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[Original] Os Aventureiros de Aurora - Capítulo 5, escrita por Andréia Kennen

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Autora: Andréia Kennen
Fandom: História Original
Classificação: inicialmente 14 anos
Gêneros:  romance, aventura, fantasia, drama, yaoi.
Resumo: Cristal sonhava em ser um Alfa e viver grandes aventuras ao lado de um Domador de Dragão. Para realizar seu sonho, tornou-se o melhor aluno da academia Sonar. Porém, nada fora como ele realmente esperava que seria, a começar por seu Domador...

Notas iniciais do capítulo

Vocês votaram e os "O aventureiros de Aurora" vai continuar! Não sei ainda quantos capítulos irei terminar a história, mas espero que muitos porque, particularmente, eu estou gostando muito de escrever essa original.

Boa leitura! o/




Os Aventureiros de Aurora

Capítulo 5

Saiu aos tropeços de seu quarto enquanto lascas de madeiras em chamas despencavam do teto. Seus gritos por socorro na porta dos pais não surtiam efeito. Sentia a estrutura da casa tremendo como se ela estivesse pronta para desmoronar a qualquer momento.

O urro horripilante do lado de fora se fez audível de novo e a criança fechou os olhos e cobriu os ouvidos com ambas as mãos. Quando os reabriu, o telhado da casa havia desaparecido. De onde estava, conseguia ver o fogo que se expandia pelos telhados das casas da vizinhança.

Havia se detido diante da porta do quarto dos pais, a qual tombou de repente. Então viu o cômodo em pedaços, resquícios de sangue e membros humanos sendo consumidos pelo fogo. Não conseguiu se mover.

As asas do monstro gigante que sobrevoava a vila lançando labaredas sobre as casas fizeram sombra acima dele. Era horripilante. Não conseguiu se mexer, mas sentiu quando a urina quente escorreu por suas pernas. Agachou-se, abraçou os joelhos e chorou.

— Irmão? Cadê você?! — clamou em desespero.

A casa começou a ruir. Seria seu fim.

Mas alguém não permitiu que fosse. Foi apanhado no colo e estava sendo levado. Abriu os olhos: não era seu irmão.

Estavam voando. Era uma Fada. A Fada de Dallian.

— Rosali, cadê meu irmão? — ele quis saber, os olhos cheios de esperanças.

Mas a Fada não sustentara suas esperanças.

— Agora não, pequenino... — ela chorava. — Ele está enfrentando aquele monstro. Ele pediu que o salvasse e se desculpasse com você por não ter conseguido salvar seus pais. — Ela pousou e o colocou no chão, depois de se distanciarem da vila em chamas. — Fique aqui e espere por ajuda.

— Não quero ficar sozinho!

­ A Fairy apenas balançou a cabeça negativamente, como se respondesse em seu gesto que ela não podia fazer nada em relação àquele pedido.

— Desculpe-me, mas não posso deixar seu irmão sozinho. Ele precisa de mim e eu preciso ainda mais estar do lado dele. Cuide-se. Ele te ama muito, Ryoha. Nunca se esqueça disso.

A Fairy partiu e o medo por estar sozinho o consumiu.

— Não vá embora, Rosali... Não vá... Não vá!

Ryoha reabriu os olhos no momento atual, recobrando aos poucos a consciência.

Estava em Relva, as montanhas negras atrás do Vale de Sonora. Antes de seguirem viagem, seu Alfa e ele haviam passado pela vila. Ryoha conhecera Dona Elda, a simpática Fairy mãe de Cristal. Os dois foram muito bem recepcionados pelos moradores. Domadores eram considerados heróis.

Na percepção do povo de aurora, Domadores eram humanos corajosos que arriscavam suas vidas para capturar espécimes vivos para os condados de Aurora responsáveis por estudar os Dragões, avaliá-los, analisá-los, compreendê-los, observar seu comportamento, coletar seus princípios mágicos e converter tudo para o bem da nação. Dessas pesquisas é que surgiam remédios, artefatos valiosos e até mesmo as armas capazes de paralisá-los, imobilizá-los e derrotá-los.

Aurora aprendera a valorizar aqueles monstros ferozes. Tanto que, naquela nova era, matar um Dragão sem um mandado ou um motivo plausível era crime. Além disso, somente Caçadores tinham permissão para eliminá-los. Domadores e civis que o fizessem sem a devida permissão teriam que estar preparados para responder a um processo.

Mas a lei que beneficiava os Dragões também os condenava. Os que cometiam atrocidades, como o Altroz que atacara a vila de Ryoha, eram julgados e condenados pelo Conselho Central de Aurora, que então expedia uma sentença de morte. O problema era quem aplicaria a sentença. Até aquele momento, nenhum Caçador fora atrás do assassino do clã Edo e era por esse motivo que o próprio Ryoha se encarregara daquela tarefa. Não era só uma questão de vingança; ele perdera a confiança naqueles monstros. Não conseguia mais vê-los com bons olhos.

Seu desejo maior era que todas as raças de Dragões fossem extintas, pois sabia que não poderia viver tranquilo e nem ter uma família enquanto fosse assombrado pela ideia de que acordaria no meio da noite com sua casa pegando fogo e com todos os seus entes queridos mutilados novamente.

Por isso, não se dera ao luxo de desviar do seu objetivo de se tornar um Caçador em nenhum momento. Não, até o momento que fora obrigado a ter uma fada. Quesito necessário para alcançar o status de Caçador.

“Quesito” era o que pensava sobre os Alfas. Somente um acessório para o Domador desenvolver bem seu trabalho; tal como uma espada.

Porém, seu mero acessório, seu Cristal, seu garoto-fada de encantadores olhos azuis e sorriso maroto, estava mudando sua forma de ver um Alfa. Cristal não era para Ryoha mais um mero acessório de batalha, ele havia se tornado algo que começava a preocupar Ryoha, começava a se tornar um motivo de fraqueza.

— Ryo? Você está bem?

A pergunta do seu Fairy fez com que lampejos de memória atravessassem a mente do Domador de forma desordenada. Tentou se erguer e somente quando a dor se espalhou por seus membros é que se recordou a queda.

O lugar à sua volta estava escuro. Apalpou o tórax e sentiu o peito molhado. Elevou os dedos úmidos até o nariz e os cheirou, tendo certeza: era sangue. Sentou no chão e abriu a camisa, notando que não havia cortes.

— Esse sangue não é meu... — constatou preocupado. — Isso significa...

— Você está bem, Ryo? — a pergunta de Cristal se repetiu. — Tem certeza de que não foi atingido?

— Eu não estou sangrando...

— Ainda bem — o outro respondeu aliviado.

Ryoha procurou a bolsa anexa ao seu cinto e retirou dela uma pequena bolha que ao ser pressionada fez o líquido em seu interior emitir uma luz arroxeada. Então pôde finalmente enxergar Cristal.

Mas preferiria não tê-lo visto.

— Não... — as lágrimas turvaram os olhos cinzas do rapaz. — Seu idiota... Não...

— Pode parar com isso. Eu ainda estou bem. A ideia do imponente Ryoha chorando é algo que realmente me assusta.

Haviam subido a montanha para capturar um Dragão da raça Tresgo. Mas ao invés de o encontrarem se depararam com um ninho de filhotes de uma espécie que eles ainda não conheciam.

Aproximaram-se cuidadosamente. Mesmo assim, foram surpreendidos pelo surgimento repentino da Dragão-mãe que estava camuflada entre as paredes negras da montanha.

Mesmo estando em uma situação de perigo, Cristal não permitiu que Ryoha os atacasse.

“São apenas filhotes e uma mãe desesperada querendo defender sua cria!”

O Domador não deu nenhuma importância àquele fato e desembainhou a espada a fim de combater a mãe e levar pelo menos um dos filhotes para o Centro de Pesquisas de Aurora. Se fosse mesmo uma nova espécie, além dos pontos extras, ele receberia honrarias e outros bônus que acelerariam sua transição de Domador para Caçador.

Foi então que eles descobriram qual era o tipo de defesa daquela espécie. A mãe, adulta, tinha a pele recoberta por escamas em formas pontiagudas, do tamanho de lanças, tal como espinhos, espinhos que se desprendiam de seu corpo conforme seu desejo e com as quais ela alvejava seus predadores. Cristal abraçou Ryoha e alçou voo para tentar fugir da mira daquela mãe furiosa, mas em algum momento ele perdeu o equilíbrio e os dois caíram em uma fissura que os levou àquele local escuro dentro da montanha.

Agora, com a iluminação temporária, Ryoha entendia o que havia acontecido. Três espinhos do Dragão estavam cravados em Cristal, um em seu peito, outro na perna direita e outro no braço esquerdo. Ele respirava com dificuldade e o sangue que saía pelos ferimentos gotejava no chão criando uma poça.

— Idiota, idiota, idiota! Você não podia...

— Do que está falando? É meu trabalho protegê-lo.

— Nunca quis que desse sua vida por mim!

— Ryo, não seja tão pretensioso... Eu ainda não te dei nada... Eu estou vivo... Mal pra caramba... — ele parou e tossiu sangue. — Eu concordo... Mas, estou vivo... Eu sou duro na queda...

— Não fale! Não se esforce! Vou tirá-lo daqui e levá-lo para a sua vila.

— Minha mãe vai ficar apavorada... Melhor não.

— Mas...

— Me leve para Fedra, tem uma clínica lá.

— Não. Alguém da sua vila deve ter conhecimentos medicinais mágicos suficientes para curá-lo. Você não aguentaria o percurso até Fedra.

— Mas...

— Fique quieto! Moribundos não dão palpites.

Ryoha sentiu toda a ânsia do desespero atormentá-lo. Nunca havia desejado tanto salvar alguém. Há muito não sentia o pavor de perder alguém. Sabia que ter um Fairy implicava aquele risco. Mas jamais pensou que se apegaria ao seu Alfa a ponto de sentir tanto desespero.

Mas tinha conhecimento daquela mudança, Cristal não era mais somente seu Alfa.

Haviam se passado quatro meses desde o dia da seleção para Alfa, quatro meses em que estavam juntos e que haviam estreitado seu relacionamento de uma forma estranha. Algo que começara com tímidas trocas de beijos, os quais não demoraram se tornar insuficientes. Depois disso, para suprir a necessidade que sentiam, passaram a dormir juntos.

Aquele foi o avanço mais significativo que fizeram. A princípio, apenas dormiam abraçados, para acalentar as noites frias. Mas não demorou e a necessidade de irem além se tornou mais forte. Passaram a explorar o corpo um do outro com toques, carícias e beijos. A masturbação os levou ao orgasmo; o ápice do prazer. E a curiosidade sobre o sexo só se aflorou desde então, incitando-os a chegarem ao fim do ato algumas vezes.

De início a ideia de ser tomado como uma donzela não agradara em nada a Ryoha. Ser ele o submisso veio do calor do momento. Seu Alfa se mostrara muito mais hábil no momento de dominá-lo e não foi capaz de resistir; não enquanto os lábios de Cristal sugavam os seus de forma cadenciada, enquanto toda a sua pele recebia o massagear firme das mãos dele, não enquanto sentisse a dor de ser penetrado e estocado repetidas vezes até seu corpo responder de forma luxuriosa. Aquele se tornara o único momento em que a consciência de Ryoha, o irmão do Grande Dallian, se esvaía e ele podia ser comparado a um mero humano normal. Esquecia-se do que era, de quem era, de onde viera, quais eram suas pretensões, do mundo em que viviam, dos Dragões, de sua solidão, da maldita vingança...

Tudo se apagava restando apenas eles, a união dos seus corpos e o prazer incomensurável que conseguiam propiciar um ao outro.

Mas sentir-se bem não era algo com que Ryoha soubesse lidar, principalmente quando ouviu a declaração de Cristal de que estava apaixonado. Foi preciso readquirir todo o seu autocontrole para poder ser firme na sua resposta, mesmo que no fundo já soubesse que aquele sentimento não era mais unilateral.

“É apenas prazer. Não vamos modificar as coisas entre nós. Eu sou seu Domador e você é meu Alfa. As coisas ficarão assim.”

“Eu ainda prefiro pensar que somos parceiros...”, foi a resposta dada por Cristal, com um sorriso entristecido no rosto. “Mas eu entendo. Estar para sempre ao seu lado será o suficiente para mim.”

Agora, naquele instante em que Ryoha o carregava desacordado em seus braços, pensou que deveria ter dito a ele o que viera em sua mente naquele instante:

“Não existe para sempre quando se vive para lidar com Dragões.”

...

Contrariando a vontade de Cristal, Ryoha o levou de volta para Sonora e como imaginara a mãe dele sabia muito bem a quem recorrer. Não havia ninguém melhor para tratar os ferimentos de um Fairy se não outro Fairy. Elda chamou o curandeiro da cidade que só deixou o quarto de Cristal quando já era de manhã.

— Agora pode entrar se quiser, rapaz — autorizou o curandeiro, um Fairy baixinho e com uma longa barba arroxeada.

Ryoha se ergueu da poltrona em que passara a noite e assentiu. Mas antes que o velho Fairy deixasse a residência ele o questionou.

— Ele vai sobreviver?

— Sou um velho curandeiro e não um deus, jovem Domador. Agora depende do garoto. Se me der licença, preciso descansar. — ele saiu e continuou resmungando enquanto saía. — Esses humanos e suas ideias medíocres de que seres mágicos são imortais ou imunes a enfermidades, ai, ai...

Ryoha suspirou fundo e depois de passar alguns segundos com a mão detida na maçaneta da porta, girou-a devagar e adentrou o cômodo procurando não fazer barulho.

Deteve-se em pé, ao lado do leito. A mãe de Cristal acariciava a mão do filho desacordado. Tudo que estava ao alcance do curandeiro da vila havia sido feito. Agora era esperar que Cristal fizesse a sua parte e resistisse aos ferimentos.

— Sinto muito. A culpa foi toda minha, Dona Elda.

A Fada balançou a cabeça em sinal de negação.

— O pai dele morreu em um acidente nas Minas de Fedra, Ryoha. Quando o que ele preferia era ter morrido como um herói, lutando contra Dragões. É o destino agindo por conta própria. Não podemos deter seu curso. Se esse era o destino do meu Cristal, aconteceria como Alfa, minerador, instrutor da academia, qualquer coisa...

O rapaz ficou em silêncio por alguns instantes, e depois a informou:

— Estou de partida.

A mulher continuou segurando a mão do filho por mais um tempo em silêncio. Por fim ela se ergueu, afagou o semblante pálido e adormecido do jovem e então saiu do quarto, avisando que aguardaria o Domador na sala.

Ryoha entendia a Dona Elda, ela era mãe, e um dia tivera uma mãe que também se preocupara com ele naquela mesma intensidade.

A verdade era que Ryoha não queria ficar sozinho; não queria sentir aquele peso que trazia dentro de si aumentando. Respirou fundo e tentou em vão conter os soluços. Sentou-se na beirada da cama e se debruçou sobre o corpo ferido do Alfa, acariciando seu rosto desacordado, tocando-o e segurando-o com ambas as mãos. Nenhuma reação. Aproximou-se dos lábios dele e os beijou. Nada. O rosto colorido e corado que sempre lhe sorrira agora estava desbotado, quase sem vida.

— Perdoe-me, Cristal? Sei que vou chateá-lo com a minha decisão, mas... — ele pausou, umedeceu os lábios ressequidos, suspirou mais uma vez e concluiu. — Eu vou voltar naquele ninho. Vou matar o Dragão que fez isso com você e vou apanhar seus filhotes e levá-los para o centro de pesquisa de Valdoura. Depois disso vou exigir minha elevação de nível junto ao Conselho de Erix.

Ryoha se ergueu, retirou do bolso interno da capa um pergaminho e o deixou sobre a mesinha de cabeceira.

— É a carta de recomendação que havia prometido. Poderá continuar perseguindo seu sonho quando se recuperar, com alguém que lhe infringirá menos riscos. Tenho certeza de que encontrará um Domador muito melhor do que eu.

Ryoha sorriu brevemente e voltou sua atenção para a janela entreaberta do quarto e a claridade estonteante do dia. Secou os olhos, respirou fundo para que não saísse do cômodo e encarasse a mãe de Cristal com cara de choro.

— Foi bom tê-lo como... parceiro — disse e saiu.

...

— Tem certeza que precisa ir tão depressa? Por que não espera mais uns dias? — a mãe de Cristal insistiu, acompanhando o rapaz que marchava em direção ao portão da residência.

— Não posso perder tempo. Preciso voltar à montanha e encontrar aqueles espécimes raros antes que desapareçam.

— Você não pode ir sem um Alfa — a Fairy alegou.

— Antes de me obrigarem ir ao teste para Alfa eu tinha uma licença para caçar sozinho. E, desculpe-me a petulância, Dona Elda, eu sempre cacei muito bem sozinho.

— Mas e quando Cristal acordar?

— Não serei mais um mero Domador, por isso não precisarei mais dos serviços dele. — ele anunciou de forma fria.

Apesar de a frase ter soado impactante, Dona Elda não se chateou. Ela conseguia ver além das palavras e da feição fria do jovem Domador. Ela sabia o que Ryoha pretendia: poupar o filho de um caminho repleto de dor.

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Autora: Andréia Kennen
Fandom: História Original
Classificação: inicialmente 14 anos
Gêneros:  romance, aventura, fantasia, drama, yaoi.
Resumo: Cristal sonhava em ser um Alfa e viver grandes aventuras ao lado de um Domador de Dragão. Para realizar seu sonho, tornou-se o melhor aluno da academia Sonar. Porém, nada fora como ele realmente esperava que seria, a começar por seu Domador...

— Você realmente o ama.

A face de Ryoha corou e ele achou que era o momento de realmente partir. Montou o cavalo que estava atrelado as estacas de madeira que ladeava a residência e assentiu para a Fairy.

— Espere, Ryoha. — dona Elda pediu antes que ele partisse e retirou de dentro do bolso da calça uma pequena esfera azul clara e estendeu-a na direção dele.

— O que é isso?

— É o Olho Azul do meu filho, eu tirei para você.

O Domador franziu o cenho ao apanhar a esfera.

— Não me olhe com essa cara assustada. Não é o olho dele de verdade, o “Olho Azul” é uma esfera mágica que retém recordações. Ao menos, as especiais. Todos nós Faries a temos em nossos olhos. Quando ocorre algo que deixa o Fairy entre a vida e a morte essa esfera pode ser retirada, seria uma recordação para os entes queridos. Aliás, somente entes queridos têm acesso a essas memórias, não é qualquer um que pode vê-las. Elas também são restritas, tem coisas, por exemplo, que Cristal certamente não gostaria que eu soubesse e por isso eu não serei capaz de enxergá-las.

— Está me dizendo que aqui há recordações que ele gostaria que eu visse?

— Talvez.

— E como faço para vê-las?

— Basta colocá-la em um dos olhos e fechar o outro e você verá as cenas transcorrendo na sua frente, como se você fosse o próprio Cristal. Acho que ele gostaria que ficasse com essa. Será uma forma de mantê-lo sempre próximo de você.

O rapaz fechou a esfera em sua mão e depois a guardou dentro do medalhão que carregava no pescoço onde tinha a foto dele com os pais em um lado e no outro lado o irmão Dallian e sua fada Roseli. Depois segurou firme a rédea do cavalo e bateu com os calcanhares na lateral do animal fazendo-o se mover e ganhar velocidade.

— Obrigado, Dona Elda!

— Volte para nos visitar!

A mãe de Cristal continuou acenando até que o humano de longos cabelos vermelhos desaparecesse de suas vistas. Ela sentia pelo filho, mas sentia ainda mais por Ryoha, pois sabia que o caminho que o Domador estava tomando era frio, longo e solitário.

Continua...

Notas finais do capítulo

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