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[Sailor Moon] Ainda que o Negue - Capítulo 4 (fim!), escrita por Anita

Capítulos: 1 2 3 4 (completa!)

Autora: Anita
Fandom: Sailor Moon
Gênero: Comédia romântica, Realidade alternativa
Classificação: 12 anos
Status: completa
Resumo: Aino Minako/Kunzite. Minako é uma idol popular. Devido a um recente a ataque a outra idol, sua agência decide contrar uma equipe de segurança liderada por Saitou Shin, codinome Kunzite. Só que ela não foi consultada antes disso e a sombra extra atrapalha sua vida normal, não ajuda que Saitou e ela começam a relação com o pé esquerdo. Mas existe um segredo sobre ele, e ela precisa descobrir o que é!

 

Olho Azul Apresenta:
Ainda que o Negue

 

Capítulo 4

  Quando deixaram o prédio levando Isono, havia carros de polícia por toda parte. Um Nephrite apavorado abraçou Minako tão logo Isono foi levado com algemas.

  Claro, os veículos de imprensa também rodeavam a casa de shows, estranhamente cientes de que se tratara de uma tentativa contra a vida do Príncipe. Para eles, contudo, a informação desencontrada que os bandidos receberam era fruto da equipe de inteligência da Coroa, que a teria jogado como uma isca a fim de garantir a segurança do Príncipe quando o show de fato acontecesse. Isto não fazia o menor sentido, ainda menos quando se sabia o que realmente causara a confusão, mas o público somente via Nephrite como um produtor à beira de um ataque cardíaco pela triste situação de sua idol. Rá!

  Naquela mesma noite de sábado, Minako havia até publicado um tuíte, agradecendo a Saitou por tê-la salvado. Só notara no dia seguinte que o mesmo havia sido deletado provavelmente logo depois, já que ninguém o mencionara, e suas senhas de todas as redes sociais alteradas. Ainda enviou uma mensagem brava para seu staff, que explicou haver sido ordens de Nephrite não tomar partido até que tudo fosse esclarecido pelas autoridades. 

  Graças ao tumulto, foram dias até conseguir uma reunião com Nephrite sem a presença de outros. Ela teve apenas a versão de Saitou até então, que mesmo incompleta, soava mais consistente do que qualquer outra.

  — Estou deixando a Dark Kingdom — disse tão logo adentrou seu escritório.

  — O estresse do ataque foi tão forte que Minako-chan precisará de afastamento sem data para a recuperação. — Nephrite nem a olhou direito enquanto repetia o que parecia um discurso já ensaiado.

  — Vou ter que chamar um advogado? Eu não disse afastamento. Eu estou deixandoa Dark Kingdom, mas vou assinar contrato com a primeira agência que aparecer. Com muita gratidão pelo pico de vendas que seu plano me presenteou, aliás. Posso deixar expresso na minha carta de saída, se quiser.

  — Kunzite te disse que eu também fiz parte da equipe dele? — Ele percebeu que Minako não compreendera e acrescentou: — Saitou Shin. Ele era o nosso líder na equipe de segurança do palácio, mas troquei por uma carreira mais interessante. Graças a isso, não tive que assinar acordo algum quando aquele incidente aconteceu, mas pude oferecer meus auxílios para garantir que Kunzite... digo, que Saitou não acabasse acusado de traição. Seria uma perda aqueles músculos em um pescoço enforcado.

  — O que tenho com isso? Não tenho nem falado com o Saitou desde aquele dia. — Bem que ela gostaria... Mas Jadeite, quem assumira o turno desde o incidente até a manhã de segunda-feira, garantira que ele estava bem. Contudo, nem mesmo a imprensa tinha certeza de sua inocência, pois em uma das linhas de investigação, ele poderia ter cooperado com Isono, seu antigo braço direito no emprego anterior.

  Ela fechou os olhos, mas desde a noite daquele sábado não podia sequer ter certeza de como tudo ocorrera.

  Ela e Saitou deixaram o local do ataque com Isono. A polícia os cercou e prendeu Isono no ato. Minako lembrava de ter segurado a mão de Saitou em algum momento, nem por gratidão, mas para saber que estava ali, que estava bem. Estava quente, firme. Sem dúvidas, havia sido antes de Nephrite surgir no meio da bagunça e a abraçar. Ela vira Saitou depois? Por que não prestara atenção se ele estava bem? Por que só seguira seu produtor sem pensar? Isono bem que tinha avisado...

  — Você não tem conseguido falar com ele — Nephrite pontuou. — Mas sei que tentou.

  — Maldito Jade, aquele fofoqueiro!

  Ele sorriu por um instante e então fixou os olhos nos dela.

  — Você não quer deixar a Dark Kingdom.

  — Está ameaçando o Saitou pra me manter?

  — Estou dizendo que eu já o livrei de acusações muito mais graves.

  — Fazendo-o ser guarda-costas de uma idol que não queria vê-lo nem pintado. Ele concordará que foi um castigo bem pesado.

  — Nós não sabíamos na época quem estava por trás do sequestro do príncipe. Refraseando, estava claro quem estava por trás de tudo, mas tinha que ter alguém de dentro para ajudar.

  — Sequestro?

  — Eu disse, não assinei nenhum acordo. Sou apenas um homem discreto e não forneço informações por nada. — Nephrite deu um momento para amplificar o efeito do que dissera e continuou: — O Príncipe Mamoru ficou bem, havia dormido o tempo todo e nem se lembra, mas o palácio não fazia ideia de nada. Até que Kunzite descobriu tudo e o recuperou. Foi apenas após o sequestro que se descobriram as falhas na vigilância, das quais o príncipe se aproveitava para se encontrar com a namoradinha secreta. Foi assim também que o sequestraram, e a menina foi deixada esperando, crente que tinha levado um bolo. — Ele gargalhou.

  — Acham que Kunzite sequestrou o próprio protegido? Claro que não, ou realmente o teriam matado antes mesmo do julgamento.

  — Sem descobrirem o real culpado, precisavam de uma historinha para a imprensa. Foi o que conseguimos combinar. E agora temos certeza de quem era o vazamento: Zoisite.

  — Conseguimos, é?

  Nephrite provavelmente havia criado a mentira e a oferecido de bandeja ao palácio. Agora, estava propondo outra salvação para Saitou de que ele não precisaria não fosse a intervenção do próprio Nephrite.

  — E como descobriu que era o Isono? Porque foi pra ele que você vazou a data errada do show.

  — Eu descobri? Não leu que foi um trabalho da inteligência da Coroa?

  Minako tentou fazer uma cara feia, mas ele não parecia disposto a revelar mais.

  — Não vai encontrar outra agência que aprove seu namoro com um possível traidor da Coroa por duas vezes, Minako-chan.

  — Não posso namorar ninguém aqui também, se você o está mantendo preso! — Ela deu um tapa na mesa e com isso deixou sua carta de demissão lá.

  Por fim, deu-lhe as costas e deixou o prédio.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  — Mina-chan! Minako-chan, espera!

  Parou ao ouvir a voz de Makoto. De fato, ela vinha correndo em sua direção. Como sua guarda-costas, ela a havia acompanhado até a entrada do escritório de Nephrite e provavelmente a esperado sem fazer ideia de que seus serviços terminariam ali.

  — Está dispensada, Mako-chan — Minako disse. Sabia que a decisão resultaria em perder seus dois novos amigos, mas não previra sentir-se tão mal. — Acabo de me demitir da agência.

  — Eu ouvi pela porta. Nephrite podia estar falando baixo demais, mas você não. — Makoto lhe ofereceu um sorriso, pondo a mão em sua cabeça. — Parabéns.

  — Mesmo que isso possa ter te deixado desempregada?

  — Não vai. — Makoto começou a procurar algo nos bolsos, tirando todo tipo de papel para fora. Era mesmo, seu celular era funcional, então não poderiam mais ficar de conversa.

  — Vai me dar o seu celular de verdade? — ela indagou, com os olhos curiosos para ver como seria o cartão.

  Mas Makoto balançou a cabeça negativamente para sua frustração.

  — Aqui está!

  Era mesmo um cartão de apresentação que Minako recebia, mas nele estava o logo de um lindo palácio e o nome Crystal Palace Agency, seguido de um endereço de sítio eletrônico.

  — Alguém entrará em contato com você esta noite para marcar uma reunião.

  — M-mas...

  Makoto já havia lhe dado as costas e se afastado com seus passos largos de sempre.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Uma pessoa se identificando como Hino Rei havia mesmo ligado para ela naquela mesma noite, tal qual Makoto lhe alertara, e marcado um afternoon tea no topo de um hotel em Roppongi.

  Embora fosse uma idol, por ser menor de idade, os pais de Minako eram os responsáveis por suas rendas, recebendo ela somente uma mesada. Claro que já havia visitado lugares chiques como aquele a trabalho, mas não eram o seu padrão. Após subir todos os mil andares do hotel, um homem que muito provavelmente era o gerente a recebeu e levou para uma sala reservada, apartada dos demais clientes. Minako engoliu a seco. Estavam tão interessados em contratá-la, mas nem convidaram seus pais?

  Seu coração parou quando viu quem a esperava lá dentro. Cabelos prateados longos presos em um rabo de cavalo, terno preto, pele bronzeada apesar de o verão ter ficado para trás havia meses...

  — Saitou! — Minako nem se deu conta de ter pulado em cima dele para abraçá-lo o mais forte que podia. — É você mesmo! — Segurou-lhe o rosto entre as mãos e lhe apertou as bochechas.

  — O que pensa que está fazendo? — Ele se afastou, disparando desprezo com o olhar. Mas um desprezo forçado, muito mal atuado.

  — Achei que estava preso numa masmorra, claro que eu vou ficar feliz!

  — Não te vi fazendo nada pra me salvar. — Ele consertou o terno. — Uma idol da sua importância poderia ter ido aos jornais e contado tudo.

  Ela havia mesmo considerado a ideia, mas fora apenas ontem que havia se encontrado com Nephrite, e suas redes sociais haviam se transformado em uma zona de guerra enquanto ainda especulavam a verdade por trás dos eventos de sábado. Para piorar ela tinha sido expulsa de suas contas oficiais.

  Saitou deu uma risada.

  — Não fique com essa cara por minha causa, assim me sinto um bully. Eu sei o que o Sanjouin fez. Você decidiu rápido; tínhamos certeza de que seria mais difícil trazê-la.

  Foi quando Minako se lembrou da razão de estar ali. E também quando notou que Saitou estava em pé o tempo todo, enquanto uma terceira pessoa se encontrava sentada à mesa repleta de doces.

  — Olá... — Minako cumprimentou a menina incerta de como agir.

  Por tudo que já vivenciara naquela indústria, podia presumir que Saitou trabalhava para aquela menina, mas ela não parecia ter mais que sua idade, se não fosse mais nova. O uniforme de marinheiro também não parecia nenhuma fantasia, confirmando que era uma estudante do colegial. Só que não havia mais ninguém.

  A menina ergueu os olhos de um donut que havia acabado de morder mais da metade e abriu um sorriso imenso. Então, saltitou como um coelho na direção de Minako para abraçá-la, quase a derrubando.

  — É tão bom te conhecer, Mina-chan! — a menina gritou nos seus ouvidos e a afastou o bastante para que ficassem olho no olho. — É você mesma, nem posso acreditar! Bem que o Mamo-chan disse que podia confiar na Rei-chan que tudo daria certo, mas eu não tava muito certa. Nunca se sabe com a Rei-chan, pra ser sincera.

  — Er... — Minako olhou suplicante para Saitou enquanto a menina continuava a segurá-la pelos braços.

  Só que ele apenas deu de ombros.

  — Ah, espero que não esteja chateada. — Ela apontou para Saitou. — Mamo-chan falou para ele ser o meu guarda-costas até ele poder recontratá-lo em abril. Mas vamos encontrar alguém legal pra ficar no lugar dele contigo, e claro que a Mako-chan também continuará.

  — Desculpa, mas...

  Mas a menina a interrompeu. Minako desconfiava que tinha mais que chocolate naquele donut.

  — Se você aceitar trabalhar na minha agência, mas você vai, né? A Mako-chan disse que com certeza você iria.

  — Sua agência? — Minako podia ter suspeitado que a menina seria alguma coisa se Saitou estava trabalhando para ela. Mesmo aparentando ser a mais normal das estudantes, estudantes normais não andavam com guarda-costas no topo de hotéis em Roppongi. Mas não tinha lhe passado pela cabeça que ainda seria uma tratativa de contrato.

  — A Crystal Palace, você viu o cartão, né? Ficou tudo tão bonito, mas como ainda é segredo, não pude sair distribuindo... Você será nossa segunda contratada! A Naru-chan assinou conosco ontem!

  Osaka Naru? Ela não estava praticamente aposentada, reclusa depois do incidente com o fã?

  Era para aquilo ter lhe passado pela cabeça após a conversa com Nephrite, mas mesmo que passasse agora parecia cruel demais para ser verdade... Minako lançou um olhar para Saitou e, como se lesse seus pensamentos, ele confirmou com a cabeça.

  — Você vem com a gente, né? — a menina perguntou de novo, com a voz um pouco chorosa desta vez. — Talvez eu devesse ter deixado a Naru-chan pra depois de você... É que fiquei tão animada quando o Mamo-chan me deixou abrir uma agência só pra mim e não esperava que ela fosse aceitar tão rápido.

  — Desculpa, mas... quem é você? — Minako tentou olhá-la de novo, mas continuava sem ter ideia. Não ajudava que a menina falava tanta coisa e sua cabeça só conseguia pensar em como Saitou estava ali, bem e empregado longe do controle de Nephrite (esperava ela).

  Sim, a presença de Saitou confirmava que aquela não seria a tal herdeira dos Fujiwara, ele não cooperaria depois que um de seus mandados causara toda a confusão na casa de eventos.

  — Eu não disse?

  Minako balançou a cabeça.

  — Eu me chamo Tsukino Usagi, tenho quinze anos e estou no primeiro ano colegial da escola Asabu Juuban. Meu signo é câncer e a minha pedra é a pérola. Eu também tenho uma gata preta chamada Lua, que adotei quando encontrei um monte de garoto batendo nela.

  Muita informação de novo...

  — Ela é a dona da Crystal Palace Agency — Saitou esclareceu. — E quando fizer dezesseis anos no ano que vem irá se casar com o então Imperador Endymion.

  — Que vocês salvaram sábado passado! — Usagi acrescentou. — Mais uma vez, né? — E deu uma piscada na direção de Saitou.

  — Ele não estava realmente lá... — Minako disse nervosa, porque agora que tinha recebido algo útil de informação, não era capaz de olhar a menina nos olhos.

  Aquela era a que havia roubado o Príncipe Mamoru da herdeira dos Fujiwara? E a sua futura Imperatriz? Devia fazer reverência?

  — A prisão de Isono dificilmente levará à responsabilização dos culpados, mas foi o bastante para reabrir o caso de minha demissão no palácio — disse Saitou. — Parece que Nephrite já te pôs a par daquilo que estava fora do meu alcance?

  — E agora os Fujiwara são personagem ingrato no palácio!

  — Persona non grata, senhorita Tsukino — ele a corrigiu. — Esperemos que assim se mantenha até o Príncipe ser coroado na primavera.

  — Aquela Beryl não perde por esperar quando eu for rainha!

  Minako riu ao ouvir a suposta futura imperatriz usar o apelido que os tabloides deram à herdeira Fujiwara.

  — Olha, Saitou-san! Eu a fiz rir! Eu fiz a Mina-chan rir! Isso quer dizer que vai entrar na minha agência, né? Claro que meu envolvimento é um segredo.

  — Infelizmente, eu não posso assinar nada enquanto for menor de idade. Mas se chamar meus pais para um chá destes, você pode pôr a sua gata pra negociar que eles concordarão.

  Então, Usagi a abraçou mais uma vez.

  — Vamos ser ótimas amigas! E o seu gato Arthemis também pode ser amigo da Luna! Eu disse que ela também tem um sinal de lua na testa que nem o seu gato? Por isso não pude resistir a ela! Sou tão sua fã, nem pude acreditar quando encontrei uma gata tão igualzinha ao gato da Mina-chan!

  Conhecendo a personalidade azeda de Arthemis, Minako tinha suas dúvidas, mas não era capaz de dizê-lo à... princesa? Por isso, achou melhor se servir do chá e de todas as guloseimas, aparentemente tudo por conta do Príncipe Mamoru.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Mesmo após mais de uma hora, os doces continuavam a chegar. Minako não tinha certeza se o pessoal dali sabia que estavam atendendo a futura imperatriz do Japão, mas o serviço estava excelente. Tanto que ela precisou de um momento longe de tanta coisa de comer e se retirou um pouco até o hall onde ficavam os elevadores. Assim como no restaurante em si, as paredes eram envidraçadas, era como se estivesse voando sobre Tóquio.

  — Usagi-san estava preocupada que você tinha sumido.

  Saitou havia aparecido logo atrás dela. Desde antes ela havia sentido que algo estava diferente em seus movimentos e agora que estavam apenas os dois ali ficava ainda mais evidente.

  — Trabalhar longe de uma idol mimada te faz bem e você começou há o quê? Dois dias?

  Ele juntou as sobrancelhas.

  — Você parece mais relaxado e menos resmungão — Minako esclareceu.

  — Eu não... Você não era tão ruim assim. — Ele desviou o olhar sem jeito.

  — Quem tinha que se envergonhar era eu. Até acertei tua cabeça com um babyliss. — Ela riu com a lembrança. — Fiz mais estrago que os bandidos.

  — Eu devia ter enfrentado Isono antes. Ele podia ter te machucado de verdade com aquela arma. Mas enquanto achava que você estava protegida no camarim, poderia ganhar tempo até a polícia decidir entrar.

  — E agora você me conhece melhor. — Minako estendeu-lhe a mão. Como Saitou não pareceu entender a piada, ela completou: — Prazer, Aino Minako. Futura idol da Crystal Palace. Um dos meus primeiros talentos conhecidos é o de abrir fechaduras.

  Com um sorriso, ele entrou na brincadeira.

  — Saitou Shin. Guarda-costas de uma colegial até a primavera do ano que vem. — E apertou sua mão, mas de modo tão suave que era como se a houvesse beijado.

  Minako sentiu a bochecha queimar e uma vontade de não o soltar mais. Até que ele mesmo quebrou o contado, aproximando-se da janela para ver a paisagem.

  — Já está escuro — ele disse ao perceber o olhar interrogativo de Minako sobre si. Seu foco parecia estar na lua crescente já subindo no céu do crepúsculo.

  — Outono, noites mais curtas etc. — Ela também observou um pouco o céu e as poucas estrelas visíveis. — Seria muito clichê dizer que a lua está bonita esta noite, né?

  Saitou a olhou repentinamente como se houvesse acabado de tomar um choque.

  — É, com certeza brega demais. — Minako virou as costas para Saitou e decidindo ser melhor voltar para Usagi antes que ela percebesse que havia sido abandonada.

  Mas Saitou mexeu-se de modo a ficar no seu caminho. Ficaram se encarando por um tempo antes que os lábios trêmulos dele emitissem qualquer som.

  — Só mais um pouco. Preciso que fique mais um pouco — ele pediu.

  Minako baixou a cabeça, mas assentiu uma vez com firmeza. Então, ele pegou sua mão novamente.

  — Acabei de perder uma chance e não creio que ela virá de novo. — Saitou acariciou as costas de sua mão com movimentos circulares. — É que eu nem sei direito o que está acontecendo, só que estava já enlouquecendo nestes dias em que não a vi.

  — Eu não tinha como falar contigo...

  — Eu fui o único de nós três com quem você nem quis trocar contato.

  — Você podia ter pedido aos outros.

  — Eu pedi, mas enquanto eles estivessem trabalhando para Nephrite, toda a comunicação era vigiada. Mamoru me prometeu que eu a encontraria de novo em breve, mas...

  — Desde quando você chama Sua Alteza Real pelo nome? Onde estão seus modos?

  Saitou riu. Lentamente, ele levantou a mão de Minako que segurava e a levou ao rosto dela. Parecia um sonho. Estarem ali juntos mais uma vez.

  — Foi bom não ter notado estes sentimentos antes — ele disse, agora trazendo a mão de Minako até seus lábios e a beijando com uma breve fricção. — Eu teria tido que me demitir.

  — Se eu soubesse que bastava isso... Aliás, já que aprendemos a lição, é melhor pôr em prática o fim da enrolação, não acha?

 Quando ele franziu a testa, Minako pôs-se na ponta dos pés e beijou-lhe os lábios. Eram mais quentes, mais ásperos que ela havia imaginado, mas assim que ele lhe envolveu os ombros, aproximando-a de seu corpo, ela nem sabia mais onde estava ou quem era.

  Até que o bipe do elevador avisando que havia chegado os separou.

  Olharam-se em silêncio enquanto um grupo de estrangeiros chegava vislumbrado ao restaurante, rumando direto à entrada sem notá-los ali do lado da janela.

  Os dois caíram em uma gargalhada abafada quando ficaram novamente a sós.

  — É melhor voltar à Usagi-san, ou serei demitido de novo — Saitou disse, fazendo gesto para que Minako fosse à sua frente.

  — Agora você trabalha todo dia, né? Nunca vamos conseguir nos ver — ela comentou sem esconder a tristeza.

  — Dias da semana até às seis. Estarei livre assim que deixar Usagi-chan em casa. — Ele sorriu e abriu a porta da sala privada. — O problema vai ser separá-la desses doces. O tempo limite do afternoon tea é apenas uma teoria para reservas feitas pelo palácio, infelizmente.

  Usagi percebeu que os dois haviam retornado e levantou a cabeça de uma fatia de bolo de chocolate que já estava pela metade.

  — Aí estão vocês! Acabaram de me trazer esta novidade que estão ainda testando para pôr no cardápio, vocês vão amar! — E apontou para uma torta que originalmente devia ter dez fatias, mas agora só estava com seis. — Vão em frente! Andem! — Ela engoliu o que restava da sua e se serviu de mais uma. — Ah, Mina-chan, precisamos fazer isto mais vezes. Quem sabe o Mamo-chan não consiga vir e tenhamos um encontro duplo, hein?

  Minako estava pronta para negar no automático, mas não havia qualquer motivo.

  — Será uma honra, Usagi-chan — disse, pegando a mão de Saitou e o puxando para se juntarem a Usagi.

FIM!

Anita, 22/12/2020

Notas da Autora:

Acho que mesmo que alguém não me conheça, transparece o quanto eu sou fã da Usagi, né? Salvadora da pátria toda! (linguagem adaptada ao horário).

Sobre a fic em si, de onde veio essa história malucona? Não lembro bem, fui encaixando as pessoas no mundo desta realidade e rindo das coisas até ter essa coisa aí. Mas de início, a cena que deu fruto à história em si, veio de um livro chamado The State of Us, que é um YA lgbt sobre dois filhos de candidatos que não se bem e acabam presos na Casa Branca no meio de uma emergência. É um grande clichê, mas inspiração é inspiração, né? Eu só não imaginava que de uma cena simples nasceriam mais de dez mil palavras. A imagem do Kunzite de guarda-costas real pode ou não ter saído do K-drama The King...

Bem, por mais alívio que terminar uma história me dê, confesso que sentirei falta do universo. Era engraçado imaginar a Makoto fingindo ser maior de idade ou o Jadeite contando todas as fofocas das celebridades, rs.

Aliás, agora posso revelar os títulos que fui descartando enquanto fazia brainstorming com a Nemui: Entre facas e beijos (eu), A segurança de seus braços (ela), É tiro facada e bomba (eu), Era só um trabalho (ela)... Não posso também deixar de revelar que minha maior dificuldade em conseguir um título foi o tempo que passei chamando esta fic de “idol esfaqueada”.

Não deixem de comentar e sintam-se convidados a lerem as minhas outras fics. Visitem meu site Olho Azul para mais!

Até a próxima!


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