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Teatro das Verdades § 7 - Eu não Posso...

Notas Iniciais:
Depois de uma nova demora, e por eu ter recebido muito mail legal(e pela Lucy-chan ter me cobrado sempre...) decidi fazer este cap, comecei a escrevê-lo ontem e consegui ir bem rápido porque aqui tem trechos da peça Romeu e Julieta que não é minha... (quem me dera!!!) mandem mail pra mim: anita_fiction@yahoo.com !!!

Olho Azul Apresenta:
Teatro das Verdades
 
Capítulo 7- Eu não Posso...
 
-Yasmim já tem o seu, Anne e Lucy também... Sobrou eu! Logo eu!-falava Marine, enquanto as outras três a olhavam cada uma mais encabulada que a outra.
-Marine!-Yasmim quebrou o silêncio, totalmente vermelha.-Eu não estou namorando ou ficando com o Gustavo, te disse totalmente os detalhes de tudo!
-Mas gosta dele e tem chances... É o que importa! E eu que nem tenho ninguém em vista? E você Lucy!? Acha que não percebi os olhares daquele bonitão pra você, durante todo o ensaio!?
-De quem está falando?-a ruiva perguntou inocentemente.
-Ah, claro! Essa aí tem dois! Estava falando do Águia, mas se substituísse o nome pelo do seu Romeu daria no mesmo...
-Calma, Marine... Não precisa ficar brava, porque tem muitos garotos por aí aos seus pés...-Anne veio em defesa das outras duas amigas.
-Está certo... Não quer ficar de fora, né? Pois bem. E aquele dos cabelos verdes, que te deu aquela cantada? Ferio seu nome...-Anne baixou a cabeça.-Bem, ele também não desistiu, né?
-Isto não tem a ver...
-Ah, sim! Tem sim!
-Marine, chegamos...-falou Yasmim, para alívio da loira.
 
  Numa hora, não das mais apropriada, Águia viu Lucy chegar e foi direto cumprimentá-la.
 
-E aí? Como vai, minha querida Lucy?-Lucy olhou para o garoto que apareceu do nada.
-O que faz aqui tão cedo?
-Vim ver o ensaio, você me permite?
-E Deboner?
-Ela não importa... Se não quiser vou embora...
-Pode ficar se quiser...-ela respondeu tímida. Do nada, Águia deu-lhe um beijo na bochecha e se foi.
-Ahem! Do que será que eu falava?-Marine falou, ainda com raiva.
 
  Lucy sorriu e olhou para Águia, novamente sentado em seu lugar anterior. Lkogo em seguida avistou Deboner chegar.
 
-Vejo que também já veio com as suas amigas...
-Tem algum problema, diretora?-Deboner sorriu sacudindo a cabeça lentamente.
-Claro que não, contanto que não atrapalhem. Hoje será um grande dia!
-Um grande dia?-Lucy olhou Deboner que vibrava.
-Hoje ensaiaremos algumas outras cenas, mas românticas e que exigem maior talento, isso até me excita, Lucy! Vá, quero que chame Lantis logo! Pretendo começá-la o mais rápido possível!!!
-Olá meninas!-Kátia já estava lá sentada na primeira cadeira, lendo seu script.-lucy, já decorou suas falas?
-Mais ou menos, eu sei, mas acabo esquecendo...
-Isto é normal, contanto que saiba a essência... O importante é ser real, logo decorar é até meio errado.-Lucy sorriu, Lantis lhe havia dito aquilo algum dia desses. Por falar nisso...
-Eu tenho que ir...-e ela foi, deixando a professora meio desamparada.
-Foi ver seu Romeu.-falou Marine azeda.-Vou ver a sala de Iluminação...
-A sala ou o que está ali?-Yasmim perguntou sarcástica, Marine levantou um dedo não muito bonito e se foi.
-O que houve com ela?
-Ciúmes de a gente ter alguém e ela não...-Yasmim falou sentando e pegou o script para olhar.-Qual vai ser a cena de Lucy?
-A do baile primeiro, depois a da sacada, é a que entro... Logo Lucy descansa e eu treino algumas com Romeu...
-A do baile!?-Anne e Yasmim perguntaram em uníssono.
-É...-Kátia pegou o script de volta.-por que a surpresa?
-Não é aquela que...-Yasmim começou.
-Romeu fala de se limpar de seus pecados com um beijo?-Anne completou.
-Esta mesma, algum problema?
-Acho que Lucy nunca beijou...
-O palco não é o melhor para aprender, mas sei que Lantis vai com calma com ela, não um beijo mesmo... O problema é que hoje teremos muitas cenas assim, como a da morte.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Lantis...-a ruiva andou pelos bastidores, praticamente não o conhecia, logo se perdeu.-Lantis? Cadê você? Alguém aí? Acho que me perdi...
 
  Abriu uma outra porta, era outro corredor.
 
“Não pensei que o teatro fosse tão grande!”
 
  Empurrou uma porta. Estava num local repleto de fantasias, máscaras e alguns milhares de objetos. Viu algumas espadas falsas e uma até verdadeira, floretes, punhais, frascos de vidro, vestidos de princesas, roupas de criada, coroas, capas, armaduras, vasos...
 
-Quem está aí!?
-Aaaaaaaaaaah!!!-Lucy deu um pulo ao ouvir a voz masculina e ao se virar...-Zagar!?
-Sim sou eu... Pensou que era Lantis? Era você que o chamava?
-Deboner pediu para achá-lo, pois o ensaio vai começar...
-Com certeza não é ele...-Zagar apontou para um esqueleto e Lucy riu...-Venha, está em seu camarim.
 
  Foram calados até uma porta, Zagar bateu e falou da presença de Lucy.
 
-Espere um momento...-Lantis respondeu de dentro.
-Bem, eu estou indo... Até mais, Lucy.-e o irmão mais velho de seu amado sumiu pelo teatro.
-Olá, Lucy.-Lantis abriu a porta, tinha os cabelos molhados e embaraçados e estava sem blusa. A menina ficou vermelha, ele era liiindo, mas com certeza o atrapalhara...
-Eu... Deboner ela pediu para ir para o abdômen que começa daqui a sarado... Ai meu Deus!-o rapaz riu.
-Eu tenho que terminar de me vestir, entre...
-Eu já estou indo...
-Vamos, sem nós dois lá, ela não começa mesmo.-ele puxou-a pela mão. A menina o viu pôr uma blusa azul marinho e pentear os cabelos, ajeitando-os com as mãos. O cheiro do perfume já estava no quarto... Ela sentia-se bem...
 
  Logo ele terminou e a chamou para irem.
 
-Acho que não é pra lá...-Lucy falou, vendo Lantis tomando a direção de onde ela viera com Zagar.
-Não estou indo para o auditório, vou te mostrar seu camarim...-ele abriu uma porta ao lado da dele.
 
  Era do mesmo tamanho, mas tinhas as paredes rosa claro e com objetos mais femininos. No divã estavam alguns vestidos e laços de cabelo, ali perto vários pares de sapato.
 
-Serão suas fantasias, logo Deboner pedirá para que as experimente.-Lucy pegou um deles, era branco e menor que os outros, cheio de purpurina e perto tinha um par de asas.-Usará na cena que ensaiaremos hoje primeiro.
-Qual?
-O baile de máscaras. É uma fantasia de anjo, você ficará linda nela, na minha opinião.-Lucy ficou vermelha e botou na frente de seu corpo a roupa.-E acho que estou até te subestimando!
-Lantis!-ela disse pondo a roupa no lugar.-É melhor irmos.
 
  Ele a olhou com seus olhos violeta, naquele silêncio Lucy acabou por prestar mais atenção em algo que sempre vira, mas que de repente se destacara.
 
-Você estava... Você está triste hoje...-ela falou, escolhendo as palavras mais adequadas para o momento.
-Eu...-o rapaz olhou para os próprios pés, Lucy não se lembrava de vê-lo tão desconcertado, na verdade, poucos já o viram assim.-Eu estou bem.
 
  Optara por mentir, mas ela não acreditou, o que havia nesta garota que quando o mirava via mais do que até seu próprio irmão ou Águia. Oh, mas ele sabia bem o que havia nele!
 
-Está mentindo...-ele a olhou, estava na cara que ela se decidira por levar aquilo adiante, ao invés de deixar passar.
-Eu sei, mas prefiro que fique assim.
-Não vou deixar...-ele a olhou novamente, espanto ali dentro, todo seu corpo se paralisara.
-Como?
-Lantis... Esconder as coisas e se afogar no teatro não ajuda.-o garoto quase riu, ela não fazia idéia do que ele sentia, pensava que era só por causa de sua família.
-Fala de Zagar e Esmeralda?-Lucy assentiu, dessa vez Lantis sorriu.-Pois não é... Se quiser imaginá-lo assim, faça o que quiser.
-Certo...-percebera que não havia porquê continuar, Lantis não lhe falaria, ainda não.
 
  Ela estava errada.
 
  O jovem se aproximou da garota, com olhar sincero.
 
-Sabe... Há uma garota que anda revirando minha cabeça e infelizmente não posso fazer nada...
-Você é legal e bonito... Qual é o problema?
-O meu amigo também a quer.
-Ah. Eu a conheço?-Lantis esperava por aquela pergunta e teve que ser rápido.
 
  Até ela foi um passo, passou seu braço por sua cintura, fazendo-a ficar ainda mais perto, que sensação gostosa. Com o outro braço pegou seu rosto e fez com que seus lábios se unissem num terno beijo, que logo se aprofundou.
 
  Lucy não entendia o que estava acontecendo. Lantis... Beijando-a? Era um sonho, mas estava tão quentinho, tão bom... Sua imaginação não podia ser tão fértil.
 
  A voz de Marine começou a ecoar por sua cabeça, enquanto sua boca e a de Lantis acariciavam uma a outra.
 
“...se substituísse o nome pelo do seu Romeu daria no mesmo...”
“Daria no mesmo...”
“Acha que não percebi os olhares daquele bonitão pra você...”
 
  Lágrimas de felicidade percorriam pelas suas bochechas, não achou que seria tão bom, parecia flutuar em uma nuvem, aconchegante. Eram os braços de Lantis...
 
  Mas a nuvem se desfez, ainda no beijo, a cabeça de Lucy voltava à consciência do que acontecia e a voz voltava a ecoar em sua mente. Não eram mais as palavras de Marine e sim as Deboner.
 
“Não se apaixone, Lucy. Estou sendo direta. Lantis é um belo rapaz e muito talentoso.”
“Se isto acontecer, a peça pode sair perfeita, mas logo você pode ter seu coração partido. Lantis não gosta de amor, pois já lhe destruiu a vida. Não crie esperança alguma!”
 
  Pulou para trás, com o corpo trêmulo e caiu em cima das fantasias, no sentada no sofá. Lantis que se assustara também deu um passo para trás e, ao abrir os olhos, viu a menina tentando conter as lágrimas.
 
-Sinto muito... Foi um erro... Eu pensei que você... Eu...-nisso a porta abriu para revelar Águia. Provavelmente não era a pessoa que Lantis queria ver. Toda a reação de Lucy ao beijo o levava a crer que só venceria na peça, no final Águia ficaria com Lucy.
-Vocês estão fritos, Nova os está espe...-ele olhou Lucy no sofá, com os olhos bem mais vermelhos que de costume e decidiu-se por ficar quieto, poupá-los daquilo pelo ao menos.
 
  Apesar de não chorar, Lantis também estava abatido. Era a verdade que seu mundo caíra. Nem o teatro adiantava... Seu único repouso era com Lucy e, mesmo sabendo que o amigo também sentia algo, resolveu investir, precisava de seu conforto, desesperadamente! Porém ela já tinha feito sua escolha, já tinha seu próprio abrigo.
 
  Nos braços de Águia.
 
  Este se esforçou muuuuuito para compreender o que acontecera. Lucy gostava de Lantis, Os dois estavam a sós naquele camarim. Ela estava em cima de suas fantasias na peça. Não estavam ensaiando pois não havia tal cena. Lantis estava pálido!
 
“Droga! O que houve ali!?”-Águia se gritava.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Até que enfim, onde se enfiaram os dois?-Deboner perguntou autoritária, mas como Águia, ao ver o estado de ambos decidiu por começar logo o ensaio.
 
  Sentou-se no fundo e falou.
 
-Pretendia passar o texto, mas o melhor é que vocês comecem, já estamos atrasados demais.
 
  Ambos subiram no palco e pegaram seus scripts das mãos de Priscilla, para não carregarem para cima do palco o bolo de folhas, Priscilla sempre entregava um papel com sua cena atual.
 
-Como já perceberam a cena que primeiro ensaiaremos será a do baile, depois a da sacada, tão famosa... Então a ama treinará algumas cenas com ambos. Por último farão a cena da morte. No script que receberam estão as duas primeiras.
 
  Ambos se olharam, sabiam que teriam que se beijar de novo, mas principalmente atuarem tão bem que ninguém note o que aconteceu.
 
-Ama, prepare-se, pois decidi que fará logo com Julieta sua parte no baile, que comecem! Capuleto e Tebaldo saem, Romeu encontra-se com Julieta que está vestida de anjo... Quero que Priscilla leia as falas de qualquer personagem ausente...
 
  Lantis se aproximou de Lucy, estava mudado, era Romeu agora. Não parecia, mas nunca lhe fora tão difícil entrar num personagem como agora era para o rapaz. A uiva respirou fundo e fez o mesmo, ou quase.
 
ROMEU - (a Julieta) - Se minha mão profana o
Relicário, em remissão, aceito a penitência: meu lábio,
peregrino solitário, demonstrará, com sobra,
reverência.
JULIETA - Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que
se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos
pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e
conveniente.
ROMEU - Os santos e os devotos não têm boca?
JULIETA - Sim, peregrino, só para orações.
ROMEU - Deixai, então, ó santa! que esta boca
mostre o caminho certo aos corações.
 
  Lantis se aproximou, podia não tê-la ali fora, mas aquela era a *sua* Julieta.
 
JULIETA - Sem se mexer, o santo exalta o voto.
 
Lucy estava nervosa, mas logo conseguiu disfarçar, aquela era a hora... Como podia não se apaixonar!? Era impossível...
 
ROMEU - Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua
boca me limpo dos pecados.
 
  Lantis junta delicadamente seus lábios e os separa. Ambos se olham, se amavam e não sabiam...
 
JULIETA - Que passaram, assim, para meus lábios.
ROMEU - Pecados meus? Oh! Quero-os retornados.
Devolve-mos.
 
  Um segundo beijo, um tanto mais forte que o outro, porém igaulmente carinhoso, a garota estava vermelha, mas o show tinha que continuar, logo a ama entraria e poderia se sentir mais tranqüila...
 
JULIETA - Beijais tal qual os sábios.
AMA - Vossa mãe quer falar-vos, senhorita.
ROMEU - Quem é a mãe dela?
AMA -.Ora essa, cavalheiro! A dona desta casa,
certamente, uma digna senhora, honesta e sábia.
Amamentei-lhe a filha, a senhorita com que falastes.
E uma coisa eu digo, com certeza: quem vier a
desposá-la, ficará cheio de ouro.
ROMEU - … Capuleto? Oh conta cara! Minha vida é
dívida de hoje em diante no livro do inimigo.
BENVóLIO - A festa já acabou; vamos embora.
ROMEU - Acabou? Para mim começa agora.
CAPULETO - Não, cavalheiros, não saiais tão cedo;
ainda teremos uma ceiazinha. Mas partis mesmo? A
todos, obrigado. Muito obrigado, honesto cavalheiro.
Boa noite. - Trazei-me aqui mais tochas! Sendo
assim, vou deitar-me. … certo, amigo: já está ficando
tarde. Vou deitar-me.
 
JULIETA - Ama, quem é aquele gentil-homem?
AMA - Herdeiro e filho de Tibério, o velho.
JULIETA - E aquele que ora passa pela porta?
AMA - Se não me engano, é o filho de Petrucchio.
JULIETA - E aquele que ali vai, que não dançou?
AMA - Não sei quem seja.
JULIETA - Então vai perguntar-lhe como se chama.
Vai! Se for casado, um túmulo será todo o meu fado.
AMA - Romeu é o nome dele; é um dos Montecchios,
filho único do vosso grande imigo.
JULIETA - Como do amor a inimizade me arde!
Desconhecido e asnado muito tarde. Como esse
monstro, o amor, brinca comigo: apaixonada ver-me
do inimigo!
AMA - Como assim? Como assim?
JULIETA - Isso é uma rima que aprender fui com
quem dancei há pouco.
AMA - Já vamos! Um momento! - Está na hora; já se
foram os hóspedes embora.
 
  E Priscilla concluiu... Lantis e Lucy se olhavam esquisito, sem ouvir os cumplimentos de Kátia e de Deboner.
 
-Foram perfeitos! Agora deixe-me ver minha amada cena na qual te descobri, querida Julieta!
 
  Lucy apenas assentiu e foi para um lado deixar Lantis começá-la com Priscilla.
 
ROMEU - Como afastar-me, se daqui não pode sair
meu coração? Dá meia-volta, pesada argila, e o
centro teu procura.
 
Lantis pausa para simular Romeu escalando... Deboner fala para que diga suas próximas falas e pede para Lucy se preparar, pois entrará agora...
 
ROMEU - Só ri das cicatrizes quem ferida nunca
sofreu no corpo.
 
  E então começa o famoso diálogo entre ambos...
 
-Foram muito bem! Amei a química entre os dois, hoje estavam especialmente doces! Gostei muito... Lucy, interpretou Julieta como deve ser, uma mulher apaixonada, mas decidida por saber que seu amor é proibido. Lantis, quero mais determinação quando tentar convencê-la a estar contigo... Porém lhe elogio por não ter vido uma careta nas cenas românticas!
 
  Seguiram s três os ensaios, os ouvintes ficaram fascinados ao constatar como ambos eram bons e sempre esperavam por mais uma cena entre os dois.
 
  Finalmente a última cena do ensaio chegara, nisso o pessoal do outro grupo já havia chegado e acharam Lucy fascinante!
 
  Lantis finge carregar o que será o corpo morto de Páris...
 
ROMEU - Em verdade o farei. Porém vejamos estas
feições: o nobre conde Páris, parente de Mercúcio!
Que me disse meu criado, quando juntos
caminhávamos para cá e minha alma atormentada
não escutava nada? Não me disse que Páris e Julieta
iam casar-se? Não foi assim, ou terá sido sonho? Ou
então, por estar louco, pensei nisso, quando ele me
falava de Julieta? Dá-me essa mão, ó tu que estás
inscrito, como eu também, no livro do infortúnio. Vou
depor-te num túmulo glorioso. Túmulo? Não,
mancebo assassinado; uma lanterna, pois Julieta se
acha deitada aí e sua formosura faz desta abóbada
uma sala régia, transbordante de luz. Repousa,
morto, por um morto enterrado.
(Coloca no túmulo o corpo de Páris.)
Quantas vezes, no ponto de morrer, ledos se
mostram os homens? … o clarão da despedida, dizem
quantos o doente estão velando. Oh! poderei chamar
clarão a esta hora? ó meu amor! querida esposa! A
morte que sugou todo o mel de teu doce hálito poder
não teve em tua formosura. Não; conquistada ainda
não foste; a insígnia da beleza em teus lábios e nas
faces ainda está carmesim, não tendo feito progresso
o pálido pendão da morte. Tebaldo, jazes num lençol
de sangue? Oh! que maior favor fazer-te posso do
que com esta mesma mão que a tua mocidade
cortou, destruir, agora, também, a do que foi teu
inimigo? Primo, perdoa-me. Ah! querida esposa, por
que ainda és tão formosa? Pensar devo que a morte
insubstancial se apaixonasse de ti e que esse
monstro magro e horrível para amante nas trevas te
conserve? Com medo disso, ficarei contigo, sem
nunca mais deixar os aposentos da tenebrosa noite;
aqui desejo permanecer, com os vermes, teus
serventes. Aqui, sim, aqui mesmo fixar quero meu
eterno repouso, e desta carne lassa do mundo
sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede
mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos
também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito,
com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno
com a morte exorbitante. Vem, condutor amargo!
Vem, meu guia de gosto repugnante! ó tu, piloto
desesperado! lança de um só golpe contra a rocha
escarpada teu barquinho tão cansado da viagem
trabalhosa. Eis para meu amor.
(Bebe.)
ó boticário veraz e honesto! tua droga é rápida.
Deste modo, com um beijo, deixo a vida.
 
  Lantis, após beijá-la, um pouco mais longo que devia, deita-se no colo de Lucy, esta lutava para manter os olhos fechados, sabia que ainda não era necessário, mas era bom começar. O peso de Lantis sobre seu ventre era bom, lembrou-se de seu calor enquanto a beijava, ainda sentia seus lábios...
 
  Era a sua deixa, então acordou e encenou toda a cena trágica de sua própria morte.
 
Continuará...
 
Anita, 08/10/2002
 
Notas da Autora:
 
Decidi-me por só colocar texto da peça quando não houver como... Vêem que cortei boa parte... Mas quando botei, não cortei os meios, é a tradução mesmo... A decisão surgiu porque a minha intenção era a de já botar alguma outra coisa após o ensaio. Esta não deu, pois estava maior que o planejado e não posso mimá-los...
 
  Uau! Eu não esperava teminar este capítulo hoje... Mas não posso continuar por ora, ou não terminarei o Ainda Estarei Esperando antes das férias e quem vai esperar não é o amor de Lucy e Lantis e sim vocês!
 
  Outra decisão importante foi a de terminar logo com isso. Sim, eu amei escrever Teatro, mas se continuar vou fazê-lo eternamente e não quero.
 
  Queria agradecer a todos os infinitos mails que recebi pela continuação e acho que ainda vou receber mais pedindo pelo 8... Sabe, eu amo mail!!! Foram eles que me fizeram escrever logo este 7... Foram eles que fizeram continuar a história, pois ia morrer no 2 e olhe lá!
 
Pois meu mail é anita_fiction@yahoo.com e a única forma do 8 sair logo é eu receber mails que comentem direito sobre a história, fale o que querem ver!!!
 
  Minha sugestão deste cap é que leiam a fic... Vamos ver qual... Aiii, não lembro de nenhuma de Guerreiras Mágicas!!! Bem, então leiam a Réquiem do Ryoga K2R que garanto que é fantástica! Ela está no meu site: http://olhoazul.50webs.com/

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