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[Naruto] Obsessão Fatal - Capítulo 2, escrita por Andréia Kennen

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Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Classificação: 18 anos
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.

Obsessão Fatal
Capítulo II

Sasuke permanecia sentado no leito do hospital particular para onde fora levado, havia acabado de sair da emergência e se sentia exausto. No entanto, não queria deitar e dormir, não, ainda. Achara um exagero ter que passar por tantos exames se não tinha tido sequer um arranhão.

Correu seus olhos rapidamente pelo cômodo onde estava. Um leito só dele, uma televisão tela plana presa em um tripé, um pequeno armário, uma mesinha do lado da cabeceira, a porta que dava provavelmente para o lavabo, luxos, que só uma clínica de nível com aquela, poderia proporcionar. Todos os móveis do quarto eram de um tom claro, senão, brancos. Exatamente do jeito que gostava. E acabara se dando conta: seu apartamento parecia com um hospital. Desta forma, sentia-se em casa.

Olhou pela a janela, que estava com as cortinas abertas, do lado da sua cama, e observou o céu escuro, com alguns resquícios de nuvens de chuvas. O tempo ruim não iria dar trégua. Deveria ser bem tarde, provavelmente umas onze horas. Teria que passar a noite em observação, foi a recomendação dada pelo plantonista.

Ainda a pouco, seu tutor estava no corredor do lado de fora, conversando com o médico que lhe atendera e também, com sua terapeuta. Estava começando a se irritar com aquela mulher. Por que ela precisava vir vê-lo? Talvez, certificar-se que o destino havia acabado com uma possível ameaça a humanidade...

Suspirou profundamente e cerrou os punhos no lençol que estavam sobre suas pernas. Não tinha que perder seu tempo pensando em sua psicanalista. Apesar de que, uma coisa dita por ela naquela noite o deixara contente: devido ao acidente, ela informou ao tutor que suspenderia as sessões de análise por três dias.

“Três dias sem vê-la? Não, na verdade, seriam cinco!” – pensou, refazendo os cálculos em sua cabeça. A médica não o consultava nos domingos, e nem em dois sábados por mês, que por uma boa coincidência, seria naquela semana. Quase uma semana sem aquela chatice...

Seria a primeira vez em dez anos.

Seu anjo lhe trouxera sorte.

E era exatamente por ele, que estava contente em se livrar das sessões de análise, afinal, precisava de tempo para procurá-lo, sentia urgência de saber quem ele era, e agradecê-lo. Pois, já deduzira que o seu salvador era um humano, e não, a visão de um ser sobreceleste concebida por seu subconsciente no momento do susto. Afinal de contas, anjos tinham enormes asas de plumas e uma brilhante aureola pairando em cima da cabeça, - conforme vira nas pinturas do museu um dia - detalhes que o seu não tinha.

E também, lembrou-se do pingo de sangue que gotejou no seu rosto. Ele provavelmente havia se cortado ao tentar salvá-lo. Alguma peça, - vinda dos veículos que trombaram devido a frenagem brusca causada pelo carro que tentara desviar-se dele na rua - deveria ter escapado e o atingido. Era assim que iria encontrá-lo. Apesar de não ter visto mais nada além do seu lindo rosto, tinha características fortes que o faria reconhecê-lo assim que o visse.

“Ah, sim... Eu tenho que pagar um Ramen para o garoto-laranja. Afinal, foi graças a ele que tive um encontro com um ser sobrenaturalmente esplendoroso.”

Precisava receber alta logo. E também, precisava dormir. Queria estar disposto no outro dia para procurá-lo. E pensando nisso, Sasuke deitou-se, olhando para a luminária acesa no teto, até suas vistas cansarem e cerrarem-se, dando lugar ao sono. 

“Será que conseguirei vê-lo nos meus sonhos?”

... 

No dia seguinte, o jovem pálido e de olhos negros, andara por toda a redondeza em torno do prédio onde funcionava o consultório da terapeuta, pelo menos umas quinze vezes. Já estava exausto de fazê-lo. Perguntara para várias pessoas se conheciam alguém loiro, de olhos azuis, provavelmente da sua idade. Mas todos lhe davam a mesma resposta: que a descrição era incomum para moradores da região e até mesmo do país. E que se tivessem o visto, provavelmente se lembrariam. Algo que ele, Sasuke, já imaginava. A maioria até se lembrava do acidente ocorrido no dia anterior, no entanto, ninguém se recordava de alguém conforme ele descrevera.

Parou embaixo de uma banca de jornal, para se proteger dos chuviscos que começara a cair. Afinal, havia notado que o clima de chuva estava se formando fazia algum tempo. Olhou para o céu, admirando o brilho elétrico que percorriam por dentro das nuvens obscuras. Os fenômenos naturais eram algo que o intrigavam.

“Achei que o sol finalmente ia surgir...” reclamou para si mesmo, soltando um suspiro cansado, fazendo o dono da banca - um senhorzinho de idade, o qual ele já havia perguntado sobre o loiro - pousar um olhar de preocupação sobre si.

– Tudo bem, meu filho? – perguntou o senhor, com aquela voz arrastada, que transparecia cansaço, tão característica das pessoas idosas. - Encontrou quem estava procurando? – emendou ele, a pergunta curiosa.

– Não, senhor. – respondeu secamente, batendo a mão no casaco vermelho que vestia, limpando os pingos que o molhavam. 

– Será que não era alguém que só estava de passagem pela região? – insistiu ele, em continuar puxando assunto.

– É, pode ser.

– Porque não continua procurando amanhã, filho? Já está ficando tarde, e a chuva parece que vai aumentar.

Sasuke o achara um intrometido. Mas, havia de concordar, o jornaleiro tinha razão. Quantas pessoas não andavam por aquele lugar - só de passagem - por dia? Soltou os ombros em sinal de desânimo, decidido a cessar a busca naquele dia.

– Está certo. Estou indo, senhor. Obrigado. – respondeu educadamente.

– Se eu ver alguém parecido com quem está procurando, pego algum contato com ele.

Sasuke limitou-se a lhe acenar com a cabeça. Estava apático e exausto de mais, para responder alguma coisa.

Entretanto, uma voz gritante o fez estancar, e quase sorrir.

– Ahhhh! Ojisan! Como não tem dinheiro?! Me dá qualquer coisa, então!

– Mas que petulância! Vai trabalhar, vagabundo! Vê se tenho dinheiro pra ficar sustentando marmanjo! Me deixa em paz!

Sasuke piscou, olhando aquela pessoa, incomodando as outras que passavam. Não era possível. Era uma reprise do outro dia? O garoto que o abordara da mesma forma no dia anterior, estava lá novamente, com os mesmos trajes e os mesmos argumentos para pedir dinheiro. Resolveu aproximar-se, enquanto o via levar bronca, agora de uma senhora. Acabara ficando contente, mesmo não encontrando seu anjo, ainda tinha uma dívida com aquele garoto.  

– Eu não sou sua tia, seu idiota! – gritava a mulher, dando bolsadas no braço dele. - E não se aproxime ou vou chamar a polícia!

Sasuke sentiu a vontade de rir crescer incontrolavelmente, a cena era cômica. Aquele garoto era mesmo estranho. Mas segurou o riso, e deixou apenas um risco fino se fazer em sua face. Aquela sensação – a de rir – era totalmente adversa para ele. Nem se quer lembrava-se de como era sua feição sorrindo.

– Ei?! – o chamou, voltando ao seu semblante sério. - Você já gastou todo o dinheiro que conseguiu com o celular?

O menino abriu um grande e branco sorriso por baixo da touca encardida, ao se virar e deparar-se com ele.

– Sasuke?! – ele exclamou como se fossem conhecidos de longa data. – Ah, pois é, né? Grana pouca é algo que vai rápido. – informou, coçando a touca. – Mas e aí, cara, você tá legal? Como você foi despencar no chão daquele jeito?

– Então você viu também? Eu tenho problemas de vertigem.  

– Vertigem?! Que coisa mais de menininha. – brincou, sorrindo abertamente. - Mas não quebrou nada, né? Tipo, tá inteirão?

– É, estou.

– Ah, legal! Mas e aí? Tem outro celular por acaso?

Sasuke meneou a cabeça de um lado para o outro, negando. O rapaz era incorrigível pelo jeito. Mas, sentira uma grande simpatia por ele. Aquele garoto de rua fora o único até aquele momento, que conseguia despertar nele a vontade de sorrir, e isso o fizera afeiçoar-se mais a ele, mesmo não o conhecendo.

– Não, e nem se tivesse eu lhe daria.

– Pôxa, você é mal.

– Mas, posso te pagar um Ramen.  

– Hã? Tá falando sério?!

– Hai.

– Yosh! – comemorou o de roupa laranja, dando um soquinho no ar.

Os dois caminharam para a barraquinha que vendia Ramen, instalada nas proximidades. O bom senhor, dono do comércio, mais a sua filha, preparam duas porções bem caprichadas para os dois.

 – Bom apetite. – desejaram pai e filha, ao entregarem a comida.

– Uau! Sugoi! Parece ótimo! Itadakimasu! – disse ele, abrindo os hashis e começando a comer desesperadamente.

Sasuke o observava espantado, da mesma forma que o homem e a filha também o olhavam assustados, principalmente pela rapidez com que ele ingeria a comida. O dono da banca até o alertou para comer mais de vagar ou teria dor de barriga, mas o menino pareceu não se importar com o alerta.

Já o de olhos negros, não estava com muita fome, e apenas mexeu um pouco na comida. Na realidade, estava curioso para saber como era o rosto por debaixo daquela touca.

O jovem de laranja terminou em segundos a refeição, em seguida, limpou a boca com a manga da camisa suja. Sasuke que já não estava com apetite, ao ver aquele gesto grotesco, sentiu a fome se esvair de vez.

– Não tá com fome? – perguntou ele, olhando o moreno, na verdade, o prato dele.

– Ah, não. - informou, empurrando a tigela para ele. - Pode comer o meu se quiser.  

– Sério? Que sorte a minha! – aceitou sem pestanejar. - Itadakimasu!

– Hein, porque você mora na rua?

– Que pergunta mais idiota! É porque eu não tenho casa, né?

Sasuke sentiu seu rosto se avermelhar por ter sido chamado de idiota por alguém como ele. Era uma constatação óbvia, mas não fora esse o sentido da sua pergunta.

– Eu quis dizer, qual é o motivo de você viver na rua? Cadê sua família?

– Ah, eu não sei. – respondeu ele, sem dar muita importância, balançando os ombros para cima e para baixo, terminando de engolir o Ramen, fazendo um chiado nojento com os lábios ao beber o caldo. Ao terminar, ele limpou mais uma vez a boca com a manga da camisa, então continuou: – Eu não lembro nada da minha família e... Eu não sou dessa cidade também.

– Não?

– Não. Eu morava na vila da Areia, mas aí, eu conheci uma pessoa dessa cidade que me convenceu a vir morar aqui com ela, sobre as promessas que iria mudar a minha vida, e me tirar da miséria, saca? Como se fosse um conto de fadas. E o idiota aqui acreditou. Mas quando cheguei, a coisa foi bem diferente do que eu esperava, a família dele é muito rica e  não me aceitou, óbvio. E ainda, começaram a me humilhar e me tratar como empregado. Então mandei todos à merda e fugi de lá.

– Então você não quer que eles o encontrem, por isso que esconde o rosto?

– Ie. – negou ele, balançando a cabeça e acrescentando: - Antes de sair de lá eu matei todo mundo, e agora, sou um foragido da polícia.

– Nani?! – assombrou-se, Sasuke, arregalando os olhos.

O garoto, de um jeito moleque, soltou uma grande gargalhada.

– Eu só estou brincando, Sasuke! Você acha que se fosse verdade eu iria falar isso logo pra você, que tem um amigo policial? – perguntou, gargalhando sozinho.

– Baka! – o repreendeu o moreno, mantendo sua expressão inalterada.

O garoto-laranja mostrou língua para o outro e prosseguiu:  

– Não tem senso de humor, não, Sasuke? Você tinha que ver a cara que fez. Tipo: esbugalhou os olhos para fora e pensou “Tô ferrado!”. Háháháháháhá! – continuou ele rindo, daquele jeito alto e exagerado. - Você é muito sério. – concluiu, acalmando o riso, ao perceber que o outro realmente não achara graça da sua brincadeira. - Eu não sou procurado pela polícia, relaxa! E é isso mesmo que você deduziu, eu só escondo o rosto porque não quero que esse cara que me trouxe para cá me encontre.

– Sou ka.

O menino soltou um alto bocejo, esticando os braços.

– Olha, obrigado pela comida, Sasuke. Mas tenho que ir. – avisou ele, saindo da barraca.

– Chooto... – pediu o de olhos negros, após deixar uma nota alta para o senhor do Ramen, avisando que ele poderia ficar com o troco, indo atrás do garoto-laranja em seguida. Estava cada vez mais intrigado com aquele menino de rua, queria conhecê-lo melhor.  

– Doushite?
       
– É injusto você saber meu nome e eu não saber o seu.

– Ah, é só isso? – Ele cruzou às mãos atrás da nuca, fazendo a toca se levantar um pouco, deixando mais visível seu grande sorriso. - É Kitsu. – pronunciou.

– Kitsu? – Era um nome bem estranho.

– É, Kitsu de “Kitsune”. – explicou. - Todos dizem que tenho cara de raposa.

– Não tem um nome de verdade?

– Se tenho, eu não conheço. – bocejou ele mais uma vez. - Não me lembro de nada do meu passado. Os garotos de rua lá da vila da Areia que me deram esse nome.

– Sou ka.

– Ein, eu vou indo dormir. – avisou. - Depois que como, me dá um sono daqueles.

– Mas se você não tem casa, aonde vai dormir?

Ele abriu um novo bocejo, desta vez bem maior, que o fez tampar a boca com uma das mãos e inclinar o pescoço para trás, fazendo a touca deslizar da sua cabeça, revelando finalmente, seu rosto oculto para Sasuke.

– Em um galpão abandonado no fundo dessa rua. – respondeu ele tranquilamente, sem se preocupar em recolocar a touca, e também, sem perceber o choque que causara no outro.

O coração de Sasuke estagnara por um segundo, para em seguida, recomeçar as batidas freneticamente, seus lábios ressecaram e entreabriram de surpresa. Não podia ser, o garoto-laranja era...

Ele era...

Ele era...

Ele era o seu anjo.

O vento de chuva se tornara mais intenso, soprando os fios loiros do menino, revelando a Sasuke o curativo que o garoto tinha na testa, fazendo-o confirmar que sem dúvidas, era a mesma pessoa que o salvara de ser atropelado na noite anterior.

De repente, a visão dele se tornara algo resplendoroso naquele fim de tarde tão obstruído de luz. Como não imaginara isso antes? Então, seu anjo e o garoto-baka, eram a mesma pessoa?

Kitsu sentiu um grosso pingo de chuva lhe atingir a testa e então piscou seus grandes olhos azuis.

– Ah, não! Essa chuva não para nunca! – reclamou, indo de encontro a Sasuke, que parecia ter se paralisado, e tomou seu pulso em uma das mãos, puxando-o. – Vem, vamos ficar lá comigo até a chuva passar, haiyaku, corre!

Sasuke não reagira, apenas deixara ser levado. Os dois estavam correndo, praticamente de mãos dadas, entre as pessoas que transitavam apressadas em busca de abrigo. Os sons da marcha acelerada dos passantes, o barulho dos pingos da chuva trepidando na calçada e nos tetos, encheram os ouvidos do jovem de cabelos negros de uma doce melodia. Não havia trovões, tão pouco raios, era somente a chuva.

As luzes da cidade também se misturavam com as gotas que desabavam do céu, fazendo a água cristalina que descia, reluzir como gotas de diamantes. E logo em sua frente, guiando-o, estava Kitsu, segurando firmemente seu pulso. Parecia até mesmo, a imagem perfeita retratada pelos artistas nas telas. Sentiu um calor bom lhe invadir, era o calor que vinha do seu resplendoroso Sol.

Era tão quente.

...

Pouco depois, chegaram ao tal galpão. O loiro retirou um cadeado enorme que prendia a porta de entrada, e ambos adentraram o ambiente escuro. Sasuke buscou o ombro dele no escuro, e o apertou com força ao encontrá-lo. O garoto lhe cochichou que não ficasse preocupado, pois, mesmo na penumbra, sabia muito bem onde estava indo.

Então, começaram a subir os lances de uma escada metálica.

O moreno percebera que aquele lugar provavelmente fora uma fábrica no passado, que atualmente deveria estar desativada, pois notara maquinas enormes cobertas por lonas e por poeira, toda vez que o jogo de luzes no céu lá fora, iluminava o recinto.

Chegaram ao que lhe parecia a cobertura do lugar, lá pelo menos havia luz, Kitsu havia acabado de acionar o interruptor.

– Tadaima! – disse o garoto, retirando os tênis e o largando na soleira da porta, em seguida, ele também retirou a jaqueta laranjada e o calção que vestia, e os pendurou em uma cabideira que havia ali na entrada. Não mostrando nem um tipo de constrangimento em ficar seminu na frente de um desconhecido.

Sasuke teve uma visão geral do cômodo de onde estava. O lugar era bem grande, e deveria ter sido algum tipo de escritório da Fábrica, pois ali, ainda tinham muitas caixas de papel empilhadas, alguns armários de aço, um ventilador no teto e duas escrivaninhas. Do lado extremo, próximo há uma janela, havia algumas caixas de madeiras amontoadas uma do lado da outra, com um colchão de casal estirado em cima, provavelmente aquela era a cama. Também tinha muitas embalagens, copos descartáveis e garrafas de bebidas jogadas no chão, e ainda, um varal de arame, onde havia toalhas e roupas que pareciam mais limpas.

– Entra, aí, Sasuke. – chamou ele - Espero que não se incomode com o lixão. – Ele riu, pegando uma das toalhas que estavam estendidas no varal, e jogando-a sobre seus cabelos.

Foi então, que Sasuke deixou de lado a visão asquerosa do lugar e passou a vislumbrar melhor Kitsu. Agora que ele havia se livrado da roupa suja, ele se transformara em um verdadeiro contraste dentro daquele ambiente. A camisa preta, regata, justa ao corpo e a cueca boxer branca, mostravam um corpo perfeito. Muito magro, de músculos tenros, nada exagerados. Ele também tinha uma tatuagem em um dos braços, um símbolo que lhe lembrava a letra “i”. Havia também um cordão no pescoço, com uma pedra azul lapidada, que servia de pingente. Alguns riscos nos braços e nas pernas, que pareciam cicatrizes. Mesmo assim, estava totalmente impressionado com a beleza dele.

Entretanto, de repente, o barulho de algo batendo fizeram os dois se sobressaltarem. E logo, uma voz que vinha de fora, foi ouvida.

– Kistu?! Kitsu-kun?!

– Merda! – praguejou o loiro, reconhecendo a voz de imediato. – Eu não acredito que ele me encontrou aqui!

O loiro olhou de um lado para o outro. “sair pela janela?”. Não, fora de cogitação. Estavam em uma altura que era equivalente a oito andares, muito alto e seria muito arriscado. Ele andou de um lado para outro, enquanto Sasuke permanecia estático acompanhando-o com os olhos.

– Kitsu, você está aí? – perguntou a voz, que parecia estar dentro do galpão.

– Merda! Merda! Ele deve ter colocado alguém atrás de mim, só pode!

Seus olhos azuis e atentos, de repente se paralisaram em cima do moreno que ainda estava estacionado na entrada do seu quarto. Pensou em algo. Seria mais arriscado que pular pela janela. Por outro lado, seria uma chance de se livrar para sempre daquele incômodo.

–Ei, pode me ajudar?

Sasuke ouviu a pergunta dirigida a ele, e estranhou, Kitsu estava agitado. “Ajudá-lo? Por quê? E quem era essa pessoa que está chamando por ele? Seria o cara que ele mencionou antes?”

– Ajudar?

– É, cara! Me ajuda! Olha, eu saquei que desde o incidente de ontem, na hora que te salvei, você tá me olhando de um jeito diferente. E eu digo, tô ligado no que esse olhar significa, saca? Eu já sei qual é a sua. Então, se você me ajudar eu faço o que você quiser depois.  

– Do que está falando? – inquiriu Sasuke, franzindo as sobrancelhas.

O menino ouviu o barulho de tropeços e a voz lá embaixo aumentar.

– Kitsu! Eu sei que você esta aqui! Não se esconda!

– Logo ele vai subir, não temos muito tempo. O que estou falando é que já percebi que você curte esse lance de caras se pegar! Então, tu tá afim de mim, ou não tá?

Sasuke sentiu o coração acelerar as passadas. Apesar da forma vulgar que o outro se referira, havia lógica em suas palavras. Apesar de que, a ideia de um homem estar afim de outro, lhe era um tanto incabível ainda. Mas, se achar ele bonito, e querer ficar perto dele, era o mesmo que “estar afim”, então estava.

– Hm... – soltou um resmungo, que fez o loiro estapear a própria testa.  

– Putz! Tú é do tipo retraído, né? Certo, certo. Eu entendo. Cada cara é um cara. Mas a gente não tem tempo de ficar trocando figurinhas, se conhecendo e blá, blá. Eu só preciso saber se pode me ajudar?

– E o que eu tenho que fazer?

O loiro lhe abriu um sorriso satisfeito, era exatamente a reposta que queria ouvir.   

– Beleza! – Sorriu ele arrancando a camisa regata que estava vestindo e atirando-a no chão. - Tire a roupa.

– Quê?

– Kitsu?! Você está aí em cima? – o loiro ouviu essa pergunta e se apavorou.

– Rápido, rápido, tira! – ele o apressara, enquanto ia se livrando das suas próprias peças rapidamente, ficando totalmente nu.

Em seguida, o de olhos azuis foi até a porta, e encostou o ouvido nela, tinha que ter ideia de onde o outro lá embaixo estava.

Sasuke o acompanhou, retirando as suas roupas do mesmo jeito afobado. No entanto, não havia retirado a parte íntima, mas ao perceber seu anjo, exatamente como veio ao mundo, decidiu baixar a sua cueca também. Ao se erguer, paralisou seu olhar assustado na cintura fina que ele tinha, e no bumbum bem arrebitado. Engoliu em seco, sentindo um suor frio brotar na testa. O que ele pretendia afinal?

– Pronto.

– Certo, então... Ow! – ele soltou uma exclamação ao vê-lo nu. – Uau! Você tem um belo pacote aí, hein? Cara, que corpo!

Sasuke engoliu em seco novamente, a indiscrição dele era algo realmente de outro mundo.

– Tá, senta lá! – ele pediu, o empurrando em direção da cama, e fazendo-o se sentar ao alcançá-la. – Eu vou te preparar, não temos muito tempo. – avisou.  

Talvez a forma inesperada como tudo ocorreu, e o fato dele não ter tido tempo para pensar, não o fizera questionar toda aquela situação. Logo, o garoto havia se agachado no chão, segurando seu pênis com as duas mãos e o enfiado dentro da boca, passando a sugá-lo rápido, umedecendo-o com sua saliva, lhe causando tremores e sensações completamente inesperadas, coisas que jamais havia sentido.

De alguma forma, estava gostando.

– Kitsuuuuuuuuuuuuu?!

A voz que chamava desesperadamente pelo loiro no piso inferior, pareceu mais próxima, fazendo o anjo sobressaltar e soltar o membro. Passando a mão na boca e fitando o garoto a sua frente.

– Não dá mais pra preparar. Mas você já ficou duro, dá pra fazer.

Tudo que o loiro falava para Sasuke parecia muito estranho, afinal, ele nunca estivera em uma situação daquelas. Assim, ele apenas meneou a cabeça positivamente, então o viu passar para a cama atrás de si quase em um salto e deitar-se de pernas abertas.

– Vem, rápido! – apressou ele.

O coração de Sasuke estava disparado pela centésima vez, o fato dele não lhe permitir tempo de pensar, fazia com que ele o obedecesse, mesmo não sabendo o que iriam fazer, no entanto, aquela posição... Já lhe dava uma ideia. Era...

Sexo?

Então, sentiu seus ombros puxados, o loiro estava fazendo-o subir em cima dele e se encaixar entre suas pernas.

– Ó, tá meio seco, mas eu lambuzei você bastante, vai entrar fácil... – avisou ele, com a língua para fora da boca, e os olhos apertados, procurando entre suas pernas, o membro que umedecera. Ao encontrá-lo, o segurou firme, e o direcionou para o seu orifício anal, fazendo-o se encaixar ali.

Os tremores do moreno aumentaram, deveria hesitar agora? Contudo, não teve tempo para pensar em reação, o loiro se agarrou ao seu corpo, o abraçando com as pernas, fazendo com que aquele abraço por si, já fizesse parte do serviço.

– ANN! – Kitsu soltou um gemido, com os dentes cerrados, ao sentir o membro dele atravessar a resistência do anel de couro naquela primeira investida. Em seguida passou a incentivá-lo a fazê-lo entrar mais dentro de si. – Vai! Empurra, Sasuke! Comece a se mexer! – exigiu, fazendo umas caretas de dores, que não pareciam bem de dores.

Sasuke estava trêmulo, o coração enlouquecendo no peito, estava dentro de uma pessoa... Decidiu só obedecer, empurrando-se para dentro dele. Ouvindo-o soltar uns gemidos que lhe causava arrepios. Agora já era fácil ouvir os passos da pessoa subindo pelas escadas de metal. Entendera o que ele queria: ser flagrado.

– Vai, Sasuke! Está bom!

– Não dói? – perguntou preocupado.  

– Não, cara! Está no ritmo, eu gosto que doa um pouco, vai, mete mais rápido! Precisa ser real, ou ele não vai acreditar.

– Hum...

Apesar de ter concordado, não tinha a mínima ideia de onde aquilo iria chegar e nem como se fazia ao certo, mas era fácil quando se agia por impulso. Seu corpo só pedia para fazer aquilo que o loiro pedia que fizesse. A sensação do seu membro entrando e saindo de dentro do outro era algo extasiante. Estava arfante, mesmo que o processo não fosse cansativo.

No primeiro empurrão que dera, sentiu que a resistência na entrada fora maior e por isso ele fizera aquela expressão dolorida, que não parecia dor. Mas logo, aquela sensação de dificuldade passara e agora sentia seu órgão sexual, deslizando facilmente para dentro dele, e chegando cada vez mais fundo. Ele também percebeu que quanto mais ele tirava e voltava a colocar, - aumentando a profundidade e o calor da penetração - mais Kitsu se contorcia de prazer. Sentiu vontade de rir, ele era tão lindo, e aquele momento era tão bom, que teve vontade que aquilo durasse para sempre.

Seu corpo começara a ficar sensível.

– É isso... isso... Sasuke! Ah! Exatamente... assim... assim... continue desse jeito! Ah! Mete mais fundo agora! E mais rápido! – ordenava ele, parecendo às vezes confuso, remexendo o quadril embaixo dele, respirando com dificuldade. - Ah! Ah!

A cada palavra que ele pronunciava, a cada gemido que saía da sua boca, o coração do moreno disparava mais, fazendo seu corpo arder. Aquela era sensação mais formidável que já sentira na vida. A sensação de possuir outro corpo. Arfou profundamente, sentindo que o suor escorria as suas costas.

Sasuke entrelaçou os dedos dele nos seus, fixando suas mãos na cama. E então, se deteve um pouco, não estava mais se importando com a pessoa lá embaixo, ele queria mesmo era observá-lo de olhos abertos, gravar aqueles traços tão perfeitos em sua mente, então, teve uma visão fascinante, Kitsu ao abrir os olhos e o percebê-lo admirando seu rosto, corou violentamente, fazendo o azul dos seus olhos se tornarem ainda mais intensos.

– O que foi? – perguntou o loiro, percebendo os olhos negros fixos em si. – Não fica vislumbrado desse jeito não, cara. Eu não sou uma garota, mas, fico envergonhado quando me encaram assim.

Sasuke sorriu, ele era mesmo lindo.

– Gosto do seu rosto. – sussurrou.

– Ah... é isso. – Kitsu ficou mais vermelho. - Também gosto do seu.  Mas estou gostando do resto todo também... Ah... Droga... Tá vindo... – o loiro anunciou, sentindo os arrepios que precediam o gozo chegar. Assim, soltou-se da mão dele agarrando o pescoço e lhe sussurrando: - Vamos gozar juntos... – pediu, contraindo seu interior, para aumentar a dificuldade da entrada e da saída do membro do outro. – Agora mete com força!

Sasuke sentiu seu membro ser apertado, então obedeceu, voltando a empurrar, forçando aquela nova resistência de uma única vez, rasgando-o, até atingir o fundo...

– ANNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN!

Ambos soltaram um gemido, que mais parecera um urro. Denunciando ao visitante a posição dos dois. Logo, a porta se abrira e a figura de longos cabelos negros e olhos perolados, surgiu, olhando-os chocado.

Sasuke respirava com dificuldades, seu coração batia desesperado que chegava a queimar no peito, seu corpo inteiro parecia gritar que estava vivo. A onda de êxtase que lhe invadiu fazendo seu membro latejar, pulsava e expelia para dentro de Kitsu um líquido grosso. Aquela era uma experiência estupenda.

Já o loiro, ao sentir a última estocada atingi-lo no fundo, sentiu seu interior se contrair, e então, espalhar espasmos e contrações pelo corpo inteiro. Agarrou-se ao moreno, cravando suas unhas naquela pele tão clara, e as deslizou por suas costas, desenhando nela, vergões vermelhos.

Aquilo sim era gozar.

– O que significa isso, Kitsu? – a pergunta veio do intruso.

Sasuke não se moveu, que se danasse seja lá quem fosse que os estavam interrompendo. Só sentiu uma vontade imensa que ele fosse embora e logo! Buscou o rosto do loiro com as duas mãos e passou a beijá-lo na face e no pescoço enquanto o via rir, se deliciando com a situação.

– Ah, você tá aí, é, Neji?

Os dois estavam nus, percebeu Neji. E o outro de cabelos negros, em cima do seu loiro, parecia estar atolado até o último dentro dele, dava pra ver muito bem de onde estava, via até a maldita porra escorrendo para a cama. Então era isso, cerrou os dentes tal como uma fera raivosa.

– Você me paga, Kitsu! – ameaçou ele, com a feição toda contraída. – Você me paga.

Só que antes de sair, algo estranho aconteceu, o garoto em cima do seu pertence, o olhou de rabo de olho. Por algum motivo, que ainda desconhecia, sentiu um tremor, aqueles olhos pareciam ter um brilho vermelho demente...

Fechou mais o semblante, provavelmente, estava vendo coisas. Era mais um com quem Kitsu iria brincar até se cansar e depois, fugir como ele costumava fazer. Mas iria fazê-lo pagar por aquela humilhação. Ah, se iria! Havia lhe oferecido tanto. Até proposta de casamento fizera! Não merecia ter sido rejeitado daquele jeito, por aquele putinho de merda.

BLAMFT

O estrondo da porta se batendo propagou no ambiente, e então o moreno voltou-se para a face do loiro, ouvindo-o sussurrar:

– Você é bom... – disse ele, ignorando completamente o que o outro saíra esbravejando.  

– Sou? – quis ter certeza, perguntando em um sussurro, descendo a boca para a pele dele, fazendo o loiro se arrepiar.

– Sim, é. E você sabe que é... – gemeu ele, ao sentir a boca de Sasuke tocando sua pele. - Assim vou ficar com vontade de novo.

– Seria bom.

– Quer fazer de novo? – perguntou o loiro. - Você já tá duro de novo, estou sentindo. E olha que nem tirou para fora ainda.

– Precisava?

– Há! Há! Você fala como se não soubesse...

– É que estou seguindo ordens, você não mandou tirar.

O loiro sorriu gostoso, tocando a longa franja dele, e colocando-a para trás da orelha, observando-o melhor. Andava mesmo com sorte. Acabara de se livra do Neji que era um homem bonito e rico, por outro ainda mais bonito, e provavelmente, mais rico. No entanto, só esperava que este, não fosse tão obcecado quando o que acabara de deixar o galpão. O cara queria fazer dele seu pertence e isso não admitiria nunca. Odiava se sentir preso.  

– Então é assim? – perguntou Kitsu, olhando-o. - Sou eu quem manda?

– É o que parece.

– Então volta a meter. – ordenou ele. - Você faz do jeito que eu gosto. Nunca gozei como hoje.

– Quero beijá-lo antes, posso?

O loiro sorriu mais uma vez.

– Você é o primeiro cara que pede... – deu de ombros. - claro.

Sasuke não queria saber se era o primeiro, ou quem tinha sido os outros antes dele. Só havia uma certeza dentro de sua mente a partir daquele momento: não haveria mais outros. E ele, Sasuke Uchiha, seria o único a ter aquela boca e aquele corpo. E faria qualquer coisa para sanar esse desejo.

O loiro lhe sorriu, deslizando a mão em seu rosto.

– Então me beije, Sasuke. – sussurrou, antes de sentir o moreno tocar seus lábios com os deles.  

Sasuke o beijava intensamente, voltando a se movimentar dentro dele, enquanto saboreava a sensação deliciosa que era o seu primeiro beijo. Pensara no irmão e na noite que fora estuprado. Então, foi àquele tipo de êxtase que o seu mais velho havia tido, ao possuí-lo?

Agora o entendia.

Sentiu algo lhe abrasar, era raiva, por não ter conhecido aquele sentimento antes. Assim, enfiou as mãos nos cabelos do loiro, agarrando-os mais intensamente, iria saciar aquela sede acumulada de anos...

Mordeu os lábios de Kitsu, vendo-o soltar um grito de dor, e o sangue escorrer. Desejava possuí-lo de todas as formas existentes, até seu corpo desfalecer de cansaço.

Continua...   

Vocabulário
Ojisan: tio.
Hai: sim.
Yosh'!: Legal! Jóia! Lá vou eu!
Sugoi: Legal! Incrível!
Itadakimasu: Obrigado pela comida (é um agradecimento a Deus, tipo uma prece).
Ie: não;
Nani: O quê?!
Baka: idiota, bobo, tolo, (e mais uma porção de sinônimos mais próximos)
Sou ka: Pode ser “É mesmo?” pergunta. Ou “entendo”.
Chooto: um momento.
Doushite: O que foi?
Kitsune: raposa
Haiyaku: Rápido.
Tadaima: Estou em casa, cheguei em casa, estou de volta, ou só cheguei.   

Sound Track:

A lua amarela está pedindo gentilmente,
Que eu abra os olhos.
“Meu jovem você está sonhando.”

Yellow Moon – Akeboshi



Notas finais do capítulo

Bem, é isso.
Devo continuar?
Então, mandem suas reviews. ;D

Obs: Créditos das capas das minhas fics ao Akito –Sou-sama. Filho, faz o seu cadastro e deixe reviews, senão não tem mais citações do seu nominho aqui nos créditos finale, não, oka? *Pisca* Apesar de agradecê-lo muito, as capas estão show! :D:D

See you next!

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