Autora: Anita
Fandom: Phoenix Wright
Classificação: 16 anos.
Gêneros: het, drama, aventura.
Status: Completa
Resumo: Phoenix é sequestrado e Franziska precisa se esforçar para salvá-lo.
Notas Iniciais:
História escrita para o SAOF, um desafio promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal.
Olho Azul Apresenta:
Cárcere
Privado
Phoenix juntou e esticou os braços em vão para impedir o impacto de seu
rosto contra a calçada. Sua consciência já estava tão falha naquele momento que
o comando não foi bem atendido, ele só tinha certeza de que os braços se
mexerem porque além da batida da cabeça no chão, uma dor aguda vinha dos
membros superiores por agora estarem esmagados contra seu corpo. Por sorte, a
dor não durou muito antes que sua vista e sua própria mente escurecessem.
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- Protesto! Este idiota que só faz
idiotices idiotamente idiotas só pode ter armado essa história idiota! – gritou
Franziska Von Karma no tribunal, o chicote brandindo no chão.
Isto ocorreu após Phoenix apresentar tantas provas à testemunha que o
homem, um pequeno empresário falido recentemente, confessara haver cometido o
homicídio no lugar do atual réu, seu sócio, suposto melhor amigo e cliente do
advogado.
A promotora estava aterrorizante como sempre, mesmo após haver perdido.
Entretanto, Phoenix tinha que confessar que, desde que descobrira contra quem
ele atuaria, em vez de temer seu chicote, ele vinha era fantasiando com aquela
prodígio. Sem chicotes, claro. Sem roupas e tantas outras coisas também.
O juiz respondeu apenas que não poderia acolher um protesto que se
baseasse apenas na opinião da promotoria. Um grito agudo ecoou da audiência, da
filha do agora condenado, e tirou a atenção de todos do soar final do martelo
do juiz.
O advogado suspirou enfim. Seu cliente estava livre, e ele ainda possuía
várias provas consigo que nem precisara apresentar. Phoenix se preocupava com o
que a filha do real agente do crime faria de ali em diante: uma deficiente
física por quem o pai acabara por até matar a fim de manter a empresa e pagar
todo o tratamento da jovem. Ao mesmo tempo, a inocência de seu cliente havia
sido provada e sua missão como seu patrono se cumprira por fim.
Ele já sabia o que o sócio inocente lhe diria. E que sua visão iria
direto para seu lado, aonde Maya ainda não retornara desde que decidira treinar
ainda mais após o caso da morte de sua mãe. Phoenix até sabia que o bom
detetive Gumshoe viria cumprimentá-lo e anunciar-lhe suas férias, partiria de
viagem imediatamente e que era uma pena não poder comemorar com ele. O advogado
também sabia que a promotora, que viera correndo após sua mais recente missão
com a Interpol apenas pela chance de atuar contra ele, daria chicotadas no
detetive, quem sairia correndo com a promotora logo atrás lhe ameaçando dar
férias eternas e não remuneradas.
Phoenix sabia de tudo isso porque as cenas já aconteceram. Ele apenas
estava sonhando com os momentos anteriores ao pano molhado que lhe puseram no
nariz e boca e que lhe fizera perder os sentidos. Devia tê-los recuperado em
algum momento e aí caído no sono. Sono ao qual retornava sem nem ter certeza de
onde estava no momento. Talvez ainda na frente do prédio do Tribunal, onde o
haviam atacado...
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Estava sendo balançado. Ninado? Sua mãe sempre o ninara até entrar para
o primário e começar a se sentir velho demais para isso.
Falta de ar. Fora chutado no estômago. Tossiu, buscava desesperadamente
por ar. O tossido não saiu muito bem, sua boca estava presa por uma fita, ou
algo assim, que a pessoa que o chutara agora removia.
- Diga olá pra sua heroína. – O
cheiro de álcool misturado a podridão o inebriou.
Phoenix se esforçou para, desta vez, manter os sentidos. Estava preso
pelos braços e pelas pernas. Em um quarto vazio, sujo e pouco iluminado por uma
lâmpada amarela. Mais que um lugar-comum em forma de cativeiro, o lugar lhe era
familiar.
- Vamos, moço, fala um pouco com a
senhorinha aí ou ela vai pensar que já te matamos. – O homem lhe chutou a
clavícula e o fez rolar da posição fetal até ficar de barriga para cima.
A claridade da lâmpada machucou-lhe
os olhos, mas não podia prestar atenção nisso. O celular foi empurrado pelo
capanga, agora agachado a seu lado, fazendo movimento que falasse logo.
Phoenix deu o grito mais alto que pôde. Onde estivesse, alguém tinha que
ouvi-lo. Mas o homem apenas riu com seus poucos dentes.
- Estamos meio longe das pessoas.
Digo, ainda é cidade, mas ninguém aí ouvi-lo, não, moço. Bem, sua amiga o
ouviu, é o que importa. – Ele recolheu o celular e se endireitou para sair do
cômodo.
- Espere. Deixa eu... – pediu
Phoenix, mas a porta se fechou.
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Era sempre o mesmo homem que vinha lhe dar um pão recheado de macarrão e
um copo de água. Ele tinha certeza de que não era o real mandante; aquela
pessoa não parecia interessada em nada além de cumprir ordens.
Após a segunda refeição, Phoenix percebeu que não seria levado ao
banheiro. Sua barriga doía de segurar a urina; então, ele tentou pensar em
outras coisas. Pôs a mente para trabalhar, procurar qualquer detalhe incomum
sobre aquela sala. A próxima vez em que lhe deixassem falar com a mulher
detetive do caso, ele poderia lhe dar mais que um grito. Já havia chegado a seu
limite quando o algoz apareceu com mais um prato e mais um copo de água.
- Preciso urinar... – Não era hora
para se sentir embaraçado, mas o rosto do advogado queimou.
- Ih, pode não. Pode não. – ele
estalou a língua e procedeu a lhe oferecer o pão.
Mesmo havendo recusado o copo de água, a bexiga de Phoenix não aguentou
muito tempo após a saída do outro. A sensação quente descendo-lhe as pernas o
fez lacrimejar um pouco.
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- Ih, que cheiro ruim! – reclamou o
homem, acordando o advogado de volta para o pesadelo real.
Ele já não conseguia mais sentir a amônia e sabia que a sensibilidade do
toque da calça contra a pele nos quadris era apenas impressão tantas horas
depois, ainda assim, Phoenix sentiu vontade de esconder o rosto. Não queria nem
imaginar quando sua necessidade fisiológica fosse outra, mas qualquer movimento
em seu intestino o deixava apavorado.
O homem deixou o plástico com o pão e o copo de água no chão e saiu do
quarto por um momento para voltar com um balde de água. Jogou-o no meio do
corpo do advogado e pareceu satisfeito com a própria ideia. Recolheu o pão e
serviu-lhe como sempre.
Um pão de loja de conveniência. Como Phoenix não havia percebido isso
antes? Era uma pista bastante fraca, mas guardou o nome para si. Imóvel
abandonado perto de tal loja de conveniência já podia ajudar a polícia.
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Na próxima vez que a porta se abriu, o homem o chutou e pôs o celular em
seu ouvido.
- Fala aí, moço.
Phoenix teve dificuldade de falar após tantas horas quieto. Mas começou
por dizer que vinha sido bem alimentado por pães de tal loja. Desde que o
detetive da outra linha não fosse Gumshoe, ele teria que entender. Ou ela, se
fosse ainda a mulher que teria lhe ligado da primeira vez.
- Phoenix Wright? – A voz inconfundível de Franziska Von Karma o
acordou do torpor em que se sentia havia horas e fez seu coração bater um pouco
mais forte. Ela viria salvá-lo, sendo ela própria neste caso, Franziska tinha que poder salvá-lo! – Apenas coopere com eles. Seu idiota! É tudo
culpa da sua idiotice de apenas defender pessoas idiotas e montar casos
idiotamente, ouviu?
O algoz lhe tirou o celular e desligou o aparelho.
- Ela é tão brava. - Virou os olhos
antes de deixá-lo.
As próximas horas foram preenchidas por cogitações de quem poderia
querer se vingar de sua pessoa em razão de algum caso. Àquela altura todos os
que ele acusara já haviam morrido. Exceto um, a testemunha que confessara
naquele, mas que já estava presa desde o dia de seu sequestro. E, antes da
prisão, ele não teria como saber que seria acusado para preparar algo assim,
certo?
Nunca fora realmente odiado, apesar de não ser o advogado mais popular,
devido a seu jeito bem... emocionante de se conduzir um processo. Mas somente
uma pessoa lhe declarara ódio e ainda estava viva: exatamente quem vinha
resgatá-lo. A senhorita Von Karma podia ter no código genético a matéria prima
de se tornar alguém capaz de tudo aquilo, mas Phoenix sabia que ela não era a
culpada.
E ele continuou a buscar nomes em sua mente.
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Não demorou muito para sua dica fazer efeito.
Um dia, Phoenix foi acordado com pressa por aquele mesmo homem de
sempre. Ele havia aprendido a suportá-lo, era um senhor que fazia tudo aquilo
com alguma frieza, como se só estivesse trabalhando em uma fábrica ou em alguma
plantação. Exatamente por isso, o homem nunca abusava ou tentava torturá-lo sem
necessidade. Ao mesmo tempo, isto também significava que não importava quantas
vezes lhe implorasse, aquela pessoa não o deixaria livre.
Nesse dia, porém, Phoenix notou que passara a confiar na pessoa errada.
O homem o puxou com facilidade pelo pescoço. Bem, com certeza, emagrecera após
tantos dias, literalmente, a pão e água. Não obstante essa possibilidade, ainda
não podia estar tão fraco a ponto de ser arrastado como se não fosse nada.
Outro detalhe que o assustara fora uma arma de fogo na outra mão do capanga.
Como ele a conseguira? O advogado começou a ajudar com os passos, não queria
irritar aquele homem ou até causar um disparo acidental contra quem fosse.
Ao sair do quarto, foi arrastado por um corredor até um cômodo mais
largo. A polícia acabara de arrombar a porta principal, e o capanga se viu
cercado. Ele andou para trás.
- Fique bem parado aí! – gritou uma
mulher. A voz era inconfundível. Franziska Von Karma segurava um chicote
apontado para o homem. – Você está cercado, solte Phoenix Wright e poderemos
negociar sua situação.
- Sinto muito, moça.
O homem puxou Phoenix com força, a arma apontada para sua cabeça tal
qual em um daqueles filmes de ação. Ainda assim, o primeiro pensamento que veio
à mente foi o de que havia apenas dois homens junto da senhorita Von Karma,
isto não era um bom número para a proteção da promotora.
Um deles ergueu sua arma e apontou para o capanga. Até Phoenix sabia que
não era de fogo, apenas uma arma de choque.
- Onde está seu chefe? – perguntou a
mulher, não parecendo intimidada.
O capanga apertou ainda mais o pescoço do advogado e começou a correr na
direção oposta da polícia. Havia outra porta bem ao fundo, percebeu Phoenix.
- Corram lá pra fora! – gritou a
senhorita Von Karma imediatamente e lançou uma chicotada na direção do
fugitivo.
Ele apenas parou por um momento, o bastante para mirar e disparar. Então,
chutou a porta de madeira podre e correu pelo mato que cercava a casa. Um
furgão branco com o nome de alguma empresa estava ligado a poucos metros. O
homem entrou nele com Phoenix, este atordoado demais sem saber se o tiro havia
acertado a promotora.
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A parte de trás do furgão não possuía janelas, então Phoenix apenas
ficara sentado, incerto de para onde iriam. Seus olhos também se sentiam
estranhos em razão da luz do dia; fazia tempo demais desde que fora posto no
quarto escuro. Acima de tudo, seu coração estava apertado.
- Ela...
- Shhhh! – brigou o capanga, não
pela primeira vez durante o trajeto.
Como estaria a senhorita Von Karma? Por que ela acompanhara a polícia,
escoltada por tão poucos homens? Pensando bem, para encontrarem aquele lugar
apenas com a dica de Phoenix, eles deviam estar vasculhando toda uma área. Não
se sabia o que iria encontrar, então, não deviam ter sido mandados homens
realmente armados. A promotora apenas estava na equipe certa, provavelmente. Ou
na errada, pensou.
Agora,
como seria tudo? Haveria outro esconderijo? Pensando assim, Phoenix caiu em um
pesadelo do qual só lhe restaria a sensação ruim quando acordasse.
E foi a voz de alguém na parte da frente do veículo que o despertou.
- Agora eu estou muito bravo,
comandante, - dizia um homem com voz calma. – Eu nem tenho pra onde levar o
advogado. Esta operação toda foi um desastre para os dois lados. Então,
proponho o seguinte: você esquece tudo. Eu também. Matamos o refém e fim da
história.
O comandante da polícia metropolitana foi quem respondeu em seguida,
reconheceu Phoenix. Contudo, não conseguia ter certeza do que o homem falava.
- Se isso é tão ruim... Façamos um
acordo melhor, né? – Silêncio. – Um helicóptero com bastante combustível. E um
milhão de dólares. Razoável, certo?
Phoenix percebeu que, não tendo família viva, não havia quem pagasse por
seu resgate. Aquele pedido nunca seria atendido. Baixou a cabeça.
Havia se passado mais de uma hora quando foi feito novo contato entre o
motorista e o comandante da polícia.
- Nós conseguimos um helicóptero e estamos juntando o dinheiro. – A
voz agora era bastante clara.
- Ora, desta vez foi rápido.
- Antes, diga-me como ele está. – Era a voz da senhorita Von Karma,
ainda mais límpida. E brava.
- A senhorita também virou a favor
de negociações depois de hoje? Seu namorado estava perguntando por sua saúde.
- Mostre como ele está, ou não receberá um tostão, seu idiota que só sabe
fazer idiotices idiotamente idiotas!
A linha ficou muda após o som inconfundível de um chicote.
O carro parou pouco depois e a parte de trás do furgão abriu para
revelar o provável mandante de todo o sequestro. Não era a testemunha que
Phoenix transformara em acusado naquele último julgamento. Tampouco sua filha
inválida, como chegara a desconfiar. Era justamente seu cliente.
- Sorria um pouco, senhor Wright.
Aquela princesinha vai precisar de muito mais que essa cara se for pagar um
milhão de dólares ao cara que ela acusou. Suponho que não seja o comandante da
polícia quem doou tanto dinheiro assim pra sua causa e você não tem mais
ninguém... Vamos fazer um bom serviço por todo o dinheiro da nossa princesa
heroína.
- Você!
Seu cliente sorriu. Uma expressão muito diferente da que o cumprimentava
todo dia na penitenciária.
- Na verdade, foi ele. – Apontou
para o capanga, que apenas coçou a cabeça com um sorriso desajeitado.
- Aquela moça parecia tão brava!
Achei que seria mais fácil pegar este aqui mesmo no lugar dela.
- Claro, um advogado falido iria
pagar a minha fuga do país! – O mandante olhou bravo para o subordinado. Então,
ergueu o celular e disparou para o rosto abobalhado do refém.
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O novo cativeiro de Phoenix era aquele furgão, que pertencia à empresa
de que seu cliente e o verdadeiro culpado do julgamento eram sócios. Seu
cliente vinha desviando verbas da empresa havia bastante tempo, isto era
conhecido de Phoenix à época do julgamento. Fora uma das maiores questões, já
que, graças à má administração, a empresa entrara em falência e o outro sócio
fora a extremos para impedir a decretação oficial. Por fim, chegando a matar em
um acesso de raiva a pessoa que representava seus credores, tão desesperado
ficara para salvar sua filha.
Agora, Phoenix descobria que não era apenas à empresa que seu cliente
devia dinheiro, mas também a vários agiotas. Quando ele fora preso, esses lhe
deram o ultimato de quando fosse solto e que era melhor para ele que o fosse,
não deixando claro o que fariam na ocasião de não ser absolvido. Seu cliente,
assim, tivera a grande ideia de sequestrar a promotora do caso, herdeira de uma
fortuna que lhe salvaria a vida. Contudo, o único capanga que encontrara
enquanto ainda preso decidira mudar o alvo, por achar que todo mundo no
julgamento era igualmente rico, e sequestrara justo o que menos poderia pagar.
Phoenix estava aliviado, pensando melhor. Não gostaria de imaginar o que
poderia haver acontecido com a senhorita Von Karma, a sós com aquele homem. Com
qualquer um daqueles dois, na verdade. Ainda assim, a verdade era que não
poderia pagar; aquele dinheiro prometido pela polícia devia ser falso. Restava-lhe
torcer para dar tudo certo, mesmo sabendo que seu cliente não era do tipo que
não checaria o resgate.
Ao menos, a senhorita Von Karma estava viva. De vítima, bastava ele.
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Os últimos momentos de seu cativeiro foram rápidos. Phoenix ouviu uma
ligação com a senhorita Von Karma, em que ela confirmava a localização do helicóptero
com o dinheiro. Ao fim, pediu para falar com ele.
- Phoenix Wright, tente não estragar nada. Apenas siga os comandos. –
disse-lhe pelo viva-voz.
- E você fique longe da linha de
frente, senhorita Von Karma.
- Desde quando cumpro ordens de idiotas que só sabem agir idiotamente
como perfeitos idiotas!? – Apesar do tom aborrecido, ela suspirou e
acrescentou: - Pode deixar, nunca mais esqueço
meu colete. Preocupe-se consigo mesmo.
Phoenix sentiu-se rir após tantos dias.
- Confie em mim. – completou a senhorita Von Karma.
- Eu confio, - disse-lhe com um
sorriso que não seria visto pelo telefone, por isso, se esforçou para juntá-lo
a seu tom de voz.
- Quando isto acabar, vamos comer-
O mandante desligou a ligação.
- Odeio interromper os pombinhos,
mas temos que nos dirigir a sul para não perdermos nosso voo.
Só mais um pouco. E Phoenix poderia ele mesmo convidar a promotora para
um jantar a dois, pensou para se acalmar, enquanto era levado para trás e
novamente amarrado. Aliás, por que já não o havia feito antes? De fato, o
chicote o amedrontava um tanto, mas não era como se já não o experimentasse na
pele sem fazer muito. Que aquela situação lhe servisse para aprender a agir
mais.
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O ponto marcado para fazer a troca estava cercado. Pelo celular, o
sequestrador pediu que a garantia de que não seria preso fosse novamente dada.
Ainda acrescentou que dessem passagem para o furgão até a entrada do
helicóptero, por onde ele fugiria com o dinheiro.
Phoenix não imaginava que haveria tantos policiais assim. E, bem no
centro, Franziska Von Karma estava de pé com um megafone em mãos. Desta vez,
quem dirigia era o capanga. O sequestrador apertou o advogado contra o corpo e
ainda deixou a arma contra sua cabeça ao descer de lá. Não fez qualquer contato
com os homens presentes ou deu atenção aos gritos da promotora quem tentava
organizar os homens. Apenas apontou a maleta com o dinheiro para seu capanga
conferir.
Phoenix prendeu a respiração, enquanto observava os dólares passarem
pelas mãos sujas, quase negras, de seu algoz.
Naquele momento, o carro estava bem entre ele e a senhorita Von Karma. Havia
silêncio por parte da polícia.
Só mais um pouco, pensou. O sequestrador deu ordem que o helicóptero
fosse ligado, e o capanga entrou no mesmo com todo o dinheiro. Em seguida,
Phoenix também foi arrastado para seu interior. Tentou protestar, mas desistiu
ao sentir a pressão do cano já quente de tanto tempo que ficara em contato com
seu corpo. Eles não pretendiam jogá-lo depois que já estivessem começando a
levantar voo, né?
- Solte o refém! – gritou a
senhorita Von Karma, fora do megafone. Então, repetiu-o no aparelho e
acrescentou: - Iremos disparar contra o helicóptero se não o soltar.
- Você não arriscariam matar dois
inocentes além de nós! – disse o sequestrador. Então, ordenou que se fechasse a
porta e começasse o voo.
- Você! – reclamou Phoenix, jogado a
um canto. – O que pretende fazer me levando junto?
- Levá-lo? Não se preocupe, senhor Wright,
não vou deixar qualquer pista de para onde estamos indo. – E fez um sinal para
seu subordinado.
O mesmo pano úmido de antes o nocauteava mais uma vez.
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Quando Phoenix acordou, estava nos braços da senhorita Von Karma, que o
abraçava com força. Eles não se encontravam naquele campo afastado da cidade,
mas em frente ao Tribunal. O advogado apenas havia desmaiado; todo o sequestro
não passara de um pesadelo. Riu-se. Contanto que a urina nas próprias calças
também não passasse de sua imaginação, tudo ficaria bem. Agora, ela estava ali
para protegê-lo.
Não se importando com os curiosos ao redor, Phoenix puxou a promotora
para si e a beijou com força, paixão. Quem ligava para jantares, por que não
passavam logo a vida juntos?
Apenas por precaução, levou a mão até suas calças, para conferir o
detalhe que vinha lhe incomodando. Assustou-se ao perceber que elas não estavam
apenas úmidas, mas envoltas em pura água.
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Quando Phoenix acordou, estava quase afogando em pleno mar. O corpo
dolorido, possivelmente em razão do choque contra o oceano. Olhou para cima,
onde o helicóptero continuava seu trajeto. Daquela altura, era muita sorte que
houvesse sobrevivido, pensou. Ao menos, também o haviam desamarrado. Mas o que
faria de agora em diante?
Não vinha se movendo fazia dias demais para simplesmente poder nadar
pelo oceano. Precisava pensar rápido antes que uma câimbra fizesse o que a
queda não conseguira.
Começou a nadar em direção oposta à do helicóptero, tentando manter
movimentos calmos. Ele não morreria afogado em um oceano depois de tudo o que a
senhorita Von Karma fizera por ele. Phoenix precisava sobreviver. Pouco tempo
após, ele enxergou terra. Usou suas últimas forças até lá.
Agora estaria a salvo. Bastava esperar socorro. Aquele seu pesadelo iria
enfim acabar. E perdeu a consciência para mais sonhos com a promotora,
recheados de beijos intensos.
Estava com fome e sede. Estava sangrando e dolorido. Demoraria muito
para o encontrarem? Tudo daria certo, mentalizou antes de desmaiar uma vez
mais.
Alguém o encontraria. Não podia estar tão longe assim... Bastava
seguirem o helicóptero. Phoenix já sobrevivera a ataques fatais antes. Já até caíra
em um rio de uma altura que poderia haver matado qualquer um e apenas gripara
em razão disso. Ele era Phoenix Wright, um advogado famoso por suas viradas emocionantes
dentro e fora do tribunal.
Phoenix não chegou sequer a fechar os olhos quando perdeu a consciência
mais uma vez.
FIM!
Anita, 23/04/2012
Notas
da Autora:
A proposta era ser algo mais curto
para dar ênfase aos maus tratos que ele sofreu no cativeiro, mas acabei tendo
que explicar melhor a situação e as cenas de sofrimento perderam destaque. De
qualquer forma, o resultado não foi tão ruim quanto comecei a achar que seria.
Quase que esta fic foi parar na lixeira, confesso. De toda forma, não é um
gênero com que me sinta confortável e sei que não ficou uma história boa. Mas
que seja, o que importa é que tenha terminado!
Sem muitos comentários aqui. Acho...
Não é como se mais que dois fosse ler esta história mesmo, né? Só acho q este é
um tipo de fic que não voltarei a fazer, não se preocupem, rs.
Beijos e até a próxima. Não deixe de
visitar meu site, Olho Azul, HTTP://olhoazul.50webs.com,
e contribuir com suas histórias, aceitamos todas as classificações e fandoms!
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