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[Sailor Moon] Na Cabeça, No Coração - Capítulo 3, escrita por Anita

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Título: Na Cabeça, No Coração
Autora: Anita
Fandom: Sailor Moon
Gênero: Comédia romântica
Classificação: 12 anos
Status: em andamento
Resumo: Tsukino Usagi / Chiba Mamoru. Usagi percebe que Mamoru está ferido no ombro, tal como aquela pessoa se ferira no dia em que Sailor Venus apareceu. Mais tarde, ouve da boca de Zoisite uma confirmação. E agora os dois precisam cooperar para salvar de uma ameaça misteriosa uma famosa trupe de teatro, que Usagi muito admira.

Notas Iniciais:
Esta história apresenta uma trupe fictícia chamada Harotsuka, qualquer fato relatado é pura ficção, mas eu me inspirei em um grupo especializado em musicais que realmente existe chamado Takarazuka Kagekidan. Por outro lado, os dados fornecidos não serão fidedignos. Afinal, o grupo é meu e eu faço o que quero!
Na verdade, toda revisão que faço encontro um Takarazuka onde deveria ser Harotsuka. Por favor, se deixei algum escapar, leiam como se estivesse Harotsuka ali, rs. 
Já Sailor Moon não me pertence, não lucro nadinha com isto. Vale ao menos um comentário, né???


Olho Azul Apresenta:
Na Cabeça,
No Coração


Capítulo 3 — Um Dia com Mamoru

  Usagi havia se maravilhado com sua estada no Harotsuka Hotel, mas aquela manhã seria apenas o começo para os encantos daquela viagem. Sentiu frio na barriga só em cruzar a ponte sobre o famoso Rio Rouku, de onde era possível ver de relance as aprendizes de genie ensaiando pela janela aberta da escola de música de Harotsuka, onde todas as genies deveriam se formar antes de poder subir aos palcos.

  Não fosse emoção o bastante, atravessando algumas ruas, ela encontrou a placa da Rua das Flores, um parque construindo em um terreno mais elevado e estreito, contudo, que cortava todo o caminho entre a Estação Terminal de Harotsuka e o Grande Teatro de Harotsuka. Andar por ali assemelhava-se a cruzar uma passarela, além de ser possível admirar as muitas estátuas com representações das obras mais famosas do grupo centenário.

  Usagi estava indecisa se queria sentir isso de olhos fechados ou tentar experimentar cada imagem que sua visão pudesse captar daquele momento sobre a Rua das Flores. Algo pressionou-se contra seu ombro para puxá-la para longe da entrada.

— Qual é? — perguntou rancorosa para Mamoru, quem se resumiu a apontar com a cabeça para a figura de Nao já vários passos à frente. — Droga! — ela exclamou, recordando-se de que estavam indo ao Teatro e, portanto, não precisavam cruzar o parque.
— O passeio fica pra mais tarde — ele comentou empurrando-lhe as costas para que se apressasse. No instante seguinte, porém, Mamoru pôs todo o braço na frente da cabeça de Usagi.

  Antes que pudesse reclamar de novo, ela compreendeu a razão. Uma fila de mulheres usando lenços idênticos — e uns dois homens — passou por eles como se marchassem, tomando um caminho lateral ao parque.

— Fãs... — Usagi explicou. — Aquela cor representa alguma genie, que deve tá chegando aí.
— Suas legendas são sempre tão detalhadas. Alguma genie... sei.
— Vai te—
— Algum problema?

  Os dois se voltaram para Nao, que havia ficado no outro lado da rua e os olhava com a expressão um pouco perplexa. Ambos balançaram a cabeça e se prepararam para também atravessar, mas um flash de câmera os fez de novo parar um instante antes de se juntarem a Nao.

— Sinto muito, talvez vocês tenham aparecido na foto... — ela disse envergonhada. — Alguns fãs as postam na internet, mas sempre censura o rosto de pessoas comuns.
— Sim, sim! — Usagi confirmou, como se ela mesma tivesse o hábito, embora nunca houvesse visto uma genie de perto. Exceto por Nao, lembrou-se sem jeito. — O Mamoru não sabe, mas fãs de Harotsuka são muito respeitosos, mesmo.
— É, pode-se dizer isso — Nao disse soando um pouco convincente.

  Mas Mamoru não pareceu interessado em prolongar o assunto.

— Então, se elas estão indo ver as atrizes chegarem—
Genies — corrigiu Usagi.
— ...é por lá que entramos? — Mamoru apontou o caminho seguido pelas fãs de lenços combinados.
— Muitas vezes, nós entramos por lá sim — Nao confirmou com o olhar perdido tal como se pudesse ver a multidão formada na entrada principal das genies, apenas à espera de um relance de sua preferida. — Eles às vezes vêm bem cedo nos receber e esperam debaixo do sol, dependendo de que outro fã clube já não pegou o melhor lugar. Ou até de chuva. — Ela suspirou, e Usagi não soube dizer se por saudade ou alívio de não ter mais que seguir o ritual. Soava cansativo. — De toda forma, hoje vamos ser um pouco mais discretos e entraremos por aqui. — Com o polegar, ela indicou uma porta a passos de onde estavam de pé. — É onde me esperam; as pessoas de lá de dentro.

  Nao enviou uma mensagem pelo celular e se dirigiu à porta, abrindo-a sem problemas. Do outro lado, uma mulher alta de trejeitos um pouco masculinos surgiu de repente na frente dos recém-chegados.

— Nao-san! — cumprimentou a própria com uma voz tão grave que nem mesmo Mamoru pareceu haver previsto a julgar pela boca semiaberta. — Que bom que chegaram em segurança. Fizeram uma boa viagem?
— Sim. E está um belo dia lá fora — disse Nao com um sorriso leve. Então, acenou com a mão para atrás de si. — Estes são Mamoru Chiba e Usagi Tsukino. Espero que possa guiá-los durante o ensaio de sua trupe.

  A mulher voltou-se aos dois e curvou parcialmente o corpo.

— Sou Erika Kiina, uma caloura da Nao-san. Agradeço muito que tenham aceitado nos ajudar.
— Oh, é a moça do outro dia! — Usagi disse mais alto que deveria, a voz ecoando pelo corredor vazio. — Eu a vi em Tóquio, com a Nao-san — explicou.
— É mesmo? — Nao indagou com um suave franzido na testa. — Mas é verdade. Eu havia acabado de me encontrar com a Erika-chan quando nos conhecemos, né?
— Mas ela não era alguém que—
— Sim, sim! — Nao se apressou em confirmar antes que Erika falasse demais. — Mas aqui dentro ela será sua prima que está visitando, né?

  Erika titubeou um pouco, estudando Usagi com atenção. Claramente, Nao havia lhe contado sobre sua relação com Sailor Moon e quase que o segredo para Mamoru se revelava. Logo, o rosto dela se desanuviou e algo como determinação o coloriu.

— Sim. Meus primos de Tóquio que não vejo há anos. Sinto muito fazê-lo sem consultar, mas já comentei com amigas sobre essa história para prepará-las.
— Mas e a Nao-san? — Mamoru olhou para a mesma.
— Sinto muito, mas aqui terei outro assistente. Fique com Usagi, e eu entro em contato se precisar.

  Ele assentiu mais rápido que Usagi teria imaginado. Algo assim tornava sua vinda ao oeste...

— Mamoru inútil. — Ela riu, sem conter a necessidade de exteriorizar o pensamento.

  Ouviram alguém limpar a garganta antes que ele pudesse argumentar. Erika os olhava gravemente.

— Podem me seguir, então?

  Mamoru ainda olhou na direção que Nao havia tomado, mas esta seguia a para outro corredor sem nenhuma palavra mais. A própria Erika também continuou antes que os dois concordassem com aquele ajuste, sem conferir nem se eles realmente a estavam acompanhando.

— Tão bonita e tão cruel... Se não fosse genie, estaria fazendo filmes de terror, calçando um salto agulha e pisando na bunda de homens até que eles concordassem com o que ela quisesse — comentou Usagi em voz baixa, rindo. Sentiu a bochecha quente quando ouviu Mamoru juntar-se com uma risada discreta.
— Pensei que fosse uma fã.
— Da Nao-san!
— Deveria confessar logo que não faz nem ideia de quem é quem — ele disse, rindo agora mais alto.

  Usagi pisou seu pé até que ele parasse.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Pelo lado externo, o prédio principal do Harotsuka lembrava uma construção europeia, meio germânica, mas por dentro os corredores mais pareciam os de uma universidade japonesa.

  Juntamente a Mamoru, Usagi seguiu Erika fazendo o possível para não se perder nas janelas de cada sala larga por que passavam. Contudo, a ideia de que dentro delas alguma das genies mais famosas poderia estar ensaiando alguma obra inédita fez seu pescoço criar vida própria e esticar-se a cada uma daqueles portais para o mundo dos sonhos. Não era sua culpa que as portas também não fossem inteiramente opacas, o vidro estratégico à altura de uma mulher era um convite irresistível.

— Precisa mesmo olhar tudo? — perguntou Mamoru irritado, apesar de haver falado para Usagi, seu aborrecimento mais parecia dirigido a Erika.
— Mas olha, ali tem um monte de meninas fazendo isso, é normal! — Usagi apontou para o fundo do corredor, onde um grupo de prováveis genies espiavam pelo vidro da porta de outra sala. — Ali tem coisa boa, hein!

  Mamoru fez algum som que ela não pôde decifrar se era alguma palavra, reclamação ou xingamento.

— Ah! — exclamou Usagi quando passaram pela saída de outro corredor, perpendicular ao que caminhavam.

  Sentiu o braço de Erika se esticar — na verdade, agora via que ela havia esticado ambos para impedir os dois supostos primos de prosseguirem.

— Que houve? — Mamoru perguntou às duas em um sussurro.

  Erika ainda abriu os lábios para explicar, mas optara por mostrar com a cabeça o grupo de quatro genies que chegava do outro corredor.

— Nossa... — Usagi sentiu o coração forte quando um perfume madeirado alcançou-lhe as narinas. Inspirou-o como se fosse sagrado, tentando guardá-lo em todas as células que com ele entrassem em contato. — É uma First, Mamoru. Uma First — disse letárgica, era tal como um sonho.

  A First, seguida de mais três genies, passou com suas largas pernas. A última genie, vestindo um conjunto bastante mais feminino que todo o guarda-roupa de Usagi, parecia flutuar apesar do salto fino baixo de seus pés.

— Tão lindas! — Usagi não conseguia ainda controlar suas palavras, mesmo enquanto o grupo estava a um passo dela própria. — Não acredito que é uma First em carne e osso!
— Pra que essa baba toda? A Nao-san também é uma, certo? — Mamoru indagou próximo a seu ouvido.
— Mas...

  Mamoru realmente não entendia a mágica de Harotsuka. Contudo, a voz de Erika a salvou de explicações que ela não conseguia dar.

— Bom dia — cumprimentava ela, recebendo o mesmo em resposta.

  A First parou num repente e voltou-se ao grupo. Usagi estava certa de que levariam uma bronca por estarem clandestinos naquele reino secreto.

— Erika Kiina-chan, né? — A First olhava apenas para Erika, que assentiu com visível cautela. Aquela abordagem não era nem usual, nem esperada. — Pode mandar lembranças à Yuuki-chan por mim? Digo, por todas nós.
— Eu direi assim que a vir.

  A First sorriu, e Usagi flagrou-se sorrindo com ela como que enfeitiçada. Devia estar, era tudo tão perfeito...

— Muito obrigada, Erika-chan. Até mais. — E fez sinal às que a acompanhavam que podiam prosseguir, rumando para a direção de que Usagi acabara de vir.

  Com o grupo já distante, Erika indicou que voltassem a seguir pelo corredor. No fundo, estavam algumas genies que antes espiavam a sala e haviam se voltado para também assistir a passavam da First.

— Por que estão se amontoando aí no vidro? — Erika perguntou, sua voz grossa nem sequer causava eco.
— Kiina-san! — uma das genies, esta dentre as que deviam ter escolhido interpretar papel feminino, curvou o corpo. As demais a seguiram.
— Bom dia! — todas disseram uníssono também olhando para Usagi.
— Se querem assistir, entrem. Caras na porta só nos distraem.
— Sentimos muito... — disse a primeira genie, a expressão das amigas tal como se repetissem as palavras. Logo, o grupo curvou o corpo e se despediu, sumindo rapidamente na virada do corredor de onde haviam visto a First vir, foi tudo muito rápido, mas em nenhum momento haviam corrido.

  Usagi riu.

— Elas acharam que eu era daqui!
— Creio que só o fizeram por via das dúvidas — disse Mamoru.

  Erika, contudo, manteve o rosto sem expressão e sinalizou a porta que o grupo antes observava.

— Oh. — Agora que as distrações haviam passado, um calafrio invadia o corpo de Usagi. Toda sua barriga protestava qualquer movimento sequer na direção de sua sala, ameaçando sair por sua boca para continuar ali fora, em segurança. — Ele já está aqui? — A razão para sua vinda ao oeste.
— Sim, é sempre um dos primeiros a chegar — explicou Erika, seus olhos quase esbugalhados. Ela inspirou fundo depois de checar o interior pelo vidro e abriu calmamente a porta, fazendo sinal que os dois passassem.
Genies precisam sempre segurar a porta até que ela esteja fechada — Usagi cochichou para Mamoru. Diferente de suas demais explicações, desta vez ele levantou a sobrancelha com interesse, apesar de não no bom sentido esperado ao compartilhar a informação.

  Erika pareceu confirmar o dado com a cabeça enquanto terminava de fechar a porta, só então a deixando ir. Depois, estendeu a mão até um canto.

  A própria sala era ainda mais ampla e iluminada do que Usagi imaginava das imagens que vira pela televisão. Não podia dizer que havia uma trupe inteira ali, o que significaria ao menos setenta meninas. Não via mais que trinta, além de em torno de oito pessoas sentadas atrás de um grupo alinhado de mesas do outro lado da sala e sobre as quais se encontrava uma confusão interminável de papéis. E entre os professores, um estrangeiro de pele muito branca tinha os olhos fixos no grupo recém-chegado.

  Erika os apressou até onde quatro genies já a esperavam.

— São seus primos? — perguntou a mais baixa, de longos cabelos castanho claro. — Mas que legal! Minha família queria tanto ver meus ensaios quando comecei e agora que posso trazê-los aqui ninguém mais quer.

  Mesmo enquanto era apresentada por Kiina, Usagi sentia dificuldades em acompanhar o que a genie estava falando e se resumiu a acenar sempre que percebia uma pausa na conversa. Seus pelos do braço estavam tão eriçados que doíam. Aquela situação já passara de muito ruim. Teria sido imprudência chegar lá daquela forma?

— Você está bem? — ouviu perguntar de trás de si uma voz grave, todavia diferente da de Erika. Era mais sonora e com uma nuance a qual Usagi não sabia como definir, mas que deixava o som muito pessoal e quase melodioso. Ou poderia ser o sotaque forte do Oeste que lhe dava a impressão.

  Concentrar-se naquela voz ajudou-a a vencer a vertigem que começara. Usagi assentiu com a cabeça e confirmou:

— Estou sim.
— Ai que bom! — disse a voz, com linguagem casual. — Você tava branca como cera, sabia? Mas já estou vendo um pouco de cor nas bochechas.

  Usagi virou-se para agradecer a preocupação, mas apenas pôde abrir a boca quando notou tratar-se de alguma genie muito familiar e provavelmente dentre as bastante famosas.

— Yuuki-san! — Kiina exclamou-o tão surpresa em ver aquela mulher quanto a própria Usagi. — Já está se sentindo melhor? Encontrei a Terada-san no caminho e ela fez questão de te mandar lembranças. Mas não sabia que já estaria de volta.

  Yuuki era uma genie alta, um tanto mais até que Nao provavelmente. Tinha o cabelo castanho escuro e bem liso, a franja longa passando pelos olhos, caindo até sua orelha, e a pele bronzeada. Ela sorriu aberto para Erika e mostrou o próprio corpo com as mãos.

— Já tô nova em folha! Ontem não foi nada que um longo banho não recuperasse. — Seus olhos, mais límpidos e maiores que os de uma japonesa comum, voltaram-se a Usagi, passando por Mamoru e retornando a Erika. — São seus primos! — ela mesma afirmou. — O que acham de Kansai? Já estão prontos pra se mudar de Tóquio, né? — O sotaque nativo havia se tornado ainda mais perceptível. — Vocês vão adorar nosso ensaio, mas acreditem que não é nem metade do que será num palco. Deveriam nos ver quando formos a Tóquio. Chegamos lá em uns três meses. Temos que reservar o lugar deles, Erika-chan!

  Usagi sentiu Mamoru mexer-se impaciente a seu lado.

— Soube que algumas das atrizes vêm tido problemas no ensaio, é verdade? — ele perguntou com preocupação, mas ignorando o convite para a irritação de Usagi.

  Sabia ser apenas parte da atuação, mas talvez uma fração fosse verdadeira pela forma como os olhos de Mamoru estudavam tensos a expressão de Yuuki. Esta realmente não parecia tão saudável quanto aquela animação parecia querer provar estar. O arredor dos olhos estava com uma maquiagem grossa, a qual não lograra ocultar as olheiras; a pele da bochecha também parecia ressecada e um pouco flácida.

  O sorriso de Yuuki diminuiu e ela confirmou com a cabeça.

— Pois é... minha parceira hoje mesmo foi da entrada do teatro direto pra enfermaria. Acabei de vê-la.
— S-sua parceira? — Mamoru perguntou confuso.

  A gargalhada de Yuuki somente acrescentou para aquela perplexidade.

— Não é nada assim! — Yuuki disse após se acalmar, balançando a mão direita. — Aqui no Harotsuka trabalhamos com esse sistema; as fãs adoram. Cada uma das quatro trupes tem uma First Lady.

  Mamoru pareceu compreender, mas nada pôde dizer, pois Usagi o empurrou para longe de seu caminho e esbugalhou os olhos para Yuuki.

— Quer dizer que você é uma... — começou a falar.

  Yuuki assentiu com um sorriso divertido.

— Não me apresentei, né? Sou Yuuki Tatsu, a atual First da trupe Tsubaki. A mesma da sua prima, Erika-chan.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  A rotina de trabalho de uma genie não era pesado a princípio. Elas entravam em torno de dez, onze da manhã, ensaiavam, almoçavam, ensaiavam mais, tomavam banho e saíam por volta de seis da tarde. Usagi ouviu também que muitas ainda faziam ensaios privados sozinhas ou com amigas, além de outras procurarem aulas particulares para dança ou canto ou até musculação, considerando o esforço físico no palco. Esse período também não incluía cuidados pessoais, provavelmente desgastantes para aquelas que interpretavam mulheres no palco, pois se esperava serem mais femininas que a média, para gerar o contraste com aquelas interpretando homens. Poderiam ainda ser agendadas sessões de foto para a revista do Harotsuka, ou gravações para os programas do Hello Stage, naturalmente fora do tempo de ensaios.

  Era já uma vida completa; difícil tornava-se imaginar que tempo restaria à vida pessoal. Não era por menos que todas as genies estavam proibidas de manter relacionamentos amorosos. Elas até os mantinham, Usagi notou pelo tom das fofocas nos bancos, enquanto assistia ao ensaio matutino, mas deviam ser discretas, explicou-lhe uma das genies.

  Ela não ouviu muito depois. O mal-estar de quando entrara na sala ainda não havia passado inteiramente, e talvez sua pressão estivesse ainda mais baixa agora que só estava sentada, sem movimentar-se. Nem mesmo ouvir o som cru da bela voz de Yuuki Tatsu acelerava seu coração o suficiente.

— Usagi? — Mamoru a chamou com urgência.

  Já a estava sacudindo quando ela se deu conta. Olhou para ele como se estivesse no meio de um sonho, porque tudo a seu redor soava distante e irreal.

— Usagi, não é melhor sairmos?

  Ela balançou a cabeça e fez força para olhar de novo o que estavam ensaiando no momento. Era estranho. Não lembrava de a cena ser assim antes de ser chamada. Estivera dormindo? Yuuki estava à frente de uma formação triangular com apenas genies de papel masculino; o rosto da First sério, como se fosse outra pessoa.

— É a dança das que interpretam homem! — ela exclamou ao identificar a visão familiar, ficando sem ar com o mero esforço.
— Sim, já disseram isso quando organizaram todas. Algo sobre um bolero? Tem certeza de que está bem?

  Sentiu os olhos azuis de Mamoru tão fixos sobre si que Usagi confirmou com a cabeça todas as vezes que foram necessárias até ele voltar de novo para as genies.

  Livre daquela pressão, arriscou uma olhada de esguelha até o estrangeiro responsável por aquela coreografia. Imaginava que alguém com tal cargo ficaria bem ao lado de todas, corrigindo o lugar de cada dedo das mulheres na formação. Aquele momento era um dos mais famosos ao final de todo musical do Harotsuka e incluía mesmo genies que mal entraram para a trupe, recém-formadas da escola de música.

  Não obstante um centímetro errado arriscar toda a beleza de ver uma First e seu esquadrão agirem como um sobre o palco, o coreógrafo resumia-se a sentar-se atrás da fileira de mesa de instrutores, a cabeça baixa, os olhos desfocados.

— Usagi-chan? — a voz firme de Erika foi o que a chamou de volta a si desta vez.

  Encontrou-a bem à sua frente, uma expressão impassível. E a dança? Acabou?

— Parece que nossa dança não tá muito animada, né? — comentou Yuuki, aparecendo atrás, com uma toalha ao pescoço.

  Usagi balançou a cabeça letárgica, mas inspirou o ar com mais facilidade que antes. Os sons tornavam-se também mais altos... podia até identificar as palavras que falavam a seu redor.

— E eu crente que tinha arrasado agora há pouco... — continuava Yuuki, um beiço forçado para ênfase.
— Ela só deve estar com fome — interveio Mamoru. — Se não a alimentarmos com frequência, ela vira um monstro verde cheio de espinhos e engole tudo a seu redor.
— A pele dela tava mesmo um pouco verde — brincou Yuuki, curvando o corpo até onde Usagi sentava-se.
— E onde ele está? — ela perguntou, buscando por toda a sala. — O coreógrafo!
— Ah, ele já saiu — disse Mamoru.

  Por isso ela estava melhorando? Por isso ela havia acabado de perder mais de vinte minutos depois de olhar para ele? Usagi fechou o punho antes que começasse a tremer. O usual era ela resistir melhor que humanos normais aos ataques de youmas e afins, mas a simples presença daquele ser já a deixara assim. Talvez não devesse ter se arriscado tanto vindo sozinha à região oeste, a tantas horas de distância de qualquer reforço.

— Comer! Nunca concordo com o Mamoru, mas ele tem razão! Preciso comer!

  Yuuki e Mamoru riram ao mesmo tempo, mas Erika apenas reuniu seus pertences deixados ao lado de Usagi.

— Vamos à cantina, lá poderão comprar uma refeição enquanto conversamos — sugeriu ela, seu olhar explicitando que não se referia ao que ambos haviam achado da formação do bolero.
— Perfeito! Também não trouxe comida de casa, então... — riu Yuuki, piscando um olho de forma galante, embora Usagi não tivesse certeza se o efeito era proposital ou se ela só estava acostumada a fazê-lo sempre. — Ah, e depois vocês vão ficar pela tarde? Hoje vamos ensaiar umas músicas bem difíceis.

  Os quatro já caminhavam para a cantina, Erika não parecendo nada satisfeita com a companhia inesperada. Mas esta também não parecia se importar com o fato de não ser completamente bem-vinda.

  Agora que podia respirar um ar mais fresco, e não impregnado por seres estranhos disfarçados de coreógrafos estrangeiros, o coração de Usagi disparava só de se perceber lado a lado com uma autêntica First. Não se incomodaria se Yuuki se convidasse para passar o resto do ano na sua casa e ainda lhe roubasse o quarto, forçando-a a dormir no quintal. Sabia que era muito mais forte como Sailor Moon que todos os músculos sobressalentes dos longos braços daquela mulher e, ainda assim, sentia-se mais segura em sua companhia, bem como na de Erika. Genies realmente pareciam criaturas mágicas. Embora Usagi mesma meio que fosse uma legítima.

— Acho que já incomodamos o bastante — Mamoru respondeu ao convite de Yuuki e desviou-se de uma cotovelada de Usagi, acrescentando: — Estava pensando em passearmos um pouco por Kansai, já que ficaremos só até amanhã de tarde.
— Fazem muito bem! — concordou Yuuki.

  Não! Por que não podiam ficar rodeados por todas aquelas beldades? Mamoru, acima de todos, não deveria sentir aquela urgência? Não muitos homens tinham a oportunidade de ficar perto de mulheres tão bonitas. Ou ele se sentia ameaçado por causa de exemplos tão mais cavalheiros e atraentes do que um homem normal, como Yuuki e até Erika? Mas era injusto Usagi ter que pagar por aqueles ciúmes, quando ela mal se recordava do ensaio.

— Acho que prefiro ficar aqui e ver mais genies — ela acabou dizendo com sinceridade e bastante aborrecimento.

  Yuuki gargalhou.

— Aposto que Kansai vai ser um investimento muito mais frutífero do jeito que a trupe está desfalcada. Todo ensaio de coreografia resulta em metade das meninas pular o ensaio seguinte.
— É mesmo? — Mamoru indagou com gravidade.
— Já sei! — Abrindo sua bolsa, Yuuki começou a vasculhá-la até tirar de lá um bloco de notas recheado de papéis avulsos, a maioria envelopes. Ela correu até a mesa da cafeteria e escancarou o bloco, fazendo um sinal que o grupo esperasse mais um pouco. Enfim, ergueu vitoriosa um dos envelopes. — Tome! — E o ofereceu a Mamoru.

  Ele agradeceu o presente e estudou o papel.

— Pode abrir — disse Yuuki. — São ingressos pro aquário de Osaka. Não fica a mais de quarenta minutos da estação de Harotsuka e é super bonito! Sei que por Tóquio tem até melhor, mas não deixem de conhecer o nosso também. — Ela piscou com um olho ainda mais galante que da primeira vez, e Usagi assentiu antes de saber o que fazia.
— M-mas... — ela tentou se retratar após aquele erro. — É que... as genies! Eu realmente queria ver mais como vocês são ao vivo. Não vai dar pra acordar cedo e pegar ingressos do dia pra peça de amanhã e nunca assisti nada assim tão de pertinho.
Não vai dar pra acordar cedo e ainda se considera uma fã... — Mamoru começou a comentar, mas foi salvo de apanhar ao ser interrompido.
— Mesmo? Nem nos viu quando estamos em Tóquio? — Yuuki encarou Erika. — Por que nunca os levou?
— Como disse, não nos encontramos com muita frequência — respondeu Erika sem titubear quando até Mamoru pareceu tenso.
— Resolvido então! Depois do almoço tenho que checar como vai minha parceira. Eu mencionei que ela tava na enfermaria, né? Mas assim que acabar lá, vou reservar quatro lugares. Eu também ainda não parei pra assistir, e é a última peça da Jun-san. Sabe, a First daquela trupe, a Jun Terada-san.

  Não podia acreditar na facilidade com que Yuuki dizia que poderia ver uma peça esgotada fazia meses. Usagi apenas assentia a cada palavra, com medo de comemorar antes de ouvir que era tudo uma piada.

— Posso mandar pro hotel de vocês? Estão hospedados onde? — Yuuki perguntou, ainda sem rir.
— No Harotsuka Hotel mesmo — disse Mamoru. — Poderia então fazer algo assim? — Sua pergunta fora apenas por educação, mas tratava-se das exatas palavras que Usagi queria dizer. Só faltando muito entusiasmo e estrelas cintilantes e arco-íris...
— Perfeito, mais fácil ainda. Não posso encontrá-los na entrada, mas não é difícil se achar no teatro. Apenas sigam os fãs. — Yuuki recebeu alguma mensagem no celular. Rapidamente, aguardou o bloco de notas e fechou a bolsa. — Acho que terei que cancelar nosso almoço. Minha parceira parece que tá precisando de companhia pra comer, e na enfermaria não caberia todo mundo. Mas amanhã nos vemos, né? E divirtam-se no aquário!

  Yuuki acenou com a mão e saiu a largos passos.

— Uau... — era tudo o que Usagi podia dizer. — Ela é...
— Ela exagera um pouco às vezes — disse Erika.
— É, eu me senti um pouco cansado por ela — concordou Mamoru.
— Ela é tão maneira! — concluiu Usagi. — É mais que um raio de sol, ela é o sol inteiro de tão radiante!

  Erika limpou a garganta e pegou algo em sua bolsa. Em vez de a carteira para comprar o almoço, ela tirou o celular.

— Preciso agora avisar pra Nao-san, se ela estará livre pra ver a peça. Não posso ir com vocês amanhã, mas seria um desperdício o quarto ingresso. E precisaremos de uma desculpa se ela for.
— Não era melhor ter dito à Tatsu-san que só nós dois iríamos? — perguntou Mamoru.

  Olhando para a direção que Yuuki acabara de seguir, Erika suspirou desanimada.

— Pra Yuuki-san? — Os ombros de Erika caíram.
— Sei como é — concordou Usagi. — Aqueles olhos enormes dela são lindos demais pra resistir. Como negar algo a um raio de sol!
— Hmm. — Erika pressionou os lábios. — Bem... algo assim. Mas que tal comermos? Este ensaio realmente é esgotante, como a Yuuki-san estava dizendo. — Ela levantou o olhar para Usagi, pela primeira vez a encarando. — Vocês observaram bem como aquele coreógrafo faz?

  Só de ser lembrada, Usagi engoliu em seco, mas assentiu, entendendo o que Erika realmente queria dizer — sim, ela informaria tudo a Sailor Moon.

  E às demais senshi também.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Usagi não havia incluído nas suas expectativas para aquela viagem um passeio por Osaka. Já estivera antes pela Região Oeste, ou Kansai, em passeio da escola e uma vez com a família, mas não exatamente em Osaka, a segunda maior cidade do país e tão famosa por ser o exato oposto de Tóquio.

  Após várias horas e uma passada na loja de souvenires do aquário, Usagi agora experimentava um passeio pelo centro da cidade.

— Não tem uma roda gigante por aqui? — indagou a Mamoru, que a guiava com a ajuda de um mapa comprado na estação de Harotsuka.
— Você disse roupa. Estamos indo comprar roupas — ele respondeu um pouco aéreo e estressado. Era como vinha soando desde que abrira o guia na curta viagem de trem até o aquário, e Usagi lhe comentara como seria hilário se ele os fizesse se perder.
— Ai, é mesmo! Roupas! Preciso ficar perfeita pra amanhã e não trouxe nadinha apropriado para ir a um teatro tão chique.

  Olhou ao redor, enfim lembrando-se de por que insistira tanto ir ao centro quando a principal atração turística da cidade não ficava realmente ali, e sim a algumas estações no Parque do Castelo de Osaka. Mas quem queria ver um castelo ou um parque ou o que fosse que houvesse ali quando ela conseguira uma entrada para o Grande Teatro de Harotsuka?

— Sabe, os fãs pareciam bem normais quando os vimos... Ou as vimos. Não tem muitos homens por lá, né? — Mamoru comentou com reticência.
— Por isso queria fugir tanto? Esperava o que de um grupo de meninas?
— Foi bem desconfortável sentir alento que o coreógrafo era um homem, quando nem sabemos se ele é humano. Mas eu quis dizer que esperava mais homens para exatamente admirar as mulheres.
— Aqui! Eu quero este vestido! — Usagi começou a pular em frente a uma vitrine. Quando Mamoru não se mexeu, ela o puxou pelo braço até encontrar uma atendente.

  Duas sacolas e uma hora mais tarde, os dois deixaram a loja de departamentos.

— Tô com fome. — Usagi passava a mão na barriga, pedindo que ela lhe desse um pouco mais de tempo.

  Ainda precisavam achar a estação certa até o Harotsuka Hotel, já que a de onde vieram do aquário não pertencia à mesma companhia. Antecipar todo o esforço de ter que assistir às caras e bocas enquanto Mamoru brigava com o mapa a deixava com o estômago ainda mais vazio.

— Preciso de comida... — repetiu com a voz rouca de exaustão.
— Realmente, tava me perguntando quanto tempo até eu ouvir isso. — Mamoru soava inesperadamente feliz.

  Era estranho uma alusão tão óbvia a seu apetite incomum e nenhum sarcasmo, nenhuma maldade no tom. Ele realmente parecia feliz por ouvi-la reclamar. Seria algum nível superior de sadismo? Nem mais era necessário irritá-la que ele já estava satisfeito?

— Ai... — Pensar tudo aquilo fez sua barriga roncar e quase pular dentro dela. — É oficial; não aguento chegar no hotel e já gastei toda minha mesada.
— Que é bem alta pelo preço daquele vestido e daquele sapato e daquele lenço e daquele colar e—
— Chega! — ela gritou, gesticulando com as mãos. — Mais uma palavra e eu como tudo.

  Quando Mamoru riu, uma lâmpada acendeu forte em cima da cabeça de Usagi. Ela voltou enormes olhos para ele, recordando-se da técnica da First que conheceram mais cedo, Yuuki Tatsu, capaz de dobrar até mesmo alguém como Erika Kiina. Esbugalhou-os mais, tentando lembrar como exatamente Yuuki agia, mas sem sucesso. No final, decidiu por uma pose de cachorro abandonado no meio da chuva.

— O hotel é só a meia hora daqui — ele disse. Mas o nervoso de sua voz provava que a técnica adaptada sortira algum efeito.
— Nem sabemos onde é a estação e tem uma transferência. Lembra do mapa? — Ela se aproximou e piscou algumas vezes na esperança de umedecer mais os olhos.

  Os pensamentos de Mamoru passavam à frente quase como se seu rosto fosse uma tela de computador, e Usagi soube que havia conseguido algo antes que o próprio o dissesse.

— Certo, mas vai ter que me pagar de volta lá em Tóquio, ouviu? Não creio que a Nao-san tenha a mínima obrigação de me reembolsar.
— É sério que vai cobrar por comida de uma garota? — ela perguntou incrédula. — Cobrar comida! Não se faz isso a ninguém. Ninguém.
— Sua filosofia é que não faz o mínimo sentido. Em que país você vive? Até na China você precisa pagar se quiser comer.
— Você quer me cobrar comida!
— E guardarei a nota fiscal. Escolha direito o lugar pra não reclamar depois.
— Cobrar de uma garota!
— Cobraria de um homem também, se está tentando me acusar de sexismo.
— Sabe, Mamoru? — Usagi ergueu o indicador até perto do nariz do outro. — Não é à toa que você não tem namorada.

  Havia-o dito por simples estratégia de convencimento para conseguir uma refeição grátis, mas a frase lhe soou familiar. Ao notar que acabara reverter o que ele mesmo vivia lhe repetindo, uma onda de prazer a invadiu e quase saciou sua fome. Quase... Mas pensando bem, ela nunca o vira com ninguém mesmo. Não era como se ele realmente tivesse problemas, certo? Não. Não mesmo. Né?

  Quando Usagi voltou a olhá-lo, parte do sabor daquela pequena vitória ficou amargo. Mamoru havia ignorado seu discurso brilhante para olhar uma placa listando os restaurantes em um prédio à frente.

— Ei! — ela brigou.
— Que foi? — Ele se virou da placa sem maior reação.
— Tava aqui notando de como nunquinha te vi com alguma namorada!
— Se tá com energia pra pensar nessas besteiras, vamos pro hotel. É melhor que qualquer coisa aqui.
— Não! — Usagi cruzou os braços. — Quero comida! Agora! Já!

  Acabando por se resignar aos protestos, Mamoru disse:

— Certo, certo. — E para nova surpresa de Usagi, ele sorriu.

  Simplesmente isso. Sorriu. E foi o bastante para o frio de seu estômago vazio virar um calor no peito. Usagi teve que se sacudir para tentar apagar a sensação, fingir até para si mesma que não acabara de achar bonito o sorriso de Mamoru.

— Então, vamos? Melhor te alimentar logo mesmo; seu olhar tá começando a parecer meio embaçado até — ele continuou, ainda rindo de leve. Em seguida, talvez porque Usagi ainda não havia se mexido, Mamoru colocou a mão em suas costas para pô-la em movimento até algum restaurante.

  E como se a impressão de que o sorriso de Mamoru era bonito já não houvesse a apavorado, agora o toque dele, um gesto tão casual e interceptado pelo tecido não realmente fino de sua blusa, fez os músculos de Usagi entrarem em alerta tal qual se houvessem levado um choque elétrico.

  Tuxedo Kamen... o nome lhe voltou num repente. Era isso. No meio da brincadeira de colaboradora de Sailor Moon infiltrada entre famosos, escapara-lhe da mente o que descobrira dias antes. Mas era por isso que vinha reagindo assim com um sujeito intragável como Mamoru.

— Comida! — ela gritou para tentar calar seus pensamentos. — Vamos, precisa me alimentar! Vire um cavalheiro e alimente uma garota.
— Sim, sim. Já disse que pode escolher nosso destino — Mamoru falou virando os olhos, mas ainda com a expressão descontraída, diferente de sua usual presunção.
— Comida! Comida! — exclamava agora ao notar outro problema.

  Um homem e uma mulher jantando sozinhos, sobretudo quando ele pagava, era a definição mais básica de um encontro. Mas não era como se ela realmente tencionasse devolver qualquer centavo para aquele pão-duro que tinha a coragem de recusar comida... Uma questão de princípios.

Continuará...

Anita, 15/05/2015

Notas da Autora:

Eu avisei que a coisa do Harotsuka ia dominar mais e mais, não avisei? Não? Tenham medo pelos capítulos que ainda virão! Perceberam que, em breve, a Usagi terá sua primeira peça de teatro, né? Mais razões para eu explorar o Harotsuka! Sério... sentirei falta disto quando a história acabar, rs.



Neste capítulo, consegui introduzir um pouco mais as atrizes. Até peço desculpas aos que não gostam de personagens originais. Eu diria que é a fic errada... Mas garanto que meu coração ainda é UsaMamo! Gente, não sabem como eu suspirei apaixonada escrevendo essa última cena. Ela é tão simples! Só que foi tão prazerosa! Creio ser uma das minhas favoritas em toda a história. Eu só ficava: UsaMamo! Isto é UsaMamo! Meus UsaMamo! E vários corações flutuando, etc.



Sem querer estender a aula que já foi longa, devo esclarecer de novo que tudo aqui sobre o Harotsuka é sobre o Harotsuka. Muito foi adaptado originalmente do Takarazuka, mas os termos são outros. As Firsts do meu Harotsuka são as Top Stars do Takarazuka, por exemplo.



Por outro lado, Osaka, o aquário, a roda gigante, tudo isso existe mesmo! Não posso recomendar porque nunca fui, mas que existem, existem, rs. As pessoas do oeste japonês, a Kansai, realmente têm todo um dialeto e um sotaque diferente do japonês padrão (que é praticamente o que se fala por Tóquio, salvo algumas diferenças). A personalidade de Kansai também pode ser comparada as diferenças do Rio de Janeiro para São Paulo. Dizem que os Kansai-jin são mais expansivos enquanto o pessoal de Tóquio é mais sisudo. O que não é verdade para a Usagi-chan, né? Uma nota, a Erika Kiina definitivamente não é de Kansai. Ela é de Tóquio! xD



2 comentários:

  1. Como eu disse no outro review, estou achando as informações sobre a sua Harotsuka bem interessantes e a Usa fangirlando tudo é super adorbs haha.
    Gostei muito também das personagens novas, quero muito saber como elas vão influir na estória e deu pra perceber que o relacionamento entre elas vai ser importante.
    Also, o modo como você descreveu o efeito do "coreógrafo" na Usagi foi super creepy, mas é impressão minha ou ele não pareceu afetar ou pelo menos afetar tanto as outras pessoas? Mamoru parecia bem ok.
    E por fim MamoUsa passaando juntos AWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWN
    E eu também estavam em full shipper mode naquela cena final hahaha
    Continue assim, Anita, nunca mude, continue alimentando meu vício por esse ship xP
    Esperando pelo próximo!
    Beijos

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    Respostas
    1. *___* Você não imagina como fico feliz sempre que fala assim do Harotsuka! XD Até das personagens! *_* Aliás, que bom que gostou porque elas meio que aparecem bastante.

      Sim, o coreógrafo teve algum efeito que afetou a Usagi muito mais! Tadinha :( Eu o matava se eu fosse a Usagi e estivesse no meio de um ensaio do Takarazuka e aí viesse um alienígena/ser maligno/o Papa! e me impedisse de aproveitar cada segundo do ar que elas respiram. :xxx

      MamoUsa....... ♥♥♥♥
      em muitos momentos desta fic eu parava enquanto escrevia e pensava: cara!!! era esse MamoUsa que eu queria fazer!! Como que eu consegui!?!? Quero maaaais!!! Até agora não sei bem o que fiz de certo aqui, adoraria descobrir xD

      Neste fim de semana preciso sentar e terminar de revisar o próximo capítulo! Espero que continue gostando das aulas sobre minha trupe imaginária xD

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