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Um Coração que Ressurge por Você § 8 – Um Amor Milenar que Ressurge com Você

Notas Iniciais:
 
Último Capítulo, férias chegando, Darien é meu... São coisas verdadeiras que sempre vêm acompanhadas de coisas chatas. Há outra fic, há outro ano (com vestiba aí), Sailor Moon não é minha... falei tudo né?
 
Olho Azul Apresenta:
Um Coração que
Ressurge por Você

Capítulo 8 – Um Amor Milenar que Ressurge com Você
 
  Cheguei ao campo de batalha. Era um sítio de construção. O prédio estava no esqueleto e o youma estava na sua base, lutando com Ami, que era a única em pé. 
  Lua foi se proteger enquanto eu me aproximei.
 
-Pode parar!-gritei.-Não posso deixar que um youma acabe com a amizade que é o bem mais precioso desta vida e, tampouco, momentos tão importantes quanto o que você atrapalhou. Eu sou Sailor Moon e vou castigar você em nome da Lua!
 
  Como era o normal, ele tinha um cérebro menor que o meu e nem percebeu meu belo discurso. Avançou em mim. Saí correndo e pulei no prédio. Assim eu ganharia altura. Depois de tanto lutar com minhas amigas, ele já parecia muito cansado. E eu tinha o amor do meu lado. O amor de minhas amigas e principalmente o de Darien.
 
-Não vou perder!-gritei pra ele e lancei minha tiara.
 
  Consegui acertá-lo... Mas não por estar cansado. A tiara tinha um brilho diferente.
 
  Não perdi tempo e peguei o Cetro Lunar.
 
-Cura Lunar, Ação!-novamente o acertei, mas, de novo, meus poderes pareciam aumentados. Mas desta vez eu entendi...
 
  Uma fragrância de rosas impregnava o ar e do monstro veio um brilho vermelho e ele se desfez em pétalas vermelhas. No fim, Tuxedo Mask estava mesmo ali, dentro de mim.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Eu fico feliz que estejam bem!-eu estava no salão do Andrew com as meninas. Isso foi uma hora após a briga.
-E nós por você ter voltado.-Lita falou.
-Ela tem razão.-Ami disse, sorrindo.
-E Darien?-Rei perguntou.
-Bem, ele era o Tuxedo Mask e agora que parei pra pensar, era tão óbvio...
-Isso é romântico...-Lita disse.-Como se vocês fossem almas gêmeas!
-Pelo menos não fui totalmente culpada de tudo...-falei, olhando para a janela, terminando o meu milk-shake.
-Aliviada?-Ami perguntou.
-Um pouco... Eu estou sentindo que as coisas vão melhorar a partir de agora!
-Você tem razão, Cabecinha de Vento.
-Meu nome é Serena!-gritei com toda minha força.
-Calma... Não teria coragem de bater em alguém numa cadeira-de-rodas, não é?-foi quando percebi que era Darien.
-O que faz aqui?-perguntei, desconcertada, enquanto ele rodava até a nossa mesa.
-Tenho boas notícias. Em breve, parto para o Canadá.
-Quê!?!?!?-todas exclamamos ao mesmo tempo.
-Darien...-rei foi a primeira a se recuperar do choque.-Se você e Serena estão juntos... Como isso pode ser uma boa notícia?
-Bem, isso é relativo...-ele disse.
-Vai ficar por muito tempo?-perguntei forçando um sorriso, seria bom pra ele, mudar um pouco de paisagem.
-Não sei... Enquanto durar o tratamento, acho.
-Tratamento?-elas três perguntaram em coro.
 
  Eu estava boquiaberta.
 
-Que tratamento, Darien? Não em falou nada disso...-perguntei, séria. Não dava para sorrir, mas eu não estava mais tão triste assim. Se fosse o que parecia...
-E o que está imaginando!-ele respondeu sorrindo.-Meu pai pesquisou muito e descobriu um trabalho experimental sobre células-tronco. Não é tão novo assim, mas é difícil conseguir o tratamento, sabe? Por isso ele demorou a comentar sobre isso, não queria iludir ninguém...
-Então você vai voltar a andar!?-perguntei, abraçando-o.-Isso é tão bom!!!
-Nem tanto... Primeiro: Não se sabe se funcionará, ou se realmente é o tratamento adequado para mim. Depois: ele é muito demorado, isso pode significar uns cinco anos!
-Mas isso é ótimo, é uma esperança!-eu disse, ainda abraçada a ele.
-Por isso eu queria que viesse comigo!
 
  Neste momento o soltei e o encarei.
 
-Como?
-Sim, você estudaria no Canadá e ficaria comigo, isso não é uma grande idéia?
-Vamos embora.-eu disse, me levantando e pagando o meu milk-shake.
-Quê? Mas eu ainda nem lanchei! Achei que fosse amar...
-Vamos discutir isso no seu apartamento...-eu disse.-Até mais, minna.
 
  Saímos e voltamos em silêncio. Ele ainda tentou me interrogar mas respondi que esperasse chegarmos.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  Sentei-me no sofá e ele, depois de muito esforço, fez o mesmo. Estávamos lado a lado, olhando para a televisão desligada.
 
-Afinal, qual o problema contigo?-ele perguntou.
-Era o que eu ia te perguntar.
-Nani!?
-Eu? No Canadá?
-É.
-E estudando lá por uns cinco anos! Você pirou e pirou mesmo! No topo da lista está: eu não sei inglês.
-Eu te ensino.
-Meu pai não deixaria.-levantei-me.
-Foi idéia do meu, ele o convence.
-Não sou tão independente assim da minha família.
-Não ficaria cinco anos sem eles, você poderia visitá-los.
-Você está doido! Eu não agüento nem um mês sem eles...
-Eu não agüento nem uma hora sem você.
 
  Eu parei no meio do que ia dizer, com a boca aberta, eu tinha me levantado, já que minha voz não vencia a dele.
 
  Voltei a me sentar e suspirei.
 
-Serena, foi muito difícil te ter, não posso perdê-la.
-Mas, Darien...
-Sei que é loucura, não estou insano. Mas não é vida se for contigo... Prefiro continuar sem andar... Não poder andar não é pior que não poder viver... Você é meu ar, minha água, meu solo, é o fogo que me dá vida, Serena!
-Isso é clichê... Não vai me convencer com palavras bonitas... Não posso ir... Não dá.
-Por que não?
-Eu já te disse... Canadá é um país, um outro país, do outro lado do mundo!
-Por que não pensa? Você pergunta pros seus pais, eu converso com eles, peço pro meu fazer o mesmo... Minha mãe e a Katchan conversam com a sua mãe... Sei lá, isso é o de menos. Vamos, não me deixa sem você!
-Darien...
-Qualquer tratamento depende da fé do paciente. Se eu vou ser um vegetal sem você não há por que eu ir.
-Mas... Você terá sua família, mesmo que não seja o tempo todo, sei que não te deixarão sozinho.
-Família!? Não... Eles estão mortos...
-Quê?
-Não quero perturbar o senhor Chiba, mais do que já tenho feito.
-Do que tá falando?
-Que sou adotado... Meus pais morreram num acidente de carro, fui o único que restou, mas sem qualquer lembrança. O doutor encarregado decidiu me adotar, foi minha sorte... Por favor, Serena! Eu me sinto tão sozinho quanto me senti naquele hospital, até hoje! Só quando estamos juntos esta solidão parece não existir...
-Mas...
-Não quero te forçar...-ele me olhava nos olhos... Os dele eram tão azuis... Brilhavam tanto de esperança...-Mas sei que pode e que você, no fundo, quer. Só ainda não notou o quão grave a situação é.
-E não é só eu querer... Não posso nem pagar a passagem.
-Dinheiro nunca foi problema pra minha família e essa foi idéia do meu pai. Você mora na minha casa, além de me fazer companhia... E as escolas não são pagas, então não vejo nenhum obstáculo! Eu também virei visitar minha família no Japão, você vem comigo.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  Mal dormi naquela noite. Fiquei olhando para o teto, para todos os coelhos daquele quarto.
 
  No dia seguinte, logo após a aula, fui à minha casa. Tinha que falar primeiro com a minha mãe, saber se era realmente o certo.
 
  Como sempre, Darien tinha razão... Eu queria ir. Seria muito bom, mas morar com ele? Com o meu namorado? Não que eu já não morasse, mas agora era provisório. Lá não seria.
 
  Não pensei na possibilidade de terminarmos. Eu ainda tinha o pressentimento de as adversidades terem se acabado. Mas e se terminássemos lá? Como eu voltaria pra casa?
 
-Não sei o que faço...-completei após ter explicado à minha mãe boa parte da história, inclusive o nosso namoro.
-Bem, minha preocupação é se você se adaptará à vida de lá... Mas como vai com Darien, pra ficar com ele... Não vejo problema. E tenho certeza de que seu pai quer tanto a amizade do pai dele que nem vai ligar. Mas qual é o problema contigo? Não quer ir?
-Quero... Acho que sim... Mas... Bem, minha cabeça sempre põe um “mas”... Como se houvesse algo.
-Se quiser ir, vá, minha filha! Sentirei muito a sua falta, mas uma mãe sabe quando é a hora de deixar o bebê dar seu primeiro vôo sozinho, mesmo que haja o risco da queda.
-Mãe...-eu sorri.-Arigatou!
-Seja feliz, é tudo o que peço.
 
  Assenti e me levantei, em direção à banheira. Como sentira falta dali! O lugar onde refleti tanto, também onde deixei tanto peso para trás...
 
“Sentirei falta de novo...”, pensei sorrindo de leve, enquanto passava o dedo na água, que ia até a borda.
 
-Bem quentinha, como gosto!
 
  Deitei lá dentro, olhando para o teto.
 
“Amo o Darien o bastante para deixar tantas coisas para trás e sei que ele me ama o bastante para não me decepcionar...”
 
  Mas o que era aquilo que me incomodava?
 
  Após terminar fui até o templo, onde haveria uma reunião. Eu estava atrasada, mas com a minha decisão, eu estaria, também, deixando o grupo.
 
-Sério!?-as três me perguntaram em coro.
-Mas mesmo depois de ontem?-Lita perguntou.
-Nós nos viramos sem a Cabecinha de Vento.-Rei replicou.-Deseje boa sorte ao Darien, por mim.
 
  Rei estava me confortando... As outras entenderam e as três me sorriram. Era como se me passassem confiança. Mas...
 
  Sempre havia este “mas”...
 
-Há algum problema, Serena?-Ami me perguntou, preocupada.
-Rei está certa!-Lita disse.-Nós temos que nos virar sozinhas. E conseguiremos.
-Não é isso...-respondi, sentando-me em posição fetal, no chão. Minhas costas na parede fria era a o que me lembrava de que ainda estava ali... Minha voz saiu muito distante.-Sei que podem, Mas... Droga! Eu não sei... Há algo... E esse algo está me segurando aqui... Comos e tivesse garras e isso está me machucando, pois se eu não for, me arrependerei e o próprio Darien ficará triste.
-Se há algo, talvez seja melhor que não vá.-Ami comentou.
 
  Eu me espantei.
 
-Ami!-Lita e Rei a repreenderam.
-Eu a entendi, meninas, está tudo bem.-falei, sorrindo.-Disse isto à minha mãe e acho que ela pensa ser medo do desconhecido. Não o disse com suas palavras, mas... Bem, ficou óbvio.
-Então é besteira.-Rei falou.-Ela tem razão, você é tão manhosa que vai chorar o tempo todo.
-E é?-Lita perguntou.
-Não sei.-disse a verdade.
-Então não é.-Ami disse novamente. O que me assustou de novo.
-Como pode ter tanta certeza?-perguntei.
-Serena, nós nos conhecemos muito, mesmo que seja por pouco tempo. Você costuma ser muito decidida quanto ao que sente. Não se abateria tanto se fosse medo do desconhecido.
-pode ser...-baixei a cabeça.
-Isso quer dizer que não sabe se vai?-Lita perguntou.
-Não!-respondi, balançando minha cabeça, negativamente.-Eu vou sim! Nunca ficaria sem Darien! Ele disse que precisa de mim por lá e tudo o mais.
-Que bom! Seria uma burrice sua perder a chance de morar no Canadá.-Rei disse.
-Quando partem?-Ami perguntou, preocupada.
-Não sei, em breve, verei com Darien.-então, levantei-me.
 
  Nós nos despedimos, fazendo planos quanto a como nos comunicaríamos, quando eu estivesse lá...
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Olá!-cumprimentei-o, dando-lhe um selinho.
-Hoje você demorou muito...-ele comentou, fechando a porta.
 
  Suspirei, sentando-me no sofá. Ele veio rodando até mim, parecia feliz.
 
-Você...-ele continuou.-Pensou naquilo, né?
 
  Era como se já soubesse minha resposta.
 
-Em nada mais...
-Você vai comigo?
-O que acha?-perguntei, mas minha expressão quase que gritava a resposta.
-Que bom!-ele disse.-O que fez por tanto tempo, já está até escuro...
-Fui em casa, tomei um banho na minha banheira...-comecei a lista, enfatizando o *minha*.-Conversei também com minha mãe.
-E o que ela achou?
 
  Descrevi com minuciosos detalhes todo o meu dia. Então ele fez o mesmo. No meio da conversa notei como estávamos... Era como se tivéssemos nos casado ou coisa assim.
 
  Não encarei isso com medo, muito pelo contrário, eu estava mais que feliz, contente por termos atingido tal nível de relacionamento, tão rápido. Se aquele amor-amizade perdurasse, estaríamos bem lá fora, sem grandes problemas. Porque os pequenos problemas é que constroem um relacionamento e nos fazem crescer por dentro.
 
-E conversei por um tempo com meu pai, ao telefone.-ele continuou.
-Sobre o que falaram?
-Sobre a gente... Sobre ir ao Canadá... Sobre o tratamento... E também sobre como minha mãe reagiu ao saber da notícia... Do meu estado. Ela está vindo pra cá, pra cuidar de mim.
-Então eu posso voltar pra casa?
-Não! Fique...
-Darien, sinto falta do meu quarto... Ela chega hoje, não é?
-Sim... Mas quero que fique.
-Virei aqui todos os dias. Mas já que ficarei um tempão lá fora, quero aproveitar minha casa e família até o fim.
-Entendo... Sim, ela deve chegar em uma hora ou menos.
-Perfeito! Ligarei para que meu pai me busque às nove, assim teremos terminado a janta e eu as minhas malas.
-Tem certeza?
-Claro! E você já não precisa mais de babá, já “anda” sozinho...
-Mas preciso de você.
-Terá a sua mãe, quer coisa melhor!?-eu me arrependi do que disse na hora em que as palavras saíram da minha boca.-Sinto muito...
-Tudo bem... Ela me criou como tal e a amo como tal. E nunca ouse se comparar a ela; preciso de ambas, de maneiras diferentes.
-Virei amanhã aqui, logo após a escola e volto só quando meu pai me buscar, ou se não for possível, quando estiver na hora máxima que me for permitida. Juro!
-Mesmo?
-Claro! Eu... Eu também não vivo sem você...-eu me estiquei e nos beijamos longamente. Até que rompi o beijo e fui até meu quarto.
-Pra que vai lá?-ele perguntou.
-Pra fazer a mala, isso aqui tá uma bagunça!-respondi, pondo a dita cuja em cima da cama.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  A mãe de Darien chegou, eu parti... Os dias se foram...
 
  Sim, passaram muito rápido. Assim que as minhas aulas acabassem e também as provas de Darien, partiríamos para o Canadá.
 
  Entrei num curso intensivo de inglês e Darien passava horas me ajudando, propondo tarefas, me mostrando músicas e pedindo para eu lhe explicar o que diziam.
 
  Também me ajudou com a escola e eu acabei ajudando-o com suas matérias...
 
  No fim do semestre, ele voltou a freqüentar a faculdade, para tirar dúvidas, pegar as revisões.
 
  E logo comecei a notar que o dia estava chegando. Minha escola já tinha se comunicado com a do Canadá, que parece ter evitado, mas acabou me aceitando por um período de experiência.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  Era mais um dia na casa de Andrew. Estávamos na sacada, ele na cadeira de rodas e eu numa cadeira qualquer, olhando o pôr-do-Sol.
 
-Em duas semanas...-ele disse, após um longo momento de silêncio.
-O quê?
-Nossa viagem será em duas semanas... Dá pra acreditar?
-Sério? Nem havia me ligado nisso...-comentei.
-Com medo?
-Não. Estou bem confiante!
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
Treze Dias Depois.
 
  Partiríamos no dia seguinte, bem cedinho, para o aeroporto. Ficou, então, combinado de eu passar a noite ali, no apartamento dele. Assim ninguém perderia a hora e na hora do embarque meus pais estariam no aeroporto.
 
  Pressionei a campanhia. O som, já tão conhecido meu, seguido do barulho de sua cadeira de rodas se deslocando até a porta... Eu sentiria tanta falta daquilo tudo...
 
  Seria por uns cinco anos... Aquilo não era um caso para só... Cinco anos é muito! E começariam amanhã, os cinco anos de nossas vidas. Eu desejava tudo de bom para ele e estava pronta para me dar a ele, definitivamente.
 
-Olá, minha linda!-ele me cumprimentou ao abrir a porta.
-Olá, Darien.
-Mas... Cadê as malas? Meu pai está aqui, quer que ele ajude o seu a buscá-las?
-Não haverá necessidade, meu pai nem veio...
-Virá depois?
 
  Suspirei e entrei.
 
-Eu não vou.-disse, de costas para ele, já era coragem o bastante dizer aquilo.
-Como assim? Seu pai desistiu?
-Não, eu decidi não ir.
-Isso é só medo, Serena, dará tudo certo! Seu inglês está ótimo e suas notas subiram como vapor!
-Não dá.-disse, me sentando no já tão conhecido sofá.
-Por quê?-ele perguntou, tão chocado que nem trancou a porta e ficou ali, parado.
-Olha, desde que me convidou, eu soube que tinha razão. Seria muito difícil ficarmos cinco anos separados um do outro. Será. E eu sabia que queria muito ir contigo. Minha mãe, minhas amigas, sua família e até meu pai e minha escola me apoiaram o máximo. Mas sei que não devo, porque sempre teve este “mas” quando me falavam o quão maravilhoso seria esta minha mudança.
-Você disse...
-Então eu finalmente descobri a continuação da sentença, que mais me parece uma sentença de morte, já que nos separa... Quem sabe para sempre!
-E o que é?
-Há muito o que me prende aqui. Minhas amigas me fariam falta, meu jeito de viver, minha família, o conforto de falar minha língua... Sou só uma criança, que não está pronta.
-Mas isso passa, sou seu namorado... Ficaremos juntos o tempo todo!
-A relação poderia se desgastar.
-Nunca. E preciso de você, para me ajudar a melhorar.
-Não... Precisa de mim aqui, esperando você voltar, caminhando para mim. Não farei nada estando lá. Sem contar que sou Sailor Moon, há muita gente que precisa de mim, tenho uma missão, um dever de proteger este mundo. De proteger minha família, minhas amigas, minha cidade. Sei que é capaz de entender. É um sacrifício que faço. Entenda-o.
 
  Ele ficou em silêncio e vi claramente uma lágrima rolar em seu rosto. Ele não a limpou, mas não houve nenhuma outra.
 
-Sim. Eu entendo.Sei que está certa.
-Você conhecerá muitas garotas por lá, então... Bem, quando notar que não me quer mais, me avise, farei o mesmo.
-Sim...
-Eu te amo.
-Eu também te amo, minha querida Serena. Voltarei para você.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  Não fui ao aeroporto.
 
  Nos comunicamos por cartas e ele sempre me telefona. Mas nunca falamos sobre o tratamento. Ele diz que um dia aparecerá de surpresa...
 
  Em todos os meus aniversários nós nos falamos por duas horas ao telefone. É uma tradição. Mas as cartas começaram a ficar escassas. Sei que ele conheceu muitas garotas, mas nunca alguém em especial. Meu medo é que ele não tenha tido tempo de me contar... Ou a considerado um caso passageiro...
 
  No dia em que fiz vinte anos teve uma festa simples pela manhã e o esperei me ligar até as oito... Mas nada...
 
  Quando deu nove da noite, decidi caminhar pela rua, refletir todos os anos passados, cada carta dele, cada telefonema. Ele não mudara, mas eu sim. Seria isso?
 
  Muitas vezes nesses quatro anos e meio eu duvidei de minha escolha e quis voltar atrás, ir até lá, de mala pronta. Mas aí aparecia um monstro e eu tinha que combatê-lo. Mesmo com Beryl vencida, ainda havia alguns que apareciam. Às vezes com freqüência, noutras nem tanto.
 
  Fazia duas semanas que não vinha nada, então todas estávamos despreocupadas, isso significava um mês, mais ou menos, sem nenhum combate.
 
  Mas este foi uma exceção. Pois apareceu um bicho horrendo no meio de minha caminhada.
 
  Eu me transformei e chamei as meninas, mas elas estavam demorando e eu ia perder...
 
  Cometi o erro não deveria e seu ataque vinha em minha direção e eu não tinha como fugir, quando senti algo me empurrando.
 
  Olhei para o lado, tinha de ser ele.
 
-Lita?-olhei surpresa para minha amiga,q eu já lutava contra o monstro.
-Quem mais, sua boba? Tuxedo Mask está do outro lado do mundo!
 
  Sempre ocorria aquilo... Eu sempre achava que seria ele...
 
-Rei está muito doente e Ami está fazendo prova neste segundo. Somos apenas nós duas.-ela continuou.
 
  Mal me concentrei na batalha... Darien não me havia ligado... Eu não conseguia tirar aquilo da cabeça, como ele pôde!? Simplesmente me esqueceu.
 
  Ele não ligaria amanhã, pois nunca errou nos cálculos com o fuso. Será que algum dia ele ligaria? Eu não recebia carta algum há alguns meses e neste tempo ele só me ligara uma única vez e disse que ainda me escreveria...
 
-Serena!-ouvi um grito, que funcionou como um alarme, para me tirar daquele pesadelo e me pôr em outro.
 
  O ataque do inimigo vinha em minha direção e desta vez, Lita não pôde me ajudar. Fechei meus olhos e senti algo quente me envolver e me puxar para cima.
 
  Não era o Tuxedo Mask, ele estava no Canadá...
 
  Então caí no chão...
 
  Estava toda ferida com o ataque... Por sorte não quebrara nada...
 
  Levantei-me zonza e ouvi Lita me pedi para dar o golpe final. Assim fiz. Estava tudo acabado e, mais uma vez, Tuxedo Mask não viera.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Não pode ficar esperando por ele, Serena.
-Como?
 
  Estávamos andando para casa. Eu me sentia um pouco dolorida, mas meu coração latejava.
 
-Pelo Darien. Foi algo que teve que aceitar, quando ele partiu. Você mesma o disse.
-É isso o que dói...
-Fez a escolha certa.
-Eu sei, mas...
-Mas o quê?
-Mas sinto falta dele!
-Ele vai voltar e te fará uma bela surpresa. Só que pra isso você não pode ficar achando que ele cruzará a próxima esquina, né?
-Acho que sim... Aliás... Não, ele não vai...
-Então viva a sua vida. Pois quando ele chegar, estará andando, comemorando cada passo! Não pode dar de cara contigo assim, um caco ambulante.
 
  Balancei a cabeça. Ela tinha razão, mas não era tão fácil... E ele nem me ligara... Nem me enviara uma carta... Nem nada. Poderia estar morto e eu nem saber.
 
-Aonde vai?-Lita me perguntou.
 
  Olhei para ela e então notei que passara direto pela minha casa.
 
-Você e suas trapalhadas...-Lita comentou, sorrindo.
 
  Estava tudo escuro lá dentro, exceto pelas luzes da parte de baixo. Depois da festinha de mais cedo, era provável que todos estivessem comendo as sobras. Sammy estava em casa, após ficar quase um mês sem vir... Estudava muito para ser um bom arquiteto e sua faculdade era longe... Mas a era  melhor no Japão para sua área.
 
  Todos estavam felizes durante a festa... A família estava reunida e eu completava vinte anos, o que é uma idade muitíssimo importante no Japão.
 
  Foi tão difícil fingir alegria por tanto tempo...
 
-Vamos entrar, ou não? Quero ver se você já está cicatrizada, Serena...-Lita disse. Com tantas batalhas, nos tornamos mestras em curativos.
-Sim, claro.
 
  Então abri a porta, desanimada. O dia acabara e meu Príncipe Encantado não viera... Talvez, nunca mais viesse. Eu tinha que aprender a viver com aquilo, ele não apareceria na próxima esquina, nem me daria um beijo surpresa quando eu abrisse a porta. Eu tinha que viver com a decisão que tomei. A de ficar. Quem sabe um dia meu coração ressurgiria por alguém? Assim como um dia ele me dissera que o dele ressurgia por mim...
 
Fim!
 
Anita, 15/11/2003
 
Notas da Autora:
 
Acaaaaaaaaboooooooooooooou!!! Sim, este é o fim! O que acham? Lindo, né? Ficaram separados! E essa fic acabou! Faz quase um ano que a escrevo! Viva à República! Para os que gostaram deste fim, um beijão! Para os que não, bem... Fazer o quê? O negócio é seguir em frente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Então abri a porta, desanimada. O dia acabara e meu Príncipe Encantado não viera... Talvez, nunca mais viesse. Eu tinha que aprender a viver com aquilo, ele não apareceria na próxima esquina, nem me daria um beijo surpresa quando eu abrisse a porta. Eu tinha que viver com a decisão que tomei. A de ficar. Quem sabe um dia meu coração ressurgiria por alguém? Assim como um dia ele me dissera que o dele ressurgia por mim...
 
-FELIZ ANIVERSÁRIO!!!-ouvi um grito e senti algo quente em minha boca. Fechei meus olhos instintivamente, mas sabia que as luzes, antes apagadas, haviam se acendido.
 
  Ao abri-los, vi meu príncipe. Sim... Era ele.
 
  Em espanhol se chamaria príncipe azul... Mas ele estava de branco, que combinava com seu sorriso.
 
-Darien...-falei baixinho. Eu estava em estado de sonho...
 
  Era como em uma novela, era exatamente o que eu tinha entendido que não aconteceria.
 
-Feliz?-ele perguntou.-Temos organizado isso há um tempão, eu me segurei o máximo para não te ligar e mandar poucas cartas... Nossa!
-A gente que o diga...-Andrew comentou.-Ele ligava pra mim e me pedia para contar tudo, tudinho.
 
  Darien sorriu sem graça.
 
-Não me continha... Tinha que saber.
 
  Eu o olhei, como a quem olha para um vídeo antigo. Cheia de lembranças... Mas logo notei.
 
-Está andando!
-Sim, até que enfim notou. Mas não muito, sabe... Tenho que fazer fisioterapia e tudo o mais. Mas isso eu posso continuar aqui. Contigo ao meu lado! Ainda preciso de uma enfermeira...
-Contando que eu não tenha que me mudar para o seu apartamento...-todos riram, mas achei um pouco exagerado, afinal, fora só uma piadinha sem graça.
-Mas, é aí que temos um problema... Eu já até arranjei um lugar para você comprar a sua roupa branca.
 
  Ele me mostrou um cartão da tal loja. Ele só podia estar brincando. Decidi ler o nome:
 
“ALWAYS BRIGHT, ALWAYS BRIDE”
 
(tradução: sempre claro, sempre noiva, mas sim, ele rima e ficou legal ^^U )
 
-Quê!?-dei um grito.
 
  Ele então se ajoelhou e me entregou um lindo anel.
 
-Casa comigo, meu amor?
-Como?
-Sim, porque cada ano da minha vida me parece trevas antes de você, porque meu coração ia morrendo aos poucos, por mais clichê que isto seja, é verdade. Já o tinha dado por desenganado quando você me aconteceu. Preciso de você do meu lado para sempre, esse é um coração que ressurge por você, minha queria Coelhinha. Eu te amo.
-Darien... Sim! Claro!!!
 
  E eu desmaiei.
 
  Só em filmes e livros que a menina agüenta aquilo, na vida real é assim, pelo menos cheguei a acordar quando senti o cheiro do bolo. Certas coisas não mudam e lutar com monstros me deixa com fome, o amor me deixa com fome, desmaiar me deixa com fome e acabava de descobrir que propostas de casamento também.
 
  A vida se revelava bela e feliz, pois ela estava começando e nunca terminaria. Amo Darien, sempre amei e isso nunquinha mudará.
 
  Naquela noite, não parecia que tinha sido só o coração dele a ressurgir e sim um amor eterno que estava adormecido nas profundezas de nossas almas, um amor milenar.
 
  Ah, o amor...
 
FIM!!!
 
Anita, 17/11/2003
 
Notas da Autora:
 
Agora é pra valer, primeiro agradeço a todos que me conhecem e que sabiam que eu nunca deixaria uma fic de amor terminar daquele jeito. Sim, o fim tem que ser assim: doce e romântico! E assim também deve ser a vida, viva ao amor!
 
Não porei uma lista de agradecimentos, pois aquele que se sentir digno, será. Mas m agradecimento especial a todos que exigiram que Darien voltasse a andar, nem que fosse por milagre.
 
O tal tratamento existe, mas meu professor de biologia se recusou a explicá-lo direito (em plena aula sobre vegetais). Então, bem... Não o expliquei a fundo, mas se no Guarani ele se salvaram no topo de uma palmeira, aqui também é assim.
 
Agora é só esperarem pela minha próxima fic!
 
Quanto àquele formulário, bem, ele acabou, não deu certo, mas meu mail ainda existe! Ele é: anita_fiction@yahoo.com e aguarda o seu comentário. A próxima fic de sailor Moon já começou e será ainda mais romântica que esta, visitem sempre meu site e a aguardem: http://olhoazul.50webs.com/ para os desatualizados este é o meu novo endereço!

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