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[Sailor Moon] Minha Vida Existe Para Viver com Você - Capítulo 9, escrita por Anita

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Título: Minha Vida Existe Para Viver com Você – Capítulo 9
Autora: Anita
Fandom: Sailor Moon
Classificação: 14 anos.
Gêneros: comédia romântica, aventura.
Resumo: Tsukino Usagi / Chiba Mamoru. Usagi tem 23 anos, um emprego e uma vida toda para encontrar aquilo que lhe parece estar faltando quando sua mãe a empurra para um casamento arranjado. E justo com Mamoru, o sujeito convencido que a atormentou durante sua adolescência! Mas e se ele for justamente a peça perdida que anda lhe fazendo tanta falta?

Notas Iniciais:
 História escrita para a Quinzena Sailor Moon, um desafio promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal. 


Olho Azul Apresenta:
Minha Vida Existe
Para Viver com Você



Capítulo 9 – O que se Perdeu

  Parecia fazer uma eternidade desde que Usagi havia se desentendido com Mamoru e os dois chegaram a quase um divórcio. A verdade era que nem fazia um mês e já parecia haver outro problema, um que ela não conseguia entender. Desde a véspera para irem a Quioto, seu marido vinha se comportando como se sua mente estivesse em outro lugar. Até mesmo sua mãe havia brigado com ele no domingo enquanto almoçavam na casa dos Chiba e falavam sobre a iminente festa de casamento.

  Alguém devia tê-la avisado que dava azar casar antes da festa. Nem mesmo enquanto ela passava mal de botar todo o estômago com intestinos e tudo para fora, Mamoru parecia presente. Claro, ele ficara preocupado de início, fizera uma piada às suas custas envolvendo uma lista de coisas que havia comido no dia anterior, mas nem se importara mais depois. Quando eles se encontraram na estação após saírem cedo do serviço, sequer parecia haver lhe passado pela cabeça comentar sobre o sundae que ela comprara no caminho.

  Lembrando-se disso, Usagi curvou-se para se despedir do homem que acabara de lhe apresentar um apartamento e teve que dar um tapa nas costas de Mamoru para que este reagisse.

- Seu amigo nos apresentou a essa imobiliária com toda boa vontade. Você devia ao menos ver o que estamos querendo alugar – disse ela, cruzando os braços. – Aliás, posso não ser lá muito inteligente, mas qual o sentido em se mudar de uma casa própria pra uma alugada? É um pouco triste também deixar seu apartamento... Você não acha?

  Com um rápido olhar para ele, restava óbvio que Mamoru não estava mais ouvindo nada. De novo.

- AI – gritou ele em resposta ao pontapé que recebera na canela. – Não precisava disso!
- Fala sério, Mamoru! Era para a noiva ter toda a atenção. Mas no lugar você fica olhando o nada, a Makoto fica olhando o nada. Se bem que ela eu até entendo, só que esta semana tá pior. E agora até meu chefe não parece nem aí. Hoje falei com ele que tinha que sair um pouco mais cedo por causa da imobiliária e tô até agora em dúvida se o Shin notou que eu cheguei ao serviço.
- Desculpa, Usagi. Eu sinto muito.
- E olha, desta vez um parfait não me compra de volta! – Tentando ignorar o pedido do outro, ela passou a andar mais rápido.
- E um crepe?
- Não mesmo.
- Os dois e ainda cubro com um millefeuille.

  Usagi balançou a cabeça tonta só com todos aqueles nomes. Então, pediu:

- Pare de falar de comida, já disse que não quero.
- Isso é medo de eu te convencer. – E Mamoru sorriu, puxando-lhe gentilmente pelo braço até que ela voltasse a lhe olhar.

  Droga, aquilo era golpe baixo. A forma como ele a encarava era como se todo estivesse focado ali, somente ali. Cretino, estava noutro lugar havia tão pouco tempo. O sorriso dele cresceu, devia ter lido seus pensamentos.

- Baumkuchen, então?
- Ai, desiste, Mamo.
- Ao menos, não está mais me chamando pelo nome. – Ele suspirou parecendo honestamente aliviado. – Desculpa por andar assim. – E envolveu seu rosto com uma das mãos. Era tão quente e confortável. Usagi deixou-se descansar ali por um momento e sorriu de volta.

  Mas um canto de sua mente não se deixou enfeitiçar desta vez; digladiava-se em busca de uma solução para o problema de que seu marido não queria lhe falar.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Com um suspiro, Minako voltou a acariciar o gato branco que mais ficava em frente à sua casa. Nos últimos dias, ela sequer vira o preto por ali. Mas olhar para seu pulso também lhe trazia lembranças.

  Fazia já alguns dias que ela faltava ao serviço, pois tremia só de pensar no homem que aparecera lá no sábado.

- Eles vão acabar me demitindo se continuar assim – concluiu, deitando a cabeça sobre o corpo quentinho do gato. Era reconfortante ficar assim.

  E ninguém entenderia aquilo. A forma como o tal homem de cabelos a ruivo a havia chamado e tudo o que lhe havia dito. Sobre um reino da lua, demônios, sobre ela ser parte de tudo isso também. E que um dia ela iria persegui-los junto com a moça que se sentava àquela mesa.

  Se Minako descrevesse a conversa a qualquer um, achariam que ela apenas ouvira uma piada ou um delírio. Quantos doidos ela já não atendera? De manhã, ainda apareciam alguns bêbados que queriam esconder o cheiro de álcool com café antes de voltarem para casa ou até para o trabalho. À noite, vinham alguns engravatados querendo comprá-la como se ela fosse alguma hostess.

  A razão para a história contada pelo homem ruivo fazê-la tremer tanto, mesmo dias depois, era simplesmente que podia ser verdade. Seu corpo dizia que o era. Seria algo de outra vida? Um dever mágico, como acontecia nos mangás?

- Eu teria que matar alguém? – perguntou para o gato, quem apenas lhe respondeu com um miado confuso. É, até um animal irracional achava que aquilo era loucura.

  Essas coisas de mangá sempre lhe pareceram tão legais. Ela também queria poderes mágicos. Mas não daquela forma.

  O homem dissera bem claramente quando a exibira para o loiro – aquele era um amigo de Shin, não era? – e para a moça chamada Makoto. Elas teriam que matá-los um dia. Algo havia acontecido e tão logo elas lembrassem, iriam matá-los.

  Algo... Mas o que era esse algo? Pensando bem, Minako não queria saber. Matar? Ela não queria matar. Muito menos ter que matar.

  Por que está dizendo isso?”, Makoto havia perguntado, antes que ela própria recuperasse a capacidade de respirar. “Essa sua brincadeira está indo longe demais, Masato.

  Sem soltar o pulso de Minako, o homem, Masato apenas devolveu um sorriso. Ele parecia triste nesse momento. Mas quem não ficaria, sabendo que seria morto e até por quem?

  Apenas estou dizendo desde logo que eu já sei. E que é melhor que o Jadeite aqui também saiba. Parece ser o nosso destino.” E começou a contar com os dedos: “Uma, duas...” Quando levantou o dedo anelar, ele olhou para as duas em silêncio e sorriu novamente sem terminar a contagem.

  Com o coração batendo arritmicamente, Minako pediu desculpas e saiu como que usando o piloto automático. Em vez de se esconder na cozinha, suas pernas a guiaram até a saída do café.

  Pouco depois, Makoto viera procurá-la ali, aparentemente depois de dar um soco no acompanhante, e pedira que não levasse nada a sério. Mas como? Ela realmente conseguia ouvir algo assim e fingir que não sabia de nada?

- Ah... – Minako se aconchegou mais uma vez entre os pelos do gato. – Deve ser melhor eu procurar outro emprego. Não vou conseguir ir para lá e não pensar naqueles homens. Mas aí eu nunca veria mais o Shin, né? Não é como se ele quisesse saber de mim nos últimos tempos. Fui agressiva demais? Se bem que a técnica da Ami também não deu muito certo, aquele músico nunca mais veio aqui. Mesmo depois de eu contar meu plano perfeito da deusa do amor!
- Miau... – o gato reclamou, e ela percebeu que estava apertando seu pescoço e balançando o felino.
- Ih, desculpa. – E gargalhou um pouco.

  Antes que pudesse voltar à sessão improvisada de terapia, porém, ouviu o toque do celular vir de seu bolso.

- Ah, não... – saiu de sua boca ao ver o nome na tela. Minako a exibiu para o gato antes de perceber que ele não poderia ler. – O que ela quer comigo? Não podemos só deixar nossos empregos e namorados? – Ainda assim, atendeu.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Ami achava que o único susto do dia consistiria em encontrar Minako no templo Hikawa.

  Quando havia sido chamada por Rei Hino no domingo, sabia já que o assunto não seria relacionado a seu trabalho, mas que ainda assim era importante. Teria sido curiosidade apenas o que a havia guiado até ali? Quantas pessoas levariam a sério uma reunião dessas quase de noite se não poderia haver um só assunto em comum entre ela e aquela mulher que fosse importante?

  Por essa razão, encontrar Minako e uma quarta pessoa na entrada do templo a fizera ficar levemente sobressaltada. O que Rei estaria planejando reunindo aquelas pessoas? O que elas tinham em comum? Sim, Minako e ela moravam juntas. E Minako parecia conhecer a outra, Makoto, de algum lugar. E havia a própria Rei, a quem Ami conhecia apenas em sua vida profissional.

- Ah, é a menina daquele dia... – ouviu Minako comentar enquanto observava Rei, sem dar detalhes de a que se referia.
- Então, você se lembra de mim? – Rei mostrou um sorriso de satisfação e chamou que todas fossem até seu quarto.

  Era estranho como cada uma escolheu, sem pestanejar, um lugar ao redor da pequena mesa no centro do quarto, mesmo nunca que nunca houvessem estado naquele cômodo antes. Ou já haviam? Todo o templo era familiar para Ami desde a primeira vez em que o visitara. Por vezes, havia se convencido de que já o havia visitado em algum momento de sua vida, talvez na infância. De toda forma, havia se esquecido de como era reconfortante estar ali, quase a ponto de dissolver a ânsia que a situação causava.

- Pois bem, aqui estamos todas, né? – disse Makoto com a expressão pesada.

  A verdade era que Ami devia ser a única totalmente confusa com sua posição ali. Com olhar rápido, podia perceber algo como determinação no rosto de todas.

- Falta eu explicar um pouco melhor para a Ami – respondeu Rei. – Não que eu saiba muito mais. Mas, como você já sabe, eu sou uma sacerdotisa e isso me dá uma sensibilidade maior ao mundo espiritual.

  E a moça continuou uma narração fantástica de visões e monstros e uma princesa. De forma tão séria que fazia Ami pensa ainda mais que pudesse ser uma brincadeira. Talvez, Minako estivesse lhe retribuindo por não lhe dar ouvidos sobre Zoisite? Mas não, sua amiga vinha andando pela casa quase como um zumbi. O que tivesse acontecido, não a deixara com humor para pegadinhas.

  Sem contar que o maior susto que Ami levava naquele dia se devia ao fato de ela mesma já saber tudo o que Rei falava. Fazia sentido. Era aquilo mesmo. Ouvia-a narrar sobre generais controlados por um ser maligno tal como se estivesse revisando alguma lição que aprendera muitos anos atrás na escola. Era algo que ela já conhecia, mas de que havia se esquecido.

- Espera... – interrompeu-a quando Rei começou a descrever o que cada general estaria fazendo na vida presente. – E-está dizendo que devemos matar q-quatro pessoas?

  A resposta foi rápida:

- Eu mesma não sei bem do que estou falando, exceto que eles já tentaram nos matar mais de uma vez.

  Ami queria protestar que aquilo era o que Rei achava, mas conseguiu e apenas suspirou exausta. Foi quando Minako interrompeu:

- Mas o Shin não fez nada de mal! – E voltou-se para Makoto antes de continuar: - Não acredito que esse era o grande plano...
- Shin não é o rapaz que você...? – Ami cobriu a boca ao concluir algo. – Não me diga que todas conhecemos esses generais.
- Exatamente – foi Makoto quem respondeu. – Todos acharam uma forma de entrar nas nossas vidas. Pode ser uma coincidência, como o que fez nós quatro nos conhecermos de alguma forma. Mas...
- Eu conto a ela. O que aconteceu no sábado.
- Sábado?

  Aquele era o dia em que Minako havia retornado de seu turno extra daquela forma tão estranha, pálida e tremendo, mas sem dar uma palavra. Ami percebeu que agora era ela quem tremia antes mesmo de ouvir sobre o incidente.

  Quando a companheira de apartamento terminou o relato sobre o tal dia, Ami olhou imediatamente para Rei. Então, perguntou sem hesitar:

- No meu caso, é o Zoisite, não é? – dizia-o friamente, mas a cada palavra um gosto acre lhe tomava a boca. – Que se aproximou de mim...
- Sim... – Ela baixou a cabeça. – E os quatro definitivamente se conhecem. Eu os vi no domingo, todos juntos dentro de um apartamento.
- Pelo seu fogo sagrado?
- Na minha frente, quando fui visitar meu até então namorado, Jadeite. Kunzite agora assumiu o nome de Shin Saitou e trabalha na mesma empresa que Jadeite. E, como você ouviu sua amiga descrever, Masato Sanjouin é o quarto general; mas nós o conhecíamos por Nephrite.
- O Zoisite...

  Mas Rei a interrompeu:

- Não precisamos matá-los no momento. Nem poderíamos sem nossas memórias. O fato é que ao menos um deles recuperou suas memórias e eles com certeza irão atrás do Cristal.  Precisamos nos adiantar.
- Cristal? – Ami franziu a testa. Havia muito ali que interrogar, mas preferiu ater-se ao que fosse mais importante.
- O Cristal de Prata – Assim que Minako o disse, ela tampou a boca com as mãos e olhou assustada ao redor. – Como eu sei disso?
- Porque todas nós sabemos de algumas coisas, de alguma forma – explicou Rei. – Pensem bem sobre a primeira vez em que se viram, se aquela realmente havia sido a primeira. Eu não sei o que é que tem bloqueado nossa mente, mas isso tá se enfraquecendo.
- Mas o que é esse cristal? – Makoto perguntou.

  Rei suspirou como que adiantando sua resposta, mas a disse mesmo assim:

- Confesso que não sei ao certo. Venho procurado na internet e em livros, mas não acho nada. Só não vou permitir que esses sujeitos o encontrem.
- E pra isso, nós o pegaríamos? Seria exatamente chamá-los a nos atacar, não? – Balançando a cabeça repetidamente, Makoto se levantou da cadeira e começou a olhar pela janela.
- O Cristal é supostamente muito poderoso. Estaríamos mais seguras com ele, do que expostas ao que eles decidirem fazer primeiro: ir atrás de nós ou dele.
- Mas como pegaríamos o que nem sabemos que é?

  Um sorriso enfim se delineava nos lábios da anfitriã, quando ela apontou à mais alta do grupo e disse:

- Sua amiga é a chave. Sempre que pergunto aos deuses sobre o Cristal, a imagem de Usagi Tsukino me aparece.
- Chiba – corrigiu Makoto como que automaticamente.
- O quê!? – Minako foi a primeira a reagir. A loirinha que trabalha com você e com o Shin?

  Mas Ami logo a seguiu, reconhecendo o nome:

- A moça que está se casando?
- Ué, não me diga que ela contratou a empresa!? – Minako ergueu as sobrancelhas com um sorriso animado.

  Ao menos, falar sobre casamentos ainda era capaz de fazer a companheira de quarto se esquecer do choque que recebera no sábado anterior, concluiu Ami com alívio. Assentindo, acrescentou:

- Sua mãe é a responsável.
- Uau, a amiga da Makoto está trabalhando contigo e eu totalmente a conheço! Que coincidência... – Minako estalou a língua e sorriu.

  Rei interrompeu a conversa ao se levantar e pôr uma perna sobre a mesinha do quarto em uma pose decidida:

- Não há coincidência alguma. E o nome dela é Serenity.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Era difícil não se preocupar sempre que Minako saía de casa. Ainda mais com tantos dias de autorreclusão. Arthemis se deixou deitar no muro mais uma vez e descansou o lado da cabeça sobre as patas, enquanto se lembrava do que vira no sábado quando fora com Luna ao café. Nephrite. O único general que faltava localizar não estava sozinho, mas junto de Jadeite, Makoto e até de Minako.

  Desde quando Minako conhecia Makoto? Era verdade que uma trabalhava perto da outra, mas não possuíam qualquer relação em comum. E as coincidências continuavam a acontecer... Sobre o que os quatro teriam conversado? Até mesmo ele que só podia ver a vida externa de Minako sabia que a antiga dona vinha se comportado diferente desde aquele dia. Ele até considerara que ela pudesse haver se lembrado, mas seu tratamento ao gato não havia sido alterado.

  Ainda que soubesse disso, Arthemis entendia um pouco melhor o medo de Luna. Como Minako se sentiria quando lembrasse? De como suas amigas haviam morrido, de como elas quase falharam, de como quase tudo parecia perdido... Todo aquele tempo dedicado a ser uma sailor lhe havia roubado bastante do entusiasmo, Arthemis viera a perceber logo que a reencontrara de volta a ser a mesma de antes de se conhecerem.

  Teria doído? Muito? Ainda que houvesse passado, morrer não podia ser uma experiência simples. Na primeira vez em que as meninas recuperaram suas lembranças, seus semblantes tornaram-se tão pesados que pareciam dez anos mais velha. Ou mais.

  Definitivamente, sentia-se tal como Luna. Não queria que elas se lembrassem... mas e o Cristal de Prata? Como poderiam recuperá-lo sem despertar os poderes da princesa Serenity? Todo o processo era tão misterioso que podia até trazer de volta a lembrança de todas, não apenas de Usagi.

- Arthemis, não é?

  O gato pulou com os pelos eriçados e os dentes apenas para fora para se deparar com Jadeite de pé na parte de baixo do condomínio, olhando-o fixamente com um sorriso.

- Seu nome. Era Arthemis, certo? Faz alguns bons anos, perdoe-me a memória.

  Estava pronto a responder em alto e bom som quando percebeu que não poderia sem atrair atenção de toda a vizinhança para um gato falante. O general exibiu um sorriso afetado, mostrando que sabia muito bem disso.

  Maldito, pensou o felino enquanto descia até onde era aguardado.

- O que você quer, Jadeite? Cansou de se fingir de inocente?
- Ah sim, nós já havíamos nos encontrado antes, né? – Ele encostou o corpo contra a parede mais próxima e se agachou. – Então, não faz tanto tempo assim. Devo pedir desculpas, mas naquele momento eu realmente não fazia ideia de quem vocês dois eram.

  O que ele ganhava com a mentira? Perguntando-se isso, Arthemis percebeu que também não perdia nada por acreditar, mas ainda preferiu confirmar:

- Vocês perderam a memória também?
- Exato. Apenas surgimos neste mundo sem nem saber nossa origem. Só com um emprego e uma historinha que não sei como os outros acreditavam. Como eu ser estrangeiro... eu tenho até um cartão de alienígena, sabia? – Jadeite deu uma gargalhada e, por um momento, pareceu pronto a exibir o mesmo.
- Considere a social feita. Agora, pode responder minha primeira pergunta.
- Eu mesmo não tenho certeza, mas aqui vai nada. Gostaria de propor uma aliança.
- Não somos tão bobos assim, General.
- Onde está a outrinha? Aquela Luna. Prefiro não ficar me repetindo, e Zoisite me garantiu que vocês dois sempre ficam por aqui.
- Podia disfarçar um pouco sua amizade com os outros pelo menos. – Arthemis passou a lamber as costas, tentando parecer entediado.
- Amizade... Não sei nem se, nos tempos em que defendíamos o senhor Endymion, podíamos ser chamados de amigos.

  O gato considerou por um longo momento. Não havia muito ali, mas procurar Luna não seria difícil, nem realmente arriscado.

- Ainda não vejo qual seu interesse na aliança. – Afinal, decidiu tentar mais uma vez.
- É bastante óbvio: garantir a segurança de meu senhor Endymion. – Com a voz um pouco mais baixa e o tom menos cerimonioso, ele ainda acrescentou em um sussurro que Arthemis quase não pôde ouvir: – E da Rei.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

- É impossível ser amigo de todo mundo. – Reika tomou um gole de seu café e pôs de volta a xícara na mesa. – Pra que isto?

  Sentindo-se um pouco tonta, Usagi balançou a cabeça, como se tentando censurar a si mesma pela ideia. Contactar justo sua rival? Bem, Reika não era uma rival propriamente, nunca havia acontecido nada entre Mamoru e ela. Mas o gosto amargo de saber da traição – ainda que inexistente – não fora esquecido.

  Para que a havia chamado mesmo? Para obter o contato, voltara a falar inclusive com Motoki, com quem ainda se sentia um pouco brigada depois de saber como fora usada em suas desculpas para a esposa – e um pouco em respeito ao que Usagi havia pedido a Mamoru.

  Ah sim... Mamoru. Mamoru...

- Eu não gosto de como ficamos – Usagi disse à mulher. Devia estar muito nervosa, pois só de olhar para o bolo delicioso que havia pedido, sentia o estômago embrulhado.
- Sua solução foi perfeita. Até você decidir quebrá-la agora. – Reika estava terminando o café e parecia indicar com o corpo que iria embora tão logo o fizesse.

  Mesmo havendo sido próxima de Motoki, Usagi nunca realmente se encontrava com Reika. Dessa forma, sua imagem dela costumava ser apenas a da estudante que conhecera tantos anos antes, quando da ida para o intercâmbio. Sim, as duas haviam se visto depois, apenas não o bastante. Talvez porque Motoki sempre reclamava da esposa... Havia algo como cumplicidade ali.

  Hoje a Reika sentada à sua frente em nada tinha a ver com a jovem de antes. Ela definitivamente ainda era bonita, talvez até mais ainda. Todavia, algo estava errado em seu olhar. Podia ser apenas o choque de vê-la com a barriga já tão grande. De quantos meses estaria? Ela mal havia descoberto um mês antes, né?

- Vinte e uma semanas.
- Quê?
- Você estava olhando pra minha barriga. Estou de quatro meses. Eu sei que é grande, mas é só isso.
- Oh. Desculpa, eu não queria olhar. – Baixou a cabeça apenas para se lembrar do seu bolo. Tentou levar um pedaço à boca, não podia mostrar para o inimigo qualquer fraqueza! – Eu insisto que compareçam ao casamento. Mamo está muito triste, acho que isso o animaria! E você é amiga dele, né? Não iria querer ele assim. Seria legal vocês poderem conversar de novo. Considere ao menos ir à festa. Ou mandar uma mensagem, sei lá.

  A outra riu ainda segurando a xícara contra a boca. Então, disse-lhe:

- Não seja tão boba, Usagi. Dificilmente, eu seria a causa da tristeza. Não conhece seu marido? Mamoru não é bem do tipo que precisa de com quem falar. Era sempre eu quem o procurava... Está perdendo seu tempo aqui. – Reika terminou sua xícara e começou a abrir a carteira.

  Sem perder tempo, Usagi se levantou e esticou o corpo até o outro lado da mesa para bloquear a mão da outra.

- Espera! – disse apressada. – Eu também a chamei porque precisava perguntar uma coisa.
- Quê?
- É mais como uma ajuda mesmo... mas queria que não dissesse nada ao Mamo ou ao Motoki.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Após puxar a porta para fechá-la, Mamoru guardou os sapatos na estante ao lado e pôs os chinelos para entrar em casa. Vinha abrindo tantos folhetos e se imaginando nas casas anunciadas neles que seu próprio apartamento parecia algo do passado sempre que entrava nele ultimamente.

- Cheguei, Usa! – chamou, franzindo a sobrancelha.

  Eram apenas oito da noite, ela não estaria dormindo, certo? Olhou para a sacola em uma das mãos, havia passado em um restaurante de sushi popular e comprara bastante. Seria um desperdício, já que ao menos dois terços eram para ser da esposa.

  Mesmo já havendo reajustado o vestido de casamento duas vezes, ela não vinha levando muito a sério o regime que deveria fazer até a cerimônia. Ela evitava alguns doces e compensava a dieta na quantidade de comida, o que não traria qualquer resultado obviamente.

- Usa! – Ele espiou sorrateiro para dentro do quarto, mas a cama estava da forma como ele havia arrumado pela manhã. – Ué?

  Coçando a cabeça, pegou o celular no bolso do paletó e enviou uma mensagem perguntando de seu paradeiro. Tentou ainda lembrar se a esposa lhe havia dito qualquer coisa sobre chegar tarde, mas nem haviam se falado naquele dia direito. Usagi, incrivelmente, se levantara primeiro e ficara o dobro do tempo no banheiro do que o de costume. Bem, mulheres são assim, disse a si mesmo. Ou ela estaria evitando-o? Nos últimos dias, ela parara de reclamar sobre sua distração – e o próprio Mamoru se acostumara com tudo o que Luna lhe havia contado fazia já duas semanas.

- Luna! – Lembrando-se da gata, passou a procurá-la.

  Mas não foi nenhuma surpresa quando não a encontrou. Mesmo havendo tentado adotá-la, ela possuía coisas mais importantes do que entrar no personagem de gata doméstica para a frustração de Usagi. “Só falta ela querer um cachorro agora” pensou, lembrando-se divertido das reclamações cheias de ciúme que vinha ouvindo do animal novo. “Ela nem queria realmente nenhum bicho e agora fica agarrada na Luna. Serão saudades do que não lembra?

  Percebendo que não podia fazer nada e vencido pela fome, Mamoru arrumou a mesa para jantar.

  Ao terminar, lavou os talheres a toda hora checando o telefone móvel. Mais duas vezes enviou mensagem sem ser respondido. Então, decidiu ligar para ela. Antes, ligou a televisão para simular descontração quando por dentro começava a achar que poderia ter um ataque cardíaco. Luna havia mencionado estar em contato com os tais generais, né? Ou com um deles? Ela não havia querido entrar em detalhes, aparentemente, a pedido da ou das pessoas.

  Ligou para ela, mas ninguém atendeu. Irritado com o som da apresentadora do programa aleatório que passava na televisão, desligou-a e conteve o impulso de jogar o controle contra a tela. Tentou discar o número da empresa, mas apenas um vigia atendeu e ele não sabia redirecionar números. Ou estava com preguiça, de tão certo que ninguém realmente estaria lá àquela hora de sexta-feira.

  Esses generais... Eles estavam todos ao redor de Usagi, a gata havia dito sem realmente dar detalhes. E se fizeram algo com ela, enfim? Eles podiam não se lembrar de tudo, mas e se alguma lembrança repentina houvesse sido suficiente?

  Não, precisava se acalmar. Essas semanas todas usadas para isso e ainda achava que o apocalipse aconteceria? Anos haviam se passado e todos vinham vivendo em paz. Sim, Usagi apenas se atrasara. Não eram nem nove da noite ainda. E ela já dormira fora uma vez.

  Ao se recordar do fato, ligou rapidamente para a senhora Tsukino, mas a esperança se foi com poucos segundos de palavras convencionais. Sua esposa não estava lá e a mãe dela não sabia de nada. Agradeceu ansioso para tentar a próxima pessoa. Mas quem? Considerou Motoki por um tempo e acabou por discar o número, apenas para encontrar o não mais tão amigo ainda no meio do trabalho e tão atarefado que lhe respondeu e desligou sem mostrar sequer reconhecer quem lhe falava.

- Droga... – Mamoru disse, tentando se acalmar com o som da própria voz. A verdade era que não conhecia nenhuma amiga de Usagi. Os primeiros meses de casamento foram um pouco atribulados e estranhos e as últimas semanas foram muito atribuladas e estranhas; não havia tempo para ser social. Usagi não conhecia seus amigos, nem ele os dela.  

  Ah!

  Com um pulo, revirou o bolso da calça e puxou a carteira. Jogou sobre o sofá todos os cartões de contato que recebera nos últimos tempos até ver o logotipo familiar da empresa de Usagi. Shin Saitou. O superior que se apresentara a ele uma vez, quando o vira junto a Reika. Fazia muito mais de um mês, o homem podia não se lembrar dele, mas ainda devia ter o mesmo celular.

- Alô? – Mamoru não exatamente se lembrava da voz da pessoa, mas tão logo ouvira aquela palavra, tinha certeza de ser ele mesmo.

  Rapidamente se apresentou e perguntou se a esposa ainda estaria no serviço àquela hora, pois não conseguia contato com ela. Após um momento de silêncio, Shin respondeu negativamente, que ela havia saído às cinco horas em ponto e desligou. Estaria trabalhando tal como Motoki? Não havia sequer como confiar numa informação tão jogada assim.

  Sentindo-se culpado, Mamoru discou novamente o número.

- Eu realmente não sei dela.
- Sinto muito, mas não poderia me dar o número da amiga dela? A senhorita... – Fechou os olhos até o nome lhe vir à mente. – Kino. Makoto Kino, ela trabalha logo ao lado da minha esposa, se não me engano.
- Não posso cometer esse tipo de indiscrição, senhor Chiba. Apenas vá descansar. Uma boa noite.

  Ele continuou a ouvir o silêncio do celular. Sua mente estava lhe exibindo tantos cenários que seu corpo não sabia muito bem como reagir.

  Por que ele não tinha nem o número da melhor amiga da esposa!? Pegou o celular e considerou ligar novamente para a senhora Tsukino. Entretanto, percebeu que, mesmo que esta não soubesse nada de Dark Kingdom ou de generais malvados, acabaria preocupada com a situação. O desespero já era nítido em seu tom de voz.

  Sem arrumar a bagunça de cartões sobre ele, levantou-se do sofá e voltou a ligar para Usagi. Por que ela não lhe responderia? Não podia estar sem bateria quando o telefone estava definitivamente chamando sem cair na caixa postal.

  Chamando...

  Agora que estava com a casa em silêncio, percebeu um barulhinho familiar. O toque da Usagi! Mamoru correu novamente até o quarto, mas não era dali que vinha.

- O banheiro!

  Ela não estava lá até agora, né? Não, Shin não falara nada sobre ela não haver ido hoje. Certo, que ele não parecia haver prestado muita atenção, mas na segunda vez até o chamara pelo nome. Prestara o bastante para saber que falava com o marido de Usagi.

  Mesmo assim, abriu a porta esperançoso. O aparelho estava ainda tocando sobre a pia, conectado à tomada pelo carregador. Dentro da própria pia se encontrava uma sacola plástica com o logotipo de uma loja de conveniência. Mas sua esposa não estava ali.

  Ela o esquecera de manhã? Não... Mamoru e ela haviam trocado mensagem na hora do almoço, quando ele confirmara que levaria a janta. Ademais, de onde aquela sacola haveria saído? Para confirmar, por via das dúvidas, ele abriu o visor do aparelho, que sequer estava com a carga completa ainda. Usagi havia retornado do serviço e saído de casa novamente levando somente sua bolsa.

  Quando deu conta de si de novo, estava já dentro de um táxi, pedindo que o motorista se apressasse até o endereço da empresa. No caminho, discou o número da tal Makoto, mas ela também não sabia sobre Usagi. Ao menos, pareceu notar que não era exagero seu e em vez de mandá-lo dormir como Shin fizera, insistira que lhe avisasse quando tivesse qualquer notícia.

- Ah, ela ia ver aquela mulher – a moça disse rapidamente do outro lado da linha. ­– A esposa do Motoki.

  Mamoru agradeceu e desligou.

  Reika? Deveria ligar para ela e perguntar? Makoto podia estar enganada, o que sua esposa iria querer com aquela pessoa? Seria isso? Usagi estava pensando que havia sido traída de novo e, desta vez, fugira de casa sem deixar um meio de contato. Àquela hora, ela poderia estar chegando à casa de seu pai em Osaka.

  Que seja isso”, pegou-se pensando enquanto pagava ao taxista e corria para o prédio fechado da empresa. “Droga, que seja isso...” Tateou a porta de vidro e tentou chamar o segurança, mas foi ignorado.

  Ela poderia estar com Motoki também, uma fuga romântica. Não... Ele estava realmente trabalhando a julgar pelos sons do ambiente. Bem, usagi devia conhecer outros homens, decidiu.

  Então, um cabelo loiro lhe puxou o olhar. Por um segundo, tentou se enganar de que seria Usagi andando dentro daquele restaurante, mas não. Era uma garçonete. A mesma que vira junto com Shin Saitou naquele café. Namorada do patrão e garçonete do lado da empresa, ela poderia saber algo.

  Ou rir de como ele havia parado longe quando não eram nem dez horas da noite em uma sexta-feira. Estava paranoico, só podia ser.

- Oh, você! – A garçonete veio correndo antes de dar o cumprimento de sempre. – Seja bem-vindo!
- Desculpa, eu não vim como cliente. A verdade é que eu... Você se lembra da minha esposa?
- A Usagi? Claro!
- É que... você saberia algo dela hoje?
- Bem, ela veio aqui de tardinha. Umas cinco da tarde? Seis? Eu tinha acabado de entrar no meu turno e não é sempre que trabalho até tão tarde.
- Ela veio então?
- Sim, sim! Pediu um bolo lindo, he he. Mas nem comeu muito, ela tava distraída conversando com uma moça ruiva.
- Ruiva?
- É. Ah! Ela parecia grávida. Definitivamente, grávida. Eu pude sentir o cheirinho de amor materno no ar. – A garçonete assentiu algumas vezes. – E foi isso, depois elas saíram juntas em direção à estação. Nem falei com ela...
- Depois, que horas?
- Não foi muito tempo. A mulher estava com pressa, acho. Só pediu um café mesmo. Mas acho que deu tudo bem, elas saíram meio felizes. Eu sou boa com pessoas, sabia?

  Mamoru assentiu distraído. Makoto lhe dissera que Usagi veria Reika e agora a garçonete repetia isso. Começou a tentar se acalmar. O celular da esposa podia estar se descarregando; então, depois de ter uma conversa aberta com outra, elas decidiram ter uma noite de mulheres. Esquecer o celular podia até ser uma forma de garantir que não seriam perturbadas.

  Bastava agora confirmar com Reika! Hesitou um pouco, olhando para aquele número que não mais usava em sua agenda.

  Antes que apertasse o botão de discar, porém, percebeu que estava recebendo uma nova chamada. Um de seus amigos de trabalho; seria algum problema novo? Não, ele tinha saído cedo, né?

- Masato? – Atendeu, cansado demais para ocultar a confusão do tom de voz. Percebeu haver assustado a garçonete, então pediu desculpas com um gesto, então esperava a resposta do colega de trabalho.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Shin quase pulou em Masato quando o ouviu falar ao telefone.

- Você acabou de chamá-lo aqui!? Que a esposa dele tava aqui!? – perguntou, sem poder conter o nervoso. – Peraí, Masato, isso tá longe dos nossos planos!
- E como mais você pretende conseguir o Cristal de Prata, Kunzite?

  Aquele nome de novo... Desde que Jadeite os apresentara àquele homem, todos vinham se submetendo a uma espécie de hipnose para tentarem se lembrar do passado, mas nem mesmo seu próprio nome verdadeiro Shin conseguia aceitar.

- Mas se esse cara vier aqui vai ver o que fizemos à Usagi! – tentou argumentar, mas o outro não reagiu. – Somos apenas dois!
- Eu já disse que não podemos confiar no seu amiguinho, e muito menos no Zoisite. Quando tivermos o Cristal, nós o chamamos de volta.
- Acha mesmo que basta sermos dois que nada vai acontecer? Aquele cara está vindo para cá. E logo a Usagi também acorda.

  Pensou na mulher adormecida no quarto de Masato e fechou o punho. Jadeite estava certo em não se envolver? Mas ele já lembrava tudo, não tinha realmente muito por que ficar ali.

- E se as tais guerreiras descobrirem? Com esse sequestro todo, pode ser que a memória delas volte para proteger a princesa. Tinha mesmo que provocar justo o marido da Usagi. Ela já está aqui, para que precisa dele?
- Quanto a elas, eu repito que basta termos o Cristal conosco. E nosso querido príncipe Endymion é o instrumento essencial para o extrairmos da princesa.
- Instrumento? Você nunca disse que pretendia machucar alguém, Masato. Fale logo como exatamente pretende pegar o Cristal, ou perderá sua superioridade em números.

  Masato gargalhou condescendente.

- Eu nunca te escondi nada, Kunzite. Foi você que já esqueceu o que Zoisite nos narrou em hipnose; sobre como os cristais arco-íris foram unidos pela princesa.
- U-unidos...? – Shin sentiu a garganta secar ao perceber que sabia exatamente a que o outro se referia. – M-mas isso... ele pode acabar morrendo!
- Não, nós podemos acabar morrendo de novo se essas guardiãs chegarem ao Cristal primeiro!

  Queria ficar em silêncio e apenas sair dali, mas Masato tocara no assunto certo. Jadeite narrara claramente sobre como a namorada já estava começando a lembrar, a tal Sailor Mars. O próprio Jadeite também recuperara a memória do nada. Tudo estava começando a mudar após aquele longo período de calma e podia não demorar muito até essas meninas virarem verdadeiras guerreiras. Ele não queria morrer, nunca o quisera. Gostava de sua vida, queria voltar a ela. E aí, talvez, poder se declarar para Minako e formarem juntos uma família.

- Masato, eu não vou embora, mas quero que me confirme uma coisa. O dia em que encontrou Jadeite foi mesmo apenas uma coincidência?
- Garanto que não estava nos planos falar com ele naquele dia. – Mas o homem sorriu enquanto mexia em uma das bolsas guardadas no canto de sua sala. – E confesso que eu estava me preparando para todos termos nosso reencontro em poucos dias. Só pensava em investigar um pouquinho mais a Jupiter. Uma pena que me animei tanto com Jadeite que estraguei esse plano.

  Ele levantou-se do chão e entregou-lhe uma das coisas que havia retirado da mala, dizendo:

- Enquanto não conseguimos extrair o Cristal, isto terá que bastar.

  Shin olhou curioso para o objeto metálico na mão, a qual começou a tremer tão logo ele tomou consciência de que se tratava. Era a primeira vez que segurava uma arma de fogo.

Continuará...

Anita, 29/03/2013

Notas da Autora:

Ai, céus... Tá acabando!!! E que confusão que eu meti todo mundo, né?? Nem tenho o que comentar, exceto que o próximo é o último capítulo!

Planos futuros? Bem, eu comecei já outra fic de Sailor Moon, mas a vida complicou e eu ando com sério problemas de concentração. Tá difícil continuar... Mas tô considerando publicá-la aqui pra vocês logo que conseguir revisar o primeiro capítulo (ele tá pronto já! :D). Desta vez, a história é mais normalzinha, he he. Só que eu tô com o maior bloqueio para continuá-la. Aí, se esta já atrasou pra eu publicar....... Temo bastante por aquela, rs. Mas eu tenho certeza de que vou terminá-la, juro mesmo! Só não sei quando. Espero que tenham paciência comigo. :(

Mas voltando a esta, quero muuuuito agradecer à Tatazinha e à Professora de Italiano por sempre comentarem aqui no sit. E claro, eternos agradecimentos a todas que deixaram reviews na FFN, comentários na Comunidade. Esta foi uma história que saiu bem diferente do que eu realmente queria quando comecei. Nem tanto no enredo, mas sabe, o feeling geral demorou para me agradar e, sinceramente, não sei se a teria feito se soubesse que este seria o resultado. Mas os comentários de vocês definitivamente me deixam feliz de ter ido em frente com ela. Muito obrigada mesmo!

E eu aqui no no mó clima de final, mas ainda tem mais um! Segurem firme aí! rs.

Até o último capítulo! *chora*

4 comentários:

  1. Oieeee,
    Demorou, mas a espera vale a pena, estou curiosa para saber o que vai acontecer, todos "desmemoriados", os generais com medo de morrer pelas sailors e tomando atitudes drásticas. Se Usagi soubesse quem é, se apenas ela conseguisse se lembrar tenho certeza que ela faria com que as meninas abaixassem a guarda e creria nos generais, que eles são bons e querem apenas proteger Mamoru. Mas vai ser difícil afinal, estão escondendo tudo dela e como acho que chibiusa vem a caminho fica pior ainda.
    Aguardando novos capítulos \o/

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    Respostas
    1. Que bom que a espera valeu a pena! Vou me esforçar aqui para soltar logo logo o décimo e último capítulo *_* E bem, a Rei bem que tentou chamar a Usa pra conspiração, hehehe. Mas sim, está tudo sendo uma grande confusão, pobres generais. Nas cenas deles eu nunca sei se sinto pena ou caio de rir :x

      Muito obrigada pelo comentário e até o próximo capítulo!!!!

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  2. como assim? Malvada!!!!! Arma? E esses generais estão doidinhos!!!!

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    Respostas
    1. rsrsrs, eu aloprei com o final da história né? hihihihi! Espero que goste da resolução! Ainda não solto o último capítulo hoje, mas ele está a caminho! Obrigada por continuar comentando *_*

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