Título: Minha Vida Existe Para Viver com Você – Capítulo 10
Autora: Anita
Fandom: Sailor Moon
Classificação: 14 anos.
Gêneros: comédia romântica, aventura.
Status: completa
Resumo: Tsukino Usagi / Chiba Mamoru. Usagi tem 23 anos, um emprego e uma vida toda para encontrar aquilo que lhe parece estar faltando quando sua mãe a empurra para um casamento arranjado. E justo com Mamoru, o sujeito convencido que a atormentou durante sua adolescência! Mas e se ele for justamente a peça perdida que anda lhe fazendo tanta falta?
Notas Iniciais:
História escrita para a Quinzena Sailor Moon, um desafio promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal.
Olho Azul Apresenta:
Minha Vida Existe
Para Viver com Você
Capítulo 10 – Vida Completa
Ainda incerta quanto à validade daquele plano de ação, Ami se resumiu a
seguir as demais meninas na corrida até o segundo piso de seu prédio. Era uma
noite de sexta-feira e ela deveria estar em seu serviço, cuidando dos
preparativos para os casamentos do final de semana. Em vez disso, estava auxiliando
meninas que ela mal conhecia a fazer um gato branco falar. E ela sentia que
podia dar certo, apesar de toda sua mente perguntar o que seus vizinhos
estariam pensando da cena.
Rei Hino estava ainda mais agressiva naquele momento que o de costume,
enquanto sacudia o gato por informações. E ela já era uma pessoa agressiva nos
negócios.
Sua primeira impressão daquela mulher havia sido de uma beleza fria, mas
em poucos segundos de ouvi-la conversar com sua superior, percebera estar certa
apenas quanto a primeira parte, pois de fria ela não possuía nem o nome.
- Assim você vai acabar matando ele!
– Makoto Kino mordia os lábios, enquanto hesitava intervir fisicamente no
tratamento agressivo que a outra dispensava ao felino.
Essa era mais uma cuja primeira impressão enganava. Era tão alta e tão
forte que parecia uma delinquente, membro de algum grupo de baderneiros mesmo
enquanto usava roupas sociais. Ami quase podia vê-la usando jaqueta de couro e
uma faixa cobrindo os seios enquanto lançava uma ameaça de morte a qualquer um
que lhe cruzasse o caminho. Makoto, contudo, era uma menina meiga e bastante
cômica na realidade, também um pouco carente a julgar pelas mensagens que ela
lhe enviara naquele pouco tempo em que se conheciam.
Sim, fazia em torno de dez dias que Ami e aquelas três meninas se
encontraram no templo Hikawa para ouvir de Rei sobre seu provável passado em
comum. Ou passados, melhor dizendo. Não só já se conheciam em uma vida passada,
como haviam se conhecido mais uma vez naquela mesma anos atrás.
Isso explicava sua confiança em Minako? Minako Aino, a filha saltitante
e feliz de sua superior, quem a apoiou em sua decisão de largar a faculdade e
lhe emprestara o ombro durante toda a situação com Zoisite.
- Espera, Rei! – Makoto voltou a
pedir, agora segurando o braço da sacerdotisa. – Tem que ter um jeito mais
fácil.
Ami também vinha pensando assim desde que ouvira o plano: encontrar os
gatos supostamente falantes e que, aparentemente, vinham estando direto na
frente de seu próprio apartamento. Depois fazê-los devolver os poderes que elas
deviam ter e aí sair caçando Usagi Tsukino por toda a cidade, para onde quer
que ela houvesse sido levada. Presumindo que fosse um sequestro.
- Droga, deveríamos ter dado um
jeito naqueles generais enquanto ainda tavam quietinhos – lamentou Rei sem
livrar o gato cujo pescoço ela parecia prestes a esganar.
Minako havia mandado uma mensagem para todas assim que ouvira do próprio
marido de Usagi que esta havia desaparecido e, pior, após presenciá-lo receber
uma ligação de Masato Sanjouin. Claro, ela podia haver visto o nome errado
aparecer na tela de celular de Mamoru Chiba, mas era como se, no fundo, todas
as quatro estivessem ouvindo um alarme constante dentro delas.
- E se ela estiver no apartamento
dele? Não é só irmos até lá? – sugeriu a mais alta. – Eu ainda tenho alguma
ideia de onde fica, é só olharmos por ali para confirmar.
- Para fazer o quê, Makoto?
Apontarmos o dedo e mandá-lo segurar um balde d’água do lado de fora? – Rei
sacudia o gato como se agora fosse uma arma apontada para a outra.
- E a polícia? – Ami sugeriu uma vez
mais.
- Não, não é nada bom. Poderíamos
aumentar o número de vítimas.
Seria pela agitação de Rei ou os olhos do gato branco estavam
aumentando? E se ele estivesse começando a compreender por que elas precisavam
de seus poderes? No final, era simplesmente estranho como Ami continuava a
seguir aquela loucura a ponto de considerar chamar a polícia para o que poderia
ser apenas um encontro de amigos.
- BU!
Makoto e o gato pularam para trás – solto por Rei com o susto – quando
Minako soltou esse grito direcionado ao felino
- Ele falou! – gritou a mesma,
exibindo-se vitoriosa com seu plano. – Viu, ele deu um grito bem humano! Vamos,
você já se entregou, gatinho.
Havia algum fundo de verdade na alegação, mas o gato voltara a ficar
mudo.
- Não nos assuste assim! – Rei jogou
todo seu corpo em direção a Minako. – Será que ninguém aqui tá levando a sério?
Usagi pode ser morta assim que eles conseguirem o Cristal de Prata dela. E eu
nem sei o que seria pior nesse cenário.
- O quê?
Todas olharam em direção à escada de subida do condomínio, onde apareceu
um gato negro com um sinal de lua na testa, idêntico ao do gato branco. Ami
percebeu ser também um frequentador daquela redondeza assim como aquele que Rei
chamava por Arthemis. A diferença, além da cor dos pelos, era a voz feminina
que saía do animal.
- Disseram que Usagi pode ser morta?
– O gato, ou melhor, a gata correu até onde o branco havia caído e encarou as
quatro com olhos graves.
Rei estava certa, afinal das contas: aqueles gatos não eram normais. E,
assim como todas as suas palavras podiam não passar de alucinações, bastava
aquela prova para fazer tudo se confirmar e neutralizar toda uma parte de Ami
que ainda tentava racionalizar a impossibilidade de tudo aquilo.
Usagi estava realmente em perigo.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Mamoru chegou até o apartamento de seu colega de trabalho sem saber para
que era o desespero que lhe guiava. A ligação de Masato lhe dissera com todas
as palavras que sua esposa estava bem, que estava ali em sua casa, esperando-o.
Ainda devia ser a adrenalina de quando não fazia ideia de seu paradeiro.
“Sua cabeça de vento,” pensou
ao apertar o botão do elevador. “Não saia
de casa sem avisar o que vai fazer!”
Sem conhecer bem sobre os amigos
ou até a rotina dela, Mamoru havia se sentido perdido e sem opções após poucas
tentativas. “Ao menos, não havia sido
nada do chefe dele.” Ou seja, não era nada relacionado aos tais generais do
Dark Kingdom.
Nunca perguntara diretamente a Luna ou Arthemis sobre aquele Shin
Saitou, mas sempre soubera que ele era uma dessas pessoas. Talvez, desde que o
conhecera naquele café, quando Shin havia até demonstrado certo carinho pela
subordinada. Apesar disso, continuava a desconfiar dele. E aquela ligação havia
sido estranha, quando nada lhe respondera acerca de Usagi. Por que o tratamento
evasivo quando não tinha nada a ver com o sumiço da esposa?
Enquanto tocava a campanhia do apartamento de Masato, foi o único
momento em que Mamoru teve um pensamento consciente. Como Usagi o conheceria? O
amigo estar com sua esposa não excluía que Shin também estivesse lá. Que o
outro também fosse um general.
- Mamoru! Entre, por favor – Masato
o cumprimentou com um sorriso e lhe ofereceu chinelos para pôr quando entrasse.
Em seguida, guiou-o para o interior do apartamento aonde algumas vezes
Mamoru viera para alguma confraternização. Dessa vez, entrou com cautela.
Estava ficando paranoico? Precisava se controlar, agir normalmente.
Virou-se para Masato a fim de perguntar onde estaria sua mulher. Foi bem
quando sentiu um metal ser pressionado contra suas costas. Soube imediatamente
que o terceiro homem naquela sala se tratava de Shin.
- Foi assim que vocês tiraram minha
esposa de casa? – tentou perguntar com tranquilidade. Mesmo não sendo um
assalto, levantou as mãos como nos filmes do cinema. – O chefe veio visitá-la
ou algo assim?
- Que isso. – Masato deu uma risada
leve. – Bastou pedir que ela viesse até aqui buscar uns papéis. Claro que o
apartamento do chefe dela seria um lugar óbvio demais para os outros começarem
a procurá-la e eu preferia uma reunião mais privada entre nós quatro.
Ele caminhou até o interior do cômodo, mas Shin impediu que Mamoru o
seguisse. Quando o outro retornou minutos depois, trazia consigo Usagi, quem
andava como que embriagada.
- O que fez com ela!?
- São apenas os remédios que lhe dei
para que dormisse por umas horas.
- Remédios...? – A jovem murmurou
pesadamente como que mastigando as sílabas. Sua mente pareceu se atinar para o
que ouvira nesse momento e um momento lúcido se refletiu em seu olhar embaçado.
- Usagi! – Mamoru a chamou com
rigidez, igual a quando precisava acordá-la pela manhã.
- ...Q..uê? – Ela piscou algumas
vezes, esfregou os olhos bem forte mais outras e quase caiu livre para um lado.
– Mamo? – Não parecendo perceber bem o andar vacilante, moveu-se ao que parecia
acreditar ser a direção de onde vinha a voz do marido.
Shin havia apertado ainda mais o braço de Mamoru a fim de impedi-lo de
segui-la. Por essa razão, ele só podia morder os lábios enquanto a observava
cair de joelhos sobre o carpete do apartamento.
- Bem, agora que estamos todos
aqui... – Masato se curvou por um momento e segurou os braços de Usagi,
puxando-a de volta para cima.
- Solte-a!
- Não se preocupe, Mamoru. Não
pretendo machucá-la.
- Então, o que realmente você
pretende?
Não houve tempo de reação entre o aceno de cabeça de Masato e o som de
explosão, abafado contra suas costas. Assim que disparou o tiro, Shin empurrou Mamoru
contra o chão e pisou em suas costas com força, impedindo-o de se levantar.
Começou a sentir um líquido lhe escorrer pelas costas, apesar de ele não
sentir mais que um incômodo no lugar de onde viera o estrondo anterior.
Desnorteado, deixou-se ficar naquela posição apenas ouvindo aquele que parecia
ser o mandante de tudo falar:
- Infelizmente, meu amigo Kunzite
não tem seus poderes ainda, por isso tivemos que fazer um pequeno improviso.
Espero que a imaginação supra o restante dos detalhes... – Ele fez um som com a
garganta semelhante a um riso de escárnio e completou a frase: –... princesa.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Fazia algum tempo que Usagi vinha sonhado com coisas estranhas como o
príncipe Endymion, uma figura idêntica a Mamoru que jurava protegê-la de tudo,
mas que acabava sem vida em seus braços. E com Tuxedo Kamen, outra figura
idêntica a seu marido e que também se esvaía em seus braços enquanto lhe pedia que
fosse feliz. Por que alguém teria esse tipo de sonho recorrente?
Não sonhava apenas com a morte, mas com os beijos e as danças partilhados
entre cada um desses casais. Isso tornava o momento final cada vez mais
doloroso, porque Usagi começava a sentir como se aquele corpo nos braços da
princesa ou da guerreira fosse seu próprio Mamo.
Mas não podia ser. Ela era uma menina normal. Ela levava uma vida
basicamente normal, apesar da loucura que considerava seu casamento.
Não deixava de ser uma menina como todas as outras. Nunca desejara mais
que isso. Sim, acordar cedo e enrolar na cama. Tomar um café quentinho. Ou uma
sopinha. Uma tigelinha cheia de arroz. Ou só uma fatia de pão torrado com
manteiga. E aí sair correndo para a escola e depois para a faculdade e aí para
o trabalho. Conversar com suas amigas. Encontrar garotos. Apaixonar-se. Sua
vida era perfeitamente normal...
Não era?
Sabia que não. E não era culpa dos sonhos. Foi o contrário, era ela a
causadora daqueles sonhos. Porque faltava algo. Mudara-se de Osaka não porque
só encontrara emprego na capital, mas porque não era lá que estava aquela peça.
Após anos tentando se convencer do contrário, Usagi se deixou guiar por uma voz
bem fina no canto de sua cabeça até enquanto escolhia em que empresa iria
trabalhar.
Seria fácil demais se Mamoru fosse o que faltava, pois ela o tinha agora
bem a seu lado, dividindo cada minuto de seu dia ainda quando estavam juntos.
Não era ele. Não era simplesmente ele. E não era simplesmente uma boa amiga
também. Makoto e ela brigavam, mas era sua amiga, alguém em quem confiava. Só
que não era isso.
- Serenity... princesa Serenity... – Era aquela voz! A voz que a
vinha acompanhando desde... desde quando? – Princesa
Serenity, você pode me ouvir?
Assentiu suavemente.
- Abra seus olhos, querida.
Quando o fez, viu-se envolta pelo cenário mais lindo e mais nostálgico:
estrelas e estrelas e mais estrelas brilhavam intensamente. Mas um brilho ainda
mais resplandecente estava à sua frente tomando a forma de uma mulher de longos
cabelos prateados.
- Rainha Serenity...? – sussurrou
incerta.
- Olá, minha querida. Enfim, podemos
nos rever.
- Foi você o tempo todo...?
- Seu coração me chamou após todos
esses anos. Pouco a pouco, ele desejou por mim, por este reencontro. Agora, graças
a seu desejo de ajudar o príncipe Endymion... – Ela exibiu um sorriso contido.
- Quero que pegue este broche.
Um objeto rosa se materializou, flutuando entre as duas. Pouco após
pegá-lo como ordenada, ela não estava mais suspensa no espaço, mas de pé,
frente a frente com a rainha no mesmo castelo que aparecia em tantos de seus
sonhos.
Usagi finalmente entendia que aquele era o Milênio de Prata, onde um dia
havia sido tão feliz com sua mãe e seu príncipe Endymion.
À sua frente, o Cristal de Prata descia com um brilho intenso até sumir
dentro daquele broche.
- Mamoru... ele poderá ser salvo com
isto? – perguntou.
- Infelizmente, o Cristal ainda não
tem todos os seus poderes. Um dia, talvez, seu desejo de ajudar a todos servirá
para que recupere sua força. Agora vá, minha filha. Pelo poder do Cristal
Lunar.
- Pelo poder do Cristal Lunar!
Ao repetir aquelas palavras, ela estava de volta ao apartamento de antes
e à sua vida de antes. Como Sailor Moon. Infelizmente, isso não mudaria seu
destino, o Cristal de Prata não poderia curar Mamoru do disparo que havia sofrido.
Sentiu seu corpo cair ao chão. A exaustão causada pelos tais remédios
parecia haver voltado apesar de seus poderes recém-recuperados.
Então, percebeu que a cena atual estava bem diferente: dois homens mais
haviam entrado e desarmado Kunzite, agora também seguravam Nephrite, quem
parecia rir histericamente.
- O Cristal! Onde está o Cristal!? –
dizia ele, o primeiro a perceber seu retorno. Forçando caminho entre Jadeite e
Zoisite, ele projetou todo o peso do corpo contra Usagi. – Passe o Cristal, já!
Ela tentou fugir arrastando-se pelo chão, mas notou que seus reflexos
eram lentos demais para aquele ataque furioso. Seu corpo ainda não havia se
recuperado.
- Eu preciso do Cristal! Devolva! – Nephrite
começou a sacudi-la e se preparou para lhe dar um soco quando alguém o atingiu
em seu rosto.
- Senhor Endymion! – Jadeite gritou
para a pessoa que havia afastado Nephrite dela.
- Mamoru! – Usagi gritou, não
conseguindo acreditar que estava vendo seu marido socar o rosto do general do Dark Kingdom. Como? Ela o vira cair após
aquele tiro e um líquido vermelho escorrendo por sua blusa... As lágrimas quase
a cegavam. – Você está bem... – Percebeu que sua blusa estava apenas manchada
de vermelho, mas não furada.
Contudo, não houve tempo para compreender; pois logo Nephrite se
recuperou do susto e ganhou a vantagem sobre o outro. Sim, ele era um general
treinado para a batalha enquanto Mamoru... Ele sequer malhava? No máximo, via-o
correr pela vizinhança.
- Tome cuidado – disse, tentando
jogar o corpo entre os dois.
Mas se sentiu puxada por Kunzite, quem começou a revirá-la.
- Onde está o cristal, Usagi? Diga
logo!
Não custou muito até Jadeite dar um chute no estômago do antes amigo,
jogando-o para longe.
- Não se preocupe, Shin não tem nem
sua memória nem seus poderes. – O estrangeiro lhe mostrou um sorriso, apontando
para o outro.
- Você... está do meu lado? – Usagi
franziu a testa.
- Não, mas eu protegerei meu senhor
Endymion e o que lhe for importante – Jadeite respondeu, caminhando em direção
a onde Mamoru estava sendo socado por Nephrite.
- Eu ainda estou aqui! – Kunzite o
segurou.
- Jadeite! – gritou Usagi, incerta
do que mais poderia fazer naquelas condições.
Então, levantou-se com muita dificuldade e se percebeu de cara para
Zoisite. Apesar de ter a impressão de havê-lo visto ajudar Jadeite, agora o
general de longos cabelos loiros ondulados observava a cena, sentado em uma
cadeira. Em reflexo, Usagi deu um passo para trás, quase caindo de volta.
- Não se preocupe comigo, menina. Eu
sequer lembro quem você é ou quero machucar meus dedos brigando – disse o
general, sua expressão pouco alterada enquanto o falava.
Ela assentiu, incerta do que mais fazer para reagir. Mas não teve
escolha se não tirar sua atenção daquele sujeito e voltá-la para Nephrite. Este
havia conseguido recuperar a arma de fogo que antes estava com Kunzite e a mirava
novamente em Mamoru.
- Você ainda não está muito bem, né,
Princesa? – disse o homem, quando percebeu ter sua atenção. Mamoru e ele
estavam sujos e um pouco ensanguentados, mas restava claro que não havia sido o
general a levar os piores golpes. – Hora de me passar o Cristal. Onde ele está?
Usagi mordeu seu lábio inferior.
- Não se preocupe comigo e saia
daqui – Mamoru gritou, mas era nítido pelas rugas do rosto como se esforçava
para parecer despreocupado.
- Passe-me o Cristal! – insistiu Nephrite,
segurando o outro com força agora.
- Não lhe entregue nada.
- Mas... – ela tentou protestar com
o marido, mesmo não sabendo como poderia recuperar o Cristal absorvido por seu
broche.
- Vá embora logo, sua cabeça de
vento! Não vê como este homem é perigoso?
Sentiu as lágrimas correndo por seu rosto. Como podia ser tão inútil
agora que chegara ao extremo de desfazer o próprio pedido para esquecer tudo? Não
era mais a menininha de antes, mas uma mulher. Dez anos haviam se passado. E
nada havia mudado na história. Mais uma vez, a vida de Mamoru estava para ser
apagada bem na sua frente.
- Da outra vez, não era minha
intenção matá-lo, mas desta eu vou garantir! – Nephrite sacudiu o corpo do
refém e pareceu pronto a tirar a trava o revólver.
Nesse momento, ouviram batidas na porta.
- Abram, é a polícia!
Todos dentro da sala se olharam e voltaram a olhar a porta.
- Abram! Imediatamente! – a dona da
voz insistia.
- Não se preocupem – Nephrite foi o
primeiro a falar enquanto piscava para o grupo presente. Seu tom de voz era
assustadoramente confiante. – É claro que me precavi com um bom sistema de
trancas. Agora, de volta ao nosso assunto. Onde está o Cristal, Princesa? É sua
última chance.
- Usagi, fuja logo! – repetia
Mamoru, com mais urgência que antes.
- Ela pode ir aonde quiser, meu
mestre. Desde que deixe o Cristal aqui.
- P-promete não nos machucar? –
perguntou Usagi, levando a mão ao broche em seu peito.
- Desde que me entreguem o Cristal e
nunca mais apareçam na minha frente.
- Não faça isso, ele está doido! –
Jadeite protestou, mas logo foi atingido por um soco de Kunzite.
Suspirando, Usagi soltou o broche de sua roupa. Imediatamente, a
transformação foi desfeita e ela se sentiu mais fraca que nunca.
- Bem... – Nephrite estendeu a mão
que antes segurava Mamoru.
Encolhendo a mão ligeiramente, ela pediu:
- Abaixe a arma primeiro.
Ele estava para fazer como comandado quando um gato preto pulou com os
dentes se fincando em seu braço e um branco arrancou a arma de sua mão,
levando-a para o outro lado da sala na boca.
- Luna! Arthemis! – Usagi não entendeu
por um momento como eles haviam entrado se toda a casa estava supostamente
muito bem trancada.
Ao olhar na direção da porta, porém, notou que os gatos não eram os
únicos que haviam chegado.
- Meninas!
Todas as suas amigas estavam bem ali, suadas e despenteadas com suas
roupas de dia-a-dia, mas Ami, Rei, Makoto e Minako se encontravam a poucos
metros dela. Elas correram até onde Jadeite estava e o ajudaram a cercar um atônito
Kunzite.
Quando Usagi voltou a olhar para Nephrite, percebeu que agora Mamoru também
o segurava e o imobilizava com a ajuda de Zoisite.
Luna e Arthemis se aproximaram dele e o encararam.
- O que planeja, general? –
perguntou Arthemis.
- Eu já deixei bem claro: quero o
Cristal de Prata. Vocês nos tratam como lixo, como saberei quando será a
próxima vez que simplesmente decidirão nos matar quando nós somos as vítimas?
- Masato... – Makoto o olhava
fixamente.
- Sim! Fomos vítimas dos planos do Dark Kingdom, controlados para atacar a
protegida de nosso senhor contra nossa vontade. E vocês nunca tentaram nos ajudar ou nos entender. Pois bem, eu me ajudarei
conseguindo o Cristal. – Ele conseguiu se livrar das mãos de Mamoru e se atirou
na direção de Usagi.
Um soco impediu que ele chegasse a seu objetivo e o atirou no chão.
- Patético! – disse Makoto,
massageando o punho que acabara de usar. – Não acredito que por medinho você
sequestrou a Usagi e fez toda essa bagunça. Quando acho que me livrei dum homem
complicado, é isso o que cai no meu colo? Sou eu então que deveria pegar uma
arma e sair atirando nos outros.
- Makoto... – Nephrite olhou para a
jovem com os lábios trêmulos. Em seguida, desviou o olhar e balbuciou: – Sinto
muito.
- Agora que lembro agora... –
Zoisite interrompeu o momento para a surpresa de todos. – Não fui eu quem te
matei enquanto Sailor Moon tentava protegê-lo?
- Quê?
- Você fica repetindo que lembra
tudo, mas isso o que acabou de dizer não faz o menor sentido. Eu me lembro
muito bem de quando mandei uns monstros atrás de você.
Nephrite levou a mão à cabeça e a balançou por um tempo. Ele havia
lembrado melhor?
- Minha memória não é tão clara como
eu pensava, então. Agora vejo que está tudo embaçado... – Ele coçou o olho com
um dos dedos e continuou hesitante: – A Naru... ela... – Seu olho parecia
vermelho quando ele voltou a olhar para Usagi. – Ela está bem?
Com um
sorriso, ela tentou responder com simplicidade:
- A Naru se casou no final do ano
passado e acho que está muito feliz.
- Que bom... – Ele sacudiu um pouco
os cabelos e sorriu com sinceridade. – Que bom.
Aquele parecia bem mais com o Nephrite que Usagi vira sumir muitos anos
antes. Então, estava tudo acabado mesmo.
Usagi se deixou cair mais uma vez ao chão, com o corpo exausto e os
olhos pesados, mas invadida por um sentimento de alívio de que todos estavam
ali e em segurança.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
No final, a maior de suas preocupações não havia passado de uma arma de
brinquedo.
Mamoru deveria ter sido o primeiro a saber disso. Havia sentido com toda
a certeza um estouro nas suas costas e ainda possuía toda aquela região
inteira, à exceção de uma queimadura leve que o incomodava no momento. Mas sua apreensão
maior havia sido com relação à esposa, a quem tinha enfim em seus braços.
Descendo do táxi, inspirou aliviado ao perceber que estavam de volta para casa
após a longa noite.
Uma arma de brinquedo... Pensando bem, o próprio Masato era bastante
forte e o havia vencido durante o confronto físico. Não era como se tudo
houvesse sido em vão. Não fossem as amigas de Usagi e aqueles dois homens... O
que exatamente Masato e Shin haviam pretendido fazer? Bem, era uma pergunta
para Luna lhe responder mais tarde. Não era como se esse problema também já não
estivesse no passado.
Usagi fora incrível! Com todo aquele brilho e confiança. Era mesmo a
desmiolada de sua esposa? Talvez a mentalidade da princesa Serenity fosse um
pouco diferente e houvesse influenciado sua encarnação atual de maneira
positiva. Ao mesmo tempo, isso lhe trazia a preocupação presente...
- Como está se sentindo? – perguntou
enquanto entravam no elevador.
- Já disse que estou bem! Quem está
com o rosto todo quebrado não sou eu. O que fará durante a festa?
- Ela só vai acontecer daqui a três
semanas, estou mais preocupado com o que direi no trabalho. –
Inconscientemente, passou a mão no rosto dolorido. – Mas e suas lembranças...?
- Ah... – Usagi baixou a cabeça,
como se houvesse acabado de ser lembrada de que agora se lembrava de tudo. Então,
forçou um sorriso enquanto passava a mão na cabeça. – Está tudo aqui agora! Não
que tenha sido muito útil.
- Fico mais aliviado que você não
tenha tido que fazer nada, Usa.
- Mas não só o Cristal está sem
energia, como também as meninas e eu não conseguimos usar nossos poderes. Até pensei
que pudesse ter a ver com os tais remédios que Nephrite tinha me dado, só que
elas também não puderam nem se transformar.
- Não pense demais. Você ouviu o
Masato, ele só estava com medo, nenhum deles realmente queria fazer algum mal.
Ademais, eu te protegerei sempre. – E a puxou com força para perto de si.
Ao entrarem, Usagi parou no meio do caminho e pareceu encará-lo por um
longo momento.
- O que houve? – perguntou Mamoru,
tentando empurrá-la para o meio da sala ao menos.
- Você disse Masato?
- Ah. Bem, é o nome dele.
Tentando se manter ocupado, Mamoru apressou-se até o banheiro e buscou
as compras que a esposa havia esquecido lá quando fora chamada por seu chefe
para uma suposta emergência. Contudo, ela apenas pegou a sacola e continuou a
olhá-lo com estranheza.
- Deve estar com muita fome, não? –
falou ele rapidamente, indo à cozinha. – Deixei na geladeira o sushi que tinha
comprado para a janta. Vou arrumar aqui pra você.
- Eu não estou com fome. Não
precisa, Mamo.
- Quê?
Mamoru olhou ao redor, procurando algo mais com que ocupá-la, mas Luna
ainda não havia retornado e praticamente tudo já havia sido esclarecido naquela
noite. O sequestro, os planos dos generais, o que seria feito deles de ali em
diante, até um convite forçado a Rei e Minako havia sido feito, sem contar com
planos de as quatro se verem já no dia seguinte. Restava apenas o que ele vinha
torcendo para Usagi não perceber, tão vislumbrada com sua nova velha vida. Mas,
é... Nem mesmo aquela cabeça de vento deixaria aquele detalhe passar por toda a
vida.
- Masato, você disse Masato –
insistia ela.
- É o nome dele, né? Não concordamos
em deixar todos eles seguirem em frente?
- Mamo... Diga a verdade.
- Já disse, Masato, digo, Nephrite
trabalha comigo no mesmo departamento. Por anos eu o chamei assim.
- Eu posso ser idiota, mas eu te
conheço. Muito mais que achava ontem, na verdade.
Mordendo novamente os lábios, Mamoru soltou um novo suspiro. Dessa vez,
a sensação era bem longe de alívio. Mas Usagi já devia estar cansada de
insistir e pôs ela mesma em palavras.
- Tal como Zoisite e Kunzite, você ainda
não se lembrou de nada, né? Por isso está chamando ele assim ainda.
- Obviamente, estou pior que
Zoisite.
- Então... por que não está
surpreso? Por que está dizendo que vai me proteger? Como?
- Luna. Ela me contou tudo faz umas
semanas.
- Por quê?
- Porque não queríamos que você
lembrasse.
Mamoru pausou ao perceber que os olhos da esposa se enchiam de lágrimas.
Os dois estavam tão cansados para terem essa conversa... Era o pior momento.
Antes de mais nada, ele tentou abraçá-la, mas Usagi fugiu de seus braços e se
apressou até a sacada.
- Usa!
- Você sabia de tudo e decidiu por
mim que eu não queria saber também? Nem saber?
- Eu...
- Eu me sentia ficando maluca, sem
entender os sonhos que tinha, nem tantos dos meus sentimentos. E você já sabia de tudo. Aah. – Os olhos dela se
iluminaram, mas não eram por alegria. Ela explicou: – Antes de irmos para
Quioto! Quando você ficou todo estranho e me arrumou uma gata!
Constrangido, Mamoru apenas assentiu.
- Não podia ter me dito alguma coisa?
- Não. Eu posso não me lembrar do
quanto, mas sei que a amo muito. Se eu pudesse, eu pegaria para mim todas as
suas lembranças neste momento, Usa.
Com surpresa, ele notou que a esposa não iria mais argumentar. Com ainda
mais surpresa, sentiu-a abraçá-lo com força sem dizer mais nada. Mas logo Usagi
se afastou, dando um pulo trás.
- S-seu celular – disse ela, rindo e
apontando para o bolso da frente de sua calça.
- Reika...?
Antes que ele pressionasse para ignorar a chamada, Usagi aceitou a
chamando por ele, assentindo silenciosamente.
- Mamoru? Estava te ligando a noite toda desde que o Motoki me disse.
Você encontrou a Usagi? Ela está bem?
- Ah, sim – respondeu sem esconder o
sorriso por poder olhar diretamente para a esposa.
Um suspiro aliviado pôde ser ouvido com clareza desde o outro lado da
linha:
- Ah, que bom... Está tudo bem, então, né?
- Não se preocupe, Reika. Sinto
muito por haver incomodado vocês.
- Ela já te falou, né?
- Do quê?
- Ah. Bem, era só isso. Boa noite.
Reika desligou tão rápido que Mamoru se notou tentando interrogar um
telefone mudo.
- Usagi, alguma ideia de algo que
você ia me falar que ela soubesse?
Após um momento de silêncio, ela lhe exibiu o mesmo sorriso de quando se
atrasava para algo ou errava algum ingrediente principal na hora de fazer a
comida.
- Mamo... você sabe que eu o perdoo
por todo esse tempo que você passou sem me dizer nada, né?
- Como assim?
- Que eu fui uma ótima esposa,
altamente compreensiva com seu segredo e tudo o mais.
Sentindo um formigamento na barriga, Mamoru não sabia mais o que poderia
ser o pior cenário. Na sua mente, tudo de ruim poderia acontecer e não poderia
apagar o fato de que Usagi estava bem.
Naquela noite, enquanto corria atrás dela sem qualquer pista, pensava
cada vez em uma possibilidade pior de o que lhe poderia ter acontecido. Ainda
assim, ainda quando coisas pequenas não mais lhe importavam como na época em
que suspeitara de traição, ainda que até houvesse desejado que Usagi tivesse
apenas fugido com o primeiro desconhecido que havia encontrado... Seu coração
batia nervoso ao pensar que ela estivesse para sugerir o fim do casamento.
Afinal, ela havia se encontrado mesmo com Reika naquela tarde. Não havia
confirmado com todas as palavras, mas não podia duvidar mais disso. E qual
outro assunto em comum as duas teriam além de Mamoru e Motoki? Não era como se
Reika o conhecesse melhor que a própria Usagi, não havia como ele ter sido o
assunto então.
- Diga logo, Usagi! – pediu, logo se
arrependendo.
- Calma, se é para já ficar bravo...
- Certo, certo. Não estou bravo. Olhe.
– Forçou um sorriso. – Não estou mesmo.
- Jura?
- Diga de uma vez!
- Viu! Você está bravo, sim!
- Pare de enrolar e diga logo o que
você fez.
- Fiz? E-eu não fiz nada! Digo, não
sozinha, tá? Não tenho toda a
responsabilidade. Na verdade, não tenho nem meia responsabilidade. Só uns...
dois quartos? Epa, pera, isso é metade ainda. – E começou a fazer contas nos
dedos. – E eu também sou mais nova, então isso quer dizer que tenho ainda menos
culpa.
- Culpa?
- E nem sei direito quando pode ter
sido. Vai que foi um dia em que fui provocada sem lá muita vontade? Não que eu
me lembre muito de dias assim, he he.
- Quê?
- E também não tenho certeza. Eu
tava falando justamente pra Reika que não sei de nada e ela nem me ajudou
muito. Disse que era pra falar com um médico. – Usagi virou os olhos. – Se
fosse fácil, eu não tinha procurado a amante do meu marido!
- Amante? Já disse que eu nunca-
- Eu sei, eu sei. Mas restou o
apelido, né? E os sentimentos. É difícil apagar. Mas, olha. Prometi a ela que
tá tudo bem vocês se falarem. Sim, sim. Eu sou uma adulta; então, chega de
proibições infantis.
Mamoru engoliu o comentário de que somente crianças precisavam se chamar
de adultos. Não era a hora para fazer piadas.
- Espera, você disse médico? –
perguntou, começando a examinar seu corpo com os olhos.
Ao se sentir observando, Usagi se afastou um pouco e abraçou a própria
barriga.
- Ei, volta aqui. – Ele tentou
puxá-la. – Não ia te chamar de gorda. E eu sei, dizer que não vai caber no
vestido dá no mesmo, mas você tem que entender que o vestido precisa servir,
né?
- A verdade é que... acho que terei
que mudar de modelo. Foi o que a Reika me aconselhou.
- Quê? Isso tem mesmo a ver com
estar gorda?
- Ai, Mamoru, seu insensível!
- Eu não te chamei de nada, você é
quem tá fazendo suspense!
Usagi baixou a cabeça e se agachou. Sem perder tempo, ele se sentou
sobre as pernas na sua frente e envolveu seus ombros,
- Não importa a roupa que você
esteja lá, Usa. – Então, beijou-lhe a fronte. – Nem importa que você esteja lá. Basta continuarmos sempre
aqui, juntos.
Quando ela lhe mostrou o rosto de novo, ele não estava cheio de lágrimas
como Mamoru já esperava. Apenas estava muito vermelho. Antes que tivesse a
chance de examinar se estaria com febre, Usagi explicou:
- Estou grávida. Acho. Talvez. Pode
ser. Não sei, mas pode ser.
Ele continuou a olhá-la incrédulo enquanto ela seguia a verborragia de
como vinha se achando estranha e de como a loja onde comprara o vestido havia
reclamado na primeira prova sobre a mudança de medida. E que as suspeitas se
firmaram quando a moça tentou lhe convencer a confessar que estava grávida, que
era algo que acontecia, que não havia do que ter vergonha.
- E aí eu relatei tudo pra Reika...
– Ela começou a encerrar a narração. – Depois de me falar que era para procurar
um médico e não ela, acabei convencendo. Foi quando ela disse que devia ser
isso sim e me contou como ela mesma havia suspeitado e que aí foi no médico e é
isso. O que faremos agora? A Reika disse que eu não devia usar um vestido
normal, que faz mal apertar a barriga... E todo mundo vai saber, né? Que eu
estou grávida. Como se conta uma coisa dessas pros meus pais? Ai...
Usagi provavelmente teria continuado se não houvesse sido interrompida
por uma chuva de beijos.
- Que que foi? – perguntou ela,
piscando várias vezes.
Então, Mamoru a abraçou.
- Vamos ter um filho! Não foi isso
que acabou de dizer?
- Bem, pode ser uma menina, sabe com
maria-chiquinha que nem eu adoro usar!
- Sua cabeça de vento, isso tá
incluído.
Começando a gargalhar, Usagi deitou a cabeça em seu ombro.
- Vamos ter um, não é? – ela disse
com a voz abafada em sua roupa.
Em seguida, beijaram-se.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Mamoru estivera certo sobre uma coisa: Usagi realmente não queria haver
recuperado aquelas memórias. Mas não se arrependia. Mesmo que houvesse sido uma
inútil naquela noite, talvez Nephrite não cedesse tão facilmente não fosse pelo
retorno do Cristal ou pela correção que Zoisite e ela fizeram do que ele havia
lembrado.
Outro motivo por não se arrepender era o quanto ela sentira falta de
suas amigas. Aquele não teria sido o casamento perfeito se cada uma delas não
estivesse bem ali do seu lado – ou um pouco mais distante, já que Ami estava a
trabalho.
Segurando firme o buquê, Usagi virou as costas para o público e o atirou
com toda a energia. Nos segundos enquanto todas as mulheres disputavam, ela
tentou adivinhar quem conseguiria pegá-lo com maior facilidade.
Makoto com certeza não, já que ela estava bem distante e com as mãos
escondidas. Devia estar era fazendo força para não correr e roubá-lo das
outras. Pobrezinha... Nunca teria imaginado que encontraria os dois
ex-namorados naquela festa. E lá estavam Motoki de um lado, divertindo-se com a
briga pelo buquê e Nephrite de outro, tentando se convencer de que a cena
também não o divertia – e fazendo um péssimo trabalho.
A mais competitiva era Rei, sem dúvidas. Mesmo havendo dito que não
ligava para essas bobagens e só participava porque não queria aparecer indo
contra as convenções, ela mantinha os olhos atentos na trajetória enquanto
exibia a ponta da língua. Bem, ela devia ser mesmo a próxima entre as quatro,
já que era a única a possuir namorado. Que bom que tudo havia dado certo entre
Jadeite e ela, pensou Usagi mais uma vez. A amiga impusera bastantes condições
ao ex-namorado e este as contestara uma por uma até não chegarem a acordo
nenhum e deixarem uma conversa séria para depois de um período de teste.
E havia Minako. Quando as cinco se reuniram na sala onde Usagi arrumava
para ir ao salão após a cerimônia na capela da empresa, ela desafiara todas a
pegarem o buquê. E fora a única a deixar claro que o queria também, que por
isso Usagi deveria jogar para ela. Minako... Fora a segunda que havia
reencontrado, e graças justamente à paixão que Shin nutria por ela. Mas só
podia cruzar os dedos para que os dois se resolvessem agora que o ex-general
não parecia mais interessado em um relacionamento.
Por fim, Ami. Usagi ouvira de Minako que Zoisite – quem não viera para o
casamento, primeiro porque não quisera, depois porque estava ocupado com outra
cerimônia no mesmo lugar – havia tentado algo e ela o rejeitara. Usagi tentara
junto com a outra a convencer a amiga a falar com ele sobre tudo, mas Ami
sequer admitia seus sentimentos. E foi na direção dela que forçara o buquê a
ir, de pé junto a uma saída aos fundos do salão bem distante do restante das mulheres.
Usagi sorriu e piscou para a outra quando esta pegou em um ato reflexo o
objeto jogado.
Um silêncio preencheu o ambiente enquanto todos tentavam entender o que
havia acontecido – e o que uma moça da empresa fazia com o disputado buquê.
Minako pareceu brava por um momento, mas logo fez sinal de compreensão, sendo a
primeira a reagir batendo palmas para a amiga. Makoto a acompanhou menos de um
segundo depois. Em pouco tempo, parte dos convidados aplaudiam Ami.
Distraída com a cena, Usagi pulou quando sentiu um calor envolver o
ombro nu de seu vestido de festa.
- Você está linda – Mamoru sussurrou
em seu ouvido, deixando-a vermelha.
- Por que não disse isso pro meu
vestido de noiva também? – perguntou, fingindo aborrecimento.
- Estou elogiando a noiva, não a
roupa.
- Isso quer dizer que os dois
vestidos não merecem elogio?
Com um sorriso oblíquo, Mamoru acariciou o local do ombro que estava segurando.
- Você é um patife... – comentou
Usagi.
- E você sempre será uma cabecinha
de vento por se importar mais com os vestidos.
- Bem, não foi fácil mudar de roupa
em cima da data da festa. Eles não eram bem minha primeira opção, é difícil ter
confiança...
- Mas ficaram muito bem com o
acessório novo. – E desceu a mão até a barriga da noiva, que pouco aparecia
ainda.
Ainda não muito acostumada com a situação, mas sentindo uma onda de
felicidade lhe percorrer o corpo, Usagi soltou um sorriso sem nem mesmo querer.
- Ficaram, né?
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
- Avise-os de que a festa estava muito
bonita.
Makoto virou-se do rosto sem graça de Ami para a origem daquela voz a
seu lado e viu Masato deixar um envelope sobre a mesa.
- Era pra você entregar à moça na
entrada – disse, puxando-o pelo braço e tentando devolver o papel.
- Prefiro fazê-lo pessoalmente.
- Deixando em cima da mesa e
sumindo?
- Eles estão mais ocupados que eu
imaginava, e eu tenho que ir.
- Entregue no trabalho, então. Você
trabalha com o Mamoru, né?
Masato baixou a cabeça e voltou a lhe entregar o envelope. Antes que ele
pudesse explicar-se, Makoto perguntou alarmada:
- Você vai embora? Pra onde? Eles
sabem?
- Sua amiga é muito orelhuda e fala
demais, prefiro evitar o desgaste. Agora, diga se vai repassar ou não para eu
pedir a outra.
- Peça a seus amiguinhos, nenhuma de
nós vai aceitar. E não me venha usar a Ami só porque é o trabalho dela.
- Amiguinhos...? Heh. – Então, deu-lhe
as costas.
Sabia que o estava deixando ir para sempre, mas Makoto decidiu não se
mover e apenas aceitou cumprir com o último pedido, enquanto torcia para que
ele fosse feliz novamente.
- Seu novo namorado?
Antes que pudesse pensar mais, a voz de Motoki a forçou continuar firme
em si mesma. O outro homem de seu passado havia chegado até ela e a olhava
interrogativo. Ele levantou as mãos e disse:
- Desculpa, é que você parecia
aborrecida aí decidi conferir se estavam te perturbando ou algo assim. Não ouvi
nada realmente, juro.
Makoto não conseguiu segurar o riso. Era engraçado poder agir tão
tranquilamente perto daquele homem novamente. Mesmo que agora ela nem
precisasse se preocupar com nada, seu coração estava limpo de sentimentos por
ele.
Sim, Usagi já a havia informado sobre o fim do casamento dele com Reika.
Já era previsível, já desde que a mulher havia reatado a amizade com Mamoru
parecia ter ganhado mais confiança para tomar o grande passo que mesmo Motoki
achava que ela vinha querendo fazer: pesquisar em uma faculdade no estrangeiro.
Ela era uma acadêmica e vinha se controlando para estar sempre em casa para um
marido que nunca estava. Assim que ela desse a luz aos gêmeos, tencionava
seguir para uma faculdade e já até possuía o convite de ao menos uma. A
surpresa fora o pedido partir do próprio marido.
Percebendo que agora havia um silêncio os dois, a jovem decidiu se despedir
do homem. Era difícil deixá-lo ali sozinho, mas não queria ser mal
interpretada. Motoki era passado.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Confusa sobre o que fazer com ele, Ami continuou a observar o buquê em
suas mãos. Inspirando fundo, saiu correndo pela empresa. Quando alcançou
Zoisite, ele estava no escritório vazio guardando suas coisas, pronto para ir
embora.
- Algum problema? – perguntou-lhe ao
notá-la na entrada, erguendo as sobrancelhas. – Aconteceu algo na outra festa?
- Eu nunca agradeci por abrir a
porta para a gente entrar. No apartamento.
- Bem, como Luna havia avisado à
gente que vocês estavam a caminho e eu não estava fazendo mais nada... Não
interprete como nenhum ato heroico.
- Mas você nos ajudou! – Ami o disse
com mais intensidade que planejava.
Sentiu os olhos do músico descerem até suas mãos. Com o rosto queimando,
ela se apressou em esconder o buquê atrás de si.
- E-eu... Ele caiu na minha mão.
Zoisite não pareceu se importar com o quanto a frase soara tola, apenas
mostrou-se satisfeito com a explicação. Assim, pegou suas coisas e se despediu.
- E-e-espera. Zoisite.
Parando bem à sua frente, ele falou sem alterar o tom:
- Ami, não vamos retornar àquele
assunto. Posso não me lembrar de tudo, mas é o bastante para entender por que
você instintivamente me rejeitou antes.
Inspirando fundo e fechando os olhos, Ami curvou todo o corpo e pediu
com toda a força:
- Um encontro. Vamos tentar um
encontro!
- Acho uma ótima ideia.
A resposta não de Zoisite, mas de suas costas. Kunzite havia entrado
acompanhado de Minako e agora ele dava um tapa nas costas do outro ex-general.
- É uma bela ideia que vocês se
descontraiam. Não percam a chance de ser feliz, é o que nosso senhor quer mesmo
que ele nem lembre quem somos direito – não é como se eu lembrasse muito
mais... Mas deve ser, né? Ou não teria nos convidado para o casamento após
Masato e eu tentarmos matá-lo. – Em seguida, Kunzite olhou curioso para Minako.
- Eu só achei estranho a Ami sair
correndo assim do nada e meus sentidos de deusa do amor ficaram disparando.
Ainda não sei muito disso de perdoar aquele canalha do Nephrite não.
Kunzite não disfarçou um suspiro conformado.
- Eu entendo... – disse, olhando
para baixo.
Mas Minako pulou para agarrar seu braço e complementou:
- Claro que isso não inclui um
babaca que foi enganado que nem uma criança.
- Quê? – Kunzite olhou para todos na
sala, como se não soubesse de quem Minako estaria falando.
- Eu sugiro um encontro duplo num
karaokê! Claro, depois de irmos àquele restaurante com vista linda que a Usagi
tava descrevendo que foi o primeiro encontro com o marido dela, he he. Isso
compensa a dor de cabeça, né, Ami? – E piscou para a amiga.
Sem vencer a timidez por completo, Ami abraçou o buquê contra o estômago
e fez força para assentir.
- Então, tá marcado! – Minako
abraçou Kunzite pelo pescoço. – E lembrem-se de que aos poucos estamos
recuperando nossas forças. Nem pensem em cancelar.
- Mina! – reclamou Ami, mas a amiga
apenas riu em resposta.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
- Ele simplesmente deixou o dinheiro
e saiu? – Rei ficava mais vermelha a cada palavra. Enfim, voltou-se para o
acompanhante e pôs o indicador bem próximo ao nariz de Jadeite. – Onde ele foi?
Diga! É o seu amiguinho, né?
- Amiguinho? Nephrite sequer falou direito
com qualquer um de nós até agora.
Usagi continuou a olhar para o envelope, o presente de casamento que
Makoto acabara de lhe entregar e sorriu.
- Ele ficará bem, né? – E olhou para
Mamoru.
Assentindo com alguma convicção, o marido lhe devolveu o sorriso.
- Deixe-o tomar um ar, que nós o
buscaremos depois.
- Pode deixar, senhor Endymion! –
Jadeite assumiu uma postura cerimoniosa, apenas para levar uma cotovelada da
namorada. Logo se corrigiu: – Senhor Mamoru!
- Você não vai aprender que isso não
existe mais? – Rei brigou com ele.
- Nunca deixei de ser um servo do
meu príncipe.
- Que príncipe, você me vê fazendo
reverência pra cabeça de vento da Usagi, por acaso? Isso tudo foi literalmente
há séculos!
A própria Usagi os interrompeu quando disse bem baixo, como que em
monólogo:
- Nem pude agradecer Nephrite...
- Por que o agradeceria, Usa? –
perguntou Makoto, erguendo as sobrancelhas.
- Ah, Mamo me contou que ele foi uma
das testemunhas do nosso casamento.
Makoto, Rei e Jadeite pareceram se aproximar um pouco mais.
- Não sei por que nunca me atentei a
esse detalhe, eu tava tão na lua naquela época... Tá, eu sei que eu sou sempre
uma desmiolada. Mas acho que foi por isso que ele fez questão de vir, mesmo não
querendo.
- Sim, ele me prometeu naquele dia
que viria – explicou Mamoru, com o olhar perdido. – Mas, como já disse, ficará
tudo bem com o Masato. Tenho certeza.
- Tomara... – disse Makoto, mas, ao
sentir todos os olhares sobre si, acrescentou: – O que ele fez foi terrível e não
o perdoarei por me usar! Mas não quero que nada de mal lhe aconteça.
- Que houve gente? – Minako havia
aparecido junto com Ami, Kunzite e Zoisite.
Após as explicações terminarem, Mamoru aproveitou o breve silêncio para
entrar no meio da roda. Então, puxou Usagi pela mão e sorriu a todos os amigos
ali presentes.
- Usagi e eu temos um pequeno
anúncio a fazer.
- Temos? – A esposa o olhou confusa.
- Estamos esperando nosso primeiro
filho.
- Mamo! – reclamou ela, com o rosto
vermelho. – Eu ainda nem tinha falado pros meus pais!
- Ué, mas todo mundo já sabe –
respondeu Mamoru, fazendo cara de paisagem.
- Seu idiota, convencido! Como pôde
fazer fofoca pelas minhas costas pra minha mãe! Pera, quer dizer que seus pais
também?
- Claro.
Mas aquela discussão ficou para outra hora, pois os dois já haviam sido
cercados por todos, que os congratulavam. Não demorou muito para o que Usagi
pretendia manter em segredo virar um anúncio oficial no meio da festa de
casamento.
Não importava mais, de qualquer forma, pensou ao olhar para o sorriso do
marido ao receber mais um parabéns pela nova família.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Terminada a cerimônia e as despedidas, Mamoru envolveu o ombro da esposa
e a acompanhou até o táxi que os aguardava. No dia seguinte precisavam partir
para a tão esperada lua-de-mel, mas primeiro precisavam estrear por fim o novo
apartamento, adquirido já com um quarto perfeito para o pequeno ou para a
pequena Chiba que em breve nasceria.
Tudo que havia parecido uma brincadeira para Usagi passava agora a mais
se assemelhar a um lindo sonho. Contudo, era muito mais divertido e feliz que
as duas coisas. Era a realidade: dela, de Mamoru e daquela criança.
Assim pensando, deixou a cabeça descansar sobre seu marido e fechou os
olhos, permitindo que mais uma vez entre tantas nos últimos tempos, a
felicidade a invadisse. Usagi enfim podia dizer que não havia como se sentir
mais completa.
FIM!
Anita, 12/04/2013
Notas
da Autora:
Terminou!!!
A fic está pronta, completa, concluída, acabada e enfim terminada! Nem
acredito! Não sei se dá pra notar pelas datas de término mas eu fiquei uns bons
meses sem escrevê-la e aí pensei: se eu não puser mão na massa, ela nunca será
concluída. A fic se perderá. Mas aí fui relê-la e... Achei uma droga: eu tava
escrevendo mal, os rumos não eram bem o que eu queria e minha grande ideia de
juntar dois plots estava estragando os dois!!! @_@
Bem, depois de muita crise e de chegar a jogar o arquivo no lixo... eu tentei reescrever tudo. Mas isso me desanimou ainda mais? a fic nem tá publicada, eu vou é jogá-la fora duma vez e um dia refaço o plot, mas não esta fic. Foi quando eu pensei:Já tô com quase 20 mil palavras escritas, vou mesmo jogar fora o esforço? Fics ruins existem, que continuem existindo! É melhor que não ter fic alguma... Como podem ver, foi uma crise enoooorme! No final, decidi que ao menos poderia usá-la como parte do desafio da comunidade, que aí ela serviria para representar Sailor Moon, já que ninguém mais parecia que iria fazê-lo. Não me inscrevi, não fiz um compromisso público, mas virou uma coisa entre eu e eu mesma: eu tinha que terminar! Mas quando eu terminei, o Mestrado apertou, eu viciei em fazer fanfic de Takarazuka e nunca que tive tempo para revisá-la. Aí deu nisso de taaaanto tempo depois apenas eu ter conseguido terminar de revisá-la. Parece uma fic eterna, mas até que demorar pouco mais de um ano para dez capítulos prontos e revisados não é um tempo tão longo assim (pra mim, rs).
De qualquer forma, foi assim que terminou. O que acharam? Infelizmente, não pude concluir as histórias de todas as meninas, afinal as coisas não deu certo todas ao mesmo tempo né? (mas dão errado, afinal desgraça muita é pouca XD) Em vez de estender a história até que tudo desse certo de alguma forma, decidi deixar um final em aberto, mas com esperança. Tenho certeza de que tudo irá se resolver cedo ou tarde!
Muito obrigada por aturarem esta história até aqui. Devia ter sido melhor, eu sei. Um dia ainda farei uma fic de casamento arranjado que faça jus ao amor que tenho por esse tema. Espero poder contar com a sua leitura!
Outros agradecimentos: Madame Spooky, por continuar me cobrando essa história desde antes mesmo de eu começar a escrevê-la. Ou seja, por um ano e meio! Nemui, Kurai, Vane, Bia e mais especialmente também a Aurore e Betty. ♥ Não fosse o apoio de todos para que eu terminasse, esta história teria ido para o lixo. Como de fato ela foi algumas vezes.
Também
quero deixar muitos agradecimentos àqueles que contribuíram com reviews no FFN,
adorava receber cada comentário! Decidi nem dividir este capítulo aqui porque
já enrolei vocês demais depois de tanto carinho que demonstraram por mim.
Adooooro o fandom de Sailor Moon! Por fim, tenho muito por que agradecer às que
acompanharam pelo meu site, a Professora de Italiano e a Tatazinha, assim os
anônimos que surgiram e sumiram ao longo do caminho! (Tem autor que se irrita
com cobrança de capítulo, infelizmente eu sou do tipo que precisa de cobrança
—desde que educada, claro xD — então, é claro que eu precisoagradecer a esses
anônimos.)
Sinto
muitíssimo a todos pela demora basicamente injustificada. Não importa como a
vida esteja cheia, era para eu ter posto já este capítulo há muuuito tempo.
Bem é isso, espero poder vê-los novamente na próxima fic. E qual será a próxima? Bem....... depende? xD Se desse pra fazer enquete eu taria pondo aqui: vocês querem fic enquanto vou escrevendo ou só depois que eu souber que vai dar pra terminar? No meu blog tô sempre me perguntando isso porque... tem fic — a maioria... — que eu literalmente demoro mais de um ano pra concluir, outro ano pra revisar, etc. Mas não quer dizer que eu não esteja escrevendo.
Enfim,
tenho duas fics em andamento que podem ser as próximas e mais uma na minha
cabeça, duas são realidades alternativas — 100, não como esta aqui hehe — e a
outra é uma fic normal minha de Sailor Moon. Todas Usagi e Mamoru, claro!
Uau
estas notas tão gigantescas, foi mal. Mas teremos próxima fic! Algum dia...
Será que crio coragem de postar antes? Rs.
Até
lá!
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