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[Harry Potter] Euforia e Frustração § 1 – Ressurreição, escrita por Anita

Capítulos: 1 2 3
Autor: Anita
Série: Harry Potter
Gênero: Romance, comédia.
Status: Completa
Resumo: Um baile será oferecido por Hogwarts e Gina se sente isolada sem par algum para acompanhá-la até recebe um presente anônimo. E aí o problema será com quem ir: Harry ou Draco? E amar? Afinal, cada um deles podem entrar o bastante em seu coração para destroçá-lo. Mesmo Draco!? Feita de Presente para a Miaka_ELA

Notas Iniciais:
 
Primeira fic de Harry Potter... E faz tanto tempo que não escrevo nada pra valer, desculpa qualquer coisa... Vocês vão gostar né? Espero! Avisem sobre tudo o que acharam, pleeeeaaaase!
 
Olho Azul Apresenta:
Euforia e Frustração
 
Capítulo 1 – Ressurreição
 
-Este ano será um importante aniversário da escola, então realizaremos um baile e queremos que todos participem da dança!-um bondoso velhinho de barba branca como a neve pronunciou sorrindo a todos que o ouviam -Como recompensa aos que dançarem em casais, obviamente, daremos cinqüenta pontos numa matéria de sua escolha. 
  Era a abertura de um novo ano letivo e todos estavam atentos ao que o diretor da escola de bruxos Hogwarts, Alvo Dumbledore, dizia.
 
  Por uma ou duas semanas, todos os aprendizes comentaram sobre isso e os enfeites iam chegando ao salão. Mas, com o tempo, a agitação virou fato corriqueiro e todos se esqueceram do discurso.
 
  Naquele momento, a atenção se voltava para outro acontecimento já banalizado, mas sempre divertido. Duas figuras se encaravam em pleno corredor da academia de bruxos enquanto os ouvintes se perguntavam se deviam denunciá-los ou não. Mesmo sabendo que era uma briga há muito proibida, também era um ótimo aliviador do estresse de qualquer exame.
 
  Inteligentes elogios eram gratuitamente tecidos e alguns já até os anotavam para qualquer atrito futuro.
 
-Olhe só o que derramou na minha roupa, sua Weasley!-um rapaz, de cabelos bem loiros, lisos e escorridos, gritava bem alto -Sua mãe não te ensinou a não estragar as roupas ou ficaria sem!? Sorte minha ter dinheiro o bastante para comprar novas. Mas, olhe só, uma vermezinha vermelha foi a culpada. Lamba!
 
  Apontava para o chantilly derramado em sua vestimenta negra com o escudo de uma serpente sonserina.
 
  Gina Weasley olhava sem se abater, ao contrário da multidão a sua volta. Seus amigos ficavam quietos, esperando qual seria a reação. Os da Sonserina gritavam bem alto palavras que poderiam humilhar qualquer um.
 
-Um gato comeu sua língua, Weasley? -Draco Malfoy perguntou, com um olhar altivo -Que pena que seus pais não poderão nem te levar ao médico. Mas, talvez, a Madame Pomfrey se encarregue disto, hahahahaha.
 
  A jovem deu-lhe as costas lentamente. Não sabia ao certo o que fazer; seu sangue fervia, mas desde o início do ano letivo já havia sido avisada sobre aquelas briguinhas. Não poderia se meter em confusões ou se daria muito mal. No ano anterior, por inúmeras vezes, ambos pegaram detenções. Principalmente Gina, por estar sempre dizendo a coisa errada na hora errada e não ter a proteção de professor algum.
 
  Sabia que uma das coisas que não mais poderia fazer era participar do baile e precisava daqueles pontos no final do ano.
 
"E só se passaram dois meses" suspirou, ao som das provocações de Malfoy e sua turma.
 
-Ousa se afastar!? -o loiro dizia, com toda a firmeza que seu tom sempre tivera. Ele também havia sido advertido, mas não se deixara abalar.
-Até mais, Malfoy...-ela disse, sem muitas forças. Era tanta adrenalina que logo se sentia cansada por ter que se impedir de lhe quebrar alguns ossos.
 
  Ao observar a pequena figura ruiva se retirar, o rapaz suspirou.
 
-O que deu nela?-perguntou para si, dando de ombros e indo trocar a roupa suja.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Fez muito bem em evitar brigas com aquele metido, Gina -Hermione dizia.
 
  Estavam Hermione, Luna Lovegood e ela própria encostadas em uma árvore perto da escola. Era um local agradável, principalmente para assuntos de meninas.
 
-Eu quase lhe dei um soco!
-Fez pior dano se afastando...
-Mas ter que fazer isso todo dia! Eu já não agüentei várias vezes e Grifinória perdeu muito ponto por isso. É horrível!
-Vai se acostumar... -Hermione disse, levantando-se -Tenho aula agora. Já escolheu quem vai te levar no baile?
-Ainda não...
-Por que não chama o Harry? Soube que ele ainda não tem par. Se pedir logo, terá bem mais chances -a moça disse, sorrindo.
 
  Gina olhou para Luna, tentando saber sua opinião, mas esta não parecia estar realmente ali.
 
-Vou ver...-respondeu, com um pequeno sorriso educado.
-Está bem! Vou dar umas indiretas pra ele, hehehe -e foi-se, dando-lhe um sinal de ok.
 
  A ruiva suspirou, observando sua única companhia.
 
-Acho que só consigo falar abertamente contigo... Afinal, é como se eu estivesse falando sozinha. Luna, como vou conseguir os pontos e passar de ano em Poções se não tenho como achar um par?
-...
-Com quem você vai?
-Não sei -ela enfim respondeu.
-Com quem quer ir?
-Com quem me convidar.
-Ai... É inútil. Mas acho que eu também faria algo assim. Além do mais, não é como se fosse um namoro, né? É só um negócio em que ambos saem ganhando muitos pontos.
 
  Luna a observou atentamente.
 
-Você aceitaria se Potter te convidasse?-perguntou logo em seguida.
-Claro! Ele é um grande amigo meu, salvou-me a vida...
-Então por que não pede a ele?
-Não quero ser mal-interpretada. Ele pode pensar que ainda gosto dele.
-Você complica muito, Gina...
 
  Sempre gostava de ser direta com quem fosse. Havia se simpatizado em especial com a Weasley, pois ela era quase o mesmo. Nunca realmente dizia o que pensava, mas seu rosto demonstrava logo. Era quase divertido.
 
  Achara uma pena quando soubera da advertência que ela levara por brigar com Malfoy. Só aquelas brigas eram tão divertidas...
 
-Eu tenho que ir pegar minha revista para ler.
-Vai me deixar sozinha, Luna?
-Sim, até mais.
 
  A jovem se levantou de onde estava, sem nem ajeitar o uniforme. Iria pegar a revista que seu pai mandara naquela manhã e ler as novidades. Ele lhe dissera na última carta sobre um informante extremamente importante que haviam encontrado que jurava que vira o Sirius Black dançando em uma boate bruxa no dia do incidente com os pais de Potter. Haveria essa matéria nessa revista? Estava ansiosa.
 
-Ei, garota!-ela ouviu, ignorando. Nunca a chamavam... E se fossem seus amigos, seria pelo nome ou apelido -Está me ignorando de propósito!? Espera!
 
  Alguém parecia correr atrás dela. E bateu em suas costas.
 
-O que foi!?-ela perguntou, sentindo-se incomodada.
-Você nunca atende quando te chamam?-o rapaz perguntava, se recompondo do impacto.
 
  Ela só o encarou.
 
  Passou as mãos pelos loiros cabelos e a olhou melhor. O que era aquilo!? O garoto não conseguia descrever, mas no meio da discussão ela parecia haver flutuado para outra dimensão.
 
-Ei! Dá pra me ouvir!?-perguntou Malfoy.
-Hã? Sim... Eu tenho que ir ler, até.
-Espera!-usou seu tom mais autoritário e ela só o olhou como se esperasse a continuação de uma frase incompleta -Você é amiga da Weasley?
-Sim.
-Ótimo!
-Quem é você?
-Oras! Não sabe!?
-Eu tenho a impressão de que sim, mas não consigo lembrar...
-Ai, ai... Sou Draco Malfoy.
-Isso! Estava na ponta da minha língua, juro.
-Sei...-ele falou ironicamente.
-Tenho que ir.
-Espera... E o digo pela enésima vez. Quantas mais até você entender que quero falar contigo?
-Mas eu já te respondi... Tem mais?
-Claro!-sua pele pálida estava tão vermelha quanto quando era ferido por algum monstro de Hagrid. Aquela mulher fazia aquilo de propósito!?
-O que é?-E ela parecia ignorar sua raiva.
-Tenho um trabalho para você...
-Mas eu não sou sua empregada.
-Será muito bem recompensada.
-Não gosto de seu pai.
-E o que isso tem a ver!? Nem eu gosto dele. Ele não é pra ser gostado... Não vem ao caso! Você nunca fala coisa com coisa?
-Eu?
-Argh! Bem, quero que faça algo por mim, pode ser?
-Um favor?
-Não! Isso não... Mas se o fizer terá alta recompensa.
-Um favor, então.
-Que seja! Com quem a Weasley vai pro baile?
-Não sei.
-Coopere, menina... Qual seu nome, mesmo?
-Luna Lovegood.
-Ah, lembrei quem você é... Será que a Weasley não poderia escolher melhor suas amigas? Gente mais inteligente.
-Já estou indo -ela não parecia nem um pouco ofendida.
-Ei! Não me disse com quem ela vai.
-Malfoy, se eu soubesse não poderia te dizer.
-Então vamos ser amigos, pra que você possa.
-Ainda será algo incorreto. Como espionagem, né?
-O que devo fazer então, Lovegood?
-Ser amigo dela?
 
  Ele a encarou, como se fosse um elemento de um mundo muito distante do seu. E realmente parecia. Aquela proposta... Um Malfoy amigo de uma Weasley!? Bem, pelo menos não lhe perguntara o motivo daquilo tudo.
 
-Peça desculpas -ela falou, quebrando o silêncio.
-Falar é tão fácil... Não estou interessado em uma amizade, além do mais.
-Só assim saberá com quem ela vai ao baile. Agora vou ler minha revista.
 
  O rapaz estava espantado demais para impedi-la dessa vez. Como aquela aluada poderia ter uma idéia tão ridícula!? Ele, amigo daquela- Daquela... daquela...
 
-Argh! Aquela Weasley me paga!-esbaforiu, fechando os punhos. E agora? Seu plano teria falhado? -Droga! E não posso falar com aquela sangue sujo porque não me daria bola alguma.
 
  E saiu pisando forte na fofa grama de Hogwarts.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  Os vários alunos se agrupavam nas quatro longas mesas do salão para desfrutarem da hora mais feliz de suas vidas: a do jantar. Não teriam aulas, nem estudos, nem deveres. Só jantariam tranqüilos.
 
  Uma moça não compartilhava daquele alívio. Olhava ao seu redor e só conseguia enxergar casais. Não se lembrava que havia tanto por ali. De mãos dadas, conversando carinhosamente. Ou um olhando prazerosamente o outro comer. Ou simplesmente na roda de amigos.
 
  Ela não tinha um. E por que, agora que seu coração já se esquecera de Harry, ela se incomodava tanto com aquilo? Poderia, a qualquer hora, conversar com o amigo que desejasse. Mas como queria um "amigo especial"...
 
  Não! Não estava solitária. Só queria um par para o baile, para ganhar pontos em Poções. Só isso... Em que estava pensando!? Cabeça má!
 
  Sacudiu-se e olhou de novo ao redor. A mesa de Sonserina parecia ser a mais animada, com o jogo de Quadribol contra Grifinória se aproximando. Desistira no ano anterior do jogo para se concentrar nos exames, mas sempre que pensava naquilo se arrependia.
 
  Procurou por Malfoy, mas não pôde encontrá-lo. Estaria aprontando alguma coisa? Achou Snape, os amigos dele, a chata da Parkinson... O que aquele oxigenado estaria fazendo!? Com o jogo tão próximo, poderia ser algo muito ruim.
 
  Olhou para a mesa das outras casas, para o teto, para o portal de entrada, para a mesa de Sonserina.
 
"Eu me sinto uma fofoqueira... Que eu quero com o maldito!? Só tenho que ficar atenta para não ser coagida e brigar de novo com ele" pensou. Uma sensação estranha de que estava sendo observada a fez escanear pela sala novamente. Buscou freneticamente o culpado e bateu de cara com Malfoy.
 
  Este se virou para a mesa de sua Casa e começou a dar risinhos debochados com Crabbe e Goyle. Haveria mesmo um plano? Por isso se atrasara para o jantar?
 
  Ela não tinha mais nada a ver com o time, então não devia lhe importar tanto.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  A aula de transfiguração estava muito chata. Ou seria sua inquietação em saber por que Malfoy havia se demorado tanto a chegar para jantar? Um fato tão idiota, mas mesmo assim... Gina olhou para todos os lados de sua classe e notou que aquela preocupação inútil a havia feito esquecer-se do baile. Com quem ir...? Por que ninguém a convidava?
 
  Sabia que os outros ainda se lembravam dele, por causa dos pontos que foram oferecidos. Já ouvira vários convites e até comemorou com uma amiga que fora convidada pelo seu grande amor. E ela? Por que ela não?
 
  A aula foi dada por encerrada após o que pareceram mil anos e ela se levantou da carteira. Passar por entre tantos alunos era difícil, já que volta e meia ouvia uma ou outra garota falando de seu namorado.
 
  Caminhou por onde andava sempre que saía das aulas, um longo corredor cheio de janelas e alunos que terminava na parte de fora da escola. Dali iria se encostar a uma mesma árvore e se lamentar até que alguma amiga aparecesse.
 
  Mas a rotina foi quebrada quando uma enorme coruja negra entrou segurando uma caixa e a colocou bem a seus pés indo embora imediatamente.
 
  A ruiva pegou a caixa tão negra quanto a coruja e ficou encarando. A multidão que parara para observar o evento já se dispersara quando ela andou o mais rápido que pôde até sua árvore predileta e nem teve fôlego para se sentar, olhando novamente o embrulho negro.
 
  Um cartão rosa se destacava, colado logo em cima com os dizeres:
 
"Para a jovem de cabelos Weasley de ser,
Aí vai uma mostra de minha vontade de ser amigo teu"
 
  Não estava assinado. A caligrafia de próprio punho era limpa e organizada. Por um ou outro detalhe apenas era que se revelava ser de homem.
 
  Soltou um fôlego que nem notara haver prendido e deslizou pela casca grossa daquela árvore até estar sentada no chão. Não sabia se era aconselhável abrir um presente assim. Poderia conter alguma maldição ou até um Bicho-Papão.
 
  Sacudiu-o devagar perto de sua orelha direita. Fez algum tipo de barulho... Talvez fosse um plástico ou uma madeira. Sacudiu mais forte e concluiu que não deveria ser o segundo. Bem, além disso, nada mais poderia concluir.
 
"E agora?" Olhou o presente, segurando-o com ambas as mãos. Uma caixa negra já era misteriosa o bastante. Contendo algo sólido o bastante para o barulho... Suas mãos coçavam demais para consultar outrem.
 
  Rasgou avidamente o estranho papel e deparou-se com um papelão típico de presente. Desta vez, a cor era branca e, em cima, lia-se: "Virgínia dos cabelos de fogo que aquecem todos ao redor..."
 
  Por um segundo, sentiu uma pontada de raiva pela alusão às malditas madeixas e a seu nome completo. Tão acostumada à simplificação, passou a conhecê-lo como sinônimo de depreciação ou d'algum sermão dos pais. Suspirou e lembrou-se que tinha um segredo em mãos, que tinha de revelá-lo imediatamente.
 
  Sua natural curiosidade venceu seus atritos com a certidão de nascimento e, enfim, abriu a caixinha.
 
  Assustou-se com um objeto nem frio nem quente caindo em seu colo. Era qualquer coisa, menos o esperado. Pegou-o e estudou seus detalhes na palma das mãos. Mas, ainda entre suas pernas, repousava um pedaço de papel: "A fênix, ao fim da vida, também se queima e renasce, alçando um belo vôo. Deixe-a apoiar-se em suas chamas!"
 
  Sorriu, contemplando o mimo. Uma presilha de cabelo cristalina em formato de ave. Colocando-a no cabelo, a parte de baixo, feita de um plástico mais flexível que o restante, misturava-se aos fios como o rabo de plumas daquele pássaro.
 
  Ajeitou-a na cabeça e sentiu-se um pouco menos esquecida naquele mundo de jovens apaixonados.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  O sol da tarde ameaçava dar lugar à lua enquanto o rapaz de cabelos quase albinos caminhava pelo pátio da escola. Havia uma falação anormal e o nome da pequena Weasley predominava entre todos os grupinhos.
 
  Draco sentia-se irrequieto, mas não avistava nenhum Sonserino a quem pudesse interrogar. Continuou caminhando por eles, talvez pudesse ouvir mais.
 
  Perguntou-se se aquela menina maluca de tempos antes havia mencionado algo de sua conversa. Qualquer palavra sobre aquilo seria o bastante para seus nomes irem parar no Profeta Diário: "UNIÃO HISTÓRICA: WEASLEY ESPERA UM NOVO MALFOY". Talvez a coisa se desenvolvesse e eles já tivessem até bisnetos... Ou um divórcio...?
 
  Ridículo! Mas coisas piores poderiam vazar e tal adjetivo evoluiria para palavras bastante impróprias. Ele estaria fu-
 
  Lá estava a jovem!
 
  Seus pensamentos se esvaziaram com incomum visão. Ela caminhava a sós, algo já bastante atípico, sorrindo bastante. Ultimamente, sempre que conseguia, por um maravilhoso acaso, avistá-la sem nenhuma menina ao lado, estava triste, abandonada... Aquele sorriso verdadeiro era discreto, entretanto exibia tanta satisfação que Draco não pode evitar sentir-se bem ele próprio.
 
  Mas por que estava sim vendo um membro daquela família tão repugnada? Nunca conseguira explicar. Porém, era necessário deixar, mais uma vez, as indagações de lado e agir. Já dera o primeiro passo, agora faltava o resto.
 
  Observou tudo o que a cercava e, sem plano melhor, optou pelo ato mais simples. Caminhou até a absorta moça e forçou-lhe um encontrão. Estava já tão acostumado a bolar essas coisas que conseguia dissimular, sem problemas, que a culpa era dela.
 
-DE NOVO!?-ele gritou, vendo que exagerara na força, tão ansioso estava.
-Mas... Mas não fui eu!-ela gritou do chão. Parecia assustada e pouco convicta da declaração. Aquele sorriso de antes era realmente distraído.
-É claro que foi!-o rapaz respondeu, fingindo limpar suas vestimentas.
-Quem tava andando rápido era você, Malfoy! Ou eu não teria caído...
 
  Ele a olhou divertido. Seus cabelos não estavam a rebeldia de sempre... e sim lindamente presos pela bela presilha. Como mencioná-la? Tinha que fazê-lo...!
 
-Gina? Ei, Malfoy, sai de perto dela!-uma terceira pessoa entrou no meio da discussão. -Sabe que estão proibidos de brigas. Pelo menos pense em você.
-Potter?-o loiro estranhou a presença -Não deveria estar estudando ou salvando o mundo bruxo...? Ou sei lá o quê, mas longe daqui?
-Por que estaria enquanto você acusa a Gina injustamente? Eu vi tudo, você é que quase a atropelou!
-Harry, eu estou bem...-a pequena disse, ajeitando o uniforme.
-Mesmo?
-Com certeza!-ela forçou um sorriso.
 
  Draco os observava incrédulo. Havia tanto distanciamento ali e, mesmo assim, Potter simplesmente observara toda a cena e bancara o herói. Mais uma vez. Maldito!
 
-Errr... Presilha nova?-ele perguntou, talvez tentando puxar assunto.
 
  Maldito! Que mil raios o partam e Voldemort lhe jogue uma nova maldição mais cruel que qualquer outra proibida! Ele havia notado antes!!!
 
-É, sim! Não é linda!?-perguntou, exibindo-a.
 
  Mas o primogênito dos Malfoy sentiu que era mais para ele que para Harry. Também se lembrou que a coleção Fênix era uma recém-lançada de uma loja de primeira classe do mundo bruxo.
 
-Vendeu o corpo pra comprar isso? A que ponto chegamos...-Draco comentou, logo se arrependendo. Com o outro por perto, ele só perdeu pontos. Nunca concretizaria o plano se não se tornasse seu amigo e não era com insinuações daquele nível que o lograria.
-Ora, Malfoy! Sabia que eu ganhei isso de alguém que, ao contrário de você, é um belo cavalheiro!?
-Aposto...
-É mesmo, Gina?-Potter perguntou, curioso.
-É... Um... Um belo cavalheiro!
-Nick Quase-Sem-Cabeça? Ou aquele outro...? Aquele nobre do-
-Cala a boca! Vamos embora, Gina, ou podemos nos infectar com esse vírus verde...
 
  A moça arqueou a sobrancelha, mas logo foi puxada pelo moreno até, provavelmente, o dormitório dos grifinórios.
 
  Mas os olhos acinzentados haviam entendido muito bem o recado. Maldito!
 
  O que não ficava tão claro era o porquê de Potter tentar uma conversa com a ruiva. Muitas vezes o casal havia discutido na sua frente sem interrupções... Em alguma delas, inclusive, o meio bruxo ajudara Gina a simular novas ofensas.
 
  E, agora, não só aparara a briga, mas também elogiara Gina desnecessariamente. Bem, ela estava bem com a tal presilha, entretanto... O que aquilo tinha a ver com Draco? Nada! Era como se Potter conhecesse suas intenções e resolvesse estragá-las todas. Maldito!!!
 
  Maldito! Maldito! MALDITO!!!
 
  Agora devia refazer o plano. E o tempo se esgotava...
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
  A jovem se deslocava pela multidão até a fila de jogadores que se formava para entrarem no vestiário do time vermelho e dourado. Não tão animados quanto horas antes, eles apenas conversavam baixo.
 
  Ela se desviou dos estudantes cabisbaixos após aquela partida e encontrou quem procuravam. A ruiva estava sentada em um banco, olhando o nada.
 
-Vamos embora?-Luna perguntou, aproximando-se.
-Calma... Deixa-me respirar. Acabo de ser massacrada! Maldito Malfoy! Aposto que aquele esbarrão no Harry foi proposital. Sorria tão irônico quando o cumprimentou agora há pouco... Se não fosse por aquilo, Grifinória pegaria o Pomo antes.
-O que será pra janta?
-E eu vou saber!? Aliás... Eu fui falar com o Harry que tinha valido o esforço dele e tudo o mais e ele me tratou tão estranho.
-Tomara que haja algo da Austrália! Eu amo comer canguru...
 
  Gina a observou por um momento e depois se lembrou de novo das palavras do companheiro de equipe momentos antes: "Muito obrigada, Gina... Não sabe como é bom um apoio amigo nessas horas. É um alívio conversar contigo."
 
  Repetindo-as num tom médio de voz suspirou, por que aquilo? Parecia cena de novela estrangeira...
 
-E o pior...-a ruiva continuou.
-Já comeu burritos?! Eu amo comida do México...
-O pior foi que o Harry meio que me abraçou depois! Foi muito surreal, sabe?
-Eu tô com sede.
-Certo... Vou me trocar, a gente se vê no salão principal!
-Água das minas de Atlântida que mandam pro meu pai... Tenho saudades!
 
  Gina virou os olhos e foi para o vestiário feminino.
 
-Atlântida... A revista desse mês fala do monstro de Atlântida com sete olhos, sete bocas... Tô doida pra ler o relato. Tomara que ela chegue logo...-Luna continuou divagando enquanto caminhava em direção ao castelo.
-Menina...
-A do mês passado com o caso do Sirius... Imagino por que não levam logo pro Minis-
-Ei! Lovegood!
-Hã? O que foi?
-Preciso te pedir uma coisa... Aliás, ainda tenho que te recompensar pelo conselho da outra vez... Devo enviar algo para sua conta...?
-Não preciso de dinheiro. Tchau.
-Ai, ai! Lá vou eu de novo...-Draco resmungou, andando atrás da moça -Ainda nem comecei! Se não quer ser paga, melhor pra mim. Mas, diga... O que há entre Gina e Potter?
-São amigos.
-Só isso?
-Disse que me daria algo?
-Ei! Eu fiz uma pergunta...
-Eu também, que coincidência.
 
  O que mais doía em Malfoy era o fato de a moça não soar nem um pouco irônica.
 
-Sim, eu te daria...-falou, meio que resmungando. Tinha que tomar cuidado para que a jovem não saísse voando dali. Observou-a melhor e cruzou os dedos. Ela já parecia flutuar.
-Eu quero água de Atlântida.
-Esse lugar é mítico, não existe!
-É claro que sim... Não lê a revista do meu pai?
-Não preciso ler para- A conversa havia perdido o foco. O rapaz inspirou, contou até cinco mentalmente e... Inspirou de novo. -Lovegood, acha que Gina ainda goste de Potter?
-Você não queria ser amigo dela? Não importa então que é o namorado, certo?
-Eu nunca disse que queria ser amigo daquela Weas-
-Ah! Então você a quer! Nossa... Como posso ser tão desligada às vezes, hein?
 
  O herdeiro total de uma das famílias bruxa mais ricas ficou boquiaberto. Perguntou-se se deveria substituir "às vezes" por "sempre" e inspirou uma vez mais.
 
-Não a quero! Ninguém disse isso! Ouviu!? -Draco contou até dez e soltou o tanto de ar que havia prendido. -Dá pra prestar atenção em mim e responder o que for perguntado!?
-Mas... Se não quer amor nem amizade... Bem... O que é, então?
-Não te importa! Argh! Falar contigo deve ter sido uma das minhas piores idéias, mas é a única opção. Olha pra mim!
 
  A rapariga olhou-o, assustada, mas logo começou a prestar atenção em algo acima de seus ombros. Malfoy, que já estava calmo de tão raivoso, contraiu-se nervosamente e começou a procurar o que poderia ser mais importante que ele próprio.
 
-Uma borboleta!?-exclamou, franzindo o cenho.
-Tão linda, né?-Luna afirmou com um sorriso.
-Okay, sim! É a coisa mais linda que já vi! Agora, diga, por Merlin! Gina vai com quem no maldito baile!?
-Mas eu já não te disse?
-Não.
-Tem certeza?
-Sim.
-Hummm... Podia jurar que-
-DIGA!
-Não sei. Nem te diria se soubesse.
-Isso você já disse...-Draco soltou um suspiro, caminhando atrás da aluada.
-Então! Eu sabia que já tinha falado!
-Não sabe mesmo?
-E eu também te sugeri ser amigo da Gina, né? Logo, o que ainda tá fazendo aqui!?
-Enlouquecendo... Só pode ser!
-Se quer que ela goste de você, conquiste-a! Ela é tão sozinha, sabe? Vive triste...
-Eu sei...
-Às vezes até me preocupo um pouco. Ofereço minha revista pra ela ler, pois, por algum motivo, ela sempre ri.
-Nem sei qual é...-o rapaz diz, cansado demais para discutir.
-Ela precisa de alguém. Pelo menos, desde que ganhou aquela presilha ela ficou mais felizinha! Ah, e hoje ela também estava mais um pouco ainda.
-Depois daquele abraço com Harry, também!
-Eu ficaria tão melhor com minha água de Atlântida... Meu pai sempre me dava, quando estava em casa. É a melhor de todos os planos!
-Ele a abraçou porque estão juntos?
-Tão gostosa!
 
  Malfoy fez uma carranca e percebeu que dali nada mais sairia. Num último suspiro despediu-se da moça e se foi.
 
  Pelo menos havia conseguido arrancar algo: Gina e Potter ainda não deviam ter nada de certo ou Lovegood haveria dito, certo? Mas outro detalhe o incomodava e, com a aproximação do baile, tinha que andar com seu plano de humilhar aquela Weasley mortalmente.
 
  Enquanto sumia pelos corredores até a sala de jantar, dava risadas sem nem se importar com algum possível ouvinte. O triunfo seria seu!
Continuará...  
Anita, ??/??/05
 
Notas da Autora:
 
Primeira fic de HP, por favor comentem!!! Meu e-mail é anita_fiction@yahoo.com
É um presente que ofereço à Miaka_ELA ^^
Ah, o título veio duma música triste da Maki Goto (Sayonara, Tomodachi ni wa Naritakunai yo – Adeus, Não Quero Ser Sua Amiga). A fic não é triste!!! Aqui significa algo mais hehehe.
Até o próximo capítulo!

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