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[Saint Seiya] Nature Girl, escrita por Linanime

Capítulos: único
Autora: Linanime
Fandom: Saint Seiya
Gênero: Ficção e Fantasia, Shoujo (Romântico), Drama (Tragédia)
Classificação: 14 anos
Resumo: Atena consegue o perdão do olimpo para seus cavaleiros e consegue traze-los de volta avida, porém somente os cavaleiros de bronze conseguem usar suas habilidades. Os generais marinas querem atacar o santuário, as armaduras estão sem vida devido as últimas batalhas, sem poder usar seus poderes Mú não será capaz de consertá-las. No meio do desespero uma nova esperança surge, a lenda de uma ninfa, a única que poderia restaurar as armaduras.



Notas da Autora
Olá essa é um fanfic para o concurso da +Kaien!
Se passa num intervalo entre sagas, após a Saga de Hades!
A capa da fanfic foi feita pela Val-chan e a do capítulo por mim! Agradeço a Val pela Capa e por ter revisado a fic para mim!
Ah sim a música que a Dandara canta e que é a que estará no vídeo!
Espero que gostem!!


Capítulo 1 - Capítulo único: A lenda da Ninfa


Os cavaleiros de bronze estavam muito encrencados. Suas armaduras haviam sido completamente destruídas e estavam completamente sem vida. Saori havia conseguido provar que ela não estava fazendo nada contra o Olimpo e conseguiu ter todos os seus cavaleiros de volta, mas infelizmente outros também haviam conseguido o mesmo.

Os cavaleiros de ouro haviam voltado, mas estavam numa espécie de coma de habilidades, estavam conscientes, mas não poderiam usar nenhum de seus poderes durante alguns meses. Assim Mu não poderia consertar as armaduras deles e o santuário estava novamente com problemas porque estava sendo atacado pelos generais marinas de Poseidon. Eles não entendiam o motivo dos cavaleiros de Atena estar nesse coma de habilidades e todos os demais cavaleiros estarem em perfeito estado para a guerra.

Os únicos cavaleiros no santuário que estavam disponíveis para lutar eram os cavaleiros de bronze, porém não estavam com suas armaduras e levavam desvantagem com os outros.

Seiya estava parado na casa de Ares pensando em como ele e seus amigos poderiam enfrentar tamanha batalha sem suas armaduras. Os generais marinas estavam com suas armaduras em perfeito estado, parecia que tudo estava cooperando contra eles, somente eles estavam em desvantagem.

Saori havia pedido ajuda a Hilda para que seus cavaleiros pudessem vir ao santuário ajudá-los, porém os generais marinas foram atacá-los também para impedir qualquer ajuda. O que ela não entendia era o motivo de Julian está fazendo isso com ela, ele já não havia aceitado que ela não se casaria com ele por não amá-lo? A resposta em seus pensamentos era não.

— Seiya, não há quase nada a ser feito nesse momento! - Diz Shiryu que acabara de chegar à casa de Ares.

— Sem os cavaleiros de ouro estaremos perdidos! - Diz Seiya observando o horizonte.

— Deve haver um motivo para esses ataques e um jeito de nos defendermos.
Hyoga menciona essa frase se aproximando de seus amigos. Talvez os cavaleiros de ouro soubessem de algo e poderiam ajudá-los, precisavam apenas perguntar.

Eles vão até uma casa grande onde todos estavam reunidos, um pouco distante das doze casas dos cavaleiros de ouro. Lá estavam os cavaleiros de ouro aos cuidados de algumas pessoas, dentre elas as amazonas que se dispuseram a ajudar, uma vez que estavam em melhores condições que eles, mas também impossibilitadas de usar suas habilidades.

Shunrey também viera cuidar do homem que a criou e por quem nutria um grande carinho como de uma filha por um pai. Ela às vezes se pegava com pensamentos de momentos de paz onde todos estivessem felizes e quem sabe ela e Shiryu pudessem ficar juntos, ter filhos, sem preocupações com guerras, sem a angústia de vê-lo partir podendo nunca mais retornar.

Seiya entra pela porta e é logo observado por todos. Ele e seus dois companheiros vão em direção aos cavaleiros de ouro para perguntarem se não haveria uma forma de fazerem suas armaduras voltarem ao normal e assim ter mais chance de lutar contra os generais marinas.

— Eu já ouvi falar em uma chance, mas todos acreditam ser apenas uma lenda! - Diz Mu olhando para os cavaleiros de bronze que representavam a única salvação de todos ali presentes.

— Mas se há uma chance podemos lutar por ela, é a única salvação! - Shiryu se pronuncia.

— Dizem que em algum lugar há uma pessoa com poderes capazes de restaurar as armaduras, porém é muito mais perigoso que para se chegar até Jamiel. Ninguém nunca viu essa pessoa, ninguém sabe de seu paradeiro, ninguém acredita ser real!

— Mas ela realmente existe? - Pergunta Shun que estava dentro daquela casa junto com todos.

— Não se sabe ao certo, é uma força mística que existe lá, mas não dá para ter certeza!

Eles iriam arriscar ir a um lugar perigoso em busca de uma pessoa que não dava para ter certeza da existência? Iriam arriscar a vida por uma hipótese sem confirmação? Eles arriscariam tudo se houvesse uma chance em um milhão, se isso pudesse salvar a vida de todos que amavam.

— Vou contar a vocês a lenda da pessoa que vive naquele lago, nos lugares longínquos de Jamiel. Vocês terão que anda muito até chegar ao lago, fica entre os cinco picos antigos e Jamiel. - Diz Dokko.

— Conta então a lenda logo! - Seiya não estava mais agüentando esperar.

— Dizem que no tempo em que os cavaleiros de ouro eram apenas crianças havia entre eles uma pessoa especial. Foram escolhidos os cavaleiros para cada armadura e essa pessoa apenas sorria quando todos os outros foram escolhidos e ela não. Não derramou lágrimas por não ter a armadura de ouro, mas nunca deixou de treinar e se esforçar para sempre dar o seu melhor. Ela era uma amazona, uma menina meiga, gentil que possuía um poder incrível para curar as outras pessoas e as armaduras também. Foi dado a ela a chance de se tornar uma ninfa, a ninfa desse lago e assim ajudar a vegetação e a todos os cavaleiros.

— Então é uma mulher? - Pergunta Ikki que acabara de se interessar pela história.

— Sim, uma mulher linda! - Afirma Dokko.

— E como sabem? - Perguntam todos ao mesmo tempo parecendo um coral que ensaiou durante meses.

— O rosto dela foi desvendado por um cavaleiro. A lenda diz que ela concertava as armaduras, porém um dia um cavaleiro teve sua armadura destruída a tal ponto que a vida da armadura não poderia ser recuperada a menos que essa mulher pudesse fazer algo. Mas o cavaleiro estava muito ferido da guerra que enfrentou e não teve forças para seguir adiante caindo no chão. A ninfa teve que sair de seu recinto e belo mundo e ir até ele, porém contemplou tamanha destruição que não se conteve e muito chorou. Sua mascara caiu aos pés daquele cavaleiro e ela prometeu nunca mais se envolver nessa guerra. "Enquanto eu concertar as armaduras haverá guerra! Quando não mais existirem armaduras as pessoas deverão pensar em paz!" A última armadura consertada foi daquele jovem cavaleiro e ele também teve o corpo curado de suas feridas. Ele viu o rosto triste da ninfa, viu suas lágrimas e sua imensa dor. Ela nunca mais foi vista e nenhuma armadura foi novamente concertada naquele lago porque ela prometeu nunca mais interferir na guerra. Dizem que o pranto da bela mulher durou por um longo tempo naquela região. Somente se vocês forem julgados dignos receberão ajuda dessa mulher, se ela realmente existir!

— Se existe uma possibilidade, nós vamos à busca dela! - Dizem os cinco cavaleiros de bronze.

Os cavaleiros de bronze arrumam o que deveriam levar, colocam suas armaduras sem vida nas costas, se despedem para poderem partir. Recebem uma boa sorte dos outros cavaleiros, mas existiam pessoas que não gostariam que eles saíssem dali.

— Eu vou ficar bem Sunrey, vou voltar em segurança!

Shiryu diz essas palavras enquanto a jovem apenas se desmanchava em lágrimas perante seu amado. Ele toca suavemente o rosto dela fazendo-a abrir os olhos, ele limpa as lágrimas que caiam do rosto dela e dá um sorriso para ela. Ela o abraça então, com muita força deixando mais algumas lágrimas caírem e molharem o ombro do cavaleiro de dragão.

— Nós vamos conseguir, Shunrey!

Shiryu menciona essas palavras enquanto retribuía o abraço da jovem que tanto o amava, ele sabia disso e queria muito retribuir todo esse amor, porém tinha obrigações como cavaleiro e se agora partia era para poder ver novamente um lindo sorriso no rosto dela. Ele se afasta dos braços dela e dá-lhe um beijo na testa se retirando logo em seguida. Ele já estava um pouco distante quando ela diz:

— Shiryu, você prometeu voltar, lembre-se, você prometeu!

Ele vira-se para ela e dá um sorriso depois se dirige ao encontro de seus amigos. Os demais cavaleiros de bronze tentariam proteger o santuário enquanto partiam nessa jornada em busca do irreal!

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Os cinco jovens caminham apressadamente, não era o momento para ter calma e apreciar a viajem. Já se passara uma semana desde que partiram do santuário, ouviram rumores sobre a movimentação dos generais marinas, eles ainda estavam pensativos quanto ao motivo de Julian estar atacando-os. Suspiram enquanto a fogueira que fizeram começa a extinguir-se, fazia uma semana que não tinham uma refeição decente. Shun observa seus companheiros e olha para seu irmão, ele estava com os olhos fechados e um pouco de cansaço na face, será que Ikki estava otimista com isso?

— Amigos, vamos descansar mais alguns minutos e vamos partir. Por Atena. Vamos encontrar a Ninfa! - Fala Seiya animado.

Somente ele para dar ânimo nesses momentos complicados. Shiryu observa as estrelas, ele faria o possível para que conseguissem cumprir essa missão e proteger as pessoas que amavam. Dormem por alguns minutos para então, continuar sua jornada. O local era distante e teriam que passar por um vilarejo antes, as pessoas do vilarejo eram amigáveis, segundo informações, o lago ficava um pouco distante, mas pelo menos poderiam ter uma refeição melhor. Shiryu sobe num rochedo próximo e observa, visualizando o vilarejo. O local parecia um deserto, com gramas e morros, não havia sinal de árvores até próximo ao vilarejo, esse era protegido por uma floresta que parecia ser densa.

— Estou vendo o vilarejo, é nessa direção. - Diz Shiryu apontando para a direção norte.

— Finalmente, precisamos comer! - Fala Seiya com fome na face.

— Precisamos encontrar o lago primeiro. - Fala Ikki sério.

Seiya encara o cavaleiro de fênix, seu estômago estava reclamando faz algum tempo, uma fruta por dia não resolvia seu problema e eles precisavam de energia para lutar. Hyoga observando que uma tensão começara a surgir, o cavaleiro de pégasus fazendo uma cara mostrando que iria começara falar algo, olha para Shiryu e Shun, os outros entendem que era melhor fazer alguma coisa o mais rápido possível.

— Seya na floresta podemos encontrar o que comer! - Fala Shiryu amigavelmente.

— Vamos nos alimentar para termos energia sobrando para o que nos espera.

Os cavaleiros de bronze chegam a floresta, ela era muito densa realmente. Conseguem encontrar caça e frutas, pelo menos nessa noite teriam algo melhor para comer. Seiya estava com os olhos brilhando de tanta felicidade, chegando a babar um pouco ao olhar para a animal morto, imaginando-o assado e na sua mão. Os demais coemçam a rir, mencionando que o rapaz iria devorar a caça com os olhos se continuasse observando com tanta fixação.

— Não vou fazer isso! - Diz Seiya fazendo um bico.

Ikki olha desconfiado para todos os lados, ele sentia-se observado. Poderia ser impressão ou algum animal, mas a energia que sentira estava incomodando-o. Eles comem apressadamente, um frio passava pela espinha dos rapazes, pressentiam perigo. Eles estavam completamente certos, quando terminaram a refeição um vento começou a soprar e as folhas das árvores os envolviam como se quisessem fazer algo, alguns animais começaram a persegui-los e sentiam que enquanto corriam os galhos das árvores estavam posicionados de forma a prendê-los.

— Isso é muito estranho! - Fala Shun.

— Concordo, parece um ataque! - Fala Hyoga.

Seiya cai de uma forma estranha, parecia ter se ferido muito com o impacto, seus pés estavam presos na raiz de uma árvore. O peso da armadura as suas costas com o impacto do tombo faz com que ele grite de dor, parecia ter quebrado algo. Ele tenta levantar-se com todas as suas forças, mas aquelas raízes pareciam aprisioná-lo cada vez mais.

— Eu não vou desistir! - Fala o cavaleiro convicto.

Uma neblina começa a inundar o local, os jovens não mais conseguiam ver uns aos outros. Aflitos Shiryu, Hyoga e Shun tentam correr na direção onde Seiya fora visto pela última vez, tudo fora em vão, não conseguiam chegar ao local. O corpo começa a ficar pesado, as pálpebras queriam fechar-se, eles estavam com sono e caem sem sentidos no chão. Ikki percebera que algo estava errado e cobre seu nariz para que não aspirasse o que continha na neblina, sente algo em suas costas e tenta defender-se, também fora em vão. Fênix, assim como os demais cavaleiros de bronze, cai sem sentidos no chão.

— Vão embora! Fala uma suave e melodiosa voz que se propaga pela floresta.

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Algumas horas depois os jovens começam a abrir os olhos, a neblina se desfizera. Correm até Seiya que estava num estado profundo de sono, não acreditaram ao vê-lo dormindo todo desengonçado, mexendo as pernas por reflexo, os braços esticando para frente, um pouco de baba escorrendo e falando em comida.

— Tinha que ser o Seiya! - Falam rindo muito.

Ikki um pouco impaciente chuta Seiya algumas vezes até que ele abre os olhos falando o nome de um prato que ele sonhara. Assustado com os amigos rindo dele, começa a tocar no corpo como se procurasse algo. Seus amigos ficam surpresos com o movimento do cavaleiro de pégasus, ele termina parando de rolar e sentando-se.

— O que foi Seiya? - Pergunta Hyoga.

— Não estou sentindo dor! - Fala Seiya surpreso.

— E qual o sentido do espetáculo? - Fala Ikki cruzando os braços.

— Tenho certeza que na queda eu tinha quebrado algum osso com o impacto da armadura sobre meu corpo. Diz Seiya observando a expressão de espanto formando-se na face dos amigos.

— Deve ter sido engano seu! - Fala Shun calmamente.

— Ou então, é a pessoa que procuramos! - Fala Seiya levantando-se empolgado com a descoberta.

— Foi engano dele! - Falam os demais caminhando em direção ao vilarejo.

Seiya corre para alcançar os amigos, lembra-se de ouvir uma voz que dizia para irem embora. Comenta isso achando que novamente iriam achar que ele imaginou coisas, mas dessa vez os demais ficam pensativos, afinal, eles também ouviram. Não poderiam ir embora até que a vida voltasse as suas armaduras, precisavam proteger aqueles que amavam, precisavam encontrar essa ninfa.

Chegam ao vilarejo, observam as pessoas passando de um lado para outro, tentam pedir informações, mas são ignorados. Alguns os olham como se fossem monstros, outros ficam surpresos e as crianças observam-nos como se fossem heróis. Seiya suspira, estava ficando cansado de andar sem obter nenhuma resposta.

— Acho melhor irmos embora! - Fala Seiya emburrado.

— Não seja infantil, temos que encontrar o lago! - Fala Ikki sério.

— Infantil? - Fala Seiya um pouco bravo.

O cavaleiro de pégasus estava disposto a começar uma briga, estava cansado e até o momento só tinha sido ignorado pelas pessoas do local. Shun começa a observar algo perto de uma ponte que havia para ligar as duas partes do vilarejo, já que ele era cortado por um rio. Andrômeda começa a correr chamando a atenção dos companheiros, na ponte alguns homens estavam tentando empurrar outra pessoa, não teria como ela escapar de todos. O rio não era muito distante da ponte e nem parecia muito fundo, somente aparência não era uma certeza absoluta. Os demais começam a correr ajudando Shun a segurar os homens que tentavam derrubar o garoto a frente, os homens ameaçam começar uma briga, mas reparam nas caixas das armaduras e soltam-se andando para longe.

— Cavaleiros! - Falam com desprezo.

— Cavaleiros sim, algum problema? - Grita Seiya.

— Vocês são inúteis! Não venham trazer destruição ao nosso vilarejo. - Fala um dos homens.

— Destruição? - Repete Seiya com confusão estampada na face.

— Os cidadãos daqui acreditam que um cavaleiro só viria trazer destruição a nosso vilarejo. - Fala a pessoa que eles ajudaram.

— Por quê? - Perguntam os jovens.

— Muito obrigado pela ajuda, eles iriam me jogar no rio porque não tenho dinheiro para dar a eles. - Fala a pessoa calmamente.

— Pelo visto ele não vai falar sobre a destruição. - Fala Ikki cruzando os braços emburrado.

— Os antigos diziam que os cavaleiros eram pessoas boas, mas que não ajudaram a salvar as pessoas dessa aldeia quando houve uma guerra. Quando um deles pisou no solo do vilarejo, perdemos a batalha e muitas vidas. Então temos essa crença de que vocês só trazem destruição. - Fala a pessoa um pouco temerosa.

— Nós não trazemos destruição, nós ajudamos outras pessoas. Se esses cavaleiros não puderam estar aqui, era porque estavam batalhando contra forças do mal. - Fala Seiya com a perna esquerda a frente e o braço direito a frente, dobrado e com os punhos cerrados, um sorriso na face.

— Você poderia nos dizer para que lago fica o lago da ninfa? - Fala Shun sorrindo.

— O lago sagrado? - Pergunta a pessoa.

— Deve ser esse! Fala Hyoga olhando para os demais.

— Diz a lenda que uma mulher vivia no local e ajudava a todos, dizem também que as lágrimas dela compõem as águas que estão no lago e que brilham durante as noites de lua cheia. Ele fica na direção nordeste, é só caminharem nessa direção. Mas os aldeões tem medo de chegar perto, por isso é melhor vocês irem embora! - Fala o jovem.

Os cavaleiros ficam pensativos, não iriam embora, não podiam fazer isso. Suspiram, aquele era um local de tristeza, se a lenda era real. A mulher deve ter chorado por longo tempo. Eles decidem continuar a caminhar, viram-se para agradecer ao jovem, mas ele havia desaparecido.

— Vão embora!

A voz ecoa pelo vilarejo, alertando a todos. Mas os caveleiros, apesar do arrepio que subiu pela coluna, não pretendiam desistir.

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Os cavaleiros caminham, caminham e caminham. Não havia muito o que observar no local, exceto montanhas, vegetação rasteira e flores. Não havia sinal de árvores ou do algo. Eles ficam pensativos, como estariam seus amigos no santuário?

— Eles falaram que teríamos mais perigo do que enfrentamos para chegar a Jamiel, mas por enquanto a única coisa que aconteceu foi o incidente da floresta. - Fala Shiryu sério.

— Estou achando isso muito suspeito. - Fala Ikki sério.

— Eu também. A menos que a lenda seja apenas lenda mesmo, deveria ter maiores perigos! - Fala Hyoga.

— Não sei vocês, mas achei aquele garoto da ponte muito suspeito! - Fala Seiya observando os demais.

— Ele apenas estava com medo de nós! - Fala Ikki adiantando o passo.

Eles avistam uma alta cadeia montanhosa, provavelmente o lago estaria após ela. Sorriem, esse era um bom sinal, finalmente algo bom. Começam a subir a montanha, havia algo estranho naquele lugar. Sentem uma forte energia que logo desaparece, a terra começa a tremer e eles devem correr e se abrigar numa caverna que se localizava na metade da montanha.

— Isso foi muito estranho. Esse cosmo forte e depois esse tremor, pelo menso aqui acho que estamos seguros. - Fala Shiryu.

Eles caminham para dentro da caverna, pensando que talvez ela atravessasse a montanha. Esse foi um erro que era esperado deles, agora os problemas iam começar realmente.

— Pobres crianças! - Fala uma voz melodiosa como a que ouviram na floresta.

A caverna começa a tremer também, Shun sente uma mão em suas costas e puxava-o com força. Chama seu irmão em desespero, Ikki segura sua mão, mas não consegue evitar que o irmão desapareça nas paredes da caverna. Começa a socar a região, mas isso não traria Shun de volta. Shiryu corre até o companheiro, Seiya grita para ele não fazer isso, foi em vão. Um buraco estava no chão perto de Ikki e os cavaleiros observam mais um amigo desaparecer.

— Isso é uma armadilha! - Fala Hyoga.

— Temos que sair daqui! - Fala Ikki.

Ele não queria abandonar o irmão, mas precisavam ficar vivos para continuar e salvá-los, se ainda vivessem. O tremor continua, Hyoga percebe a parede próxima ele ficar como água, assusta-se e grita para avisar os companheiros, mas algo segura-o e ele é levado por uma enxurrada, Seiya tenta pular para ir atrás de Hyoga mas a parede torna-se sólida novamente e ele acaba por machucar o nariz, reclamando da dor com a mão no local.

— Ikki somos os próximos! - Fala Seiya.

Ele fora lento em perceber que Ikki escorregara para fora da caverna, corre para tentar ajudar fênix, contudo não havia nada fora da caverna. Ele assusta-se e grita para levá-lo junto com os outros, ele iria lutar com todas as forças e trazer seus amigos de volta.

— Que o teste comece! - Fala a mesma voz.

Seiya sente um vento que o impulsiona para cima, ele é tragado pelo teto da caverna. Não sente mais nada, apenas seu corpo leve e uma dormência muito grande.

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Shun sente seu corpo cair em algo macio, esperava ser duro como a rocha da caverna. Ele sente o corpo dolorido e quando levanta-se sua armadura cai no chão, a caixa estava aberta. O local possuía muitas plantas e ele caíra numa espécia de colchão de plantas, as folhas tornavam-no bem macio. Havia algumas árvores no local, não parecia ser a caverna, seria algo dentro da montanha?

— Onde eu estou? - Pergunta o cavaleiro.

Um forte vento começa a soprar e folhas de árvore começam a vir em sua direção, ele imagina ser pelo vento, mas quando sente que elas cortam como navalhas tem certeza absoluta que não era esse o motivo. A sua armadura monta-se sozinha e começa a atacá-lo com as correntes, ele assusta-se ainda mais. Desvia das correntes e salta para trás, o vento continua forte e as folhas causam feridas em sua pele alva. O sangue escorre, sente dor. Pagou um pouco caro por ter se esquecido de sua armadura, a corrente entra em sua perna enquanto a outra segura seu braço puxando-o. A dor desse ferimento é intensa, ele serra os olhos, não podia deixar-se vencer tão facilmente, principalmente quando todos estavam contando com ele. Segura forte a corrente em sua perna e sente o choque, ele nunca se ferira com sua própria armadura dessa forma, agora entendia o que seus oponentes sentiam. Volta a segurar a corrente com a mão livre e mesmo com a dor e agonia do choque puxa-a do local fazendo com que seu líquido vital começasse a brotar saindo com muita força do ferimento.

— Não vou desistir tão facilmente! - Fala Andrômeda preparando-se para lutar com todas as forças.

Sente um forte soco dado pela armadura arremessando-o longe. Seu corpo é arrastado pelo chão, fora somente nesse momento que ele percebeu quantos espinhos tinha naquele local, suas costas ficam arranhadas e ele sente que mais de seu precioso sangue começa a sair de seu corpo. Ele salta para desviar das correntes e corre um pouco rápido chutando a armadura que se choca com uma árvore despedaçando-se.

— Eu não vou deixar meus amigos sofrerem por minha fraqueza. Não gosto de lutar, não quero ferir outras pessoas com meus punhos, mas eles precisam de mim. - Fala Shun concentrando seu cosmo.

O cavaleiro concentra sua energia e então usa seu golpe mais poderoso, Tempestade Nebulosa. Sua armadura estava formando-se novamente para atacar e tenta defender-se com a corrente nebulosa, fora em vão, os pedaços de sua armadura são levados para longe assim como algumas árvores. Shun caminha convicto e disposto a lutar mais, ele precisa fazer isso para encontrar seus amigos e salvar o santuário do ataque dos generais marinas, não iria se dar por vencido.

— Você vai tirar minha vida, cavaleiro? - Ouve alguém perguntar.

Shun olha na direção e pode ver um garoto, era o mesmo da ponte. Um garoto com um casaco e bermuda todos frouxos no corpo, uma boina cobrindo o cabelo e tão baixa que atrapalhava ver detalhes da face. O garoto estava caído junto com os pedaços de sua armadura.

— Não! - Fala Shun recuando um pouco.

— Então eu vou ferir você! - Fala ele.

A armadura começa a montar-se novamente, seria ele quem comandava sua armadura? Shun recua mais um pouco e começa a desviar dos socos e chutes do garoto enquanto tem que se preocupar com a armadura que lhe atacava com as correntes.

— Seu cosmo está fraco pelos ferimentos e último golpe. - Fala o garoto.

— Eu não vou recuar mais! - Fala Shun.

O cavaleiro sente a corrente envolvendo-o por completo, seu corpo sente a força o aperto, parecia querer quebrar-lhe todos os ossos.

— Essa é a sua fraqueza, é bonzinho demais. Não quer me ferir, mas o que seus amigos vão fazer se você não retornar? Essa armadura sempre esteve ao seu lado, você passou na prova para ganhá-la e mesmo assim você não entende os sentimentos dela. Ela já foi ferida muitas vezes por sua fraqueza, para defendê-lo, agora ela não quer mais ser usada dessa forma. Se você não vencer essa fraqueza, ela nunca vai para de te atacar. - Fala o garoto.

— E quem é você? - Pergunta Shun em meio à dor.

— Eu sou a essência da armadura que você tem que derrotar. Quando tempo estou contigo e você ainda não me entende, cavaleiro! - Fala o garoto mostrando a face de dor.

Shun concentra seu cosmo, não queria causar sofrimento a sua armadura, mas não queria tirar vidas. Evitava lutar com todas as suas forças, por esse motivo. Seu cosmo eleva-se e a corrente é destruída por seu poder, ele concentra-se novamente e usa a tempestade nebulosa no garoto e na armadura. Ambos são arremessados longe, o cavaleiro caminha até eles, foi somente então que ele percebeu que o garoto na verdade era uma garota. Os longos cabelos estavam espalhados, a face delicada estava com alguns cortes, a roupa com rupturas em vários locais.

— Quem é você? - Pergunta Shun novamente.

— Eu sou a essência da armadura de Andrômeda, assim como a princesa eu sou uma mulher. Faça o que deve ser feito, cavaleiro! - Fala a essência de Andrômeda.

Shun não ataca novamente, ela começa a ajudar a garota a levantar e caminha com ela. Diz não querer fazer mal a armadura, ela era muito importante para ele.

— Obrigada por ter me acompanhado até aqui e desculpe-me por ter lhe machucado! - Fala Shun sorrindo.

A garota começa a desfazer-se se tornado num brilho que envolve Shun, suas feridas começam a ser curadas, seu corpo fica pesado e ele cai inconsciente. A Armadura caminha calmamente até a caixa e cai sem vida, o brilho segue em direção a uma figura escondida nas sombras, o primeiro frasco estava preenchido, faltava apenas quatro.

— Shun de Andrômeda, você passou no teste! - Fala a voz melodiosa.

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Shiryu cai em algo muito duro, era um penhasco e ele estava na beirada, quase caindo. Segura-se forte para não desce e assim perder sua vida. Suspira, lembra-se de correr até Ikki e depois cair num buraco, pelo visto o buraco levara-o até aquele penhasco. Observa em volta apenas montanha, um rio sobe montanha acima, ele achou estranho já que geralmente a água desce. Sente um frio muito grande, fica de pé e percebe que sua armadura não estava mais lá.

— Onde ela foi parar? - Fala o cavaleiro.

O chão começa a tremer e Shiryu corre na direção do tremor, para não ficar mais perto do penhasco e correr o risco de cair lá. O chão estava muito pontiagudo, as pedras parecem ter-se modificado e estavam ferindo seus pés, já haviam destruído seus calçados. Projeções pontiagudas crescem chegando a ficarem mais altas que ele, o cavaleiro desvia entre as projeções e corre, acerta socos e chutes nas projeções que não consegue desviar. Shiryu não percebera uma energia próxima, e só percebe que havia mais alguém no local quando sente um soco muito forte, parecia seu golpe, cólera do dragão. Seu corpo choca-se com as rochas pontiagudas do chão e sua camisa é destroçada, arranhões estão em toda parte de seu corpo, sangue escorre dessas lesões. Ele levanta-se e olha na direção do agressor, o espanto toma sua face, seu oponente era sua própria armadura.

Shiryu deve desviar dos golpes da armadura e das pedras, ele não entende o que está acontecendo, mas não queria perder. Eleva seu cosmo e prepara-se, a armadura segue o mesmo movimento, ambos deram o mesmo golpe, o cólera de dragão. O impacto foi tão grande que eles são arremessados na direção oposta, Shiryu se ve mais perto do penhasco.

— Por que está me atacando? - Fala Shiryu desviando e vendo-se cada vez mais próximo do penhasco.

A armadura não para de atacá-lo e por mais que defendesse sempre terminava mais próximo ao penhasco e machucado. Shiryu olha para sua armadura, não entendia o motivo de estar atacando, sente uma presença a suas costas e ataca-a, era o garoto da ponte.

— Quem é você? - Pergunta Shiryu confuso.

— Eu sou a essência da sua armadura! - Fala o garoto.

— Por que está me atacando? - Pergunta o cavaleiro de dragão confuso.

— Porque você nunca se preocupou comigo como se preocupa com seus amigos. Você nunca me deu o devido valor. Sempre sou descartada por você, sempre fico em último plano e sempre te ajudo. Por que você faz isso comigo, cavaleiro? Por quê? - Fala o garoto.

A armadura começa a atacá-lo novamente, Shiryu percebe que para vencer sua armadura teria que vencer o garoto da ponte. Ele desvia dos golpes da armadura e tenta atacar o garoto, mas ele era bom e defende-se. É atacado novamente pelo garoto e a armadura, ele não consegue defender-se dos dois e o soco que recebe no abdome foi tão intenso que o lança na beirada do precipício, a dor é intensa, coloca a mão no local enquanto sua saliva mistura-se com o sangue caindo no chão quando ele cospe. Os seus inimigos preparam-se para atacar novamente e Shiryu prepara-se para dar seu golpe mais poderoso, elevando seu cosmo. Percebendo que o cavaleiro ia atacar com algo poderoso, a armadura para e suas partes caem no chão enquanto o garoto desaparece.

— O que aconteceu? - Pensa Shiryu.

Ele desconcentrou-se da luta por um instante, tempo suficiente para ser atacado pelo garoto e a armadura montar-se segurando-o pelas costas. O garoto acerta alguns chutes e socos no tórax do cavaleiro, prepara-se para dar o cólera de dragão, mas Shiryu consegue soltar-se e lança a armadura na direção do garoto, ela foi despedaçada pelo golpe. Shiryu tenta atacar o garoto que desvia de seus golpes como se os conhecesse bem, o garoto só recua até que o cavaleiro percebe que ele estava na beira do precipício e então Shiryu para, mas a armadura ataca-o fazendo com que se chocasse com o garoto e os dois caem no precipício. Shiryu segura o garoto, mas estava fraco e suado, sua mão começava a fraquejar enquanto tentava erguer o jovem.

— Eu não vou deixar você cair! - Fala Shiryu com convicção.

— Por quê? - Pergunta o garoto.

— Porque eu já te fiz sofrer muito quando fora destruída nas batalhas. Não quero que você sofra mais. - Fala o cavaleiro com um sorriso na face.

— Você prometeu voltar para Shunrey, se continuar assim cairemos no penhasco. Seus amigos estão contando com você, então deixe-me! - Fala o garoto.

Shiryu não solta, já havia prometido que não iria soltar. Lembra-se da promessa feita a Shunrey, ele queria muito poder voltar, mas suas mãos estava fraquejando e sabendo que cairia em seguida usa toda as suas forças para lançar o garoto para a beira do precipício. Percebe que a boina do garoto sai e revela um jovem de cabelos verdes curtos e olhos verdes cheios de lágrimas e um sorriso de obrigada. Shiryu cai no penhasco, fecha os olhos, queria muito que sua promessa não fosse quebrada. Choca-se com uma região sólida que se propaga do rochedo, sente muita dor e percebe que o garoto estava próximo dele.

— Você irá manter sua promessa, Shiryu! - Fala o garoto.

O jovem torna-se um brilho que envolve o cavaleiro e depois de curar as feridas do cavaleiro enche um frasco que estava com alguém nas sombras. A voz melodiosa diz que o cavaleiro passara, Shiryu começa a ficar inconsciente.

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Ikki e Hyoga também param em lugares estranhos, Ikki no meio de um lago e Hyoga perto de um vulcão que lançava lava para todos os lados. Eles tiveram que lutar com suas fraquezas assim como Shiryu e Shun, suas armaduras o atacaram e o garoto da ponte apareceu. Hyoga enfrentou sua mãe enquanto Ikki lutou com as memórias dolorosas de Esmeralda. Mas mesmo em face a tristeza não puderam destruir a essência de suas armaduras, eles salvaram-nas e Ikki quase se afogou e Hyoga foi consumido pela lava. As essências tornam-se luzes que saram as feridas deles e enchem frascos. Somente quando os cavaleiros passavam pelos testes é que os frascos ficavam cheios.

— Ainda falta um! - Fala a mesma voz melodiosa.

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Seiya estava em um algo dentro da montanha, ele vê as paredes da montanha e água descendo do teto enchendo o lago. Pensa se aquele não era o lago que procuravam. Percebe que está mais leve e então dá-se conta que sua armadura estava montada a suas costas e pronta para acertá-lo com o meteoro de pégasus. Os golpes não tiveram defesa e ele é arremessado contra a parede do local recebendo vários socos e chutes. Seiya cai no chão e a lembrança de seus amigos vem a sua mente, não podia desistir. Levanta-se e começa a traçar como movimento das mãos as estrelas da sua constelação, não iria desistir e sim lutar com todas as suas forças.

Seiya e a armadura usam os meteoros e cometa de pégasus, ambos sofrem danos e caem para trás. Seiya começa a erguer-se assim como sua armadura.

— Não vou desistir, irei vencer para ajudar meus companheiros. - Fala ele convicto.

— Como podes vencer? - Pergunta uma pessoa, era o garoto da ponte.

— Eu ainda não sei, mas vou tentar meu melhor! - Fala Seiya meio confuso.

— Cavaleiro quantas vezes a armadura te protegeu? Quantas vezes você lutou por todos? Quantas feridas já sofreu? Desista agora de tudo! - Fala o garoto.

— Jamais! Atena e os outros cavaleiros estão esperando que voltemos! Eu não posso deixar todos serem atacados, mesmo que eu sofra, irei lutar pelos meus companheiros! - Fala Pégasus convicto.

Ele não consegue falar mais nada, apenas recebe os socos e chutes que lhe são desferidos pelo garoto e pela armadura. Ele tenta desviar, mas eles ficam cada vez mais rápidos até que ele não consegue mais pensar, apenas ser espancado pelos seus inimigos. Porém Seiya sempre levantava e colocava-se de pé continuando a tentar atacar e recebendo muitos golpes novamente, caindo em seguida.

— Por que continua levantando? Desista logo e fique aqui comigo. Você lutou tanta para conseguir a armadura, você passou por tantas coisas! Mesmo que tenha me machucado ao ser destruída em batalha, eu não quero continuar fazendo isso com você! - Fala o garoto.

O jovem corre até Seiya revelando cabelos lisos e brancos e olhos azuis, era essência de pégasus. Seiya tenta levantar-se novamente, tendo o garoto aos prantos pedindo para que ele continuasse no chão.

— Eu não vou desistir. Me dê sua força, PÉGASUS! - Grita Seiya erguendo-se e sendo iluminado por seu grande cosmo.

Seiya despedaça a armadura com seu golpe, mas não quer ferir o garoto, pede para que ele não fizesse a armadura atacar novamente. Seiya cambaleia até o garoto e toca a face do jovem sorrindo caindo logo em seguida, tenta mexer sua mão, para continuar lutando pois percebe que a armadura estava começando a montar-se.

— Desista! - Fala a voz melodiosa.

Seiya pensava que estava inconsciente, abre os olhos e não mais se ve naquele local de antes, estava dentro da caverna junto com seus companheiros que mexiam-se como se estivessem batalhando. Ele assusta-se, então tudo não passava de ilusão?

— Cavaleiro não era ilusão! - Fala o garoto essência de pégasus.

— Você é real? - Pergunta Seiya muito surpreso.

— Eu sou a essência de sua armadura. Não quero mais ferir você, estive dentro de sua mente esse tempo, mas agora estou no mundo real. - Fala o garoto começando a correr.

Seiya o segue chegando até o outro lado da montanha, observa como a natureza do local era bela, as árvores eram altas e cheias de flores, o chão estava colorido com a grama e pétalas ali presentes e o lago estava a sua frente. A lua iluminava o céu, uma linda lua cheia e o lago brilhava, o garoto estava parado na beira do lago, chorando.

— Por que você quer continuar lutando? Guerras são ruins! - Fala o garoto.

— Sim, guerras são ruins. Mas não quero perder aqueles que eu amo, eles irão deixar de existir se eu não fizer nada. Mesmo que você não seja consertada vou cuidar bem de você e irei lutar sozinho dessa vez para proteger aqueles que são tão importantes para mim. - Fala Seiya sorrindo.

Ele sente-se preso por raízes de plantas que o apertam, sente os espinhos ferindo sua pele e seu sangue jorrando, ele eleva seu cosmo e destroi tudo que o segurava, mas não fere sua armadura. O garoto sorri pela primeira vez e transforma-se em energia brilhante que envolve o cavaleiro. Ele percebe que as folhas o atacam e ele desvia delas direcionando o meteoro de pégasus para a sua frente, luta contra as raízes de árvores desviando-se dela e atacando-as com seus golpes, sentia como se estivesse com sua armadura enquanto envolvido por aquele brilho. O cavaleiro não iria desistir. Sente uma presença em suas costas e uma forte dor, desmaiando em seguida.

Ele não sabe quanto tempo passou, mas ao abrir os olhos observa seus companheiros próximos a ele, estava na borda do lago. Uma figura estava flutuando sobre as águas, o brilho do lago é transferido a uns frascos que estavam levitando a frente dessa pessoas e depois ela derrama o conteúdo sobre as armaduras, elas brilham e pareciam vivas novamente. Seiya esfrega os olhos surpreso. A pessoa a sua frente possuía longos cabelos rosados, ondulados e indo até os joelhos, a pele era alva e estava coberta por uma espécie de túnica branca. Os olhos eram rosados, numa tonalidade clara e que demonstrava muita candura, a face serena e angelical com um sorriso na face que fez a face de pégasus ficar rubra. Ela olha para ele sorrindo, aponta para as armaduras e vira-se para ir embora.

— Quem é você? - Pergunta Seiya.

— Sou Dandara, a ninfa desse lago. Vocês mostraram-me que tinham um desejo puro no coração, nenhum outro conseguiu isso, então estou realizando o desejo de vocês e de suas armaduras. - Fala a mulher.

— Obrigado! Nós sabíamos que íamos encontrar você, mesmo tendo falado que era apenas uma lenda! - Fala Seiya com os olhos brilhando e felicidade.

— Quem? - Pergunta a mulher com uma bela voz.

— Dokko de libra! Fala Seiya.

— Vocês devem partir logo para ajudar seus companheiros! - Fala Dandara.

Seiya acorda seus companheiros, mas a ninfa havia desaprecido. Pegam suas armaduras e partem de volta, precisavam chegar a tempo de salvar seus companheiros.

— Boa sorte! - Fala a com melodiosa que agora Seiya sabia a quem pertencia.

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Enquanto os cavaleiros de bronze estavam tentando chegar até o lago, os generais marinas avançavam até chegar ao santuário. Os demais cavaleiros de bronze tentam lutar, mas eles eram muito poderosos. Kanon observa e percebe que eles estavam sendo controlados por alguém, só não sabia quem. Uma batalha cruel começa no santuário, os aliados estavam sendo devastados, Saori não aguentava mais ver tanto sangue sendo derramado e sai de seu esconderijo, estava disposta a entregar-se se os marinas retirassem-se do santuário e parassem de provocar mortes.

— Julian, eu estou aqui, deixe os outros irem! - Fala Saori.

— Então venha comigo e eu deixarei os outros vivos! - Fala Julian.

Os cavaleiros tentam deter Saori, mas ela não aceita e entrega-se a Julian. O rapaz estava com os olhos baços, mostrando que não era realmente ele que fazia isso. Ordena que o santuário seja devastado e segura forte o braço de Saori para levá-la embora. A jovem grita tentando soltar-se para salvar seus cavaleiros e as demais pessoas, tudo em vão. Fecha os olhos em derrota, até sentir sentir uma outra mão segurar seu braço e a de Julian ser lançada para longe, abre os olhos e pode ver o rosto sorridente de Seiya.

— Desculpe a demora! - Fala o cavaleiro.

Junto com seus amigos eles enfrentam os generais marinas, não queriam machucá-los, mas tinham que defender o santuário. Eram muitos, mas não desistiriam.

— Eles estão sendo controlados pela mesma força que selou os poderes de você! - Fala uma voz para Shion.

— Dandara? - Olha para trás surpreso.

— Olá cavaleiro, faz tempo desde nosso último encontro! Sua armadura também está sem vida, agora é usada por outro! - Fala Dandara sorrindo.

Todos os demais surpreendem-se com a mulher sem máscara ali presente. Ela era a ninfa do lago, agora a curiosidade era: como conhecia Shion? Ela deixa a resposta no ar, talvez tenha sido ele o último a ter sua armadura restaurada por Dandara! Ou talvez ela tenha sido treinada no tempo em que ele se tornou cavaleiro, isso ninguém poderia ter certeza.

— Veio ajudar? - Pergunta Dokko.

— Sim Dokko. Aqueles jovens mostraram-me que ajudar é melhor do que ficar sentada sem fazer nada. Estive anos quieta em meu lago, pensando que não deveria fazer nada para os cavaleiros, mas as guerras continuam! Eu venho ajudar o lado que está fazendo o que é correto! - Fala ela sorrindo carinhosamente.

Várias pétalas começam a cair do céu e uma bela voz começa uma canção, Seiya sabia a quem pertencia e olha na direção das doze casas, lá estava Dandara com as mãos dobradas próximas ao peito e os olhos fechados, seu cosmo estava elevando-se e ela fica envolvida por uma luz rosada. As pétalas continuam caindo do céu e ao tocar nos marinas tornam-se brilhos rosados, as pétalas movimentam-se no céu e cobrem a região do santuário como se formasse uma cúpula, o cosmo de Dandara fica mais forte e sua voz um pouco mais fraca. Os cavaleiros de bronze tentavam defender o local, Seya estava enfrentando Julian, mesmo após ter sido lançado longe por pelo menos seis vezes. Hyoga lutava contra Isaac, estavam pronto para acertar o amigo com um soco, quando a cúpula de pétalas se fecha, as pétalas que ainda caiam tornam-se brilho e a luz que emitiam envolve os generais marinas e os demais ali presentes.

— Hyoga o que está fazendo? - Pergunta Isaac confuso.

— Estou lutando contra você para defender o santuário! - Fala Hyoga também confuso.

— Santuário? - Fala Isaac observando ao redor.

Todos os marinas saem do transe e assustados percebem estarem no santuário. Juliam percebe seu corpo dolorido devido ao soco que Seiya lhe dera, só lembra-se de estar na sua casa e depois de acordar vestido com a armadura de Poseidon junto com os generais marinas. Saori percebe que todos haviam voltado ao normal e corre até Julian, falando que ele estava atacando-os assim como os guerreiros de Asgard, toda a destruição que ele podia observar naquele local não era nem metade do dano que eles fizeram no restante do local.

— Como? - Pergunta Julian.

— Não sabemos! - Fala Saori.

— Seiya, eu não vou conseguir manter essa barreira por muito tempo. Gastei muito de meu cosmo restaurando as armaduras de vocês e dos demais que estão aqui, estou ficando cansada. Quando a barreira sumir, o poder que controla os generais marinas e restringe os cavaleiros de ouro irá voltar a atuar. - Fala dandara telepaticamente com pégasus.

Shion observa a ninfa, seu cosmo começava a diminuir, ela não conseguiria manter-se de pé por muito tempo. Olha para Dokko, eles sabiam que ela possuia um grande poder, mas usou todo para ajudá-los, agora precisava descansar. Dokko corre na direção de Dandara para dar-lhe apoio quando seu corpo desmoronasse, mas é surpreendido por alguém que conseguira atravessar a barreira dela, acertando-o com um chute voador. O cavaleiro olha atentamente reconhecendo um espectro. Prepara-se para lutar assim como todos os demais cavaleiros.

— Seiya, a você e seus amigos eu dou um presente especial da ninfa do lado sagrado. - Diz Dandara.

Um pequeno nenúfar coloca-se no ombro da armadura dos cinco jovens que se arriscaram para chegar até Dandara. Isso era um amuleto de proteção. A barreira é desfeita pelos espectros, eles estavam a mando de Eris, não de Hades como deveria ser. Era ela quem controlava os marinos, conseguiu usar o amor e dedicação de Tetis como isca para atraí-la para si, após assumir o controle do corpo da sereia foi até Julian e tomando controle dele ficou muito fácil usar os demais. Eris manifesta-se quando tétis aparece atrás de Dandara, ela queria acertar a mulher com todas as forças que a marina possuía, mas seus planos foram frustrados quando Shion a segura por trás. Percebendo que não poderia usar tétis Eris aparece em sua própria forma, como Shion estava ocupado ela pode ferir a ninfa do lago que começa a rolar as escadas que davam até as doze casas. Ela gargalha e o ataque começa, cruel e sem piedade alguma. Os cavaleiros lutam com todas as suas forças, o nenúfar na armadura de Seiya começa a brilhar, assim como o presente na armadura de seus companheiros, isso faz aparecer a essência das armaduras que eles conheceram na caverna.

— Você?! - Fala Seiya surpreso.

— Vim lutar ao seu lado novamente. Dandara disse que se fosse necessário nós iríamos poder ajudar vocês, estamos tão felizes. - Fala o garoto de cabelos brancos sorrindo.

Seiya fica confuso e depois muito feliz pulando de alegria, seu contentamento se desfaz quando é acertado por um espectro. Ele grita bem alto o nome de seu companheiro.

— ME DE SUA FORÇA PÉGASUS!!

O garoto começa a brilhar e o golpe de Seiya é repetido pelo garoto, sendo que possuía muito mais impacto que antes. Os cavaleiros continuam lutando, Seiya não mais apanha como antes, ele consegue revidar como muito mais agilidade. Eris fica furiosa por ter seus planos frustrados, quem era aquela mulher de antes? Iria pagar com a vida! Pensa ela.

Os espectros começam a cair pelo poder dos cavaleiros de Atena, os generais marinas lutam ao lado dos cavaleiros, porque ainda podiam comandar sua própria consciência. Quando todos os espectros são derrotas viram-se para atacar Eris, ela iria pagar por querer causar tão grande destruição na Terra. É nesse momento que o poder de Dandara desaparece de sobre os marinas e eles controlados começam a atacar seus antigos aliados.

— Eu irei destruir todos vocês! - Fala Eris vitoriosa.

— Seiya una seus poderes com os de seus amigos, nós vamos ajudar nesse momento. Eleve seu cosmo ao máximo. - Fala a essência de pégasus.

Os cinco cavaleiros de bronze concentram seus cosmos e são envolvidos por uma luz muita grande, as essências das armaduras tornam-se um brilho que envolve os cavaleiros, eles não iriam acertar os marinas, mas a mente por trás deles. Eris percebendo que iriam atacá-la, tenta correr para defender-se, mas é pega pelo golpe e desaparece do santuário. Os marinas caem sem sentido no chão, tudo estava ficando melhor. As pétalas do nenífar caem sem vida no chão, os poderes de Dandara estavam ficando fracos, sua presença quase não era sentida.

— Dandara! - Fala Shion com a ninfa nos braços.

Ele soltara tétis no momento em que a mulher fora acertada por Eris e correu em seu auxílio, porém ela já havia se ferido muito com o golpe e o impacto de ter rolado nas escadas. Ele tentou fazê-la voltar a consciência, mas permanecia com os olhos fechados até o final da luta. Ela abre os olhos com dificuldade sorrindo.

— Por que você se arriscou dessa forma vindo até aqui? - Fala Shion com angustia na voz.

— Eu queria ver você! - Fala ela com a voz fraca.

— Eu quero curar você! - Fala ele angustiado.

— Você não pode! - Fala ela com a voz melodiosa e fraca.

Ela toca a face dele com carinho, ele era um bom amigo, um amigo pelo qual ela sempre tivera um sentimento especial, mas nunca confessara. Fazia anos que não saía do algo e desejou pelo menos mais uma vez ver seus amigos, Dokko o Shion e rever a pessoas que fazia seu coração palpitar mais forte, Shion.

— Alimente-se de meu cosmo, Dandara! - Fala Shion.

Dokko sorri, sabia bem o que isso significava. Para curar-se quando o cosmo estava fraco, a ninfa precisava receber cosmo de outra pessoa, ela conseguia absorve-lo por meio de um beijo. Shion aproxima sua face da dela bem rápido, antes que ela fizesse algo para recusar, toca os lábios da ninfa com os seus deixando todos no santuário surpresos e alguns com a face muito vermelha.

— O que está acontecendo? - Diz Seiya muito surpreso com a face vermelha e apontando todo desengonçado para onde estavam Shion e Dandara.

— Ele está fornecendo energia a ela para que possa curar-se e sobreviver. - Fala Dokko.

— Eu tirava uma casquinha! - Fala Milo recebendo vários olhares de reprovação.

O cosmo que ela recebia começa a fluir em seu corpo fazendo com que suas feridas fossem curadas. Ela abre os olhos novamente corada, não esperava que ele tivesse tal atitude.

— O-o-obriga-adaa! - Fala ela muito envergonhada.

Ele sorri, conseguiu tomar a decisão certa na hora certa. Shion ajuda a ninfa a erguer-se. Ela pula no pescoço de Dokko em um abraço apertado, ele sorri, fazia tempo que não a via e estava muito melhor que ela estivesse feliz.

— Você vai falar para ele? - Pergunta Dokko num sussurro.

— Não, quem sabe na próxima visita! - Fala ela sorrindo.

Dandara despede-se de seus amigos e parte de volta ao lago sagrado. Os cavaleiros reconstroem o que fora destruído, estavam contentes que todos voltaram ao normal e por Dandara está viva. Seiya estava com um sorriso bobo na face, conheceu a essência de sua armadura e uma mulher muito bonita.

— Ela é tão bonita! - Suspira Seiya ficando com a face vermelha.

Shina fica furiosa e tenta acertá-lo com entulho que carregava, o cavaleiro caiu com a face no chão e olha para trás reclamando. A amazona estava tão furiosa que mesmo sem Seiya ver o rosto dela no momento ficou com medo e começou a correr para fugir do local.

Dokko aproxima-se de Shion, o amigo estava um pouco pensativo. Suspira ao sentir a mão do cavaleiro de libra nas suas costas.

— Gostou de revê-la? - Pergunta Dokko curioso.

— Sim. Desde que vi a face dela chorando, ansiava por voltar a ver um sorriso na face dela. - Fala Shion calmamente.

— Sim, sim, agora me diz como se sentiu realmente! Eu sei que certo cavaleiro de Áries sente algo mais por certa amazona. - Fala Dokko sorrindo.

— Quem sabe na próxima eu não falo! - Diz Shion com a face vermelha de vergonha.

— Pelo menos ficou o sabor do beijo! - Fala Dokko preparando para sair correndo do local.

Shion fica com os olhos arregalados, leva a mão inconscientemente aos lábios, ficando com a face completamente rubra com a lembrança. Olha furioso para o amigo que ousou lhe cutucar com essa recordação, mas o cavaleiro já estava longe. Sorri, não adiantava correr atrás de Dokko, tinha muito trabalho a ser feito no santuário. Seiya passa correndo sendo atingido por vários pedaços de entulhos pertencente às construções destruídas no ataque, Shina correndo com os objetos nas mãos. Shion suspira, as crianças tinham muitas coisas para aprender até tornarem adultos.


Notas Finais

Estou muito feliz de ter conseguido escrever essa fanfic! Agradeço aqueles que lerem!

Ah eu não contactei nenhum Beta oficial do site para correção gramatical da fic, a Val-chan foi a minha beta!


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