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[Naruto] Obsessão Fatal - Epílogo, escrita por Andréia Kennen

Capítulo Anterior - FIM
Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Classificação: 18 anos
Status: completa
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.

Obsessão Fatal
Epílogo

Sete meses se passaram.

– Sasuke, você ainda está no banho?! – gritou à mãe para dentro do apartamento.

– Não Okaa, já estou me trocando. – ouviu a voz do menino lhe respondendo de volta.

A Polícia decidiu encerrar na data de ontem, as buscas pelo corpo do jovem Usumaki Naruto, que foi arremessado no desfiladeiro, pelo terrível serial Itachi Uchiha, a sete meses atrás. O ato foi consumado com um enterro simbólico as margens da via da Encosta, onde o jovem foi morto. Muitos moradores da cidade, que consideraram o ato do jovem loiro, um feito heróico, compareceram a cerimônia para prestar condolências à família. Ontem em declaração à imprensa, a mãe adotiva de Uchiha Sasuke, - mãe verdadeira do jovem Naruto - declarou que não existe mais remorsos no seu coração, e que agora está pronta para recomeçar. Sobre o filho adotivo, ela disse que este passa bem, e que o jovem não acredita em maldições e que de hoje em diante, viverá a vida como um rapaz normal da sua idade. Agora, é com vocês aí no estúdio, e a previsão do tempo, Sayume.

– Obrigado, Seiko. A primavera que começou essa semana promete dias belos e ensolarados. Finalmente, o clima cinza e chuvoso de todo outono e do inverno dão lugar agora ao belo verde das paisagens da cidade, e ao sol, que volta a brilhar magistralmente em um céu de um azul impecável, o qual não há equiparação. A previsão desse fim de semana, e dos próximos meses, é de um período de grande estiagem, propício à praia... 

– Ah, você nunca viu os olhos do meu filho para dizer que esse azul não tem comparação. – resmungou Tsunade, desligando a televisão. – Sasuke entrou na copa, e pegou algumas torradas.

– Estou indo, mãe.

– Como assim, “está indo”? – espantou-se ela, virando para a mesa, e largando o café que estava passando no balcão. - Toma seu café direito, menino. Você não tem aulas hoje. – bronqueou a mulher de cabelos cor mel. 

– Mas eu preciso ir ver aquela pessoa, sabe que estou louco de saudades, não é? Afinal, é fim de semana! – anunciou ele com um sorriso animado.

– Ai, meu filho! – suspirou a doutora. - Não acha que já está na hora de conhecermos esse seu novo namoradinho?

– Mãe. Prometo. Em breve. Ele é tímido.

A mãe fez um bico, não conformada com a resposta, e repousou as mãos na cintura.

– Sei...

Ele sorriu e se aproximou da mulher. Nunca pensou que gostaria tanto da sua psicanalista como gostava agora. Ela realmente o tratava como um filho verdadeiro. E ainda exigia que a chamasse de “mãe”.

– Você deveria se preocupar mais com o meu irmãozinho ao invés de mim. Afinal, eu já sei me cuidar. – ele acarinhou a barriga de seis meses da mulher.

– Olha, ela gosta de você. – a mãe apertou a mão dele sobre sua barriga. - Acho que o reconheceu. Você está sentindo mexer?

– Sim! Mexeu, sim! – concordou eufórico. – Mas... Espera. “Ela”?

– Fizemos ultrassom ontem, é uma menina. – anunciou a mãe com um doce sorriso.

– Okaa, que ótimo! – Ele a abraçou. - Parabéns!

– Obrigado, meu amor. Estava pensando em chamá-la de Naruna, o que acha?

– Vai por mim, mãe. – Ele fez uma careta, franzindo o nariz e os lábios. - Não faz isso com a pobre criança. Agora eu tenho que ir. Beijo. – ele deu um selinho nos lábios de Tsunade e outro na barriga. – Tchau imoto-chan. (1)

– Meu filho toma pelo menos o café conosco.

– Opa, que pressa é essa? – perguntou o pai ao rapaz, ao vê-lo passar por ele feito um furacão, bem no momento que estava adentrando a cozinha.

– É que já tenho que ir, pai.

– Vai continuar com aquele Prelude velho, filho? – perguntou o homem, seguindo-o e vendo-o parar no hall para trocar a pantufa de dentro de casa por um calçado. - Podíamos comprar um novo pra você. – sugeriu este, encostando-se a lateral do corpo ao beiral da porta, e cruzando os braços no peito. - Acho que merece depois de ter tido notas tão boas na faculdade. – complementou.

– Otou, as notas na faculdade são uma obrigação minha. – respondeu ele, terminando de calçar as sandálias. – Não preciso ser recompensado por isso. E meu carro tá legal, juro! Agora eu tenho que ir! – ele entrou na casa novamente e beijou a boca do pai por cima da máscara e viu esse limpar o rosto de todos os lados, enojado com o gesto, mesmo vindo do filho.

– Yare, Sasuke! Já te falei pra parar com essa mania idiota. – bronqueou Kakashi, só que em um tom bem-humorado, fazendo a esposa que vinha atrás dele, sorrir.

– Também amo vocês! – replicou para os dois, e ainda viu a mãe piscar um dos olhos pra si e jogar os braços sobre os ombros do marido, abraçando-o carinhosamente. E este, retribuir o abraço dela, acariciando-os com suas mãos.

– Não acha que tá na hora de mim e sua mãe conhecer seu namorado? – o homem repetiu a pergunta que a própria mãe fizera há pouco.  

– Prometo que no próximo fim de semana. – deu a desculpa e abriu a porta, saindo.

– Você diz isso todos os fins de semana. – reclamaram os dois juntos, vendo-o fechar a porta.

– Ittekimassu (2)! – ouviram a voz abafada de Sasuke, já do lado de fora.

– Itterasshai (3)! – responderam os dois. – Nós também te amamos! – completaram.  

E então, o casal ficou de frente um para o outro, trocando olhares apaixonados. Tsunade alisou a barriga com um grande e lindo sorriso nos lábios. Kakashi repousou a mão encima da barriga da esposa, e a sentiu mexer. Os dois suspiraram felizes.

– Ela está agitada. – observou o pai.

– Acho que ela consegue sentir o quanto estamos felizes. Tenho certeza que ela será uma menina muito alegre e agitada.

– E ainda mais linda que a filha do Shikamaru e da Temari.

A esposa riu gostoso.

– Bobo. Está com inveja da beleza da sua afilhada, é?

– Hm. – ele balançou a cabeça positivamente.

– Estou tão feliz, que você e Shikamaru largaram a Polícia. – disse ela alisando o rosto do marido. - É um alívio para o coração de uma mãe e de uma esposa.  

– É, temos que aproveitar a riqueza e a boa influência de nossas esposas lindas e maravilhosas, que além de tudo, nos dará boa vida até ficarmos velhinhos e raquíticos.

– Interesseiro... – resmungou ela sorrindo. – E você não está sendo um aproveitador, afinal, está ajudando meu avô no gabinete dele. Assim como o Shikamaru está trabalhando de Assessor de Imprensa para o cunhado.

– Preferia ser policial... – sorriu ele, um pouco sem graça. - Mas por você, pelo nosso filho Sasuke, pela nossa princesinha que vai nascer. Acho que vale o esforço de aguentar o ranzinza do seu avô.

– Eu te amo, tanto, Kakashi.

– Eu também te amo, Senju.

Eles se beijaram.

...

Na rua, Sasuke andava entre as pessoas na calçada. Havia estacionado seu carro na garagem nas proximidades e agora seguia a pé para o seu pequeno apartamento de fim de semana, que ficava próximo da praia. Enquanto andava, observava o fluxo de transeunte indo e vindo. Cada uma com a sua história de vida. Cada um com seus medos, receios, felicidades, sonhos... O ser humano era feito disso, de história e de sentimento. Olhou o céu, aquele céu azul que lhe remetia apenas a um lugar e a uma única pessoa. Mesmo naqueles dias tão cinzentos - que ficaram para trás - se orgulhava em dizer que naquela época, teve o seu próprio céu azul e ensolarado, reluzindo para si.

Suspirou profundamente, sentindo o ar carregado da maresia.

“É preciso deixar os mortos enterrados”, lembrou-se do que Kitsu lhe dissera. Por isso, decidiram enterrar Naruto de vez.  

Viu algumas meninas que deveriam estar seguindo para a praia, passar por ele encarando-o e escondendo seus risos com as mãos. Corou um pouco. Chegava a ser engraçado a facilidade que tinha de chamar atenção. Nem estava atraente. Afinal, vestia um bermudão preto, chinelo-sandália, - estava calor para usar tênis e meia - camiseta regata branca com estampa do Kanji (2) “paz” em cor preta ao centro. No bolso só a carteira, as chaves do carro velho chacoalhando, e o celular. Enfim, era um garoto normal, fazendo faculdade de tecnologia. Tinha pai, mãe, e agora teria uma irmãzinha. Sentiu uma paz imensa o invadir.

“A maldição quem faz são as próprias pessoas”. Tinha que concordar com essa fala do irmão, fora a única coisa sensata que saiu da sua boca maligna.

E naqueles sete meses só aconteceram duas coisas difíceis de enfrentar. A primeira foi ter que dizer à Sakura que não poderia assumir o romance com ela, porque era gay. E a segunda, fora confessar à polícia que ele, Sasuke Uchiha, havia sido o responsável pelo assassinato de Neji Hyuuga, Rock Lee e o agente Sai. Contudo, o advogado da família conseguira que respondesse ao processo em liberdade, alegando que além dele ser réu-primário, na época estava em tratamento psiquiátrico e por isso, estava instável mentalmente. Ainda não fora julgado, mas o advogado estava confiante que seria absolvido. Ou, se chegasse a ser condenado, cumpriria a pena em regime aberto. Mas não se importava como, queria pagar por seu erro.

Sorriu ao sentir uma brisa perfumada lhe tocar o rosto. Então viu de onde vinha o aroma. Uma floricultura. Era primavera. As ruas estavam cheia de flores e cores. Gente sorrindo. Com roupas coloridas. Leves. Viu a vendedora. Uma jovem de longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo no alto da cabeça. Esta lhe acenou, a conhecia do consultório da mãe-médica. Aproximou-se.

– Oi. – cumprimentou ele.

– Oi. – ela respondeu em um suspiro, não contendo o sorriso aberto no rosto. - Você se lembra de mim? Sou estagiária da sua nova mãe.

– Ah, sim. Claro que lembro. – confirmou. - Flores?

– Pois é. É o negócio da família. Ajudo aqui nos fins de semanas. – explicou ela levemente enrubescida. Não acreditara no que a testuda da sua colega lhe dissera. Era difícil acreditar que um pedaço de mau caminho como aquele a sua frente era gay. Provavelmente fora uma desculpa que ela arranjara para camuflar sua incompetência em conquistá-lo. Suspirou, muito sem graça. Iria tirar aquela dúvida naquele instante. – Está indo visitar sua namorada? É que eu sempre o vejo por aqui nos fins de semanas. - complementou.

– Sim. Eu tenho um apartamento de praia aqui perto. Meu namorado mora lá, e estou indo visitá-lo agora. – confirmou o moreno de pele alva, meneando a cabeça positivamente. – E vou aproveitar para levar flores. Acho que não custa ser romântico, não é?

– Ah, sim! Flores sempre são muito românticas. – ela sorriu ainda mais abertamente. - Pode escolher. Mas, você não quis dizer “namorada”?

– Não, falei certo. Afinal, meu namorado é um menino.  – fez questão de frisar.  

A boca da menina se entreabriu e Sasuke teve que sorrir para expressão perplexa da garota, que não sabia exatamente o que respondia. Sinceramente, aonde ia e para quem dizia aquilo, as reações eram sempre as mais adversas e inesperadas. Aprendeu a se divertir com aquilo.

...

Depois de algum tempo, Sasuke entrou no prédio de cinco andares. Havia tomado aversão à altura, por isso o apartamento ficava no segundo andar (4). A euforia e a ansiedade lhe invadiam. Cumprimentou o porteiro com um grande sorriso e um breve aceno de cabeça e subiu às escadas. O prédio era simples. Familiar. Nada de luxuoso. Mas, gostava daquele lugar exatamente por ele ser daquele jeito, singelo.

Acabara comprado um ramalhete de Girassóis.

Girassóis eram românticos?

Talvez não. Mas lembrava-lhe o sol. O sol que tanto idolatrava. Mas, comprou também uma rosa vermelha e outra branca. Flores simbolizavam a estação. A primavera. O amor. Parecia bobeira levar flores para um garoto?

Podia ser, mas era romântico. E queria ser romântico com ele.

Tirou a chave do seu bolso e abriu a porta, admirando-se com o ambiente revirado, latas de cerveja por todos os lados, embalagens de Ramen vazias. Asseio não era mesmo uma qualidade dele.

– Trouxe presente? – ouviu a voz do garoto que o abraçou por trás, assustando-o. Virou... E sempre que isso acontecia a sua mente retomava àquele dia...

Estavam no segundo dia da busca. Participava de toda a expedição a barco. Naquele dia, insistira com o piloto para que se aproximassem das pedras e esse dizia incisivamente que não. Que era arriscado. As ondas poderiam arremessar a lancha facilmente contra as pedras. Mas insistiu. Disse que havia visto algo. Nem tinha. Mas esse algo era dentro do seu coração. Uma possibilidade. Mas... se esperasse mais um dia, essa possibilidade desapareceria. O homem resolveu tentar, mas as ondas moveram o barco de forma brusca, e este decidiu recuar. Exasperou-se. Xingou o comandante de medroso, covarde, borra botas! Mesmo assim, o oficial da marinha manteve sua decisão, dizendo que não se aproximariam.

Contudo, aconteceu algo estranho quando aportaram.

– Eu perdi a minha esposa e minha filha em um acidente de barco, há dois anos. – disse um dos auxiliares do chefe de busca. - Por isso decidi trabalhar em resgates, para que não cometessem o mesmo erro que cometeram comigo. – continuou ele a explicação, ganhando cada vez mais a atenção de Sasuke. - Elas ficaram presas em um cascalho. Se as buscas tivessem avançado conforme eu havia pedido na época, eles conseguiriam salvá-las, mas encontraram-nas dois dias depois, mortas. No lugar exato onde eu havia pedido para irem. Eu o entendo. Vamos alugar uma lancha particular. E na hora que a busca encerrar, vamos procurar pelo seu amigo onde você está falando.

Sasuke levantou-se e abraçou o homem, - que por uma coincidência era loiro - com uma grande força. Este o estranhou, estava chorando. Mas deixou, quando o abraço se prolongou, o ouviu reclamar que já era suficiente. Estava feliz. Era um anjo. Tinha certeza. Mais um anjo.

Os dois fizeram como combinaram, alugaram a lancha e saíram para continuarem a busca. Procuraram nos cascalhos. Gritavam loucamente, ora o nome de Kitsu, ora de Naruto. Mas nada. Estava ficando muito escuro. Os holofotes no barco já não eram suficientes. E a chuva ameaçava aumentar.

– Sasuke, quer continuar amanhã?

– Só quero parar quando estiver prestes a amanhecer, quando a equipe da marinha começar.

– Certo. – concordou este sem pestanejar. - Vamos continuar, então. Narutoooooooooo!

– Kitsuuuuuuuuuuuuu! 

Quando a madrugada já atingia alto, o bombeiro resolveu cochilar um pouco sentado no convés, abraçado ao próprio corpo. A temperatura havia caído de mais. Os lábios de Sasuke tremiam, arroxeados. Não estava chovendo, só garoando, mesmo assim, estava frio. Se ele tivesse naquelas rochas, ferido, molhado, talvez já estivesse morto de hipotermia. Uma lágrima rolou cortante em seu rosto.

Suspirou pesado. Não podia desistir.  

– Deus... por favor. Me devolve ele. Por favor... Deixa eu ter meu motivo pra viver de volta... Por favor, devolve o meu coração. Eu não vou conseguir sem ele...  – Então, como se algo no céu tivesse escutado suas preces. Ele viu algo reluzindo azulado próximo de um rochedo que não chegava perto do grande paredão. Mas era próximo. As ondas estavam fortes. Forçou os olhos e viu o brilho novamente. Sim, havia algo ali! Algo brilhando azulado! Acordou o homem.

– Shiro-san! Acorde! Eu encontrei algo!

– Encontrou?! – levantou-se o homem, sobressaltado. – Onde?!

– Tem algo brilhando naquela rocha...

– Estou vendo, você tem razão! Acho que dá pra aproximar. Espera, vou fazer o contorno. – disse ele pegando o leme.  

– AH! DEUS! É ELE! EU ESTOU VENDO, SHIRO! – Gritou levando as mãos na boca quando o barco se aproximou, as lágrimas rolaram loucamente pela sua face pálida, sentiu até calor. Seu coração batia tanto. - É ele!

– Eu vou lá, fica no controle. – pediu o homem vestindo a roupa de mergulho e descendo pra água. Nadou até o local. Escalou a rocha, e viu o rapaz grudado nesta. Então, olhou o objeto entorno do pescoço dele, um pingente formado por três pedras azuis brilhantes. Aquilo deveria ter reluzido com o reflexo dos holofotes. Os lábios dele estavam roxos, estava pálido. Não imaginara que força aquele garoto tinha para se manter agarrado aquela pedra por mais de trinta horas. Retirou ele com cuidado das pedras e pulou para água, ao subir no barco, o envolveu rapidamente com um cobertor térmico. Prestou os primeiros socorros e seguiu direto para o Hospital mais próximo.

– Ele vai sobreviver? – perguntou Sasuke agarrando-se ao pequeno corpo, tentando lhe proporcionar algum calor. Como se aquilo fosse capaz de lhe doar vida também. 

– Vai sim. Se ele sobreviveu até agora, vai sobreviver até chegarmos ao Hospital. Peça a Deus Sasuke, ele vai te ouvir!  

Naquela hora não avisaram ninguém, e assim, só ele e Shiro ficaram no Hospital esperando. O médico plantonista, duas horas depois, dera o diagnóstico.

– Início de hipotermia. Pouco antes de iniciar o terceiro estágio, o estágio que leva a morte. Ele também está desidratado, têm inúmeras escoriações pelo corpo, pernas, braços, rosto, até parece que levou uma bela surra. Posso dizer que o trouxeram no momento exato. Ele tem que ficar em observação por uns três dias, tomando soro e medicamentos na veia. Mas...  vocês disseram que ele caiu de uma altura relevantemente alta, não foi?

– Aproximadamente sessenta e oito metros. – falou o bombeiro.

– É incrível, e ao mesmo tempo, estranho que alguém sobreviva há uma queda desta altura, sem nenhuma fratura mais grave.

– Mas...

– Não estou duvidando do que estão me falando senhores, antes de qualquer coisa. – interrompeu o médico. – Casos assim acontecem tais como milagres. Mas, pode ser que algo tenha aliviado a queda. A camisa dele estava toda rasgada, levando a crer que ele tenha se enganchado em algum galho de árvore, ficou pendurado, e depois caiu na água a uma altura menor. Ele deve ter nadado e ficado agarrado em algum rochedo. Pois a pele das pernas estava começando a se desmanchar, provavelmente a parte que ficou na água.

– Sim, ele estava agarrado a um rochedo, com a parte de cima do corpo para fora da água. – confirmou o oficial de resgate.

– Realmente incrível. De alguma forma, ele se manteve vivo. Talvez, algo muito forte o tenha motivado. Ele está totalmente fora de risco, fiquem tranquilos.    

Os dois suspiraram aliviados.

– Querem vê-los? – o médico quis saber. - Ele já está consciente, e até pediu para enfermeira uma porção de “Ramen”.

Sasuke riu, os olhos voltando a se avermelhar.  

– Vai lá, Sasu. Vou esperar aqui.

O médico levou o rapaz até a sala, em seguida, os deixou a sós. O menino estava incubado. Os hematomas provocados pelas pancadas de Itachi fizeram seu belo rosto ficar todo deformado.

 – Oi? – disse Sasuke, sentindo que não ia conseguir segurar a comoção. Estava tão feliz.

– Pela sua cara eu não devo estar nada atraente. – resmungou com a voz abafada pela máscara transparente que o ajudava a respirar.

– Está atraente porque está vivo.

– E Itachi?

– Morto.

– Hm...

– A Sua mãe e o Kakashi...

– Sasuke?

– Hm?

– Eu tenho que repetir quantas vezes que temos que deixar os mortos enterrados?

– Mas...

– Naruto está morto. Deixe-o descansar em paz. Você viu o que aconteceu quando o revivemos?

– Mas...

– Sou eu, Kitsu, não sou eu quem você ama? Nem me deu um beijo, devo estar horroroso mesmo.  – Sasuke aproximou da boca dele sorrindo, retirou a máscara e o beijou nos lábios.

– Baka...- Ele fungou alto. - Eu te amo de qualquer jeito.

– Se quiser me amar, me deixe ser só o seu Kitsu. Esquece meu passado. Eu já não pertenço mais a ele há muito tempo. E não me sinto animado a retomá-lo também.

– Hai...

Sasuke sussurrara, voltando-se ao momento atual, e abraçando o seu loiro. Não se importara com nada naquele momento. Estava feliz por tê-lo de volta.

Agora o admirava com o rosto límpido e impecável, sorridente do jeito que o viu pela primeira vez.

– Flores do meu velório? – quis saber ele, arregalando seus olhos claros.

– Claro que não, comprei essas agora na banca. Estão frescas pode sentir o perfume.

O menino loiro enfiou o nariz dentro das flores e inspirou o cheiro destas, em seguida as jogou no sofá.

– Lindas, vou colocar onde mesmo?

– Em um vaso, encima da mesa... mas, cadê a mesa?

– Ah, eu tava ensaiando uma posição nova, e...

– Kitsu!

– Gomenasai... – ele envolveu seu pescoço. – Estava com saudades. Uma semana é muito sem te ver.

– E o joystick? – perguntou, arqueando umas das sobrancelhas.

– Chega uma hora que perde a graça? – ele também arqueou uma das suas.

E os dois riram. Sasuke apertou a cintura do loiro.

– Bem que eu queria ficar mais tempo com você, mas para isso, eu preciso te apresentar à minha família, mas você não quer.

– Deixa as coisas se acalmarem mais...

– Mais calma do que já estão?

– É, mais calmas. – ele confirmou, fazendo um bico.

– Você terá uma irmãzinha. – informou Sasuke – A sua mãe está grávida de uma menina.  

– Humpf! Sua mãe que está grávida. E a filha dela será sua irmã e não minha. Sasuke, eu não quero te ter como irmão, nem quero entrar nessa família, você sabe disso! Para de tentar me convencer. A minha vida mudou quando eu saí de casa pela primeira vez e eu não quero voltar.

– Você ainda se sente culpado pelo seu pai e seu tio, não é?

– Não quero falar sobre isso.

– Mas a sua mãe...

– Um dia você me apresenta, tá? – o loiro o interrompeu. - Nós explicamos à eles o que houve. Mas depois, eu vou voltar pra cá. E a gente vai continuar assim, até que um dia você venha morar de vez comigo. É isso que eu quero, só.

O moreno suspirou. Não adiantava tentar argumentar com ele. Era um cabeça dura.  

– E então, vamos fazer sua nova posição? Ou eu preciso comprar uma mesa nova, primeiro?

Kitsu gargalhou.

– Não, vamos para o quarto, quero que você me fod...

– Ôpa! – o moreno tampou a boca dele, antes que concluísse o que iria dizer. – Quer o quê? – perguntou, destampando-a.

– Você e essas suas regras bestas! – esbravejou. - O que tem falar “me foda”?

– Kitsu... – o rapaz chamou-o pacientemente, agora repousando as mãos nos dois ombros do namorado. - Você prometeu que tentaríamos ser diferentes. Você mesmo disse que não queria que fosse como foi com os outros. Que sente mais prazer do meu jeito. Então, faça como combinamos.

O garoto suspirou desolado. No fundo. Valia a pena de qualquer jeito.

– Tá. Vamos para o quarto, eu... eu... er... – ele engoliu em seco, umedeceu os lábios e o olhou com as bochechas coradas. Afinal de contas ser brega era embaraçoso. – Eu... eu quero que... você me ame. Como me amou naquela primeira noite que ficamos juntos depois do acidente, quando me deu esse paraíso de presente...

Sasuke suspirou feliz. Em seguida engoliu em seco também. Ele era irresistivelmente lindo. E com as bochechas rosadas então? Seus olhos azuis se destacavam, fazendo-o cintilar de tão vivos e brilhantes. E quando estavam no ato em si, e todo o rosto dele ficava vermelho do calor dos movimentos e da excitação, era ainda mais estupendo.

O Uchiha sentiu o membro formigar e despontar no calção. O desejo que o varreu fez todas as células do seu corpo estremecerem. E às vezes, era difícil controlar a vontade de tomá-lo com violência e intensidade. Mas nunca! Nunca faria daquela forma! Pois queria ser diferente de todos, e já provara que era capaz. Fazendo-o sentir prazer, amando-o da forma mais delicada que conseguia.

– Viu porque é um saco?! – replicou o loiro impaciente.

O Uchiha riu, ao ouvir a voz zangada do namorado.

– Eu aqui, morrendo de tesão! Com um pau duro! No maior calor! E você fica aí, com essa cara de velho babão me comendo com os olhos!

Sasuke riu mais abertamente ao ouvi-lo lhe xingar de "velho babão". Era esse seu Kitsu. Paciência não era sua dádiva. Não era acostumado a ficar contemplando ninguém. Aquilo parecia algo idiota para ele. Mas para si, era algo que o fazia se prender mais.

– O que tem admirá-lo, seu boca-suja? Você não tem idéia do quanto é lindo, não é?

– Não enche! – trovejou. - Quem não tem idéia da beleza que tem aqui é você.

– Ah! Meu poupe! Não há equiparação entre nós, Kitsu. Você é infinitamente mais lindo.

O loiro engoliu seco ao reparar no moreno. Era difícil elogiá-lo. Ele não aceitava. Sempre rebatia tudo de volta para si. Sasuke não tinha nada de excêntrico ou de extremamente chamativo. Mesmo assim, era estupidamente bonito dentro da sua forma comum. Eram pequenos detalhes que o faziam sedutoramente majestoso.

Os cabelos não eram loiros, contudo, eram lisos e volumosos, curtos ao pé do pescoço e repicados na parte de trás. A franja era enorme, caíam-lhe dos dois lados da face, emoldurando o seu rosto branco e perfeito. Boca, olhos negros, nariz pequeno e empinado, completavam sua tez harmoniosa. Não havia nada fora do lugar, tudo no corpo dele parecia ter sido esculpido para estar ali. Era alto, esguio, de músculos bem formados. E mesmo vestido daquele jeito como estava ali, bermudão, camiseta regata e sandálias. Parecia um príncipe ou algo mais encantador. Não tinha olhos claros, todavia, sua beleza feria quem parasse muito tempo para admirá-lo. E era por isso que odiava fazer aquilo. Pois, quanto mais o apreciava, mais se sentia envolvido e apaixonado.

E casais apaixonados eram idiotas, melosos e cafonas. Olha o que ele havia feito, lhe trazido flores?!  

Suspirou, deixando os ombros relaxarem. Não estava reclamando. Não podia. Afinal, estava feliz.

– Seu rosto está corando mais... - observou Sasuke, adorando ver aquilo.

– Baka! – reclamou, virando o rosto pro lado e fazendo um bico com os lábios.  – Vou ter que esperar o dia todo por sua resposta.

Sasuke sorriu e voltou a se aproximar do seu amado e apontou para o seu corpo.

– Posso?

Ele largou os braços ao longo do corpo e suspirou, revirando os olhos para cima, já sabia o que ele queria. Apesar de que, aquilo não trazia uma lembrança muito agradável e, às vezes imaginava que ele o arremessaria pela janela, quase igual ao que o Uchiha mais velho fizera. Mas, ali, era seu Sasuke. Ele jamais seria igual ao outro. E, mesmo se ele o jogasse, a queda seria menor. Assim, concordou.

– Pode.

Desta forma, o moreno o apanhou no colo e o levou para o quarto.

Lá dentro, já na cama, os dois se despiram lentamente. Sasuke passeava os dedos com cuidados em cada parte do corpo dele, até nas cicatrizes que ainda estavam espalhadas, marcando sua pele, que agora estava bem bronzeada devido aos dias inteiro que este passava na praia. E tinha que confessar, ele havia ficado muito mais atraente com àquela cor dourada. Agora sim, parecia um verdadeiro Sol.

Beijou cada pequena pedaço daquela pele, docemente.

– As cicatrizes ainda doem? – quis saber.

– Nenhum pouco... – Negou ele aproveitando para respirar. A sua face estava queimando. E o seu corpo incandescendo cada vez mais de desejo. - Seus beijos têm o poder de cura. – completou em um sussurro.

Sasuke sorriu, encantado com àquelas palavras, e com àquela belo rosto corado, embaixo de si. Mas principalmente, por este, estar iluminado com aquele sorriso divinal que tanto amava. Morreria feliz, somente por ser o causador daquele belo sorriso.

– Kitsu, fica de bruços. – pediu o rapaz de pele clara.

– Não... – ele negou, apertando os olhos. – Você vai fazer àquilo. E “aquilo” é tortuoso!

– Para de reclamar, eu sei que você gosta.

– Mas eu ando gozando antes de você enfiar em mim...

– Essa é a intenção das preliminares, ser tão boa quanto o ato em si, agora, vire-se.

– Andou lendo de novo?

– Hai. Tudo pra enlouquecê-lo mais, sem lhe provocar nenhuma dor. Agora vai, deita de bruços. – insistiu.

Sasuke fizera àquela promessa. Que jamais faria sexo com ele da maneira que os outros fizeram. Prometeu a ele que seria diferente e que o enlouqueceria de prazer amando-o da forma mais doce possível. Por isso o impedira até de usar termos chulos quando quisesse se referir ao sexo. Era estranho. Ainda estava se acostumando com àquela forma mais lenta de transar. Mas tinha que confessar. Estava gostando... e muito.    

E pensando naquilo se pôs de costas. Já sabia o que viria, então, cerrou seus punhos na grade de madeira que formava a cabeceira da cama, apertou os olhos e suspirou, já sentindo arrepios antes mesmo dele lhe tocar. Então àquela sensação enlouquecedora começou. A ponta úmida da língua dele tocava primeiro em seu cóccix - o osso onde termina a coluna vertebral, antes de iniciar o ânus. Nunca o loiro pensara que àquela região fosse tão sensível. E enquanto ele subia a língua pelo meio de suas costas, a sensação daquele toque fazia-o empinar o bumbum involuntariamente e contrair a parte interna deste com avidez. O coração acelerava e sua boca entreabria, queria que ele voltasse ao ponto inicial e sem pedir, ele voltava.

Ah! Era divina e perturbadora aquela sensação.

O loiro gemeu. Elevava o corpo da cama. Esfregava o dorso dos pés no lençol, contorcendo-os até as pontas dos dedos. O seu membro pingava de tão ereto, enquanto ele fazia àquele passeio perturbador com a língua naquela região, suas mãos deslizavam a lateral do seu corpo. Ele tocava e acarinhava seus mamilos com as pontas dos dedos, voltava as suas costas, fazia-o pender a cabeça para o peito sussurrava em seu cangote. Mais arrepios. Delirava. Essa era a palavra, entrava em estado de delírio com àqueles toques tão sutis e tão certeiros. Seu membro já não se aguentava de tão rijo, gotejava o pré-gozo. Não queria chegar ao ápice sem senti-lo dentro de si antes. Mas ele fazia-o para testar...

– Sa- Sa- Sasu...

– Resista... – sussurrou ele ao pé do ouvido, sabendo o que o namorado pediria. - Não é você que diz que suporta tudo? 

– Isso não é dor, é mais... Ahhhhh! – cerrou as suas mãos segurando com forças as grades de madeira ao sentir o arrepio gelado que a boca dele proporcionara ao tocar sua nuca. Ali, ele lambia e mordiscava, fazendo-o gemer descontroladamente. Não suportava mais, empinou-se mais e começou a mover o quadril de forma a contrair seu orifício anal, fazendo-o abrir e fechar rapidamente. Não suportava mais àquilo. Era involuntário, precisava gozar!

– Vai gozar sem antes eu entrar? – ele perguntou, retirando os cabelos de sua orelha, e mordiscando o lóbulo desta. 

Kitsu parou. Pendeu a cabeça deixando os fios loiros esconder seu rosto todo incandescido. Sentia todo o corpo latejar de tão sensível que estava. Estava tremendo. Tanto que não conseguia suportar mais ficar com o corpo arqueado da cama. Sentiu vontade de chorar. A vontade de gozar era tão torturante que o fazia ter aquela sensação esquisita. As lágrimas acabaram escapando...

– Não faz isso, Kitsu.

– Tá doendo! Não daquela forma, mas dói! Meu corpo tá pedindo. Faça, Sasuke! Faz agora!  

– Relaxe as mãos dessa grade? – pediu ele, forçando-o tirar os dedos de lá. – Vire-se, eu quero te amar olhando em seus olhos.

– Você gosta é de me ver envergonhado, isso sim! – Sasuke segurou as mãos dele e beijou as costas destas.

– Bobo, eu te amo... – Sussurrou, vendo agora, até as orelhas dele se pigmentarem de um vermelho intenso.

Naruto acabou por obedecer.  

Sasuke arqueou o corpo por um instante para ele se virar de barriga para cima, se acomodando na cama. É, tinha que concordar, havia exagerado. Naruto tinha o rosto contorcido e agora passava às mãos no rosto para limpar as lágrimas, como a linda criança mimada que era. Chateada por ter perdido o joguinho. Era assim. Adorava desafiá-lo em seu jeito mimado de ser. O loiro não gostava de perder. Mas pelo menos, ele não gozara antes do tempo. Pegou o produto que comprara no Sex Shopp e despejou bastante do gel umedecendo os dedos. Aquilo evitaria que ele gozasse enquanto o lubrificava. Antes de começar depositou um beijo nos lábios inchados de tanto serem pressionados.

– Eu te amo.

– Vai começar a segunda parte da tortura?

– Não vou ser mal, agora. Juro...

Kitsu suspirou, e fechou os olhos, fungando alto. Ele dizia aquilo, mas não se segurava. Ele o dominava por inteiro. E talvez esse fosse o motivo de sua raiva. Ser totalmente submisso à um Uchiha.

– Ah... – Mas estava feliz. Segurou os cabelos negros entre seus dedos, enquanto ele ainda estava ali, dispensando atenção aos seus mamilos. Mordeu novamente os lábios, ao senti-lo mordiscá-lo. Que língua poderosa era àquela! Ele desceu a ponta desta no caminho do seu torso, até alcançar o furinho do umbigo, enfiou a língua ali também, e então a desceu, pela virilha, passou a língua na extensão do pênis rosado, subindo e descendo, enfiando a língua no pequeno orifício na ponta deste, então abriu mais as pernas dele, até está alcançar o ponto máximo de abertura, em seguida, passou a língua por debaixo do pênis, lambeu os sacos escrotais. Ainda faltavam os dedos, quando ele começava a trabalhar com os dedos era muito mais difícil de segurar. Seu ânus já piscava novamente, só por ele o lamber.

Então este olhou para o loiro e ele lhe sorriu, abocanhando seu sexo e enfiando dois dos dedos em seu orifício. Era assim que trabalhava. Os mesmos movimentos, no mesmo ritmo, os dedos melados de lubrificante, misturavam-se aos líquidos do pré-gozo que seu corpo expelia. Estes, entravam e saíam facilmente. Tentava se contorcer mais não podia... O pênis mais e mais rijo. De novo a vontade de chorar, por não conseguir suportar aquela tortura. Se virava de uma lado para outro, o rosto suava, contorcido. Os dentes mordendo o punho. Era uma forma de se controlar, mas se ele visse chamaria atenção. “Não vale provocar dor para encontrar um ponto de equilíbrio”, ele lhe diria. Mas qual ser humano aguentaria aquilo assim?

Sasuke não era bom no que fazia.

Era perfeito.

O coração acelerou, soltou a boca do punho, apertou os olhos. Era o sinal que o orgasmo estava chegando.

Sasuke sentiu, retirou os dedos de dentro do namorado e o pênis dele da sua boca, lambeu os lábios e rapidamente, direcionou seu membro rijo na pequena entrada, introduziu de vagar e sentiu - que com tanta lubrificação - este deslizara pelo pequeno buraco até atingir o fundo. Ele subiu encima do loiro e passou a se mover cadenciado, retirando e enfiando seu pênis de forma desenfreada. Contemplou mais uma vez o rosto do namorado, contorcido, olhos apertados.

– Abra os olhos, Kitsu. – murmurou. – Quero viajar nesse céu azul dos seus olhos, enquanto te levo comigo ao ápice.  

O menino arrepiou-se ao ouvir aquilo. Abriu os olhos de vagar. Apreciou a face do namorado. Criou forças e envolveu o pescoço deste com seus braços. Concentrou-se em sentir aquela sensação deslizante dentro de si. E o barulho indecente que o membro dele provocava ao entrar e sair, lhe aflorava os nervos. Revirou os olhos, não conseguia respirar. Era sempre assim. Era tão bom que perdia o fôlego ao se concentrar. A taquicardia intensificou.

– Res- res- res- respira- respira Kitsu... – pediu Sasuke, com a sua própria respiração entre cortada. O rosto suado, os dentes apertados.

Kitsu riu. Passou a mão do rosto dele, pendeu o pescoço para trás, estava enlouquecendo. Arqueou um pouco as costas do lençol que estava banhado pelo seu suor, para mover seu quadril de encontro ao pênis do moreno. Tinha que confessar que daquela forma era bem mais intensa. Então sentiu Sasuke enfiar as mãos em suas costas e o erguer da cama, trazendo-o para se sentar sobre seu membro.

– Ah- Ah- Ahhhhhh... – Kitsu gemeu ao sentir o peso do seu corpo, fazer o membro de Sasuke adentrar até o último.

– Agora sinta o quanto estou ardendo por você.  

É, ele sentiu. O pênis de Sasuke estava tão duro, que o loiro sentiu até uma dor leve ao se sentar sobre ele. Mas não iria reclamar. Era um incomodo suave, mas, gostoso. Então, subiu e desceu seu quadril. As mãos de Sasuke em suas costas acariciando-o, conforme seus movimentos de subida e descia aumentavam. Era tal como uma cavalgada. Contudo, evitava a sucção do pênis dentro de si, era bom deixá-lo deslizar, para dentro e para fora, para dentro e para fora, cada vez mais rápido. A mão de Sasuke foi para o seu membro. Já estava totalmente fora de si, empinou mais o quadril, movimentando-o em círculos encima do mastro deste. Estava literalmente rebolando, comendo-o, devorando-o. Descia com tudo, este atingia seu fundo, voltava a se erguer, deixava-se cair, sentia o pau dele tocar novamente sua próstata. Era dominado por uma força involuntária que o fazia se mover de forma frenética. O suor do calor escorrendo por suas costas. O sol incandescendo lá fora. Uma brisa suave entrando pela janela aberta fazendo a cortina aberta farfalhar. Contraiu-se. Não aguentou. E aquilo que ameaçava vir, já não conseguia mais segurar. A carne da sua bunda batia no ventre de Sasuke fazendo um barulho de tapas.

O moreno encheu suas mãos com aquela carne branca e tentadora, apertando-as. Ele mesmo, já não se segurava mais. Viu Kitsu abrir a boca e cerrar os olhos. Então ele desceu de vagar, se contraindo e gritando por seu nome.   

– Sasuke! Sasuke! Sasukeeeee! Ahhhhhhhh! Ah! Ah! SASUKE! SASUKE! – ele agarrou-se ao seu corpo e o abraçou fortemente.  

– Kitsu... – respondeu quase sem fôlego, não suportava mais.

O loiro contraiu o seu interior com força, sentindo aquela sensação de êxtase banhar totalmente seu íntimo, começar de dentro pra fora, e lhe atingir por completo. Não era só o seu ânus que se contraía sozinho apertando o membro de Sasuke - que ainda estava enfiado no último dentro de si - mas sim, cada célula do seu corpo. Rebolou mais uma vez. Forçando seu quadril um pouco mais para baixo como se o pênis do outro pudesse se afundar ainda mais em si e prolongar àquele êxtase divino.

Então, Kitsu sentiu Sasuke abrir suas nádegas com os dedos enfiados em sua carne e elevar o quadril da cama, arrematando-se para dentro de si mais uma vez. Então sentiu o membro deste latejar e pulsar em si mais uma vez, e então, golfar sêmen com força para o seu interior. Aquela investida dele fez seu corpo estremecer, e esse tremor atingiu seu membro que também jorrou gozo para o tórax alvo do moreno. Kitsu engoliu a saliva da boca aberta. A euforia do orgasmo começava a se amenizar. O gozo de Sasuke escorria por suas penas. O moreno se ergueu e puxou seu rosto para si, tomando seus lábios nos dele e beijando-o intensamente.

Ficaram assim. Por um longo momento. Se beijando. Tentando regular a respiração. Sentindo o estremecer do corpo um do outro. O bater dos corações. Conectados. Unidos. Juntos. Como um só. E se o mundo permitisse, para sempre.
  
Depois de algum tempo, os dois estavam abraçados na cama. O cheiro do calor, do gozo e do suor impregnava o ambiente. Da janela aberta vinha uma brisa de tarde de primavera. Sol fervilhando do lado de fora. Crianças gritando na rua. Carro passando em alta velocidade. Algumas buzinas. Havia até passarinhos fazendo festa nas árvores. Barulho de vida. E ali dentro, apenas àquele ventilador mosquitinho, zumbindo de um lado para outro, soprando um vapor quente nos dois corpos nus, suados e colados de calor. Mesmo assim, nem sonhavam em se desgrudar um do outro. O ventinho quente quando batia na parte úmida dos cabelos, até provocava um friozinho gostoso.

Naruto ergueu os olhos e observou o rosto de Sasuke, pleno, sereno, quase angélico. Ele tinha um sorriso leve e ameno. Estavam juntos. Felizes. E se pensava em perdê-lo sentia o peito doer. Arder. Estava tão feliz que chegava a ser egoísta. Era ruim... Era este o desejo egoísta que provocava a obsessão não era?

– Sasuke?

– Hm?

– O que é essa Obsessão Fatal exatamente?

O moreno abriu seus olhos turvos e encarou os azuis claros à sua frente. Sorriu docemente.

– A obsessão é um abismo que leva à pessoa para um caminho sem volta. Por isso ela pode se tornar fatal. Este precipício pode ser tanto no sentido literal da palavra, naquele o qual você caiu. Como o precipício da mente, naquele onde meu irmão estava. E naquele que eu também, quase me deixei declinar...  

– Mas existe cura, afinal, você voltou dele, não foi?

– Hoje eu posso dizer que nem cheguei a cair. Apenas o beirei. Caminhei por sua extensa margem. Mas alguém me deu à mão, e me tirou de lá, não me permitindo tombar. – Sasuke sorriu, olhando o loiro com a cabeça em seu peito. Notando seus olhos grandes e ainda mais brilhantes e azuis por causa da claridade do dia. Achara que aquele azul-céu não conseguia ficar ainda mais intenso. Era quase uma afronta.

– Eu? – perguntou o loiro confuso, interrompendo à sua contemplação àquelas duas esferas divinas.

– É, você. – confirmou Sasuke, suspirando profunda e apaixonadamente, e continuou. – O amor é a cura, Kitsu. O amor verdadeiro é a cura para muitos maus. Se as pessoas aprendessem a amar verdadeiramente, entenderiam isso. Mas, não amar um amor egoísta. Aquele o qual a pessoa diz que ama, mas só quer satisfazer a si própria e àquilo que ela está sentindo, sem se importar com o outro – o ser amado - ou sem se importar com tudo que os rodeiam. Então essa pessoa se torna obsessiva. Uma arma, pronta pra destruir quem quiser tirar de si àquilo que a faz bem. Esse sentimento egoísta acaba por corromper sua alma e sem que esta perceba, já não estará mais amando. Pois quem ama, quer salvar, e não tirar a vida do ser estimado, só por não poder tê-lo para si.

– Pensando assim, eu também fui salvo. Afinal, eu também estive em um estágio de insanidade. E se não fosse o sentimento que nasceu por você, talvez eu não estivesse aqui agora, e sim no fundo de um dos precipícios. Seja o literal, seja no qual o Itachi mergulhou. 

– Eu também digo o mesmo. Você me salvou no momento que cruzou meu caminho, Kitsu. E me devolveu à vida. Se isso não tivesse acontecido, eu também estaria no fundo de um desses precipícios.

Os dois se olharam por um longo momento. Estavam felizes. Por terem encontrado a cura para um mal; por estarem juntos, e por compartilharem do amor verdadeiro e da felicidade que só esse sentimento tão puro como amor pode proporcionar. Kitsu voltou a encostar a cabeça no peito do moreno e cerrou os olhos levemente, sentindo a sonolência o abater.

– Eu te amo, Sasuke. – murmurou.

O moreno sorriu em resposta, fazendo um breve afago nos cabelos loiros do seu sol resplandecente. E então, fechando os seus também. Sussurrou:

– Eu te amo, Kitsu.


Agora sim.
Fim. 

“Mesmo em mundo caótico de ideologias egoístas, onde cada um pensa só em si mesmo, eu digo: ainda há chances para o amor.” - Andréia Kennen.

...

Vocabulário de expressões e observações:

1-      Imoto-chan: irmãzinha.  
2-      Ittekimasu– Estou indo! (mais informal)
3-      Itterasshai – “Por favor, volte em segurança”, ou também, “te vejo mais tarde.” Resposta dada a itekkimasu.
4-      Na verdade, no Japão, o térreo é considerado o primeiro andar de um prédio. Desta forma, aqui no Brasil o que é segundo andar para o Sasuke, é o primeiro para nós. (Só para esclarecer. :D)
5-      Kanji: são caracteres de origem chinesa, da época da Dinastia Han, que se utilizam para escrever japonês junto com os silabários katakana e hiragana. (fonte: Wikipédia) 


Notas finais do capítulo

Obrigado de verdade à todos que me acompanharam até aqui. Sei que muitos leitores desistiram no meio do caminho. Provavelmente por não terem gostado de algo. Enfim, se você chegou até aqui, é porque realmente gostou da história. E espero de verdade, que o desfecho tenha suprido um pouco das expectativas. Eu percebi pelas reviews deixadas que muitas pessoas já tinham ideia deste final e fiquei feliz com os comentários de todos, sempre bem pertinentes

E digo que, desde o início, eu não pensei em um final trágico para esse casal, por isso, desculpe-me o susto do capítulo anterior. Já o Itachi desde o início tinha traçado esse destino à ele. Sinto, pelos fãs do irmão Uchiha mais velho

Esta é minha segunda fic de Naruto. A primeira é Os Bastidores (que ainda está em andamento). Quem ainda não a acompanha (e quiser curtir algo mais leve) sinta-se a vontade, estarei esperando por lá

Caso, a resposta seja “Não, muito obrigada. Não gosto de coisa muito ‘fluffy’”. Eu os convido a curtir o projeto que vocês ajudaram a bolar, respondendo a enquete que fiz: “Promiscuos” que será uma história um pouco mais caliente, não tão dramática, mas que terá algumas cenas trágicas também. Assim, espero contar com o apoio e o carinho de vocês nesses próximos trabalhos também.

Agradeço aos elogios sobre a minha forma de escrever, sempre descrevo muito o sentimento e as sensações humanas. Esse é o meu estilo como autora. E fico verdadeiramente satisfeita quando alguém o reconhece como sendo bom.

Estou lendo (de vagar, mas estou) os trabalhos de vocês leitores que escrevem também.

Eu falo de mais! (Aff! x___X) Novamente, obrigado! E deixem seus comentários finais!

Meu beijo coletivo!

See you next!

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