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[Sailor Moon] Ainda que o Negue - Capítulo 2, escrita por Anita

Capítulos: 1 2 3 4

Autora: Anita
Fandom: Sailor Moon
Gênero: Comédia romântica, Realidade alternativa
Classificação: 12 anos
Status: completa
Resumo: Aino Minako/Kunzite. Minako é uma idol popular. Devido a um recente a ataque a outra idol, sua agência decide contrar uma equipe de segurança liderada por Saitou Shin, codinome Kunzite. Só que ela não foi consultada antes disso e a sombra extra atrapalha sua vida normal, não ajuda que Saitou e ela começam a relação com o pé esquerdo. Mas existe um segredo sobre ele, e ela precisa descobrir o que é!

 

Olho Azul Apresenta:
Ainda que o Negue

 

Capítulo 2

  Naquele final de semana, Makoto havia tido a ousadia de mais uma vez mandar mensagens a Minako para saber se ela já havia feito a pergunta a Saitou. Claro que, no fundo, Minako adoraria saber em primeira mão que fofoca poderia ser tão forte a ponto de até Jadeite resistir a revelá-la. Mas não a ponto de perguntar para o próprio.

  Durante toda a semana seguinte, ainda insistiu com seus dois guarda-costas e acabou até apelando para Nephrite quando se encontraram em uma reunião na tarde de quarta-feira.

  — Saitou-kun é um profissional extremamente competente; não sei de onde ouviu isso, mas lhe garanto que a informação não procede.

  — Que informação? Eu não sei de nada!

  Nephrite ergueu uma sobrancelha.

  — Acabou de insinuar o envolvimento dele em um escândalo da família imperial.

  — M-mas... não dessa forma!

  — Sugiro que esqueça o assunto. Especialmente com o que temos programado para o fim-de-semana após este.

  Minako entortou a cabeça. Não era uma programação tão diferente, já que estava em plena turnê: teriam shows. Um de tarde, outro de noitinha. Teriam mais dois shows no domingo. Um de tarde, outro de noitinha. Chegava a um ponto em que até as pessoas da plateia mais pareciam sempre os mesmos personagens não jogáveis de videogame. Provavelmente, mais alguma entrevista na rádio de que não estivesse se lembrando, mas qual a relevância?

  — Não acredito que se esqueceu do show! — Nephrite zangou, os olhos soltando em sua direção.

  — Claro que não! Mas qual deles? — acrescentou a pergunta para se arrepender no próximo momento.

  — O show fechado de sábado!

  Não era raro que empresas os contratassem para shows particulares, em que ingressos não eram vendidos, mas oferecidos aos funcionários ou clientes selecionados. Com o escalar de seu nome, o cachê havia aumentado demais e o número de shows extras diminuíra, mas Nephrite tinha razão, aconteceria um dali a dez dias.

  — E o que tem ele? — Minako não compreendia qual o crime de não estar dedicando horas de seus dias para pensar em um show que de diferente dos demais seria apenas seu público. Claro, ela precisava pensar em tópicos específicos para entreter a plateia durante as conversas, mas sempre tinha uma história ou outra que funcionava bem com não fãs.

  — O que tem é que esse show de sábado que vem será para nosso futuro imperador, Sua Alteza Chiba Mamoru. Depois de muita conversa, eles até permitiram que registrássemos o show; vai ser no mesmo lugar deste fim-de-semana. Mostraremos com o que gravarmos que você não é simplesmente uma idol de um hit só, será uma bela oportunidade de marketing para nossos planos de expansão internacional. Por isso, você está proibida de ficar cavando problemas.

  — Não é minha culpa se ele deu um chute na bunda de uma herdeira por uma qualquer.

  — E essa qualquer acontece de ser muito fã sua, foi tudo graças a ela. Fique longe dessa história e prepare-se para o show.

  Minako ficou congelada com a boca aberta porque queria muito responder, mas não tinha palavras. A futura imperatriz do Japão era sua fã!?

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  No mundo de hoje, a família real japonesa não contava para muito. Eram ainda menos úteis que a inglesa, que ao menos ainda serviam de atração turística. Mas isso mudara com o escândalo que virou tabu na vida de Minako desde aquela quarta-feira com Nephrite.

  Sempre acontecia de um sucessor aqui e ali decidir casar-se com plebeus, decidir trabalhar... Era o século 21. O que diferenciava naquele caso era que se tratava do príncipe Mamoru, não simplesmente o primeiro na linha, mas aquele que estava programado de ser o próximo imperador já na primavera do ano seguinte. Seu casamento com a tal Fujiwara, que os jornais apelidaram de Beryl porque ela não podia ser nomeada publicamente mesmo todos sabendo quem era, seria registrado pouco antes e os dois seriam coroados juntos. Era o planejado por anos e anos.

  Só que se esqueceram de consultar o príncipe, pelo jeito. Um belo dia, ele conheceu essa menina — esta sim nenhum blog ou jornal revelou a identidade —, e continuaram a se encontrar sabia-se lá como até que o inacreditável aconteceu. O Príncipe Mamoru sempre fora tido como o aluno exemplar, o bom moço, mas ele pirou e fincou o pé: se não a aceitarem, eu vou embora. Como ele não tinha irmãos e ninguém era de confiança o bastante para ascender ao trono em vez do aluno exemplar, as opções eram bem limitadas. A notícia já tinha explodido nos tabloides não apenas no Japão, e a família real teve que aceitar a tal menina e também dar um pé na bunda de Beryl.

  Minako estava obcecada, reunindo todos os sites que houvessem noticiado o escândalo para descobrir o que Saitou poderia ter de envolvimento e o quanto. Pior, agora era ela quem havia sido proibida de falar sobre isso. Makoto tivera umas boas risadas ao saber.

  Mas a tortura real começava agora: passar dois dias inteiros com Saitou só se perguntando o quão importante fora sua participação no escândalo do Príncipe Mamoru. Ou mais ainda: e se fosse outro escândalo que nunca realmente havia estourado?

  ELA PRECISAVA SABER!!!

  — O que foi? — Saitou estava sentado no sofá do camarim com os braços cruzados e sua carranca típica, mas com certeza sentira os olhares de curiosidade que Minako lhe lançava desde que fora buscá-la para a sessão de fotos ao amanhecer. Considerando que já eram duas da tarde, ele havia resistido bastante.

  — Só pensando. — Ela virou o corpo para o outro lado do sofá em que estava, onde devia estar cochilando um pouco antes de se arrumar para o primeiro show naquela tarde.

  Saitou soltou um muxoxo, mas não comentou.

  E claro que Minako não conseguia nem fechar o olho por mais de dois segundos. Foram horas e horas absorvendo tudo o que havia sobre o Príncipe Mamoru e até os outros escândalos recentes. O que Saitou saberia? Melhor, o que Saitou teria feito?

  O camarim estava tão silencioso que ela conseguia ouvir o ruído da vibração vindo do celular de Saitou. Espichando a cabeça, confirmou que ele recebera alguma mensagem.

  A veia acima da sobrancelha!

  Havia mesmo um charme, e Minako odiava Makoto por lhe ter feito notar isso. Agora era difícil, quase impossível não pensar. Para ser sincera, ele tinha um charme. Era alto, tinha um bronzeado. E também se podia presumir que devia ser manter em forma, considerando que ele precisava ser forte para a proteger.

  — Não me diga que está com febre? — Saitou se levantou do nada.

  — Não, não! — negou desesperada e frustrada que estivesse corada sem nem se dar conta disso. E só com pensamentos idiotas.

  — Tem certeza? — Ele andou até a porta.

  — Não preciso de médico! — Minako disse rápido, antes que ele saísse para chamar alguém e ela passasse vergonha com alguma pessoa explicando a ele que Minako só vinha tendo pensamentos pervertidos com o peitoral do seu guarda-costas.

  Só que ele não abriu a porta. Foi bem ao invés disso, pois ela ouviu o distinto som da fechadura.

  — Você acabou de nos trancar aqui? — Ela se levantou do sofá e correu até a porta para confirmar, embora já tivesse visto muito bem a mão dele girar a chave.

  Saitou a impediu de até tocar a maçaneta.

  — Retorne ao sofá — ele falou lentamente. Mas não parecia nada calmo. Fazia pouco tempo que ela o conhecia, mas aquele não era seu tom calmo de jeito nenhum. Para fazê-la atingir o nível máximo de loucura, só faltava ele pedir a ela para ficar calma.

  — Você tá me sequestrando? — Era esse o podre dele? Teria ele sequestrado o Príncipe Mamoru? Gostaria de crer que esse seria um crime punível com enforcamento, mas e se Saitou tivesse algum podre do príncipe para se salvar? Ou de toda a família?

  Como ela queria saber o que era!

  Saitou contraiu os olhos para ela e apontou para o sofá.

  — Sente-se.

  Minako baixou a cabeça e cedeu. Não fazia ideia do quão louco era o homem que Nephrite contratara para protegê-la e não queria descobrir antes de ter virado a situação a seu favor. No caminho, contabilizava todos os itens possíveis de serem usados como arma assim que tivesse a chance.

  E se Saitou fosse o cara que esfaqueou a Naru-chan só para poder virar seu guarda-costas?

  — Por que está me olhando como se tivesse acertado na loteria? — Ele tinha acabado de checar de novo seu celular, provando que havia cúmplices.

  — Não me diga que a Mako-chan tá nessa também? — Minako negava com a cabeça como se pudesse hipnotizá-lo a mudar a realidade.

  Ele juntou as sobrancelhas e caminhou de volta ao outro sofá.

  — O que você sabe sobre o que está acontecendo? — Saitou perguntou com o olhar firme sobre ela.

  Era um ótimo momento para uma frase de efeito, para revelar tudo o que ela havia descoberto sobre seus planos diabólicos, que haviam feito a pobre Naru-chan vítima.   Só que ela não sabia de nada. Não. Havia uma coisa, que poderia não ter detalhe algum, mas ela tinha certeza de que aquilo havia sim acontecido.

  — Que você costumava trabalhar na segurança do Príncipe Mamoru — disse confiante.

  E se ouviu batendo contra a parede pela reação de Saitou. Não era nada como o vilão que teve seus planos descobertos. Não era sequer de alguém que estava entendendo o que Minako acabara de falar.

  Antes de lhe responder, porém, ele checou o celular mais uma vez. Minako se sentiu feliz quando viu que ele não estava satisfeito.

  — Tire essa alegria da cara — Saitou disse, voltando a encará-la. — Recebemos uma ameaça de bomba e, até checarem todo o prédio, estaremos presos aqui.

  — Pera, tem uma bomba aqui, mas a instrução é ficarmos presos? Aqui? Onde tem uma bomba? — Sua voz já havia alcançado tons inimagináveis. Seu instrutor de canto não ia gostar nadinha do maltrato. Ainda, sem perceber, Minako havia se levantado de novo e estava quase atacando Saitou.

  — Não tem bomba nenhuma. — Saitou indicou que ela voltasse a seu sofá e aguardou até Minako estar sentada. — Mas não sabemos se essas pessoas planejam algo sério ou só estão querendo se divertir com as nossas caras.

  — Como podem saber que não tem bomba nenhuma? E quem fez esses protocolos ridículos?

  — Mesmo se houvesse, estamos no subsolo, temos bem aqui um kit de emergência que nos manteria vivos por uma semana. — Ele apontou para um canto do camarim, mas Minako preferiu não perder seu foco nele.

  — Eu não me manteria viva presa com você aqui por uma semana!

  — O prédio não é tão grande assim; você ainda estará livre a tempo do segundo show.

  O primeiro show do dia já estava cancelado? Como ela poderia explicar a seus fãs que cancelaram o show porque sua equipe de segurança decidiu que não tinha bomba alguma, mas mesmo assim a manteria presa? Nem ela estava entendendo.

  Minako encarou seu carcereiro.

  — Como sei que não é você o responsável?

  — Pode checar seu celular, alguém deve ter te mandado algo.

  Ainda de cara feia, ela foi até sua bolsa e pegou o aparelho, mas...

  — Tá fora de área! — Olhou para ele ainda mais desconfiada, tentando sacudir o aparelho por toda a sala. — Vou reiniciar.

  Nitidamente aborrecido, Saitou foi buscar o celular e confirmar por si próprio.

  — Fora de área e com a bateria acabando, pra variar. — Ele o devolveu quase o jogando no ar. — Quantas vezes já te disse que faz parte da sua segurança mantê-lo carregado? Faça-o logo antes que desligue totalmente, tenha mais amor à sua bateria.

  Minako imitou os resmungos que ouvia enquanto procurava seu carregador na bolsa. Foi quando sentiu o cilindro de seu babyliss e teve uma ideia. Sem deixá-lo perceber, ela fingiu continuar a procura.

  — Era pra eu tá descansando, por que vocês não pensam também que saúde mental faz parte de me manter segura? — indagou ao vento, porque Saitou não dava qualquer sinal de que estivesse prestando atenção. Com raiva, ela jogou o guarda-chuvas de dentro da bolsa com toda a força nele.

  Mas Saitou o pegou no ar.

  — Não desconte em mim sua falta de planejamento e localize o carregador de uma vez.

  — Bem, e se eu não tô com ele? — Mostrou o interior da bolsa, sacudindo-a para aumentar o drama.

  Ele veio de novo na direção dela.

  — Estamos sofrendo ameaças e você não teve a capacidade de pôr um carregador na sua bolsa?

  Como se ele pudesse assustá-la com suas carrancas... Era até uma distração, já que Minako só conseguia mesmo ver a tal veia sexy saltitando.

  — Empresta o seu?

  — Não temos o mesmo celular.

  — Então, passe a trazer um carregador pra mim! Preciso ensiná-lo a fazer seu trabalho?

  — Você que precisa ler o que faz parte de fazer meu trabalho. Que fica bem difícil quando justo você é a que menos coopera.

  Minako deu um soco na palma da mão, porque acabara de perceber o que estava acontecendo.

  — Você! — Ela apontou para Saitou. — Você está me desviando do assunto de que você pisou muito na bola com o Príncipe Mamoru! Aposto que estas bombas também têm a ver com o que quer que você tenha causado que te fez merecer o pé real que levou na bunda. É culpa sua estarmos aqui!

  A acusação pareceu diminuir a ira de Saitou; era quase um balão desinflando na sua frente. Seu olhar não parecia mais estar ali. Foi para o chão, foi para um lado, virou para o outro. Ele tentou falar algo, mas nada inteligível saíra antes de ele desistir e voltar a seu lugar.

  — Não sei por que estamos aqui. Apenas sente-se e esperemos.

  — Pode mesmo ser sua culpa? — Ela sentiu que deveria esconder o sorriso vendo como o havia desarmado, mas era impossível. Aquele round era dela! Voltou à bolsa, checando o que havia deixado escondido e o segurou firme.

  Saitou remanescia em seus pensamentos, não indicando que a percebia se aproximar, ou talvez só não se importasse. Melhor para ela.

  — Estou ouvindo passos — Minako disse, apontando para a porta.

  Aquilo lhe ganhou atenção, mas Saitou não se levantou para ir conferir. Ele apenas virou o rosto, atento ao som que não existia. No mínimo, fora o bastante para Minako acertá-lo com seu babyliss no meio de sua cabeça.

  — O que você fez? — Saitou não havia desmaiado como ela esperava, mas encolheu-se com as mãos na cabeça, olhando-a desconfiado.

  — A chave! Me dá a chave! — Socando-o para mantê-lo ocupado, Minako esticou-se para pegar o guarda-chuva que jogara antes no acesso de raiva. Era ele que deveria ter usado desde o início. E acertou-lhe mais um golpe, mas Saitou se defendeu com o antebraço.

  No próximo segundo, Minako estava imobilizada no sofá.

  Foi quando o chão tremeu e as luzes se apagaram.

Continuará...

Anita

Notas da Autora:

Eu sei que foi uma péssima desculpa pra identificar a menina como Beryl, mas não consegui pensar em nada óbvio o bastante pra ficar claro. Eu ri um pouco da minha cara de pau. O capítulo ficou mais curto que eu imaginava, mas estamos na metade da fic. Espero que estejam gostando. Por favor, não se esqueçam de comentar!

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