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[Naruto] Obsessão Fatal - Capítulo 1, escrita por Andréia Kennen

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Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Classificação: 18 anos
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.


Obsessão Fatal 

Capítulo I

A chuva desabava torrencialmente na cidade de Konoha, uma pequena cidade do sul do Japão. E, a cada estrondo que se propagava no céu obscuro de nuvens pesadas, a mulher de cabelos loiros mel e olhos castanhos, se encolhia mais em sua poltrona.

A luz piscou, ameaçando se apagar. "Há muito tempo, não chove dessa forma tão tenebrosa", pensou ela. Para em seguida, se encolher com um novo estrondo, desta vez, mais ensurdecedor. O tamborilar destes nos céus pareciam as notas que davam ritmo a uma orquestra infernal.

Enfim, a energia se extinguiu.

A mulher, que deveria ter em torno dos seus trinta e sete anos de idade, apertou os olhos no momento do bramido, e ao reabri-los, se viu submersa em uma total penumbra. Forçou-se a manter a calma; não permitindo que o seu pavor por ambientes escuros a desorientasse. Assim, cingiu os olhos novamente, e os reabriu, tentando acostumá-los ao breu. Porém, uma corrente de ar estranho que circulou pela sala, fazendo as cortinas baterem, fez um arrepio de horror brotar por todo seu corpo.

"Da onde vem esse ar frio? Tenho certeza que, eu mesma, fechei todas as janelas."

Porém, a ausência de claridade fizera com que os sentidos auriculares daquela mulher, - dona da clínica onde estava -, se aguçassem.

"Será que alguém entrou na sala sem que eu percebesse?" ela se auto-inquiriu, preocupada; não conseguindo sequer, respirar direito; só de idear tal possibilidade.

Forçou mais uma vez a visão. Porém, não consegui enxergar nada, nenhuma claridade. Sentiu sua respiração aumentar, da mesma forma que os seus batimentos cardíacos. Eram sinais de que estava se apavorando. Mas não podia. Fechou novamente os olhos e os reabriu.

Silêncio... Estava silencioso demais. Teve certeza: havia algo, ou alguém, ali dentro consigo. Conseguia ouvir a respiração. Estreitou os olhos na direção do que seria a porta. Então, viu algo que preferia realmente não ter visto, havia duas esferas vermelhas plainando no ar...

O arrepio de pavor que correu seus braços, a fez se paralisar por completo. Abriu a boca para gritar, mas a sua voz não saiu. Então, no instante em que um raio brilhante fumegou o céu, clareando a sala do quinto andar onde funcionava seu consultório, ela pode vê-lo. Era o maldito assassino que matara o seu irmão e seu marido de maneira tão fria e demente. Seus olhos brilhavam na cor de um rubro intenso, como se refletissem rios e rios de sangue.  Ouviu aquela voz rouca novamente, de um passado aterrorizante, o qual ela lutava para esquecer:

– Seu irmão? Quer mesmo vê-lo? Então vá ao jardim, que faz fundo com o meu quarto. Talvez os meus bichinhos, tenham deixado alguma sobra para você...

– Você está preso! Eu sei que está preso! – a voz dela finalmente saiu, e um novo estrondo cortou o céu; gritou em desespero: – AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Ela abafara os ouvidos com suas duas mãos e fechara os olhos com firmeza, quando sentiu uma mão em seu ombro balançá-la.

– Tsunade-sama? Tsunade-sama?!   

Abriu os olhos, a luz havia retornado, e sua secretaria lhe observava com um semblante assustado. Mas estava preocupada com o que vira, e, com os olhos ainda estatelados de pavor, fitou estagnada, a porta do consultório.

Então, a secretária pode entender o que sua chefe admirava com tanto temor. E, vontando-se ao jovem detido na entrada, lhe pediu:

– Sasuke-kun, por favor, aguarde um pouco na recepção. -

Sem pestanejar, o garoto obedeceu, saindo do lugar, e fechando a porta.

– Shizune, o que aconteceu? - de repente a mulher caiu em si, e, balançando a cabeça de um lado para o outro, percebeu a confusão que fizera.

– Eu entrei com o paciente bem no momento que aconteceu um estalo alto e a luz apagou. A senhora pareceu ter se petrificado. Então eu me aproximei, quando a luz do raio iluminou a sala, e você gritou...

– Não continue! – a médica a interrompeu - Eu já sei o que eu disse.

– A senhora confundiu o Uchiha Sasuke com o Uchiha Itachi?

– Sim, Shizune. – confirmou ela, com um tom de voz claramente inconformado. - Eu vi o desgraçado na minha frente! Até consegui ouvir a voz alienada dele, dentro da minha cabeça! Rindo de toda a desgraça que cometeu!

– Não é bom para recuperação do Sasuke-kun, ser comparado ao irmão.

 – Mas o que eu posso fazer? A cada dia que se passa esse garoto se parece ainda mais com àquele demônio! Até parece gêmeos nascido em épocas diferentes! – A mulher levou a mão na testa enxugando o suor gelado, que ainda escorria pelo canto do seu rosto. 

– Exteriormente sim, Tsunade-sama. Mas por dentro, todos nós sabemos o quanto este garoto é traumatizado.

A mulher mordeu os lábios. Havia cometido um erro terrível, e socou a mesa tentando exasperar a sua raiva; fazendo seus papeis tremerem. Não podia ter deixado o Uchiha mais novo vê-la apavorada daquele jeito.

– Sensei, porque insiste em continuar tratando-o? É tão evidente o quanto a senhora sofre fazendo isso.

– Fazem dez anos, Shizune. Dez anos que perdi meu irmão mais novo, o meu marido, e o meu filho. Perdi tudo, tudo o que era valioso de uma única vez, por causa de um maldito Uchiha. –  Tsunade abriu a gaveta da sua escrivaninha e apanhou o porta-retrato de família que ela mantinha guardado como se fosse um tesouro.

Passou a analisar a imagem, enquanto escorria as pontas dos dedos em cima das pessoas sorridentes na figura. Seu pai, o senhor de idade que fora prefeito da cidade e morreu de doença há dois anos; o irmão caçula que tinha seus traços: olhos castanhos e cabelos mel. E, enfim, o loiro menor e o maior. O marido e o filho. Tão idênticos. Não só fisicamente, mas na alegria, na vontade de viver, que só seus sorrisos espontâneos podiam demonstrar. Sorrisos esses, que faziam qualquer escuridão esvaecer e qualquer frio se acalentar...

Os dois possuíam um dom estranho: de fazerem as pessoas sorrirem facilmente. Eles eram a verdadeira luz do seu dia. E, desde que se foram, ela passou a viver na mais fria e assombrosa escuridão. Por mais que tentasse ser forte, não se conformava.

A médica não conseguiu segurar as lágrimas, que começaram a gotejar no vidro que protegia a foto. Com uma voz trêmula, se pronunciou:

– Eu vi, Shizune. Eu vi o corpo do Nawaki mutilado pelos cães. Eu também vi o corpo do meu amado Minato, apodrecendo com os demais no porão daquela casa. Mas o que mais me doeu e ainda me dói, é não ter encontrado o corpo do meu filho...  – confessou, já aos soluços, com o pranto encharcando seu rosto; ela precisava chorar. 

Shizune sentiu uma pontada dolorida no peito. Sabia o quanto a professora e amiga era forte. Qualquer um no lugar dela, teria enlouquecido rapidamente. No entanto, ela, durante dez anos da sua vida, lutara para se manter estável, e ainda, carregava consigo o desejo incandescente de reencontrar o filho vivo.

Porém, ela estava sendo pressionada com outros problemas. Após a morte do seu marido, seu pai teve que reassumir a função de governante da cidade, cargo este, que ele havia passado para o genro. No entanto, o pai morrera de doença há dois anos, e seu avô assumira interinamente o cargo, enquanto ela continuava a busca pelo neto.

Mas, o avô já havia lhe dito que não esperaria por muito tempo, pois já se dizia com o pé na cova. E, que se caso Tsunade não tivesse sucesso na busca pelo neto no período de mais àquele ano, ela deveria solicitar o encerramento das investigações, e assumir a função de governanta de uma vez.

Por isso, Shizune compreendia, o quanto aquela mulher tão guerreira, estava desesperada, já havia se passado três meses que o avô lhe estipulara o tal prazo. Todavia, as investigações não haviam avançado nenhum centímetro.

Durante aquele tempo que precedera a morte dos seus familiares, sua sensei dedicou-se à área médica, somando aos seus conhecimentos, a especialização em psiquiatria. Ela queria entender como a mente demente daquele homem funcionava, e quem sabe assim, conseguir alguma pista que levasse ao paradeiro do filho.

Por esse exato motivo, a professora também passara a tratar do Uchiha mais novo, não só para tentar ter dele, informações do que ocorrera naquela noite, mas também, evitar que ele viesse a se tornar como irmão.

Mas a aluna entendia como aquela sessão era torturante e desgastante para sua mestra. Afinal, além de ver em Sasuke o mesmo assassino dos seus entes, ela também sofria por não conseguir tirar dele as informações do que acontecera naquela noite. Afinal, o jovem desenvolvera um bloqueio que o impedia de se lembrar de detalhes da tragédia.

De repente, a aprendiz e secretaria da médica, viu sua sensei secar o rosto com as mãos e inspirar profundamente, e, então, lhe abrir aquele sorriso doce que tinha:

– Já estou melhor, Shizune. Desculpe-me?

A menina também lhe retribuiu o sorriso, em seguida, lhe estendeu o prontuário de acompanhamento do adolescente; perguntando-lhe:

– Tem certeza que ainda quer atendê-lo?

– Tenho sim. Eu preciso. Não posso perder nenhum minuto, você sabe.

– Sim, eu sei. – ela concordou, soltando um breve lamento - Eu vou chamá-lo. - avisou, indo em direção da porta. "Deus, dê forças para que ela suporte. O Sasuke-kun, não tem culpa de nada. Na verdade, ele foi só mais uma vítima da insanidade do irmão”, Shizune pensou, antes de deixar o local.

Alguns segundos depois, a porta do consultório se abriu, e a médica viu Sasuke entrar, com sua expressão comumente séria, fixando seus olhos escuros nela.

Ela sorriu sem graça, pensando de onde havia tirado que os olhos dele eram vermelhos. Afinal, Sasuke sempre a olhava daquele jeito inexpressivo, não tinha nada do olhar psicótico do outro, na verdade, seus olhos lúgebre pareciam mais com os de um gatinho assustado.
 
– Venha, sente-se. – pediu ela, sorrindo-lhe um tanto incomodada. - Desculpe-me por assustá-lo com aquele grito? É que eu odeio trovões. - explicou.

Ele apenas meneou a cabeça positivamente, aproximando-se da mesa e sentando-se na cadeira de frente a mulher.

A clínica abriu o prontuário do jovem, analisando-o. Sasuke estava com dezoito anos.  Era um rapaz problemático e doente. Ele não conseguia dormir por si próprio desde o incidente, somente com a indução de remédios.

Contudo, nenhum ser humano conseguiria viver a vida inteira dependente de calmantes. Afinal, o remédio era uma droga potente como outra qualquer; que vicia e causa distúrbios no organismo.

Os resultados daquela medicação excessiva já estavam causando efeitos e, nos quatro últimos anos, o Uchinha mais novo havia apresentado diversos problemas de saúde. Entre eles: cardíacos, sonambulismo; e outros de clivos mentais, como a depressão e a neurose.

Há quatro anos, a doutora, vinha trabalhando com ele a tentativa de redução dos remédios. No início, começara reduzindo um comprimido por semana, depois, passou para dois, em seguida, solicitou que ele tomasse o medicamento um dia sim e um dia não. Até que descobriu que nos dias em que ele não tomava o remédio, ele passava a noite em claro. Desta maneira, receitou para ele o aumento da prática esportiva, o cansaço físico era uma das fórmulas mais comuns de se fazer alguém pegar no sono.

A psicanalista sabia que Sasuke já praticava esporte desde os oito anos de idade, quando iniciara o tratamento. Esta era uma forma corriqueira de se fazer um paciente com problemas de insônia, cansar o corpo e ocupar a mente. E melhor, ela sabia o quanto ele gostava da prática e como ele se destacava em algumas atividades, como natação, hipismo, squash e corrida. Esportes os quais, ele não precisava manter contato com outras pessoas.

Contudo, nem mesmo o cansaço físico o fazia dormir. Na verdade, acabara tendo que solicitar que ele reduzisse os exercícios, pois descobrira que a nova debilidade que ele havia adquirido: epilepsia – desmaios constantes - fora causada por ele não conseguir repor as energias gastas nos esportes.

Ainda havia um problema muito maior do que todos esses: o social. Sasuke não tinha amigos, não tinha namorada, nem mesmo fazia contato com os vizinhos.

Nos primeiros anos após a prisão do irmão, ele estudara com um professor particular. O mesmo que se tornara o seu tutor legal. E ele só voltara a frequentar a escola quando completou quatorze anos. No entanto, o fato dele estudar muito sozinho, o fez um jovem excepcional, e apesar de ter se tornado o primeiro da turma em quase todas as matérias, a distância entre ele e os outros alunos só aumentaram.

Além do mais, a disseminação da notícia através da internet fazia com que a maioria dos alunos conhecesse sua história, e quem não tinha medo dele, o repudiava por ter o mesmo sangue de um criminoso tão frio. Assim, antes dele completar dois anos no colégio, ela e o tutor, descobriram que a escola não havia sido uma boa ideia, e resolveram retirá-lo da instituição, retomando com ele, o ensino individual.

A doutora Tsunade folheou o prontuário, observando as fotos retiradas dele ao longo daqueles anos, e apesar dela mesmo ter dito à secretaria que ele se parecia o gêmeo do irmão assassino, tinha que confessar: Sasuke era muito mais bonito que aquele monstro. E o que o diga suas estagiárias: Ino e Sakura. Ambas disputavam a tapa à atenção dele, e entendia bem o motivo. O Uchiha caçula era bem alto, em torno de 1,76, tinha cabelos com longas franjas negras e lisas, que lhe caíam nos olhos escuros, pele pálida e um corpo bem trabalhado pela prática demasiada de esportes. Ele também estava sempre bem vestido, com roupas alinhadas e que combinavam. Sua estagiara Sakura era a mais apaixonada por ele, tanto, que a incomodava sempre após as seções, querendo saber novidades sobre ele.

A mulher suspirou, chegando à última folha do relatório. O tutor dele havia conseguido enfim, despertar nele alguma vocação, Sasuke era bom em informática, e o seu responsável, aproveitando-se disso, pedira para que ele o ajudasse com o trabalho, na parte de programação. E ela tinha que revelar: o homem que não era médico e nem nada, apontara uma solução que estava dando bons resultados. A mente de Sasuke parecia ter se ocupado com aquela atividade, e nos últimos seis meses, ele não sofrera mais desmaios. E o melhor: agora tomava o remédio só quando perdia o sono, e no último mês, de acordo com que estava escrito naquela página final, ele tomara o remédio somente duas vezes.

A médica fechou o prontuário.

“Será que ele finalmente está se curando?”, ela se perguntou mentalmente, retirando os óculos e repousando-os em cima da mesa. E então, sorrindo para o menino, o convidou a se deitar no sofá da análise. Ele obedeceu em silêncio, como sempre fazia.

A médica também se levantou, e sentou-se em uma poltrona ao lado dele, após ligar o gravador para iniciar a análise, manteve um bloco de papel e uma caneta em cima da perna cruzada, os quais usavam para descrever algo que a gravação não captasse.

 Os olhos do menino se fixaram na janela, aonde a tempestade que havia diminuído a potência, ainda escorria. Era só assim, que ele se concentrava para poder conversar com ela.

– Estou muito orgulhosa de você, Sasuke. – iniciou ela, com um elogio. Para tentar tirar dele, alguma expressão nova. - Finalmente está conseguindo conter os remédios, não é?

– O trabalho de informática está ajudando. – respondeu, tranquilamente, sem sorriso, sem alteração.

– Entendo. E como está se sentindo hoje?

– Não muito bem, eu não gosto de chuva.

– Ah, sim. – ela suspirou, olhando para a janela. – Eu também não gosto, não é? Você percebeu o berro que dei quando relampejou e a luz apagou?

– É, eu percebi.

– E então, foi para curso hoje?

– Não, por causa da chuva.

– Ficou em casa?

– Sim.

– E o que você fez em casa?

– Nada.

– Hum... Seu tutor não estava?

– Ele está trabalhando.

– Ele foi trabalhar, mesmo com essa chuva?

– Sim, foi.

– É... Ele um homem bem dedicado. – observou ela, sorrindo e consultando seu relógio.

Ela não notara nenhuma alteração na feição do seu paciente naqueles primeiros três minutos, o que não era incomum dele, assim, fez essa pequena anotação e voltou a observá-lo, percebendo que os olhos dele continuavam fixos no vidro embaçado da janela. Em seguida, prosseguiu:

– Mas não me enrole, por mais que seu dia tenha sido um tédio, você tem que me contar tudo o que aconteceu. Comece desde quando saiu ontem daqui.

– Quando sai da sua sala ontem, a Sakura me cumprimentou e perguntou como havia sido a seção eu respondi, “bem”. Depois a Shizune confirmou o horário de hoje. Logo depois, pedi licença e peguei o elevador, desci até o térreo, caminhei até onde o sensei fica me esperando com o carro, depois que entrei, ele me perguntou como havia sido minha análise. Eu lhe contei tudo, e chegamos ao apartamento. Ele havia comprado comida chinesa. Nós dois comemos, depois eu limpei a cozinha e fui tomar banho e escovar os dentes. Li em torno de sessenta páginas do livro “Informática e seus mistérios”, então fui dormir. Pela manhã...

– A luz? – ela perguntou, o interrompendo.

– Ah... eu mantive acesa.

Ela fez novamente uma anotação, quando terminou de rabiscar no bloco, ela lhe inquiriu:

– Lembra do que falamos? Que você tem que tentar dormir só com a luz do abajur?

– Eu esqueci ontem.

– Tudo bem, pode continuar.

– Eu dormi com a luz do quarto acesa. Pela manhã, acordei por volta das seis e vinte cinco, mas fiquei na cama até as sete. Então levantei e fui para o banheiro, fiz algumas necessidades..., preciso especificar isso também?

– Você sabe que não faço questão. – ela lhe repreendeu, sorrindo. - Não seja engraçadinho.

Ele prosseguiu, mas apesar daquilo ter parecido uma piada de adolescente, ela sabia que não era. Ele sempre fazia aquela pergunta, como se realmente, algum dia ela fosse se interessar em saber sobre suas necessidades fisiológicas. Ela suspirou discretamente, e tentou prender sua atenção no que ele continuava falando.

–... fiquei meia hora no banheiro, ao sair, me troquei e arrumei minha cama. Como estava chovendo, eu não fui para o cursinho...

Mais uma vez, não havia nada de novo. A doutora ouvira detalhadamente o que ele fizera. E teve que forçar para segurar um bocejo. Sempre era a mesma coisa. Apesar de que nos últimos seis meses, fora acrescentada à narração, o serviço que ele fazia com o tutor, e também, as aulas de informática que ele tinha uma vez por semana presencial e todos os dias pela internet. Era realmente muito tedioso ouvi-lo. Ela nem queria imaginar como seria ser ele.

Sasuke não assistia televisão porque tinha horror a filmes e as novelas. Noticiários então? Qualquer relato de tragédia desencadeava sua insônia. Ouvia somente músicas clássicas, e àquelas leves, que não tinham batidas instrumentais muito altas. Não lia livros de ficção, pois tinha pavor das histórias. Não gostava de lugares tumultuados como shopping, bares, cinemas. Apesar dele e o tutor irem uma vez por mês comer em um restaurante de comida estrangeira, para saborear algo diferente da cultura. Não gostava de bichos de estimação, cada um por um motivo diferente: cães, porque latiam muito alto; gatos, porque ele tinha medo dos olhos e das unhas afiadas; pássaros, por causa do canto, que lhe causava agonia; peixes, porque sentia falta de ar só de olhá-los em um aquário muito pequeno.

Um hobby que o menino tinha era frequentar o parque central da cidade, lá, ele ficava ao sol, sem fazer absolutamente nada. Sasuke odiava ambientes escuros, ainda dormia com a luz acesa, e no apartamento onde morava, havia muitas janelas, as paredes eram todas brancas e não havia quase cortinas.

Toda vez que ele vinha para sessão, as cortinas do seu consultório deveriam ficar daquele jeito, escancaradas. No entanto, naqueles anos de psicanálise, Sasuke nunca lhe contara o porquê de determinados medos. E mesmo sabendo que ele fora violentado, até aquele momento, ele não narrara o que havia acontecido naquela noite. O que causava angustia na médica, já que era esse trecho da vida dele, que ela mais se interessava em saber...

Ela escolhera ser psicanalista dele, mesmo ostentando àquele ódio mortal pelo o seu sangue, pois ainda guardava dentro de si, esperanças que algo que ele lhe dissesse, pudesse servir de pistas para encontrar o filho perdido.

No começo, Sasuke não lhe dizia mais que meia dúzia de palavras. Hoje em dia, ele falava até de mais. Contudo, sempre quando a tal noite era mencionada. O jovem de olhos negros se retraía e emudecia. Por isso, há muito tempo ela não tocara mais no assunto, até porque, ele estava começando a mostrar melhoras. E fazê-lo regressar naquela época, poderia destruir os bons resultados do tratamento adquiridos até o momento. Ela precisava sim, questioná-lo. Mas não podia forçá-lo. Queria que ele fizesse isso espontaneamente e, por isso, esperaria mais um pouco, até visualizar uma brecha.

Depois de quase uma hora, ouvindo àquele monólogo chato e detalhado da rotina quase inalterada do paciente, ela encerrou a sessão, imaginando que no dia em que ele lhe contasse algo realmente novo, choveria canivetes.

– Esta certo, Sasuke. Vamos terminar por hoje, está bem? Confirme o horário de amanhã com a Shizune.

– Sim.

A médica ficou fazendo seu relatório, e o rapaz deixou a sala. Ao fechar a porta nas suas costas ele olhou para secretária que lhe fazia sempre a mesma pergunta.

– Amanhã, às dezesseis horas, pode ser?

– Pode.

“Agora só falta aquela outra aparecer, a estagiária de cabelos rosa”

– Oi, Sasuke-kun?

E lá estava ela.

– Oi. – respondeu friamente.

– Como foi hoje? – perguntou ela com o mesmo sorriso de todos os dias.

– Bem. – respondeu, secamente. - Tenho que ir, boa noite.

– Boa noite. – respondeu a secretária.

– Você trouxe guarda-chuva? – perguntou a estagiária da sua médica.

– Não, eu não preciso. Até amanhã.

– Até amanhã. – responderam as duas ao mesmo tempo. E antes do elevador se fechar, ouviu o comentário da jovem de olhos verdes, para outra: “O Sasuke-kun é tão lindo, né, Shizune-chan?” a secretária respondera um “é verdade” não muito interessada. E então, a porta do elevador se fechou.

Sua vida era estranha...

...

Ao chegar ao térreo, saiu para a rua correndo, a chuva estava recomeçando, e achou melhor parar e procurar um lugar para se abrigar. Aqueles sons ainda lhe assombravam a mente desde daquela noite. E infelizmente, desencadeara nele, um ódio mortal por tempos chuvosos, sombrios ou frios.

Entrou debaixo de uma tenda para esconder-se do temporal. Em seguida, abraçou os próprios braços esfregando-os, tentando proporcionar algum calor, enquanto seus pensamentos vagavam. Já completara dez anos que o irmão Itachi cumpria pena por assassinato em série. Suas palavras insanas, ditas naquela noite de filme de terror, atormentara seu sono durante anos.

Sentia muito medo. Nã. Na verdade, não era medo, era um verdadeiro horror. Horror de que as palavras ditar por ele naquele dia, de repente, começassem a lhe fazer sentido. Por isso, desde aquela época, passava por sessões de psicanálise diárias. Além de tudo, a própria polícia o acompanhava.

Ele suspirou profundamente, observando os pingos grossos de chuva, diminuírem.

A sua vida depois do ocorrido havia mudado drasticamente. A fortuna da família era administrada por um tutor nomeado pela justiça, já que não tinha mais parentes vivos. Este, era um homem até interessante, pertencia à polícia especial da cidade, seu nome era Hatake Kakashi. E até hoje, não entendia o motivo de um policial ter sido escolhido para ser seu responsável. Talvez, tivesse uma ideia. O irmão fora um Serial Killer, e mesmo ele nunca tendo mencionado a polícia o que o mais velho lhe confessara naquela noite fatídica – que sua insanidade era uma deformidade genética – eles provavelmente acreditavam, que ele, Sasuke, também, pudesse se tornar um psicopata da noite para o dia.

O jovem sorriu discretamente.

 “Bando de hipócritas... Querem me convencer de que eu sou normal, no entanto, os próprios não acreditam nisso. Inclusive aquela doutora. Ela me olha com pena, e ao mesmo tempo, com ódio. Talvez, um ódio que não seja da minha pessoa, e sim, da ligação que eu tenho com o assassino dos seus entes”.

Sasuke olhou para o tempo, a chuva estava se acalmando, já dava para continuar seu caminho. Afinal, era por ali que o tutor estacionava o carro. 

Mas fazia algum tempo que ele queria parar de pensar naquela coisa de maldição passada de pai para filho. Já estava com a mesma idade de quando o irmão fora preso. E se até aquele momento a tal praga não se desenvolvera, ela com certeza, não viria mais. Sendo assim, precisava começar a viver sua vida de forma normal, sem levar mais em consideração aquele presságio agourento.

Afinal, já tinha dezoito anos, e até aquele dado momento, nunca namorara ninguém. Todavia, pensar em namoro o fazia lembrar que teria que fazer...

“Sexo...”

E definitivamente, sexo não era algo bom. Apesar de que, sua terapeuta havia lhe dito que “sexo” era totalmente diferente do que acontecera com ele na infância. Mas...? Será que uma garota aceitaria transar com ele, se soubesse que fora violentado pelo próprio irmão quando tinha apenas sete anos?

– Porque você não sai um dia com a Sakura-chan, Sasuke? Ela esta muito interessada em você. – ouviu a voz da médica em sua cabeça.

“Sair com a testuda?”

Poderia tentar. Mas o fato era que, não sentia nenhuma curiosidade a respeito de estar com alguém. Na verdade, uma vez surtira a curiosidade e então tentou assistir um filme que um dos colegas de sala lhe emprestou, mas nos primeiros gritos que a atriz da televisão dera, o fizeram desligar o aparelho tão bruscamente que quase o derrubou no chão.

– Sempre há gritos? - perguntou para o menino, quando devolveu o vídeo. Então este lhe sorriu descaradamente, e lhe respondeu:

– Mas é claro! É aí que o negócio fica bom! Quanto mais gritos, mais excitante a coisa fica! O homem fica mais duro, entende? Aí a penetração é mais... hein? Sasuke? Sasuke? Sasuke?!

Antes do colega terminar, uma vertigem dominou sua cabeça e então desmaiou. Depois disso, nunca mais quis saber de nada relacionado a sair, ou namorar, ou fazer sexo, muito menos, quis saber da escola.

Então, como arrumaria uma namorada sendo desse jeito?

Ele sempre tivera medo até mesmo de beijar, com receio de desencadear a tal da obsessão que o irmão lhe falara, por isso, se tornara um adolescente problemático, com um bloqueio de personalidade, que evitava a aproximação das pessoas. Era sozinho, ainda que, a solidão não o incomodava.

– Ei! Sasuke! – Ele ouviu um homem acenando para ele de dentro do carro estacionado do outro lado da rua, era o tutor Kakashi que viera apanhá-lo. Estava atrasado, como de costume. – Ikuso, Sasuke! 

– Hai! Estou indo!

– Atravesse a rua com cuidado, temos todo o tempo do mundo!

– Hai!

– Ei, chefia!

Sasuke ouviu o chamado ao seu lado e então se virou, observando a figura que se dirigia a ele como “chefia”. Era um rapaz provavelmente da mesma idade que a sua, pelo menos, tinha quase a sua estatura, pouca coisa mais baixo. Entretanto, este, estava vestido muito estranhamente: com uma jaqueta laranja berrante, de mangas e golas pretas, que tinha uma touca anexa, a qual encobria a cabeça, escondendo assim seu rosto. O calção era do mesmo tom berrante da jaqueta. Entretanto, não fora a cor da roupa que chamara sua atenção e sim, o estado que estas estavam, além de muito sujas, estavam muito desgastadas.

– Ei, patrão! – chamou ele novamente, daquele jeito vulgar. - Dá um dinheiro para eu comprar um Ramen? – pediu, sem um pingo de vergonha na cara.

Não entendia. Porque um jovem como ele estaria mendigando na rua? Ele deveria procurar trabalho ao invés de se propor a algo tão humilhante. Sasuke fechou o semblante e respondeu friamente: 

– Eu não tenho dinheiro. - falava a verdade, ele realmente não andava com dinheiro, porém, mesmo se o tivesse, não daria.

Todavia, aquela figura não se conformara com sua resposta e, torceu os lábios sombreados pela touca, claramente incrédulo.

– Alguém com uma pinta de bacanudo como você, não tem dinheiro? Humf! – duvidou. - Se não quer dar o dinheiro, não dá, cara! E pode falar o que tá pensando! Tipo, que sou um vagabundo, e não sei mais o quê! Sou acostumado ouvir essas coisas, não precisa ficar fazendo pinta de bom moço, não!

Sasuke admirou-se da petulância daquele garoto. Além de tudo era malcriado.

– Mas eu realmente, não tenho dinheiro. – reafirmou, voltando-se para a rua, determinado a seguir seu caminho.

– Então me dá outra coisa, o celular, o relógio, qualquer coisa!

O jovem Uchiha voltou a olhar para a figura, desta vez, levemente surpreso. Era evidente. Como não percebera? Se ele estava escondendo o rosto, é porque era um assaltante. Ainda vinha com àquele papo mole de “fale o que tá pensando...”. Até mesmo as pessoas dos mais baixos níveis sabiam ser hipócritas.

– É um assalto? – perguntou sem receio algum, afinal, tinha um guarda-costas que era um policial. – Se for, já vou avisando, o cara do outro lado da rua, que está esperando por mim, é um policial.

– Não é um assalto, porra! – esbravejou o outro, fazendo-o se assustar com o tom grosseiro dele. - Eu só estou com fome! Ajude se quiser!

A resposta gritada chamara atenção do tutor, e de alguns transeuntes da rua. Além de tudo o garoto era escandaloso e pouco inteligente. Olhou para a mão dele estendida. Ele não parecia estar armado.

– Hei, Sasuke! – Kakashi o chamou, descendo do carro, fitando-os. - Doushite?

– Nan demo nai! – respondeu rápido, antes que ele atravessasse a rua e viesse ao seu encontro.

Em seguida, retirou o celular do bolso e o depositou na mão do garoto.

– Guarde-o rápido, não deixe que ele perceba.

– Uau! E é de última geração, não quer retirar o chip antes?

– É linha. Quando chegar em casa eu ligo para prestadora e peço para transferi-lo para outro aparelho.

– Uau! Sugoi! Eu sabia que era bem rico, mas não imaginava que fosse tanto.

– Você é estranho. – deduziu, impressionado.

 E o menino lhe sorriu abertamente, ainda com o rosto oculto pela toca suja. Mas fora um sorriso diferente. Sasuke nunca, naqueles anos todos, vira alguém lhe dar um sorriso tão sincero. E por um segundo, sentiu algo esquentar dentro de si, era um sentimento bom. Quase sentiu vontade de sorrir também. Sempre achou que era muito difícil falar com as pessoas, mas com aquele garoto ali, parecia fácil.

– Valeu, hein? Sasuke! – agradeceu ele, saindo de perto dele rapidamente, mantendo o mesmo sorriso moleque no rosto.

“O folgado ainda me chama pelo nome. Não é tão burro como pensei, ele deve ter ouvido quando o Kakashi me chamou.”

– Ikuso, Sasuke! – O tutor lhe chamou mais uma vez.

– Estou indo.  

Antes de ir, Sasuke se virou para trás mais uma vez, observando pelo ombro, o rapaz de roupa laranjada. Ele ainda sorria e falava pra si mesmo que conseguiria uma boa barganha pelo objeto que ganhara. Mas o de olhos negros já imaginava que o dinheiro não era para comprar Ramen coisa nenhuma, possivelmente ele trocaria aquilo em drogas. Mas enfim, o problema não era mais seu.

 Seguiu para a rua, e quando estava no meio da travessia, foi dominado pela aquela maldita vertigem que há dias não aparecia, acabou tropeçando e caindo. Antes de se recuperar da queda, viu um carro que vinha em alta velocidade na sua direção. O policial do outro lado, ao ver o que acontecera, gritou para o veículo parar, mas já parecia tarde. Ouviram-se muitos gritos, e o menino cerrara os olhos.

Iria morrer logo agora, que finalmente conseguira sentir algo além de dor e vazio...

O barulho da frenagem brusca do caminhão ecoava em seus ouvidos, da mesma forma, que o cheiro forte de borracha queimada invadiu suas narinas. Ainda estava vivo. Tinha sido puxado e lançado na calçada, onde estava deitado. Mas quem o salvou?  

Sentiu algo pingar em sua testa.

– Daijoubu ka, Sasuke? – perguntou uma voz, extremamente preocupada.

Sasuke abriu os olhos, em seguida os cingiu levemente, como quisesse evitar ser ofuscado por uma intensa claridade. Aquele rosto preocupado na sua frente era... Quem era àquela pessoa? Ele era...

Era...

Era...

Era perfeito.

Aquele ser era radiante como um dia de sol. Os cabelos loiros eram como os próprios raios brilhantes do astro magistral do céu... E os olhos? Os olhos eram dois globos azuis magníficos, e tão claros, que nem o céu mais límpido de um dia ensolarado, conseguiria imitar. Aquele indivíduo na sua frente era tão belo que lhe causava dor...

Sim, seu anjo da guarda era lindo.

Sentiu o coração bater mais rápido, pulsado como jamais sentira antes.

Mas de repente viu mãos puxando seu anjo, retirando-o de perto de si. A aglomeração de pessoas lhe rodeando aumentou. “Não, não, espere! Onde esta meu anjo?”. Tentou se levantar quando viu o rosto preocupado do seu tutor aparecer na sua frente, e as mãos deste, empurrá-lo de volta para o chão.

– Não se mexa, até chamarmos os bombeiros.

– Demo...

– Nada de “demo”, apenas relaxe, e espere.

Continua...

Vocabulário:
Doushite: O que foi?
Nan demo nai: Nada.
Sugoi: Lega, incrível!
Ikuso: Vamos.
Daijoubu ka: Você está bem?
Demo: Mas.

Sound track:

“Ei garoto, escute o que vou dizer,
O ser humano não é grande coisa,
Não se importe com o amanhã...”

No Boy, No Cry – Stance Punks:


Notas finais do capítulo

Capítulo mais explicativo, sem muitas emoções. Prometo que o próximo será bem diferente deste. Bem, como vocês perceberam esse é um UA, então reorganizei o parentesco de alguns personagens de forma que eu possa utilizá-los melhor no desenvolvimento da trama. Da mesma maneira que inclui a cidade de Konoha no mapa do Japão atual. (Sim, é incrível o poder que as fics nos dão! :P)

A Tsunade para mim é uma personagem riquíssima no enredo oficial de Naruto, admiro ela em inúmeros aspectos, que não dá para listá-los aqui ou ocuparia um espaço muito grande, mas, é exatamente por essa minha admiração que ela ganhou um papel tão fundamental na fic. Até porque, eu a vejo mais como a mãe do Naruto, do que como avó. E para mim, o relacionamento dos dois é algo radiante e apaixonante de se ver.

Então, é isso.

Devo continuar?

Então, por favor, deixem algumas reviews.

Meu beijo coletivo! o/

See you next!

3 comentários:

  1. Contunua ...POR FAVOR
    Ta muito show
    *_*

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tomando a liberdade de responder no lugar da autora, a fic está completa nesta página:
      http://olhoazulfics.blogspot.com/2013/02/naruto-obsessao-fatal-prologo-escrita.html

      Bjs! :D

      Excluir
    2. Obrigada! Mas como a Anita colocou, a história está completa!
      Espero que continue gostando!
      Beijos! :*

      Excluir

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