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E Se Eu te Deixar Ir? § 3 - Zubo

A Olho Azul Production:
E Se Eu te Deixar Ir?


Notas Iniciais:
Prevejo um pouco de Lime para algum capítulo próximo, mas por enquanto este aqui é livre, hehe. E aviso que Rayearth não é meu anime, manga ou Ova. Que eu faço esta fic em busca de fama, sucesso, glória, reconhecimento e em outras palavras, não estou aqui para ganhar dinheiro e sim para ganhar e-mails!!! Zubo, Liana Zenks e cia são de minha propriedade e alinha temporal pode ser meio confusa aqui... Gomen ne, foi pelo bem do enredo. Agora leiam a fic(se não lerem, serão suicidados, acreditem, sou a autora e tenho estes poderes)
 
Capítulo 3- Zubo
 
-Clef...-Lantis lhe chamou, bem baixo. O mago não queria falar, fechou os olhos e fingiu dormir. Seu corpo talvez estivesse recuperado da estafa, mas sua mente e seu coração, não.-Sei que está acordado...-agora ele abria os seus enormes olhos azuis e encarava o discípulo, sempre tinha sido muito esperto.
 
  Lantis nunca fora um garoto fácil de se adivinhar os pensamentos; sempre imprevisível, mas de certa forma, de uma personalidade muito simples. Sua imprevisibilidade surgia de sua espontaneidade, sempre com uma pitada de ingenuidade. Clef logo se viu incapacitado de prever a finalidade do garoto.
 
-Fale, Lantis...-disse ele, num tom cansado.
-Fala o senhor comigo, mestre.-sim, e dominando tudo acima citado, sua genialidade. Lantis era muitíssimo esperto, sempre sabia de tudo numa só olhada. Porém por vezes ele optava ignorar.
-Falar sobre o quê?
-Quero saber sobre um feiticeiro...-Clef já sabia o que seu aluno queria, não era muito difícil, por menos que lhe tenha contado de sua vida e pensamentos, Lantis o conhecia. Talvez não por detalhes, mas sabia distinguir as emoções conflitantes na cabeça de seu pai e mentor. Aquele tom de menino sempre foi uma espécie de farsa, assim pensava Clef.
-Que feiticeiro?- perguntou o mago, se fazendo de inocente, entrando no jogo dele. Logo, atrás dele, Clef notou uma presença que até agora ignorara por completo.-Lucy... O que fazem os dois aqui?-sua postura se alterara, assim notou a guerreira mágica, agora tinha certeza que Clef era um homem muito diferente para Lantis. Até agora usava um tom de um pai ao filho que de repente transformou-se em autoritário, como o mago e guru que ela conhecia.
-Eu já disse, mestre. Queremos saber sobre um feiticeiro.-Lantis continuava com o tom ingênuo.
-Lucy... Sente-se.-falou Clef, criando uma cadeira de magia, ao lado de Lantis; não ignorando o rubor em sua face ao sentar-se ao lado do rapaz.
-Clef, não me ignore.-agora Lantis mostrava a sua verdadeira face, aquilo era um fato raro, que Clef quase nunca presenciava, a menos quando ele estava com o irmão. Algo veio a sua mente, um brilho estava no olhar de seu pupilo, um brilho diferente... Melhor, um rubor se fazia ver em suas bochechas, quase desapercebido ali ele estava, então “o” fato tinha acontecido... Lantis estava apaixonado por Lucy... Esta era a explicação, mas o brilho... No olhar... Não era para Lucy, Clef já o tinha visto, há muito tempo, quando Lantis falava com seu irmão. O mago nunca conseguiu ouvir a conversa, mas agora que revê este brilho, só pode concluir que Lantis tenha tentado convencer seu irmão a esquecer Esmeraldo, ou coisa assim. Pois, agora, tentava ajudar seu mestre a superar o passado.
 
  Clef acordou de seus pensamentos notando ser encarado por Lantis e Lucy. Devia ter ficado daquele jeito por um bom tempo...
 
-Qual é o nome dele?-novamente ele adquiria a postura de pai, notou que Lucy já devia saber de tudo.
-Zubo, você sabe.-falou Lantis, meio seco.
-Zubo... Eu o conheci... Faz tempo... Para falar de Zubo tenho que falar de Zenks...
-Temos tempo...
-Em geral... Zubo era um feiticeiro muito nobre sempre grudado com seu irmão. Ele era o irmão mais velho, na verdade, mas parecia o mais novo, era bem mais retraído, Zenks sempre sabia mais da vida, mas em matéria de habilidades... Eram praticamente iguais.
-Mestre, fale de Zubo.
-Não tenho muito... Ele era um idealista, um sonhador. Por incrível que pareça, Zenks já era bem idealista. Voltando ao Zubo, o conheci faz tempo. Bem jovem ainda, ambos. Eles vieram para substituírem o vago que havia no número de bons feiticeiros. Zenks treinaria e Zubo serviria de diplomata, trabalhando muito com a Comandante da Guarda, tarefa que eu antes cumpria, mas o treinamento com a Princesa Esmeralda já me tomava demais o tempo. Na época eu era o Feiticeiro Chefe, mas logo que a Princesa começou a assumir sua posição ela me evolui a seu Conselheiro e o antigo Conselheiro também era o Guru, mas já estava cansado, então passou apenas a auxiliar. Na época-
-Clef... Eu pedi Zubo.
-Bom... Quando me tornei Conselheiro ele se tornou o Feiticeiro Principal. Foi um ótimo Feiticeiro e um grande amigo, não tenho muito mais a dizer se não quer detalhes, Lantis...-havia detalhes lógicos que ele optou por não mencionar, mas tinha dito boa parte. Lantis... Devia estar se machucando com aquilo, mas queria ajudar, Clef entendia.
-Está certo... Qual era mesmo o nome da Comandante da Guarda, Clef?-aí estava o truque dele... Mesmo com a falta de interesse nestas pessoas de Lantis, é óbvio que ele sabia esta.
-Liana...-Clef se entregou. A hesitação, a tristeza e a saudade em sua voz... Aí seu erro.
-Era só isso! Obrigado-ele deu um sorriso moleque para seu mestre e saiu. Lucy o acompanhava, mas Clef fez com que ela esperasse.
-O que quer?-perguntou a garota, assustada.
-O que Lantis lhe contou?
-Não muito...
-Sei... Notei que ele pulou muita coisa... Lucy, o que quer que tenha feito ao Lantis, continue fazendo.
-Como!?-a este ponto um rubor bem vermelho queimava-lh o rosto.
-Ele está feliz e é o garoto que devia ser. Faz tempo que não vejo esta vida em suas ações...
-Está certo... Cef, a Marine quer lhe falar, tenho que ir.
-Marine? Certo... Até Lucy.
-Se quiser falar dela comigo... Prometo que não conto ao Lantis.
-Farei questão de me lembrar disso.-Clef lhe deu um sorriso e parecia se preparar para enfrentar Marine, Lucy sorriu com o pensamento e se foi.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
Passado
 
  Zenks era um jovem que gostava de viver a vida ao máximo isso incluía mulheres, muitas mulheres! Daí sua fama de galanteador. Mas ele também era um jovem simpático. De início talvez, seu comportamento tenha sido muito comparado com o de Kei, mas logo ele notou a diferença.
 
  Alto de cabelos negros e lisos e feição meio infantil, Zenks era o terror para as mulheres. Não era convencido quanto aparentava ou agia, no fundo era um homem simples e de pequenas ambições. A principal era viver.
 
  Clef os estava esperando para o seu primeiro dia de trabalho em sua sala. Não era uma sala grande, mas também não era pequena, muito bonita e espaçosa, no fundo era enfeitada com uma cadeira muito simples, destinada a Clef, seu proprietário. Ao canto se encontrava uma mesa farta, o café-da-manhã!!! Zenks logo esqueceu da briga que acabara de ter com o irmão sobre dormir demais e se atrasar para o primeiro dia e não via a hora de atacar. Teria pulado em cima dela se não a tivesse visto.
 
Uma garota.
 
  Assim a considerou. Era uma garota, uma garota linda! Estava altiva ao lado de Clef, com uniforme de soldado. Então esta era a famosa Liana. Já a vira em umas festas e falaram com ela em poucas ocasiões, na primeira sua corte foi feita desastrosamente e o resto foi por pura gentileza, ele sabia que não tinha chances com aquela deusa.
 
  Ouviu logo depois que foi apresentado, e levou um fora, que ela era de ferro, dizia que não se apaixonaria, nunca! Zenks sabia que aquilo era pura meninice, que um dia o amor viria, mas também que não seria ele quem o traria. Mas ele daria tudo para ter esta preciosidade a sua frente, até a sua liberdade. Então como um cavalheiro ele a cumprimentou, beijando sua mão, sendo seguido por seu irmão, que ainda não a conhecia e estava estático de admiração. Um efeito que ela era famosa por causar. Mal seu irmão retornou a sua postura e Zenks a olhou nos olhos ela foi clara:
 
-Estão atrasados.
-A viagem nos can- tentou seu irmão, ocultando o verdadeiro motivo.
-Não quero explicações!-ela também era rígida e o olhava nos olhos. Zenks sabia que aquilo era orgulho ferido, não sabia porque, mas seu irmão estava em encrenca.
-Vamos, Lia! Pegue leve com eles! Nem conhecem o palácio direito.-falou Clef.
-Essa não era a desculpa que seria dada.
-Lia! Você não precisa ser assim... Vamos ao nosso café e conversaremos durante.
 
  Ah! Comida! E estava muito gostosa... Estavam saindo para um tour pelo castelo quando Liana o puxou pelo pulso.
 
-Nós ficamos, por enquanto.
-O que quer, senhorita?
-Desistam!
-Como!?
-Não quero que um pervertido qualquer me acompanhe nestas viagens importantes... Quero que desistam.
-Mas quem te acompanhará será o meu irmão...
-Vocês são iguais, segundo ouvi e as aparências mo confirmam.
-Apenas dê uma chance a ele.
-Sou boazinha e a darei.
-Certo. Ele aceitará um desafio para provar que é um feiticeiro sério e se o ganhar você viaja com ele, se não... Eu o farei desistir e nós dois vamos embora.
-Na espada. Não sou feiticeira.
-Certo, ele também é bom nisso, se arrependerá, senhorita Liana.
-Sou a Comandante da Guarda.
-Certo, Comandante, o desafio será hoje ao pôr-do-sol.
-Então que ele esteja atrás do monte atrás do palácio, lá ninguém saberá de nada.
-Sei onde é. Vamos, agora?
-Vamos.
“Que mulher! Zubo... Que desculpa inventarei pra você participar?” -pensava Zenks, enquanto os dois tentavam alcançar Clef e seu irmão.
 
*-*-*-*-*
 
-Saber minhas habilidades?-perguntava Zubo mais tarde.
-Sim, é um costume de Zefir.-inventava Zenks, para justificar o desafio.-Se você vencer, ela te respeitará, se não, ela se recusará a viajar com alguém que não respeita.-era meia verdade...
-Eu não sei...
-Vamos, Zubo! São os costumes!
-Eu conheço um pouco dos costumes de minha própria terra, Zenks! Saberia de um assim.
-Bem, mas pelo o jeito você acaba de descobrir. Zubo, desconfia de teu irmãozinho?
-Claro! Já me aprontou muitas...
-Poupe-me da vergonha de ter enganado meu irmão, por boas causas, lógico.
-Você precisa crescer, Zenks, mentir é coisa infantil.
-Zenks... É só o costume. E ela é linda! Não vai querer ofendê-la, vai?
-Está bem... Ela de fato é muito bonita...
-Gosta dela? Eu te ajudo a conseguí-la.
-Não preciso de ajuda. Mas por que ela pareceu nos odiar tanto? Você não a conhecia, né?
-Não, nunca tinha visto tamanha beleza inolvidável!
-Certo, devo concordar... Gosto dela, acho.-e Zubo não mentia. Ele só não sabia que por causa disso ele tinha assinado o contrato com a morte.
 
*-*-*-*-*-*-*-*
 
Pôr-do-Sol
 
“Não gosto disso... Aquele Zenks pode ter me enganado.” -pensava Liana, olhando o sol tocar a terra. “Ele é conhecido por ser garanhão... Mas comigo ele não pode! Nem este irmão dele... Zubo. Mas por que só ao pronunciar seu nome, sinto como se espadas, milhões delas, ferissem meu coração.”
-Liana!-uma voz grossa a chamou. Era Zenks e ao lado dele estava Zubo, numa pose um tanto resignada, algo estava tremendamente errado.
-Estou aqui e para variar... Estão atrasados!
-Este é um combate suicida Liana, meu irmão te vencerá!
-Eu domino a arte da espada, o quê o faz pensar assim?
-Nosso pai também, ele nos ensinou tudo o que sabia. Largue esta idéia, rompa suas idéias, esqueça!-dizia Zenks, algo definitivamente estava errado.
-E por que o senhor Zubo não fala? Ele é mudo? Pois bem, deixe-nos, senhor Zenks. O combate será apenas entre nós.-a expressão de espanto nos dois já foi o prazer maior que seria o da vitória.
-Eu fico com ele.
-Quero ter garantias de que não intervirá.
-Não confia em mim, senhorita?
-Quer que eu seja sincera?
-Vá, Zenks... Eu cuido disto.-Zubo lhe lançou um olhar e Zekns sabia agora que ele estava enfeitiçado, não por um feitiço qualquer, mas por aquele que não tinha cura: o amor. Estava cego pela loucura, também. A mulher era boa com a espada, seu irmão nunca a venceria e só Zenks sabia o quanto aquele emprego era importante para seu irmão mais velho.
-Mas, Zubo...
-Você não faria diferença alguma. Vá! Eu estou mandando...-Zenks baixou a cabeça e como um bom irmão, obedeceu a ele. E se foi. Nem poderia espiar, Zubo saberia.
-Agora somos só nós dois...-ainda ouviu Liana dizer.
-É... Acho que de fato estamos sozinhos...-disse Zubo, olhando ao seu redor, se deparando com uma floresta sombria.-Esta não seria a Floresta do Silêncio, seria?
-Não trema, pois não é. Esta é pior em matéria de monstros.-ela ainda pode ver o quanto à pele dele conseguia ficar branca. Seria uma espécie de recorde, ou coisa assim. Liana permitiu-se uma risada de prazer.-Você é um medroso! Devia ter mais medo de mim, que tenho clara intenção de te ferir.
-Não... Você tem um cérebro que funciona...-Zubo esperava que assim fosse.
-Que bom que pense assim, pois hoje estou aqui para defender a minha honra!!! Prepare-se, feiticeiro!-Liana desembainhou a espada e o duelo estava declarado iniciado. Zubo seguindo seu movimento descansou a espada em posição de defesa.
-Sou bom, senhorita... E acho que poderíamos evitar esta tradição patética.-Liana avançou até ele, sendo segurada a custo, uma espada, agora, media forças com a outra.
-Tradição? Isto não é uma tradição.
-Como!?-no momento de distração Zubo é derrubado e per de a espada.
-É um distraído. A arte da espada não admite tal erro e isto o torna um péssimo espadachim!-ela pegou a espada do jovem, ainda caído no chão.-Por que não se levanta? Não deve ter doído tanto, apenas quebrei a sua postura... Mas... Você perdeu!
-Não nego, melhor, eu admito. Mas primeiro conte esta história de não ser tradição... Meu irmão me disse que era um costume tal desafio.-a garota de cabelos negros o olhou assustada e de repente a realização tomou conta do olhar, deitou a espada de Zubo na grama e lhe estendeu a mão.
-Levanta! Foi enganado por ele...-Zubo aceitou a mão e ao tocá-la sentiu uma onda enorme de calor e choque por todo o seu corpo. Aquela exímia espadachim tinha a mão feita de ceda, sem um calo sequer. Mas logo as palavras lhe chegaram ao cérebro e pôde entender a superproteção por conta de Zenks.
-Entendo, não é a primeira vez. Afinal, do que se tratava esta luta?-agora estava olho no olho, Liana admirou a postura e o sorriso do rapaz e finalmente observou seus lindos olhos azuis, da cor do gelo, mas que ardia como uma fogueira no seu ápice.
-Esqueça... Acho que vocês só se parecem na casca. Agora ela não teria mais um motivo, mesmo. Seja bem-vindo a Zefir, Feiticeiro Zubo. Aqui é a terra onde a força de vontade mais forte é a que impera.
-Obrigado... Mas não vou deixar o pestinha escapar desta. Não se preocupe.
-Fico mais aliviada. Até mais.-e lhe deu um beijo no rosto, em reconhecimento da amizade. Zubo não perdeu a chance e segurando-a pelo queixo deu-lhe um leve estalo nos lábios, macios como seda. Sabia que se fosse possível, aqueles lábios seriam um tecido ainda melhor que a seda.
-Até mais, Liana.-e antes que ela recuperasse o domínio sobre seu corpo e lhe desse um tapa, ele usou uma magia de tele transporte, para o alto da montanha perto do palácio.
 
  Liana lá ficou e ao recuperar a ação levou dois dedos de uma de suas mão ao seu lábio, tocar no ponto onde ocorreu o seu primeiro beijo. Uma lágrima rolou por seu rosto. Era seu coração que chorada a ferida que acabara de levar no seu orgulho. E sons antigos de sua própria voz ecoavam por sua mente:
 
“Eu? Apaixonada? Nunca! Choverá em Zefir antes disso!”
 
“Para mim, o amor não se passa de uma espada de dois gumes, ela também só serve para te ferir.”
 
“O beijo é a coisa mais idiota do mundo, não vejo a graça em duas pessoas se tocarem pelos lábios e línguas, só para depois ficarem sem ar e exaustos. E chamam isto de romântico!”
 
“Bem, só sei que isto prova o quanto o amor é algo idiota, você vê o sofrimento que este poema traz?”
 
  E mais lágrimas agora faziam companhia àquela primeira. Liana não agüentou e a espadachim melhor de Zefir, agora tinha a sua postura quebrada.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
Presente
 
-Clef... Fiquei tão preocupada!-dizia Marine ao entrar em seu quarto, lágrimas percorrendo um caminho que já tinha sido traçado por outras anteriores.
-Eu estou bem agora.
-O médico disse para você descansar!-falava ela, sentando-se numa cadeira luminosa que Lucy estava há pouco.
-Imagino. Mas eu já estou melhor, como eu disse.
-Não faça mais isso, ouviu?
-Já não lhe disse que estou bem? Fique calma, ou trocaremos de lugar.
-Fico feliz por isso, Clef! Queria ter sido a primeira a vê-lo, mas Lantis parecia ter algo urgente a tratar... Que garoto estranho, é má influência para Lucy...-e ele observou a vivacidade na voz de Marine enquanto falava mal de Lantis. Começou a rir, como ela podia ser tão parecida e tão diferente.-...Lucy perdeu a espada e quem foi o culpado!?-ela continuava. Logo notou as risadas de Clef.-O quê foi? Eu não acho que uma amiga seqüestrada seja engraçada.
-Não foi isso... Quem foi seqüestrada!?
-A Lucy! Lembra? Na invasão? Aquela garota é tão ingênua, vai acabar se dando mal. E o culpado deve ser o próprio Lantis! Você está rindo agora, mas vai ver!
-Não é por isso que estou rindo...
-Então nem está prestando a atenção... Isso me magoa! Deve estar pensando o quão faladeira eu sou não é?
-Não... É que a sua vida... Faz lembrar uma pessoa muito querida minha.
-Minha vida? Faz lembrar quem? O Lantis é que não é!
-Ele também era assim, sabia? E ainda pior... Mas eu estava me lembrando de uma garota chamada Liana.
-Liana?
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
Passado
 
-Clef!-ele ouviu ao entrar em sua média sala seu anjinho.-Lindinho! Quero que veja isso!
-Mais um destes seus poemas malucos? Não é, Lia?
-E o que mais seria?-ela abriu um sorriso, a noite passada ela tinha tirado para refletir e agora sua vida iria mudar. Clef notou o novo brilho em seus olhos.-Vamos! Leia e depois me diga o que acha e pode ficar com o rascunho, certo?
-Onde conseguiu?
-No computador do Conselho.-desde que se tornara comandante ela tinha ido muito ao Conselho, seu trabalho estava sendo bastante admirado segundo o que ele ouvia.-De onde mais? Lá tem de tudo!
-Certo, depois eu o leio.
-Diga-me hoje, ouviu?
-Certo!-e ela saiu, tal qual entrou, pior que um furacão. E como ela era linda!
 
  O Feiticeiro passou o olho pelo papel e seu coração quase parou quando terminou.
 
-Soneto da Fidelidade... Será que ela quer dizer algo com isso?-perguntou-se, mas em voz alta.
-Ela com o quê!? Outro poema da Ia?-era Esmeralda, leitora fanática dos poemas que a “Ia” achava. Tomou rapidamente o poema das mãos de seu Mestre e começou a lê-lo.-Quê lindo!
-Sim, Lia tem bom gosto para poemas, não é?
-Sim! São bem melhores que os que o senhor me obriga a ler, mestre.
-Hahahaha. Esmeralda... Princesa, sabes que são para teu próprio bem!
-Eu sei, mestre. Mas não sei em que eles me inspiram em amar Zefir!
-Certo. Mas você é obrigada a lê-los, então para quê reclamar!
-Eu sei... Mas a esperança é a última que morre.
-Só sabe dizer “eu sei”? Ensinei-te muito mais que isto!
-É, eu sei.
-Desisto!
-Hahahaha!-aquela gargalhada gostosa dela era uma das coisas que dariam vida ao palácio, depois da morte de Liana. Sendo logo substituída por um outro furacão, ainda pior que Liana, Lantis.
-Veio aqui para quê, Esmeralda? Temos aula daqui a trinta minutos.
-Vim pedir-te para que me ensine um feitiço, mestre.
-Um feitiço? E qual seria este?
-O de manter a juventude.
-E para quê o quer? Sua força de vontade já o faz automaticamente, princesa.
-Mas eu quero um que adiante. Estive meditando, mestre.
-Sobre o quê?
-Sobre o que aconteceu com Ia, ontem.
-Com Liana? E o que foi?
-O amor.-os olhos de Clef se abriram, Esmeralda tinha este pode de saber o que havia com cada um no palácio, era a única que realmente sabia da paixonite de Clef em Zefir.
-Explique-se melhor, princesa.-a garota deu aquele sorriso travesso.
-É segredo, só meu e da Ia.
-Só vocês sabem?
-Não... Mas só nós sabemos por completo. Mas voltando ao assunto...
-Não, complete este primeiro, princesa. Como ficou sabendo?
-Eu estava olhando o horizonte, ontem, e vi o amor. Agora eu encerro este assunto e retorno ao outro. Quero que aplique este feitiço sobre mim, mestre.-Clef não mais insistiria com ela, Liana lho explicaria melhor.
-E para quê o quer, princesa?-perguntou pacientemente, no fundo ele ainda alimentava a ilusão de Liana ter se decidido por ele.
-Se eu parar o tempo, não terei que ver o amor.
-Quer dizer que quer parar seus hormônios? Pode ser uma boa idéia, é melhor prevenir do que remediar... Que assim seja!
 
  E a partir deste dia, o corpo de Esmeralda não mais cresceu, ao contrário das esperanças de Clef.
 
  Já era noite quando Liana entrou novamente na mesma sala, estava radiante, um rubor no seu rosto lhe dava uma beleza madura e ao mesmo tempo de moça. O coração de Clef passou a bater mais rápido.
 
-E o que achou?
-Ele é lindo, Liana! Mas por que tanta importância?
-Espere e verá!-ela não o diria... Ele abriu um sorriso, seria uma surpresa. Mal sabia que seria a sua primeira facada, das três que Liana ainda lhe daria.
-Certo, queria lhe falar sobre outra coisa.
-Sobre a viagem de amanhã?
-Não...
-Sobre aquela promessa? Saiba que já me acertei com Zubo, ele pode ficar.
-Não era isso também, mas fico feliz.
-Então diga!
-Então me deixa dizer!
-Prossiga.
-Ótimo! A princesa Esmeralda me contou coisas esquisitas hoje.
-Sobre o quê?-perguntou ela, mais preocupada agora.
-Sobre o amor. Ela disse que você viu o amor,ontem, Lia.
-Lindinho... Você vai saber sobre isto mais tarde!-e ela saiu, o rubor, ainda mais forte, lhe enfeitando a face.
 
  Naquela mesma noite, no jantar de despedida a Liana e Zubo, Clef recebeu a sua facada, os dois anunciaram o seu namoro.
 
  A partir daí, nada seria como antes, mas Clef não deixou Liana saber, não... Ela não soube então e ainda demoraria muito tempo para sabê-lo.
 
  Por incrível que pareça, Zubo acabou se tornando um grande amigo de Clef e os três acabaram se tornando confidentes de tudo. O feiticeiro estava feliz por seus amigos, nenhum deles tinha culpa alguma. E logo seu relacionamento foi se tornando mais sério, cada vez mais sério, até que um dia Zubo chegou até a sala de Clef, ao voltar de uma viagem qualquer.
 
-Quero me casar com ele, Clef.
-Como!? Está maluco, Zubo? E por que vem aqui me falar?
-Por que eu sinto que devo lhe pedir permissão.
-Não sou o pai dela.
-Mas lhe é como um irmão.
-Entendo... Tem minha permissão, Zubo... Foram feitos um para o outro!
-Foi o mesmo que meu irmão falou.
-Zenks é sábio, por isso.
-Sim.
-E como ele vai indo no conselho? Depois de treinar ótimos feiticeiros aqui, deve ir muito bem!
-Não tanto como você! Soube que ganhou o título de sub-chefe da Sétima Divisão! Liana é a sua assistente, não é?
-Sim... Só aí eu a passo.
-O Conselho não abre muito espaço para espadachins. Mas mesmo assim, ela está na minha frente! Eu na oitava... O Chefe. Meu irmão é o sub-chefe, somos a pior dupla já formada, meu caro.
-Mas vocês dois se dão muito bem... Não acredito que estejam tão mal assim.
-Meu irmão gosta de me aplicar truques... Este é o problema.
-Mudando o assunto, quando a pedirá em casamento?
-Hoje a noite! Creio que se ela aceitar, você será seu padrinho!
-O seu é o seu irmão, certo?
-Exato! Entre tapas e beijos, amigo.
 
  E assim foi... Liana aceitou e a cerimônia foi linda. Ocorreu fora de Zefir, e o salão foi cedido pelo próprio conselho. Convidados ilustres brilharam no salão. Kei não pôde deixar de comparecer e lá foram ele e Mistai, agora sua esposa.
 
-Soube de sua irmã, Clef, meus pêsames.
-Em Zefir só morre quem quer, Kei... Era a hora dela.
Mistai:- Mesmo assim, ainda é muito triste.
Clef:- Eu sei...
Kei:- E como vai tudo?
Clef:- Bem, por que?
Mistai:- Acaba de ser o padrinho de casamento de seu grande amor, Clef, como tudo pode estar bem?
Kei:- Cara, ela tem razão...
Clef:- Eu já me acostumei com os dois e são grandes amigos... Fico feliz por Liana, ele a deixa muito feliz, enquanto for assim... Eu estou bem.
Mistai:- Mas ainda é triste.
 
  Depois de alguns poucos meses de casados, eles anunciaram uma notícia alegre. Liana estava grávida. Meses depois nascia o bebê.
 
*-*-*-*-*-*-*-*
 
Presente
 
-Liana...-Marine repetia seu nome mais uma vez.-Quem é ela Clef?
-Foi uma mulher a quem a amei muito, Marine... Mas agora acabou, ela está morta.
-Que trágico!-sua expressão triste logo se converteu para indignada.- Mas peraí! Comparou a minha vivacidade com a de uma mulher morta!?-Clef gargalhou forte desta vez.-Não tem graça, Guru Clef!
-Sinto muito... Comparei com quando ela estava viva, Marine.
-Melhor e espero que ela tenha sido muuuuito bonita!
-E foi! A mais bela de todas!
-Ótimo! Mas quem foi ela? Fale-me dela, Clef!
-Era foi uma amiga apenas... Nunca tive o seu coração pra valer. Ela amava a outro, um outro amigo, na verdade, Zubo.
-E o que ela era?
-Uma ótima espadachim e era Comandante da Guarda.
-Ela foi quem antecedeu Lantis?
-Sim, mas não de imediato, teve um outro no meio, mas foi ela quem fez permitir que o Comandante fosse um mero espadachim, e não só um feiticeiro, como era antes. Uma grande mulher.
-Eles tiveram algum filho?
-Sim...
-Sério!? Quem? Eu conheço?
 
*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Lantis!-Lucy lhe seguia fazia cinco minutos.-Não fuja! Isto é covardia.
-Já lhe disse que prefiro não responder!-disse ele, parando e se virando para ela. Lágrimas lavavam seu rosto.
-Lantis...-ela levou sua mão ao rosto do rapaz.-O que essa mulher tem que te deixa desta forma? Confia em mim, conta!
-Certo.-então eles se sentaram observando uma floresta que rodeava o palácio.-Ela...
 
*-*-*-*-*-*-*-*
 
Passado
 
-Finalmente!-disse Clef, suado de nervoso.
-Zubo tinha que estar aqui.-falou Liana, fraca, mas com seu primogênito no colo.
-Sabe que como Feiticeiro Principal, ele tem muitas funções.
-Com licença.-uma menina de aparência de dez anos ou algo assim, com longos cachos dourados maiores que ela própria entrou naquela sala.-Olá, Ia!
-Princesa! Olhe meu filho!
-É um menino... Que lindinho! Qual será seu nome?
-Eu não sei... Espero Zubo.
-Escolha você mesma, como um castigo!
-Princesa! Não diga isso...-falou seu mestre, mas sorria com a travessura dela.
-Ah! Mestre... Só vim aqui me despedir de vocês... Não o veria tão cedo... Agora farei a jornada por Zefir com o velho Guru. E quando eu voltar vocês estarão no lugar que será o novo palácio não é?
-Sim, Princesa. Meu marido e eu ajudaremos a construir um belo palácio só apara Vossa Alteza.-falou Liana sorrindo.
-E o mestre também!!!-falou a garota, que de repente parou de pular de excitação e voltou a observar a criança nas mãos de Liana. Aquele bebê a encantava profundamente, como era lindo! Seu coração disparava de tristeza ao lembrar que nunca poderia ter um, não tinha um corpo para isso, mesmo que tentasse, era só uma criança. Mas era pelo bem da terra que amava acima de tudo.
-Princesa...-falou seu mestre, observando a expressão triste em seus olhos.
-Ele é... Eu não sei, sinto-me estranha ao olhar para ele, mestre.
-Ser um pilar não que dizer que não possa ter filhos, princesa.-falou Liana que logo chegou ao raciocínio da menina.-E se quiser eu o empresto para você cuidar!
-Seria muito bom, mas não! Aí eu o amaria muito... Zefir se sentiria traída! Mas posso pegar?
-Não!-falou Clef, num tom que não tinha como enfraquecer.
-Mas talvez eu nunca mais o veja, mestre...
-Já disse que não!
-Está certo...
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*
 
Presente
 
-Clef, quem são seus filhos, afinal?-perguntou Maine ao perceber a hesitação no olhar de Clef.
-São dois de meus discípulos.-Marine já sabia quem eram.
 
*-*-*-*-*-*-*-*
 
-Ela era a minha mãe, Lucy.
-Lantis...-e ela o abraçou.
-Mas eu não nutro sentimentos por ela. Nunca a vi, não a conheço. Largou um filho de um ano por uma causa falha, Lucy. Sem contar que mal criou Zagar. Esta mulher... É a que causa sofrimento em Clef, aquele que foi como um pai para mim.
-Como assim?
-Ela é uma traidora rebelde... Eu sei que não é verdade, mas é assim que o Conselho considera.
-Não vai entrar em detalhes, não é? Mas ela se ela está sendo acusada injustamente... Por que não faz nada, Lantis? Ela era a sua mãe e é o seu nome.
-Não sei... Acho que não vale a pena.
-Talvez se Clef não pode tê-la de volta em carne e osso, ele poderia ter a certeza de saber que ela não morreu em vão, não é?
-Eu teria que ir contra o Conselho, Lucy, não seria fácil...
-Mas eu vou estar ao seu lado!
-Vejo que não vai mudar de idéia... Farei o que puder, mas eu não sei...
-Ótimo! Tenho certeza de que Clef também ficará feliz!
-Assim espero.
 
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Passado
 
-Então? Qual será o nome dele, Ia?-perguntava Esmeralda, ansiosa.
 
  Liana contemplou seu filho por um instante.
 
-Terá o Z do pai, seguido do A final da mãe, e o resto lembrará Guerra e Garra. Pois sinto é isso o que sua vida será, uma Guerra combatida com Garra. O nome de meu filho será Zagar.
-Que belo nome para este fofinho!-disse a menina dando pulinhos e batendo palmas. Logo o Guru apareceu no quarto.
-Princesa, precisa ir.
-Está bem...-disse ela de cabeça baixa. Olhou o bebê que discretamente abria os olhos azuis e lhe deu um beijo na testa.-Vamos ser grandes companheiros de garra na Guerra, Zagar.
 
E ela se foi.
 
-Ela estava estranha, com ele.-falou Clef, observando a porta fechar.
-Eu sei... Estou tão cansada... Coloca o fofinho no berço, Lindinho.
-Você gosta destes apelidos, não é?
-Fofinho é em homenagem a Princesa Esmeralda, lindinho.
-Que seja!
 
CONTINUARÁ...
 
Anita, 27/03/2002
 
Notas da Autora:
 
Olá!!! O quê acharam deste capítulo? Mandem seus comentários pro meu e-mail!!! anita_fiction@yahoo.com e não poupem palavras!!!
 
Finalmente descobriram quem Liana é! E já têm uma idéia de sua morte... Mas ainda tem muito por vir. Vou dar uma idéia, mas não espere que esteja tudo no próximo capítulo, certo?
 
Zubo viaja muito e Liana se esforça demais, Zagar sente-se sozinho, mesmo quando está com seus amigos. Ele cresce um menino rebelde.
 
Lantis e Lucy se unem para tentar descobrir como livrar Liana das acusações, Marine também logo descobre a causa da morte dela e resolve ajudar.
 
Continuem curtindo esta história, pois estou dando toda a minha alma para que fique boa.
 
Agradecimentos: Ao Fórum, que mesmo assim ainda não leu esta fic, mas eu estou quase colocando-a na goela de cada um... Ao Wlad e à Fabíola, por hospedarem todas as minhas fics. E aos outros que ainda não mandarem respostas aos meus e-mails excessivos pedindo hospedagem, mas pelo ao menos me deram o e-mail para eu mandar as fics.
 
Sugestões: Comentem as fics que lêem, só assim surgiram mais... Eu nem sei porque ainda tô escrevendo esta daqui, ninguém parece gostar, ou ler. E visitem, em breve, o meu site: Olho Azul. Uma outra sugestão e meter paulada no Roney Louvain que além de ainda não ter me devolvido a minha fic de Eva (metade dela, na verdade) ele não quer mais falar comigo. E a última é que continuem lendo esta fic!!! Ela ainda vai melhorar muito!!! Eu garanto!

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