Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Classificação: 18 anos
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.
Notas iniciais do capítulo
Tecnicamente falando, esse é o último capítulo desta trama. Contudo, o desfecho real eu deixei para o Epílogo. Obrigado a todos que me acompanharam até aqui.
Obsessão Fatal
Capítulo X
Naruto se aproximou de Sasuke e agachou-se em frente a cadeira que ele estava. O moreno, em um gesto automático, virou o rosto para o lado, não queria olhá-lo. Estava muito ferido. Contudo, o barulho de um “Tick” o fez mudar de ideia, assim, voltou a encará-lo com curiosidade. Naruto havia acionado um canivete de bolso. Em seguida, o envolveu com os braços, fazendo-o sentir-se tonto ao expelir o cheiro bom que tinha. Estremeceu. O amava. Era dolorido aquilo, mas o amava, tanto! Tanto que sua traição doía...
Traição?
Naruto terminou de cerrar com o canivete, as cordas que prendiam às mãos de Sasuke atrás da cadeira. Contudo, ele não cortou o suficiente para ele se soltar de imediato.
– Pronto, acho que já dá. – avisou ele, voltando a guardar o objeto no tênis. - Continue fingindo que está preso até a gente sair. Eu cortei o suficiente para você arrebentar se forçar um pouco. Mas faça isso depois que eu e o Itachi tivermos saído. – alertou.
– Por quê?
– Que pergunta idiota, por que eu não quero que morra, caramba.
– Mas...?
– Ele matou meu pai e meu tio... – interrompeu Naruto. – E eu me sinto culpado também.
– O que está falando?! – espantou-se Sasuke, sentindo o coração acelerar loucamente. Estava muito confuso. Kitsu não era comparsa de Itachi? O que estava acontecendo? - Achei que não tivesse se importado com esse fato, afinal, você disse lá no quarto que não tinha mais família quando rasgou a foto! Você não é cúmplice do meu irmão desde o princípio?!
– Hã? – O menino coçou a cabeça em sinal de confusão. – Você é essa mania de falar difícil com um cara ignorante que nem eu. Ainda por cima faz uma pergunta encima da outra. Eu fico até tonto. – resmungou o loiro, sacudindo a cabeça, como se quisesse centrar as ideias. Então, tentou explicar ao moreno. - Sasuke, eu recobrei a parte perdida da minha memória aqui, hoje. Na verdade, o Itachi me fez lembrar. Ele contou várias coisas do meu passado. – o menino retorceu os lábios, incomodado com algo. – No fundo, eu não tinha esquecido tudo. Mas sabia que tinha fatos ruins no meio da história e, talvez por isso, eu não fazia questão de me lembrar. – complementou, voltando a sorrir, deixando o Uchiha mais jovem completamente desnorteado.
– Então, você não é cúmplice dele?! – voltou a repetir a pergunta, agora mais esperançoso.
– Bem... – O menino levantou, para aliviar o formigamento que estava sentindo nas pernas. Esticou os braços para cima e depois os rodou ao longo do corpo, fazendo um tipo de alongamento. Depois, os repousou na cintura e se arqueou para trás. Voltando a ficar ereto em seguida. – De alguma forma eu sou. – confirmou. – Talvez não de tudo, nem de agora. - emendou.
– O que você pretende fazer?!
Naruto tirou uma peça de dentro do bolso da calça e mostrou para Sasuke.
– O que é isso?
– Eu aprendi alguma coisa de mecânica na rua. – informou ele, girando a peça entre os dedos. - Sabe, eu fiquei um tempo com um grupo que desmontava carro, a gente roubava e destrinchava pra poder vender as peças. Eu sempre era isca, atraía os caras, essa fuça bonitinha que tenho ajuda muito, cê nem imagina o quanto, aí os demais agiam. – ele sorriu, dando de ombros. - Eu sei que sem isso o freio não vai funcionar direito.
– Mas você estará dentro do carro! – o lembrou Sasuke, não dando importância para o que ele tinha falado sobre roubar carros, confirmando cada vez mais que ele era um bandido.
O loiro fez um passe de basquete e arremessou a peça em um latão de lixo, perto da porta da garagem, acertando-a em cheio.
– Uhu! Cesta! – vibrou, e então, voltou a encarar Sasuke, que esperava a resposta, fitando-o seriamente. - Como ele te contou na história, eu tenho parte de culpa por ele ter feito o que fez. Se eu fosse uma criança normal, eu não teria me deixado envolver por uma psicopata. E quem sabe as coisas teriam sido diferentes. Talvez meu pai... – O menino engoliu em seco, respirou e tentou prosseguir. – Sabe, eles. Talvez não tivessem morrido.
– Você era inocente! – rebateu Sasuke. - Crianças são inocentes! Ele deveria ter tido consciência do que estava fazendo.
– Não, Sasuke. Eu gostava do que ele fazia comigo. Na real. Eu não sou nenhuma flor que se cheire! Já roubei, me prostitui, já enganei pessoas e até... – ele engoliu em seco mais uma vez, suspirou, mexeu nos cabelos. Estava ficando difícil conversar. Havia se afeiçoado a Sasuke de verdade. Mas ele, Naruto, não era o tipo de cara que merecia alguém como o Uchiha mais novo. Por isso precisava quebrar tudo aquilo que se formara entre eles e assim, evitar que este sofresse ainda mais. – Eu fiz uma pessoa boa de verdade manchar as mãos de sangue por minha culpa. – Ele observou o rapaz de cabelos negros, que tinha uma feição cada vez mais espantada, então sorriu.
Sasuke sentia-se desolado. Ele sempre sorria. Mesmo naqueles momentos tão críticos. Aquilo o desarmava. Não sabia o que dizer. O ouviu continuar:
– Eu sou masoquista (1) mesmo. – confessou sem remorso. - Gosto de sentir dor principalmente na hora do sexo, faz eu ter uns orgasmos pirantes (2), tá me entendendo? E esse “gosto” despertou cedo. Primeiro veio com a vontade de chamar atenção dos meus pais, que viviam ocupados de mais. Eu era uma criança mimada e egoísta. – O loiro sorriu mais abertamente ao contar àquilo. – Então sempre me machucava de propósito, só para ver meu oyaji (3) largar o que tava fazendo e vir me mimar, ou a Okaa me pegar no colo e pedir pra eu dormir com eles. Mas, com o tempo isso já não colava mais, mesmo eu estando machucado, eles continuavam sem tempo, e começaram a pedir pra outras pessoas fazerem o serviço deles de me mimar. Primeiro foi a babá, depois meu tio. Mas, nenhum deles ligava para as minhas manhas. O Nawaki-ojii era o que menos se importava, ele me largava sozinho no parque perto da escola, e ia agarrar as garotas. E foi em um dia desses que o Itachi me encontrou.
Sasuke inspirou, à vontade de chorar lhe ardendo os olhos novamente. Agora era versão dele. Já tinha ouvido a história contada pelo irmão. Mas parecia diferente do ponto de vista do loiro. Entretanto, não era isso que estava lhe provocando a vontade de chorar. E sim, o sentimento egoísta que invadiu sua mente, fazendo suas entranhas revirarem. O amor de Kitsu? Será que ele amava seu mais velho? Não suportaria ouvir aquela resposta. Mesmo assim, queria saber. Então fixou sua atenção no que ele continuava falando. Talvez, a resposta viria com àquela narração.
–... Essa dor que eu mesmo provocava em mim, me ferindo, servia para eu reparar, essa outra dor, tá ligado? Essa, que sentimos aqui. – o menino apontou o peito. – Por não ter amigos, pelos pais não lhe dar atenção. Por não se sentir especial. – ele suspirou brevemente, o sorriso se apagando, sua expressão ficando mais séria, os olhos se tornando estáticos como se as cenas do passado corressem em sua frente como um filme. - Mas aí, eu conheci o Itachi-nii. – continuou. - E ele me deu toda a atenção que eu queria e precisava, e até mais que isso. Eu estava feliz. Não queria perdê-lo. Queria ser o único pra ele. Não queria perder a pessoa que me fazia sentir especial, querido. Mesmo que fosse de uma maneira pervertida. Então me esforçava em fazer as coisas que ele pedia e me ensinava, só pra não perdê-lo.
– Você o amava? – a voz de Sasuke foi ferina, a pergunta foi clara, direta. Não aguentou esperar. Precisava saber. Mas nem acreditava que teve coragem de perguntar aquilo. Seu peito doía, arfava. Era a única resposta que precisava saber.
Então Sasuke viu Kitsu olhar paro o chão, pôr às mãos dentro do bolso da calça e cutucar o piso da garagem com a ponta do tênis. Parecia refletir sua pergunta.
– Amava, não é? Quer dizer, ainda o ama? – O moreno repetiu a pergunta em um tom mais alto e mais firme. Não permitiria que ele o enrolasse, precisava daquela resposta. Mas, o que sentia no fundo era inveja. Inveja do irmão. Odiava Itachi por tudo que ele lhe fizera. Mas o fato de desconfiar que o irmão maníaco poderia ter um lugar maior no coração do seu anjo... Sim! Ele ainda era o seu anjo. Aquilo era pior! Era mais dolorido! Insuportável! Engoliu em seco, buscou aqueles olhos tão azuis e ávidos que agora observava o chão. Ele precisava lhe dar aquela resposta! – Me responda! – exigiu.
– Isso não importa... – respondeu Naruto, erguendo a cabeça e voltando a repousar o olhar encima do moreno. - Eu era uma criança e... Nem sei ao certo. – balançou os ombros. - Não me pressiona com essa merda de amor! O caso é que, o Itachi fazia o que eu queria. Ele me dava atenção e eu gostava disso. Mas as coisas desandaram. Se fosse só o sexo violento, quem sabe, eu e ele teríamos ficados juntos mesmo e sido felizes.
Sasuke já não conseguia segurar as lágrimas. Inspirou profundamente, suas narinas ardiam, fungou, apertou os lábios um nos outros tentando se controlar. Então, o ouviu continuar.
– Mas, tirar vidas não é certo. – ele concluiu. – O Itachi-nii matou várias pessoas por prazer, antes de me conhecer e eu não sabia disso. Ainda matou meu pai e o meu tio. Eles estão mortos e enterrados e isso não tem volta. Devemos deixá-los onde estão. – ele engoliu em seco mais uma vez, agora ficando sério. - Só eu posso impedi-lo. Afinal, ele matou de novo quando saiu da cadeia e vai continuar fazendo. Do mesmo jeito que eu vou continuar sendo um demente pervertido a vida toda. Sabe, essa minha coisa de querer sentir dor só piorou com o tempo. Talvez, me mutilar, sentir meu corpo arder, era uma forma indireta que encontrei para penitenciar a mim mesmo por ter feito tantas coisas erradas, mesmo não lembrando que eu as tinha feito. – O garoto parou e respirou profundamente. - Vai por mim, Sasuke. O mundo vai ser um lugar melhor pra se viver depois de hoje.
– Kitsu...
– Meu nome é Naruto.
– Mas é o Kitsu que eu, eu, eu...
– A culpa pelo assassinato do Neji cairá sobre mim. – Kitsu o interrompeu. Não queria ouvir aquilo. Não podia fraquejar. Não iria. Era forte. Sasuke não o faria mudar de ideia com aquela baboseira toda de sentimentalismo, mesmo gostando dele daquele jeito tão enlouquecedor. Prosseguiu: - Afinal, eu tinha uma ligação com ele e com o rapaz que foi morto junto com ele. Logo a polícia irá ligar esses fatos.
– Você sabia?
– Da morte do Neji? – Kitsu riu. - Você largou o notebook no quarto. O assassinato dele está nas primeiras páginas de todos os sites da internet.
Era verdade. Sasuke achou que o loiro só usaria a internet pra jogar. Kitsu não era tão desprovido de inteligência como ele imaginara.
– E que ligação você teria com o Zefiro?
– Zefiro? Cara! Ele dá cada nome estranho. – o loiro riu, coçando um das sobrancelhas. - Pra mim ele disse que se chamava Orfeu. Ele estava investigando o Neji. Na verdade, políticos ligados a máfia da Akatsuki. Acho que foi no dia que eu os atendi pela primeira vez e ele me seguiu e me abordou no meio da rua, dizendo que daria uma boa grana pra eu conar tudo que eu tinha ouvido da conversa entre Gaara e Neji. Mas o que eu disse não foi o suficiente e ele queria saber de mim, qual era a melhor forma para se aproximar do Neji. Então eu respondi: “É só se fantasiar de prostituto loiro de olhos azuis, e se oferecer pra ele”. Só não esperava que ele fosse levar isso tão a sério.
– EU que os matei, EU devo assumir meu erro! – replicou Sasuke.
– Não! – esbravejou Kitsu pela primeira vez. - Você não é como o Itachi, Sasuke! Você fez pra me defender e não por prazer! – continuou falando em um tom duro, que Sasuke também desconhecia. - E pelo que ouvi da conversa do Neji e do pai, os dois queriam instigar o tal Gaara a se tornar um dos apoiadores da Akatsuki. Esses apoiadores dão verba a esses bandidos pra causar o caos e então ter do que criticar os políticos que estão no poder e assim se elegerem nas próximas votações. Só que o Gaara é um homem honesto de mais, e não aceitou.
– E porque você quis ficar do lado do Neji se sabia que ele era ruim?
– Já disse que não me interessa quem a pessoa seja desde que ela me dê o que eu quero. E há muito eu queria vir pra Konoha. E só precisava de uma desculpa. Eu sabia que encontraria meu passado aqui. – disse, abrindo seu grande sorriso. – Então, Neji foi o argumento que eu precisava. E no final, estou feliz por isso. Eu vou poder vingar a morte do meu pai e do meu tio. Livrar o mundo de um pouco deste mal que o corrompe. E de quebra, eu te conheci. A parte melhor nisso tudo. – confessou ele um tanto sem graça.
– Naruto...
– Pode continuar me chamando de Kitsu.
– Você... para mim... também...
– Sasuke? – Ele o interrompeu novamente. – Eu quero que você viva feliz, saca? Casar, ter um bando filhinhos, ser um cara normal. Eu sei que pode provar ao mundo que não existe maldição nenhuma nos Uchihas. E você é a prova disso. Você é bom de verdade.
Sasuke não aguentou, começou a chorar.
– Mas você não precisa se sacrificar... Kitsu... Naruto... Eu... Eu o... Eu o...
– Ama? – deduziu o que a gagueira do moreno queria lhe dizer. Então Naruto viu o Uchiha caçula pender a cabeça no peito e aumentar o choro de forma compulsiva.
– Amo... Amo... Amo. – repetia ele aos soluços. – Eu te amo... Não se sacrifique, onegai...
– Mas é assim que tem que ser. – o garoto respondeu com uma voz comovida. - Só sinto por não poder transar com você mais uma vez. Sabe, foi legal sentir prazer sem sentir dor. Você foi tão delicado. Ainda me lembro do seu pedido pra me beijar. – ele riu, apertando o lábio inferior nos dentes. Segurando a vontade de chorar. Então, segurou o queixo de Sasuke e o ergueu para fitar seus olhos negros. – Essa tempestade vai passar você vai ver. – Naruto confessou com a voz embargada, e cerrou os lábios do Uchiha com um beijo.
Em seguida se afastou.
– Iremos pela encosta que beira o mar. – sussurrou. Ouvindo o barulho dos passos corridos de Itachi.
– Kitsu, não...
– Vamos nessa, Naruto! – avisou o Uchiha mais velho, chegando com os galões de gasolina e terminando de derramar na garagem. – Pronto! – Ele jogou os recipientes de plásticos vazios no chão e limpou as mãos na calça. Em seguida, foi até a porta de elevação da garagem e a abriu, o dia acinzentado começava a clarear. – Merda de tempo! – praguejou, voltando-se para o carro.
– Não vai se despedir do seu irmão?! – inquiriu o loiro, abrindo a porta do passageiro do veículo e se acomodando no banco. - É a última vez que irá vê-lo na vida.
– É, bem lembrado! – Itachi se aproximou de Sasuke, ergueu o rosto dele e o viu chorando. Sorriu e o beijou na boca. – Não chore. Desta vez não vai doer tanto. Vai ser rápido, eu prometo. – ele saiu de perto do irmão. – Nos vemos em outra vida, Sasuke-chan!
O Uchiha caçula ficou observando os dois entrarem no carro. Itachi acelerou a máquina. Ascendeu seu isqueiro e o jogou no chão banhado de gasolina. Em seguida, saiu cantando pneu. O fogo se alastrou rapidamente. Agora o moreno não tinha mais tempo para se lamentar, precisava agir, assim, forçou as cordas tentando se soltar da cadeira.
Do lado de fora, Kakashi e Tsunade que já estavam na rua que levava à mansão, viram o Prelude preto sair pulando em alta velocidade na frente deles. E mesmo este já desaparecendo de vista, a mulher notou que do lado de Itachi Uchiha tinha um jovem loiro. Sem pensar, colocou a cabeça pra fora do carro do policial e gritou com todas as suas forças.
– NARUTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
– Merda! – praguejou Itachi ao lado do loiro, olhando pelo retrovisor e percebendo que eles vinham em seu encalço. – Eu não pensei que os tiras apareceriam tão rápido.
– Eu dou um jeito. – se propôs o loiro.
– Tem uma arma no porta luva.
– Nem vou precisar. – Ele colocou metade do corpo para fora, encheu os pulmões de ar e gritou de volta. – O GAROTO LÁ DENTRO VAI VIRAR CHURRASQUINHO SE NÃO FIZEREM ALGO! – vociferou ele da janela.
Kakashi freou o carro bruscamente ao ouvir aquilo. Retirou a máscara, sentiu cheiro de fumaça. Olhou o retrovisor, o cheiro vinha mesmo da casa que ficara para trás. E o carro onde Itachi estava era um coupe (1), só tinha lugar para duas pessoas. Sasuke não estava lá, e sim, preso na mansão que estava começando a pegar fogo.
– Kakashi, e o meu filho?! – perguntou Tsunade ao ver o homem dando marcha ré no carro.
– Perdoe, Tsunade! Seu filho está bem. O meu corre risco de vida! – Kakashi fez meia volta, e retornou acelerado para o casarão Uchiha.
Os dois dentro do Prelude riram vitoriosos.
– Você é mesmo muito esperto! – O maníaco puxou o loiro pela nuca e o beijou nos lábios. Mas logo Naruto o afastou.
– Olho na estrada e mãos no volante! Você não quer perder o equilíbrio, não é?!
– Certo, certo.
– Hein, Itachi-nii? Vai pela via que beira a encosta. Eu quero ir apreciando o mar enquanto viajamos.
– Certo, você manda! – O rapaz acelerou.
Kakashi estacionara de qualquer jeito na frente da casa, quando viu Sasuke sair da garagem tropeçando. Atrás dele o fogo aumentava. Ele desceu do carro desvairadamente e correu até o menino, abraçando-o e fazendo-o se deitar no chão.
– Abaixe-se! – As janelas da casa explodiram. Então eles se levantaram e saíram correndo. As explosões continuaram, levantando nuvens enormes de fumaça, que se juntavam as outras escuras no céu. Sasuke estava com seu rosto pálido encoberto de fumaça e terra. Mas o policial estava feliz. O menino estava vivo.
– Você está bem, meu filho? – perguntou o homem tocando-o no rosto, no peito, nos ombros. Querendo se certificar que não faltava nenhuma parte nele.
– Ele vai se matar, Kakashi-san. – foi à primeira coisa que disse ao tutor. - Ajude-o, por favor.
– Do que está falando?
– Naruto. – O menino tentava respirar. – Onegai, ajude-o. Ele tirou o freio do carro.
– Ele é um bandido, Sasuke.
– Mas ele só quer se vingar do mal que meu irmão fez a família dele! – berrou o menino. - E eu o AMO! Eu o amo, Kakashi-san! Por favor, por favor, não o deixe morrer. – implorou, entre lágrimas.
O homem inspirou profundamente, e o puxou pelo braço, levando-o até a mulher que ficara perto do carro.
– Tsunade, fique com ele! – pediu, entrando de volta no veículo. – Eu vou atrás daqueles dois.
– Eu também vou! – gritou a mulher.
– Não! – esbravejou Kakashi. - A polícia está vindo. – avisou. - Fique aqui para norteá-los, e então, se quiser, siga com eles. – complementou, observando a médica se emudecer.
– Eles vão pela encosta, Kakashi-san!
– Certo! Estou indo. – afirmou, dando partida no carro e seguindo rumo à via que beirava a encosta.
– Deus, proteja-os. – pediu a mulher em prece, juntando as duas mãos.
O policial seguiu às coordenadas dadas por Sasuke. Entrou na via da encosta. A garoa fina se transformara em pingos grossos. O fluxo daquela rua era horrível naquele horário. Seus dedos batiam impacientemente no volante. Estava atrás de um caminhão. Via de mão dupla. Proibida a ultrapassagem. Claro, havia um desfiladeiro de mais de sessenta metros de um lado que culminava no mar. E uma montanha rochosa do outro. Qualquer erro ali desencadearia um acidente fatal.
– Kakashi-san, na escuta?! – ouviu o rádio.
– Sim, prossiga. – respondeu, ao acionar o viva-voz do aparelho.
– Seu afilhado está bem, acabamos de examiná-lo. – O homem sentiu um alívio maior ganhar seu peito. - Estamos com ele na ambulância. O fogo na mansão Uchiha já está sendo controlado. Onde o senhor está?
– Quilômetro quinze, da Rodovia da Encosta. Vocês precisam dar um jeito de parar o fluxo nesse local. Está muito intenso, e está chovendo forte. O carro dos perseguidos parece que está sem freio. Qualquer deslize poderá causar um acidente de proporções gigantescas.
– Quinze viaturas estão no pedágio nessa avenida, senhor. Eles serão detidos.
– Mas o carro dos fugitivos está sem freio, preste atenção neste detalhe. Se os avistarem, atirem nos pneus!
– Sim, senhor!
No Honda Prelude.
– Aquele policial desgraçado! – reclamava Itachi. – Não entendo como deduziram tão rápido que eu me refugiaria na minha própria casa.
– E eu entendo menos ainda. – respondeu Naruto, olhando a chuva aumentar do lado de fora. – A chuva está ficando mais intensa...
– A polícia está mais esperta que antes, estou com receio que a saída da droga desse desfiladeiro esteja fechada.
– Não tem como eles saberem o nosso caminho, tem? E olha essa chuva! Olha o fluxo.
– É, nisso você tem razão. Se segura, vou ultrapassar novamente. – Itachi avisou, aumentando a velocidade do carro e entrando na contramão. Kitsu fechou os olhos prendendo a respiração. – Pronto, passei. - avisou ele para o rapaz loiro do seu lado. - Fica frio, vamos conseguir.
– Ultrapassar caminhões em uma via dessas, você é louco...
– É por isso que me chamam de demente e psicopata, não é? – Itachi apertou a coxa do loiro. – E é por isso que você me ama, estou certo?
O menino sorriu.
– Não...
– Hã?!
– Isso que você tem no meio das pernas ajuda bastante a manter esse meu amor por você.
O moreno deu uma alta gargalhada. Sentia adrenalina correndo por todos os seus tendões. Havia fugido da pior cadeia do mundo. Enganado os tiras. Recuperado seu pertence. Estava com o porta malas cheio de dinheiro. Tinha tudo pra viver feliz longe daquela cidade. E ainda seria reconhecido ali eternamente, como o maior bandido de todos os tempos.
O moreno não podia estar se sentindo melhor.
– Se não fosse a merda do trânsito lento estaria tudo perfeito. – comentou ele.
Contudo, logo essa alegria começou a esvaecer, pois, ele percebeu algo que o irritou imensamente: os carros estavam diminuindo a velocidade. Tanto, que teve que reduzir a marcha do Prelude para a segunda. Estavam andando a 30 por hora.
– Que merda tá acontecendo?
– Será que foi um acidente? – supôs o loiro.
– Droga! Pode ser. – buzinou alto. E ouviu várias buzinas aumentarem em resposta. - Em uma rua como essa é bem capaz... Vou parar e subir no capô e ver se consigo avistar algo.
– Deixa que eu vejo! - se propôs Naruto imediatamente. - Você não precisa parar o carro de vez. O trânsito tá de vagar, mas tá andando.
Na verdade. O loiro não queria que ele percebesse que o carro estava sem freio. Assim, retirou o cinto e saiu pela janela. Subiu no capô e nem precisou se erguer muito para notar algo que lhe fez gelar o estômago: as sirenes da polícia logo a frente. O trânsito estava prestes a parar de vez. Itachi iria perceber o carro sem freio se precisasse estancar. E pior, iria abandonar o veículo e sair correndo entre os carros E ainda poderia matar mais pessoas só para ocupar a polícia.
“Policiais desgraçados! Não fazem nada certo!”
– E então, o que é? – perguntou Itachi batendo na lateral do carro, querendo uma resposta imediata.
– Eu acho que é um acidente. – respondeu o loiro. - Estou vendo uma ambulância.
– Merda! – praguejou Itachi, batendo as mãos no volante. - Se for acidente a polícia estará por lá.
– Nós podemos colocar os disfarces, Itachi-nii. Afinal, não temos como voltar, a via está se congestio...
– Mas que porra é essa?! - o praguejo alto de de Itachi interrompeu a fala de Naruto. Dentro do Prelude, o Uchiha batia o pé no freio com força, mas o carro não parava. - Esta merda tá sem freio! – Ele deduziu, reduzindo a marcha para a primeira, fazendo o carro afogar. – bateu as mãos no volante novamente. – Merda! Inferno! Eu sou um idiota mesmo! Como não chequei os freios? Mas... – Ele parou para pensar por um minuto. Os freios haviam sido a primeira parte do carro que checou. – Estavam bons.
Naruto ao perceber o carro afogar, deitou no capô, e pendeu a cabeça para o vidro, em tempo de ver o rapaz moreno sair do outro lado, batendo a porta. Em seguida, puxá-lo pelos pés, fazendo-o escorregar para o chão, então este o virou, apertando seu pescoço com as duas mãos, batendo seu corpo contra a lateral do carro.
– Ei, ei... Itachi-nii-chan, que houve?! Solta meu pescoço... Ai! Tá me sufocando!
– Eu chequei os freios! - berrou no rosto do garoto. - Foi a primeira coisa que fiz. É a polícia está lá na frente, não é? Estamos cercados?! Você está com eles, Naruto?! Você disse para o Sasuke para onde iríamos, não disse?!
– Nem sei do que está falando!
– Não minta, PORRA! Foi você que indicou a merda desse caminho! Você está com eles, não está?! – urrava o psicopata totalmente fora de si, só em pensar na possibilidade que estaria sendo traído pela única pessoa em que mais confiava na vida. - Você está me traindo?! Me responda, seu merda!
– Solta meu pescoço, Itachi! Você está louco, cara! Eu tô com você.
– Ei, o que está acontecendo? – perguntou um dos motoristas de um dos caminhões que havia parado na pista contrária. Este saiu da cabine batendo a porta e foi na direção da dupla. - Cara, solta o pescoço do garoto, o que pensa que...
– Não... – O loiro tentou alertar o homem. - Fique aí!
– Não se meta, balofo! – resmungou Sasuke retirando a arma da cintura, e dando um tiro certeiro na testa do homem que tombou para trás. Em seguida ele encostou a arma no rosto do loiro, enquanto ouvia as pessoas gritarem e saírem dos seus carros, apavoradas, abandonando os veículos no meio da via.
– Comece a rezar desgraçado, ninguém me trai e fica vivo para contar a história.
Na mesma via, não muito longe dali, Kakashi ouviu um tiro. E se assustou ao ver um aglomerado de pessoas vindo em sua direção. Saiu do carro e bateu a porta.
– O que houve?! – perguntou para quem pudesse respondê-lo.
– Tem um louco atirando lá na frente... – gritou uma mãe, correndo desesperada com a criança no colo.
Ele exasperou-se e saiu correndo.
Do outro lado da via, os policiais que cercavam a saída da rodovia também saíram correndo ao ouvir o disparo. Tsunade e Sasuke que estavam em uma das viaturas que cercavam o lugar, saíram do carro ao ouvir o disparo. Um dos policiais pediu para retornassem ao veículo. Mas o moreno não atendeu e, após pisar no pé deste, saiu atrás dos policiais.
– Ei! Espere, garoto!
– Sasuke?! – A mulher também saiu em seu encalço.
– Dona, você também não! Esperem!
A chuva começou a desabar torrencialmente. Itachi e Naruto lutavam. O garoto havia dado uma joelhada na parte íntima do maníaco e a arma deste caiu da sua mão e saiu deslizando para debaixo dos carros. Agora os dois brigavam corpo a corpo. Mas apesar do loiro ser bom de briga por ter vivido muito tempo na rua, Itachi era bem mais forte. Afinal, o aprendizado dele foram dez anos na cadeia.
– Filho de uma puta! KUTABARO (4)! – esbravejava o mais velho, grudando mais uma vez no pescoço de Naruto, e apertando sua garganta. Mas este lhe revidara com um ponta-pé na barriga e quando o fugitivo se abaixou para apertar a mesma, o loiro meteu o pé na cara dele, fazendo-o cair para trás.
– Não use essa sua boca nojenta pra falar minha mãe, seu imundo! – ele cuspiu uma bola de sangue na enxurrada que escorria no asfalto, indo em direção ao desfiladeiro.
Mas o Uchiha não estava disposto a desistir, se levantou escorregando e investiu sua cabeça contra o peito do rapaz, jogando-o para trás, fazendo-o bater as costas na grade do acostamento. Em seguida deu um soco no rosto do loiro e o virou de costas agarrando seus cabelos e batendo-o novamente contra a cerca que separava a rua do precipício.
– Grande merda é a puta da sua mãe! Assim mesmo como você, seu bosta! – ele bateu o rosto do menino mais uma vez contra o cercado. - Me enganou! – bateu outra vez. O ferro criando vergões roxos na face do filho da médica.
A armação de fios metálicos entrelaçados que cercava a pista, media em torno de dois metros nas partes sinuosas da via, entretanto, perto deles, o caminho vinha de um trecho retilíneo, e nessas partes retas, o gradeado não ultrapassava meio metro de altura.
– Eu fiz tudo por você! Foi o único que deixei viver! – ele parou um pouco com a agressão, sentindo as gotas grossas de chuva chicotearem seu corpo.
Um trovão estrondoso urrou no céu, então ele ouviu Naruto sorrindo.
– Qual é a graça, gaki (5)?! – perguntou irritado, puxando os cabelos dele para si. – Está zoando com a minha cara, é?! Você acha que pode fazer piada com um Uchiha?!
– Não, Itachi-nii... – negou ele, amenizando o riso. - É porque eu tinha que ser o Judas dessa história. Há! Há! Há! Eu tinha que ser o Judas e só assim me vingar do que você fez ao meu pai, e ao meu tio... E a todos que matou. – O menino sentia dor, não sabia mais se ria ou se chorava.
– Você queria me matar? – Itachi também riu. - Se vingar? Que lindo! – exclamou irônico. - Mas agora quem vai parar no fundo desse desfiladeiro, é você! E sabe de uma coisa, Naruto? Eu posso até ir para cadeia de novo. Mas vou fugir. E vou pegar o bonequinho do meu irmão, e descontar toda raiva que estou sentindo de você nele.
– Acho que não terá uma terceira chance, Itachi-nii. Mesmo que seja preso, sua sentença será a morte. A nossa sentença é a morte. Acabou. – sussurrou o loiro, rindo novamente.
O moreno o puxou pelos cabelos e o levou até a parte mais baixa do gradeado, debruçando seu corpo contra a tela de metal, fazendo o garoto encarar o oceano revoltoso lá embaixo.
– Nunca teve medo de morrer, não é? Você é o pirralho que adora sentir dor! Então acho que essa queda será a experiência mais intensa que irá viver antes de bater as botas! – disse Itachi, rindo de forma demente, sentindo que, mesmo o loiro sendo corajoso, este tentava se impulsionar para cima ao ser debruçado em direção ao precipício. - Eu sempre admirei sua coragem e sua força, Naruto. Então não me decepcione nisso também.
Naruto arregalou os olhos. Entrou em estado de pavor ao ver o desfiladeiro abaixo. Estava preparado para morrer, mesmo assim, sentiu o terror lhe assolar. Queria ver Sasuke por uma última vez, dizer o que sente de verdade em relação à ele. Queria pedir perdão à mãe por ter sido um mau filho, por ter levado o pai e o tio à morte. Com certeza não encontraria o tio e o pai no inferno para pedir perdão a eles. Engoliu em seco. O tremor lhe tomando, a vontade de chorar lhe ganhando.
– SOLTE-O, ITACHI! – gritou uma voz atrás deles. – O moreno ergueu-se, e viu o policial Hatake Kakashi, o mesmo que lhe prendera há dez anos. Empunhando sua arma bravamente. Sorriu, puxou Naruto para si e lhe deu uma chave de braço.
– Se aproxime policial e nós dois iremos parar no fundo desse desfiladeiro. – ameaçou o fugitivo.
– Vamos conversar, Itachi. – pediu o homem mudando o tom de voz para algo mais ameno. – Eu abaixo a minha arma, mas solte o garoto, onegai.
– Ah, essa conversa mole de novo não, policial. Você não vai conseguir me enganar de novo para salvar esse aqui, como salvou meu irmãozinho há dez anos, isso eu lhe garanto. Estou mais escaldado agora.
Nesse mesmo instante, adentrou a cena pelo o outro lado da via, os demais policiais que cercaram o lugar, apontando suas armas em direção do serial. Também chegou junto com os reforços, Sasuke e Tsunade. A mulher ao ver o filho nas mãos do bandido soltou um grito de horror.
– NARUTO!
Itachi o virou para os dois que chegaram, deixando-a reconhecer o filho.
– Oi mãe... – disse ele, sorrindo com o rosto todo arrebentado.
– Meu Deus! É mesmo o meu filho! – A mulher estremeceu. - O que está fazendo com ele seu monstro! Solte-o! Você já não tirou o suficiente de mim?!
– Olha que lindo! – O foragido sorriu sarcástico. - Encontro de família. Você e sua mãe. Eu e meu irmãozinho idiota.
– Solte-o, Itachi! – exigiu Sasuke, a chuva não permitindo que vissem seu choro.
– Sabe, Sasuke? Mãe do Naruto, Senhores Policiais... Esse aqui fez questão de me lembrar que eu vou morrer de qualquer forma. Seja aqui agora, seja quando eu voltar pra cadeia, eu sei que a minha sentença será de morte, então... – Ele deu um passo para trás. – Eu já não tenho mais nada a perder.
– Vamos negociar, Itachi! – sugeriu Kakashi mais uma vez. – Peça o que quiser! Vamos deixar você viver.
Este apenas riu, e abraçou o loiro com mais força.
– Naruto, se não podemos ficar juntos em vida, vamos ficar juntos para sempre no inferno, não é? – sussurrou no ouvido dele.
O loiro só sorriu. Sentindo o abraço. Olhou Sasuke. A mãe. Estava tudo tão quieto. A chuva perdera seu som, mesmo com os relâmpagos ainda estrondando no céu. Era este o momento que antecedia o fim? Fechou os olhos. Queria tanto dizer aos dois...
– Eu te amo... – só conseguiu murmurar e as lágrimas - que não podiam ser vistas devido a chuva - escorreram queimando por seu rosto.
– Eu também te amo. – ouviu a resposta do Uchiha mais velho em seu ouvido.
E Então um puxão. Itachi estava desvencilhando do seu corpo e apanhando-o no colo. Em seguida, este se virou em direção ao desfiladeiro, pôs o pé na grade...
– Atirem na perna dele! – ordenou o agente especial. - Ele pretende saltar junto com o garoto!
Um grito feminino de “Não!”. Um zunido. Um tiro. Uma dor lacerante na perna. Itachi escorregou. A dor, o peso do loiro, a água escorrendo abundantemente, fizeram com que perdesse o equilíbrio, o corpo escapou dos seus braços. Caiu.
– OKAASAAAAAAAAAAAAAA! SASUKEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!
– MEU FILHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! – gritou a mulher, que foi impedida pelos policiais de sair correndo.
O mesmo aconteceu com Sasuke.
– ME LARGUEM! KITSUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
– NARU- NARU- NARUTO! – urrou Itachi, debruçado sobre a grade, os braços pendidos. Ofegando. Olhos incandescidos. Coração latente. – AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – berrou ele, esforçando-se para subir na droga da cerca. – Me espera, Naruto! Eu também vou!
– Atirem! – ouviu-se um comando.
Não iriam permitir que ele se jogasse também e o corpo desaparecesse no oceano. Já estava tudo perdido mesmo.
Disparo. Muitos tiros. Mais gritos. Itachi Uchiha berrava loucamente, enquanto recebia a saraivada a queima roupa. Foram inúmeros disparos. Até que ele tombou. Os barulhos cessaram.
Tsunade e Sasuke se soltaram dos braços dos policiais, e correram para o desfiladeiro. Corações desesperados. Rostos banhado de água de chuva. Olhos queimando de tanto chorar. Olhares inconsoláveis. O mar estava agitado abaixo. As ondas se arrematavam ferozmente contra as rochas. Estavam tão alto que não conseguiam enxergar se tinha alguém caído na água.
Os policias chamavam a equipe de resgate pelo rádio. Mas sabiam. No fundo sabiam. Era praticamente impossível alguém sobreviver a uma queda daquelas. Kakashi aproximou dos dois, repousou seus braços entorno dos ombros de cada um deles. Estes, ao sentir o apoio do amigo, protetor, policial, o abraçaram abafando seus rostos inconformados, no peito deste.
E choraram então.
Choraram compulsivamente.
Choraram, enquanto a chuva caía como lágrimas que vinham do céu.
Havia sido um fim trágico, mas enfim, era um fim.
– Um dos maiores serial Killer de todos os tempos da nossa cidade, foi morto hoje pela equipe da polícia com dezesseis tiros à queima roupa, na sua tentativa de fuga da cidade, após ter matado três pessoas. As vítimas são: o médico residente que o ajudou a fugir da Penitenciária de Segurança máxima, Deidara Sato de 25 anos, que foi morto com um tiro no peito; O caminhoneiro Maino Uedo de 48 anos, morto com um tiro na cabeça, e o jovem desaparecido há dez anos, filho da família Uzumaki, Naruto Uzumaki de dezoito anos, que foi arremessado no desfiladeiro. As equipes de busca da marinha e da Polícia ainda estão à procura do corpo do jovem, que tentou bravamente, se vingar do maníaco que assassinou seus entes. A mãe do menino, a única sobrevivente da tragédia de dez anos atrás, se encontra em estado de choque. E disse que, no momento, não tem nada a declarar a imprensa. Infelizmente, o último capítulo dessa história que dá o roteiro de um filme de tragédia, tem seu desfecho de forma agonizante. Os moradores de Konoha irão dormir essa noite, mais aliviados, no entanto, tristes, por essa mãe que perdeu mais um dos seus entes para o terrível serial Itachi Uchiha. E fica aqui a questão: era mesmo uma maldição que tornou esse jovem de classe alta, um demente que exterminou tantas vidas de forma tão fria? Ou, esse foi só mais um caso da obsessão que danifica as almas humanas levando-as a um final tão insano? É com vocês aí no estúdio, Sayume.
O câmera fez um sinal para a jovem repórter e esta relaxou seu semblante. Antes de ir, ela observou desoladamente os inúmeros carros de polícia que ainda faziam suas sirenes vermelhas reluzirem naquele início de noite tão sombrio. A chuva ainda caía, lavando o sangue do maníaco da rua. Limpando e purificando tudo.
– Que coisa horrível. – ela suspirou por fim, soltando os ombros.
– É... - O rapaz que segurava a câmera concordou. – E aí, vamos sair dessa chuva, Seiko-chan? Cê me paga um café?
– Ah, você é nada folgado né, Tatsuya? Quem tem que pagar o café é você.
– Pôxa, eu achei que você estivesse sensibilizada com essa história toda.
– E estou. – confirmou ela, terminando de enrolar o fio do microfone e puxando a toca laranjada da capa de chuva para o rosto. – Mas é só mais um furo de reportagem. Logo esse assunto cai no esquecimento, afinal, já reportei inúmeros casos como este. No entanto, isso não lhe dá o direito de se aproveitar de uma dama como eu, viu? Você paga o café. E o meu eu quero com chocolate e chantilly. – concluiu ela, passando pelo homem.
– Pôxa vida, Seiko... – resmungou este, retirando a câmera que também estava encapada com um plástico transparente, do ombro. E a seguiu.
É...
O tempo faria com que as pessoas esquecessem todo aquele infortúnio de uma forma muito rápida. Era sempre assim. Os crimes, as mortes, as tragédias, eram televisionados o tempo todo no momento do acontecimento. Até aparecer um novo, e todos se esquecerem do fato anterior.
Entretanto...
E aqueles dois corações que já não aguentavam tanta dor e martírio? Eles suportariam mais àquela sensação de perda? Será que os acontecimentos daquela noite, daquela semana, dos últimos dez anos, cairiam no esquecimento de suas mentes, da mesma forma que seria para os outros? E será que a chuva conseguiria limpar dos seus peitos a dor e o medo da mesma forma que lavava o sangue derramado naquela noite?
E o sol?
Este resplandeceria magistral nos céus dessas mentes tão nubladas?
Só mesmo o tempo será capaz de nos dizer.
No próximo capítulo, depois de se passar algum tempo, o desfecho desta história.
Sound Track
As flores estão desabrochando na estrada adiante?
Quando um caminho se contorce e vira desse tanto,
é normal se perder, não é?
Meu corpo e espírito estão tremendo...
Estou tão aflito...
Tsubomi – Maria
Vocabulário de expressões e Observações.
1- Masoquista: 1.Perversão sexual em que a pessoa só tem prazer ao ser maltratada. 2.P. ext. Prazer que se sente com o próprio sofrimento.
2- Pirante: a palavra não existe, foi inventada pelo personagem, é uma mistura de pirar com alucinante. E virou isso. :D
3- Oyaji: velho (é uma forma não muito respeitosa de chamar o pai);
4- Kutabaro: Desgraçado.
5- Gaki: Jovem imaturo. Pode ser traduzido como “pirralho” ou “moleque”.
Agradecimentos especiais:
Bom, a leitora Mefram me fez pensar, que deveria fazer uma homenagem (ou agradecimento especial) à todos vocês que realmente me dão apoio, e postam seus comentários, faça chuva ou faça sol. Então vou eternizar os nomes de vocês aqui nessas páginas. Para que os futuros leitores que vierem apreciar o trabalho mais tarde possam pensar: “Putz! Se eu tivesse lido na época, também estaria aqui. Mas esse privilégio são para poucos, née?”:D
Então... Let’s Go!”
– Natz Cullen: A primeira a deixar review na fic Obsessão e está comigo desde o Prólogo. Muito obrigado, Natz!
– Kabuto. – Por incrível que pareça, eu vi que ele (ou ela) foi banido da comunidade e até hoje, eu me mordo de curiosidade pra saber o motivo. (._.). Espero que ele continue lendo, se tiver, fica meu agradecimento.
Gabhy - Foi a terceira a deixar review na fic. A primeira que pediu para me adicionar e hoje se tornou minha filhota! Amo você de mais Gabhyzinha! Beijos amor, obrigado pelo seu apoio!
UchihaMizu – Foi minha quarta leitora a deixar comentário, e também está presente em todos os capítulos. Fidelíssima. Muito obrigado, mesmo.
Hinatinha: - Linda... (eu a vejo a sim) delicada, amorosa. Até nos seus comentários. Assim, como é nas fics dela. Também está comigo desde o primeiro capítulo. Obrigado Hinatinha.
Nannao – Nem sei o que dizer. Assim como a Anna veio do ffnet pra cá, a Nannao fez o caminho contrário, e migrou de cá do Nyah pra lá, e quis conhecer meus trabalhos de Saint Seiya também. Obrigado de verdade!
Chokomela - Anda ausente. Mas foi uma das primeiras também. Gracias, anjo! Espero que só esteja ocupada e que logo possa voltar acompanhar.
Aido. – Eu o vejo, (ou “a” até hoje não sei se é menino ou menina xD) como uma pessoa séria. Ainda não esqueço da MP que mandei e ele me respondeu, “estou um pouco ocupado com os trabalhos da facul, mas não esqueci, vou ler”. E realmente foi verdade, por mais que demore, ele (a) sempre aparece e sempre deixa um comentário. Obrigado de verdade, Aido-san.
Hikari-chan – Companheira de loirice! Dou altas risadas com as reviews dela. Nós combinamos nas loucuras! Adoro! Agradeço de mais suas reviews sempre engraçadas.
Laurabk – Tem ótimos trabalhos também. Está sumida. Mas logo ela aparece. Obrigado Laura.
Anninha – Como já disse, veio de lá do ffnet parar aqui. Sério. Amo de paixão. Ela é uma flor, carioca da gema, apaixonada pelo Shun de Saint Seiya. E quando disse que iria escrever sobre Naruto ela surtou, e está aqui. Thank you, amore!
Nyuu D – Nem sei o que dizer dela. Nossa, as reviews dela sempre me deixa corada, com tanto elogios. E os comentários, então? Me faz inflar o peito de algo bom. Obrigado, Nyuu!
Akitou-sama: - Me encontrou lá no ffnet, e viu o link daqui e veio direto. Me mandou e-mail falou que queria fazer as capas. Olha, agradeço de verdade pelo apoio, Akito!
MillaWind: Amiga de longa data. (:D) Lá do ffnet. Só postou até o primeiro capítulo, mas sei que ela enrola pra ler. Um dia ela chega aqui, e deixo pra você meu agradecimento especial, Milla!
Anne: Também está desde o primeiro capítulo e chegou aqui. Sempre com seu fascínio pelos irmãos Uchihas. E principalmente pelo Itachi. Obrigado, Anne!
Mefram: A que queria ter os nomes aqui nos créditos. Olha, aí Mefram! Você aqui. Começou do dia pra noite. Leu todos os capítulos e deixou reviews em todos, mesmo começando a ler depois. Agradeço de verdade seu apoio! Beijos!
KiraKira: Está ausente alguns capítulos, mas espero que ela chegue aqui no final também. Ri muito dos comentários dela também. Muito divertido!
Umi-ao: Começou a ler agora, seja bem vinda. E quando chegar aqui nesse capítulo, verá meu agradecimento especial! Obrigado.
U-z: mesma coisa da Umi-ao, começou agora, vai demorar chegar aqui. Mas me impressionou em dizer que tinha parado de ler fics do Naruto e voltou a ler por causa da minha. Agradeço de verdade.
Lumii: Também começou agora, e, até chegar aqui vai demorar um pouco. Mas, já fica meu agradecimento.
Crics: Começou agora, e leu tudo em um dia, não foi? (Oo) Nussa... fico impressionada com isso. Veio da indicação da Nyuu. E disse que até chorou. Obrigado. Beijos.
Yukihina: Começou comigo com Os Bastidores, veio depois para a Obsessão, e curtiu tanto, que me deixou uma linda recomendação. Obrigado de verdade!
Julya Doida: Cara, ela me faz rir também com suas reviews. E é apaixonada pela história dá pra sentir na euforia dos seus comentários. E isso me deixa nas nuvens! Obrigado, Julya!
Meguari Uchiha: Não deixou de comentar desde o começo também. Sempre está presente. Deixa comentários com sua opinião, é muito legal! Obrigado!
Lah: Tem os comentários meigos. Muito fofo. Está comigo também desde o começo. Olha, obrigado, amor!
Ri00 – Que fez cadastro só pra me acompanhar. Olha que legal! Espero que conheça outras histórias, tem muita gente boa aqui, Ri! Agradeço de mais suas reviews!
NChan : Faz uns comentários muito fofos . Até pediu dicas. Me deixa super envaidecida. Agradeço demais, Nchan!
Suhime: Começou há pouco também, já nos alcançou e está presente agora em todas as reviews. Obrigado Suhime!
Shermie: Também começou há pouco, já alcançou, e está vibrando a cada capítulo. E até sugeriu uma ideia que anotei para próxima fic. (:D) Beijos, Shermie.
Desiree: Os comentários dela eu percebo o quanto ela se envolve com a história. A indignação em algumas cenas, pôxa, me faz entender que eu alcancei meus objetivos com esse trabalho. Muito obrigado, Desiree!
Dayanemanfrere: A última, não a menos importante, porque além de tudo foi sincera, disse que já deveria ter feito a tempo a review, mas não fez. E sei que muitos como você, também lêem a fic, e se esquecem de comentar, ou algo parecido. Enfim, o importante é que você comentou! Obrigado!
Obrigado a todos pelo apoio que me deram nesse projeto! Valeu! Estou emocionada aqui, porque meu pulso está doendo de tanto responder reviews. E só agora percebi quantos leitores escrevem (ou já escreveram) comentários nessa fic... (._.)
Agora, abaixo, minhas palavras finais!
Capítulo X
Naruto se aproximou de Sasuke e agachou-se em frente a cadeira que ele estava. O moreno, em um gesto automático, virou o rosto para o lado, não queria olhá-lo. Estava muito ferido. Contudo, o barulho de um “Tick” o fez mudar de ideia, assim, voltou a encará-lo com curiosidade. Naruto havia acionado um canivete de bolso. Em seguida, o envolveu com os braços, fazendo-o sentir-se tonto ao expelir o cheiro bom que tinha. Estremeceu. O amava. Era dolorido aquilo, mas o amava, tanto! Tanto que sua traição doía...
Traição?
Naruto terminou de cerrar com o canivete, as cordas que prendiam às mãos de Sasuke atrás da cadeira. Contudo, ele não cortou o suficiente para ele se soltar de imediato.
– Pronto, acho que já dá. – avisou ele, voltando a guardar o objeto no tênis. - Continue fingindo que está preso até a gente sair. Eu cortei o suficiente para você arrebentar se forçar um pouco. Mas faça isso depois que eu e o Itachi tivermos saído. – alertou.
– Por quê?
– Que pergunta idiota, por que eu não quero que morra, caramba.
– Mas...?
– Ele matou meu pai e meu tio... – interrompeu Naruto. – E eu me sinto culpado também.
– O que está falando?! – espantou-se Sasuke, sentindo o coração acelerar loucamente. Estava muito confuso. Kitsu não era comparsa de Itachi? O que estava acontecendo? - Achei que não tivesse se importado com esse fato, afinal, você disse lá no quarto que não tinha mais família quando rasgou a foto! Você não é cúmplice do meu irmão desde o princípio?!
– Hã? – O menino coçou a cabeça em sinal de confusão. – Você é essa mania de falar difícil com um cara ignorante que nem eu. Ainda por cima faz uma pergunta encima da outra. Eu fico até tonto. – resmungou o loiro, sacudindo a cabeça, como se quisesse centrar as ideias. Então, tentou explicar ao moreno. - Sasuke, eu recobrei a parte perdida da minha memória aqui, hoje. Na verdade, o Itachi me fez lembrar. Ele contou várias coisas do meu passado. – o menino retorceu os lábios, incomodado com algo. – No fundo, eu não tinha esquecido tudo. Mas sabia que tinha fatos ruins no meio da história e, talvez por isso, eu não fazia questão de me lembrar. – complementou, voltando a sorrir, deixando o Uchiha mais jovem completamente desnorteado.
– Então, você não é cúmplice dele?! – voltou a repetir a pergunta, agora mais esperançoso.
– Bem... – O menino levantou, para aliviar o formigamento que estava sentindo nas pernas. Esticou os braços para cima e depois os rodou ao longo do corpo, fazendo um tipo de alongamento. Depois, os repousou na cintura e se arqueou para trás. Voltando a ficar ereto em seguida. – De alguma forma eu sou. – confirmou. – Talvez não de tudo, nem de agora. - emendou.
– O que você pretende fazer?!
Naruto tirou uma peça de dentro do bolso da calça e mostrou para Sasuke.
– O que é isso?
– Eu aprendi alguma coisa de mecânica na rua. – informou ele, girando a peça entre os dedos. - Sabe, eu fiquei um tempo com um grupo que desmontava carro, a gente roubava e destrinchava pra poder vender as peças. Eu sempre era isca, atraía os caras, essa fuça bonitinha que tenho ajuda muito, cê nem imagina o quanto, aí os demais agiam. – ele sorriu, dando de ombros. - Eu sei que sem isso o freio não vai funcionar direito.
– Mas você estará dentro do carro! – o lembrou Sasuke, não dando importância para o que ele tinha falado sobre roubar carros, confirmando cada vez mais que ele era um bandido.
O loiro fez um passe de basquete e arremessou a peça em um latão de lixo, perto da porta da garagem, acertando-a em cheio.
– Uhu! Cesta! – vibrou, e então, voltou a encarar Sasuke, que esperava a resposta, fitando-o seriamente. - Como ele te contou na história, eu tenho parte de culpa por ele ter feito o que fez. Se eu fosse uma criança normal, eu não teria me deixado envolver por uma psicopata. E quem sabe as coisas teriam sido diferentes. Talvez meu pai... – O menino engoliu em seco, respirou e tentou prosseguir. – Sabe, eles. Talvez não tivessem morrido.
– Você era inocente! – rebateu Sasuke. - Crianças são inocentes! Ele deveria ter tido consciência do que estava fazendo.
– Não, Sasuke. Eu gostava do que ele fazia comigo. Na real. Eu não sou nenhuma flor que se cheire! Já roubei, me prostitui, já enganei pessoas e até... – ele engoliu em seco mais uma vez, suspirou, mexeu nos cabelos. Estava ficando difícil conversar. Havia se afeiçoado a Sasuke de verdade. Mas ele, Naruto, não era o tipo de cara que merecia alguém como o Uchiha mais novo. Por isso precisava quebrar tudo aquilo que se formara entre eles e assim, evitar que este sofresse ainda mais. – Eu fiz uma pessoa boa de verdade manchar as mãos de sangue por minha culpa. – Ele observou o rapaz de cabelos negros, que tinha uma feição cada vez mais espantada, então sorriu.
Sasuke sentia-se desolado. Ele sempre sorria. Mesmo naqueles momentos tão críticos. Aquilo o desarmava. Não sabia o que dizer. O ouviu continuar:
– Eu sou masoquista (1) mesmo. – confessou sem remorso. - Gosto de sentir dor principalmente na hora do sexo, faz eu ter uns orgasmos pirantes (2), tá me entendendo? E esse “gosto” despertou cedo. Primeiro veio com a vontade de chamar atenção dos meus pais, que viviam ocupados de mais. Eu era uma criança mimada e egoísta. – O loiro sorriu mais abertamente ao contar àquilo. – Então sempre me machucava de propósito, só para ver meu oyaji (3) largar o que tava fazendo e vir me mimar, ou a Okaa me pegar no colo e pedir pra eu dormir com eles. Mas, com o tempo isso já não colava mais, mesmo eu estando machucado, eles continuavam sem tempo, e começaram a pedir pra outras pessoas fazerem o serviço deles de me mimar. Primeiro foi a babá, depois meu tio. Mas, nenhum deles ligava para as minhas manhas. O Nawaki-ojii era o que menos se importava, ele me largava sozinho no parque perto da escola, e ia agarrar as garotas. E foi em um dia desses que o Itachi me encontrou.
Sasuke inspirou, à vontade de chorar lhe ardendo os olhos novamente. Agora era versão dele. Já tinha ouvido a história contada pelo irmão. Mas parecia diferente do ponto de vista do loiro. Entretanto, não era isso que estava lhe provocando a vontade de chorar. E sim, o sentimento egoísta que invadiu sua mente, fazendo suas entranhas revirarem. O amor de Kitsu? Será que ele amava seu mais velho? Não suportaria ouvir aquela resposta. Mesmo assim, queria saber. Então fixou sua atenção no que ele continuava falando. Talvez, a resposta viria com àquela narração.
–... Essa dor que eu mesmo provocava em mim, me ferindo, servia para eu reparar, essa outra dor, tá ligado? Essa, que sentimos aqui. – o menino apontou o peito. – Por não ter amigos, pelos pais não lhe dar atenção. Por não se sentir especial. – ele suspirou brevemente, o sorriso se apagando, sua expressão ficando mais séria, os olhos se tornando estáticos como se as cenas do passado corressem em sua frente como um filme. - Mas aí, eu conheci o Itachi-nii. – continuou. - E ele me deu toda a atenção que eu queria e precisava, e até mais que isso. Eu estava feliz. Não queria perdê-lo. Queria ser o único pra ele. Não queria perder a pessoa que me fazia sentir especial, querido. Mesmo que fosse de uma maneira pervertida. Então me esforçava em fazer as coisas que ele pedia e me ensinava, só pra não perdê-lo.
– Você o amava? – a voz de Sasuke foi ferina, a pergunta foi clara, direta. Não aguentou esperar. Precisava saber. Mas nem acreditava que teve coragem de perguntar aquilo. Seu peito doía, arfava. Era a única resposta que precisava saber.
Então Sasuke viu Kitsu olhar paro o chão, pôr às mãos dentro do bolso da calça e cutucar o piso da garagem com a ponta do tênis. Parecia refletir sua pergunta.
– Amava, não é? Quer dizer, ainda o ama? – O moreno repetiu a pergunta em um tom mais alto e mais firme. Não permitiria que ele o enrolasse, precisava daquela resposta. Mas, o que sentia no fundo era inveja. Inveja do irmão. Odiava Itachi por tudo que ele lhe fizera. Mas o fato de desconfiar que o irmão maníaco poderia ter um lugar maior no coração do seu anjo... Sim! Ele ainda era o seu anjo. Aquilo era pior! Era mais dolorido! Insuportável! Engoliu em seco, buscou aqueles olhos tão azuis e ávidos que agora observava o chão. Ele precisava lhe dar aquela resposta! – Me responda! – exigiu.
– Isso não importa... – respondeu Naruto, erguendo a cabeça e voltando a repousar o olhar encima do moreno. - Eu era uma criança e... Nem sei ao certo. – balançou os ombros. - Não me pressiona com essa merda de amor! O caso é que, o Itachi fazia o que eu queria. Ele me dava atenção e eu gostava disso. Mas as coisas desandaram. Se fosse só o sexo violento, quem sabe, eu e ele teríamos ficados juntos mesmo e sido felizes.
Sasuke já não conseguia segurar as lágrimas. Inspirou profundamente, suas narinas ardiam, fungou, apertou os lábios um nos outros tentando se controlar. Então, o ouviu continuar.
– Mas, tirar vidas não é certo. – ele concluiu. – O Itachi-nii matou várias pessoas por prazer, antes de me conhecer e eu não sabia disso. Ainda matou meu pai e o meu tio. Eles estão mortos e enterrados e isso não tem volta. Devemos deixá-los onde estão. – ele engoliu em seco mais uma vez, agora ficando sério. - Só eu posso impedi-lo. Afinal, ele matou de novo quando saiu da cadeia e vai continuar fazendo. Do mesmo jeito que eu vou continuar sendo um demente pervertido a vida toda. Sabe, essa minha coisa de querer sentir dor só piorou com o tempo. Talvez, me mutilar, sentir meu corpo arder, era uma forma indireta que encontrei para penitenciar a mim mesmo por ter feito tantas coisas erradas, mesmo não lembrando que eu as tinha feito. – O garoto parou e respirou profundamente. - Vai por mim, Sasuke. O mundo vai ser um lugar melhor pra se viver depois de hoje.
– Kitsu...
– Meu nome é Naruto.
– Mas é o Kitsu que eu, eu, eu...
– A culpa pelo assassinato do Neji cairá sobre mim. – Kitsu o interrompeu. Não queria ouvir aquilo. Não podia fraquejar. Não iria. Era forte. Sasuke não o faria mudar de ideia com aquela baboseira toda de sentimentalismo, mesmo gostando dele daquele jeito tão enlouquecedor. Prosseguiu: - Afinal, eu tinha uma ligação com ele e com o rapaz que foi morto junto com ele. Logo a polícia irá ligar esses fatos.
– Você sabia?
– Da morte do Neji? – Kitsu riu. - Você largou o notebook no quarto. O assassinato dele está nas primeiras páginas de todos os sites da internet.
Era verdade. Sasuke achou que o loiro só usaria a internet pra jogar. Kitsu não era tão desprovido de inteligência como ele imaginara.
– E que ligação você teria com o Zefiro?
– Zefiro? Cara! Ele dá cada nome estranho. – o loiro riu, coçando um das sobrancelhas. - Pra mim ele disse que se chamava Orfeu. Ele estava investigando o Neji. Na verdade, políticos ligados a máfia da Akatsuki. Acho que foi no dia que eu os atendi pela primeira vez e ele me seguiu e me abordou no meio da rua, dizendo que daria uma boa grana pra eu conar tudo que eu tinha ouvido da conversa entre Gaara e Neji. Mas o que eu disse não foi o suficiente e ele queria saber de mim, qual era a melhor forma para se aproximar do Neji. Então eu respondi: “É só se fantasiar de prostituto loiro de olhos azuis, e se oferecer pra ele”. Só não esperava que ele fosse levar isso tão a sério.
– EU que os matei, EU devo assumir meu erro! – replicou Sasuke.
– Não! – esbravejou Kitsu pela primeira vez. - Você não é como o Itachi, Sasuke! Você fez pra me defender e não por prazer! – continuou falando em um tom duro, que Sasuke também desconhecia. - E pelo que ouvi da conversa do Neji e do pai, os dois queriam instigar o tal Gaara a se tornar um dos apoiadores da Akatsuki. Esses apoiadores dão verba a esses bandidos pra causar o caos e então ter do que criticar os políticos que estão no poder e assim se elegerem nas próximas votações. Só que o Gaara é um homem honesto de mais, e não aceitou.
– E porque você quis ficar do lado do Neji se sabia que ele era ruim?
– Já disse que não me interessa quem a pessoa seja desde que ela me dê o que eu quero. E há muito eu queria vir pra Konoha. E só precisava de uma desculpa. Eu sabia que encontraria meu passado aqui. – disse, abrindo seu grande sorriso. – Então, Neji foi o argumento que eu precisava. E no final, estou feliz por isso. Eu vou poder vingar a morte do meu pai e do meu tio. Livrar o mundo de um pouco deste mal que o corrompe. E de quebra, eu te conheci. A parte melhor nisso tudo. – confessou ele um tanto sem graça.
– Naruto...
– Pode continuar me chamando de Kitsu.
– Você... para mim... também...
– Sasuke? – Ele o interrompeu novamente. – Eu quero que você viva feliz, saca? Casar, ter um bando filhinhos, ser um cara normal. Eu sei que pode provar ao mundo que não existe maldição nenhuma nos Uchihas. E você é a prova disso. Você é bom de verdade.
Sasuke não aguentou, começou a chorar.
– Mas você não precisa se sacrificar... Kitsu... Naruto... Eu... Eu o... Eu o...
– Ama? – deduziu o que a gagueira do moreno queria lhe dizer. Então Naruto viu o Uchiha caçula pender a cabeça no peito e aumentar o choro de forma compulsiva.
– Amo... Amo... Amo. – repetia ele aos soluços. – Eu te amo... Não se sacrifique, onegai...
– Mas é assim que tem que ser. – o garoto respondeu com uma voz comovida. - Só sinto por não poder transar com você mais uma vez. Sabe, foi legal sentir prazer sem sentir dor. Você foi tão delicado. Ainda me lembro do seu pedido pra me beijar. – ele riu, apertando o lábio inferior nos dentes. Segurando a vontade de chorar. Então, segurou o queixo de Sasuke e o ergueu para fitar seus olhos negros. – Essa tempestade vai passar você vai ver. – Naruto confessou com a voz embargada, e cerrou os lábios do Uchiha com um beijo.
Em seguida se afastou.
– Iremos pela encosta que beira o mar. – sussurrou. Ouvindo o barulho dos passos corridos de Itachi.
– Kitsu, não...
– Vamos nessa, Naruto! – avisou o Uchiha mais velho, chegando com os galões de gasolina e terminando de derramar na garagem. – Pronto! – Ele jogou os recipientes de plásticos vazios no chão e limpou as mãos na calça. Em seguida, foi até a porta de elevação da garagem e a abriu, o dia acinzentado começava a clarear. – Merda de tempo! – praguejou, voltando-se para o carro.
– Não vai se despedir do seu irmão?! – inquiriu o loiro, abrindo a porta do passageiro do veículo e se acomodando no banco. - É a última vez que irá vê-lo na vida.
– É, bem lembrado! – Itachi se aproximou de Sasuke, ergueu o rosto dele e o viu chorando. Sorriu e o beijou na boca. – Não chore. Desta vez não vai doer tanto. Vai ser rápido, eu prometo. – ele saiu de perto do irmão. – Nos vemos em outra vida, Sasuke-chan!
O Uchiha caçula ficou observando os dois entrarem no carro. Itachi acelerou a máquina. Ascendeu seu isqueiro e o jogou no chão banhado de gasolina. Em seguida, saiu cantando pneu. O fogo se alastrou rapidamente. Agora o moreno não tinha mais tempo para se lamentar, precisava agir, assim, forçou as cordas tentando se soltar da cadeira.
Do lado de fora, Kakashi e Tsunade que já estavam na rua que levava à mansão, viram o Prelude preto sair pulando em alta velocidade na frente deles. E mesmo este já desaparecendo de vista, a mulher notou que do lado de Itachi Uchiha tinha um jovem loiro. Sem pensar, colocou a cabeça pra fora do carro do policial e gritou com todas as suas forças.
– NARUTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
– Merda! – praguejou Itachi ao lado do loiro, olhando pelo retrovisor e percebendo que eles vinham em seu encalço. – Eu não pensei que os tiras apareceriam tão rápido.
– Eu dou um jeito. – se propôs o loiro.
– Tem uma arma no porta luva.
– Nem vou precisar. – Ele colocou metade do corpo para fora, encheu os pulmões de ar e gritou de volta. – O GAROTO LÁ DENTRO VAI VIRAR CHURRASQUINHO SE NÃO FIZEREM ALGO! – vociferou ele da janela.
Kakashi freou o carro bruscamente ao ouvir aquilo. Retirou a máscara, sentiu cheiro de fumaça. Olhou o retrovisor, o cheiro vinha mesmo da casa que ficara para trás. E o carro onde Itachi estava era um coupe (1), só tinha lugar para duas pessoas. Sasuke não estava lá, e sim, preso na mansão que estava começando a pegar fogo.
– Kakashi, e o meu filho?! – perguntou Tsunade ao ver o homem dando marcha ré no carro.
– Perdoe, Tsunade! Seu filho está bem. O meu corre risco de vida! – Kakashi fez meia volta, e retornou acelerado para o casarão Uchiha.
Os dois dentro do Prelude riram vitoriosos.
– Você é mesmo muito esperto! – O maníaco puxou o loiro pela nuca e o beijou nos lábios. Mas logo Naruto o afastou.
– Olho na estrada e mãos no volante! Você não quer perder o equilíbrio, não é?!
– Certo, certo.
– Hein, Itachi-nii? Vai pela via que beira a encosta. Eu quero ir apreciando o mar enquanto viajamos.
– Certo, você manda! – O rapaz acelerou.
...
Kakashi estacionara de qualquer jeito na frente da casa, quando viu Sasuke sair da garagem tropeçando. Atrás dele o fogo aumentava. Ele desceu do carro desvairadamente e correu até o menino, abraçando-o e fazendo-o se deitar no chão.
– Abaixe-se! – As janelas da casa explodiram. Então eles se levantaram e saíram correndo. As explosões continuaram, levantando nuvens enormes de fumaça, que se juntavam as outras escuras no céu. Sasuke estava com seu rosto pálido encoberto de fumaça e terra. Mas o policial estava feliz. O menino estava vivo.
– Você está bem, meu filho? – perguntou o homem tocando-o no rosto, no peito, nos ombros. Querendo se certificar que não faltava nenhuma parte nele.
– Ele vai se matar, Kakashi-san. – foi à primeira coisa que disse ao tutor. - Ajude-o, por favor.
– Do que está falando?
– Naruto. – O menino tentava respirar. – Onegai, ajude-o. Ele tirou o freio do carro.
– Ele é um bandido, Sasuke.
– Mas ele só quer se vingar do mal que meu irmão fez a família dele! – berrou o menino. - E eu o AMO! Eu o amo, Kakashi-san! Por favor, por favor, não o deixe morrer. – implorou, entre lágrimas.
O homem inspirou profundamente, e o puxou pelo braço, levando-o até a mulher que ficara perto do carro.
– Tsunade, fique com ele! – pediu, entrando de volta no veículo. – Eu vou atrás daqueles dois.
– Eu também vou! – gritou a mulher.
– Não! – esbravejou Kakashi. - A polícia está vindo. – avisou. - Fique aqui para norteá-los, e então, se quiser, siga com eles. – complementou, observando a médica se emudecer.
– Eles vão pela encosta, Kakashi-san!
– Certo! Estou indo. – afirmou, dando partida no carro e seguindo rumo à via que beirava a encosta.
– Deus, proteja-os. – pediu a mulher em prece, juntando as duas mãos.
...
O policial seguiu às coordenadas dadas por Sasuke. Entrou na via da encosta. A garoa fina se transformara em pingos grossos. O fluxo daquela rua era horrível naquele horário. Seus dedos batiam impacientemente no volante. Estava atrás de um caminhão. Via de mão dupla. Proibida a ultrapassagem. Claro, havia um desfiladeiro de mais de sessenta metros de um lado que culminava no mar. E uma montanha rochosa do outro. Qualquer erro ali desencadearia um acidente fatal.
– Kakashi-san, na escuta?! – ouviu o rádio.
– Sim, prossiga. – respondeu, ao acionar o viva-voz do aparelho.
– Seu afilhado está bem, acabamos de examiná-lo. – O homem sentiu um alívio maior ganhar seu peito. - Estamos com ele na ambulância. O fogo na mansão Uchiha já está sendo controlado. Onde o senhor está?
– Quilômetro quinze, da Rodovia da Encosta. Vocês precisam dar um jeito de parar o fluxo nesse local. Está muito intenso, e está chovendo forte. O carro dos perseguidos parece que está sem freio. Qualquer deslize poderá causar um acidente de proporções gigantescas.
– Quinze viaturas estão no pedágio nessa avenida, senhor. Eles serão detidos.
– Mas o carro dos fugitivos está sem freio, preste atenção neste detalhe. Se os avistarem, atirem nos pneus!
– Sim, senhor!
...
No Honda Prelude.
– Aquele policial desgraçado! – reclamava Itachi. – Não entendo como deduziram tão rápido que eu me refugiaria na minha própria casa.
– E eu entendo menos ainda. – respondeu Naruto, olhando a chuva aumentar do lado de fora. – A chuva está ficando mais intensa...
– A polícia está mais esperta que antes, estou com receio que a saída da droga desse desfiladeiro esteja fechada.
– Não tem como eles saberem o nosso caminho, tem? E olha essa chuva! Olha o fluxo.
– É, nisso você tem razão. Se segura, vou ultrapassar novamente. – Itachi avisou, aumentando a velocidade do carro e entrando na contramão. Kitsu fechou os olhos prendendo a respiração. – Pronto, passei. - avisou ele para o rapaz loiro do seu lado. - Fica frio, vamos conseguir.
– Ultrapassar caminhões em uma via dessas, você é louco...
– É por isso que me chamam de demente e psicopata, não é? – Itachi apertou a coxa do loiro. – E é por isso que você me ama, estou certo?
O menino sorriu.
– Não...
– Hã?!
– Isso que você tem no meio das pernas ajuda bastante a manter esse meu amor por você.
O moreno deu uma alta gargalhada. Sentia adrenalina correndo por todos os seus tendões. Havia fugido da pior cadeia do mundo. Enganado os tiras. Recuperado seu pertence. Estava com o porta malas cheio de dinheiro. Tinha tudo pra viver feliz longe daquela cidade. E ainda seria reconhecido ali eternamente, como o maior bandido de todos os tempos.
O moreno não podia estar se sentindo melhor.
– Se não fosse a merda do trânsito lento estaria tudo perfeito. – comentou ele.
Contudo, logo essa alegria começou a esvaecer, pois, ele percebeu algo que o irritou imensamente: os carros estavam diminuindo a velocidade. Tanto, que teve que reduzir a marcha do Prelude para a segunda. Estavam andando a 30 por hora.
– Que merda tá acontecendo?
– Será que foi um acidente? – supôs o loiro.
– Droga! Pode ser. – buzinou alto. E ouviu várias buzinas aumentarem em resposta. - Em uma rua como essa é bem capaz... Vou parar e subir no capô e ver se consigo avistar algo.
– Deixa que eu vejo! - se propôs Naruto imediatamente. - Você não precisa parar o carro de vez. O trânsito tá de vagar, mas tá andando.
Na verdade. O loiro não queria que ele percebesse que o carro estava sem freio. Assim, retirou o cinto e saiu pela janela. Subiu no capô e nem precisou se erguer muito para notar algo que lhe fez gelar o estômago: as sirenes da polícia logo a frente. O trânsito estava prestes a parar de vez. Itachi iria perceber o carro sem freio se precisasse estancar. E pior, iria abandonar o veículo e sair correndo entre os carros E ainda poderia matar mais pessoas só para ocupar a polícia.
“Policiais desgraçados! Não fazem nada certo!”
– E então, o que é? – perguntou Itachi batendo na lateral do carro, querendo uma resposta imediata.
– Eu acho que é um acidente. – respondeu o loiro. - Estou vendo uma ambulância.
– Merda! – praguejou Itachi, batendo as mãos no volante. - Se for acidente a polícia estará por lá.
– Nós podemos colocar os disfarces, Itachi-nii. Afinal, não temos como voltar, a via está se congestio...
– Mas que porra é essa?! - o praguejo alto de de Itachi interrompeu a fala de Naruto. Dentro do Prelude, o Uchiha batia o pé no freio com força, mas o carro não parava. - Esta merda tá sem freio! – Ele deduziu, reduzindo a marcha para a primeira, fazendo o carro afogar. – bateu as mãos no volante novamente. – Merda! Inferno! Eu sou um idiota mesmo! Como não chequei os freios? Mas... – Ele parou para pensar por um minuto. Os freios haviam sido a primeira parte do carro que checou. – Estavam bons.
Naruto ao perceber o carro afogar, deitou no capô, e pendeu a cabeça para o vidro, em tempo de ver o rapaz moreno sair do outro lado, batendo a porta. Em seguida, puxá-lo pelos pés, fazendo-o escorregar para o chão, então este o virou, apertando seu pescoço com as duas mãos, batendo seu corpo contra a lateral do carro.
– Ei, ei... Itachi-nii-chan, que houve?! Solta meu pescoço... Ai! Tá me sufocando!
– Eu chequei os freios! - berrou no rosto do garoto. - Foi a primeira coisa que fiz. É a polícia está lá na frente, não é? Estamos cercados?! Você está com eles, Naruto?! Você disse para o Sasuke para onde iríamos, não disse?!
– Nem sei do que está falando!
– Não minta, PORRA! Foi você que indicou a merda desse caminho! Você está com eles, não está?! – urrava o psicopata totalmente fora de si, só em pensar na possibilidade que estaria sendo traído pela única pessoa em que mais confiava na vida. - Você está me traindo?! Me responda, seu merda!
– Solta meu pescoço, Itachi! Você está louco, cara! Eu tô com você.
– Ei, o que está acontecendo? – perguntou um dos motoristas de um dos caminhões que havia parado na pista contrária. Este saiu da cabine batendo a porta e foi na direção da dupla. - Cara, solta o pescoço do garoto, o que pensa que...
– Não... – O loiro tentou alertar o homem. - Fique aí!
– Não se meta, balofo! – resmungou Sasuke retirando a arma da cintura, e dando um tiro certeiro na testa do homem que tombou para trás. Em seguida ele encostou a arma no rosto do loiro, enquanto ouvia as pessoas gritarem e saírem dos seus carros, apavoradas, abandonando os veículos no meio da via.
– Comece a rezar desgraçado, ninguém me trai e fica vivo para contar a história.
...
Na mesma via, não muito longe dali, Kakashi ouviu um tiro. E se assustou ao ver um aglomerado de pessoas vindo em sua direção. Saiu do carro e bateu a porta.
– O que houve?! – perguntou para quem pudesse respondê-lo.
– Tem um louco atirando lá na frente... – gritou uma mãe, correndo desesperada com a criança no colo.
Ele exasperou-se e saiu correndo.
...
Do outro lado da via, os policiais que cercavam a saída da rodovia também saíram correndo ao ouvir o disparo. Tsunade e Sasuke que estavam em uma das viaturas que cercavam o lugar, saíram do carro ao ouvir o disparo. Um dos policiais pediu para retornassem ao veículo. Mas o moreno não atendeu e, após pisar no pé deste, saiu atrás dos policiais.
– Ei! Espere, garoto!
– Sasuke?! – A mulher também saiu em seu encalço.
– Dona, você também não! Esperem!
...
A chuva começou a desabar torrencialmente. Itachi e Naruto lutavam. O garoto havia dado uma joelhada na parte íntima do maníaco e a arma deste caiu da sua mão e saiu deslizando para debaixo dos carros. Agora os dois brigavam corpo a corpo. Mas apesar do loiro ser bom de briga por ter vivido muito tempo na rua, Itachi era bem mais forte. Afinal, o aprendizado dele foram dez anos na cadeia.
– Filho de uma puta! KUTABARO (4)! – esbravejava o mais velho, grudando mais uma vez no pescoço de Naruto, e apertando sua garganta. Mas este lhe revidara com um ponta-pé na barriga e quando o fugitivo se abaixou para apertar a mesma, o loiro meteu o pé na cara dele, fazendo-o cair para trás.
– Não use essa sua boca nojenta pra falar minha mãe, seu imundo! – ele cuspiu uma bola de sangue na enxurrada que escorria no asfalto, indo em direção ao desfiladeiro.
Mas o Uchiha não estava disposto a desistir, se levantou escorregando e investiu sua cabeça contra o peito do rapaz, jogando-o para trás, fazendo-o bater as costas na grade do acostamento. Em seguida deu um soco no rosto do loiro e o virou de costas agarrando seus cabelos e batendo-o novamente contra a cerca que separava a rua do precipício.
– Grande merda é a puta da sua mãe! Assim mesmo como você, seu bosta! – ele bateu o rosto do menino mais uma vez contra o cercado. - Me enganou! – bateu outra vez. O ferro criando vergões roxos na face do filho da médica.
A armação de fios metálicos entrelaçados que cercava a pista, media em torno de dois metros nas partes sinuosas da via, entretanto, perto deles, o caminho vinha de um trecho retilíneo, e nessas partes retas, o gradeado não ultrapassava meio metro de altura.
– Eu fiz tudo por você! Foi o único que deixei viver! – ele parou um pouco com a agressão, sentindo as gotas grossas de chuva chicotearem seu corpo.
Um trovão estrondoso urrou no céu, então ele ouviu Naruto sorrindo.
– Qual é a graça, gaki (5)?! – perguntou irritado, puxando os cabelos dele para si. – Está zoando com a minha cara, é?! Você acha que pode fazer piada com um Uchiha?!
– Não, Itachi-nii... – negou ele, amenizando o riso. - É porque eu tinha que ser o Judas dessa história. Há! Há! Há! Eu tinha que ser o Judas e só assim me vingar do que você fez ao meu pai, e ao meu tio... E a todos que matou. – O menino sentia dor, não sabia mais se ria ou se chorava.
– Você queria me matar? – Itachi também riu. - Se vingar? Que lindo! – exclamou irônico. - Mas agora quem vai parar no fundo desse desfiladeiro, é você! E sabe de uma coisa, Naruto? Eu posso até ir para cadeia de novo. Mas vou fugir. E vou pegar o bonequinho do meu irmão, e descontar toda raiva que estou sentindo de você nele.
– Acho que não terá uma terceira chance, Itachi-nii. Mesmo que seja preso, sua sentença será a morte. A nossa sentença é a morte. Acabou. – sussurrou o loiro, rindo novamente.
O moreno o puxou pelos cabelos e o levou até a parte mais baixa do gradeado, debruçando seu corpo contra a tela de metal, fazendo o garoto encarar o oceano revoltoso lá embaixo.
– Nunca teve medo de morrer, não é? Você é o pirralho que adora sentir dor! Então acho que essa queda será a experiência mais intensa que irá viver antes de bater as botas! – disse Itachi, rindo de forma demente, sentindo que, mesmo o loiro sendo corajoso, este tentava se impulsionar para cima ao ser debruçado em direção ao precipício. - Eu sempre admirei sua coragem e sua força, Naruto. Então não me decepcione nisso também.
Naruto arregalou os olhos. Entrou em estado de pavor ao ver o desfiladeiro abaixo. Estava preparado para morrer, mesmo assim, sentiu o terror lhe assolar. Queria ver Sasuke por uma última vez, dizer o que sente de verdade em relação à ele. Queria pedir perdão à mãe por ter sido um mau filho, por ter levado o pai e o tio à morte. Com certeza não encontraria o tio e o pai no inferno para pedir perdão a eles. Engoliu em seco. O tremor lhe tomando, a vontade de chorar lhe ganhando.
– SOLTE-O, ITACHI! – gritou uma voz atrás deles. – O moreno ergueu-se, e viu o policial Hatake Kakashi, o mesmo que lhe prendera há dez anos. Empunhando sua arma bravamente. Sorriu, puxou Naruto para si e lhe deu uma chave de braço.
– Se aproxime policial e nós dois iremos parar no fundo desse desfiladeiro. – ameaçou o fugitivo.
– Vamos conversar, Itachi. – pediu o homem mudando o tom de voz para algo mais ameno. – Eu abaixo a minha arma, mas solte o garoto, onegai.
– Ah, essa conversa mole de novo não, policial. Você não vai conseguir me enganar de novo para salvar esse aqui, como salvou meu irmãozinho há dez anos, isso eu lhe garanto. Estou mais escaldado agora.
Nesse mesmo instante, adentrou a cena pelo o outro lado da via, os demais policiais que cercaram o lugar, apontando suas armas em direção do serial. Também chegou junto com os reforços, Sasuke e Tsunade. A mulher ao ver o filho nas mãos do bandido soltou um grito de horror.
– NARUTO!
Itachi o virou para os dois que chegaram, deixando-a reconhecer o filho.
– Oi mãe... – disse ele, sorrindo com o rosto todo arrebentado.
– Meu Deus! É mesmo o meu filho! – A mulher estremeceu. - O que está fazendo com ele seu monstro! Solte-o! Você já não tirou o suficiente de mim?!
– Olha que lindo! – O foragido sorriu sarcástico. - Encontro de família. Você e sua mãe. Eu e meu irmãozinho idiota.
– Solte-o, Itachi! – exigiu Sasuke, a chuva não permitindo que vissem seu choro.
– Sabe, Sasuke? Mãe do Naruto, Senhores Policiais... Esse aqui fez questão de me lembrar que eu vou morrer de qualquer forma. Seja aqui agora, seja quando eu voltar pra cadeia, eu sei que a minha sentença será de morte, então... – Ele deu um passo para trás. – Eu já não tenho mais nada a perder.
– Vamos negociar, Itachi! – sugeriu Kakashi mais uma vez. – Peça o que quiser! Vamos deixar você viver.
Este apenas riu, e abraçou o loiro com mais força.
– Naruto, se não podemos ficar juntos em vida, vamos ficar juntos para sempre no inferno, não é? – sussurrou no ouvido dele.
O loiro só sorriu. Sentindo o abraço. Olhou Sasuke. A mãe. Estava tudo tão quieto. A chuva perdera seu som, mesmo com os relâmpagos ainda estrondando no céu. Era este o momento que antecedia o fim? Fechou os olhos. Queria tanto dizer aos dois...
– Eu te amo... – só conseguiu murmurar e as lágrimas - que não podiam ser vistas devido a chuva - escorreram queimando por seu rosto.
– Eu também te amo. – ouviu a resposta do Uchiha mais velho em seu ouvido.
E Então um puxão. Itachi estava desvencilhando do seu corpo e apanhando-o no colo. Em seguida, este se virou em direção ao desfiladeiro, pôs o pé na grade...
– Atirem na perna dele! – ordenou o agente especial. - Ele pretende saltar junto com o garoto!
Um grito feminino de “Não!”. Um zunido. Um tiro. Uma dor lacerante na perna. Itachi escorregou. A dor, o peso do loiro, a água escorrendo abundantemente, fizeram com que perdesse o equilíbrio, o corpo escapou dos seus braços. Caiu.
– OKAASAAAAAAAAAAAAAA! SASUKEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!
– MEU FILHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! – gritou a mulher, que foi impedida pelos policiais de sair correndo.
O mesmo aconteceu com Sasuke.
– ME LARGUEM! KITSUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
– NARU- NARU- NARUTO! – urrou Itachi, debruçado sobre a grade, os braços pendidos. Ofegando. Olhos incandescidos. Coração latente. – AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – berrou ele, esforçando-se para subir na droga da cerca. – Me espera, Naruto! Eu também vou!
– Atirem! – ouviu-se um comando.
Não iriam permitir que ele se jogasse também e o corpo desaparecesse no oceano. Já estava tudo perdido mesmo.
Disparo. Muitos tiros. Mais gritos. Itachi Uchiha berrava loucamente, enquanto recebia a saraivada a queima roupa. Foram inúmeros disparos. Até que ele tombou. Os barulhos cessaram.
Tsunade e Sasuke se soltaram dos braços dos policiais, e correram para o desfiladeiro. Corações desesperados. Rostos banhado de água de chuva. Olhos queimando de tanto chorar. Olhares inconsoláveis. O mar estava agitado abaixo. As ondas se arrematavam ferozmente contra as rochas. Estavam tão alto que não conseguiam enxergar se tinha alguém caído na água.
Os policias chamavam a equipe de resgate pelo rádio. Mas sabiam. No fundo sabiam. Era praticamente impossível alguém sobreviver a uma queda daquelas. Kakashi aproximou dos dois, repousou seus braços entorno dos ombros de cada um deles. Estes, ao sentir o apoio do amigo, protetor, policial, o abraçaram abafando seus rostos inconformados, no peito deste.
E choraram então.
Choraram compulsivamente.
Choraram, enquanto a chuva caía como lágrimas que vinham do céu.
Havia sido um fim trágico, mas enfim, era um fim.
...
– Um dos maiores serial Killer de todos os tempos da nossa cidade, foi morto hoje pela equipe da polícia com dezesseis tiros à queima roupa, na sua tentativa de fuga da cidade, após ter matado três pessoas. As vítimas são: o médico residente que o ajudou a fugir da Penitenciária de Segurança máxima, Deidara Sato de 25 anos, que foi morto com um tiro no peito; O caminhoneiro Maino Uedo de 48 anos, morto com um tiro na cabeça, e o jovem desaparecido há dez anos, filho da família Uzumaki, Naruto Uzumaki de dezoito anos, que foi arremessado no desfiladeiro. As equipes de busca da marinha e da Polícia ainda estão à procura do corpo do jovem, que tentou bravamente, se vingar do maníaco que assassinou seus entes. A mãe do menino, a única sobrevivente da tragédia de dez anos atrás, se encontra em estado de choque. E disse que, no momento, não tem nada a declarar a imprensa. Infelizmente, o último capítulo dessa história que dá o roteiro de um filme de tragédia, tem seu desfecho de forma agonizante. Os moradores de Konoha irão dormir essa noite, mais aliviados, no entanto, tristes, por essa mãe que perdeu mais um dos seus entes para o terrível serial Itachi Uchiha. E fica aqui a questão: era mesmo uma maldição que tornou esse jovem de classe alta, um demente que exterminou tantas vidas de forma tão fria? Ou, esse foi só mais um caso da obsessão que danifica as almas humanas levando-as a um final tão insano? É com vocês aí no estúdio, Sayume.
O câmera fez um sinal para a jovem repórter e esta relaxou seu semblante. Antes de ir, ela observou desoladamente os inúmeros carros de polícia que ainda faziam suas sirenes vermelhas reluzirem naquele início de noite tão sombrio. A chuva ainda caía, lavando o sangue do maníaco da rua. Limpando e purificando tudo.
– Que coisa horrível. – ela suspirou por fim, soltando os ombros.
– É... - O rapaz que segurava a câmera concordou. – E aí, vamos sair dessa chuva, Seiko-chan? Cê me paga um café?
– Ah, você é nada folgado né, Tatsuya? Quem tem que pagar o café é você.
– Pôxa, eu achei que você estivesse sensibilizada com essa história toda.
– E estou. – confirmou ela, terminando de enrolar o fio do microfone e puxando a toca laranjada da capa de chuva para o rosto. – Mas é só mais um furo de reportagem. Logo esse assunto cai no esquecimento, afinal, já reportei inúmeros casos como este. No entanto, isso não lhe dá o direito de se aproveitar de uma dama como eu, viu? Você paga o café. E o meu eu quero com chocolate e chantilly. – concluiu ela, passando pelo homem.
– Pôxa vida, Seiko... – resmungou este, retirando a câmera que também estava encapada com um plástico transparente, do ombro. E a seguiu.
É...
O tempo faria com que as pessoas esquecessem todo aquele infortúnio de uma forma muito rápida. Era sempre assim. Os crimes, as mortes, as tragédias, eram televisionados o tempo todo no momento do acontecimento. Até aparecer um novo, e todos se esquecerem do fato anterior.
Entretanto...
E aqueles dois corações que já não aguentavam tanta dor e martírio? Eles suportariam mais àquela sensação de perda? Será que os acontecimentos daquela noite, daquela semana, dos últimos dez anos, cairiam no esquecimento de suas mentes, da mesma forma que seria para os outros? E será que a chuva conseguiria limpar dos seus peitos a dor e o medo da mesma forma que lavava o sangue derramado naquela noite?
E o sol?
Este resplandeceria magistral nos céus dessas mentes tão nubladas?
Só mesmo o tempo será capaz de nos dizer.
No próximo capítulo, depois de se passar algum tempo, o desfecho desta história.
...
As flores estão desabrochando na estrada adiante?
Quando um caminho se contorce e vira desse tanto,
é normal se perder, não é?
Meu corpo e espírito estão tremendo...
Estou tão aflito...
Tsubomi – Maria
Vocabulário de expressões e Observações.
1- Masoquista: 1.Perversão sexual em que a pessoa só tem prazer ao ser maltratada. 2.P. ext. Prazer que se sente com o próprio sofrimento.
2- Pirante: a palavra não existe, foi inventada pelo personagem, é uma mistura de pirar com alucinante. E virou isso. :D
3- Oyaji: velho (é uma forma não muito respeitosa de chamar o pai);
4- Kutabaro: Desgraçado.
5- Gaki: Jovem imaturo. Pode ser traduzido como “pirralho” ou “moleque”.
Agradecimentos especiais:
Bom, a leitora Mefram me fez pensar, que deveria fazer uma homenagem (ou agradecimento especial) à todos vocês que realmente me dão apoio, e postam seus comentários, faça chuva ou faça sol. Então vou eternizar os nomes de vocês aqui nessas páginas. Para que os futuros leitores que vierem apreciar o trabalho mais tarde possam pensar: “Putz! Se eu tivesse lido na época, também estaria aqui. Mas esse privilégio são para poucos, née?”:D
Então... Let’s Go!”
– Natz Cullen: A primeira a deixar review na fic Obsessão e está comigo desde o Prólogo. Muito obrigado, Natz!
– Kabuto. – Por incrível que pareça, eu vi que ele (ou ela) foi banido da comunidade e até hoje, eu me mordo de curiosidade pra saber o motivo. (._.). Espero que ele continue lendo, se tiver, fica meu agradecimento.
Gabhy - Foi a terceira a deixar review na fic. A primeira que pediu para me adicionar e hoje se tornou minha filhota! Amo você de mais Gabhyzinha! Beijos amor, obrigado pelo seu apoio!
UchihaMizu – Foi minha quarta leitora a deixar comentário, e também está presente em todos os capítulos. Fidelíssima. Muito obrigado, mesmo.
Hinatinha: - Linda... (eu a vejo a sim) delicada, amorosa. Até nos seus comentários. Assim, como é nas fics dela. Também está comigo desde o primeiro capítulo. Obrigado Hinatinha.
Nannao – Nem sei o que dizer. Assim como a Anna veio do ffnet pra cá, a Nannao fez o caminho contrário, e migrou de cá do Nyah pra lá, e quis conhecer meus trabalhos de Saint Seiya também. Obrigado de verdade!
Chokomela - Anda ausente. Mas foi uma das primeiras também. Gracias, anjo! Espero que só esteja ocupada e que logo possa voltar acompanhar.
Aido. – Eu o vejo, (ou “a” até hoje não sei se é menino ou menina xD) como uma pessoa séria. Ainda não esqueço da MP que mandei e ele me respondeu, “estou um pouco ocupado com os trabalhos da facul, mas não esqueci, vou ler”. E realmente foi verdade, por mais que demore, ele (a) sempre aparece e sempre deixa um comentário. Obrigado de verdade, Aido-san.
Hikari-chan – Companheira de loirice! Dou altas risadas com as reviews dela. Nós combinamos nas loucuras! Adoro! Agradeço de mais suas reviews sempre engraçadas.
Laurabk – Tem ótimos trabalhos também. Está sumida. Mas logo ela aparece. Obrigado Laura.
Anninha – Como já disse, veio de lá do ffnet parar aqui. Sério. Amo de paixão. Ela é uma flor, carioca da gema, apaixonada pelo Shun de Saint Seiya. E quando disse que iria escrever sobre Naruto ela surtou, e está aqui. Thank you, amore!
Nyuu D – Nem sei o que dizer dela. Nossa, as reviews dela sempre me deixa corada, com tanto elogios. E os comentários, então? Me faz inflar o peito de algo bom. Obrigado, Nyuu!
Akitou-sama: - Me encontrou lá no ffnet, e viu o link daqui e veio direto. Me mandou e-mail falou que queria fazer as capas. Olha, agradeço de verdade pelo apoio, Akito!
MillaWind: Amiga de longa data. (:D) Lá do ffnet. Só postou até o primeiro capítulo, mas sei que ela enrola pra ler. Um dia ela chega aqui, e deixo pra você meu agradecimento especial, Milla!
Anne: Também está desde o primeiro capítulo e chegou aqui. Sempre com seu fascínio pelos irmãos Uchihas. E principalmente pelo Itachi. Obrigado, Anne!
Mefram: A que queria ter os nomes aqui nos créditos. Olha, aí Mefram! Você aqui. Começou do dia pra noite. Leu todos os capítulos e deixou reviews em todos, mesmo começando a ler depois. Agradeço de verdade seu apoio! Beijos!
KiraKira: Está ausente alguns capítulos, mas espero que ela chegue aqui no final também. Ri muito dos comentários dela também. Muito divertido!
Umi-ao: Começou a ler agora, seja bem vinda. E quando chegar aqui nesse capítulo, verá meu agradecimento especial! Obrigado.
U-z: mesma coisa da Umi-ao, começou agora, vai demorar chegar aqui. Mas me impressionou em dizer que tinha parado de ler fics do Naruto e voltou a ler por causa da minha. Agradeço de verdade.
Lumii: Também começou agora, e, até chegar aqui vai demorar um pouco. Mas, já fica meu agradecimento.
Crics: Começou agora, e leu tudo em um dia, não foi? (Oo) Nussa... fico impressionada com isso. Veio da indicação da Nyuu. E disse que até chorou. Obrigado. Beijos.
Yukihina: Começou comigo com Os Bastidores, veio depois para a Obsessão, e curtiu tanto, que me deixou uma linda recomendação. Obrigado de verdade!
Julya Doida: Cara, ela me faz rir também com suas reviews. E é apaixonada pela história dá pra sentir na euforia dos seus comentários. E isso me deixa nas nuvens! Obrigado, Julya!
Meguari Uchiha: Não deixou de comentar desde o começo também. Sempre está presente. Deixa comentários com sua opinião, é muito legal! Obrigado!
Lah: Tem os comentários meigos. Muito fofo. Está comigo também desde o começo. Olha, obrigado, amor!
Ri00 – Que fez cadastro só pra me acompanhar. Olha que legal! Espero que conheça outras histórias, tem muita gente boa aqui, Ri! Agradeço de mais suas reviews!
NChan : Faz uns comentários muito fofos . Até pediu dicas. Me deixa super envaidecida. Agradeço demais, Nchan!
Suhime: Começou há pouco também, já nos alcançou e está presente agora em todas as reviews. Obrigado Suhime!
Shermie: Também começou há pouco, já alcançou, e está vibrando a cada capítulo. E até sugeriu uma ideia que anotei para próxima fic. (:D) Beijos, Shermie.
Desiree: Os comentários dela eu percebo o quanto ela se envolve com a história. A indignação em algumas cenas, pôxa, me faz entender que eu alcancei meus objetivos com esse trabalho. Muito obrigado, Desiree!
Dayanemanfrere: A última, não a menos importante, porque além de tudo foi sincera, disse que já deveria ter feito a tempo a review, mas não fez. E sei que muitos como você, também lêem a fic, e se esquecem de comentar, ou algo parecido. Enfim, o importante é que você comentou! Obrigado!
Obrigado a todos pelo apoio que me deram nesse projeto! Valeu! Estou emocionada aqui, porque meu pulso está doendo de tanto responder reviews. E só agora percebi quantos leitores escrevem (ou já escreveram) comentários nessa fic... (._.)
Agora, abaixo, minhas palavras finais!
Notas finais do capítulo
A história termina aqui? Assim? *sendo agarrada pelo colarinho e arremessada no desfiladeiro junto com o Naru* - Socorrooooooooo! ‘o’Tá, besteiras a parte.
Vocês perceberam que a história toda sempre rodou entorno do Sasuke, não é? Ele é o personagem principal da trama. E sinceramente, eu não suporto o Uchiha mais novo na história do mangá e do anime. E acho que foi por isso que o fiz sofrer tanto nessa fic. Vingança por ele fazer meu Naru sofrer lá. Eu sou maquiavélica. *-*
Mas... todos merecem uma chance de serem felizes, né? Então, no Epílogo, terá se passado alguns meses, e aí, vocês saberão como Sasu, Kakashi e Tsunade terminarão essa história. Mas dá pra imaginar, não? :D
E fiquem calmos, essa ficwriter não é um ser sem coração, acreditem. :D
Então, deixem seus comentários. E fiquem atentos aos últimos momentos de Obsessão Fatal. :D
Reviews? =)
See you next!
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