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A Maldição de Viver

Spoilers: Fala sobre a batalha de Hades, mas não é necessário que já tenham lido, é apenas um breve comentário, maior parte do conteúdo é encontrado principalmente no anime
Simulações que seriam melhor lidas para gente que não se ofende, mas nenhum conteúdo impróprio.
Cavaleiros do Zodíaco não é meu.

A Maldição de Viver



Às vezes me pego pensando como seria se tudo voltasse a acontecer...

Como o Cavaleiro de Fênix, carrego a maldição de viver e reviver eternamente, mesmo que isso signifique não morrer, apenas continuar a reviver.

Reviver, será que seria palavra certa? Será que esta maldição sobre mim jogada poderia ser chamada viver?

Talvez esteja se perguntando porque me lamento, mas nunca poderá entender, porque não está na minha pele.
Quando eu era jovem, ahn, há uns oitenta e tantos anos, bem, eu tinha quinze e...

É melhor eu começar do início, um pouco mais jovem, eu conheci umas pessoas, uns garotos, com dois ou um ano mais novos que eu, bem, um deles era o meu irmão mais, que obviamente eu já conhecia, mais, bem, éramos cinco e nunca tínhamos pensado que teríamos algo tão em comum e não estou me referindo a esta maldição!

Acontece que nos tornamos Cavaleiros guardiões de Athena e quando nos notamos, já éramos um grupo...Nossa, só em imaginar que entre os cem jovens, fomos os cinco escolhidos, sinto um frio no meu estômago.

Athena, Saori Kido, este nome me traz profundas lembranças, no início eu não quis cooperar, mas acabei dando a minha vida por ela, várias vezes. É, com o tempo acabei me tornando um verdadeiro cavaleiro, mesmo que não andasse com o meu grupo, eu me importava muito.

Todos mudamos um dia, e nós cinco quebramos este recorde, na realidade, Saori também poderia ser incluída nisso...

Shun, meu irmão, amadureceu dum menino para crescer bonito e forte, encantou várias garotas e até se encantou com uma, June...

Ela era uma bela amazona, demorei a conhecê-la, só o fiz num Natal após as batalhas com Hades.

Ela estava encantadora, os dois realmente se gostavam, Seiya resolveu fazer uma pareja e acabou conseguindo que os dois namorassem. Foram muito felizes, quando se casaram foram morar na Ilha de Andrômeda, fui visitá-los várias vezes, eram muito felizes, até tiveram dois filhos, um casal de sobrinhos meus.

Mas nós, como os Cavaleiros de Athena, não estamos destinados a ter felicidades. June tinha ido a uma ilha vizinha e o barco bateu contra um rochedo e caiu e também foi contra as pedras, morreu com o impacto...

Shun não conseguia se segurar, mudou-se para uma pequena ilha, que nem sei qual é e nem o que aconteceu depois.

Os filhos? Bem, quando Saori ficou sabendo, pediu que ficasse com a guarda. Eram belas crianças e estudaram num internato, tinham três e quatro anos então Saori teve que mostrar fotografias dos pais, para que pudessem saber seus rostos.

Seiya, que sempre foi mulherengo, acabou se apaixonando por Saori, mas era tarde demais, quando resolveu contar, ela já gostava de outro, acabou casando-se com Mino. Mas a traía sempre, quando ela descobriu, mesmo amando-o muito, teve que pedir divórcio.

Acabou tornando-se o Lobo Solitário que sempre me chamou. Não se trancou numa ilha, mas acabou com uma qualquer que para se prevenir, trancou-o dentro de casa e ele não conhece mais o que é o contato humano.

Hyoga foi um dos mais felizes, casou-se com Fler, irmão da Hilda, e teve três filhos homens, um mais loiro que o outro, foi um ótimo pai e avô, mas a ida e vinda do Japão para Sibéria e/ou Asgard acabou lhe causando sérios danos à saúde, resolveu ficar por lá mesmo, já que os dois outros lugares são de clima frio.

Shiriyu acabou ocupando o lugar do Mestre e treinou vários novos Cavaleiros, mas como os outros, não passou a armadura adiante. Todos apostavam que se casaria com Shunrey, mas resolveu ficar solteiro, algo a ver com uma promessa para que nós sobrevivêssemos a Hades. Ela não conseguiu convencê-lo, mas acho que nem tentou, era tímida demais...Casou-se com um cara rico da região e teve filhos que foram treinados por Shiryu.

Bem, a Saori quase não conseguiu suportar a perda de tantos amigos na batalha, fez tudo quanto era tipo de ritual, sem contar que fez o possível para nos manter unido, acho que foi graças a ela que me aproximei do grupo, até que conseguiu, porém estávamos crescendo e última coisa que pareciam querer era ter alguma conecção muito grande com o passado.

Eu acabei me compadecendo e passei a conhecê-la melhor. Sofria muito, por isso queria ter para sempre os amigos ao seu redor.

Foi difícil, para ela, dizer ao Seiya, que foi seu primeiro amor, que gostava de outro. Tive que aconselha-la muito, mas não pense que descobri quem era.

É irônico dizer que fui eu quem ficou mais por perto, talvez por falta de opção...

Minha vida não foi ruim, passei a morar na mansão e a trabalhar por lá, dando periodicamente algumas palestras, mas meu trabalho era ajudar Saori, tinha que organizar a Fundação e principalmente o Santuário.

Agradeço a tudo que não tenha acontecido outra batalha, pois a última coisa em que pensava era treinar.

Passei a estudar, fazendo cursos para recuperar o tempo perdido e com dezoito anos entrei para uma ótima faculdade perto de Tókio, como bolsista.

Acabei me tornando realmente íntimo de Athena, sua alegria espontânea lembrava-me profundamente de Esmeralda e o inevitável aconteceu, apaixonei-me novamente.

Acho que foi o melhor, já que aprendi mais sobre o sentimento, como ciúmes, rejeição e até algo inesperado, o correspondimento.

Eu fui a causa dela continuar a viver como humana, disse-me que talvez tivesse acabado se trancando no Santuário, já que nunca tinha tempo para sair, estudar, fofocar, ou até arranjar amigas de sua idade, eu substituía tudo...

Namoramos e acabamos nos casando, nem me pergunte sobre filhos. Como eles não vinham, fizemos um exame e ela não podia tê-los. Não fiquei abalado, primeiro porque tinha que segurar as pontas e depois porque não era a minha idéia principal, já que eu já cuidava dos filhos do Shun, que agora estavam também sob minha guarda.

Tornamo-nos uma bela família, um pouco colorida, mas pudemos, nós dois, conhecer como era ser pai e mãe.

Mas os dois cresceram e foram pra outros países representar a Fundação, agora raramente os vemos, mas foi melhor do que se tornarem cavaleiros.

Saori ainda está ao meu lado, pelo ao menos ela... Também virou o meu motivo de vida, mas faz um ano que caiu da escada e entrou em coma, agora aqui no hospital, tenho que tomar a decisão de deixar ligado ou desligado seu aparelho, mas ela não iria querer que o fizesse, enquanto eu estivesse vivo. Mas isto ainda é viver? Eu vivi, isso é verdade, por maior loucura que possa soar, eu gostei do que passei, meus dias de batalha, foram decisivos para a minha felicidade e se não fosse por isso, meus quase netos não ficariam no meu pé ouvindo cada detalhe, estariam como os netos e bisnetos dos meus amigos, jogando videogame ou vendo o jogo de beisebol na tevê.
Fim


Anita.

Notas da Autora: Eu li um fan fic e foi inevitável não fazer um parecido, tenho idéia de continuá-lo, então encham a minha caixa no anita_fiction@yahoo.com pra eu continuar, pois a idéia é boa, mas acho que estou sem incentivo para fan fiction longo...
Ah, o fan fic que li é “The Last Laugh” por Brian e fala sobre o Shun e não sobre o Ikki, é muito mais deprimente e não tem cara de que vá ser continuado. Ele é um ótimo autor e talvez eu traduza alguns, é só pedir!


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