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De Acordo Com os Meus Planos


Notas Iniciais:

Claro, Sailor Moon não é minha. Alguém achou que a Naoko Takeuchi perderia tempo com algo que não lucra nada!? E em português!? Fala sério! O que eu queria dizer é que de repente decidi fazer fics sem propósito. É. Cansei de parar pra ter idéias. Tenho mil: são difíceis e não em deixam escrevê-las de qualquer forma. Então...... Farei fics sem idéias tão mandonas! Hohohoho. Ah, esta é primeira fase e como sempre: Serena e Darien. Esta foi inspirada na música Watakushi no Yotei (Meus Planos) da Matsuura Aya.

Série: Sailor Moon Classic
Gênero: Comédia Romântica
Título: De Acordo Com os Meus Planos

Saí contente da escola, observando minha lista. Que triunfo! Enfim, seria uma garota organizada e seguiria passo a passo os planos de minhas férias de verão. Primeira e condição máxima: o maldito broche ficaria no guarda-roupa, junto com meu uniforme da escola. Nada de Sailor Moon, nem que o mundo acabe.
Cheguei ao meu quarto e cumpri a condição. Pulei por todo o cômodo, sentindo-me mais leve que nunca. Tudo bem, confesso que sabia que não demoraria muito até eu sair a procura do broche, mas preferi nem pensar nisso enquanto eu celebrava minha primeira tarde de férias.

É isso aí: Serena Tsukino estava de fériaaaaaas!

No dia seguinte, lá ia eu com minha listinha, último resquício de aula. Folha pautada, escrita a grafite. Sei que deveria ter sido a caneta, para ser mais difícil de ser mudado, mas essa era a liberdade que eu queria! Mudar meus planos quando me desse na telha. Confesso que, na hora, eu tava era com preguiça de abrir o estojo.

Admirei o item máximo: encontrar um novo amor. As meninas se surpreenderiam com a minha meta, né? Digo, com a história do Andrew e tudo o mais... No entanto, ontem es escrevi bem forte isso. Vamos, Mudou a estação, mudou o coração! Ai, ai. Acho que eu devo é mudar de leitores. Mais uma vez, lá vou eu confessando: fui a última a perceber que meus gritinhos histéricos eram só fogo falso. Ou se diz alarme falso? É que eu queria fugir ao clichê. Ainda bem que não pus nada sobre agir com sinceridade na minha lista, hohohoho!

Pulei para dentro do salão de jogos e pedi fichas. Podia não ser primordial, mas jogar muito também era um item a ser cumprido. Diariamente. Claro, acrescentei zerar o jogo da Sailor V. Quem sabe não era um daqueles papéis mágicos onde tudo seria realizado!?

Que meu amor viesse logo! Era tudo o que queria enquanto mais um game over surgia na tela do flíper. Por que com tantos videogames modernos só lançaram ali os jogos da Sailor V? Ah, sim, meu amor!

Peguei a última ficha e fechei-a em minha mão direita. Também cerrei os olhos e, em um gesto nada difícil de se ver em histórias como estas, joguei-a para trás, chamando por meu novo amor.

Alguém mais além de toda a China pode imaginar o que ocorreu em seguida? Sim, todos. A maldita moeda da sor- digo, fichinha de jogos, que podia ir pra qualquer lado e quebrado qualquer vidro, vôou diretinho para a maldita cabeça do maldito cara, que de todos que deveriam ter entrado - ou melhor: não entrado - naquela hora... Frase grande demais, melhor resumir: aquele idiota do Darien acabou com a minha feliz fichinha jogada com tanto amor e esperança.

E aqui vem, infelizmente, o primeiro diálogo de uma história que, por ser cor de rosa, foi censurada e em todos os lugares onde vocês encontrariam palavras não muito coloridas lerão algodão-doce. Por quê? Porque sou eu que estou com o algodão-doce aqui sentado para vocês lerem este algodão-doce de história, oras!

-Que algodão-doce foi isso!?-ele gritou, passando a mão na cabeça.

Ele sendo tão alto não seria fisicamente impossível a ficha ir até lá!? Por que essas coisas só acontecem com a pobrezinha de mim?

-Tinha que ser a algodão-doce... -concluiu - sem provas, - apontando para mim.
-E tinha que ser você no caminho do meu desejo, né!? Algodão-doce, Darien, Agora eu nunca vou achar meu novo amor!
-Enfim, ela percebeu. -Agachou-se, tendo identificado o objeto que o atingira.
-Me dá! Isso é meu. -Corri até ele e arranquei a ficha de sua mão.
-Mas que algodão-doce! Enlouqueceu?
-Eu que digo algodão-doce. Agora a ficha está contaminada... -Andei até Andrew, que observava divertido a cena. -Troca, por favor. Esta aqui é inútil.
-Assim como a dona -Darien completou, sentando-se ao meu lado.
-Ai, fica pra outro dia!- Saí quase explodindo. Ai aquele algodão-doce...! Ei, o diálogo já acabou. Aquele sem-noção do Darien é muito- Bem, todos ganhamos continuando do que perdendo tempo com aquilo né?

Lá se ia meu primeiro dia, mas ainda haveria muitos outros para aproveitar minhas férias! Era tão bom estar livre de aulas. Né!?

À noite consultei a lista, fazendo alguns acréscimos. Bem perto de achar um novo namorado estava viver cada dia com muito amor. Bem, isso seria fácil. Era só não encontrar nenhum inconveniente excessivamente alto, de olhos azuis, que devem ser lente, e com aquela voz rouca irritante!

-Próximo item!-gritei sozinha para mim mesma. Tudo bem, minha família já estava acostumada, hihihi!

Pus algumas anotações sobre como seria meu novíssimo amor. Tão incrível que ninguém nunca o poderia ter previsto. Tão forte que ninguém nunca o poderia imitar. Também seria em um futuro bem próximo.

-De preferência, amanhã!

Por algum milagre, nos dias seguintes, eu acordava bem cedo... Lá para as nove, acreditam!? Nem eu. Punha um pouco mais de maquiagem que o normal, roupas mais lindinhas que o normal. Eu estava tão fora do normal!

"Sim, um completa anormal..." algo comentou.

Olhei para os lados, mas era a única ali. Teria sido meu irmão? Não, ele não lê pensamentos. Um youma!? Ah, fala sério! Para que um youma iria querer perder tempo com a minha cabecinha de...

-Não me diga que estou com crise de abstinência de Darien!?

Desde aquele dia, mais de uma semana atrás, não o encontrara mais. Óbvio, eu estava arrastando cada amiga de vez para cantos diferentes com nossas milionésimas intenções. Pessoas fechadas como aquele impertinente não pensariam em freqüentar aqueles lugares saudáveis como humanos normais.

-Então, já parou pra pensar em o que queremos aqui?- Ami perguntou, olhando a lanchonete temática.
-Apenas lanche, Ami!-Para ela não pude explicar minhas razões, apesar de que não contara a ninguém sobre a lista. Nem mesmo à Molly. Lua até sabia, mas não por escolha minha... Rira tanto dos itens!

Observei os corações por todos os cantos. Com certeza, eu tinha que adicionar aquele lugar para meus encontros com meu novo namorado. Todavia, fora um engano ir ali, só havia casais! Se bem que a comida era deliciosa.

-Todas estamos estranhando essa sua vontade de testar lugares, Serena. Acho que os pontos que já freqüentamos bastam!-minha amiga disse, brincando com o canudo de seu suco.
-Ai, Ami! Ir aos mesmos lugares de sempre não leva a novas pessoas. São sempre as mesmas...
-Mas eu já estou contente com quem conheço. Não entendo o que tá dando em você.
-Há! Isso só vai saber no tempo certo! - Ou seja: quando eu encontrasse meu namorado, óbvio. Sairíamos todos para um parque bem longe no carro dele e teríamos um piquenique. Seria tão divertido!

Claro, eu tinha que adicionar o carro à minha lista. Por que eu me esquecia de tantos detalhes!?

-Eu tenho que ir agora... -Levantou-se, deixando dinheiro para sua parte na conta.
-Você tava calculando o tempo todo!?
-Não foi difícil. Bem, tenho cursinho agora e não quero me atrasar.
-Ami! Só você mesma pra estudar numas férias tão ensolaradas.
-Cinco horas por dia não é tanto... Vale a pena, né? Até mais, Serena.

Fui largada com meu suco.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Meus planos eram de passar o verão todo com meu amorzinho, mas ele continuava uma interrogação. Tudo o que fazia era repetir lugares, sem saber o que mais fazer. Por que eu não parara e notara que isso tudo era uma furada!? Eu não conseguira nem achar o cara! Adicionara mil e um itens quando eu nem opção tinha.

Serena Tsukino de volta à realidade!

-Que frustrante...-disse, olhando a folha de caderno toda remendada por anotações. No próximo verão, faria que nem aquele velhinho legal de um desenho que vira e escreveria em pedra! E minha moeda mágica seria jogada na água e não na cabeça de qualquer um. E... -Mas que droga! Por que eu ainda tô com este papel!?

Amassei com todas as forças, como um prova que eu nunca deixaria minha ver, e joguei pro alto, desejando que aquela falha me levasse a uma vitória para o ano seguinte.

-Ei! Não fique acertando os outros na rua com lixo. Volta aqui!

Havia acertado alguém, mas eu nem tava com humor para brigas. Saí correndo sem nem querer saber de quem se tratava. Experiências passadas me levaram a saber que minha mira era certeira em quem não devia ser!

Voltei para casa. Perdedora! Idiota! Em vez de planejar coisas divertidas com minhas amigas, eu ficara caçando quem nem conhecia! Um simples amor de verão... Afinal, não lembrava de ter posto no papel minha alma gêmea ou que fosse para a vida inteira.

Lição aprendida. Tudo bem, não sofri de desilusão amorosa e sei que estão em chamando de chata e que estou perdendo o tempo de vocês com bobeirinhas sentimentais... Contudo, aquele dia foi um tremendo pé na real... E que pisada dolorosa.

À noite, peguei outra folha de caderno e escrevi planos para executar com minhas amigas, algo como um pagamento por todos os lugares que as fizera ir. Não que fossem ruins, mas foram tão- Okay! Esquecer a primeira metade dessas férias e pensar no fim. Por exemplo: as malditas lições de férias.

-Vamos, gente!! Sentamos no templo da Rei e fazemos os deveres todas juntas...-chamei as três, exibindo meu melhor sorriso pidão.
-Serena, pra começar: o templo não é meu. Isso é interessa da sua parte pra ler meus mangas, já que eu nem tenho as mesmas tarefas que você. Aliás, vou terminar: já as fiz. Desculpa se não sou uma irresponsável que só quer saber de vagabundear; estou surpresa que sequer esteja pensando se fará o dever.
-Reiiiiiiii! Isso não pe justo, -chorei, abraçando a Lita, -Você vem, né? Vem sim!! Vai ser lá em casa mesmo, então.
-É que eu estou no meu emprego de verão, lembra? Foi até comigo procurar...-ela respondeu, sacudindo a cabeça.
-Ami!! Eu sei que é minha amiga e não me deixará na mão.
-Eu tenho cursinho... Sinto muito, Serena, mas o vestibular para o colegial está chegando e como estou de férias optei por assistir também às aulas da noite. Sem contar que pela manhã tenho monitoria. Talvez se na hora do almoço eu tiver tempo e você quiser, podemos resolver juntas as questões que te derem dúvida.

Todas a olhamos boquiabertas.

-Tudo bem, -quebrei o silêncio e me levantei, -Que amigas, hein! Quando mais preciso de ajuda... E eu tinha planejado tanto estas férias...
-Se quiser eu também posso te arranjar uma vaga onde estou, -Lita ainda sugeriu.
-Ai, deixa. Quer saber? Tô indo embora. - Saí da lanchonete. Que férias malditas... Tudo errado! Devia ser coisa daquele caderno enfeitiçado. Só podia.

Agora não ia mais planejar nada, trancaria o quarto, ficaria fazendo os deveres e chupando picolé. Nas pausas, poria meus mangas em dia, sem auxílio da coleção da bruxa da Rei! Eu juro: não estava pretendendo o que ela disse. Mesmo. Ai, ninguém nunca me apóia...

-Ei! Cabecinha-de-Vento!

Ah, não! Isso não! Aquele implicante, chato, intrometido do Darien Chiba decidira pisotear o meu dia. Só se fosse, né? Virei com tudo para ele e o encarei coma cara mais assustadora que todo o mau humor permitira.

-O que foi!?-perguntei, desafiante.
-Humm, noutro dia eu te vi jogando um papel em cima de um pobre velhinho. Tentei te impedir antes, mas não funcionar. De qualquer forma o moço falou que te devolvesse para jogá-lo direto no lixo.
-Hã? Pirou, Darien?-olhei para sua mão que me estendia a maldita folha de caderno toda amassada.
-Bem, como odeio essa sua mania de não pensar antes de fazer o que quer, não me importei de guardá-la comigo até eu te ver de novo. Demorou, mas pegue. É sua, né?

Encarei novamente a cena, achando-a patética. Por que diabos ele tinha se dado ao trabalho de me entregar aquele papel velho? Que sádico... Contudo, um clarão se fez na minha cabeça e notei que fizera uma enorme besteira.

Corri e puxei minha lista de suas mãos o mais rápido que pude. Não podia acreditar que logo Darien Chiba ia ver aquilo. O que ele pensaria de mim agora? O que diria a Andrew? Okay, eu tinha que encarar a realidade: ele SABIA que eu era uma menina boba.

Ainda assim tentei correr bem rápido. Por pior que fosse sua opinião sobre mim, eu sentia vergonha demais. Afinal, aquela lista me fazia parecer uma desesperada ou a rainha do gelo, né? Escolher tamanho, jeito e o carro de um futuro namorado!?

Darien me segurou. Olhava intensamente dentro de meus olhos. Não pude ler o que aquilo significava... Não me importava! Eu queria fugir... para bem longe.

-Solta, -disse, num tom suprimido pela força que eu fazia contra seu aperto.
-Por que isso tudo?
-Não importa. Quer soltar?
-Não.
-Está doendo.

Assustei-me ao perceber que ele, de fato, soltara. Tanto que de início tudo o que fiz foi ficar encarando seus olhos azuis, como se algo ali me segurasse no chão. Olhei meu braço; estava um pouco vermelho. Certo, nada de mais, mas aquela força que ele havia usado me deixara perplexa. Para que tanto?

-O que quer?-perguntei, enfim.
-O papel... caiu. -Seus olhos, mais do que olhando a maldita lista, pareciam fugir dos meus.
-Ah...

Agachei e peguei, indo logo embora. Dessa vez, evitei correr ou fazer qualquer movimento brusco. Talvez por medo de que Darien notasse e novamente tentasse me impedir.

Assim que cheguei em casa, afundei-me na cama. Como fui burra, infantil, insuportável. Por que sempre fazia tudo errado? Sempre havia algo faltando, isso quando não eram muitas coisas. Isso quando não era tudo... Estava cansada das minhas mancadas. O verão prometia tanto e acabei perdendo ainda mais.

Não tinha meu novo amor, não tinha minhas amigas. Para mim, só restou a list amassada que minha infeliz vítima me mandara jogar fora. Tirei-o do bolso e dei-lhe a última olhada.

"+Condição primeira: broche no guarda-roupa"

Pelo menos eu não fui tão direta quanto poderia. Suspirei aliviada. Pelo menos isso! Só isso, na verdade.

"+Encontrar um novo amor: 2 x 4
-Incrível F
-Imprevisível F
-Intenso F
-Inigualável F
-Tenha um carro V
-Aceite sair comigo e minhas amigas V

+CAIR NA REAL"

Olhei de novo minhas anotações tolas... Certo a lista era maior que isso, mas com o tempo fui rabiscando. Focalizei bem no que pus bem forte em cima dos itens antigos: "cair na real". Okay, eu havia cumprido duas coisas, né? Suspirei, levantando-me da cama em direção à lixeira. Dessa vez, partiria em pedacinhos ilegíveis.

-Mas o que é isso!?-perguntei-me ao perceber que havia marcas de caneta, que eu nem percebera de início por pura desatenção. Não era meu... Nem fazia sentido! Quem...? -Droga! Aposto que foi aquele metido. F e V, dois e quatro...?

Deitei de novo esticando a folha contra o teto. O que seriam aqueles símbolos? Ai, chamem-me de burra, mas podiam ser tudo, né? Eu já sei! Estava bem óbvio. Contudo, mesmo que eu me ligasse nisso, não faria sentido, certo? De qualquer forma foi bom eu ter jogado a folha contra a luz. Enquanto a lia de novo, percebi vultos de outras palavras, de outras letras.

"Ele escreveu mais e desistiu? Não foi cruel o bastante? Ou se apiedou de meu ser?" pensava, quando tive a brilhante idéia - vamos! para alguém tão lerda como eu, foi brilhante - de virar ao avesso.

Com a mesma tinta, só que bem mais fraco, como se fazendo de tudo para que não percebesse, estava escrito: "Assim que ler isto, encontre-me no parque perto do salão de jogos."

Olhei para o relógio. Duas horas já haviam se passado, mas ainda não era tarde demais, né? Talvez para alguém que estivesse me esperando há duas horas... Mas e se fosse uma armadilha? Digo, e se não não houvesse ninguém, ou... Sei lá! Podia ser tudo.

Deixei o bilhete de lado e fui tomar banho. Todavia, ele ainda estava ali, como que me chamando. Era desesperador! Saí do quarto e decidi esperar a janta lá embaixo mesmo. Vendo televisão, pude esquecer temporariamente. Ao menos, até voltar ao meu quarto... O bilhete parecia tão solitário.

Olhei pela janela, como se tentasse avistar o parque.

-E agora?

Já eram mais de nove da noite. Ele realmente ficara me esperando? Àquela altura, fosse uma peça ou não ele já teria desistindo. Valeria mesmo à pena pagar para ver? Balancei a cabeça e pus um pijama bem fresquinho, em seguida, apaguei a luz. Aquilo não era como em um drama, não estava chovendo ou nevando... Aliás, devia estar bem agradável no parque àquela hora! Provavelmente, cheio de casais de verão, conversando animadamente enquanto o rapaz levava seu encontro para casa.

-Eu devia estar lá...! Lista amaldiçoada. -Peguei-a de meu criado mudo e a joguei bem longe. Estava escuro demais para eu saber onde acertara. Virei para outro lado da cama e fechei os olhos. Mais forte. Virei de novo até ficar de bruços.

Eu realmente tinha de ter ido na hora em que lera o recado. Estava me remexendo na cama, num misto de curiosidade e arrependimento. Depois de uma hora ou mais, consegui dormir e até sonhar. Sim, com Darien me esperando. Logo com algum ator japonês me esperando... Naohito Fujiki? Bem, parecia de longe. Eu ia a seu encontro de cabeça baixa e lhe pedia mil desculpas por ser tão teimosa. A neve deixava tudo branco e quando ele respondia era na verdade Yon-sama! Infelizmente, não era dublado e demorou um pouco para eu descobrir que o coreano que ele me dizia estava legendado abaixo.

Eu ficava tão envergonhada que me agachava na neve e escondia a cabeça nas pesadas roupas. Ele respondia que não havia o que perdoar já que eu ficara mais de dez anos à espera dele. Agachava-se a meu lado e me estendia a mão: "Você confia em mim?", dizia em uma voz rouca, em outro idioma. Não era coreano, ou qualquer outra língua que eu tivesse ouvido, acho... No entanto, dentro de mim eu podia compreender ainda mais que legendado. "Ah, minha princesa, tudo dará certo se você confiar em mim."

Sentia minhas bochechas bem quentes, apesar do frio - bem, não que eu estivesse com frio, na verdade durante o tempo todo eu estava morrendo de calor, - mesmo assim, criava coragem e o encarava. Aqueles olhos azuis e aquela armadura prateada: "Meu príncipe, nunca sairei do seu lado!" Dizia, abraçando-o bem forte. Não era mais Naohito Fujiki, ou Yon-sama e sim alguém muito parecido com Darien.

Ao percebê-lo, pulei da cama. Estava enrolada no edredom; todo meu corpo transpirava. Que péssima idéia tentar dormir pensando em estar em outro lugar! Eram mais de cinco da amanhã já. Tomei outro banho e revirei-me até o Sol nascer.

(Notas da Autora: odeio ter que fazer isso no meio da fic, mas aí vai: Naohito Fujiki é um ator japonês, sim, não pude deixar de pôr o nome dele, já que acabei de assistir Koukou Kyoushi *__*. Yon-sama é como as japonesas chama o ator principal de Winter Sonata, um drama coreano).

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-**-*-*-*-*

Um idéia fixa entrou em minha cabeça: eu tinha que falar com Darien imediatamente! Sem me esquecer do café da manhã, óbvio, saí em disparada percorrendo todos os lugares onde já o havia visto passar. Uma hora eu o encontraria, né?

No meio do caminho lembrei: a lista! Eu a deixara no quarto... Como perguntar o significado de tudo sem a droga do papel!? Voltei em disparada.

Com a lista na mão, reiniciei a busca. O tempo todo os olhos do príncipe em meu sonho diziam que eu deveria persistir. E toda aquela mistura devia significar algo né? Vamos ver... Naohito Fujiki... Hito! Pessoa. Yon-sama... Esperando. E um príncipe. Então só podia ser isso, né? A pessoa que estava me esperando era o príncipe da minha vida. Que era o Darien!

Eu sei, sou uma perfeita idiota, mas os fins justificam os meios e aquela associação maluca que fiz serviu para algo. Notei que havia me esquecido de procurá-lo no parque. Certo, mesmo assim continuei acreditando que o sonho era uma mensagem do destino, mas vejamos apenas o resultado prático, okay?

Todos já sabem que ele estava lá... Vamos ser práticos. Saí correndo quando o sentado em um dos bancos. Não para ele. Escondi-me atrás das árvores. Minhas mãos suavam, meus joelhos tremiam, meus dentes batiam. Eu estava um lixo! Pus um chiclete na boca e peguei de novo... Ah, vocês sabem o quê. Só que a lista já estava mais que rasgada. Ela merecia aquilo! Contudo, uma enorme vergonha de mostrar ele pedaço de lixão logo para meu príncipe encantado.

Olhando novamente suas anotações, suspirei fundo e me enchi de coragem. A curiosidade era dona de mim naquele momento.

-Darien!-gritei-lhe, imperativamente.
-Ah, até que enfim chegou...-ele respondeu com a voz mais sumida que eu já ouvira de sua boca.
-Eu queria saber o que quis dizer naquela folha.
-Por isso pedi para vir.
-Só por isso ficou aqui uma noite inteira!?
-Hã?
-Bem, está aqui me esperando desde que me devolveu a lista, certo?
-Não.

Eu estava confusa... Não era para ele estar morrendo de pneumonia no hospital por um gesto tão romântico e impensado?

-Disse que estaria me esperando...
-Ah, eu imaginei que só perceberia a mensagem hoje.
-ACHA QUE SOU TÃO LERDA!?
-Bem, você veio hoje...
-É que eu... Tava muito tarde.
-Exato. Não seria tão burra de sair tarde de casa.
-Ah...
-Eu te decepcionei?- Seu tom de voz parecia mais sério e fugidio.
-Não é isso, eu é que-
-Sinto muito. Por tudo. Até por ter lido sua lista. Bem, eu achava que seria mais uma prova quando o senhor me entregou. Péssima desculpa...
-Mas o que eram aqueles símbolos?
-Não havia nenhum.
-O que você escreveu!

Ele se levantou e caminhou até ficar na minha frente, mantendo sempre os olhos bem longes dos meus. Estava tão tenso...

-Eu... Na verdade, eu sempre senti algo por você. Confesso que queimei em ciúmes neste verão, porque Andrew cogitou que estaria sumida com algum novo namorado. Quando percebi de que se tratava o papel quase pensei que ele estivesse certo. Afinal, por que alguém jogaria fora uma lista com quesitos para um namorado?
-É que...
-Por favor, antes de dar sua resposta, deixa eu te fazer a pergunta real; essa foi apenas retórica.
-Sei, mas-
-Eu a levei para casa, sem coragem de devolvê-la à dona. Então, comecei a ler os itens, quem sabe eu não conseguia a maioria. Bem, como pode notar eu fracassei.
-Mas isto não é pré-requisito nem nada. Só eu passando tempo na aula, nas férias... De qualquer forma, não era para eu estar marcando? Digo, sou eu quem tenho que te achar alguma coisa; a lista é minha.
-Ahahaha! Agora é que fui desclassificado.
-Bobo...
-Você não pode aceitar a pessoa que mais odeia.
-É, mas você foi altamente indicado. -Mostrei a lista bem alto. -Sobre isto; tá desatualizada. -E a rasguei
-Tão rápido assim?
-Sim, por isto não é talhado em pedra. Até porque eu me esqueci de pôr o mais importante: que ele seja o amor da minha vida. Um sonho me disse que você é o único que pode preencher esse requisito.
-Quer dizer que estou contratado?- Aproximou-se ainda mais, de forma que enquanto falava, eu podia sentir seu perfume mesclado à pasta de dente.
-Pode começar a qualquer hora...

Beijou-me suavemente os lábios e me abraçou. Darien havia entendido errado o papel; na verdade, pensando bem, ele tinha tudo para ser meu grande amor. Seria o amor mais incrível, mais inimaginável, mais imprevisível, mais intenso, mais inigualável, mais ---

-Isso quer dizer que você tem carro pra nos levar num piquenique?-perguntei ao me lembrar novamente da bendita lista.
-Sim. Mas você pretende catar esses papéis do chão e jogar na lixeira né? -Ele também se lembrara dela.
-Certo... -respondi relutante, agachando-me para cumprir a imunda tarefa, -Tudo por amor.
-Repete isso. -Darien estava me ajudando com um sorriso.
-O quê?
-Que me ama?
-Quando foi que eu disse isso!?- Joguei o corpo para trás, com o susto, sentando-me na grama.
-"Tudo por amor", né? Agora mesmo... - Ele me alcançara novamente, ficando de joelhos.
-Bem, isso tá é parecendo repeteco de meu sonho.
-Eu também te amo, Serena. -Seus lábios novamente cobriam minha boca num beijo ainda mais apaixonado que o interior; enquanto nossas mãos, ainda com pedaços do papel, abraçavam o corpo um do outro. Para nunca mais largar.

Pelo menos, esses planos seriam escritos em um lugar muito mais duradouro que folha de caderno: nossos corações. Desta vez, espero que não tenhamos nos esquecido de detalhe algum!

Fim!

Anita, 14/10/2006

Notas da Autora:

Minha primeira história random *___* Muito obrigada a todos que me apoiaram nesta empreitada!! Especialmente pra Nemui, que foi quem sem querer me deu idéia e encorajou e ao Felipe que acompanhou tudo de perto hehehe. Claro a todos que tiveram coragem de ler aqui.

Não aceito flames, pro resto, meu e-mail é 
anita_fiction@yahoo.com

2 comentários:

  1. Adorei!!!!!!!! muito romântico. Serena e Darien sempre e sempre ..............

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    Respostas
    1. Muitíssimo obrigada pelo comentário, fico super feliz que tenha gostado! *_*

      bjs,

      Anita

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