Capítulos: 1 2
Autora: Ilana Sam
Série: Sailor Moon Classic
Gênero: Drama, Romance
Status: completa
Classificação: 12 anos
Resumo: Serena sofre com o desaparecimento de Darien após a descoberta do cristal de prata. Desde que soube ser a Princesa da Lua, sente que não é mais como era, que está diferente com as pessoas e as coisas a sua volta. É quando Darien simplesmente reaparece. Mas ele também já não é mais como antes.
Capítulo 01 – Em Busca de Respostas
Desci rapidamente as escadas. A superstição diz que não se deve olhar para trás, mas sabia que não estava ali sozinha.
Precisava seguir em frente. Tarefa nada fácil em meio as incertezas. As do futuro e as do momento que me levaram até ali.
Corri pela avenida principal e procurei em volta, nada das guerreiras. Aquele youma era mesmo muito forte. Apesar do ataque longínquo, pegou todas nós de surpresa. O golpe nos atirou a metros de distância. Não havia sinal para contato pelo comunicador em plena noite.
Observei o brilho do cristal de prata no cetro lunar e sabia que minha responsabilidade como guerreira havia crescido. Tentava ao menos, minimizar minhas criancices na luta. Tinha o dever de vencer a batalha. Mas a verdadeira guerra ainda estava por vir.
Não me conformava por não ter conseguido salvar Darien, quando tentou me proteger de Zyocite na Torre Star Light. O sofrimento dele trouxe minha reencarnação passada à tona e me deu mais poder. Mas... não consegui ajudá-lo.
Interrompi meu pensamento ao ver o youma se aproximando da esquina novamente. Sailor Mercúrio e Sailor Marte usavam seus respectivos golpes, em seguida, Sailor Júpiter e Sailor Vênus.
É agora, pensei.
- Cura Lunar, ação!
O poder atingiu o monstro que rodopiou até se revelar ser um homem... aproximei-me e percebi que não estava ferido, apenas desacordado com o golpe.
- Temos que levá-lo ao hospital. - disse.
- Já chamei uma ambulância. Vamos! - disse Sailor Mercúrio.
Antes que o carro chegasse, me apressei em sair dali com as guerreiras. Sempre que usava a cura lunar, ao acompanhar a pessoa a voltar a ser quem era, esperava que fosse Darien... mas estava há semanas sem qualquer notícia.
- Por aqui Sailor Moon. - Sailor Vênus me avisou.
- Vocês estão bem? - perguntei.
- Estamos sim, Lua e Artemis nos esperam na cobertura do prédio próximo daqui. - falou Sailor Júpiter.
- Onde estava o tempo todo? Acha que temos o poder do cristal de prata nas nossas mãos? Por que não apareceu antes? - Sailor Marte perguntou com ironia.
- Eu estou aqui, não estou? - questionei de volta.
- Por pouco, o monstro não machucou a Sailor Júpiter. - Sailor Marte disse com raiva.
- Estou bem Sailor Marte. Sailor Moon chegou na hora certa. O golpe do youma não passou nem perto com a cura lunar. - disse Sailor Júpiter avistando o prédio.
- Não é hora para discutir. Lua e Artemis estão nos esperando lá em cima. - falou Sailor Mercúrio.
Diante do prédio, olhei para Sailor Vênus que estava com uma expressão surpresa. Diferente de Sailor Mercúrio e Sailor Júpiter, mal sabia que a implicância da Sailor Marte comigo era rotina, fato que aumentou depois do que aconteceu com Darien.
Eles estavam namorando quando ocorreu o incidente. Ninguém, nem mesmo ela, detentora de tantas previsões, sabia que o relacionamento terminaria com o ressurgimento do cristal de prata. E do passado.
- Isso não ocorreu apenas uma vez. Sabe o quanto ficamos vulneráveis aos riscos do campo de batalha. Se continuar agindo assim, mais alguém irá se machucar cedo ou tarde. - Sailor Marte não se conteve.
- Ninguém mais vai se arriscar por minha causa. - sabia o que ela queria dizer.
Faria o que estivesse ao meu alcance para evitar quaisquer perigos as guerreiras. Entretanto, o aborrecimento de Sailor Marte tinha razões maiores para ser. Era difícil para mim também, a situação estava insustentável.
Nunca havia tido uma responsabilidade tão imensa. Sei que, no começo, eu não aceitava mesmo a realidade de ser princesa, muito menos ter que lutar com o cristal de prata. Na verdade, não tive escolha. Se me recusasse a lidar com a situação, talvez jogasse fora a única chance de salvar a terra no lugar de Darien.
- Nada vai mudar o que houve, aconteça o que acontecer, e a culpa é toda sua. - Sailor Marte gritou caminhando rapidamente.
Senti sua mão atingir meu rosto. Chegou aonde queria, apontar quem era a culpada dos fatos. Naquele dia, na Torre Star Light, as guerreiras tiveram que segurá-la para impedir a agressão física.
Agora foi diferente. Chegamos as vias de fato. Sailor Marte estava inconformada com o que aconteceu, mas não era justo. A responsabilidade era minha, mas não somente minha. Tentei ajudar como pude.
- Chega Sailor Marte! - disse Sailor Júpiter.
- Parem agora. - falou Sailor Mercúrio.
Levei minha mão ao rosto, a luta difícil, a falta de informações, tudo estava embaralhado em minha mente... mas levantei a cabeça antes de ir.
- Eu vou encontrar o Darien. - a promessa não era para Sailor Marte ou as demais guerreiras, mas para mim mesma.
Dei alguns passos e saí correndo dali.
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Fiquei em casa pela manhã. Não que tivesse aprontado alguma, mas a professora Mônica comunicou antecipadamente que não haveria aula por alguns dias, devido a incidência de ataque de youmas na cidade.
Aquilo me preocupava, Lua avisou que a reunião não ocorreu no dia anterior. Lamentou o ocorrido, mas disse que precisávamos focar em como combater o inimigo.
E pensar que até poucas semanas atrás, estávamos à procura da Princesa da Lua e buscando reunir os cristais arco-íris antes do Negaversus. Eu não me lembrava de nada até que... minhas lágrimas ativaram o brilho dos cristais arco-íris e recuperei minhas lembranças...
- Ouviu o que eu disse Serena? - Lua perguntou levantando a sombrancelha.
- O que? - perguntei espantada.
- Acabei de dizer que a reunião será remarcada em breve.
- Certo. - disse pegando a bolsa.
- Serena, ele vai aparecer. Tenha fé. Lute com todas as suas forças. As guerreiras precisam de você. - disse tentando me confortar.
- Porque não lembramos de nada antes Lua? Poderia tê-lo ajudado. - disse com os olhos lacrimejados.
- Quando reencarnamos perdemos as lembranças da outra vida Serena. Mas os laços continuam, tanto que voltamos a nos encontrar. Todas nós.
- Minha família, mamãe, papai, Sammy... não lembro de nenhum deles no Reino Lunar.
- As relações se reconfiguram de uma reencarnação para outra. Talvez seus pais da outra vida estejam reencarnados. Ou não. - Lua tentava conectar os pontos.
Minha cabeça estava confusa.
- Sei que são muitas informações, mas agora além da Rainha Beryl, existe a energia da Megaforça a mesma que...
- Eu sei Lua. - disse reflexiva.
- Sim, eu vi tudo Serena. A Rainha Serenity usou o cristal para banir o Negaversus e permitir a reencarnação de vocês.
- Lembro que, naquela época, você tinha me presenteado com o mesmo broche de hoje Lua. Eu já me transformava em guerreira como as outras, mas não portava o comigo, ele ficava no palácio a pedido da minha mãe. No dia da invasão do Negaversus, o salão principal onde meu broche estava guardado foi destruído e não tive como me transformar.
- Sua mãe achava que não era o momento... - Lua procurou explicar.
- Deu tudo errado. Minha mãe do passado e Darien no presente. - suspirei olhando para a janela do quarto.
- Não fique assim Serena. Tenho certeza que enfrentará os inimigos e irá restaurar a paz aqui na terra.
Assenti e saí pela porta. Preferi dar uma volta e refletir mais sobre o que ocorreu e sobre mim mesma.
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Corri o máximo que pude, enquanto o fogo consumia as escadas. Meu vestido branco por pouco não ficou preso a um dos vãos. Tentava alcançar Endymion, pedia para ele me esperar, mas se contentou a olhar para trás e sorrir para mim sem alterar um passo.
Acordei sobressaltada. Não era a primeira vez que sonhava a mesma coisa, mas senti-lo perto de mim, ainda que por alguns momentos...
Meu comunicador tocou em plena madrugada. Ouvi a voz da Sailor Vênus aflita.
- Serena venha aqui depressa, tem um youma perto do colégio detectado pelo Artemis. As demais guerreiras estão vindo para cá. Rápido! - disse preocupada.
Troquei de roupa em segundos meio sonolenta e fui para a rua. Lua vinha logo atrás de mim. Me enfiei no primeiro beco que vi e logo eu era Sailor Moon. Já me transformei em cada local. Darien que o diga!
Segui até o local indicado por Sailor Vênus e a avistei próxima da esquina. Peguei minha tiara e gritei para combinarmos nossos golpes.
- Tiara Lunar!
- Raio Crescente de Vênus!
Sailor Mercúrio, Sailor Marte e Sailor Júpiter chegaram em seguida. Elas prepararam seus respectivos golpes em direção a tiara para aumentar o nível do ataque. Não podíamos perder tempo, o youma estava prestes a atacar novamente.
- Névoa de Mercúrio!
- Fogo de Marte!
- Trovão de Júpiter!
Um redemoinho surgiu próximo do campo de batalha enquanto a tiara atingia o monstro em cheio. Sailor Marte e Sailor Júpiter foram checar o que era, ao mesmo tempo em que Sailor Mercúrio e Sailor Vênus me davam cobertura para que lançasse a cura lunar. Após pronunciar as palavras, o monstro se tornou uma mulher caída no chão.
- Essa não. - disse Sailor Mercúrio.
Olhei para o lado e, ao longe, percebi que Sailor Marte e Sailor Júpiter estavam caídas perto do ponto que foram averiguar. Ia correr junto com Sailor Mercúrio e Sailor Vênus para ajudá-las até que vi um homem avançando onde eu estava.
Malachite segurou o cristal negro e tentou me atacar. Usei o cetro lunar para afastar os raios que saiam da arma que ele usava.
- Então, o que vai ser Sailor Moon? Vai entregar o cristal de prata ou vou explodir a área. Você escolhe. - disse com sarcasmo.
- Deixe as pessoas em paz! - falei incisiva.
- Vamos Sailor Moon, se entregue agora. - decretou enquanto eu dava dois passos para trás.
- Não princesa! - disse Lua acompanhada de Sailor Marte e Sailor Júpiter que tinham acabado de se levantar com ajuda das demais guerreiras.
- O cristal de prata... - falei receosa.
- Não apenas o cristal, quero acabar com você Princesa da Lua. Foi responsável pela morte de Zyocite. - disse levantando o cristal negro em minha direção.
- O que? - eu e as guerreiras exclamaram.
Olhei para Malachite. Ele não estava brincando. Entretanto, se eu entregasse o cristal de prata ele não iria acabar apenas com o bairro, a cidade inteira viraria pó. Como poderia salvar quem estava tentando proteger?
De repente, percebi um sopro entre mim e Malachite... Era uma rosa... preta. Atingiu o chão denunciando a presença de mais uma pessoa no campo de batalha.
Fiquei atônita. Não, não podia ser...
Olhei para o muro ali próximo e aquele vulto foi ganhando forma até se revelar ser Tuxedo Mask.
- Não vai atrapalhar meus planos Endymion. - Malachite gritou.
- Chega de conversa Malachite. Meu interesse é apenas o cristal de prata.
- Eu vou acabar com a Sailor Moon e você não vai me impedir. - disse Malachite possesso de raiva a ponto de lançar o cristal negro em direção ao Tuxedo Mask.
- Pare! - gritei indo até onde eles estavam.
- Não Sailor Moon! É muito perigoso! - falou Sailor Vênus.
Tuxedo Mask se esquivou do golpe de Malachite neutralizando o efeito com mais uma de suas rosas negras.
- Por que você está assim Tuxedo Mask? - questionei com lágrimas nos olhos.
- O meu nome é Endymion. - disse sacando seu bastão negro.
- Sinto uma energia maligna vinda dele. - constatou Sailor Marte.
Esperei tanto por aquele momento, pelo nosso reencontro, que agora mal acreditava que meu desejo tinha se tornado real. As lembranças da batalha que me trouxe de volta como princesa eram revividos em minha mente e se misturavam em meio aos sonhos que tinha com Darien desde que tinha desaparecido.
Entretanto, apesar de todas as minhas expectativas, a realidade me mostrava que ele parecia outra pessoa.
Quantas vezes me salvou e salvou as guerreiras... e agora teríamos que lutar contra Tuxedo Mask.
- Quero o cristal Sailor Moon. - disse com o bastão em punho.
- Não vai levar vantagem hoje Endymion. - Malachite falou decidido.
De um lado, Tuxedo Mask e Malachite queriam o cristal de prata a todo custo. Do outro, as guerreiras se colocavam em posição de luta perto de mim.
- Precisam sair daqui. - falei para as guerreiras com o cetro em minhas mãos.
- Quando eles atacarem você se retira com Lua e Artemis. Nós damos cobertura por aqui. - avisou Sailor Marte.
- Não pense que será fácil. - Malachite ameaçou.
- Vai ter que lutar com a gente primeiro. - Sailor Júpiter disse em posição de ataque.
- Eu me encarrego do cristal de prata e você das guerreiras. - Tuxedo Mask falou para Malachite.
- Você não me dá ordens. - Malachite ficou irado e sacou o cristal negro.
- Por favor, saia depressa. - pediu Sailor Vênus.
- Eu me preocupo com vocês. E se acontecer algo? - perguntei aflita.
- Vamos ficar bem Sailor Moon. - disse Sailor Mercúrio.
- Então Endymion, se quer tanto o cristal de prata porque não conta o que houve no dia em que a princesa apareceu? - Malachite o questionou como se, por alguns momentos, ignorasse a presença de nós guerreiras.
- Do que está falando? - Tuxedo Mask questionou.
- Quem era aquela garota que estava com você naquele dia? Provavelmente é você, não é mesmo, Sailor Moon? - perguntou olhando para mim maliciosamente.
Senti o baque. Tuxedo Mask agiu estranho. Não sei se mais alguém além dele me viu me transformar em Sailor Moon. As guerreiras estavam apreensivas se entreolhando umas as outras. Se Malachite descobrisse a minha identidade, como Neflite há um tempo atrás, e que levou meu segredo com ele, as consequências seriam inimagináveis.
- Eu não me lembro... - ele disse com o olhar perdido como se estivesse buscando as lembranças em algum lugar.
Seu olhar parou nos meus olhos. Menos frio e mais perdido. Mesmo à distância, percebia que ele realmente tentava se lembrar do que quer que fosse.
- Vai me dizer quem era agora. - Malachite lançou o cristal negro para um Tuxedo Mask absorto em si mesmo.
- Tuxedo Mask! - gritei.
No céu formou-se uma espécie de buraco negro que repeliu o ataque de Malachite. Uma voz solicitava o retorno de Endymion ao Negaversus imediatamente.
- Essa voz... é da energia da Megaforça! - Lua exclama.
- Vou tentar captar a origem do sinal. - disse Artemis.
- O que aconteceu para você mudar tanto? - indaguei aflita a Tuxedo Mask.
- Chega de conversa. Voltarei para pegar o cristal de prata. - disse sobrevoando rumo ao buraco negro.
Malachite observou-o desaparecer no buraco negro e recebeu uma chamada da Megaforça para retirar-se do campo de batalha.
- Meu tempo acabou guerreiras, mas não descansarei até descobrir quem é você Sailor Moon. O cristal será meu. - sorriu sarcasticamente.
- O que fez com Tuxedo Mask? - minha preocupação com ele era a maior do que comigo mesma.
- Quer mesmo saber? Ele está sob efeito de uma lavagem cerebral feita pela Rainha Beryl. Infelizmente, para você, as lembranças dele foram apagadas. Agora ele é um servo da Megaforça.
- Por isso que senti uma energia maligna. - disse Sailor Marte.
- Ele permaneceu no Negaversus o tempo todo. - constatou Sailor Mercúrio.
- É provável que você e aquela garota sejam a mesma pessoa Sailor Moon. Rainha Beryl se recusou a devolver a memória de Endymion, somente assim sua identidade seria descoberta, mas não importa... tenho os meus meios. - Malachite falou caminhando em direção ao buraco negro e sumiu de imediato.
Estava prestes a amanhecer. As guerreiras se certificaram de que o ambiente estava tranquilo. Sailor Marte e Sailor Vênus socorreram a mulher desacordada e enviaram um aviso aos policiais que faziam ronda na região.
- Encontrou a origem do buraco negro Artemis? - Lua perguntou.
- Não Lua, foi muito rápido. - suspirou Artemis olhando para Sailor Mercúrio que estava com seu computador de mão.
- Vou passar as coordenadas registradas aqui para o computador central do salão de jogos Lua. Assim poderemos retomar a possibilidade da localização exata do Negaversus. - disse Sailor Mercúrio.
- Talvez nem tudo esteja perdido. - disse Sailor Júpiter.
- Ele reapareceu, mas... sabe algo sobre a lavagem cerebral Lua? - perguntei.
- No Reino Lunar, seu pai descobriu que o Negaversus havia construído câmaras de energia para apagarem as memórias das pessoas. Quem fosse capturado pela Megaforça passava pela lavagem cerebral para servirem de soldados contra nós no Milênio de Prata.
- Depois de tanto tempo estas câmaras ainda existem. - constatou Artemis.
- A cura lunar pode trazê-lo de volta? - questionei apreensiva.
- É a única maneira que conhecemos para reverter os efeitos da câmara Sailor Moon. No Milênio de Prata, sua mãe usou-o para devolver a memória de muitos que lutavam contra o próprio reino de origem. - esclareceu Lua.
- Então, existe uma esperança. - falei olhando para o cristal cravado em meu cetro.
- Malachite está obsessivo pelo cristal e pela identidade de Sailor Moon. - falou Sailor Vênus que voltava com Sailor Marte.
- Ele pode atacar a qualquer momento. - Sailor Marte alertou.
- Com a localização exata do Negaversus, poderemos entrar antes que os ataques da Megaforça se intensifiquem aqui na terra. - Lua disse.
Combinamos de nos encontrarmos amanhã à tarde no salão de jogos. Enquanto nos dispersávamos pensava obviamente em Darien e como poderia encontrá-lo. Talvez as pistas que tínhamos revelassem alguma coisa. Havia uma chance.
_ _ _ _ _
Estava atrasada para a reunião. Ainda sentia o corpo cansado da noite passada, mas não havia um minuto a perder.
A ameaça me preocupava. Tinha medo até de andar pela rua. E se Malachite aparecesse do nada, me reconhecesse e atacasse?
A chamada de Mina pelo comunicador me desviou a atenção. Esqueci de avisar as meninas sobre minha demora. Ouvia os esbravejamentos da Rey, mas não iria me incomodar. Eu era uma acumuladora de atrasos.
Corri um pouco mais depressa, apressada para chegar logo. O reaparecimento de um Darien totalmente diferente me causava dor e, ao mesmo tempo, muita raiva. Apertei minha mão direita com mais força. Precisava trazê-lo de volta.
Primeiro, tinha que parar com tanto egoísmo. Não poderia pensar somente em mim, afinal muitos sentiam falta dele como o melhor amigo, o Andrew. Imagina se ele soubesse o que aconteceu nestas últimas semanas...
Havia encontrado ele semana passada. Era a primeira vez que eu retornava a loja de jogos. Tudo me lembrava o Darien.
Andrew me disse que o amigo estava sendo procurado pela agência de desaparecidos da polícia de Tóquio.
E agora Darien voltou... para meu misto de alegria e aflição...
Ouvi um estrondo forte a poucos metros dali. As pessoas começaram a correr contra minha direção. Fiquei com receio, mas apertei o passo para saber o que estava havendo.
No quarteirão seguinte, a avenida estava um caos. Carros danificados, motoristas com ferimentos leves, outros que deixaram seus veículos e saíram o mais rápido que puderam, pessoas correndo e outras estiradas no chão tentando se levantarem por conta própria ou com ajuda de estranhos.
Me aproximei mais e notei que alguém já tinha acionado a polícia e os bombeiros. Aproveitei para questionar o que aconteceu. Um senhor que ajudava os motoristas ali me disse que, ao se dar conta, viu uma descarga elétrica de cor negra percorrer o céu e cair na avenida.
Não entendi nada. Nenhuma presença de youma, pelo menos aparentemente. Cheguei na metade do quarteirão, as pessoas haviam se dispersado mais, até ver a cena.
Enormes crateras no chão, ainda saía um pouco da fumaça. Eram várias. Olhei para os lados, se o soldado do Negaversus ou um youma estivessem ali, toda atenção era pouca.
De longe, percebi um vulto suspeito. Corri rapidamente para ver quem era. Aquilo era demais, se fossem mandados do Negaversus iriam ver só, a batalha é entre nós guerreiras e eles. Não tinham que envolver pessoas inocentes nisso.
Cheguei mais próximo e pude de fato perceber que... Não... não é possível... não é verdade...
Darien olhava a cena de destruição. Deu as costas e caminhou em direção à Torre Star Light. Ele era mesmo responsável pelo que tinha acabado de ver? Havia se tornado tão cruel assim?
Estava de preto e usava óculos escuros. Tinha uma das mãos fechada. Tomei cuidado para não ser vista.
A Torre Star Light ficava logo após os arbustos do parque. Estava interditada pelo governo japonês desde a última batalha sem previsão para reabertura. Os combates que ocorreram danificaram não só a estrutura do prédio, mas eu também me sentia muito abalada com o que aconteceu.
Talvez por isso não quis avisar as guerreiras que estava ali. Precisava reparar meu erro. Por pouco, o Negaversus não levou o cristal de prata naquele dia.
Fiquei escondida atrás de uma árvore, logo após ver Darien se abaixar em posição de reverência na entrada da torre. A roupa dele se transformou na roupa do Príncipe Endymion. O cristal negro que estava em sua mão direita começou a flutuar. Um buraco negro se abriu diante dele.
- Tenho um pedido a fazer. Quero mais tempo para encontrar o cristal de prata. - falou com a voz séria.
Difícil ver aquilo. Ele realmente se portava como um dos soldados do Negaversus. Iria me transformar agora.
- Endymion, seu ataque não foi tão destrutivo. - ouvi uma voz, mas não era parecida com a da Megaforça.
- Perdão minha rainha. Na próxima vez, lhe garanto que será diferente. - ele afirmou, era mesmo a Rainha Beryl.
- Sabe o quanto é importante trazer o cristal de prata. Você terá mais tempo para executar o seu plano. - a voz era maliciosa.
O cristal negro começou a emanar energia maligna. Darien se levantou enquanto estendia ambas as mãos sobre o artefato.
- Manifeste toda sua força cristal negro! - disse invocando todo o poder.
Uma ventania começou a tomar conta do local. Fiquei abaixada segurando os galhos mais baixos da árvore. Observei um raio atravessar o buraco negro e atingir o artefato.
- O terror que espalhar sobre a terra aumentará mais o poder da Megaforça. - não pude ver a fisionomia da Rainha Beryl, que começou a sorrir sarcasticamente.
Darien não apenas entrava em contato com o Negaversus, mas usava a energia maligna da Megaforça, por meio do cristal negro, o mesmo que Malachite usou para atacar nós guerreiras. O próprio protetor estava destruindo a própria terra em nome do poder.
Se eu aparecesse com o buraco negro ativado, mesmo transformada, iria parar no Negaversus. Não poderia lutar com Darien na presença da Rainha Beryl. Era meu dever resguardar o cristal de prata.
Após a emissão do raio, o buraco negro se fechou de imediato. Ele se levantou prestes a desaparecer com auxílio do cristal negro. Se fosse atacar a cidade mais uma vez, eu não iria deixar.
Gritei minhas palavras de transformação atrás da árvore.
- Espera aí! - falei andando apressada.
- Sailor Moon? - disse olhando para trás onde eu estava.
- Não vou permitir que permaneça no lado negro. - avisei.
- Não pode fazer nada Sailor Moon. Com a energia que recebi do Negaversus serei invencível. - disse malicioso.
- Antes vai ter que lutar comigo Darien. - falei segurando as lágrimas que me vinham aos olhos.
- Por que me chamou por este nome novamente, eu sou Endymion. - falou aborrecido.
- Você vai voltar a ser quem era. - falei sacando meu cetro lunar.
- Então lutarei com todas as minhas forças e conseguirei o cristal de prata. - ele avisou se transformando em Tuxedo Mask com o cristal negro em punho.
- Lute também para lembrar quem você realmente é. Sei que está sendo controlado pela energia maligna da Megaforça, mas as lembranças estão aí, dentro de você. - tentei reavivar suas lembranças.
- Sinto dizer que hoje será sua última batalha. O cristal de prata ficará comigo custe o que custar. Entregue-o agora ou irá se arrepender. - ele disse preparando seu ataque.
- Por favor, tente se recordar do que aconteceu. Você é mais forte do que pensa. - fiquei atônita.
- Quem desafia o Negaversus, deve morrer. - Tuxedo Mask gritou se teletransportando diante de mim.
Fechou um dos punhos em direção do meu rosto, mas consegui me esquivar a tempo. Dei dois passos para trás e saquei minha tiara.
- Devo admitir que é uma guerreira forte. Mas não irá muito longe. - falou se desviando da tiara lunar.
- Você não me deixa escolha Tuxedo Mask. - falei recolhendo a arma em minha testa.
- É o seu fim Sailor Moon. - disse taxativo.
Ele concentrou toda a energia maligna do cristal negro, um poder que aumentava cada vez mais. Segurei o cetro lunar em minhas mãos. A responsabilidade estava frente a mim: tinha que livrar o planeta da energia maligna e fazer Tuxedo Mask voltar ao normal. Tudo com apenas um golpe.
Parou por um momento e pareceu contemplar o cristal de prata em meu cetro. Será que estava começando a se lembrar de algo?
- Você sabe quem eu sou, sabe a minha identidade. Se quiser lutar para valer, lute comigo, mas não prejudique outras pessoas.
O olhar dele pareceu translúcido, mas por pouco tempo. Terminou a concentração de energia maligna e lançou o ataque em minha direção.
- Por favor, por favor cristal de prata... - pensei alto, enquanto lançava a cura lunar.
Nossos golpes se encontraram no centro. Ele, com energia maligna, eu com a energia que resplandecia do cristal. O vento estava muito rápido. Meu poder se expandiu gradativamente, mas a energia maligna avançava muito. Aumentei o poder do meu golpe em batalha e começava a me sentir fraca.
Encolhi um pouco os braços, com o cetro lunar em mãos, não podia perder, havia muita coisa em jogo...
Observei a cura lunar ser envolvida pela névoa de mercúrio e pelo fogo de marte. Olhei para o lado direito e, próximo dali, Sailor Mercúrio e Sailor Marte mantinham o ataque. Em seguida, o trovão de júpiter e o raio crescente marcaram presença de lançamento. Sailor Júpiter e Sailor Vênus atacavam a minha esquerda. Era nossa chance.
Consegui elevar o poder do cristal de prata e a energia maligna foi se dissipando até a cura lunar atingir Tuxedo Mask em cheio.
O cristal negro partiu-se em pedaços lançando-o para longe. Caiu deitado e notei que a roupa dele voltou a ficar preta. Comecei a me abaixar exausta. As guerreiras correram para me amparar.
- Ele... voltou ao normal? - disse cansada.
Sailor Marte se prontificou para conferir. Quando estava próxima de Darien, uma energia negra começou a emanar do corpo dele jogando-a em direção a uma árvore.
- Sailor Marte! - Sailor Mercúrio gritou.
Fiquei atônita com aquilo. Lancei a energia direta do cristal com ajuda das guerreiras. Além de não ter funcionado, ele se levantou com o aspecto mais agressivo.
- Nosso ataque não deu certo. - falou Sailor Vênus.
- Contra-ataque já. - Sailor Júpiter gritou ao avistar Sailor Marte se levantando.
- Precisamos achar uma maneira de detê-lo rápido. - avisou Sailor Mercúrio.
- Tomem cuidado! - Sailor Marte disse se reaproximando.
Darien se transformou em Tuxedo Mask novamente e começou a atacar as guerreiras com rosas pretas. Cada uma lançou seus respectivos golpes para repeli-las. Todas tentavam me proteger, mas sei que precisava atacar também. Caso ele colocasse as mãos no cristal de prata seria o fim.
Estava no meu limite. Não sei se conseguiria lançar outra cura lunar. E sem garantias de que o golpe funcionaria.
Não fazia sentido. Por que meu ataque não funcionou? Será que eu nunca estaria pronta como princesa?
Tuxedo Mask se aproximou mais e levantou a mão direita, concentrando grande quantidade de energia maligna em direção às guerreiras.
Lancei minha tiara lunar para ganhar tempo enquanto todas se espalhavam para atacar em conjunto.
- Saiam da minha frente. Não irão me impedir de conseguir o cristal de prata. - ele falou rispidamente.
- Não vamos desistir. - falei com o cetro lunar em punho.
- A cura lunar não funcionará comigo. É inútil Sailor Moon. Rainha Beryl será soberana em seu poder e sobre o planeta. - disse com sarcasmo.
Tuxedo Mask percebeu que havia neutralizado o poder do cristal de prata por instantes, mas mesmo assim lutava para tirá-lo das minhas mãos.
Ele ficou com o olhar fixo no cetro lunar. Desferiu várias rosas negras rumo as guerreiras e com o teletransporte se posicionou na minha frente.
Colocou uma das mãos sobre o cristal de prata da minha arma. A outra mão estava prestes a lançar o poder do cristal negro em mim.
- Sailor Moon! - as guerreiras ficaram atônitas enquanto tentavam se livrar das rosas negras.
As lágrimas vieram aos meus olhos. Nosso esforço seria mesmo como ele falou, à toa?
- Não! - gritei.
O cetro lunar começou a levitar das minhas mãos e lançou energia do cristal de prata em Tuxedo Mask. Caí de joelhos, observando-o ser arremessado em direção ao buraco negro, que fechou instantaneamente.
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Olhei ao redor, estava tudo escuro. Não sabia direito onde me encontrava. Chamei as guerreiras, Lua, Artemis, mas ninguém respondeu. Continuei meu caminho.
Aquilo tudo me era estranho, um tanto sombrio. Tinha aspecto de caverna, com várias entradas que pareciam labirintos.
Um raio de luz crescia à medida que me aproximava. Havia uma passagem com maior claridade comparada àqueles corredores cobertos de terra.
Após a entrada, parecia estar em uma sala ou algo do tipo. Havia uma câmara no centro que emanava energia maligna continuadamente.
A presença de uma pessoa dentro da câmara me chamou a atenção. Era Darien como Endymion deitado inconsciente.
Tentei desativar a câmara, mas ao tocá-la, acabei levando um choque. Olhei para minhas roupas como princesa. Decidi pegar o cetro lunar e tirá-lo dali.
De repente, a energia maligna cessou. Darien sentou-se e abriu os olhos, estava com um olhar translúcido. Sorriu de um lado sarcasticamente.
Percebeu minha presença de pé ao lado dele e sacou a espada pronto para me atacar. Pedi que parasse, mas foi em vão...
Levantei sobressaltada, olhei ao redor do quarto e notei que estava de volta. Suspirei fundo com uma das mãos ao peito. Outro pesadelo. Mas não poderia me permitir ficar daquele jeito por muito tempo, precisava reunir as forças que ainda tinha.
Amanhecia. Mais uma vez sentia o corpo exausto da última luta. Quantas madrugadas eu estava por aí afora? Não sei como ninguém em casa havia percebido meu sumiço ultimamente.
Tomei banho e me arrumei depressa para sair. Coloquei um vestido branco justo até o joelho e um casaco rosa. Olhei a janela, nada da Lua. Deveria estar com o Artemis em busca de mais pistas. Desde que ele apareceu com a Sailor Vênus, minha gata tem se ausentado mais.
Depois de um café da manhã rápido, corri para a casa da Mina. Era quem mais me informava sobre o andamento das investigações. Eu chegava atrasada nas reuniões na maior parte das vezes e além disso minha cabeça ganhava “vida própria” e nem prestava atenção direito no que era falado nos encontros. Não sei como ela tinha tanta paciência para dar explicações para uma tonta como eu.
Aquele pesadelo ainda me causava arrepios. O lugar que vi provavelmente era o Negaversus. Talvez alguma das meninas, Lua ou Artemis poderiam confirmar.
Na vida passada, lembro que para aprimorar a preparação como guerreira fazia parte treinar em regiões polares. Depois de atravessar a dimensão com auxílio do teletransporte, chegávamos a uma geleira.
Nunca ficávamos próxima da entrada do Negaversus, era muito perigoso. Treinávamos atrás das montanhas suportando frio e dor. Tudo para aumentar o nível de luta.
Estive lá somente uma vez, as guerreiras estavam mais adiantadas. Não conseguia ficar por muito tempo, mesmo sendo uma princesa. Como Lua bem me disse, precisava me consolidar como guerreira.
Segundo Mina, com a abertura e o fechamento dos buracos negros, Amy encontrou focos de atividade maligna no pólo norte. Começou a monitorar a região que possui milhares de pontos de contato com mundos paralelos.
O desafio era encontrar qual deles levava até o Negaversus. De antemão, Amy pode levar desde meses, até anos para encontrar o ponto exato de origem da Megaforça. Lua fazia as comparações energéticas no computador do salão de jogos e Amy usava o computador de mão para identificar mais coordenadas.
Rey e Lita se transformavam em guerreiras e usavam o teletransporte para checar o máximo de pontos que podiam, quando o modo de energia não ficava definido no sistema. Sabíamos que era arriscado, mas risco maior era ver o tempo passar e a Megaforça simplesmente invadir a terra como fez com o Reino Lunar milênios atrás.
Me senti horrível com aquilo. Não com o esforço das guerreiras em si, mas eu estava recebendo muito menos queixas do que realmente merecia! Eu só pensava em Darien, desconsiderando que a salvação dele era mais complexa do que a princípio se supunha. Não sabia como estava, afinal o cristal de prata emitiu energia.
Ser princesa não era tudo, mas a forma como eu agia sim e isto estava cada vez mais esclarecido para mim. Eu tinha poder, mas não era somente o príncipe que estava em questão, mas também o destino do planeta.
Entretanto, não consegui contar sobre o pesadelo para Mina. Nada concreto apesar de ter parecido tão real. Agradeci minha amiga e fui embora.
Quando passei pela esquina, percebi um pequeno aglomerado de pessoas diante de uma das lojas na rua. Ao me aproximar, vi que estava passando um noticiário extra na tela digital. O repórter informava que mais um ‘ataque desconhecido’ era registrado na cidade.
A notícia destacou que cidadãos perceberam uma movimentação estranha em um prédio e chamaram a polícia. Quando chegaram, encontraram um dos andares do apartamento todo revirado.
Era o Negaversus, mas fui surpreendida com a informação de que o apartamento era do Sr. Darien Chiba, dado como desaparecido.
O repórter informou ainda que o governo japonês interditou o local para investigação. Não havia prazo para liberar o apartamento dele.
Fiquei atônita com aquilo. Avisei as meninas sobre o incidente e saí correndo entre as pessoas, procurando um local para me transformar. Iria lá agora.
As guerreiras alegaram que poderia ser uma armadilha, mas deveria ter alguma pista lá, o Negaversus não iria se expor à toa se tratando do Darien.
Com o meu traje de combate, cheguei rápido ao endereço do apartamento. Notei que havia uma equipe de policiais por perto. Escalei a lateral até a cobertura do prédio.
As guerreiras chegaram em seguida. Acenei para que percebessem onde estava.
- Espera Sailor Moon. Sailor Mercúrio está checando as coordenadas para entrarmos. - falou Sailor Vênus.
- O apartamento possui câmeras internas nos corredores. E a polícia pode ter instalado detectores de segurança aqui fora. - avisou Sailor Júpiter.
Queria entrar logo, mas tinha consciência de que todas nós tínhamos que ter cautela.
- O talismã não está indicando presença maligna. - confirmou Sailor Marte.
- Achei o apartamento, mas o trajeto está com muitas câmeras de segurança. - disse Sailor Mercúrio desfazendo o óculos de proteção.
- Precisamos usar o teletransporte para chegarmos até lá. - Sailor Vênus deu uma alternativa.
- É a única forma de entrarmos. Além das câmeras, os policiais estão na entrada externa e interna do prédio. - falou Sailor Júpiter.
Estendi as mãos em conjunto com as guerreiras e fechamos os olhos para nos concentrarmos. Um poder foi emanando e, ao erguer a vista, estávamos onde Darien morava.
O apartamento estava uma bagunça só. Na sala de estar, havia um porta-retrato caído com uma foto da família do Darien. Ele era criança e estava entre os pais. Senti uma sensação melancólica. Como se sentiu sozinho, não conviveu com os pais por muito tempo.
A estante ficou bastante danificada com os pertences espalhados por todos os lados. Próximo dela havia um objeto familiar... guardei-a sob meu uniforme.
Em seguida, eu e as sailors nos espalhamos pelos cômodos. Segui direto para o quarto, mas não havia nada suspeito lá. As outras sailors também não constataram nada. Ao voltarmos para a sala, notamos que a televisão ligou sozinha. Malachite apareceu do outro lado da tela, para o espanto de nós guerreiras.
- Por que fez isso com o apartamento do Darien? - fui a primeira a perguntar.
- Então vieram guerreiras. - sorriu maliciosamente.
- O que você pretende? - Sailor Mercúrio perguntou.
- Rainha Beryl não quer que Endymion tenha qualquer ligação com a terra. - falou displicente.
- Mentira! Quer pistas sobre a identidade da Sailor Moon. - disse Sailor Vênus.
Malachite sorriu. Pensei que ele unia o útil ao agradável: cumprir as ordens de Beryl e descobrir se havia algum rastro meu.
- Tenho uma proposta para você Princesa da Lua.
- Por qual motivo confiaríamos em você? - perguntou Sailor Marte.
- Se me entregar o cristal de prata, mostro onde está Endymion. - propôs ele.
- Não acreditem nele, o plano é se vingar de todas nós. - concluiu Sailor Júpiter.
- Como ele está? - Malachite sabia qual era meu ponto fraco.
- Rainha Beryl tem total controle sobre Endymion Sailor Moon. - revelou.
- Nós vamos encontrá-lo custe o que custar. - disse Sailor Marte.
- Será mesmo? Amanhã pode ser tarde demais. - avisou Malachite.
- Como trará ele de volta se não estiver com o cristal de prata Sailor Moon? - indagou Sailor Vênus.
- Se quiser encontrar Endymion, esteja na avenida próxima a ponte amanhã à noite. Do contrário... prepare-se para enfrentar as consequências. - Malachite deixou o “convite” sumindo da tela, que desligou.
- Ele desapareceu. - disse Sailor Mercúrio.
- Vamos sair daqui agora. Os policiais podem entrar a qualquer momento. - avisou Sailor Júpiter.
Quanta destruição, pensei comigo mesma. Será que não bastou a lavagem cerebral? Precisavam destruir a vida que ele tinha aqui na terra?
Olhamos em volta e ficamos em círculo. Quando juntamos as mãos, usamos o teletransporte. Não dava para decidir nada ainda. Por outro lado, não podia agir somente por mim, a decisão seria tomada em conjunto.
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No templo da Rey, eu e as meninas ficamos a nos olhar irresolutas. E agora? Não sabíamos o que fazer. A investigação sobre a localização do Negaversus não estava concluída. O tempo passava implacável.
- Malachite pode invadir a terra com os youmas. - Rey iniciou a conversa.
- Ele não se referiu a vocês, disse apenas para eu estar lá. - quase que o som da voz não saiu.
- Serena, não pode ir sozinha em hipótese alguma. - disse Amy.
- Pelo jeito, Malachite nos deixou sem opção. - falou Lita.
- E se analisarmos o lugar que precisamos estar amanhã? Podemos planejar um contra-ataque no salão de jogos.
- Bem pensado Mina. Aproveito para checar as coordenadas também. - falou Amy.
- Precisam de ajuda? - perguntei.
- Serena, toda ajuda é bem-vinda. - incentivou Mina.
O que faria? Quando comparecia ficava olhando o trabalho das meninas, mas realmente não me sentia útil. Muitas vezes, era a primeira a ir embora. Quanto desleixo meu, eu sei. Mal sabia usar a tecnologia do computador, imagine o cristal de prata.
- O que nos diz? - aguardou Lita.
Tinha que ser diferente, não podia ser a mesma Serena de sempre. Pena isso não ocorrer de forma automática.
- Eu vou para casa. - disse.
- O combate de amanhã exige planejamento estratégico e você simplesmente diz que vai para casa? Que tipo de guerreira você é? - Rey ficou irada.
- Nos falamos pelo comunicador. - dei as costas e fui embora.
De longe, ouvia os gritos da Rey, que era contida pelas meninas. Meus passos apertaram e logo estava correndo. Deixei as lágrimas caírem livres. Me sentia impotente. Estava muito preocupada com a luta de amanhã. Malachite era capaz de tudo.
Por outro lado, precisava pensar, mesmo sabendo que era um egoísmo meu, pois éramos uma equipe. Muito pesava sob meus ombros, mas não tinha como arcar com tudo sozinha. Eu só queria ir para casa!
Dobrei a esquina e segui apressada. Estar no lugar certo, na hora certa se tornava uma máxima. Nosso ataque exigiria muito dos nossos poderes como guerreiras. Não podíamos falhar, a cidade estava em risco. Mas, e se não desse certo? O poder do Negaversus parecia não ter limites...
Cheguei até a porta de casa. Ao entrar, notei que meus pais estavam na cozinha. Sammy ainda não tinha voltado. Subi sem ser vista, apesar da aventura de hoje, ainda não tinha fome.
Deitada sob a cama, olhei o entardecer pela janela do quarto. Era difícil permanecer ali. Às vezes, dava vontade de sumir, de largar tudo.
Peguei aquele pequeno objeto familiar em minhas mãos. Sua melodia tinha o efeito de acalmar meu coração e tranquilizar meu espírito.
A caixa de música me fazia sentir perto do Darien. Na outra vida, ele tinha me dado o objeto assim que nos conhecemos. Apesar da destruição que ficou o apartamento dele, era um alento Beryl não ter acabado com um dos símbolos do nosso amor.
Pelo amor que sinto compreendi que não estava tudo perdido. Sim, a esperança renovava minhas forças. Mal podia esperar pelo amanhã.
Ilana Sam
01/05/2020
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Olá para todos! Quanto tempo! Meu segundo fanfic de Sailor Moon entrou em ação. Ficou engavetado durante um tempo... sim, mas não foi esquecido! Troquei em miúdos e tive a ideia de abordar a fase C (classic) após a entrada da Sailor Vênus. O quinteto finalmente se uniu com muito trabalho até aqui. É, o Negaversus não tem dado sossego para as guerreiras, volta e meia elas precisaram estar na ativa.
Serena começou a amadurecer com o andamento dos fatos. Também pudera, são lembranças desta vida e, lembranças de outra vida. O que aconteceu com Darien também contou muito. Novos tempos, novas batalhas, novos desafios.
O amor entre Serena e Darien continua, ou seja, tem o objetivo de começar de verdade aqui agora, no presente, mesmo com os contratempos. Mas para isto acontecer Serena precisará se superar e já percebeu que isto não ocorre necessariamente por encontrar o cristal de prata, e sim, ao demonstrar sua capacidade de enfrentar os problemas.
Se você tem sugestões, dúvidas e críticas fique à vontade! Meu novo e-mail é: ilanasamfics@gmail.com.
Aguardem o próximo capítulo!
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