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[Naruto] Obsessão Fatal - Capítulo 6, escrita por Andréia Kennen

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Autora: Andréia Kennen
Fandom: Naruto
Gênero: Drama, Ecchi, Hentai, Lemon, Mistério, Orange, Romance, Suspense, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri
Classificação: 18 anos
Resumo: Quatro jovens de classe alta, amigos de infância, decidem desfrutar ao máximo dos prazeres da vida, utilizando-se de suas belezas, riquezas e juventude; e para isso, não medirão pudores ou consequências. Contudo, até mesmo no pervertido jogo da sedução, corre-se o risco daquele elemento surpresa aparecer: o amor. Será que eles saberão lidar com esse sentimento com a mesma maestria que dominam a arte do sexo? Confiram! [Fic +18. Yaoi. Yuri. Hentai. Lemon. Orange. UA. Terminada. Prólogo + 11 capítulos + Epílogo. (mesmo estando terminada seu comentário é importante!. Personagens principais: Naruto/Sasuke/Sakura/Ino.

Obsessão Fatal
Capítulo VI

Kitsu jogou o joystick de lado e deixou seu corpo abater no tapete. Estava cansado de vídeo game. Havia perdido para aquela máquina idiota pela décima quinta vez consecutiva. Nunca fora bom em jogos eletrônicos. Mas...

Já tivera algum aparelho deste antes?

Sorriu de canto. Claro que já tivera. Em alguma vida distante.

Virou o corpo no carpete, - para ficar de lado - e fitou o dispositivo de controle que consistia em nada mais que uma vara vertical cheia de botões. Aquele formato. Um único cabo, ereto. Era bem sugestivo. E fazia-o lembrar de algo mais interessante. Com certeza se aquilo vibrasse saberia como usá-lo de uma forma mais útil. Acabou rindo da sua ideia pervertida.

Era sempre assim, tudo o levava a pensar em sexo. Nem se recuperara direito na parte de trás e a vontade louca de ser tomado com força o incandescia. Mas será que havia sensação melhor que a do orgasmo? Se houvesse queria ser apresentado à esta, e quem sabe assim, pararia de pensar no prazer lacerante que era ter outro homem se socando dentro de si.

– Ahhhhhh! Que horas você vai chegar, Sasuke?! – reclamou, prendendo o lábio inferior nos dentes. - Já não aguento mais esperar. – O loiro retirou a camisa. Estava suando. Então, observou seus mamilos rosados acesos. Tocou de leve na ponta dos dois botões e soltou um gemido com os dentes entrecerrados, fazendo com eles, um chiado chupado para dentro da boca. – Fsssssshhhhhhhhh! Ai, Sasuke! Que merda! O que você está fazendo que não chega logo?

O loiro se levantou. Chutou o bendito cabo do game para longe. Fazendo-o rolar para debaixo da cômoda. Olhou seu rosto no espelho daquele mesmo móvel. E percebeu que as manchas roxas causadas pelas pancadas dadas por Neji já haviam se amenizado, praticamente desaparecido. Mexeu nos cabelos. Passando as duas mãos em cima destes para alinhá-los. Sua franja voltou a cair no rosto, estava grande, precisava cortá-la. Não gostava do cabelo caindo-lhe nos olhos. Deixava-o com ar muito meigo. Abriu a porta do quarto. Então saiu para o amplo corredor com os pés descalços.

Seu tele-transporte não estava funcionando então seria obrigado a ir andando até a cozinha. 

Passeou pela casa como se esta lhe fosse muito familiar. Entrou na cozinha, - que ficava no piso inferior – e pegou as coisas na geladeira, preparou dois sanduíches com frios; mais, um copo de leite para acompanhar. Apanhou tudo e decidiu que comeria no quarto. Aquela cozinha tão ampla e tão vazia lhe causava calafrios. Subiu os degraus da escadaria central da casa e tomou novamente o extenso corredor.

Mas, ao aproximar-se da porta do cômodo viu algo realmente estranho lhe chamar atenção. Havia um menino parado na frente do aposento, mirando fixamente o seu interior. Achou aquilo muito esquisito. Como uma criança conseguira entrar ali? Será que Sasuke havia deixado a porta aberta? E mesmo se ele tivesse deixado, não havia vizinhança a quilômetros... O garoto estaria perdido? Aproximou-se do pequeno, que estava tão distraído olhando para dentro do quarto, que nem sequer notara sua chegada. Ficou ainda mais curioso. O que ele estava fitando tão hipnotizado? Então, observou por cima dele, para dentro do ambiente, e sua primeira reação fora de susto. O quarto estava totalmente escuro. E havia deixado-o aceso. E dentro dele tinha alguém. Alguém deitado na cama. Parecia uma criança. Uma criança pequena. Outra criança?

Sentiu um calafrio. E então observou o menor perto de si. Com roupas bem alinhadas. Parecia um burguesinho. Cabelos loiros, lisos, brilhantes. Olhos claros. Era um menino muito parecido consigo? Mas... era pequeno. Muito pequeno.

– Ei, bouzu (1)? Quem é você? – perguntou ao garoto.

Mas, o menino pareceu não tê-lo ouvido. Continuou estancado na porta olhando para a criança dormindo no quarto. Então de repente, uma segunda pessoa surgiu do nada ao lado do pirralho. Este já era um rapaz. Bem mais alto. Talvez fosse do seu tamanho. Cabelos lisos, negros e cumpridos. Este também não notara sua presença, pois não dirigira o olhar para si. Era como se ele, Kitsu, fosse a alma penada ali. Esse outro repousou a mão no ombro daquela pequena criança e o avisou.

– Aí, não. É mais enfrente.

– Quem é ele? – o pequeno perguntou ao mais alto, com curiosidade.

– É meu otooto (2). Ele dorme cedo. Você quer brincar com ele também? Se quiser, eu o acordo.

 O garoto negou, sacudindo a cabeça de um lado para outro. E então a ergueu para fitar o mais velho.

O de cabelos negros olhara o menor de um jeito estranho. Kitsu reconhecia aquele olhar. Era um olhar passivo, contudo, carregado de cobiça e malícia. Conhecia muito bem aqueles olhos. Era os mesmos de quando aqueles velhos pervertidos e babões – que pagavam horrores para lhe comer– lhe viam nu. E então pediam com a maior cara de pau: “faz carinha de menininho do papai pedindo colo, faz?”. Seus pensamentos foram cortados, o pequenino dera uma resposta ao outro:

– Eu quero brincar só com você, Itachi-nii-chan. (1)

O mais velho pareceu ter gostado daquela resposta, pois abriu um grande e pervertido sorriso para o pequeno, e após lhe dar a mão, o chamou:

– Certo. Então, venha, Naruto-chan.

E os dois caminharam em sua direção. Passaram por ele como se fossem feitos de névoa, causando-lhe um tremor agonizante. Soltou o copo de leite no chão e esse se estilhaçou em pedacinhos. A sua cabeça começou a latejar. Doer. Inflamar. Era um dor insuportável. Fechou os olhos. Sentiu náuseas. Apertou ambas as mãos na cabeça. Começou a cambalear. Sentiu falta de ar. Apoiou-se na parede. Andou por cima dos cacos e um sangue vermelho borrou o leite. Os cortes. O sangue. A dor o fez despertar. Abriu os olhos. Observou o corredor na direção que àqueles dois haviam ido. Não tinha ninguém. Então, olhou para o quarto. A cama vazia. A luz acesa.

Fora uma ilusão?

Mas daquele jeito tão real?

Encostou o dorso na parede e escorregou até se sentar no chão. Estava suando frio. Apertou sua pele onde ficava o peito, ainda sentindo uma dor lacerante. Aquilo não fora uma ilusão. Eram fantasmas em sua cabeça. Fantasmas que queriam empurrar de volta para seu consciente, o passado adormecido.


...

– Não faz isso comigo, Itachi! – O loiro de cabelos lisos gritou inconformado; se grudando nas costas do moreno e abraçando o peito deste com força. Mas Itachi apenas arrancou os braços pequenos em volta de si e os empurrou.

Voltando a encher a mochila com várias tralhas que encontrava no esconderijo do rapaz que o ajudara a fugir da cadeia. Apanhou a Lanterna, isqueiro, arma, faca, munição, colete a prova de bala, bomba de fumaças, perucas, roupas, documentos falsos.

– Aonde você vai?!

– Não me enche o saco! Já disse que você fez a sua parte e agora eu sigo sozinho.

– Mas como você vai seguir sozinho? Você não tem grana! Não tem nada! E a polícia inteira de Konoha deve estar atrás de você nesse exato momento! Eu te tirei da cadeia! E você disse que iria entrar na nossa...

– Eu disse, que iria pensar no assunto, merda! – o moreno esbravejou interrompendo-o, e voltando a encarar o jovem que estava sem camisa, descalços e vestido só com a calça branca que fazia parte do seu uniforme de médico. Então, o notou tremer os lábios e engolir a fala depois do seu berro. Percebendo que ele não iria contrapor, prosseguiu: - Mesmo assim você quis me tirar de lá. E eu lhe disse que só poderia te dar uma resposta quando estivesse fora. Estou fora, e a resposta é: eu não quero fazer parte desta palhaçada de gangue! Eu tenho que ir atrás de uma pessoa. É só isso que me interessa! Você me tirou da cadeia, e eu já agradeci metendo em você até gritar “chega”. Agora, se não quiser que eu estrague esse lindo rostinho, é melhor ficar longe de mim!

O rapaz enrolou o rabo de cavalo e colocou para dentro do boné na cabeça. Pôs óculos escuros vermelhos. Calçou luvas de borracha preta. Vestiu um sobretudo de couro. Enquanto o loiro mordia os lábios oscilantes. Não estava conformado com àquela resposta. Ele havia arriscado seu traseiro por aquele maldito maníaco. E ele simplesmente dizia que estava indo atrás de outro. Será que ele era tão obcecado por aquele irmãozinho apático, assim?!

– Itachi, eu o ajudo! Eu o ajudo a encontrar quem você qui...

– Eu sei aonde encontrá-lo, não preciso da sua ajuda. – irrompeu.

– Eu te dou proteção!

– Foda-se!

O garoto não aguentava mais. Ao perceber que seus argumentos não fariam efeito, abriu a gaveta do seu roupeiro e retirou de lá sua arma, apontando-a para ele. As mãos trêmulas. Os olhos já se derramando em lágrimas.

– Eu não aceito! Eu não aceito que você me deixe! Se você cruzar essa porta, eu acabo com você!

– Patético...

– Patético, EU?! – ele gargalhou em meio ao pranto que escorria sua face. - Olha pra você Itachi?! Correndo atrás do irmãozinho doente, débil mental! O irmãozinho que você mesmo deixou traumatizado... Vai te ferrar desgraçado! Quem você pensa que é pra falar de mim! Eu?! Logo eu que te tirei da cadeia. Que arrisquei meu- meu pesco- pescoço... – Ele soluçou. Esfregou os olhos. Voltou a segurar a arma com as duas mãos. Não aguentava mais a ira que inflamava seu peito. Mas já havia tomado a decisão. Se ele chegasse a rejeitá-lo. Acabaria com a vida dele.

O outro não deu importância para àquelas ameaças, que achou até infantis. Pôs a mochila no ombro e deu as costas para o loiro. Mas ao colocar a mão na maçaneta daquele quarto velho, no subúrbio abandonado da cidade, sentiu o vapor do estopim passar de raspão pela sua face e atingir o patamar de madeira, abrindo ali, um furo pequeno e conciso, de onde ele pode ver a rua do outro lado. 

Riu. E olhou o outro por cima do ombro. Este arfava. Olhos incandescidos. Mãos oscilantes. Rosto banhado de lágrimas. Era uma visão perfeita. Sentiu-se extasiado. Soltou da maçaneta. Deixou a mochila escorregar do ombro para o chão e voltou-se até o loiro caminhando.

– Eu vou te matar. – ameaçou Deidara.

– Mate-me. É a sua chance. – o moreno o desafiou, ainda caminhando pra perto dele. – É o que você queria quando me tirou da cadeia? - Itachi passou o dedo na língua, umedecendo-o, e então o escorreu pelo cano quente da arma, fazendo um chiado. Lambeu os lábios e passou a língua pelo rosto claro do menino.

– Isso tá quente... – encostou a boca na do outro, que a rejeitou, virando de lado, voltando a encostar o cano da pistola no peito do moreno.

– Eu não quero só mais uma foda! Eu quero que me faça seu comparsa. Eu quero ficar do seu lado!

– E o seu mundo de bandidinho como fica? Máfia? Gangue? Sei lá que droga é essa... – este sussurrava, mordiscando as orelhas dele. Fazendo questão de provocá-lo mais. Se deliciando em ser o causador da angustia que o mais novo sentia. – O que vai fazer com toda essa merda? Eles não vão te perseguir, quando descobrir que você está do lado de outra pessoa? Que gastou as verbas que eles ganharam dos políticos pra causar o caos, com um fugitivo? Acha que vai deixar seu chefe contente?

– Não sei do que está falando.

Itachi lambeu o pescoço do loiro fazendo-o gemer. Passou o dedo por seu peito desnudo, atiçou os botões róseos com a ponta das suas unhas, e passou a friccionar seu quadril sobre o dele, mesmo sentindo o cano da arma quente entre eles.

Mas o garoto ainda se segurava. Mantinha as mãos firmes no gatilho, qualquer deslize: Bum! Aquele maldito iria para o ar. Mas o que o Uchiha estava fazendo o estimulava. Ele estava brincando consigo. Ele gostava de brincar com as pessoas.

– Você é um médico residente. Filho de pessoas bem sucedidas. Mas sua vida pacata e perfeita não lhe dava emoção, não é? – Itachi continuou murmurando, agora sua boca deslizava para os mamilos. Os sugou. Parou. Ouvia o coração do loiro disparado. O membro já despontado na calça clara. Voltou a falar. - Então você resolveu se aventurar. Fazer coisas erradas só para sentir algum prazer. – Itachi pôs sua mão sobre o volume na calça, apertou de leve, então passou a massageá-lo encima do tecido. - Sentir-se vivo, não foi?

O loiro engoliu seco. A excitação lhe assaltando. O ar lhe faltando. Novamente o desejo de gozar. Ele sabia muitas coisas sobre si. Era residente no Hospital Penitenciário, sim. Seu sensei era o médico do Presídio de Segurança Máxima. E quando soube da história de Itachi. Quis conhecê-lo. Pediu para o professor que o levasse junto em sua visita trimestral aos presos. O homem não permitira. Dizia que alguns presos tinham verdadeira obsessão por rapazes jovens e belos. E ao contrário do que seu mestre pensava, - que isso o faria ficar com medo – o efeito fora reverso: sua curiosidade aumentara. Então, arrumou um jeito, falou que se vestiria de enfermeira. O médico-professor o chamou de louco. Contudo, o velho tinha tesão por ele. E só foi lhe chupar uma única vez e este mudou de ideia completamente.

Então, passou a ir junto com o professor nos exames trimestrais do Presídio, vestido como enfermeira. Se o maníaco que ele tratava gostava só de jovens rapazes, não teria problema com uma mulher. Mesmo assim. Itachi soube. Mesmo sem ele dizer uma só palavra ele, soube no momento que o viu, que era homem. Foi como se tivesse sentido seu cheiro. Enxergado através de suas roupas femininas. Os dois trocaram olhares fulminantes. Sentiu vontade de dar para ele ali mesmo. Na hora da consulta. Na frente do seu sensei babão. Mas a guarda era bem mais rigorosa quando era ele o paciente. Então, passaram a trocar mais do que olhares, e sim, correspondências que deixavam entre suas roupas. Foi assim que se conheceram mais.

O tempo passou. Apenas vê-lo sem tocá-lo não era o suficiente. Queria vê-lo livre. Queria senti-lo. Bolariam um plano. Através das cartas falou à ele sobre o grupo o qual estava fazendo parte. E lhe contou sobre o interesse deste nele. E que iriam ajudá-lo. Mas antes, precisava sair da penitenciaria e ir para um lugar mais fácil de se penetrar. O Hospital da Polícia seria perfeito. Era residente lá. Conhecia o lugar de cabo a rabo. Sabia da sua estrutura falha. Conseguiria fazê-lo fugir de lá com certeza. Mas para isso, ele precisava ter uma debilitação grave. Então Itachi foi simples em sua resposta: “Prepare a minha fuga, eu vou arrumar a debilitação grave.”. Então, logo veio a notícia. Tentativa de suicídio. Itachi Uchiha havia tentado se matar cortando os pulsos e fora levado as pressas para a Clínica Penitenciária. Parecia um sonho. Tudo estava caminhando conforme o plano.

Então saíram de lá em uma fuga cinematográfica. Itachi, ousado como sempre o ideou, o possuiu ali mesmo, nas mediações do Hospital. Com os cães dos tiras latindo em seu encalço. Riram divertidos quando alcançaram o rio e se jogaram neste. O rio que cortava as redondezas, que cortava a cidade. Deixaram ser levado. Apenas máscara de mergulhos transparentes para respirarem, os corpos submergidos. Nadaram até entrarem na área de tratamento de esgoto. O cheiro não podia ser seguido pela água. Muito menos sentido em um lugar fétido como àquele. Entrarão pela tubulação. Um atalho. E ele, Deidara o levara para o seu esconderijo. Aquele quarto velho onde estavam agora, em um beco do lado oposto da cidade.

Estavam juntos finalmente. Havia sentido prazer das formas mais descomedidas imaginadas. Ele era muito mais do que fantasiara em suas noites, sozinho no quarto. Ele era MUITO mais do que sempre desejou! E agora ele simplesmente estava deixando-o. Logo agora que se sentia vivo. Ele queria lhe abandonar e lhe devolver ao esmo da sua vida sem sentido. Não podia! Não permitiria! Voltou a segurar o gatilho com firmeza. A masturbação de Itachi em si continuava. Agora sua mão estava por dentro da sua calça, fazendo-o quase atingir o clímax. O mataria, se ele ousasse a deixá-lo. O mataria, e se mataria depois. Era simples. Fácil. E livraria o mundo de dois maus.

– Lembra quando me escrevia, contando suas angustias? – Itachi perguntou, observando o loiro verter seus globos azuis para si. - Então você dizia: “Eu quero cortar meus pulsos, só pra fazer meus pais se preocuparem comigo...” – O loiro estremeceu. Era verdade. - Mas você nunca cortou. Eu o fiz por você, viu? – Itachi abaixou a luva do pulso livre com os dentes, mostrando a cicatriz. - Eu não disse para você que pra mim era fácil. Você, Deidara, não é forte. Você não é capaz de cumprir suas ameaças. – Itachi repousou essa mesma mão encima das do loiro e passou a alisá-las, juntamente com a arma, da mesma forma que a sua outra mão masturbava o pênis. – Você me tirou de lá, porque foi uma aventura, cheia de adrenalina. Não, porque você é desprovido de medo. Está é a grande diferença entre nós. Você está oscilando agora. Alguém que oscila desse jeito, só mata se for no susto... Aperta... – o moreno o incitou novamente em um sussurro, agora friccionando a glande deste entre seus dedos. Observando o loiro arfar febril. – Vamos, mostre pra mim que tem mesmo coragem. E eu vou acreditar que pode seguir comigo.

– Não duvide... Ah... – soltou em um gemido entrecortado.

O moreno riu. Lambeu o rosto do outro, retirando a arma da mão deste facilmente. E então, deslizou o metal pelo rosto alvo, todo coberto pelo vermelho da excitação. Em seguida a escorreu para o pescoço, apontou para o peito dele que palpitava freneticamente.

– Você é tão lindo...

– Itachi...

– Deidara... – O moreno beijou a boca do loiro e então sentiu o sêmen quente dele explodir e molhar a mão que o massageava.  

O residente fechou os olhos para se deleitar mais uma vez com a palpitação e o prazer que o êxtase do orgasmo lhe provocara, quando um disparo rompeu-se da arma.

O sangue brotou da boca do jovem médico escorrendo para a boca de Itachi. Este sorveu o sangue pra si, engolindo-o. Abriu os olhos, e viu os azuis claros do outro se esbugalhando. Se afastou, deixando-o escorregar pela parede suja, marcando-a com uma enorme marca vermelha. Havia atirado em seu peito, direto no coração. Pendeu o rosto para o lado acompanhando-o até cair sentado no piso. Contemplou o rosto do loiro se contorcendo.

O que seria mais intenso, a dor da morte ou a do prazer?

Ele tentava lhe dizer algo. Mas o sangue escapando por todas as partes não o permitira. Este apenas ergueu as mãos em sua direção, querendo alcançá-lo. O sangue que escorria do ferimento formou uma poça no chão.

 – Você não pode me alcançar, saber por que, Deidara? – ele abriu um grande sorriso e o respondeu: - Você é fraco. – Itachi o informou. - E eu odeio gente fraca. – completou. - A pessoa que eu quero ao meu lado tem que ser forte, como eu. E é por isso que só ele serve. – O Uchiha jogou a arma do lado do corpo, lambeu os lábios sujos de sangue e as luvas de sêmen, continuou assistindo até a mão dele perder a força e cair sobre o colo. As íris claras revirarem e desaparecerem nas órbitas e o corpo enfim, parar de funcionar.  – Foi bom pra mim. Espero que tenha sido pra você.

Ele apanhou a mochila jogando-a de volta no ombro e saiu para rua e para o vento frio daquele início de noite de sábado.

...

Sasuke não entendera nada do que estava acontecendo. E nem porque seu tutor o levara para casa daquela mulher, sua psicanalista. Ele fora enfático, e não quis lhe dar maiores explicações. Apenas chegou em casa gritando como um lunático:

– Pegue o básico! Escova de dente. Algumas mudas de roupas. Arrume tudo em uma pequena mala.

– Para onde, vamos? – O menino saiu correndo assustado atrás do tutor que já estava em seu quarto, abrindo o armário e retirando suas coisas de lá, lançando-as encima da cama. - Porque o apavoramento, Kakashi-san?

– Não tenho tempo para explicar. O meu trabalho aumentou de uma hora para outra. Estão acontecendo uma série de coisas estranhas e eu não vou poder te dar atenção. Já conversei com a Tsunade. E ela disse que você pode ficar na casa dela o tempo que for preciso.

– Porque não posso ficar na casa da Sakura?

– Não, Sasuke. – O tutor o olhou desolado - Em lugar nenhum que não tenha uma boa segurança. A casa da Tsunade está rodeada de escolta particular. Lá você estará seguro.

– Seguro de quê?!

Aquela pergunta parecera ter ferido o tutor profundamente. E o homem voltou-se para si com os olhos esbugalhados, segurou seus ombros firmemente e lhe disse em um tom quase choroso:

– Só confie em mim, como sempre confiou. Eu prometo explicar tudo nos mínimos detalhes quando você estiver a salvo. Por favor, arrume suas coisas sem mais perguntas.

Agora estava ali. Sentado em uma sala que desconhecia. Na casa daquela mulher que o odiava. E pior, longe do seu Kitsu. Havia ligado para ele até cair na caixa de mensagem. Será que ele tinha ido embora? Precisava falar com ele rápido. Explicar que não poderia ir. Mas... o que estava acontecendo, afinal? Não podia ser só o caso do filho do político morto que estava causando aquele alvoroço no seu responsável. Provavelmente era algo de gravidade maior, algo relacionado ao irmão. Será que Itachi havia escapado da cadeia?

Era bem provável.

Ouviu barulho de salto alto no chão de ladrilho, a dona da casa se aproximava. Ela havia ido acompanhar seu tutor até a saída. Guardou o celular no bolso. Tentaria ligar para o loiro mais tarde. Observou a mulher de cabelos cor de mel adentrar a sala com uma expressão nuviosa. Ela estava usando um lindo vestido de noite na cor champanhe, que marcava bem suas curvas; cumprido, com uma fenda mostrando a cocha e um decote que deixava transparecer os seios avantajados. Estava suavemente perfumada. Uma maquiagem em tom rosas no rosto. Os cabelos preso em um coque no alto da cabeça. Jóias brilhantes adornavam o busto, as orelhas, os dedos e o pulso. Apesar de ser uma senhora de idade, a psicanalista era uma mulher evidentemente bonita, tinha que dar o braço a torcer. Mas era óbvio, ela estava arrumada para sair. E pelo requinte, era alguma festa de gala.

– Pedi para que colocassem suas coisas no quarto de hóspede. Você está se sentindo bem, Sasuke?

Só balançou a cabeça concordando. A mulher não era acostumada vê-lo falando muito. Era melhor manter esta impressão.

– Eu tenho que confessar. Fui pega de surpresa. Eu tenho uma festa importante para ir. Da qual não posso me ausentar porque serei uma das homenageadas. Espero que me entenda, Sasuke.

– Por mim, não há problemas. Sou acostumado a ficar sozinho. – Na verdade. Era exatamente isso que ele precisava ouvir naquela noite. Sem ela o vigiando, teria uma chance de escapar para ver Kitsu e explicar a ele o que estava acontecendo.

– Mesmo assim seu tutor insistiu para que não o deixasse sozinho. – a mulher interrompeu seus pensamentos. - Apesar de ter vários seguranças em torno da casa, isso não é companhia. Então, tomei a liberdade de convidar um vizinho, - que tem quase a sua idade - para passar a noite aqui com você. Eu só vou esperar ele chegar para poder ir. – informou ela, sentando-se no sofá de frente à ele.

Se ele pudesse, deixaria um vinco se formar em sua testa. Estava incandescido. Aquela mulher tinha conseguido lhe tirar do sério. Tirado sua única chance de ver seu anjo. Mas daria um jeito de se livrar do intrometido e iria vê-lo nem que precisasse usar de meios drásticos. Então, decidiu por permanecer em silêncio por enquanto.

A psicanalista batia os dedos impaciente no braço do sofá. Seu ânimo para ir naquela bendita festa havia se esvaído totalmente. Ainda mais, sabendo que o maníaco que acabara com a vida dos seus entes queridos estava à solta. Ficara em choque ao receber a notícia. Era como se seus pesadelos estivessem tornando-se reais. E o pior de tudo era ter que hospedar Sasuke em sua casa. O foco do Uchiha mais velho. Tê-lo debaixo do próprio teto era o mesmo que ter a carne fresca que o predador anseia. Arrepiou-se. Não podia ficar pensando aquilo, ou entraria em estado de neura. A polícia estava lhe dando suporte. A casa estava cercada de seguranças e ela também tinha seus guarda-costas. E ainda, estava vindo um investigador particular para ficar com ele. E isso já deveria ser o suficiente para lhe deixar aliviada. Mas porque não conseguia sentir-se assim?

O interfone tocou, fazendo-a sobressaltar e se pôr de pé.

– Deve ser ele. – supôs ela, tentando se acalmar do susto. Foi até o aparelho preso na parede e ao direcioná-lo na orelha, ouviu o porteiro anunciar a chegada do rapaz. – Pode deixá-lo entrar, Saruya. Obrigado. – A mulher desligou. Pegou sua carteira brilhante de cima da estante. E foi até a porta, abrindo-a. – Ele está entrando, Sasuke.

O menino se levantou acompanhando os passos dela com o olhar. Era certo, ela estava agitada. Deu pra notar pelos dedos que batiam no sofá. A mão trêmula ao atender o interfone. A ansiedade ao pegar a carteira e se dispor na porta.

Do caminho do portão até a entrada da sala não era muito longe. Pela porta aberta ele viu o rapaz com uma expressão de chateação se aproximar. Os lábios retorcendo de um lado a outro. As mãos no bolso da bermuda de brim verde-exército que vestia. A camisa da mesma cor, com uma caveira cor creme estampada ao centro. Tênis All Star preto de cano longo. Uma corrente no pescoço. Os cabelos espetados amarrado no alto da cabeça. Parecia um jovem comum. Então viu ele chegar na porta, e cumprimentar a médica com um “boa noite” meio enfastiado. E está então, lhe passou a dar recomendações, esquecendo até mesmo, de apresentá-los.   

– Peçam pizzas. Minha cozinheira não trabalha aos fins de semana, porque normalmente como fora. E peçam para que o entregador deixe tudo na portaria. Deixarei dinheiro com o Saruya. Meu celular está anotado no caderno em cima da mesinha de telefone, caso precisem falar comigo. Tem vários DVDs na cristaleira da sala. Assistam ou usem o computador. Eu pedi para que a Kanoko preparasse dois quartos de hóspedes. Assim que ela terminar de arrumá-los, irá avisá-los, então ela irá embora. Eu vou tentar voltar o mais cedo que puder, quero que se sintam a vontade. – disse ela por fim.

Então, o vizinho apontou para Sasuke dentro da casa e disse:

– E agora a senhora pode me apresentar a ele?

O moreno sentiu vontade de rir na hora que viu o rosto da mulher se enrubescer devido à gafe. E pedir mil desculpas, justificando o atropelo na sua pressa por estar atrasada. E então, apresentá-los de maneira informal, dando apenas os primeiros nomes: “Shikamaru esse é Sasuke, Sasuke esse é Shikamaru”. Em seguida ela se despediu, cerrando a porta e deixando-os a sós.

Sasuke viu o rapaz coçar a cabeça e pegar o celular de dentro do bolso lateral da bermuda.

– Quer pizza de quê?

Sasuke sacudiu os ombros.

– Para mim tanto faz. Não estou com muita fome mesmo.

– Mas eu tô varado. Vou aproveitar que o rango é de graça e pedir duas, tamanho extragrande. Se importa se eu pedir umas cervas também? Você bebe?    

– Não, eu não me importo. E não, eu nunca bebi.

– Sério? Achei que já fosse maior de idade. (2) Apesar de que a gente sempre dá um jeito de burlar a lei pra experimentar as coisas boas, né, não? – disse ele, não esperando ouvir a resposta, porque alguém do outro lado da linha, o entendera. – Boa noite. Tô afim de duas Peperones. Dá pra mandar metade com molho picante? Certo. Manda uma dúzia de cerva em lata também. Tá, eu tô com a identidade aqui sim. É no residencial Haru(3)...

–...

...

O investigador Kakashi calçou as luvas de borrachas. Abaixou a máscara do rosto, descobrindo o nariz. O cheiro forte de sangue, atingiu seu cérebro. Fechou os olhos e respirou pela boca. Voltou a tampar o nariz. Não era necessário utilizar-se do seu superfaro para ver o que estava evidente. O jovem médico residente do Hospital Penitenciário, que auxiliara Itachi em sua fuga estava morto. Um único tiro, direto no peito. A arma do crime abandonada no local. Alguém ouvira o disparo e chamou a polícia. Era o preço por se envolver com um maníaco sem coração como o Uchiha.

Eram muitas coisas acontecendo de uma única vez. Estava ficando preocupado. Porque, ao mesmo tempo em que aqueles acontecimentos aparentavam não ter nenhuma ligação. Algo lhe alfinetava o cérebro dizendo que tinham sim, algo haver. Mas que tipo de conexão teria o assassinato do filho do político Hyuuga com a fuga de Itachi? Sua intuição dificilmente falhava, mas não via nexo naquela suposição. 

– Kakashi? – o delegado Danzou o chamou. – E então?

– É ele. – confirmou a pergunta do homem. - É o jovem que ajudou Itachi a fugir. Mas... capitão, porque eu? Não é o Sombra que está cuidando do caso agora?

– Você sabe que o Sombra não pode aparecer no local do crime. Ele tem que manter sua identidade preservada. E você ainda é o meu melhor perito. Quero que colete o máximo de informações que puder e passe tudo à ele.

Kakashi suspirou, saindo de perto do cadáver. Precisava de ar fresco. Seu superior o seguiu.

– Acha que esses dois crimes, e a evasão do Uchiha têm alguma ligação? – O homem inquiriu, se detendo do lado dele.

– As evidências nos apontam não. E que é uma mera coincidência.

– Mas não é o que você acredita, estou certo?

– Está certo, chefe. Mas eu não posso trabalhar encima da minha intuição, posso?

– E o garoto que o Hyuuga mencionou?

– Acredito que a forma de encontrá-lo é fazendo um retrato falado e divulgarmos na mídia. Não existe nenhuma informação sobre ninguém chamado “Kitsu” do banco de identificação do país. Provavelmente este não é o nome verdadeiro, e sim, um apelido. Na Cidade da Areia, de onde o Hyuuga disse que ele viera, as pessoas o conhecem como um mero garoto sem teto, como milhares de outros. Com passagens leves pela polícia por brigas, na maioria causada devido ao excesso de consumo de drogas e álcool. Agora, uma informação dita pelo político me chamou a atenção. O garoto se prostituía por conta própria. Não trabalhava para ninguém. Se oferecia nas ruas para pessoas que aparentavam ter algum status. Parece que foi assim que ele caiu nas graças do jovem prefeito da cidade.

– Sabaku Gaara? – impressionou-se o delegado. – Não imaginava que alguém tão importante como ele vivia esse tipo de aventura.

– Sabe, chefe. Eu já vejo este fato de forma contrária. Para mim, quanto mais rico e poderoso o ser humano é, mais ele sente atiçado a experimentar o proibido.

– Pode ter alguma razão nessa sua observação. – o homem o respondeu pensativo. – Mas continue seu raciocínio. – pediu.

– Então, parece que o tal Kitsu se tornou o brinquedinho sexual favorito do Gaara. Então, em uma das visitas políticas do Hyuuga com o filho à Cidade da Areia, o jovem prostituto fora apresentado como uma mera diversão para os dois. O homem mais velho recusou o brinquedo dizendo não ter interesse em pessoas do mesmo sexo. Já o filho, quis experimentar a iguaria.

– E então roeu até o caroço e não se satisfez?

– Falando de uma maneira vulgar, foi exatamente isso. O pai acreditara que o envolvimento dos dois fora só naquela ocasião. Mas Neji passou a ir mais vezes a cidade. E o homem se iludira que o filho estava querendo apenas, manter laços com o jovem prefeito. Já que eles estavam buscando o apoio deste para lançar a candidatura de Neji no próximo ano. Aí, veio a surpresa: em um determinado dia, Neji apareceu com o garoto na mansão dizendo que agora este era “dele”. O homem irritou-se furtivamente. Os dois brigaram. Mas o tal de Kitsu ficou. Entretanto, o senhor Hyuuga não dispensou ofensas para demonstrar o quanto estava irritado com atitude do filho. O menino de rua parece que se ofendera profundamente e em um determinado dia, fugiu da casa. Mas o filho do político não aceitou sua saída. Discutiu com o pai e disse que iria atrás dele e o traria de volta. Colocou até mesmo os empregados para procurá-lo. Aqui vou incluir fatos do depoimento da prima-irmã, Hinata. A menina disse que Lee chegou na quinta-feira a tarde avisando a Neji que descobrira onde o garoto de programa estava se abrigando. Os dois foram atrás dele. Algumas horas depois, retornaram. Neji estava transtornado, gritando para todos os cantos que “o mataria”. Ela insistiu para que o primo lhe dissesse o que havia acontecido, mas este não quis dizer nada e se trancou no quarto. Menos de duas horas depois, a menina disse que o mais velho saiu do quarto, chamou Lee, e os dois saíram novamente.

– Na primeira saída, ele teria encontrado o garoto com outro, e por algum motivo não fizera nada. Na segunda, ele decidira voltar ao local para apanhá-lo de volta, ou, se vingar dos dois, é isso?

– É a resposta mais cabível. Até porque o garoto não tinha dinheiro para se manter e se prostituir seria a forma de ganhar algum. Então, Neji simplesmente poderia tê-lo flagrado com um cliente. Contudo, o garoto não deveria ter aceitado voltar com ele, o que irritou o filho do deputado. Momentaneamente o Hyuuga poderia ter aceitado. Mas, ao voltar para casa, e pensar melhor. Decidiu retornar ao lugar para insistir mais uma vez, ou dar uma lição no outro, ou ainda pior, dar cabo dele, com aquele pensamento: “Se ele não é meu. Não será de ninguém.”. Assim, a menina Hinata disse que percebeu o irmão chegando de madrugada. Ela não o abordou, mas o ouviu repetindo que agora estava preparado para esquecer Kitsu para sempre.

– Ele havia se vingado?

– De alguma forma, sim. E já que não encontramos nenhum corpo dentro desses dias, Neji não deve ter assassinado o jovem, e sim lhe dado uma boa lição. Até para não sujar seu nome.

– Assim, o garoto Kitsu inconformado com que Neji fizera consigo, foi atrás dele e o matou?

– Seria o mais evidente, chefe. Mas, essa suposição para mim não é boa, ela não se encaixa perfeitamente aos fatos. Acompanhe o meu raciocínio. Neji fez algo ao jovem na madrugada da quinta. Será que este mesmo rapaz - que certamente fora agredido de forma bruta - estaria recuperado para se vingar dele à noite?

O homem ficou estático por um momento. Era por isso que admirava Kakashi. Não era só de captar evidências que ele era bom. Também tinha uma percepção fantástica.

– Está querendo dizer que alguém se vingou por ele? – o delegado contraiu o cenho. - Mas se ele é um prostituto, quem se importaria em fazer tal coisa por um tipo destes?

O investigador abriu os braços.

– Esse é o problema. Existem tantas lacunas nessa história que nos dá margens as mais variadas suposições.

– Precisamos encontrar esse garoto, Kakashi. É a única forma de termos as respostas. Divulgue o retrato falado. Alguém deve tê-lo visto em algum lugar.

– Sim, senhor.

– Só mais uma coisa. Você suspeita do prefeito da Cidade da Areia?

– De acordo com o senhor Hyuuga, Gaara não seria capaz de tal atrocidade por causa de um mero garoto de programa. E também confirmou que os dois tinham uma boa relação, mesmo depois do filho ter roubado o brinquedinho favorito deste. Contudo, precisamos eliminar a suspeita. Quero ir até a cidade da Areia e tomar o depoimento dele. Não só para ter certeza do não envolvimento do prefeito, mas também, levantar mais informações sobre o garoto de rua.

– E quanto a Sasuke?

– Ele ficará sobre os cuidados da Tsunade enquanto eu estiver fora.

– Perfeito. A casa dela é bem segura. E poderemos aumentar a escolta. Kakashi, antes de ir, fale com ele sobre a fuga do irmão.

– Mas... Chefe?

– Uma hora ou outra ele vai saber, Hatake. Não vamos conseguir esconder isso da mídia por muito tempo. É melhor que seja dito pela sua boca. Sei que ele é frágil e traumatizado, mas o pavor de saber que o irmão maníaco está solto, o deixará em alerta. Será melhor assim.

– Hai.

XXX

De volta à mansão da Tsunade. Os dois jovens comiam a pizza, enquanto assistiam a um filme romântico. Fora a única coisa que o tal vizinho encontrara na prateleira de DVDs da médica. Shikamaru já havia tomado quatro latinhas de cerveja, enquanto Sasuke estava na metade da primeira.

– Você é mesmo devagar... – reclamou ele, amassando a lata que tinha nas mãos, deixando-a ao seu lado e apanhando a quinta no isopor. – Esse filme é um saco, não acha? Filmes assim é bom de se ver com a namorada. – o rapaz suspirou, abrindo a lata, ouvindo o chiado barulhento desta zunir em seus ouvidos - Falar nisso, estou com saudades da minha loira. – O menino tirou a carteira do bolso da bermuda, e desta, tirou uma foto, e a estendeu para Sasuke, que estava sentado de forma comportada no sofá da sala da médica, enquanto ele, estava esparramado no carpete. – Essa é a Temari, ficamos noivos no início da semana.

Sasuke apanhou a foto que o outro oferecia. E viu o casal abraçado e sorrindo, no que parecia ser uma praça de alimentação ao fundo. Devolveu a foto para ele.

– Bonita. – Na verdade, não achara. Mas precisava pelo menos, ser amigável com aquela peça. O garoto estava fazendo de tudo para puxar assunto. Parecia até algo forçado. Forçado pela sua psicanalista, com certeza.

Mas na verdade, enquanto empurrava aquela pizza horrível para o estômago, estava tentando bolar um plano para sair da casa sem ser notado. Já ouvira falar que o álcool provocava sonolência. E viu aquele rapaz bocejar várias vezes. Mas ele não parecia do tipo que dormiria cedo. Estava perdendo tempo ali. Ele o estava fazendo perder tempo. E aonde aquela velha conhecera um rapaz da sua idade? Seria algum dos seus residentes? Ah, se lembrara que ela tinha mencionado que era seu vizinho.

Poderia fazê-lo dormir como fizera com a Sakura, utilizando seus calmantes. Mas como passaria pelos guardas? Estava preso naquele lugar, era isso?!

– Você tem namorada?  – O outro quis saber, depois de devolver a foto para carteira.

– Tenho. – respondeu, categoricamente. Estava impaciente. E a cada minuto que se passava preso ali, sentia mais difícil conter sua imparcialidade.

– Mesmo? Tem foto dela aí?

“Que cara chato!” pensou.

– Não, começamos essa semana. Não trocamos fotos ainda.

– Ah, entendi. Você é um cara boa pinta, deve ter arrumado uma dessas patricinhas bem gostosinhas, né, não? Fala aí! Como ela é?

– Ela é normal.

– Ihhhhhh... – o moreno deu um grande gole na cerveja. - Já saquei que não tá interessado em falar da sua gata. Mas me responde uma curiosidade, então. Porque você está aqui na casa da Tsunade, Sasuke? É algum sobrinho dela? Espero que não se ofenda com que eu vou dizer, mas ela é bem esquisita, né, não? Minha mãe disse que ela ficou meio doida depois que perdeu toda família. Você notou que não tem nenhum porta-retrato nos móveis? Nem quadros na parede. Parece um lugar sem história. 

O moreno realmente achara que ele havia dito algo de interessante naquela noite. Nunca estivera na casa da mulher e não tinha parado para reparar naquilo. Mas nem no consultório ela tinha foto deles. Será que era para não atingi-lo? Nunca se preocupara em ver a cara das vítimas do irmão, afinal ele também havia sido uma. Contudo, sabia que a família da mulher fora que teve o número de presas maiores de Itachi. Mas nunca se perguntara do motivo.

Sentiu-se curioso.

– Ah, eu vou trocar esse filme... – resmungou o outro, levantando-se e indo até a prateleira de DVDs. Sem se preocupar pelo fato de Sasuke não lhe dar nenhuma resposta.

Mas o moreno não se preocupou com isso. E imaginou que o fato - pelo qual o vizinho não percebera que estava deixando de responder suas perguntas - estava vinculado ao seu estágio de euforia provocada pelo álcool. Afinal, ele fazia uma pergunta atrás da outra.

– Ah, olha, tem um porta-retrato escondido aqui. – o rapaz tirou o objeto detrás das caixas de filmes. E parou para observar as pessoas na foto. – É, deve ser eles. Quer ver? – ele ofereceu.

– Hm... – concordou em um resmungo e levantou-se, tomado pela primeira vez na vida por uma curiosidade intensa. Seus olhos se fixaram no pequeno quadro na mão do rapaz. – Será que não tem problema? – quis saber antes.

– Para nós que não temos nada haver com essa a história, com certeza não...  – deu de ombros o outro, tomando outro gole da cerveja, entregando a moldura nas mãos de Sasuke. Em seguida, ele se virou de volta para estante, a fim de procurar outro filme. – Será que ela não tem nada pornô aqui? Mulheres se fingem de santas, mas eu sei que elas gostam de umas safadezas...

Novamente, Sasuke não dera ouvidos ao que Shikamaru dizia. Estremeceu ao tocar na madeira. E foi apanhado por um calafrio que varreu seu corpo, até sua alma. Era como se algo o avisasse para não olhar o retrato.

Continua...
Sound track
" A calorosa visão da minha paixão
cruzando milhares de sonhos,
passando sobre bestas desumanas.
Seguro o mundo com minhas mãos.
Dissipando todas as nuvens,
com o sol se pondo novamente,
A parada de um homem só começa."

Parade - Chaba
  
Vocabulário de expressões e Observações.

1-      Bouzu: modo informal e insultuoso de referir-se a um garoto; curiosamente, também é um termo para “monge budista”.
2-      Otooto: irmão mais novo/ Irmão caçula;
3-      Itachi-nii-chan: Sobre a expressão, acho que a maioria deve saber, mas vou esclarecer pra que não haja margem para confusões desnecessárias. As crianças japonesas têm o costume de chamar os rapazes de “nii-chan” e moças de “nee-chan”, mesmo estes não sendo seus irmãos. Então não é que o Itachi seja irmão do Naruto. É só uma forma infantil dele o chamar.
4-      A maior idade no Japão: 21 anos. E o jovem só pode consumir álcool depois desta idade.
5-      Haru: Primavera.




Notas finais do capítulo

Bem. A trama começa a caminhar para sua reta final. Eu disse que tentaria desenvolver a história em treze capítulos, mas acho que em dez capítulos eu termino. ._.

Espero contar com o apoio de vocês até o final. Sei que esse capítulo ficou meio monótono, já que não teve as tão esperadas cenas de Lemon. E quando não têm essas cenas, eu sinto que existe até uma redução no número de comentários. Contudo, se eu não incluir as explicações na história. Não consigo chegar com ela em lugar nenhum. Concordam? =/

Mas prometo que emoção é o que não vai faltar nesses momentos finais. Agora vem por aí, muitas revelações. E com certeza haverá muito mais cenas de lemon. E vocês? Já têm alguma suposição do que irá acontecer daqui em diante? Comentem! Eu quero “ouvi-los”!

Além de que, o comentário de vocês é o incentivo que nós ficwriters precisamos para continuar com ânimo para levar a história até o final.

Agradeço!

Meu beijo coletivo!

See you next! o/

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