andrei gargalhando.
—Eu sou uma garota comprometida em fazer a professora pagar por isso! Falou Neon rindo muito também.
Neon e Andrei olham para a porta, Elise entrava toda desajeitada com as roupas maior que ela e sendo presas por cinto. A camisa polo a engolia completamente, mais parecia um vestido. Mal conseguia andar com os sapatos bem maiores que seus pés. A diferença de altura entre Neon e a morena era signiticativa, ela alcançava a metade do torax do rapaz, era menos robusta já que Neon tinha músculos significativos que já fora sentido por Elise no esbarrão. Elise calçava bem menos que Neon e de todos foi a que despertou mais gargalhadas já que foi a última entrar na sala. Suspira, todos estavam ilários com aquelas roupas, mas ninguém superava os meninos vestidos de garota, Andrei até cruzava as pernas e falava com a voz mole e fina com Neon.
Todos os professores queriam ver a figura deplorável dos alunos do nono ano do ensino fundamental, todos riam, não havia compaixão para com eles, nem deles para com os outros que estavam na mesma situação. O suplício termina, os jovens correm para trocar de roupas e voltarem a ser eles mesmos pelo menos no ato de vestir. Elise entrega as roupas a Neon, ele ainda olhava para ela com aquele olhar de vingança e isso a assutava.
—Não fez nada com as roupas dele, nerd? Fala Ambre chegando próximo.
—E o que eu poderia fazer?! Iria apenas lavar e devolver a ele no máximo. Fala Elise calma.
—Mas você pode sentir o cheiro dele por um tempo! Fala Ambre sorrindo misteriosamente.
—Cheiro?! Eu não gostei, o aroma é muito forte e me fez espirrar várias vezes. Quando estiver na casa dele, eu mesma irei lavar minhas roupas. Não quero despertar alergias longe de casa. Falou Elise calma.
Foi a primeira vez que Neon ouvia alguém falar mal de seu cheiro. É, aquela garota era diferente, ia descobrir algo para atingí-la e usar o mais breve possível. Elise espera no portão já que o moreno fizera questão de avisar que os pais dele viriam buscá-la na escola, assim como os pais de Elise também iriam buscar Neon.
O jovem chega a casa de Elise e não acha nada demais, tudo bem normal. Sobe ao seu novo quarto e ao entrar fica perplexo, não havia nada que uma garota normal teria. Onde estava o computador? Onde estavam as maquiagens? Onde estava o telefone? O que era aquele toca disco?Uma coisa tão retro assim no quarto de uma garota?
—O que é essa garota? Um alienígena? Diz o garoto.
O jovem começa a explorar o quarto de Elise na tentativa de descobrir algo mais normal ou algum segredo dela, mas não havia nada. Suspira em sinal de derrota e vai tomar um banho. Deita-se na cama e percebe que o local não era decorado com fotos de ídolos ou qualquer outra, era numa tonalidade lilás, assim como o guarda roupas dela. Havia um criado mudo com alguns objetos artesanais e o toca discos, uma comoda com objetos artesanais também, alguns ele tinha que assumir que eram bonitos. Dentro das gavetar tinha vários tipos de materiais para artesanato e alguns objetos prontos. Pega a lista que havia perto do toca discos, lá tinha todas as atividades da garota que ele teria que desenvolver e um caderno para servir como diário.
—Ela ainda faz isso, usar diário de papel? Vai sonhando que eu vou fazer isso, Elise! Fala o jovem só para si.
O rapaz começa a olhar a lista de coisas que ela fazia ficando apavorado, ir a asilo cuidar de velhos? Animais abandonados? Aula de artesato? Ajudar em vários lugares diferentes? Ele ia ficar maluco antes que o mês terminasse. Ou essa garota era muito maluca ou ela tinha vocação para ser madre Teresa de Calcutá. Suspira, não tinha nada naquele quarto para entretê-lo, teve que deixar seu celular na bolsa de Elise já que teria que viver como ela vivia. Ele pega o caderno e fica observando as páginas em branco, nesse momento ele iria escrever, mas não sabia que em outro lugar Elise também iria escrever as mesmas palavras.
Querido diário (porque as meninas sempre começam assim eu não sei, vou te chamar diferente)
E aí?
Tudo está muito ruim nessa casa. Não sabia que minha semana ia piorar tanto. Por que eu tive que mudar de lugar com essa pessoa?
Para Neon aquela foi a primeira vez que escrevia num diário e então não tinha o que falar. Para Elise, as palavras estavam repletadas de medo e manchadas pelas lágrimas que caiam de seus olhos. Não conseguia escrever mais nada.
Neon tentou fazer o que estava escrito na lista de Elise, mas arrumar o quarto, ajudar a mãe nas tarefas domésticas e ajudar no jantar não era muito o feitio dele. Desce até a cozinha e pergunta a senhora que lá estava se precisava de alguma ajuda.
—Não precisa rapaz. Estou acostumada a cozinhar sozinha, minha filha prefere a minha comida a de qualquer outra pessoa por isso não temos cozinheira. Diz a senhora sorrindo.
—Me chamo Neon! A professora disse que deveríamos desempenhar as funções dos parceiros, então senhora, eu preciso ajudá-la. Falou o rapaz firmemente.
—Neon me chame de Isa, é o meu nome. Senhora me faz sentir velha. — sorri a mãe de Elise — Homens não gostam muito de cozinha, não quero que se force a ajudar aqui. Mas se é para o relatório, pode lavar alguns vegetais para mim e depois retire a casca deles. Irei fazer uma sopa hoje, Elise gosta muito de sopa principalmente quando a situação está tensa ou está frio. Gosta de sopa, Neon? Fala a senhora.
Neon fica observando, ao contrário da filha, Isa conversava bastante e parecia ser muito gentil. Elise deve ter puxado o pai, pensa o jovem. Quando a mulher termina de falar fica esperando ele responder sorrindo. Seria tão interessante se Elise tivesse um sorriso tão belo quanto o da mãe e seria mais fácil dela de socilializar com os outros.
—Eu não gosto muito de sopa, tem muitos vegetais juntos. Mas se ela gosta eu irei tentar comer também. Onde ficam os vegetais que eu preciso lavar? Pergunta o jovem.
—Você fica com uma expressão muito fofa quando fala de algo que não gosta. Os vegetais estão na geladeira e não precisa se forçar a tomar a sopa, eu faço outra coisa para ti. Falou a senhora sorrindo.
Neon havia arqueado a sombrancelha com a palavra fofo, garotos não gostavam de serem chamados de fofos e Isa sabia disso só não conseguiu conter a expressão. O rapaz revira os olhos quando ela diz que ele não precisava comer a sopa vai até a geladeira e pega alguns vegetais de lá, coloca-os na pia e começa a lavá-los sendo observado pela mulher.
—Eu vou tentar comer, não precisa se preocupar em cozinhar mais nada. Diz ele sério.
—Elise diz que se amassar o que não gosta comer a sopa fica mais fácil. Falou a senhora sorrindo.
—Não irá sair o sabor! Suspira Neon.
—Sim, isso é verdade. Mas somos enganados pelos nossos olhos, não sentimos o sabor porque está tudo misturado e com temperos para deixar saboroso, porém se vemos o pedaço do vegetal que não gostamos começamos a sentir o gosto dele em toda a sopa. Por isso, Elise começou a amassar o que ela não gosta. Ah, essa teoria é dela também. Diz ela com um sorriso triste.
Isa parecia uma mãe muito amorosa e preocupada com sua filha, deveria estar sofrendo muito no momento. Fora a primeira vez desde que chegou naquela casa que o sorriso daquela mulher parecia triste. Neon fica observando-a, era uma bela senhora. Parecia uma índia, com cabelos longos negros e lisos presos em um coque, olhos negros e a pele ligeiramente avermelhada. Trajava um vestido preto de mangas curtas com um avental azul com babados. Aquela família parecia bem mais interessante do que ele imaginava.
—Elise é uma boa filha! Falou Neon sem perceber.
—Sim. Você também é um bom rapaz, Neon. Sua mãe deve se orgulhar de ti. Fala a mulher carinhosamente.
Sua mãe, se orgulhar dele? Neon fica pensativo enquanto fazia sua tarefa. Ele não se lembra de palavras carinhosas de sua mãe, de preocupação com seu bem estar ou sobre seus gostos, muito menos de vê-la sorrindo daquela forma e triste pela sua auxência. Ela nem deveria estar sentindo a sua falta e meio que ficou com pena de Elise. Aquela casa onde vivera até aquele dia, nunca tivera nada que o prendesse, não era aconchegante e ele só fazia o papel de principe para sua mãe não lhe encher demais. Tudo lá era uma casca vazia, ele nunca pode ser quem realmente era. Seus pais viviam em festas e compromissos de negócios, os empregados não se envolviam emocionalmente com o filho do patrão, ninguém nunca estivera perto dele quando precisou. Assim como tudo naquela casa, Neon se tornou uma casca vazia. Sua única fonte de alegria na vida ilusória que levava foi seu melhor amigo, Andrei, a luz que começou a inundar sua vida. Elise parecia ter mais sorte que ele, os pais deviam amá-la, preocupavam-se com ela, isso estava estampado na face de Isa. A casa era pequena comparada à dele, mas era aconchegante, parecia um ambiente familiar que ele já observara em livros, contudo nunca vivenciara.
Isa observava o jovem enquanto ele tinha muita dificuldade para lavar os vegetais e para retirar a casca deles, ri do modo desajeitado dele ao segurar a faca. Era um bom rapaz, triste bom rapaz inconpreendido. Neon não sabia que a mãe de Elise era psicóloca, então observando o moreno ela poderia dizer bem mais do que ele imaginava. Neon corta o dedo e coloca automaticamente na boca.
—Neon lave o dedo com água e sabão, irei pegar algo para desinfetar melhor e proteger um band aid, já volto. Diz a mulher saindo da cozinha.
Foi a primeira vez que Neon fora cuidado dessa forma tão carinhosa, que jantou com pais que eram mais que aparência. Foi bom, mas ainda não era sua vida. Elise não tinha nada para matar o tempo além de jogos de tabuleiro e livros. Descobrira que havia um quarto especial no andar de baixo que funcionava como uma biblioteca particular, com vários livros, cadeira e mesa para sentar, local cria para Elise passar o tempo livre. Neon não gostava de ler por isso foi para o quarto e resolveu tentar dormir, coisa que não conseguiu por um longo tempo.
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Já era o ultimo dia da semana, a partir da próxima só iriam entregar trabalhos uma vez por semana na escola. Neon estava jogado na sua cadeira, estava exausto, não aguentava mais estar no lugar de Elise.
—Neo, você está péssimo! Fala Andrei.
—Eu sei. Suspira Neon.
—O que está acontecendo? Pergunta seu amigo preocupado.
—Eu não aguento mais viver a vida daquela garota. A casa é confortável, parece até a sua, mas não tem nada lá. A menina não tem celular, notebook, nada de tecnologia. Ela tem jogos de tabuleiro, cartas, tem um toca discos e livros para passar o tempo. Sai da escola direto para algum asilo, canil, orfanato ou outro lugar dando uma de boa samaritana. Eu estou cansado disso, não aguento ficar ajudando os velhinhos, os caozinhos e todos os demais inhos que ela ajuda. Tenho que ir até o quarto dos pais dela para telefonar para você, porque não tem outro telefone na casa. Ontem o pai dela me emprestou o celular dele. Em que mundo ela vive. Não vou ajudar mais ninguém, não vou fazer mais nada ou vou enlouquecer com tudo isso. Fala Neon desesperado.
Andrei sorri, era a primeira vez que via Neon naquela situação, mas o seu amigo não estava somente entediado e cansado de ajudar os outros. Ele estava também com medo, medo de ser contagiado pela atmosfera daquela casa, pela vida de Elise e ao voltar a sua casa vazia sentir-se solitário e infeliz. Neon podia gostar do que estava fazendo, mas depois voltaria a ser Neon o principe casca vazia, o jovem solitário e infeliz, sem motivo para sorrir e com o coração repleto de espaços que nunca foram preenxidos e provavelmente nunca serão. Ele tem medo de arriscar e isso estava fazendo o moreno sofrer, o cansaso não era só físico, era psicológico também.
—Neo, força eu sei que você consegue! Não tente lutar tanto contra tudo, você não vai conseguir, apenas vai se desgastar cada vez mais e pode parar no hospital. Falando na nerd, como ela anda? Pergunta Andrei tentando amenisar os sentimentos do amigo e mudar de assunto.
—Não sei. Ela não pode vir a escola até a semana que vem. Fala ele mais calmo.
Um professor chama Neon dizendo que uma senhora procurava por ele, deveria ser alguém dos lugares que Elise ajudava, afinal a aula já havia acabado e ele ainda estava lá indisposto a ajudar qualquer pessoa. Vai caminhando devagar até o portão da escola, fica surpreso ao ver a mãe de Elise, e mais surpreso ainda quando observa o pânico na face dela e lágrimas.
—Preciso conversar contigo, querido! Fala a mulher com angustia na voz.
—Aconteceu alguma coisa? Pergunta Neon preocupado.
—Sim. Uma empregada ligou da sua casa mandando um recado de sua mãe. Parece que eles não veem Elise na sua casa desde que ela chegou, fazem três dias que ela não come, não bebe e faz nada. Eu estou preocupada, provavelmente... A mulher coloca a mão na boca e entra no carro do marido, lágrimas descem de sua face.
—Provavelmente o quê? Pergunta Neon ainda mais preocupado e entrando no carro também.
—Neon eu vou te contar um segredo, não espalhe, por favor, é pelo bem de minha filha. Elise tem fobia a tecnologia, ela entra em pânico quando encontra com algo do tipo, por isso ela não tem nada disso em casa. Nós também temos o mínimo pelo bem de Elise. Fala o pai de Elise com preocupação.
—Ela deve estar com medo na sua casa, você parece um rapaz descolado e que tem muitas coisas do tipo. Por favor, Neon ajude Elise? Fala uma preocupada mãe.
Neon ia começar a gargalhar pela fobia estranha de Elise, mas a preocupação dos pais dela não deixou. Ele pede para ser deixado em sua casa, que de casa só tinha o nome, era uma verdadeira mansão. Agora Neon tinha algo para usar contra Elise, porém não nesse momento. Ele começa a procurar pela mansão, entra no seu quarto que ficava no terceiro andar da casa e observa que algumas coisas estavam no chão, a garota deveria ter fugido dali apavorada.
A casa do rapaz possia tecnologia por tudo quando era lado, televisões, sensores, telefones e tudo o mais de alta tecnologia para proteger a casa e deixar a vida mais comoda, até os chuveiros eram tecnológicos, ligados quando posicionada a mão sobre o leitor. A luz era apagada com palmas ou quando se deitava na cama. Só existia um buraco onde ela poderia se esconder desse pesadelo, o closet onde suas roupas ficavam. A porta na parede direita de seu quarto dava em outro quarto, o local onde suas roupas, sapatos e outros materias de uso pessoal ficavam arrumados. Ele esperava que ela estivesse lá, estava pronto para aprontar uma com ela, pegou seu video game portatil para poder assustá-la um pouco. Caminha por entre as roupas devidamente organizadas percebendo que as camisetas estavam um pouco fora do padrão, sendo perfeccionista sabia bem quando moviam algo milímetros do local original, o padrão ia se repetindo até o fundo da sala, um local com várias prateleiras onde seus tenis e sapatos ficavam organizados, embaixo da prateleira mais inferior estava a figura de uma pessoa.
—Achei-te, Elise. Pensa o rapaz.
Toda a vontade de fazer algo ruim com a menina desaparece por completo, a jovem estava abraçada nos joelhos, soluçando, com o cabelo desarrumado, a roupa desajeitada, uma garrafa de algo seca do lado, seu ursinho próximo, deitada no chão. Neon faz um barulho ao caminhar e ela olha para cima, os olhos vermelhos de tanto chorar, e apresentava marcas profundas das noites sem dormir. Ela estava pior do que ele pensava, Elise chegou aquela casa apavorada, sem ninguém para ajudá-la, sem ninguém que se preocupadasse com ela, correu por todos os lados, mas cada lugar era pior, retornou ao quarto de Neon, o medo era tão intenso que as lágrimas não saiam apenas seu peito ficava cada vez mais apertado, como se diversas facas o atravessassem. Entra no closet e esconde-se abaixo da última prateleira, abraça seus joelhos e começa a chorar de medo e pânico, chamando pelos pais que sempre a apoiavam. Nesses três dias ela não dormira, não saíra daquela posição, aquele local era uma casa de tortura para ela.
—Elise?! Chama Neon preocupado jogando o objeto que trazia para longe.
A garota ao perceber que era realmente o príncipe da escola tem vontade de correr, mas a reação que teve foi de abraçá-lo com todas as forças, como se ele como um principe de conto de fadas fosse salvá-la do castelo e levá-la para um ambiente onde existisse felizes para sempre.Neon retribui o abraço, tentando confortar alguém que sofreu tanto até aquele momento.
—Eu vou te ajudar. Vou cobrir todos aqueles materias do quarto e pedir alguém para levá-lo até outro local. Não posso mudar os sensores da luz e do banheiro, isso você vai ter que tentar suportar um pouco. A casa é um ambiente ruim para você, mas eu sei que você é mais forte do que parece, então suporte mais um pouco Elise, pelo menos nesse quarto você estará mais segura das tecnologias. Fala Neon ternamente.
—Você sabe? Pergunta ela temerosa.
—Sei, seu pai me contou hoje para que pudesse correr até aqui e encontrá-la. Pedirei para trazer suas refeições no quarto, era assim que eu comia nessa casa. Assim não precisará descer e encontrar mais coisas que te deixam com medo. Sussurra Neon.
—Obrigada! Fala Elise soluçando.
—Eu não sou bonzinho Elise, eu vou querer algo em troca. Não fale nada da minha vida e eu não vou fazer seu trabalho de bom samaritano. Assim ficamos quites. Fala Neon.
—Tudo bem! Diz ela sorrindo afastando-se de Neon.
A face de Neon fica meio rubra, era a primeira vez que a via sorrindo e tinha que admitir ser um sorriso mais belo que o de Isa. Meio balançado com essa nova descobertar, Neon leva Elise para fora do closet, mandando que ela fosse tomar banho, explicando como o chuveiro funcionava e tentando fazer com que ela não o sufocasse de tanto que puxava a camisa do rapaz devido ao medo das tecnologias. Quando a morena sai do banho, vários objetos já tinham sido retirados do local e uma refeição estava em um carrinho estilo restaurante para ela. Neon observa a figura feminina, ela ficava bem melhor com os cabelos soltos e com aquele sorriso na face, mesmo sem admitir aquilo o deixara balançado e observou enquanto ela tentava ingerir aquela comida de sabor inferir a cheia de amor feita por Isa, sorri sem perceber.
—Perfeito! Sussura mais para si do que para os outros.
—Obrigada por tudo! Fala Elise sorrindo da mesma forma que antes deixando Neon encabulado.
Notas Finais
Nesse capítulo o sentimento explorado é o medo, e como no anterior a protagonista desse sentimento é a Elise. Mas o Neon está começando a preenxer mais espaço nos capítulos e mostrando um pouco de seus próprios sentimentos, sendo um deles o medo.
Agradeço a todos que lerem e comentarem, Isso me deixa muito feliz.
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