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Perdendo meu Rumo

Notas Iniciais:
Saint Seiya não é meu, mas, tipo, o Ikki veio parar aqui na minha casa perguntando pra onde ficava o Japão, falei que aqui era aeroporto, que era pra esperar o avião. Hahaha, achado não é roubado, agora o Ikki é meu! Comentários para anita_fiction@yahoo.com
 
Esta fic é presente de aniversário para Vane, quem meio que me deu a idéia.
   
Olho Azul Apresenta:
Perdendo meu Rumo
   
  Minha vida sempre foi certa, com um único alvo. Sempre mirei naquilo que era meu sonho e, como eu podia sentir no meu sangue, meu destino.
 
  Eu, Shaka, sempre quis ser tão puro e tão forte quanto um Deus. 

  Desde criança ouvia uma voz em minha mente... De início, eu não sabia, apenas levava a minha vida. Era pequeno demais para entender que isso não era normal e grande demais para guardá-lo em segredo.
 
  Talvez, por esta causa, eu sempre fui uma criança isolada das demais. Costumavam chamar-me de convencido, dizer que me achava superior. Depois descobri que não simplesmente “achava”, eu era.
 
  O dia em que mudou a minha vida, ou que percebi que mudaria, foi um sábado. Famoso dia santo, em que se dedica tudo a Deus.
 
  Eu andava às margens de um rio, tinha cinco anos, apenas. Hoje, quando penso bem, não faço idéia do porquê de eu estar andando... Era aquela voz que me chamava, me atraía para lugar nenhum. E eu, uma criança, ia inconsciente de perigos.
 
  Sei, agora, que poderia ter me afogado, me perdido na floresta ao meu lado, ou morrido de fome e sede; eu continuaria em frente, sempre. Enquanto a voz me chamasse.
 
  Cheguei, então, a um templo, ou era isto que parecia... Uma caverna feita pelas mãos do homem. Era escura, úmida e coberta de plantas. Abandonada, em resumo.
 
  Não lembro mais, não notei mais, só fui andando... De certa forma, era como se eu enxergasse naquele escuro... Como se eu tivesse alguma espécie de luz lá dentro de minha alma. Mais tarde, descobri que a luz era a voz.
 
  Acordei do transe quando parei de andar. Na hora não me lembrava como parara lá. Mas era normal, não era a primeira vez. A voz sempre me pregava aqueles truques. Ri um pouco e, quando estava pronto a procurar a saída, a voz me chamou.
 
“Shaakaa...” -lenta e baixa.
 
  Mas dessa vez eu notei que não era como um som vindo de dentro de mim, como um pensamento; mas como uma outra pessoa.
 
  Inconscientemente, comecei a girar a minha cabeça. E lá estava... Dei um grito, mas lá estava: a estátua de Buda. Mas não era uma estátua que se via todos os dias nos templos, em casa... Não. Era gigante e, o mais pavoroso, seus olhos brilhavam.
 
  A luz que emanavam, agora, batia direto em mim. Todos o meu medo se esvaiu com a escuridão. A fome, o cansaço, a sede... Tudo se fora! Eu me sentia leve, e ainda mais puro.
 
“Shaka...” –desta vez era alta e onipotente.
 
  Eu me sentia extremamente inferior, como nunca sentira perante meus pais... Era isso... Eu me sentia um filho perante seu pai. Como se por todos aqueles míseros cinco anos eu vivesse com uma família adotada.
 
  Desde então me dediquei a me tornar um Cavaleiro de Ouro. Sem nenhuma dificuldade ganhei a armadura de virgem e, desde o meu encontro com Buda, mantive meus olhos fechados, como se para guardar sua imagem e nunca sujá-la a dos outros. Era como falava com ele, com seu rosto preso em meu cérebro.
 
  Nunca achei que alguém pudesse me vencer... Nunca. Eu era imbatível com meu Buda ao meu lado.
 
  Quando vim para o Santuário, tornei-me grande amigo de muitos outros cavaleiros. Talvez por me temerem... E começaram os boatos, os quais nunca desmenti, sobre meu abrir de olhos.
 
  Aquilo me ajudava... Nunca perderia a imagem de Buda, sempre seria invencível.
 
  Um ano depois, um amigo foi considerado um traidor, tentara matar Athena e o Mestre.
 
  Fiquei muito surpreso, Aioros era uma boa pessoa que idolatrava tanto a Athena quanto à justiça. Mas deixei que fosse... Até os mais fortes eram seduzidos pelo poder.
 
  E, agora, míseros cavaleiros de bronze haviam invadido o lugar e queriam, a qualquer custo, fazer com que acreditássemos que a garota que os acompanhava era Athena. Quase uma piada!
 
  Foi o que pensei quando ouvi as notícias. Mas estas só foram complicando, venceram Aldebaran, passaram pelo Labirinto de Gêmeos, mataram Máscara da Morte e dois entre os mais confiáveis Cavaleiros de Ouro se aliaram. Não contando com Aldebaran... Aioria e Mú, dois jovens cheios de fé em Athena, haviam se deixado convencer.
 
  Decidi acabar com de uma vez. Por estar fora do Santuário, seria fácil. Era famoso, talvez o mais forte. Mas um cosmo bastante poderoso interrompeu minha concentração.
 
  Para adicionar à confusão, três deles chegaram ao meu templo. Muito fracos, mas dispostos a darem suas vidas! Do quê valeria aquilo? Era um ideal tão... Tão sem nexo!
 
  Ao fim, Fênix chegou e deu sua própria vida para destruir...
 
  Sim. Ele me derrotou. Em nome da falsa Athena deles, ele me derrotou. Não consigo entender... Simplesmente se matou para que eu desse passagem a seus amigos. Que honra há em vencer, se não se vive para gozar da vitória? Por um ideal falso?
 
  Naquele momento, enquanto meu cosmo flutuava numa outra dimensão, ainda preso ao dele, imagino pelo que eu lutei. Antes, Buda sempre me falava quando eu estava certo. Agora eu me sentia sozinho... Meus olhos haviam se aberto, graças a Ikki, e eu não podia mais vê-lo...
 
  Queria chorar, saber o por quê de ser abandonado por Buda... E por que Athena não ajudava naquele instante. Minha vida era por ela! Sim, eu havia lutado por ela...
 
“Ela o mandou matar aqueles tão inferiores a você, covardemente, pelo pecado de quererem salvar uma pessoa?”-algo dentro de mim me perguntou.
 
  Era ele, Buda! Por que havia me deixado só naquele confronto?
 
“Foi escolha sua lutar...”
 
  Não... Eu fui ordenado! Teria de proteger aquele templo, e, conseqüentemente, Athena com a minha vida.
 
“Ela te mandou matá-los?”
 
  Sim, o Mestre falou que haviam usado suas sagradas armaduras para fins pessoais. Não haviam obedecido a ninguém e matado muitos cavaleiros.
 
“Athena te mandou, então?”
 
  O Mestre é a voz de Athena.
 
“Athena te mandou, Shaka?”
 
  Eu já disse que-
 
  Então notei... E se eles estivessem certos? E se o Grande Mestre fosse o traidor? E se Aioros só tivesse protegido a menina e fugido com ela em seus braços?
 
  Os outros: Mú, Aldebaran, Aioria, Aioros e até Dohko... Todos haviam entendido que entre uma história absurda como pessoas tão sabias se aliarem a traidores e a de uma pessoa ser o próprio, a segunda estaria certa...
 
  Como fui tolo! Não... Não fui tolo. Fui acomodado. Era mais fácil continuar com os olhos fechados que lutar contra aquele afronta à minha Deusa.
 
  Perdão, Athena... Fui egoísta e presunçoso. Pus meu amor ao meu posto acima do meu juramento a você. Ah, se eu pudesse voltar atrás... Não por mim, mas...
 
  Ele não merecia morrer! Não teria, se eu abrisse meus olhos antes. Isso não é certo...
 
“Shaka, sabia que não me decepcionaria... De agora em diante, feche os olhos apenas para a mentira, a maldade e a sujeira do mundo, meu discípulo!”
 
  Não podia fechar meus olhos, não enquanto um inocente estivesse ali, sofrendo o que não devia. Ele era melhor que eu para defender Athena. Se eu ao menos pudesse levá-lo... Mas ou iria eu ou ninguém. E como nossos cosmos estavam juntos. Uma saída daquela dimensão era impossível.
 
  Eu não era tão onipotente quanto eu sentia ser quando hoje acordei com a notícia da invasão...
 
-Alguém... Alguém me ajuda! Por favor...-gritei. Sabia que ninguém me ouviria, mas por que não tentar?-Alguém!
-Shaka?-ouvi uma voz.
 
  De início pensei que pudesse estar ficando inconsciente e, assim, delirando.
 
-Shaka?-mas ela insistiu. E outra e outra vez.
 
  Quando notei que ainda estava acordado pude reconhecê-la... Era Mú. Havia ouvido o grito de meu cosmo e viera me socorrer, como um bom amigo.
 
-Eu estou trancado em uma outra dimensão... Talvez seu cosmo.-respondi.
-Mas é tão poderoso que é capaz de sair daí sozinho, Shaka.
-Porém há uma outra pessoa. Um inocente que não deveria estar aqui.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  Neste dia aprendi que por mais perto de Deus que eu esteja, não sou o dono da verdade; e, acima de tudo, sou um humano que erra como qualquer outro.
 
  Buda nunca mais deixou que eu seguisse meu próprio caminho sem que me falasse que aquele era o certo.
 
  Agora, sentia orgulho do que era e sempre seria: um humano.
 
Fim!
 
Anita, 01/08/2003
 
Notas da Autora:
 
O que acharam!?!?!? É uma fic bem diferente, não acham? Eu tava assistindo o episódio 58, no qual o Ikki se sacrifica e pensei em fazer uma fic sobre os pensamentos do Shun naquele momento da morte.
 
Abri o Word e comecei a montar a fic na minha cabeça. Mas só vinha Shaka Shaka Shaka... Daí a fic!
 
Mandem seus comentários para anita_fiction@yahoo.com e para mais fics visitem meu site http://olhoazul.50webs.com !!! Se preferir, ao fim da página encontrarão um formulário, não parece, mas funciona!!! Deixe seu e-mail, se tiver um, para que eu possa responder, certinho? Não há como dizer que não pôde mandar o coment!!!
 
Agradecimentos: Vaneeeee!!! Sim, esta é a fic que dedico ao aniversário dela em setembro, colado com o meu, praticamente. A gente, um dia, tava conversando no telefone e ela disse que o mal das fics do Shaka é que ele sempre perde aquele caráter espiritual... Não lembro se foi ao telefone, mas acho que sim... Mas deixei pra lá, só ficou registrado na minha caixola pra, se algum dia, topasse com uma fic diferente, lhe contasse. Mas não tenho lido fics, aí não encontrei. De repente, cá estou eu, querendo fazer uma fic sobre a morte de Ikki, sobre o Shun e lembro de ela falar sobre gostar do Shun. Pensei: vou aproveitar e dedicar esta a ela! Mas logo lembrei da conversa sobre o Shaka e... Não resisti! Desculpa pela pressa, mas esta fic foi sim puro momento de inspiração sem plano algum!!! E feliz níver, adiantado! 

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